Buscar

POLITICA,ESTADO,DEMOCRACIA - Aula 1 - Introduçao

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO 
• A Ciência Política estuda “a realidade política, o fenômeno 
político, o mundo ou o universo político e a res pu-
blica” (expressão do latim que significa "coisa do povo" ou 
"coisa pública", e que deu origem à palavra “república”) 
• Seu objeto de estudo, então, é “o conhecimento do uni-
verso político polarizado pelo fenômeno político do poder”, 
que ela analisa e transforma em um “conhecimento orde-
nado, racional, objetivo e metódico” que pode ser recep-
cionado pelos outros ramos do saber 
CONCEITUAÇÃO 
• Ciência Política: é uma ciência social dedicada ao estudo 
dos Estados, dos governos e de outras instituições que de-
tenham poder. Engloba a teoria e a prática de políticas, a 
análise de sistemas políticos e os comportamentos rela-
cionados. 
• A força estatal é marcada pelo poder, e o poder perpassa 
todas as estruturas sociais. 
→ Cabe à ciência política, portanto, o estudo de todo o 
processo histórico do exercício do poder, desde as es-
truturas mais rudimentares até as mais complexas e as 
mais modernas 
TEORIA DO ESTADO 
• Teoria do Estado: ramo da ciência que investiga e analisa 
as principais características do Estado, bem como seus 
aspectos, contextos, estruturas, origens, etc. Tudo isso com 
a finalidade de possibilitar reflexão e aperfeiçoamento. 
• Como consequência direta da multiplicidade e da grande 
abrangência do objeto de estudo da Ciência Política, que 
se detém, como vimos, sobre o Estado, o poder e as rela-
ções que deles decorrem em todas as suas esferas e âm-
bitos, teóricos e juristas acompanham a tendência univer-
sal de estudar a Ciência Política a partir de um aspecto 
tríplice ou tridimensional que compreenda as dimensões 
filosófica, sociológica e jurídica. 
→ Dimensão filosófica: A Filosofia conduz para os livros de 
Ciência Política a discussão de proposições em relação 
à origem, à essência, à justificação e aos fins do Estado, 
como das demais intuições sociais geradoras do fenô-
meno do poder, visto que nem todos aceitam circuns-
crevê-lo apenas à célula máter, que no caso seria na-
turalmente o Estado, acrescentando-lhe os partidos, os 
sindicatos, a igreja, as associações internacionais, os 
grupos econômicos, etc. 
→ Dimensão Sociológica: Sendo o fenômeno político um 
fato social por excelência, como ensina Durkheim, a 
análise de um fato político vai fundamentar uma Socio-
logia Política, que vai compartilhar com a Ciência Política 
noções e discussões sobre grupos, classes, ideologias, 
etc. 
→ Dimensão Jurídica: A dimensão jurídica da Ciência Polí-
tica tem como grande expoente o trabalho de Kelsen, 
considerado o “Pai do Positivismo”, para quem o Estado 
e o Direito seriam uma única coisa. O Direito, para Kelsen, 
seria a lei. E a lei seria o que definiria e constituiria o Es-
tado. Nesse raciocínio, o papel do Estado seria o de re-
alizar a positivação do Direito. Seguindo essa aborda-
gem, Kelsen propõe também uma Teoria Geral do Es-
tado com bases fundamentalmente jurídicas, que assi-
milam o Estado ao Direito. Segundo ele, o Estado perten-
ceria ao mundo do “dever-ser” (que ele chama de “sol-
len”) e seria explicado pela “unidade das normas de di-
reito de determinado sistema”. Assim, para o autor, 
“quem elucidar o direito como norma elucidará o Es-
tado”, porque a força coercitiva do Estado é o mesmo 
que o grau de eficácia da norma jurídica. O Estado, na 
teoria de Kelsen, é esvaziado de toda substantividade e 
de todas as implicações de ordem moral, ética, histórica, 
sociológica. 
A TEORIA DO ESTADO E O DIREITO 
• Segundo Maluf, o Estado é uma organização destinada a 
manter, pela aplicação do Direito, as condições universais 
de ordem social. E o Direito é o conjunto das condições 
existenciais da sociedade, que ao Estado cumpre asse-
gurar. Para o estudo do fenômeno estatal, tanto quanto 
para iniciação na ciência jurídica, o primeiro problema a 
ser enfrentado é o das relações entre Estado e Direito. 
→ Teoria Monística: também chamada de “estatismo jurí-
dico” e reúne os pensadores que acreditam que o Estado 
e o Direito se confundem em uma só realidade. Para os 
monistas, o Estado é a única fonte do Direito e não existe 
qualquer regra jurídica fora do Estado, somente o “direito 
estatal”. É o Estado quem dá vida ao Direito quando a ele 
empresta a “força coativa” de que detém o monopólio. 
Só o Estado pode agir por meio da coação e uma regra 
Ciência Política 
 
Unidade 1 
ALICIA CAVALCANTE 
 (86) 995118095 | @aliciacavalcantx 
 
POLITICA, ESTADO E DEMOCRACIA 
 
jurídica sem coação seria uma “contradição em si, um 
fogo que não queima, uma luz que não ilumina”. 
→ Teoria Dualística: também chamada de “Teoria Pluralís-
tica”, por sua vez, sustenta que o Estado e o Direito são 
duas realidades “distintas, independentes e inconfundí-
veis”. Para os dualistas, o Estado não se confunde com o 
Direito e nem mesmo é sua única fonte. O que o Estado 
detém é apenas o Direito Positivo (e o poder de positivar 
o Direito), mas o Direito não é e não pode ser visto como 
criação estatal. Trata-se de uma criação social que car-
rega em si os frutos do desenvolvimento e das mudan-
ças que se operam na vida de cada povo sob a cons-
tante influência de fatores sociais, como as questões éti-
cas, psíquicas, biológicas, e econômicas, 
→ Teoria Paralelística: uma corrente eclética, situada em 
uma posição de relativo equilíbrio entre os extremos e 
que, segundo Maluf, vê Estado e Direito como “realidades 
distintas, porém necessariamente interdependentes”. 
Essa teoria reconhece a existência de Direito fora do Es-
tado ao mesmo tempo que admite ser o Estado o de-
tentor da “vontade social predominante” e, portanto, o 
único capaz de positivar o Direito. 
SOCIEDADE 
• Segundo Soares, a sociedade é “o gênero humano, consi-
derado o conteúdo abstrato e todas as formas de convi-
vência humana ou a união entre os homens em geral”, ou, 
nas palavras de Bonavides “todo o complexo de relações 
do homem com seus semelhantes”. 
• Elementos considerados necessários pelos estudos dessa 
natureza para que os agrupamentos humanos sejam re-
conhecidos como sociedades. 
→ Finalidade ou valor social: Pela concepção determinista, 
então, o homem é totalmente submetido às leis naturais 
e ao princípio da causalidade, não podendo escolher um 
objetivo ou orientar a sua vida social pois esta estará 
sempre condicionada a fatores que ele não pode con-
trolar. De acordo com a concepção finalista, o homem 
deve ser sujeito de sua própria história e, assim, contri-
buir para transformações sociais. Já a concepção to-
mista acredita que o homem tem consciência de que 
deve viver em sociedade e, por isso, busca fixar como 
objetivo da sua vida social uma finalidade condizente 
com o que lhe parece mais valioso e com as suas ne-
cessidades fundamentais. Já Tomás de Aquino refere-
se ao bem comum( conjunto de todas as condições de 
vida que configurem e favoreçam o desenvolvimento in-
tegral da personalidade humana) como a finalidade 
principal da sociedade organizada. Nesse raciocínio, é 
responsabilidade do Estado garantir aos membros da 
sociedade as condições necessárias para que alcan-
cem o bem-estar material e cumpram o instinto hu-
mano de conservação. 
→ Manifestações de conjunto ordenadas: ação de um 
grupo em conjunto orientada para um fim específico. E, 
para isso, é preciso que essas ações tenham reiteração, 
ordem e adequação. A reiteração vem da ideia de que 
as manifestações de conjunto em busca de um objetivo 
devem ser realizadas permanentemente, e os atos indi-
viduais devem se conjugar em um todo coletivo. A or-
dem, diz respeito à produção das manifestações para 
que se alcance o objetivo planejado, seja por causali-
dade ou por imputação. E, por fim, a adequação é a ne-
cessária preocupação com as exigências e possibilida-
des da realidade social. 
→ Poder social: capacidade que certos indivíduos têm de 
influenciar a sociedade, por meio do discurso, de seu 
carisma ou pela posse de meios que permitama grande 
difusão de suas ideias. Sempre existiu na sociedade hu-
mana, apresentando, em qualquer grupo social, traços 
característicos de sociabilidade — o poder é um fenô-
meno social — e de bilateralidade — o poder é a corre-
lação de duas ou mais vontades, sendo que uma pre-
domina. 
FUNDAMENTOS DA SOCIEDADE 
• As sociedades organizam-se de formas variadas, que se 
distinguem pelos fins, pela amplitude e pelo grau de in-
tensidade dos vínculos que envolvem os membros do 
grupo social aos tipos de associação existentes. 
→ Fins particulares: Possuem objetivos definidos voluntari-
amente escolhidos por seus membros 
→ Fins gerais: Possuem objetivos indefinidos e genéricos 
que se destinam a possibilitar aos indivíduos que bus-
quem atingir seus fins particulares. 
• O Estado é uma forma de sociedade que Soares deno-
mina como “sociedade política”, que é a que se ocupa da 
“totalidade das ações humanas, coordenando-as em 
função de um objetivo comum”, coexiste com outras es-
truturas sociais 
→ Interpretação organicista: os papéis de cada membro 
estão claramente divididos e definidos, que somados, 
constituem a sociedade. O homem aceita sua condição 
e desenvolve suas funções em prol do conjunto, bus-
cando uma sociedade justa. Os principais teóricos que 
se destacaram nessa corrente foram Aristóteles, Platão, 
Comte (organicismo materialista), Savigny (organi-
cismo ético e idealista) e Del Vecchio. 
→ Interpretação mecanicista: tem especial destaque para 
os filósofos jusnaturalistas, segundo os quais a “socie-
dade é um grupo derivado de um acordo de vontades 
formalizado por seus próprios membros” que se unem 
por um “mesmo interesse comum”, que depende da 
conjugação de seus esforços para que seja alcançado. 
 
De acordo com essas ideias, o fundamento da socie-
dade é, então, o consentimento dos cidadãos firmado 
por meio do pacto social. 
• Os organicistas, então, são os que “se abraçam ao valor 
Sociedade” e se esquecem das liberdades individuais e da 
autonomia. Assim, com base nessas crenças, os organi-
cistas tendem a assumir posições antidemocráticas, au-
toritárias e de direita, bem como defender justificações 
reacionárias do poder e autocracia. Os mecanicistas, ao 
contrário, são os que não reconhecem a sociedade como 
uma realidade suscetível de subsistir fora ou acima dos 
indivíduos, mas apenas como uma soma de partes. 
POLITICA NA GRÉCIA ANTIGA 
• A pólis é comumente conhecida como cidade-estado, 
uma vez que cada pólis possuía ampla autonomia sobre 
si. As pólis eram marcadas por autonomia política, eco-
nômica, jurídica e religiosa, e, assim, a forma de governo 
adotada, os principais deuses venerados e os princípios 
de participação na política eram definidos por cada ci-
dade-estado. 
• Entre todas as pólis gregas, Atenas e Esparta foram as 
maiores, pois acumularam grande poderio econômico, 
militar e político. 
• Em Atenas o modelo clássico desenvolveu-se por conta 
das tensões sociais que demandavam um sistema me-
nos aristocrático (forma de organização social e política 
em que o governo é monopolizado por uma classe privi-
legiada). O desenvolvimento ateniense proporcionado 
pelo crescimento comercial gerou riqueza, mas também 
acentuou as diferenças sociais 
→ Essas diferenças geraram tensões amenizadas por meio 
de reformas de Sólon, governante da cidade no começo 
do século VI a.C. Ele decretou o fim da escravidão por 
dívidas, dividiu a cidade em quatro grupos baseados na 
sua renda, e permitiu que eles participassem da Assem-
bleia, ou seja, na tomada de decisões da administração 
ateniense. 
→ No final desse século, Clístenes, outro governante, apro-
fundou as transformações em Atenas. Ele excluiu os cri-
térios censitários de sua organização e dividiu a cidade 
por localidade, permitindo que a participação na As-
sembleia aumentasse. Na prática, todo homem ateni-
ense, maior de 18 anos, tinha direito de participar da As-
sembleia. Surgia, assim, a democracia ateniense. Esse 
modelo excluía diversos grupos que residiam na cidade, 
como pessoas nascidas em outras cidades (encaradas 
como estrangeiros) e as mulheres. No caso dos homens, 
pode-se falar que os interesses dos ricos e aristocratas 
ainda prevaleciam na Assembleia (também chamada 
de Eclésia). 
• Esparta, por sua vez, possuía um sistema diferente de Ate-
nas, pois, se, em Atenas, o modelo predominante era a 
democracia, em Esparta, o que prevaleceu foi a oligarquia 
(pequeno grupo de interesse que controla as políticas so-
ciais e econômicas em benefício de interesses próprios). 
Esparta era uma sociedade militarizada e herdeira dos 
dórios. Uma pequena classe social de guerreiros possuía 
privilégios, participava da política e explorava o trabalho 
de camponeses pobres (periecos) e dos escravos (hilo-
tas). 
→ Conhecidos como os melhores guerreiros da Grécia, os 
espartanos utilizavam-se da violência para manter as 
“classes subalternas” dominadas. De tempos em tem-
pos, os guerreiros espartanos (chamavam a si de “os 
iguais”) organizavam caçadas para chacinar parte da 
população hilota. 
→ Os guerreiros formavam essa elite que não trabalhava e 
dedicava-se integralmente à vida militar. O treinamento 
militar em Esparta iniciava-se na infância e estendia-se 
por toda vida. A partir de determinada idade, os militares 
tinham o direito de entrar na vida política. O governo da 
cidade era feito por dois reis, por um conselho (Gerúsia) 
que cuidava das leis, e pelo Eforato — formado por cinco 
membros eleitos pela Assembleia de guerreiros para um 
mandato de um ano, atuando como auxiliares na to-
mada de decisão dos reis. 
POLITICA EM ROMA 
• A república romana foi o período da Roma antiga que su-
cedeu o período da monarquia romana, tendo sido mar-
cado por sua organização política: a república. Essa or-
ganização política consistia na forma de um governo sem 
a centralização do poder nas mãos de um só homem, 
contrário ao que ocorria antes, no período monárquico. 
• A Roma republicana tinha uma estrutura política que se 
consolidava com seus cargos magistrais (cargos públi-
cos do governo), cujos representantes eram escolhidos 
em assembleias(compostas apenas pela elite romana, 
os patrícios, e pelo Senado) com forte influência do Se-
nado, que exercia praticamente o controle do governo de 
Roma durante a república. 
• Esse período extenso, de quase 5 séculos, também é mar-
cado pelo seu desenvolvimento rumo à grande fase do 
império romano. Durante a república romana, houve um 
grande desenvolvimento econômico e militar, além de so-
cial e cultural. 
→ Destacam-se, assim, as guerras púnicas e o domínio 
sob o Mar Mediterrâneo, que foram fatores cruciais para 
o desenvolvimento da república de Roma. 
 
→ Após as guerras púnicas, Roma assume o controle sobre 
o Mar Mediterrâneo (uma das consequências da ex-
pansão romana), houve, neste período, a mudança da 
mão de obra principal de Roma, que deixou de ser com-
posta por plebeus e passou a ser formada por escravos, 
por conta da grande quantidade de povos escravizados 
pelos romanos vindos da guerra. Isso fez com que hou-
vesse um aumento do poder patrício, por possibilitar a 
criação de latifúndios de mão de obra escrava, o que 
levou à marginalização da plebe e a um grande deslo-
camento de plebeus do campo para as cidades. Em 
meio à pobreza e à miséria da plebe, surge uma nova 
classe social de comerciantes, que, mesmo fora da no-
breza, começa a exercer influência política devido às 
suas riquezas. 
• É importante destacarmos que houve um grande au-
mento na desigualdade social dentro de Roma, assim 
como o surgimento de novas classes sociais influentes e 
com poder político. Esses fatores foram os primeiros indí-
cios da crise republicana iniciada no século II a.C. 
POLITICA NA IDADE MEDIA 
• A Idade Média tem no Feudalismo uma estrutura social, 
política, económica e religiosa, onde as relações estabe-
lecidas eram de vassalagem, onde o rei era o senhor mais 
poderoso. 
• A sociedade feudal era estamental,isto é, dividida em 
classes com funções muito bem definidas, e na qual a as-
censão social era bastante difícil. 
→ Nobreza (bellatores): classe privilegiada, detentora de 
terras, que tinha como função, dentro da ideologia 
medieval, proteger a sociedade; 
→ Clero (oratores): membros da Igreja Católica que 
cumpriam funções religiosas. Também era uma classe 
privilegiada, uma vez que a Igreja detinha riqueza, po-
der e terras; 
→ Camponeses (laboratores): grupo empobrecido que 
sustentava a sociedade feudal por meio de seu traba-
lho e dos altos impostos que pagava. 
• No aspecto político, a vassalagem era uma das grandes 
manifestações do feudalismo. Essa estrutura surgiu por 
volta do século VIII e estabelecia as relações de poder en-
tre rei e nobres de cada reino. Por meio da vassalagem, o 
rei (suserano) e os nobres (vassalos) realizam um 
acordo estabelecendo laços de fidelidade entre si. Os 
vassalos recebiam um feudo (terra) e tinham como obri-
gação auxiliar o seu suserano na execução da justiça, na 
administração do reino e na guerra, se necessário. 
• Santo Agostinho, foi fortemente influenciado pelo pensa-
mento de Platão. No seu pensamento ele apresenta o mo-
delo de duas cidades, a cidade de Deus e a Terrena. 
→ A cidade de Deus, iria reunir os eleitos, aqueles que vi-
vem de acordo com a lei de Deus, estes conseguiriam 
alcançar a paz e a justiça, o amor perfeito e a realiza-
ção pessoal. 
→ Enquanto que a cidade Terrena era o reino do satanás, 
em permanente conflito, sem harmonia, vivia-se num 
Estado turbulento. 
• Segundo Santo Agostinho, o Estado devia tentar alcan-
çar a cidade de Deus. 
→ Num 2 momento ele aborda a questão da autoridade 
política, e entende que esta é uma dádiva de Deus, daí 
que ele entenda que o dever de obediência é absoluto 
na relação governados/governantes.. 
→ No 3º momento ele debruça-se sobre a relação entre 
a Igreja e o Estado, as relações entre o poder eclesiás-
tico e o poder civil são concebidos de forma separada 
e independente; ele considerava perigoso a ingerência 
do poder civil sobre o poder eclesiástico, e vice versa. 
• São Tomás de Aquino, fez a síntese entre o cristianismo 
e o pensamento aristotélico. Foi um autor jusnaturalista, 
que defendia a existência de uma ordem única na na-
tureza, criada pela providência divina, especialmente no 
homem e sua provisão. De acordo com este autor, exis-
tem as seguintes leis: 
→ Lei Divina: estas são as normas reveladas diretamente 
pela divindade pelas escrituras , e estas normas são 
superiores à todas as outras, mas não são suficientes 
para reger a vida da cidade. 
→ Lei Natural: é a participação da lei eterna na criatura, o 
mesmo que dizer que são normas ditadas pela razão 
divina enquanto cognoscíveis pela razão humana, isto 
é, era preciso procurar fazer o bem, e evitar fazer o mal 
(concepção tomista – o bem deve ser feito e o mal 
evitado). 
→ Lei eterna: é a lei promulgada por Deus, e que tudo or-
dena, em tudo está, tudo rege. A Lei Eterna é uma di-
rectriz para tudo, é uma ordem imperativa, é regente 
do todo, a partir da razão divina que a tudo inspira. Isto 
é, é a lei geral criada para todos os seres do universo. 
→ Lei Humana: é o complemento ou particularização da 
lei natural, “toda a lei criada pelo homem, só teria na-
tureza de lei, se estiver em consonância com a lei na-
tural, só seria justa, só seria justa se não contrariasse a 
natureza”. 
• São Tomás avança que o homem só encontra a sua re-
alização na cidade. Defende que o Estado é o bem co-
mum, avança com a doutrina da origem popular do po-
der, e defende que o poder tem uma origem divina, e 
 
que só através do povo é que o poder pode ser transfe-
rido para os governantes. Aceita a classificação de Aris-
tóteles das formas de governo, e apresenta a tirania 
como a pior destas formas, e defende que a melhor 
forma era a monarquia, e avança um governo misto, 
concebido por Aristóteles e construído por Políbio e Cí-
cero, em que se conjuga a monarquia com a aristocra-
cia e o poder popular. 
→ No 2º momento, ele aborda a necessidade da comu-
nidade política para a realização do homem, o homem 
é um animal político, daqui decorre que a sociedade 
política tem uma origem natural, ele realçava a neces-
sidade do homem estar integrado num Estado, o que 
não significa que o Estado se sobreponha ao homem, 
pelo contrário, tendo sido criado a semelhança de 
Deus, ele tinha dignidade e um conjunto de direitos, 
para ele, o homem não era uma peça do mecanismo 
estadual, tem autonomia e independência, tem fins 
próprios, um próprio direito de ação ligado à Deus, por 
isso não pode ser esmagado pelo Estado. 
→ Num 3º momento São Tomás de Aquino debruça-se 
sobre o bem comum como o fim do Estado. Defendia 
que os homens deviam ter o mínimo de bens que pu-
dessem assegurar a sua subsistência, porque só assim 
ele poderia de facto prosseguir os fins eternos que mo-
tivam a sua existência. 
POLITICA NA IDADE MODERNA 
• No campo político, a Idade Moderna surpreendeu, centra-
lizando o poder e inaugurando uma política absolutista. O 
poder era voltado somente aos reis e ao Estado, neutrali-
zando a participação dos cidadãos nas decisões políti-
cas. A nobreza detinha privilégios econômicos, jurídicos e 
sociais; sobrando ao povo, impostos e retaliações. 
• A teoria política de Maquiavel reflete o que ele vivenciou: 
uma política não democrática em uma cidade cheia de 
conflitos internos e externos pelo poder, além de sofrer a 
forte influência da Igreja Católica. 
→ Destacou a importância de se manter o poder, ou seja, 
do governante manter-se no governo, para que o Estado 
e a ordem social sejam preservados. Ele se destacou 
como um teórico do absolutismo, mas é necessário ob-
servar o porquê: mais por conservação da ordem do 
que por concordar com qualquer formação de privilé-
gios políticos. 
→ Maquiavel foi importante por separar o domínio religioso 
do domínio político

Continue navegando

Outros materiais