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EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 1IR PARA O ÍNDICE O Problema do Funding no Mercado de Crédito Para Habitação no Brasil Volume 01 - Mercado de Habitação, Crédito e Funding http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 2IR PARA O ÍNDICE Olá! Este eBook é um PDF interativo. Isso quer dizer que aqui, além do texto, você tam- bém vai encontrar links, botões e um índice clicável. Ao clicar na opção IR PARA O ÍNDICE, você será direcionado para a página de sua prefe- rência, proporcionando uma navegação interativa. Quando o texto estiver assim, significa que foi transformado em Hiperlink. Ao clicá-lo, você será direcionado para um site, um post ou algum material que irá complementar a informação. Eperamos que essas funções ajudem você a aproveitar melhor o nosso conteúdo! Tenha uma ótima leitura! DICAS IMPORTANTES PARA A LEITURA DESTE EBOOK Aqui você poderá compartilhar este ebook através das redes sociais, utilizando os ícones interativos no canto superior esquerdo da página. http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://assim EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 3IR PARA O ÍNDICE Introdução 05 Mercado imobiliário e crédito imobiliário Funding imobiliário e a experiência internacional Contratos de poupança prévia Depósitos de poupança Bancos públicos Títulos hipotecários Mercado secundário de hipotecas Conclusão Sobre a Concapital 06 13 15 21 34 24 35 29 26 O QUE VOCÊ ENCONTRA NESTE EBOOK ÍN D IC E http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 4IR PARA O ÍNDICE ABECIP - Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança BACEN - Banco Central do Brasil BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNH - Banco Nacional de Habitação CCI - Cédulas de Crédito Imobiliário CEF - Caixa Econômica Federal CRI - Certificado de Recebíveis Imobiliários FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FGV - Fundação Getúlio Vargas FII - Fundo de Investimento Imobiliário IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LCI - Letras de Crédito Imobiliário PIB - Produto Interno Bruto SBPE - Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo SFI - Sistema Financeiro Imobiliário SFN - Sistema Financeiro Nacional SNHIS - Sistema Nacional da Habitação de Interesse Social LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS: http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 5IR PARA O ÍNDICE Olá! Este ebook busca explicar de maneira clara sobre um vasto estudo de habitação no Brasil, com todos os seus problemas e modelos. Desta forma, dividimos ele em 3 volumes para que possamos expor de forma dinâmica todos os tópicos e variações necessários. Neste primeiro volume, entenderemos sobre a importância de um imóvel, seja para os compradores (que na grande maioria possuem a pretensão de morar), e também como uma forma de investimento. Além disso, você vai conhecer melhor sobre funding e os modelos mais utilizados no mercado. Para a construção deste eBook, adotamos uma pesquisa bibliográfica e deixaremos para você, em todos os volumes, a lista de referência completa deste estudo, caso queira se aprofundar ainda mais no assunto. Desta forma, esperamos que este material o auxilie por completo sobre o mercado de habitação e seus diversos modelos. Boa leitura! INTRODUÇÃO http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 6IR PARA O ÍNDICE Mercado imobiliário e crédito imobiliário http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 7IR PARA O ÍNDICE Mercado imobiliário e crédito imobiliário Todos sabemos que o consumo da habitação é uma necessidade básica do ser humano, e que pode ser segmentado entre aqueles que pretendem utilizá-lo para a moradia e aqueles que utilizam para compor seus investimentos. Este mercado possui uma grande importância na economia nacional devido ao volume de recursos em suas operações e de seu impacto social, que é determinado pela compra e venda de ativos imobiliários e possui características específicas quando falamos de economia. É difícil conseguirmos uma definição quando se trata de habitação, pois os elementos que o compõem não são claramente definidos, assim como a valorização dos elementos não é percebida facilmente. Algumas características deste bem, em termos econômicos, o diferencia dos demais disponíveis no mercado. Elas podem ser descritas como durabilidade, diversidade, possibilidade de consumo ou investimento, etc. http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 8IR PARA O ÍNDICE Mercado imobiliário e crédito imobiliário Falando de imóveis, de maneira geral: Os imóveis são bens duráveis e únicos, e cada um possui diferentes atributos, o que dificulta a sua precificação. Ele amplia os custos de pesquisa e cria desigualdade de informação. Há alguns fatores que, ao ser comparado com outros bens mais tradicionais consumidos pelas famílias, como os automóveis, por exemplo, representam altos custos envolvidos. Os custos de transação, taxas imobiliárias, taxas cartorárias, são exemplos claros do que estamos falando. Sobre o tempo de produção dos imóveis, entramos em outro assunto com alta relevância, já que isso acaba ampliando os prazos para reposição dos estoques de imóveis já prontos. E comparado aos outros bens consumidos por família, como demos o exemplo acima, ele possui mais um ponto de atenção e falaremos melhor dele fator mais a frente. Como descrito anteriormente, existe a possibilidade desses bens serem utilizados para consumo ou investimento, ou seja, eles podem assumir ambas as características quando o consumidor reside em um imóvel de sua propriedade. Esta característica se chama imobilidade espacial dos bens ofertados. A localização destes bens deve ser planejada e considerada no momento em que o seu preço é determinado, para os próprios consumidores poderem fazer uma análise sobre custos de locomoção ou transporte se forem residir ou trabalhar, por exemplo. Além de tudo, os imóveis também podem sofrer devido ao impacto da localização à infraestrutura e distância de centros urbanos. Portanto, lugaresdiferentes apresentam demandas mais diferentes ainda dentro do mercado de habitação. http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 9IR PARA O ÍNDICE Estoque de Imóveis: quais as vantagens e desvantagens? Devemos entender que com o aumento no estoque de imóveis, há um efeito direto na diminuição da contratação por novas habitações, reduzindo desse modo o fluxo de novas unidades. Também no outro modelo de fluxo versos estoque apresentado, o aumento de estoque levaria a uma redução no preço dos serviços, o que causaria um desincentivo na compra de novas habitações, por exemplo. Desta maneira, teríamos um impacto negativo na expansão do estoque sobre unidades novas. As principais variáveis que afetam a demanda por habitação, são: 1) Variação demográfica: Se baseia na hipótese de que a habitação é um bem de primeira necessidade, portanto, o aumento da população contínua leva a um aumento na demanda. Pode ser subdividida em: composição etária; variação do tipo, tamanho e composição das famílias. 2) Variação de renda: A renda é a principal variável da função consumo, em que a flexibilidade da renda sobre habitação aponta para uma elasticidade-renda igual a 1. Isto representa uma estabilidade dos gastos com habitação à medida que a renda varia, tais como renda disponível, distribuição de renda e nível de desemprego. Mercado imobiliário e crédito imobiliário http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 10IR PARA O ÍNDICE Mercado imobiliário e crédito imobiliário 3) Variação do preço da habitação; A relação dos preços dos aluguéis e dos preços de comercialização oferece de forma implícita, a taxa de retorno do investimento em habitação. Sendo assim, variações na relação preço de compra e no preço dos aluguéis afetam a demanda por habitação. 4) Oferta de habitação: A oferta de habitação recebe pouca atenção, pois conforme a hipótese de concorrência na produção, a oferta no longo prazo é determinada pela demanda 5) Oferta de crédito: A oferta de crédito para compra da habitação possui um papel fundamental na determinação da demanda, pois o valor de compra de um imóvel equivale de 3 a 4 salários anuais dos indivíduos. 4) Condição de financiamento para compra; 5) Relação do custo de aquisição e dos preços de aluguel. E com tudo isso, o que influencia a demanda? No curto prazo, os aspectos que influenciam a demanda são os custos de produção na construção dos imóveis e as condições de financiamento, basicamente. http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 11IR PARA O ÍNDICE Mercado imobiliário e crédito imobiliário Crédito para construção, você sabe o que é? O crédito para construção é um fator muito relevante para este mercado, uma vez que a maturação dos investimentos possui um prazo maior devido a um longo processo para a construção de novas habitações. Já os custos de produção são fortemente impactados pelo aumento de demanda na construção civil, uma vez que a produção de novos imóveis se utiliza do mesmo insumo que as obras de infraestrutura, construções comerciais ou industriais. E o crédito imobiliário? O crédito imobiliário é o nome dado às diversas linhas de empréstimos para compra de imóveis. De maneira bem resumida, crédito imobiliário é uma modalidade de financiamento (empréstimo) que viabiliza a construção ou a compra de um imóvel, seja ele novo ou usado, residencial ou comercial. Este crédito é o mercado de empréstimos para aquisição de ativos imobiliários, e este por sua vez, é profundamente conectado com o mercado imobiliário. Os recursos que alimentam a oferta de crédito imobiliário são captados em diversas fontes por meio de duas premissas: o imóvel como garantia e o longo prazo como pagamento do empréstimo. O financiamento à habitação, por exemplo, por meio do crédito imobiliário, é o principal elemento de qualquer política habitacional. Existem dois principais objetivos a serem atingidos para que se desenvolva um mercado de financiamento à habitação viável e sustentável: O primeiro, é que este mercado deve fornecer lucro para todos os agentes envolvidos, pois, se este objetivo não for atingido, o mercado atrairá pouco investimento privado. http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 12IR PARA O ÍNDICE Mercado imobiliário e crédito imobiliário O segundo, é a adaptação do mercado a capacidade de pagamento dos potenciais mutuários, e caso este objetivo seja ignorado, a população de baixa renda é isolada do mercado, dada a redução da capacidade de pagamento por conta de sua renda anual, o que se torna algo grave. Portanto o financiamento habitacional tem como premissa permitir o acesso à moradia. Não é um empréstimo único e isolado de interesse exclusivo das partes, e a sua análise deve ser feita dentro de um contexto social, com o objetivo do bem coletivo, o que refletirá em novos empréstimos para as famílias que esperam adquirir a casa própria. http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 13IR PARA O ÍNDICE Funding imobiliário e a experiência internacional http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 14IR PARA O ÍNDICE Funding imobiliário e a experiência internacional Para começar, você sabe o que é funding? O funding é a conversão de um débito de curto prazo, em um de longo prazo. Os recursos obtidos com a venda de títulos de longo prazo são empregados para saldar os débitos imediatos. No mercado imobiliário, por exemplo, é entendido como a captação de recursos por parte das instituições financeiras para empréstimos na forma de crédito imobiliário. Como você já deve saber, existem alguns modelos de funding para o crédito imobiliário. Os modelos mais utilizados são: • Contratos de poupança prévia; • Depósitos de poupança; • Bancos habitacionais públicos; • Títulos hipotecários; • Mercado secundário de hipotecas; http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 15IR PARA O ÍNDICE Contratos de poupança prévia http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasilhttp://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 16IR PARA O ÍNDICE Contratos de poupança prévia Você sabe o que é poupança prévia? No modelo de poupança prévia, o indivíduo deve poupar um determinado valor mensal por um prazo médio de 5 anos, e após encerrado o período de poupança, o poupador terá direito a um contrato de financiamento para aquisição do imóvel. Este modelo também recebe o nome de Contractual Savings Schemes for Housing (CSSH). Basicamente, este modelo consiste na captação de funding por meio de recursos poupados pelos mutuários durante um determinado período. Estes recursos são vinculados a um contrato de crédito imobiliário futuro e, após o período de poupança, o mutuário deixa de depositar as parcelas referentes à poupança e começa a pagar as parcelas do financiamento. CSSH Resumidamente, CSSH é um modelo de financiamento específico. Não temos ainda no Brasil, mas possui forte atuação no mercado exterior. Este modelo apresenta pequenas diferenças nos países em que foi implementado, que estão divididos em dois grupos e se assemelham na forma de administrá-la: de um lado, a Europa; e, de outro lado, a Ásia e a América Latina. Na Ásia e na América Latina, ele é praticado por meio de fundos previdenciários que possuem concessão governamental, ou como parte do portfólio de bancos habitacionais. http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 17IR PARA O ÍNDICE Contratos de poupança prévia Na China, por exemplo, o fundo previdenciário para habitação funciona através da poupança compulsória recolhida diretamente dos trabalhadores, que contribuem com 50% do montante recolhido e os empregadores com os outros 50%. Já na Europa, o processo já é diferente. Existem dois modelos do CSSH: o modelo fechado e o aberto. E como funciona o modelo fechado? No modelo fechado, durante o período de poupança, o mutuário realiza depósitos mensais que são remunerados a uma taxa de juros pré-acordada entre o mutuário e a instituição. Com isso, após o período de poupança, vem o período de espera para que o sistema mantenha sua liquidez em caso de descompasso entre o montante de fundos captados e o montante demandado. Por fim, na sequência, o contrato entra na fase do empréstimo, em que o mutuário paga a taxa de juros pré-estabelecida em seu contrato. Ah, é importante ressaltar que quando existe insuficiência de fundos para que a instituição financeira honre os empréstimos para o financiamento do imóvel, os contratos preveem que poderá existir um período de espera por parte do mutuário para que seja honrado o empréstimo vinculado a sua poupança. Mas e o spread bancário dentro deste modelo? O spread bancário fica fixo, pois isto é uma premissa que mantêm o modelo isolado das variações do mercado de capitais. Desta forma, a instituição financeira só pode alocar os recursos captados para os empréstimos na forma de contrato de crédito imobiliário, o que, devido à possibilidade de http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 18IR PARA O ÍNDICE Contratos de poupança prévia falta de recursos para honrar os contratos de empréstimos, origina o momento de espera descrito anteriormente . Ainda no modelo fechado, a instituição financeira só pode alocar os recursos captados para os empréstimos na forma de contrato de crédito imobiliário, o que, devido à possibilidade de falta de recursos para honrar os contratos de empréstimos, origina o momento de espera descrito anteriormente. Na figura ao lado, ilustramos o funcionamento do modelo fechado de CSSH. Como vemos, o sistema fica desvinculado das variações da inflação e das taxas básicas de juros, formando assim um sistema mais eficiente em países que possuam instabilidade macroeconômica. E qual o risco deste modelo? O risco consiste na exigência de um controle dos fluxos de entrada e saída dos recursos por parte das intuições financeiras que administram os contratos, isto ocorre para poderem de manter os tempos de espera constantes e com um prazo razoável. O modelo diferencia os mutuários de acordo com o volume e o prazo da poupança, evitando assim, o descasamento e recompensando os mutuários que mais contribuíram para o funding. Elaborado pelo autor a partir dos dados (ROY, 2008, p.1). http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 19IR PARA O ÍNDICE Contratos de poupança prévia Ok, agora como funciona o modelo aberto? No modelo aberto, a instituição pode captar funding para os empréstimos de outras fontes, além dos poupadores, diminuindo o período de espera. Porém, as taxas de juros pagas aos mutuários durante o período de poupança e as cobradas durante o período de empréstimo não são fixas e são determinadas, geralmente, já no início do período de contrato. O spread bancário não é fixo, mas, em ambos os modelos, o montante que o mutuário terá direito após o período de poupança é um múltiplo do valor que já foi poupado. E qual o risco deste modelo? O risco consiste no descompasso entre a captação e os empréstimos dos recursos, dado que uma variação na taxa de juros e na inflação pode diminuir a captação, abatendo os recursos. Outro fator de risco, se refere à possibilidade de spread negativo para as instituições financeiras, se os valores das taxas de juros dos empréstimos e da poupança forem pós- fixados, por exemplo. Principais vantagens do CSSH Digamos que a principal vantagem deste modelo para os agentes financeiros é a captação de funding para os mutuários de baixa renda, pois o agente financeiro tem a possibilidade de conhecer este mutuário durante o período de poupança e mitigar em parte o risco moral do empréstimo. Já para o governo, a vantagem é preencher a lacuna da oferta de fundos de longo prazo que serviam de funding para o crédito imobiliário. Por fim, as vantagens para os mutuários é a possibilidade dos empréstimos com taxas de juros menores do que as praticadas pelo mercado. http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 20IR PARA O ÍNDICE Contratos de poupança prévia Na Alemanha e na França, o CSSH é largamente utilizado. As instituições especializadas que administram este tipo de contrato, geralmente, são subsidiárias de bancos comerciais.. A Alemanha utiliza o modelo fechado, Bausparkasse, com taxas de juros dos contratos de captação e empréstimos pré-fixadas. Com isto, o sistema fica protegido tanto de variações no mercado quanto de variações nas taxas de juros, mantendo um spread positivo ao longo do período do contrato. Na França adota-se um modelo aberto, em que as taxas do contrato de empréstimo são acordadas ao final do período de poupança prévia. Este modelo apresenta,em alguns casos, o descompasso entre as taxas de empréstimo e captação, por exemplo. Em ambos os países existem subsídios estatais que visam estimular e facilitar a aquisição de moradias pela população de baixa renda. Eles podem ser em forma de “prêmio” a ser acrescentado ao valor já poupado, diminuindo assim o valor do imóvel para o comprador, também por meio da isenção de impostos sobre os valores poupados pelos mutuários aumentando o montante da poupança. http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 21IR PARA O ÍNDICE Depósitos de poupança http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 22IR PARA O ÍNDICE Depósitos de poupança O depósito de poupança é um dos principais modelos de captação de funding, sendo a solução pioneira para o financiamento imobiliário. Basicamente, consiste em captar recursos de poupadores e emprestá-los aos compradores. Para intermediar esta transação, tem-se a figura do agente financeiro, que absorve boa parte do risco oriundo do empréstimo, pois garante a liquidez aos depositantes no curto prazo enquanto realiza empréstimos de longo prazo. Na figura abaixo, ilustramos a relação entre os agentes: E as principais características deste modelo, são: 1) a instituição financeira intermediária do crédito cumpre as funções de originar e administrar o empréstimo durante sua vigência, além de captar fundos para o mesmo; 2) geralmente, a taxa de juros para remuneração dos depósitos é variável e a taxa de juros do empréstimo é fixa; 3) a natureza dos fundos captados é de curto prazo, e o crédito é de longo prazo; 4) o imóvel permanece como garantia da operação de crédito. Qual o risco deste modelo? No modelo de depósito de poupança, as instituições financeiras assumem duas situações possíveis: a primeira, é o risco atrelado ao descasamento entre a taxa de remuneração paga aos depositantes e os juros cobrados dos mutuários http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 23IR PARA O ÍNDICE Depósitos de poupança que adquiriram o empréstimo. Neste caso, a taxa paga aos depositantes é pós-fixada e a taxa dos empréstimos é pré- fixada. Já na segunda situação, ocorre o risco do descasamento de prazos, uma vez que o crédito imobiliário se configura como um empréstimo de longo prazo e a poupança possui liquidez quase que imediata. O descasamento fica evidente em cenários que apresentam crescimento da taxa de inflação. Mas por quê? Com o crescimento da taxa de juros, o custo de captação das instituições financeiras cresce e diminui a diferença entre a receita oriunda dos empréstimos já realizados e os novos depósitos na poupança. Para as instituições financeiras, o principal atrativo em operar como intermediadora financeira do empréstimo para o crédito imobiliário é o cross-seling. Ele representa a oportunidade de vender para estes clientes outros produtos financeiros, uma vez que o contrato de crédito imobiliário é de longo prazo. http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 24IR PARA O ÍNDICE Bancos habitacionais públicos http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 25IR PARA O ÍNDICE Bancos habitacionais públicos Como sabemos, alguns países possuem como instituição financeira o banco público para intermediar o empréstimo sob a forma de crédito imobiliário, e a captação de funding dos bancos públicos é realizada via poupança compulsória e/ou impostos. Como funciona? Os bancos públicos ofertam crédito imobiliário com taxas diferenciadas, pois utilizam subsídios governamentais e poupança compulsória como meio de garantir a oferta de funding. Apesar de mitigar o risco de descasamento de prazos, quando o banco público utiliza a captação via poupança compulsória, outros riscos aparecem. Um exemplo destes riscos, é que quando o banco público aparece como fomentador do crédito imobiliário, corre-se o risco do efeito crowding out. Mas o que é isso? É basicamente a expulsão dos bancos privados do mercado, agravando assim os problemas já mencionados no tocante à atuação do banco público como originador de crédito imobiliário. É importante reforçar que este modelo apresenta também a impossibilidade de execução das garantias em caso de inadimplência por questões políticas. O excesso de burocratização pode estimular critérios políticos para a concessão de crédito, ocasionando à ineficiência na alocação dos recursos. http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 26IR PARA O ÍNDICE Títulos hipotecários http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 27IR PARA O ÍNDICE Títulos hipotecários Os títulos hipotecários são títulos emitidos por instituições financeiras, geralmente, bancos, lastreados nos recebíveis dos contratos de crédito imobiliário. Eles possuem como garantia os imóveis vinculados aos créditos imobiliários, e os imóveis que servem como garantias reais formam o grupo de ativos. Os investidores que adquirem os títulos possuem prioridade em caso de falência ou insolvência da instituição financeira sobre o pool de ativos. Cover bound: Sob o ponto de vista da instituição financeira, o cover bound é qualificado como dívida e é considerado um instrumento financeiro de captação de longo prazo. Os cover bounds possuem dupla garantia, que é principal precaução os distingue de outros tipos de captação de recursos, pois os investidores possuem direito ao fluxo de caixa futuro da instituição que o emitiu, e também ao grupo de ativos que estão vinculados os créditos imobiliários. Como é feito uma emissão de título hipotecário? Existem duas formas de emissão. O tradicional (cover bound) conta com a emissão de títulos por parte de instituições financeiras em países que possuem legislação específica para tanto. Na União Europeia, por exemplo, a emissão de títulos é regulamentada pela CRD, em que o máximo de comprometimento do colateral é de 80% para imóveis residenciais e 60% para imóveis comerciais. Tipos de operação para emissão de um título: Destacam-se dois tipos de operação estruturada, os quais replicam o modelo doscover bounds. No primeiro tipo, usado http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 28IR PARA O ÍNDICE Títulos hipotecários pelos bancos do Reino Unido e da Holanda, os ativos são transferidos para uma Sociedade de Propósito Específico de forma a separar o ativo do balanço do banco originador. No segundo tipo, a emissão do título é feita por uma subsidiária da instituição financeira e permanece como ativo no balanço da instituição financeira matriz. Em caso de insolvência da instituição financeira, a subsidiária toma o ativo de seu balanço para garantir o pagamento aos investidores. E quais são as desvantagens? O principal problema enfrentado pelo modelo de emissão de títulos hipotecários é a questão da informação assimétrica. Para reduzir o risco na emissão de títulos hipotecários no mercado primário, é necessária a classificação dos títulos pelas agências de classificação de risco. É importante destacar que as instituições são fiscalizadas por autoridades públicas, para sempre garantir a transparência e a liquidez desses títulos. Além disto, o outro risco é a antecipação da liquidação do empréstimo por parte do tomador do empréstimo. Ela é paga pelo tomador do empréstimo à instituição financeira com desconto, porém o mesmo não pode ser repassado aos investidores que compraram o título. Isso ocasiona um descompasso entre o que a instituição financeira recebe e o que ela paga pelos recursos captados. http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 29IR PARA O ÍNDICE Mercado secundário de hipotecas http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 30IR PARA O ÍNDICE Mercado secundário de hipotecas O mercado secundário de hipotecas surge da emissão de títulos hipotecários. Os títulos hipotecários emitidos são negociados no mercado de capitais e, após a aquisição, são adquiridos pelos agentes no mercado de capitais (mercado primário) e revendidos para os investidores finais (mercado secundário). De forma resumida, os credores originais cedem seus financiamentos para terceiros, que, por sua vez, agregam diversos financiamentos adquiridos e vendem os direitos de recebimento e de pagamentos a investidores. Alguns desses investidores podem usar esses direitos para lastrear papéis de sua emissão. Esse processo que pode resultar em inúmeras etapas entre o investidor final e o mutuário do financiamento imobiliário, é chamado de securitização. Falando da principal diferença entre o modelo de captação via cover bounds e os modelos do mercado secundário de hipotecas, é a separação das funções no mercado secundário. No mercado primário, a instituição financeira acumula os papéis de originação, serviços de funding e gestão do risco da carteira. Já no mercado secundário, estas funções são separadas entre agentes especializados. Os agentes são: • Originadores: São instituições financeiras, geralmente bancos hipotecários, que originam os créditos imobiliários por meio do empréstimo aos clientes finais; • Servicer: Adquirem os títulos hipotecários dos originadores e os revendem no mercado secundário; • Instituições do mercado secundário: São fundos de pensão, fundos de investimento e outras instituições que adquirem os títulos imobiliários no mercado secundário e os vendem para os investidores finais. • Seguradoras: Assumem um percentual do risco de crédito; • Investidores finais: Compram os títulos e promovem liquidez ao mercado. http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 31IR PARA O ÍNDICE Mercado secundário de hipotecas Esta divisão de funções realça a necessidade de regulamentação do sistema, pois para desempenhar o papel de regulador, é essencial a participação do governo. Mas, este modelo também traz consigo alguns riscos, e os principais são: Pipeline risk: é o risco temporal entre o momento em que a instituição firma um compromisso com o mutuário por meio do crédito imobiliário e a venda deste crédito no mercado secundário. No intervalo de tempo pode ocorrer a desvalorização do título; Packaging risk: Caso exista aumento de taxa de juros do mercado, a instituição do mercado secundário corre o risco de registrar queda no preço de um pacote de empréstimos, no intervalo entre a compra dos créditos e o agrupamento dos mesmos para a venda no mercado secundário; Portifolio risk: É o risco que os investidores institucionais que compram os títulos emitidos pelo “conduits” correm em registrarem aumento das taxas de juros de mercado e, consequentemente, declínio do valor de sua carteira de investimentos. Além disso, o modelo do mercado secundário sofre também do mesmo problema de informação assimétrica existente na emissão dos títulos no mercado primário, apresentando um elevado grau de dependência e de confiança dos investidores finais nos títulos emitidos. Para lidar com estes problemas, existem diversos agentes privados e estatais que possuem como objetivo diminuir o risco de moral hazard e os de informação assimétrica. Para mitigar o risco da revenda, aparece a figura da seguradora, que é uma instituição que absorve parte dos riscos de inadimplência e de antecipação dos créditos imobiliários vinculados ao título negociado no mercado secundário. Para o desenvolvimento do mercado secundário de hipotecas, os pré-requisitos descritos a seguir devem ser satisfeitos. • O primeiro pré-requisito é a estabilidade macroeconômica, que afeta a demanda e a oferta do mercado de crédito imobiliário. Na ótica da demanda, um ambiente com alto grau de volatilidade econômica diminui a demanda por crédito imobiliário. Na ótica da oferta, a instabilidade econômica diminui a oferta de crédito imobiliário. http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 32IR PARA O ÍNDICE Mercado secundário de hipotecas • O segundo pré-requisito é desenvolvimento legal do mercado de crédito imobiliário. Um sistema desenvolvido de alienação do imóvel, para que o mesmo possa ser utilizado como garantia dos empréstimos e assim funcionar como garantia para a captação de funding, é importante para a liquidez do mercado primário e secundário. • O terceiro pré-requisito é um mercado de crédito imobiliário competitivo. O crédito imobiliário precisa ser um investimento atrativo, fornecendo ao investidor um retorno positivo e real. As taxas de juros dos contratos de crédito imobiliário ofertadas pelas instituições originadoras devem ser determinadas no mercado. Quanto mais competitivo for o mercado de crédito imobiliário, maiores são as chances do desenvolvimento do mercado secundário de hipotecas. A exceção a essa premissa são mercadosem que, a captação de funding existe em sua grande parte via depósitos em poupança. Caso exista larga oferta de funding a um custo baixo, o processo de securitização não é viável, pois os custos da securitização só fazem sentido quando existe uma grande demanda por crédito imobiliário e uma oferta de funding barato, por meio dos depósitos em poupança. • O quarto pré-requisito, é a padronização dos instrumentos do mercado de crédito imobiliário. O fluxo de caixa gerado pelos títulos emitidos no mercado secundário precisa ser previsível e para isso, os contratos de crédito imobiliário precisam ser padronizados, a fim de que as agências de risco possam classificá-los com mais precisão e um custo menor. • O quinto pré-requisito é a forma de origem dos contratos de crédito imobiliário. Os investidores precisam confiar que os critérios para a originação são sólidos no tocante à análise da capacidade de pagamento dos clientes (que tomam o empréstimo) e na análise da documentação dos imóveis usados como garantia dos empréstimos. http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 33IR PARA O ÍNDICE Mercado secundário de hipotecas • O sexto e último pré-requisito, é composto pelos services. Estes devem coletar os pagamentos dos créditos e remetê-los periodicamente aos investidores, o que representa uma tarefa importante e trabalhosa. Os services também são os primeiros detentores das informações sobre os empréstimos imobiliários. Eles necessitam assim mantê-las sempre atualizadas, a fim de informar os investidores periodicamente sobre o desempenho dos empréstimos imobiliários que deram origem aos títulos. Neste contexto, existe um aumento das oportunidades e das formas de captação de funding para o crédito imobiliário no modelo de captação via mercado secundário quando comparado ao modelo de captação puramente via títulos de hipoteca. A principal vantagem das economias desenvolvidas que fomentam um mercado secundário de hipotecas é o aumento da liquidez nos títulos de hipoteca, os quais são títulos de dívida privada. http://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil http://twitter.com/intent/tweet?text=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://www.sienge.com.br/problema-do-funding-brasil EBOOK GESTÃO TOTAL DE EMPREITEIROS 34IR PARA O ÍNDICE CONCLUSÃO Neste volume, conhecemos o conceito com diversos exemplos da importância do mercado imobiliário de um país e suas variações que o torna tão dinâmico e complexo. Vimos sobre os modelos praticados para captação de funding no mercado internacional, como funciona na prática e quais suas vantagens e seus riscos. Dentro do contexto econômico e de investimento, devido aos altos valores envolvidos, o mercado de capitais tem também influência nesse grande ciclo que é funding do mercado imobiliário e como há oportunidades para os investidores em ampliar sua rentabilidade com suas variações de riscos e garantias. No próximo volume, abordaremos o problema do Brasil quanto ao mercado de títulos privados. Porém, vale salientar que o aumento de liquidez no mercado primário promove um aumento relevante na oferta de funding para o crédito imobiliário. Até a próxima leitura! GOSTOU DO CONTEÚDO? 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