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PSC2023A_ 2.6 Estratégicas de avaliação em saúde_ conceitos, tipos, instrumentos e técnicas

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Página inicial / Meus cursos / PSC2023A / 2 Interpretação demográfica e indicadores em saúde coletiva
/ 2.6 Estratégias de avaliação em saúde: conceitos, tipos, instrumentos e técnicas
Planejamento em Saúde Coletiva - Turma 2023A
2.6 Estratégias de avaliação em saúde: conceitos, tipos, instrumentos e técnicas
Primeiramente, para entendermos como funcionam os processos de avaliação em saúde, devemos analisar a pirâmide a seguir, idealizada por
Mendes (1998, p. 90). Nessa pirâmide é desenvolvido um perfil de planejamento em forma de pirâmide, o qual nos mostra a interligação dos serviços
e a relevante colaboração da sociedade.
A pirâmide tem quatro níveis, cada um composto por fatores, em que:
A base é composta por: Composição da população, organização e estrutura da população e capacidade de ação da população;
O nível médio-inferior é composto por: Ambiente físico, ambiente socioeconômico e por fim, perfil de doenças;
O nível médio-superior é composto por: Dois fatores, sendo o primeiro, os serviços de saúde e serviços ambientais e o segundo, os serviços
sociais;
O topo é composto pela: Política de saúde.
Reparem que a base da pirâmide é sustentada por parâmetros que envolvem a população e é baseada na estrutura, interesses e capacidade de
agir, como explica Mendes (1998, p.90). Através dessa pirâmide de Mendes, poderemos traçar o perfil de uma sociedade e sua participação nas
ações que giram ao redor da comunidade. Acima da base, observamos a estruturação que se refere ao perfil físico, social, econômico e
epidemiológico que permeiam essa sociedade. E, antes do fator saúde, observamos ainda a influência dos fatores sociais e ambientais que se
estendem à saúde pública. Através dessa pirâmide, temos a possibilidade de observar a relação dos fatores descritos com primordiais à promoção
de saúde.
Desde a Constituição de 1988, vêm acontecendo modificações e melhorias no modelo de atenção e serviços de saúde através das leis e normas que
fortalecem o SUS, como vimos na página anterior. A Atenção Primária à Saúde (APS) ganha força e resolutividade, pois passa a ser a principal porta
de entrada para os usuários. A rede de atenção à saúde é reorganizada de forma que a APS se localize no centro dessa rede, fazendo a ligação entre
os demais pontos de atenção. Assim, o modelo piramidal hierarquizado é substituído pelo modelo de integração dos serviços, como podemos
analisar na explicação a seguir:
A organização piramidal é composta pela atenção primária na base, a atenção ambulatorial no ponto médio e a atenção hospitalar especializada no
topo. É um sistema fragmentado e hierarquizado, já a organização em rede possui a APS no centro e com relação direta a todos os outros envolvidos,
que também possuem relação entre si.
"Essa concepção hierárquica e piramidal deve ser substituída por uma outra, a das redes poliarquias de atenção à saúde, em que,
respeitando-se as diferenças nas densidades tecnológicas, rompem-se as relações verticalizadas, conformando-se redes
policêntricas horizontais." (MENDES, 2011).
Observamos um fluxo onde a APS é a porta de entrada e, se necessário, o usuário será encaminhado para os demais níveis de atenção. Na APS estão
todos os programas contidos na atenção básica, como ESF, PSF, PACS. Na atenção secundária, estão os serviços como ambulatórios especializados,
policlínicas, laboratórios e, na atenção terciária, temos os hospitais com a prestação de serviços mais complexos e de urgência e emergência. A
seguir, ampliaremos esse novo modelo de rede de atenção à saúde para melhor analisarmos o funcionamento do fluxo através de exposição do
seguinte esquema.
A unidade básica de saúde tem relação de fluxo e contrafluxo com sete fatores, esses fatores, por sua vez, possuem relação direta entre si. A relação
entrada e saída desse fluxo será dada a seguir.
Fatores relacionados à unidade básica de saúde e sua relação fluxo e contrafluxo:
Hospital: Entrada e saída;
Hospital/Dia: Entrada e saída;
Ambulatório especializado: Saída;
Laboratório: Saída;
Policlínica: Saída;
Atenção domiciliar: Entrada;
Centro de enfermagem: Entrada e saída.
Esse modelo de rede possibilita o melhor acesso dos usuários através do fluxo e contrafluxo e, normalmente, o encaminhamento dos pacientes se dá
pelas equipes de saúde da APS, a não ser nos casos de urgência e emergência ou da demanda espontânea.
https://aprendamais.mec.gov.br/
https://aprendamais.mec.gov.br/course/view.php?id=341
https://aprendamais.mec.gov.br/course/view.php?id=341#section-2
https://aprendamais.mec.gov.br/mod/page/view.php?id=23194
Como citamos anteriormente, se a APS estiver bem estruturada e funcional, teremos em torno de 85% de resolutividade, desafogando os demais
pontos de atenção à saúde. Vimos, ao longo de nossas discussões neste material, como as questões sociais, econômicas, políticas e ambientais
exercem influência direta na saúde de uma população, logo, a coleta dos dados, a análise demográfica, e os demais indicadores levantados e
analisados, juntamente com a elaboração de metas objetivas e que promovam bons resultados, os direitos à promoção, prevenção e recuperação da
saúde estarão assegurados.
Notem como os tópicos discutidos em outras aulas são intrínsecos uns aos outros e todos visando um só objetivo: o bom funcionamento dos
serviços de saúde. Para elaborarmos estratégias que nos possibilitem a avaliação dos serviços de saúde, devemos utilizar os indicadores com
instrumentos a nortearem nosso trabalho, pois é através deles que obteremos uma análise quali-quantitativa do andamento dos serviços e seus
resultados. Campos e Furtado (2011, p. 19), colocam como “componentes essenciais para avaliação, a informação, estabelecimentos de critérios,
julgamento e tomada de decisões”. Observemos que a maioria dos autores citados em nosso material enfatizam a importância da organização de
metas a serem traçadas para aplicação e avaliação dos serviços.
No processo de organização dos serviços de saúde, os quais seguem os princípios do SUS – universalização, equidade e integralidade –, o que é
preconizado é a qualidade desses serviços. Portanto, a avaliação se torna instrumento essencial que irá subsidiar a adequação e implementação das
ações na saúde pública.
A avaliação dos tipos de estratégias a serem adotadas deve partir do trabalho de campo e, após a análise dos indicadores, é que a equipe de saúde,
gestores e população deverão considerar os meios de avaliar as questões pertinentes ao território em que vivem e atuam. Logo, mais uma vez,
ressaltamos o importante papel do profissional de saúde, pois é esse profissional que fará o primeiro contato com as famílias, coletando os dados
importantes à tomada das decisões da equipe como um todo, coordenadores e gestores. Potencialmente, esse profissional, por meio das visitas
frequentes ao cidadão, tem condições de atuar na construção da consciência sanitária, uma vez que pode discutir com as pessoas os
condicionantes e determinantes de saúde. Dessa forma, o desenvolvimento dos serviços se dará de maneira humanizada e equânime.
"[...] a relação entre a equipe e a população de referência baseia-se na contratação de responsabilidades pelo cuidado integral, que
entre outros significa ação longitudinal, de seguimento, que requer a construção de vínculo e corresponsabilização, bem como o uso
de tecnologias de trabalho como projetos terapêuticos singulares, interconsultas, grupos de discussão, entre outros, o que recombina
ofertas tradicionais baseadas, mormente, em consultas individuais por profissionais." (PACHE, 2010, p.16).
Utilizaremos como instrumentos imprescindíveis à promoção de saúde os indicadores, os quais iram nortear as ações apontando para as questões
mais frágeis, os pontos mais vulneráveis em uma comunidade. Assim como os indicadores, os profissionais de saúde também atuam como
poderosos instrumentos para a viabilização, elaboração, articulação e aplicação das ações estratégicas. Todo o processo se dá pela coleta,
sistematização e análise de dados que apontam paraas condições em vivem os indivíduos na comunidade. Esse processo envolve todos os temas
que aqui discutimos, esses fazem parte de um método que visa um só objetivo: a promoção, prevenção e recuperação da saúde.
A coleta de dados pode se dar através da observação direta e de formulários específicos, como as fichas discutidas nas primeiras aulas, reuniões
com a comunidade ou ainda em instituições que atuam no território e que podem ser parceiras. Na observação direta, o olhar do profissional é um
importante instrumento desde que esteja atento às concepções que norteiam o seu trabalho. Devemos atuar com base no novo e amplo conceito de
saúde e não com a visão que trata a saúde como ausência de doenças. Nessa perspectiva, saúde é qualidade de vida e tudo que impacta a qualidade
de vida das pessoas interessa aos profissionais de saúde.
A sistematização dos dados visa organizá-los e/ou agrupá-los de uma forma que nos permita visualizá-los mais facilmente. Essa prática favorece a
análise da situação de saúde e instrumentaliza as decisões tomadas. A avaliação é uma etapa do planejamento e nos diz sobre a realidade do
território e o resultado da atuação da equipe. Vale lembrar que a promoção da saúde envolve a dimensão política, social, demográfica etc. Na
essência da atuação em saúde, há um compartilhamento de responsabilidades, potencialidades e limites observáveis na atuação de uma equipe
local.
A avaliação em saúde persegue o aperfeiçoamento das atividades em nível local, o conhecimento contínuo da equipe em relação ao território, a
motivação da equipe, a competência com que as atividades estão sendo desenvolvidas e deve incorporar o nível de satisfação da população
atendida. Podemos observar, então, que a avaliação é também um instrumento para a compreensão do resultado da nossa ação, bem como contribui
para as definições acerca das ações futuras e intervenções necessárias para a melhoria dos níveis de saúde da população adscrita. Nesse sentido, "a
avaliação pode ser entendida como uma atividade que envolve a geração de conhecimento e a emissão de juízos de valor sobre diversas situações e
processos, como, por exemplo, projetos de investimento, políticas públicas, programas sociais etc.” (CAMPOS et al., 2010, p.83). Esse conceito
sintetiza o que discutimos sobre avaliação até aqui e nos remete a vários enfoques possíveis quando pensamos em como avaliar.
A avaliação pode ser pensada a partir de vários enfoques como:
Estrutura: Existência e adequação da estrutura física, equipamentos, insumos, recursos humanos necessários ao desenvolvimento das
responsabilidades da equipe e necessidades da população atendida. Nesse aspecto, deve ser observado o modelo implementado, especialmente,
nos pontos de referências existentes e na articulação interna;
Processo: Serviços prestados pela equipe à população;
Resultados: Mudanças ocorridas no estado de saúde da população.
Diante do exposto, podemos observar que se trata de mais um trabalho em equipe. Os sistemas de informação em saúde são instrumentos valorosos
no processo de avaliação.
A avaliação pode, ainda, se dar em termos da efetividade, eficácia e eficiência, que se tornaram medidas clássicas. Arretche (2001, p. 31-34)
apresenta essas tendências na avaliação de políticas públicas da seguinte maneira:
Avaliação de efetividade: Exame da relação entre a implementação de um determinado programa e seus impactos e/ou resultados; reforço à
questão da causalidade; impacto, resolubilidade;
Avaliação da eficácia: Avaliação da relação entre os objetivos e os instrumentos e seus resultados; metas propostas e metas alcançadas ou entre
instrumentos previstos e instrumentos efetivamente empregados. Exige pesquisa de campo capaz de aferir e reconstituir o processo de
implantação e/ou implementação da política sob análise. Consiste no exame do processo concreto e da adequação e coerência dos meios e
instrumentos utilizados durante a vigência de um determinado programa;
Avaliação de eficiência: Relação entre o esforço empregado na implementação e os resultados alcançados (custo-benefício). Essa medida nos dá
a possibilidade de controlar os recursos e assegurar a qualidade dos serviços prestados. Eficiência é um objetivo democrático, ainda que a
eficiência no serviço público não seja a mesma coisa da eficiência no setor privado (equação entre custos mais reduzidos possíveis e resultados
os melhores, mensuráveis, possíveis).
É importante abordarmos, ainda, a respeito da avaliação normativa, a qual envolve a análise do andamento dos serviços da equipe em uma visão
mais interna, administrativa e institucional. Essa visa avaliar o desempenho individual e coletivo de todos que atuam nos serviços de saúde. Além da
avaliação normativa, devemos também dar enfoque à avaliação estratégica, essa é mais participativa, na qual teremos a possibilidade de envolver
diferentes atores sociais. A avaliação normativa é mediadora da comunidade e dos serviços de saúde.
A avaliação e o monitoramento não são práticas corriqueiras nos serviços de saúde. Logo, devemos entender melhor o conceito de monitoramento
conceitos:
"Compreende-se monitoramento como parte do processo avaliativo que envolve coleta, processamento e análise sistemática e
periódica de informações e indicadores de saúde selecionados com o objetivo de observar se as atividades e ações estão sendo
executadas conforme o planejado e estão tendo os resultados esperados." (BRASIL, 2005, p. 20, apud CAMPOS et al., 2010, p. 83).
Como enfatizam os autores citando o Ministério da Saúde, o monitoramento integra a avaliação, mas é algo mais corriqueiro, uma vez que a
avaliação tende a ser um "flash", um momento mais específico, embora a avaliação seja essencial aos serviços de saúde.
Referências:
ARRETCHE, Marta. Tendências no estudo sobre avaliação. In: RICO, Elizabeth Melo. Avaliação de políticas sociais: uma questão em debate.
São Paulo: Cortez, 2001.
CAMPOS, F. C. C. et al. Planejamento e avaliação das ações em saúde. Belo Horizonte: Nescon/UFMG, Coopmed, 2010.
CAMPOS, R. O. e FURTADO, J. P. org. Desafios da avaliação de programas e serviços em saúde. Campinas – SP. ed. UNICAMP. 2011.
MENDES, E. V. org. Organização da Saúde no Nível Local. ed. HUCITEC. São Paulo, 1998.
PACHE, D. F. Contribuições da Política de Humanização da Saúde para o Fortalecimento da Atenção Básica. p. 11-28. Caderno Humaniza SUS. Série
B. Textos Básicos de Saúde. Ministério da Saúde, Brasília – DF, 2010.
Este material foi baseado em:
NASSAU, Kérlia. Planejamento em Saúde Coletiva e Construção de Redes Comunitárias para a Promoção da Saúde. Instituto Federal do Norte de
Minas Gerais/Rede e-Tec Brasil, Montes Claros: 2015.
Última atualização: quinta, 11 mai 2023, 17:20
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