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CARDIOPATIAS ISQUÊMICAS- INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ISQUEMIA: perda do suprimento sanguíneo e deficiência na perfusão. Diminuição ou suspensão da irrigação sanguínea de parte de um órgão. Isquemia absoluta versus relativa- depende do grau de obstrução vascular, demanda metabólica do órgão e da capacidade de transporte de gases. Diminuição da capacidade de captação de Ca²⁺ e gerar ATP. Etiologias para isquemia miocárdica: • Aterosclerose. • Embolia coronariana. • Espasmo coronariano (incluindo causas tóxicas - intoxicação cocaínica e outras drogas com atividade vasoconstritora). • Complicação de doenças do tecido conjuntivo (vasculites, síndrome de Marfan). Discuta brevemente os mecanismos pelos quais hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e diabetes mellitus contribuíram para as condições aguda e crônica apresentadas pelo paciente. HAS- Causa dano endotelial contínuo pela alta pressão nos vasos. Essa modificação endotelial aumenta a permeabilidade do colesterol LDL no endotélio. Isso facilita a formação de aterosclerose. DISLIPIDEMIA- Causa dano endotelial pelo acúmulo de lipídios na corrente sanguínea. Ele tem um aumento do colesterol total, com muito mais LDL (leva colesterol aos tecidos) do que HDL (leva ao metabolismo hepático). Isso favorece a formação de aterosclerose. DIABETES MELLITUS- Causa dano endotelial pelo acúmulo de glicose.Essa modificação endotelial aumenta a permeabilidade do colesterol LDL no endotélio. Isso facilita a formação de aterosclerose. A aterosclerose favorece a formação de êmbolos pela fratura da placa lípide com ação do sistema de coagulação. As Urgências Hipertensivas são situações clínicas sintomáticas em que há elevação acentuada da PA (PAS ≥ 180 mmHg e/ou PAD ≥ 120 mmHg) sem lesão de órgão alvo (LOA) aguda e progressiva. Já nas Emergências Hipertensivas há elevação acentuada da PA com LOA aguda e progressiva com a lesão deles. ● CARDIOPATIA ISQUÊMICA Múltiplas síndromes com relação fisiopatológica e associadas à isquemia miocárdica. Tipos de cardiopatias isquêmicas: ● Angina pectoris. NÃO REPRESENTA DOENÇA Quadro clínico de dor torácica intermitente causada por isquemia miocárdica transitória e reversível, insuficiente para produzir necrose de cardiomiócitos. Em geral, ocorre quando há > 70% de obstrução coronariana fixa (aterosclerose). Dor pré cordial relacionada a esforço físico ou situações de emoções fortes. Angina não é sinônimo de infarto, uma vez que não possui necrose do miocárdio. A deficiência do suprimento vascular gera um déficit metabólico (menos cálcio e menor produção de ATP) causando um estresse celular. CLASSIFICAÇÃO Angina estável: desconforto precordial típico, causado por estresse físico ou emocional, aliviado em repouso ou por uso de nitrato. Angina instável: dor em repouso com duração de > 20 minutos. Alto risco para infarto miocárdico e pode levar à óbito. Angina Prinzmetal: angina por vasoespasmo coronariano (indivíduos tabagistas - menor concentração de óxido nítrico). Pode levar a arritmias importantes. NÃO ESTÁ ASSOCIADO À ATEROSCLEROSE ● Infarto miocárdico. Área de necrose miocárdica secundária à isquemia. Primeira causa de óbito no Brasil (100 mil óbitos anuais - DATASUS). Associado a fatores de risco modificáveis (obesidade, dislipidemia, tabagismo, diabetes mellitus, sedentarismo) e não modificáveis (idade, sexo masculino, fatores genéticos). Sinais e sintomas típicos: dor precordial intensa e irradiada, epigastralgia, náusea e diaforese. Até 25% dos pacientes podem apresentar sinais e sintomas atípicos ou ser pouco sintomáticos (sobretudo diabéticos e idosos). Alterações em eletrocardiograma: supra ou infradesnivelamento de segmento ST. Alterações laboratoriais: aumento dos níveis séricos de CK-MB e troponinas T e I (a partir de 4 horas, pico em 24-48 horas), mioglobinas. Choque cardiogênico é geralmente associado a infartos ocupando >30%(média: 40%) do ventrículo esquerdo. O prognóstico do paciente é inversamente relacionado ao tamanho do infarto. É essencial a estimativa do tempo de um infarto. Importância: • Motivos clínicos: determinar a intervenção. • Motivos forenses: causa da morte versus fator contribuinte. Diagnóstico de eventuais negligências. Critérios: • Clínica: fatores de risco, exame clínico, exames complementares. • Macroscopia: autópsia e peças cirúrgicas (transplante). • Microscopia: histologia e colorações especiais. - MORFOLOGIA Aspectos avaliados: presença de sinais de lesão de reperfusão, infarto anêmico ou com transformação hemorrágica, tempo de isquemia ou reperfusão e presença de cicatrização periférica ou central. Infartos agudos- ausência de achados morfológicos ou pálido/ hemorrágico. Halo hiperêmico (inflamação). 24 horas entre sintomas e óbito. Infartos subagudos- tecido de granulação. 1 a 3 dias (macrófago + neutrófilo) ou de 7 a 10 dias- macrófago. Fragilidade tecidual. Arritmia e choque ou rompimento do tecido de granulação Infarto cicatrizado- cicatriz. Perdeu função COMPLICAÇÕES Lesão miocárdica causada por restabelecimento da circulação após evento isquêmico com consequente expansão da área necrótica. Fatores envolvidos: • Estresse oxidativo. • Influxo de cálcio intracelular. • Regulação abrupta do pH intracelular. • Inflamação. Morfologia: transformação hemorrágica do infarto por lesão microvascular. complicações (10 dias- rompimento do tecido de granulação): ruptura de parede (parede ventricular livre, septo interventricular) e musculatura papilar, insuficiência mitral, aneurisma ventricular e trombose intracardíaca. Pode gerar aneurisma no ápice do ventrículo esquerdo, podendo gerar um tromboembolismo, por trombose intracardíaca. ● Morte cardíaca súbita (arritmia fatal). Síndrome decorrente do colapso cardíaco súbito, que ocorre dentro de uma hora após o início dos sintomas. Na maior parte dos casos é instantânea e leva à perda de consciência em segundos. - PATOGÊNESE A patogênese dependente da idade do paciente: 0-6 meses: anomalias cardíacas congênitas, síndrome da morte súbita do lactente. Adultos jovens (média: 30 anos): cardiomiopatias (cardiomiopatia hipertrófica (autossômica dominante), displasia arritmogênica ventricular, cardiopatia dilatada), miocardites e endocardites, doenças infiltrativas e de armazenamento (hemocromatose, sarcoidose, amiloidose, síndrome de Fabry), doenças vasculares e valvares (anormalidades coronarianas, aneurismas, dissecções), canalopatias. 45-75 anos: complicações agudas da aterosclerose. - MORFOLOGIA Eletrofisiologia: fibrilação ventricular, assistolia. Achados anatomopatológicos: • ausência de alteração morfológica miocárdica com ou sem estenose coronariana (60%). • ruptura aguda de placa aterosclerótica. • infarto agudo ou em organização. • hipertrofia. Por que ocorre em atletas? muita exigência física, aumento da FC (>190bpm), aumento da ventilação pulmonar (40X), desidratação, alteração eletrolítica, elevado consumo energético. • Cardiopatia isquêmica crônica. Insuficiência cardíaca progressiva que resulta de lesão miocárdica por isquemia. Histórico de infarto miocárdico na maioria dos casos. Pode morrer tardiamente por insuficiência cardíaca. Complicações: infartos recorrentes, arritmias e descompensação de insuficiência cardíaca congestiva. Morfologia: graus variados de hipertrofia. Infartos cicatriciais. Miocardioesclerose: manifestação crônica de microinfartos clinicamente silenciosos. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Definição: é a incapacidade do coração em adequar sua ejeção às necessidades metabólicas do organismo, ou fazê-la somente através de elevadas pressões de enchimento. Via final da maioria das cardiopatias. Critérios de classificação: ● Aguda ou crônica. - Insuficiência cardíaca aguda: Lesões miocárdicas agudas. Infartos extensos, miocardite aguda, etc. - Insuficiência cardíaca crônica: Lesões miocárdicas crônicas. Miocardiopatia dilatada, hipertensão arterial sistêmica, valvulopatias, cardiopatia isquêmica crônica. ● Esquerda e/ou direita. - Insuficiência cardíaca esquerda: Mais comum.Disfunções relacionadas ao coração esquerdo. Se associa com sinais de sobrecarga circulatória no território pulmonar. CONGESTÃO E EDEMA DE PULMÃO - Insuficiência cardíaca direita: Secundária à IC-E ou a doenças que cursam com hipertensão pulmonar. Se associa com sinais de congestão sistêmica. FÍGADO EM NOZ MOSCADA Insuficiência cardíaca global. ● Sistólica ou diastólica. - Insuficiência cardíaca sistólica: É a forma mais comum, correspondendo a 70% dos casos de ICC. Ocorre por deficiência na contratilidade miocárdica com diminuição do volume de ejeção, dilatação cardíaca e elevação da pressão diastólica de VE. - Insuficiência cardíaca diastólica: Corresponde a 30% dos casos de ICC. O ventrículo não se relaxa adequadamente. A ejeção é normal, porém, às custas de uma elevada pressão de enchimento ventricular. ● Baixo débito ou alto débito. - Baixo débito: Diminuição progressiva do débito cardíaco. - Alto débito: O débito cardíaco é normal, mas insuficiente para atender às demandas metabólicas - clínica de IC + débito cardíaco aumentado (p.ex. anemia grave, hipertireoidismo). • Perfil hemodinâmico (perfusão e congestão): seco/úmido e quente/ frio. ● CASO CLÍNICO Carlos, 56 anos, possui antecedentes de hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e diabetes mellitus tipo 2. Deu entrada no pronto-socorro com queixa de dor precordial de forte intensidade e de início súbito, com irradiação para o membro superior esquerdo e mandíbula, associada à sudorese fria, náuseas e tontura. Relata que no último ano apresentou vários episódios de dor semelhantes, que surgiam quando caminhava por mais do que dois quarteirões, mas como a dor melhorava com repouso, tinha decidido não procurar atenção médica. (angina pectoris estável) Ao exame físico: regular estado geral, ansioso, sudorese fria, boa perfusão periférica. PA: 140/90 mm Hg, FC: 106 bpm, FR: 20 irpm. À ausculta pulmonar apresentava estertores finos em ambas as bases. Ausculta cardíaca sem alterações. Após o diagnóstico do eletrocardiograma (supradesnivelamento de segmento ST em derivação correspondente à parede anterior), foram coletados marcadores cardíacos (dosagens obtidas: mioglobina: 2,5 μg/mL (ref. até 0,15 μg/mL) e CK-MB: 15 ng/L (ref. até 5,0 ng/L)). Em 15 minutos após admissão hospitalar foi submetido à trombólise farmacológica. No entanto, evoluiu com arritmia (fibrilação ventricular) e choque cardiogênico, indo a óbito. Indicações de infarto: elevação de mioglobina e CK-MB, revelando necrose de miócitos. Fator de risco para aterosclerose: Hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e diabetes mellitus tipo 2. Descreva os processos patológicos básico e específico associados à cardiopatia isquêmica apresentada pelo paciente Carlos que o motivou a procurar auxílio médico em pronto-socorro. Alteração circulatória com infarto branco; lesão celular irreversível com presença de necrose coagulativa (isquêmica). Discuta brevemente os mecanismos pelos quais Carlos apresentou piora clínica significativa por arritmia e choque cardiogênico fatal após o procedimento de trombólise farmacológica. Lesão de isquemia e reperfusão. Acontece pela reatividade do oxigênio na reperfusão que causa uma lesão maior na isquemia. Lesão miocárdica causada por restabelecimento da circulação após evento isquêmico com consequente expansão da área necrótica. Fatores envolvidos: • Estresse oxidativo. • Influxo de cálcio intracelular. • Regulação abrupta do pH intracelular. • Inflamação. Morfologia: transformação hemorrágica do infarto por lesão microvascular. Discuta a alternativa que descreve as alterações patológicas que ocorreriam no miocárdio viável caso o paciente Carlos não morresse. A- atrofia e regeneração. B- hipertrofia e cicatrização. C- hiperplasia e cicatrização. D- metaplasia e regeneração.