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Norma Processual Penal - Direito Penal

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NORMA PROCESSUAL PENAL - PARTE GERAL 
1 - CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL 
“É o conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação jurisdicional do direito 
penal, bem como as a�vidades persecutórias da Polícia Judiciária, e a estruturação dos 
órgãos da função jurisdicional e respec�vos auxiliares”. (José Frederico Marques) 
O Processo Penal não é visto apenas como um simples instrumento a serviço do poder 
puni�vo (Direito Penal). 
Desempenha o papel de limitador do poder Estatal, garan�ndo também os direitos dos 
indivíduos a ele subme�dos. 
O processo penal é um caminho necessário para se chegar, legi�mamente, à pena. Daí 
porque somente se admite sua existência quando ao longo desse caminho forem 
rigorosamente observadas as regras e garan�as cons�tucionalme nte asseguradas. 
Há que se compreender que o respeito as garan�as fundamentais não se confunde com 
impunidade, e jamais se defendeu isso. 
 PODEMOS DESTACAR AS SEGUINTES FINALIDADES: 
1- Conferir efe�vidade ao Direito Penal; 
2- Fornecer meios e caminhos para a aplicação da pena ou garan�r a absolvição; 
3- Pacificação social com a solução de conflitos. 
CARACTERÍSTICAS: 
1- Autonomia: O direito processual não é submisso ao direito material, tem princípios e 
regras próprias (ex: prazos) 
2- Instrumentalidade: faz a atuação do direito material penal, consubstanciando o 
caminho a ser seguido para obtenção de um provimento. 
3- Norma�vidade: disciplina de caráter dogmá�co possui codificação própria. 
A TRILOGIA DE NORBERTO AVENA: 
PODER
 
DIREITO
 
PROCESSO
 
 
O Estado é titular do Jus 
Puniendi . 
O exercício do Jus Puniendi 
pelo Estado é limitado pelo 
direito Processual 
Processo Criminal como 
instrumento por meio do 
qual o Estado exerce o jus 
puniendi. (regido por 
conjunto de normas) 
2 - PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL: 
Princípios são postulados que se irradiam por todo o sistema de normas, fornecendo um 
padrão de interpretação, integração, conhecimento e aplicação do direito posi�vo, 
estabelecendo uma meta maior a ser seguida. (Nucci). 
1. DEVIDO PROCESSO LEGAL: Consagrado no art. 5, LIV CF. É o estabelecido na lei, devendo 
traduzir-se em sinônimo de garan�a, atendendo assim aos ditames cons�tucionais. O devido 
processo legal guarda raízes no principio da legalidade. 
O processo deve ser instrumento de garan�a contra os excessos do Estado, visto como 
ferramenta de implementação da Cons�tuição Federal, como garan�a suprema do “jus 
liberta�s”. 
2. AMPLA DEFESA: Fundamentada no art. 5, LV da CF. Amplos e extensos métodos para se 
defender a imputação feita pela acusação. A parte é hipossuficiente em relação ao Estado, 
pois, este é sempre mais forte. 
Subdivide-se em: 
1- Defesa técnica: efetuada por profissional habilitado. 
1.1- Sempre obrigatória. Súmula n. 523 do STF, art. 396, §2º do CPP e art. 55, §3º da Lei. 
11.343/06. 
2- Autodefesa: realizada pelo próprio imputado. 
2.1- Direito de audiência: oportunidade de influir na defesa por meio de interrogatório. 
2.2- Direito de presença: possibilidade do réu tomar posição, a todo momento, sobre o 
material produzido, sendo-lhe garan�da a imediação com o defensor, o juiz e as provas. 
3. PLENITUDE DE DEFESA: U�lizada no Tribunal do Júri, art. 5, XXXVIII, “a” da CF. Busca -
se garan�r ao réu uma defesa plena e completa. 
Ampla Defesa Plenitude de Defesa 
Processo Criminal (qualquer acusado) Procedimento do Júri 
A parte oferece provas e argumentos 
técnicos, pois, o Juiz decide de acordo 
com o livre convencimento mo�vado 
A defesa atua de forma completa, u�liza 
argumentos técnicos, de natureza 
sen�mental, social e polí�ca criminal. O 
Jurado decide de acordo com a in�ma 
convicção. 
Alegações finais sem previsão de 
réplica e tréplica. (art. 403 do CPP) 
Possibilidade de réplica e tréplica. 
(art. 477 do CPP). 
 
 
4. CONTRADITóRIO: Previsto no art. 5, LV da CF. Está ligado à relação processual tanto à 
acusação quanto a defesa. 
Direito assegurado às partes de serem cien�ficadas de todos os atos e fatos ávidos no 
curso do processo, podendo manifestar-se a respeito e produzir as provas necessárias 
antes de ser proferida a decisão judicial. É mais abrangente que a ampla defesa (a�nge 
os dois polos). 
Em algumas situações será u�lizado em momento posterior (contraditório diferido). 
Ex: 1- Decretação da prisão preven�va (art. 282, §3º do CPP) 2- Sequestro de bens (art. 
125 do CPP), 3- Interceptação de comunicação telefônica (Lei. 9.296/96). 
5. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU NÃO-CULPABILIDADE: Previsto no art. 5, LVII da CF. Antes 
da sentença condenatória transitado em julgado, todos são presumidamente inocentes. 
Prevalece este status mesmo se houver recurso pendente. (rela�vizado pelo STF) 
6. : JUIZ NATURAL Art. 5, LIII e XXXVII da CF. O juiz deve ser anteriormente designado pela lei, 
não pode ser criados tribunais ou determinar juízes específicos para julgar um caso pós-fato. 
7. :JUIZ IMPARCIAL As decisões não podem ser parciais, corruptas e dissociadas do equilíbrio 
que as partes esperam do magistrado, não pode ter vínculo subje�vo com o processo. Caso 
ocorra parcialidade o juiz será declarado impedido (art.252 do CPP) ou suspeito (art. 254 do 
CPP) previstas no Código de Processo Penal. A declaração pode ser de o�cio ou alegada 
pelas partes. 
8. PUBLICIDADE: Determinada nos ar�gos 5º, LX, XXXIII, 93, IX da CF, art. 201, §6º do CPP. A 
regra é que os atos processuais sejam públicos, com exceção as dete rminações legais quanto 
ao sigilo. (preservação da in�midade e interesse social). 
9. V ERDADE REAL, MATERIAL, SUBSTANCIAL (ART. 566 DO CPP): o magistrado pauta seu 
trabalho na reconstrução dos fatos com obje�vo de aproximar -se ao máximo da verdade 
plena, apurando os fatos até onde for possível soluciona-los para proferir sentença que 
esteja de acordo com elementos concretos e não ficções ou presunções. Ex: art. 156, 201, 
209, 234, 242 e 404 do CPP. 
 10. PRINCÍPIO DA INÉRCIA 
 
Também chamado de princípio da inicia�va das partes, esse princípio estabelece que o juiz 
não pode agir de o�cio para dar início à ação penal. Com efeito, dispõe a Cons�tuição 
Federal: 
 
Art. 129. São funções ins�tucionais do Ministério Público: 
I – promover, priva�vamente, a ação p enal pública, na forma da lei. 
11. PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
 
O princípio do duplo grau de jurisdição não está previsto expressamente em nosso 
ordenamento jurídico, mas sim no Pacto de São José da Costa Rica, da seguinte forma: 
 
Art. 7 – Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal 
competente, a fim de que este decida, sem demora, sobre a legalidade de sua prisão 
ou detenção e ordene sua soltura, se a prisão ou a detenção forem ilegais. Nos 
Estados-partes cujas leis preveem que toda pessoa que se vir ameaçada de ser 
privada de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente, a 
fim de que este decida sobre a legalidade de tal ameaça, tal recurso não pode ser 
restringido nem abolido. O recurso pode ser interposto pela própria pessoa ou por 
outra pessoa. 
 
12. PRINCÍPIO NEMO TENETUR SE DETEGERE 
 
Ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo, segundo o teor desse princípio, que 
se relaciona com o direito ao silêncio. 
Precisamos, para melhor entender o alcance desse princípio, diferenciar dois possíveis 
comportamentos do réu: 
 
• comportamento a�vo; 
• comportamento passivo. 
 
O alcance do nemo tenetur se detegere se relaciona com o comportamento a�vo do réu. 
 
Por exemplo, quando se ins�tuiu o exame de bafômetro, havia a previsão de que o réu era 
obrigado a assoprar o equipamento, e isso foi considerado incons�tucional com base nesse 
princípio, pois o réu não pode ser obrigado a esse comportamento a�vo de soprar. 
Por outro lado, o comportamento passivo do réu, em regra, não viola o princípio. Por 
exemplo, a submissão do réu a reconhecimento, em audiência de instruçãoe julgamento. 
Assim, quando o comportamento do acusado não for necessário para produção da prova, 
considera- -se não exis�r violação a tal princípio. 
 
Exame de DNA feito com restos placentários no caso da cantora Gloria Trevi, restos de 
materiais gené�cos, reconhecimento judicial. 
 
O que não se admite é que o réu produza prova contra si mesmo, mas se a prova for 
produzida sem a par�cipação dele, não se viola o princípio. 
 
Segundo a CF, o preso será informado de seus direitos, dentre os quais o de permanecer 
calado. Logo, se ele pode permanecer calado, ele não é obrigado a produzir provas contra si 
mesmo: 
 
 
 
Art. 5º LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer 
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado. 
 
É possível a testemunha invocar o referido princípio em seu favor? Enquanto testemunha, a 
pessoa tem a obrigação de dizer a verdade, salvo se das perguntas formuladas resultar 
autoincriminação, caso em que ela estará protegida pelo nemo tenetur se detegere. 
 
Cumpre destacarmos, ainda que, a NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE , lei 13.869/19 
�pificou entre os seus �pos penais a conduta da autoridade que prossegue com o 
interrogatório, mesmo que a pessoa tenha decidido exercer o seu direito ao silêncio. 
Vejamos: 
 
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, 
ministério, o�cio ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo: Pena - 
detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
13. PRINCÍPIO DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVA S ILÍCITAS 
 
Esse princípio será estudado com mais detalhes e de maneira mais aprofundada quando 
tratarmos do tema provas. Por enquanto, precisamos inicialmente lembrar que no direito 
processual penal prevalece a liberdade dos meios de provas, mas essa liberdade é 
cons�tucionalmente limitada pela vedação das provas ilícitas: 
CF, Art. 5º, LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas ob�das por meios ilícitos. 
 
3 - SISTEMAS PROCESSUAIS 
 SISTEMA INQUISITORIAL 
 
 Trata-se de sistema processual essencialmente autoritário, possuindo como caracterís�ca a 
concentração dos poderes de inves�gar, de acusar e de julgar no mesmo órgão do Estado, 
o que comprome�a a imparcialidade do juiz. E o acusado geralmente permanecia 
encarcerado previamente, sendo man�do incomunicável. 
No Sistema Inquisitorial, o acusado é mero objeto do processo. Adota-se o princípio da 
verdade real (material), admi�ndo-se a u�lização qualquer meio para obtenção da 
confissão, inclusive a u�lização da tortura – aqui, é ní�da a superioridade da confissão em 
detrimento das demais provas. 
 
Outra caracterís�ca bastante mencionada do sistema inquisi torial é o caráter sigiloso e 
escrito dos procedimentos. Vê-se uma mi�gação dos direitos e garan�as fundamentais , em 
favor de um pretenso interesse cole�vo de ver o acusado punido. 
 
 
O Código de Processo Penal de 1941 seguir essa linha de raciocínio, inspirado no Código 
Rocco, da Itália, de inspiração fascista. Preponderava a ideia do juiz em posição 
hierarquicamente superior às partes na relação jurídica processual. O Código centralizou a 
gestão da prova no Juiz. Todavia, o Código sofreu uma reinterpre tação (releitura) com o a CF 
de 1988, que consagrou expressamente o sistema acusatório , conforme se verá. 
 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
Autoritário 
Concentração dos poderes de inves�gar, de acusar e de julgar no mesmo órgão do 
Estado (juiz inquisidor) 
Produção de provas de o�cio (diferente da inércia da jurisdição). Gestão da prova 
pelo Juiz 
Ausência de interferência do acusado 
Procedimento escrito e sigiloso 
Ausência de contraprova (contraditório) 
Acusado é presumido culpado 
Ausência de fundamentação das decisões 
Acusado visto como objeto, e não como sujeito de direitos 
Busca ilimitada da verdade, independentemente dos meios u�lizados (ex: tortura). 
 
 
SISTEMA ACUSATóRIO 
 
O sistema acusatório configura o juiz como um sujeito passivo rigidamente separado das 
partes (equidistante) e o processo como inicia�va da acusação, a quem compete provar o 
alegado, garan�ndo-se o contraditório. 
Caracteriza-se pela presença de partes dis�ntas, contrapondo-se acusação e defesa em 
igualdade de condições, e ambas se sobrepondo um juiz, de maneira equidistante e 
imparcial. 
O magistrado não será o protagonista na produção de provas – sua atuação de o�cio deve 
ter caráter complementar e subsidiária. 
 
No sistema acusatório, a gestão da prova é função das partes , cabendo ao Juiz a função de 
garante das regras do jogo. As partes que devem produzir o material probatório, respeitando 
os princípios do contraditório, da ampla defesa, da publicidade e do dever de mo�vação das 
decisões judiciais. 
 
Esta questão é um dos pontos principais do sistema acusatório, já que, no sistema 
inquisi�vo, a gestão da prova cabe ao Juiz inquisidor, que tem ampla liberdade para colher 
de o�cio provas e elementos de informação. 
 
O Brasil adotou o sistema acusatório e a principal fundamentação repousa no art. 129, I, da 
Cons�tuição Federal, que tornou priva�va do Ministério Público a ação penal pública. 
 
Portanto, este disposi�vo consolidou na Cons�tuição a ideia de que o Magistrado está 
impedido de tomar inicia�vas que não se alinham com sua equidistância do processo, não 
obstante o poder de impulso oficial. Também repousa neste fundamento (sistema 
acusatório) a impossibilidade de o Magistrado promover atos de o�cio na fase inves�gatória 
– deve aguardar inicia�vas da Autoridade Policial ou do Ministério Público. 
 
ATENÇÃO : cumpre destacar que o art. 3-A do CPP, acrescido pela Lei 13.964/2019, ora 
suspenso (ADIs 6268, 6299, 6300 e 6305), deixou expresso a adoção do sistema acusatório . 
Ressalte-se que a suspensão deste ar�go, pelo STF, não permite concluir que nosso 
ordenamento, sob o comando da Cons�tuição Federal, adota sistema diverso do acusatório 
– até porque o sistema já está consagrado no art. 129, I, CF. 
 
O sistema acusatório é garan�sta , e o acusado é tratado como sujeito de direitos. Logo, o 
princípio da “verdade real” é subs�tuído pela “busca da verdade”. A prova deve ser 
produzida observando os princípios do contraditório e da ampla. Os procedimentos são 
marcados pela oralidade e pela publicidade. Trata-se, portanto, de um sistema compa�vel 
com os princípios da imparcialidade e da ampla defesa. 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
Sistema garan�sta 
Rígida separação das funções de inves�gar, acusar e julgar 
Acusado como sujeito de direitos 
A defesa em posição de igualdade com o órgão acusador 
Publicidade dos atos processuais 
Oralidade 
Contraditório 
Livre apresentação das provas pelas partes 
O princípio da verdade real é subs�tuído pelo princípio da busca da verdade, devendo a 
prova ser produzida com fiel observância ao contraditório e a ampla defesa. 
Sistema compa�vel com a garan�a da imparcialidade e do devido processo legal. 
 
SISTEMA INQUISITIVO SISTEMA ACUSATóRIO 
Não há separação das funções de acusar, 
defender e julgar – exercidas por uma 
pessoa só 
Há separação das funções – presença de partes 
dis�ntas 
Verdade real – acusado objeto de 
direitos 
Busca da verdade – acusado sujeito de direitos 
Gestão da prova pelo Juiz inquisidor Gestão da prova pelas partes 
Incompa�vel com a garan�a da 
imparcialidade e com o princípio do 
devido processo legal 
Compa�vel com a garan�a da imparcialidade e 
com o princípio do devido processo legal 
 
 
SISTEMA MISTO OU FRANCÊS (OU ACUSATóRIO FORMAL) 
 
É a fusão dos dois modelos anteriores. Caracteriza-se pela divisão do processo em duas 
fases: fase inquisi�va e fase acusatória . Também é chamado de sistema francês porque 
surgiu com o Código de Instrução Criminal Francês, de 1808. 
 
ü Na fase inquisi�va, há instrução escrita e secreta, sem acusação e sem contraditório. 
Visa-se apurar a autoria e materialidade do fato delituoso. Nesta fase, o Juizexercer a 
gestão da prova, como no sistema inquisi�vo. 
ü Na fase acusatória, o órgão acusador apresenta a acusação, o réu se defende e o Juiz 
julga, vigorando, em regra, a publicidade e a oralidade. Nesta fase, a gestão da prova fica 
a cargo das partes, como no sistema acusatório. 
Eis a questão: se o inquérito policial é inquisitório, porque o sistema brasileiro não é 
considerado misto, mas sim acusatório? É porque o sistema brasileiro não possui fase 
processual inquisitória. É importante ressaltar que o inquérito policial não é fase do processo 
judicial, cons�tuindo apenas procedimento administra�vo, sendo uma fase pré-processual, 
que visa dar embasamento à formação da opinio delic�. 
4 - APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO: 
A Lei processual penal aplica-se imediatamente, adotando o Princípio do Tempus Regit 
Actum (princípio da imedia�dade), ou seja, a par�r do período de vaca�o legis adota-se 
imediatamente a nova norma aos atos processuais futuros, no que tange aos processos em 
curso, sem prejuízo dos atos anteriores realizados sob a égide da an�ga lei. 
Independem de ser benéficas ou prejudiciais ao réu, não retroage. 
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos 
realizados sob a vigência da lei anterior. 
EXISTEM TRÊS SISTEMAS NA DOUTRINA: 
1º Sistema da Unidade Processual: A lei que começou no processo termina este processo. 
2º Sistema das Fases Processuais: A lei acompanha o processo até o final de sua fase 
(postulatória, instrutória, decisória). 
3º Sistema do isolamento dos atos processuais: a lei nova não a�nge os atos processuais 
pra�cados sob a vigência da lei anterior, porém será aplicável aos atos processuais que ainda 
não foram pra�cados, pouco importando a fase em que o feito se encontrar. Adotado por 
nosso ordenamento jurídico: Tempus Regit Actum. STJ HC 123.492. 
- A corrente adotada no Brasil são para normas processuais puras ou próprias 
 
TIPOS DE NORMAS: 
Lei penais puras : disciplinar o poder puni�vo do Estado ( direito material) 
- Para essas vale a regra do direito penal : retroa�vidade de lei penal mais benéfica e 
irretroa�vidade da mais gravosa (extra�vidade) 
Leis processuais puras: regula o início, desenvolvimento ou o fim do processo e os 
diferentes ins�tutos processuais. Art. 2º cpp (regra) 
- Nesse caso vale o princípio da imedia�dade. Sendo aplicada a par�r dali sem efeito 
retroa�vo 
Ex: perícias, rol de testemunhas, ritos, prazos, etc. (mudança de numero de peritos) 
Leis Mistas: São aquelas que possuem caracteres penais e processuais – nesse caso aplica-se 
a regra do direito Penal (extra�vidade) . 
Ex: Normas que regulam representação, ação penal, queixa-crime, perdão, renúncia, etc. 
Ex: Mudança de ação incondicionada para condicionada. 
- Se alguém comete um delito hoje, em que ação é pública incondicionada e posteriormente 
passa a ser condicionada à representação. O juiz deve abrir prazo para a vi�ma representar 
contra o agente, sob pena de Ex�nção da punibilidade. A lei retroagirá por ser mais benéfica 
tendo um aspecto do direito material. 
Ex prá�co. O que aconteceu com a lei 9099/95 (representação nos delitos de lesões leve 
culposas) 
Ex: se a pena é privada e passa para pública incondicionada. 
- neste caso a ação ainda con�nuará sendo privada, pois isso é melhor para o réu (ultra-
a�vidade de lei mais benigna). 
Ex2: art. 366 CPP – suspensão do processo e prescrição 
- NORMAS DE GARANTIA: EXCEÇÃO DOUTRINÁRIA ACEITA PELA MINORIA 
Para esta posição minoritária as normas de direito penal dividem-se em duas categorias: 
normas de garan�as e normas que cuidam de aspectos burocrá�cos 
Em regra, a norma processual não retroage, mesmo que mais benéfica ao réu. Contudo, se a 
norma processual es�ver relacionada a direitos e garan�as individuais –prisão e liberdade-, 
ela seguirá as regras de retroa�vidade do Direito Penal, ainda que seja processual. (Alberto 
Binder (ARG) – Giovani Conso (ITA) – Guilherme Madeira – Aury Lopes Jr. – Norberto Avena). 
Ex.: Tício comete o furto hoje e amanhã vem nova lei que admite Prisão Temporária no 
Furto. Pelo sistema do CPP art. 2º poderia ser aplicada a temporária no caso, porém pela 
doutrina representada por Aury Lopes Jr, não seria possível a prisão temporária do indiví duo 
nesse caso, pois estamos diante de norma de garan�a. 
O que é uma norma PROCESSUAL PENAL HETEROTóPICA? 
 Existem determinadas regras que, apesar de inseridas em diplomas processuais penais (v.g., 
o Código de Processo Penal), possuem um conteúdo material , retroagindo para beneficiar o 
réu. Outras, ao revés, incorporadas a leis materiais (v.g., a Cons�tuição Federal), apresentam 
um conteúdo processual, regendo-se pelo critério tempus regit actum. Ex. art. 186 do CPP 
(natureza material) e art. 109 da CF (natureza processual). 
5 - APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO: 
LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO: 
Em linhas gerais, deve-se afirmar que o processo penal obedece ao PRINCÍPIO DA ABSOLUTA 
TERRITORIALIDADE. 
 Art. 1o CPP O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, 
ressalvados: 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II - as prerroga�vas cons�tucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos 
crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal 
Federal, nos crimes de responsabilidade (Cons�tuição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); 
III - os processos da competência da Jus�ça Militar; 
IV - os processos da competência do tribunal especial (Cons�tuição, art. 122, no 17); 
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130) 
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos n os. IV e V, 
quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso. 
Significa: CPP é a fonte primária das regras de processo penal, não havendo códigos 
estaduais de processo penal 
O processo deve ser regulado pelas normas do lugar onde se desenvolve, ou seja, normas 
brasileiras. 
 
 
Não se admite a intraterritorialidade. Ademais, não têm nossas leis processuais penais 
extraterritorialidade, para regrar os atos pra�cados fora do território nacional. 
O poder Jurisdicional Brasileiro só poderá ser exercido no território nacional 
- Pra�cas de atos processuais no exterior: 
Ex: cumprimento de carta rogatória. O ato processual realizado no exterior deve observar a 
forma e o ritual exigido pelo nosso CPP? Se for pra�cado de outra forma, segundo 
regramento daquele país, o ato é nulo? 
A resposta é Não. Deve obedecer as regras lá vigentes 
- As normas processuais de um país se aplicam sempre pelos tribunais do dito país 
- fala-se no princípio da lex fori (aplicação das normas processuais corresponde ao país a que 
esse tribunal serve) 
Para o CPP extraterritorialidade significa a possibilidade da lei brasileira ser aplicada fora do 
brasil, o que não é aceito. há exceção? 
Trazido por Helio Tornaghi e Ernst Belling 
 - Em território nullius (território sem dono) 
- Em território estrangeiro, com autorização do respec�vo estado 
- em território inimigo ocupado. 
A legislação processual brasileira também se aplica aos atos referentes as relações 
jurisdicionais com autoridades estrangeiras que devem ser pra�cados em nosso país, tais 
como cumprimento de rogatória, homologação de sentença estrangeira e procedimento de 
extradição. 
Em suma: O processo, enquanto cuida de regras e princípios para aplicação do Direito ao 
caso concreto, é manifestação plena da Jurisdição e, ao mesmo tempo, configura limites 
para a�vidade soberana estatal, trazendo em seu bojo uma série de garan�as de caráter 
cons�tucional. 
A relevância da aplicação da lei processual no espaço é, portanto, afirmação da própria 
soberania do Estado, que determinará como serão processados e julgados os feitos peranteos juízos criminais brasileiros. 
Em sede penal, trata-se de garan�a fundamental dos jurisdicionados, já que estes se 
encontram em especial condição de sujeição quando réus em demanda penal. 
 
6. INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL. 
Toda norma, por mais obje�va que seja, precisa ser interpretada. A a�vidade interpreta�va 
da norma visa entender o seu verdadeiro significado e qual o real alcance dele. 
O que o intérprete deve procurar é o conteúdo da lei e a sua vontade (mens legis), e não a 
intenção do legislador (mens legislatoris), pois, uma vez em vigor, a lei passa a ter uma 
existência autônoma. 
A lei processual penal deve seguir todas as regras e princípios hermenêu�cos das demais 
leis. 
O art. 3º do CPP expressa uma dis�nção entre o direito penal material e o direito penal 
processual: no primeiro não cabe qualquer a�vidade hermenêu�ca que vise ampliar o 
objeto da norma, como a analogia in malam partem, mas no processo penal a própria lei 
permite a interpretação extensiva, a interpretação analógica e o suplemento dos princípios 
gerais do direito. 
Art. 3º do CPP – A lei processual penal admi�rá interpretação extensiva e aplicação 
analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
· INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA 
interpretação extensiva, que nada mais é do que a ampliação do sen�do de uma 
determinada norma, para que ela alcance todo o efeito que se espera dela. 
Parece complicado, mas é simples. Veja só um exemplo: 
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consen�mento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. 
- A vontade da norma é de conceder inviolabilidade de domicílio a um rol mais amplo de 
propriedades do que apenas às casas. Sendo assim, é necessário interpretar a norma num 
sen�do mais amplo, para que o termo CASA represente todo �po de propriedade que 
necessita de proteção! 
Outro exemplo de interpretação extensiva é a que a doutrina aplica ao art. 254 do CPP ao 
entender que os jurados também estão sujeitos à suspeição. Ora, os jurados, apesar de 
leigos, são juízes. Na interpretação extensiva, o intérprete amplia o conteúdo do termo para 
alcançar o verdadeiro sen�do da norma. 
 
· ANALOGIA 
É uma forma de integração da lei, u�lizada quando o intérprete efe�vamente “pega 
emprestada” uma norma de outra lei para suprir uma omissão na legislação e conseguir 
oferecer uma solução para o caso. 
No direito penal, a analogia só pode ser u�lizada em bene�cio do acusado. 
O juiz não pode u�lizar uma norma “emprestada” para prejudicar o réu. 
Já no direito processual penal, a analogia pode ser u�lizada sem restrições (tanto em 
bene�cio quanto em prejuízo do acusado). 
Portanto, a analogia consiste em aplicar uma norma prevista em lei a um caso semelhante 
para o qual não há previsão legal. 
Atenção: A analogia não é uma forma de interpretação, mas sim um método de integração 
das normas, que obje�va suprir as lacunas do ordenamento jurídico. 
Por exemplo, o CPP não trata da superveniência de lei processual que altera as regras de 
competência e, nesse caso, devemos aplicar analogicamente e subsidiariamente as regras do 
Código de Processo Civil. 
· INTERPRETAÇÃO ANALóGICA 
A interpretação analógica é a a�vidade que amplia o alcance da norma, tendo em vista que o 
legislador não é capaz de prever todas as situações possíveis na sociedade. Para que o uso 
da interpretação analógica não esbarre no princípio da legalidade, o legislador usa a seguinte 
fórmula: detalha exemplos que deseja regulamentar e, em seguida, faz um fechamento 
genérico do disposi�vo legal, permi�ndo que todas as situações semelhantes sejam 
abrangidas. 
De forma diversa, a analogia, como já foi dito, é um métod o de integração das normas, deve 
ser usada quando há uma omissão involuntária do legislador. 
Observe que na interpretação analógica, apesar de não ser explicito na literalidade do 
disposi�vo legal, a hipótese de aplicação da norma já está prevista pelo l egislador, pois o 
próprio disposi�vo deixa aberta a sua aplicação em casos semelhantes. 
O melhor exemplo é o homicídio qualificado (CP, art. 121, § 2º), que primeiro apresenta a 
fórmula casuís�ca no caput do parágrafo e, em seus incisos, fórmulas genéric as, a serem 
preenchidas de acordo com o caso concreto. 
 
 
· SUPLEMENTO DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO 
As normas jurídicas são abstratas e, em diante das situações concretas, podem ser 
insuficientes. Os princípios gerais do direito suprem as lacunas norma�v as, é uma forma de 
integração das normas. 
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB dispõe em seu art. 4º: Quando a 
lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios 
gerais de direito. 
Mas quais são esses princípios? Trata-se de uma expressão bem vaga que nos remete a 
inumeráveis soluções principiológicas fundamentais de um ordenamento jurídico que, ainda 
que não posi�vadas ou escritas em algum lugar, cons�tuem um pressuposto lógico do 
sistema. 
 Os princípios gerais do Direito são classificados como princípios monovalentes, ou seja, 
pressupostos que só valem no âmbito de determinada ciência, trata -se de enunciações 
norma�vas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenam ento 
jurídico em sua aplicação e integração ou mesmo para a elaboração de novas normas. 
Os princípios gerais do direito são os alicerces do ordenamento jurídico, informando o 
sistema independentemente de estarem posi�vados em norma legal. 
São exemplos: 
1. Falar e não provar é o mesmo que não falar; 
2. Ninguém pode causar dano, e quem causar terá que indenizar 
3. Ninguém pode se beneficiar da própria torpeza; 
4. Ninguém deve ser punido por seus pensamentos; 
5. Ninguém é obrigado a citar os disposi�vos legais nos quais ampara sua pretensão, 
pois se presume que o juiz os conheça; 
6. Ninguém está obrigado ao impossível; 
7. Não há crime sem lei anterior que o descreva; 
8. Ninguém pode alienar mais direitos do que possui. 
 
 
 
ü PRAZOS 
PRAZOS PROCESSUAIS 
O que acontece se uma lei mudar um determinado prazo processual? 
Imagine a seguinte situação: um determinado procedimento previsto no CPP possui um 
prazo de 30 dias. Faltando 15 dias para o fim do prazo, uma nova lei entra em vigor, 
determinando um novo prazo, de 45 dias, para o mesmo procedimento. O que deve ser 
feito? Manter o prazo anterior, ou aplicar o novo prazo ao procedimento em curso? 
Deve-se recorrer à lei de introdução ao CPP, mas em seu art. 3º: 
O prazo já iniciado, inclusive o estabelecido para a interposição de rec urso, será 
regulado pela lei anterior, se esta não prescrever prazo menor do que o fixado no 
Código de Processo Penal. 
Em suma: 
- via de regra, vale o prazo da lei anterior para os procedimentos em curso. 
 
- A exceção ocorrerá apenas quando a nova lei alterar o CPP e fixar um prazo maior. Nesses 
casos, aplica-se o novo prazo – e não o prazo da lei anterior. 
 
-A regra é u�lizar sempre o prazo da lei anterior para os prazos já iniciados. 
 
CONTAGEM DE PRAZOS 
É também muito importante notar uma das diferenças mais fundamentais entre o prazo 
penal e o prazo processual penal. Vejamos o que diz o CPP: 
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão con�nuos e peremptórios, não se 
interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. 
§ 1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento. 
O prazo processual penal não conta o dia do começo, e inclui o dia do vencimento! 
 
 
8. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL. 
PERSECUÇÃO PENAL 
Persecução Penal é o caminho que percorre o Estado para sa�sfazer a pretensão puni�va, 
uma vez que a este é dada o monopólio de punir (Jus Puniendi). 
- Nasce para o Estado a pretensão puni�va - Direito e dever de aplicar a sançãopenal. 
- Ordenamento Jurídico veda a imediata imposição de sanção penal (indisponibilidade do 
direito de liberdade) 
- Submete-se ao um controle jurisdicional. 
- Estado tem o monopólio mas deve obedecer os meios necessários (jurisdiscionalmente) 
 - por meio de um PROCESSO. 
- jus puniendi não é autoexecutável ( nulla poena sine judicio = não há pena sem processo) 
Base Cons�tucional: art. 5º LIV/ CF88 “ Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens 
sem o devido processo Legal” 
- O processo se assume como garan�a aos acusados. 
- aplicação do Direito Penal pressupõe o come�mento da infraçã o + e a efe�va aplicação da 
sanção penal 
- O Estado condicionou a imposição da sanção penal a uma precedente apreciação 
jurisdicional acerca da procedência sobre jus libertais do agente . 
- A sanção penal somente pode ser aplicada processualmente. 
A PERSECUÇÃO CRIMINAL = INVESTIGAÇÃO CRIMINAL + AÇÃO PENAL 
- INVESTIGAÇÃO CRIMINAL - a�vidade preparatória da ação penal. (PROCEDIMENTO) – 
ART4º CPP. ( caráter preliminar e informa�vo.) 
- função é fornecer ao órgão acusador elementos probatórios para proposit ura da ação, 
obedecendo o devido processo legal ( art. 5, LIV) para efei�va pretensão puni�va. 
- é essencial a existência de justa causa (art. 395, III, do CP), sob pena de ilegalidade. 
A inves�gação criminal é um procedimento preliminar, de caráter adm inistra�vo, que busca 
reunir provas capazes de formar o juízo do representante ministerial acerca da existência de 
justa causa para o início da ação penal. 
O processo penal é o procedimento principal, de caráter jurisdicional, que termina com um 
procedimento judicial que resolve se o cidadão acusado deverá ser condenado ou absolvido. 
- Minitério Publico – des�natário imediato 
- Juiz – Des�natário Mediato. 
 
· O INQUÉRITO POLICIAL 
CONCEITO: Procedimento administra�vo presidido pela autoridade de polícia jud iciária, de 
caráter inquisi�vo e informa�vo que tem por finalidade colher elementos de informação a 
respeito da existência do crime e indícios suficientes de autoria, buscando viabilizar o 
exercício da ação penal. 
NATUREZA JURÍDICA: Segundo entendimento majoritário, trata-se de procedimento 
administra�vo voltado para a apuração do fato criminoso e de sua autoria. Essa é a posição 
que deve ser adotada em prova obje�va. 
Obs: A existência de inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado n ão 
podem ser considerados como maus antecedentes para fins de dosimetria da pena. STF. 
Plenário. HC 94620/MS e HC 94680/SP, Rel. Mmin. Ricardo Lewandowski, julgados em 
24/6/2015 (Info 791). 
FINALIDADE: A finalidade do IP é a colheita de elementos de informação quanto à autoria e 
materialidade do delito. Então, o IP não busca a colheita de provas, mas sim de elementos 
de informação. “Elementos de informação” é uma expressão que o CPP passou a usar 
recentemente. Por exemplo, pelo ar�go 155, do CPP, verifica -se que a denominação “prova” 
é só aquilo produzido em contraditório judicial. 
 
ATENÇÃO: O INQUÉRITO POLICIAL NÃO É A ÚNICA FORMA DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL 
.IPM(crime militar), CPI, Inquérito civil público, Inquérito Judicial(crime falimentar), 
crimes nas dependências do STF, da Câmara Federal e do Senado. 
 
QUAL DELEGACIA CABE A INVESTIGAÇÃO DE DETERMINADO FATO DELITUOSO? 
Segundo Renato Brasileiro, a determinação da delegacia com atribuição para inves�gação do 
fato segue os mesmos moldes do CPP, ou seja, de vendo ser observado o local de 
consumação do delito. De todo modo, ainda que as inves�gações tenham sido realizadas por 
autoridade que não de�nha atribuição para fazê-la, quer nos casos de um crime federal 
inves�gado pela Polícia Civil, como o IP é cons iderado mera peça informa�va, a mera 
irregularidade não tem o condão de contaminar o processo. 
 
 
ATRIBUIÇÃO PARA A PRESIDÊNCIA EM FACE DA NATUREZA DE INFRAÇÃO PENAL 
CRITÉRIO MATERIAL 
a) CRIMES FEDERAIS: a Polícia Federal tem atribuição para a realização de inves�gações no 
caso de infrações penais de competência da Jus�ça Federal (art. 144, §1º, I e IV da CF). 
b) CRIMES ESTADUAIS: em caso de competência da Jus�ça Estadual, as inves�gações, em 
regra, devem ser conduzidas pela Polícia Civil. Todavia, co nforme o art. 144, §1º, I, parte 
final da CF, cabe à Polícia Federal inves�gar “outras infrações cuja prá�ca tenha repercussão 
interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei”. 
c) CRIMES MILITARES: atribuição para as inves�gações recai sobre a autoridade de polícia 
judiciária militar a quem compete determinar a instauração de inquérito policial militar 
(IPM), seja no âmbito da Jus�ça Militar Estadual (Policiais Militares ou Corpo de Bombeiros 
Militares) ou no âmbito da Jus�ça Militar da União (Exército, Marinha ou Aeronáu�ca). 
d) CRIMES ELEITORAIS: como se trata de uma Jus�ça da União, a atribuição precípua é da 
Polícia Federal. Todavia, conforme já decidido pelo TSE, nas localidades onde não houve 
Polícia Federal, a inves�gação por ser presidida pela Polícia Civil. 
ATENÇÃO PARA IMPORTANTE JURISPRUDÊNCIA 
Caso concreto: a Polícia Federal, sob a supervisão do Ministério Público 
estadual e do Juízo de Direito, conduziu inquérito policial des�nado a apurar 
crimes de competência da Jus�ça Estadual. Entendeu-se que a Polícia Federal 
não �nha atribuição para apurar tais delitos considerando que não se 
enquadravam nas hipóteses do art. 144, § 1º da CF/88 e do art. 1º da Lei nº 
10.446/2002. A despeito disso, o STF entendeu que não havia nulidade na 
ação penal instaurada com base nos elementos informa�vos colhidos. O fato 
de os crimes de competência da Jus�ça Estadual terem sido inves�gados pela 
Polícia Federal não geram nulidade. Isso porque esse procedimento 
inves�gatório, presidido por autoridade de Polícia Federal, foi supervisionado 
pelo Juízo estadual (juízo competente) e por membro do Ministério Público 
estadual (que �nha a atribuição para a causa). O inquérito policial cons�tui 
procedimento administra�vo, de caráter meramente informa�vo e não 
obrigatório à regular instauração do processo -crime, cuja finalidade consiste 
em subsidiar eventual denúncia a ser apresentada pelo Ministério Público, 
razão pela qual irregularidades ocorridas não implicam, de regra, nulidade de 
processo-crime. 
O art. 5º, LIII, da Cons�tuição Federal, afirma que “ninguém será processado 
nem sentenciado senão pela autoridade competente”. Esse disposi�vo 
contempla o chamado “princípio do juiz natural”, princípio esse que não se 
estende para autoridades policiais, considerando que estas não possuem 
competência para julgar. Logo, não é possível anular provas ou processos em 
tramitação com base no argumento de que a Polícia Federal não teria 
atribuição para inves�gar os crimes apurados. 
A desconformidade da atuação da Polícia Federal com as disposições da Lei nº 
10.446/2002 e eventuais abusos come�dos por autoridade policial, embora 
possam implicar responsabilidade no âmbito administra�vo ou criminal dos 
agentes, não podem gerar a nulidade do inquérito ou do processo penal. STF. 
1ª Turma. HC 169348/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/12/2019 
(Info 964). (fonte: dizer o direito). 
· CRITÉRIO TERRITORIAL 
A autoridade policial com atribuição para presidir o inquérito é determinada pelo local em 
que se consumou a infração penal. 
Esta atribuição não impede se realize diligências em outra circunscrição, desde que na 
mesma comarca. Caso contrário, será necessária a expedição de carta precatória. É o que se 
extrai da interpretação do art. 22 do CPP. 
Recorde-se: ainda que o inquérito policial tenha sido presídio por autoridade policial 
territorialmente sem atribuições, a irregularidade não contamina a ação penal, senão 
vejamos: 
HABEAS CORPUS. ANULAÇÃO. INQUÉRITO POLICIAL. "INCOMPETÊNCIA 
RATIONE LOCI". INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE CONTAMINAÇÃO DA AÇÃO 
PENAL.ORDEM DENEGADA. 1. Pedido de anulação do inquérito policial e, 
consequentemente, a ação penal por "incompetência" da autoridade policial, 
haja vista que os fatos ocorreram em circunscrição diversa do local em que foi 
instaurado 2. As atribuições no âmbito da polícia judiciária não se submetem 
aos mesmos rigores previstos para a divisão de competência, haja vista que a 
autoridade policial pode empreender diligências em circunscrição diversa, 
independentemente da expedição de precatória e requisição. 3. O 
entendimento desta Corte é pacífico no sen�do de que eventuais nulidades 
ocorridas no curso do inquérito policial não contaminam a subsequente ação 
penal. 4. Ordem denegada. (HC 44.154/SP, Rel. Mi nistro HÉLIO QUAGLIA 
BARBOSA, SEXTA TURMA, julgado em 09/03/2006, DJ 27/03/2006, p. 337) 
 
 
· PRINCÍPIO DO DELEGADO NATURAL 
De acordo com NESTOR TÁVORA entende que é um princípio posi�vado no sistema, 
conforme previsto no art. 2º, §4º, da Lei nº. 12.830/13: 
“O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente 
poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho 
fundamentado, por mo�vo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância 
dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a 
eficácia da inves�gação”. 
- o delegado a coordenar os atos de determinado inquérito policial só pode ser aquele 
definido conforme regras pré-estabelecidas, vedando-se indicação ad hoc tendenciosa, sob 
pena de o Estado-Inves�gação falhar no dever de inves�gar de forma imparcial e célere. 
- Consequentemente, veda-se a avocação e redistribuição arbitrárias do inquérito policial, 
bem como a remoção despó�ca do delegado de polícia 
 
· SUSPEIÇÃO DA AUTORIDADE POLICIAL 
Segundo o art. 107 do CPP, “não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos 
do inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer mo�vo legal”. 
Portanto, prevalece que o interessado não pode arguir suspeição da Autoridade Policial em 
juízo. Inclusive, a suspeição da Autoridade Policial não é mo�vo de nulidade do processo. 
“A suspeição de autoridade policial não é mo�vo de nulidade do processo, 
pois o inquérito é mera peça informa�va, de que se serve o Ministé rio Público 
para o início da ação penal. Assim, é inviável a anulação do processo penal por 
alegada irregularidade no inquérito, pois, segundo jurisprudência firmada no 
STF, as nulidades processuais estão relacionadas apenas a defeitos de ordem 
jurídica pelos quais são afetados os atos pra�cados ao longo da ação penal 
condenatória”. STF. 2ª Turma. RHC 131450/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, 
julgado em 3/5/2016 (Info 824) (fonte: dizer o direito). 
Ressalte-se que há entendimento no sen�do de que cabe recurso ao Delegado-Geral de 
Polícia Civil, aplicando-se o art. 5º, §2º do CPP, por analogia. A questão, portanto, passaria à 
seara administra�va. 
 § 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá 
recurso para o chefe de Polícia. 
 
 
 
· CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: 
1) INQUISITORIALIDADE; 
2) OFICIOSIDADE (INCIATIVA EX OFFICIO); 
3) INDISPONIBILIDADE 
4) OFICIALIDADE: 
5) ESCRITO: 
6) DISCRICIONARIEDADE: 
7) DISPENSABILIDADE: 
8) SIGILOSO: 
 
· INQUISITIVIDADE (unilateralidade) 
-não são regidos pelo contraditório e ampla defesa 
- totalmente diversa na presente ação penal – Bilateralidade (5º, LV, CF/88) 
- as inves�gações são conduzidas unilateralmente pela autoridade policial. 
- não se vislumbra parte nem li�gio a ser solucionado. 
- não há aplicação de sanção diretamente. 
- suspeito e indiciados 
- acusação formal surge com oferecimento da denuncia ou queixa. 
· OFICIOSIDADE 
- Art. 5º, I, CPP – de oficio 
- independe de provocação, sempre que se tratar de A. P. P. Incondicionada 
- As condicionadas não podem iniciar de oficio (art. 5, § 4º, CPP) 
- dever legal instaurar IP ( Portaria) 
 
· INDISPONIBILIDADE 
- após instaurado não poderá a autoridade policial dispor dele e promovendo seu 
arquivamento – art. 17, CPP 
- Arquivamento somente pode ser ordenado por Juiz de Direito, a requerimento do MP art. 
18 e 28 CPP. 
- Não pode arquivar, mas pode relatar e mandar para autoridade competente. Art. 10, §1º, 
CPP 
· OFICIALIDADE 
- Orgãos oficiais, não podendo ficar a cargo de par�culares, mesmo que a �tularidade da 
ação seja do ofendido. 
· ESCRITO 
- art. 9º, CPP – os atos devem ser reduzidos a escrito e reunidos nos autos do procedimento 
Todavia, por aplicação subsidiária do art. 405, §1º, 
 “ Sempre que possível, o registro dos depoimentos do inves�gado, indiciado , 
ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magné�ca, 
esteno�pia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, des�nada a obter maior 
fidelidade das informações” 
Portanto, nada impede que outras formas de documentação s ejam u�lizadas, de maneira a 
imprimir maior fidelidade ao ato, funcionando como ferramenta complementar à forma 
documental. Ex: gravação de som, imagem na oi�va dos suspeitos, testemunhas e ofendidos 
na fase preliminar 
· DISCRICIONÁRIO 
A autoridade policial pode conduzir as inves�gações de acordo com os critérios de 
conveniência e oportunidade. Possui liberdade para tanto, pois não se vincula a critérios 
taxa�vos de inves�gação. 
Os art. 6º e 7º trazem uma sugestão de diligências que podem ser realizadas pelo presidente 
do inquérito policial. Todavia, isto não impede que a Autoridade Policial realize outras que 
entender relevantes para a elucidação da infração penal . 
Essa caracterís�ca é reforçada com a previsão do art. 2º, § 2º, Lei nº. 12.830/13: “dur ante a 
inves�gação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações, 
documentos e dados que interessem à apuração dos fatos”. 
 
Cuidado com a previsão do art. 14 do CPP: “ofendido, ou seu representante legal, e o 
indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da 
autoridade”. 
A Autoridade Policial não pode negar diligências que guardem correlação com o 
esclarecimento dos fatos. 
· DISPENSABILIDADE 
- apesar de ser o principal instrumento de inves�gação pode ser dispensado pelo �tular da 
Ação. 
- MP deve dispor de elementos para a propositura da ação penal 
- art. 12,27,39§5º 46§1º - CPP 
- jecrim 9099/95 art. 77§1º (art.69) 
· SIGILOSO 
- ART. 20, CPP – sigilo necessário para elucidação do fato 
- não se estende para MP e nem para Juiz! e o advogado? 8906/9 – art. 7 º 
- Sobre o caráter sigiloso do inquérito (SV 14 do STF): É direito do defensor, no interesse do 
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova já documentados em procedimento 
inves�gatório realizado quanto aos assuntos que digam respeito ao exercício do direito de 
defesa (Sigilo Interno). 
- caso seja decretado judicialmente o sigilo nas inves�gações, não poderá acompanhar atos 
procedimentais. 
ATENÇÃO 1: havendo denegação de acesso aos autos do Inquérito, caberá Mandado de 
Segurança e Reclamação Cons�tucional. O cabimento de Reclamação não impede o 
ajuizamento do MS (art. 103-A, §3º, da CF) e, segundo o STJ, cabe até mesmo Habeas 
Corpus, já que existe risco indireto à liberdade. Esse HC é denominado de HC profilá�co. 
ATENÇÃO 2: Nas inves�gações criminais que forem instauradas pelo Ministério Público, o 
sigilo não impera a SIGILOSIDADE, e sim a PUBLICIDADE, de acordo com o art. 15, caput, da 
Resolução nº 181/2017 do CNMP, que assim disp õe: “os atos e peças do procedimento 
inves�gatório criminal são públicos, nos termos da Resolução, salvo disposição legal em 
contrário ou por razões de interesse público ou conveniência da inves�gação”. O sigilo, 
neste caso, só poderá ser decretado, de forma excepcional e por decisão devidamente 
mo�vada. 
 
 
ATENÇÃO 3: O art. 23 da Lei de Organizações Criminosas (Lei nº. 12850/13) prevê uma regraespecial de sigilo, em que o acesso aos autos pelo defensor fica condicionado a prévia 
autorização judicial: “o sigilo da inves�gação poderá ser decretado pela autoridade judicial 
competente, para garan�a da celeridade e da eficácia das diligências inves�gatórias, 
assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de 
prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de 
autorização judicial, ressalvados os referentes às diligências em andamento”. 
ATENÇÃO 4:. O Delegado de Polícia que “negar ao interessado, seu defensor ou advogado 
acesso aos autos de inves�gação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a 
qualquer outro procedimento inves�gatório de infração penal, civil ou administra�va, assim 
como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças rela�vas a diligências em 
curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível” 
pra�ca crime de abuso de autoridade (art. 32, da Lei nº. 13.869/19). 
· VALOR PROBATóRIO 
Como instrução provisória, de caráter inquisi�vo, o inquérito policial tem val or informa�vo 
para instauração da competente ação penal. Entretanto, nele se realizam certas provas 
periciais que contém maior dose de veracidade, porque são baseadas em fatores de ordem 
técnica. Nessas circunstâncias, têm igual valor a das provas colhidas em juízo. 
O conteúdo do inquérito, tendo por finalidade fornecer ao detentor do direito de ação os 
elementos necessários para a propositura de ação penal, não deixa de influir no espírito do 
juiz na formação de seu livre convencimento para o julgamento d a causa. Não se pode, 
porém, fundamentar uma decisão condenatória apoiada exclusivamente no inquérito 
policial, o que contraria o princípio cons�tucional do contraditório, que não existe no 
inquérito. 
· INCOMUNICABILIDADE: ART. 21 CPP 
 
Todavia, prevalece q ue este ar�go NÃO FOI RECEPCIONADO pela Cons�tuição Federal de 
1988. Por dois mo�vos: 
a) a CF assevera que toda prisão será comunicada imediatamente ao Juiz e à família do preso 
ou à pessoa por ele indicada (art. 5º, LXIII) e que o preso terá assistência da família e do 
advogado (art. 5º, LXIII); 
b) até mesmo o Estado de Defesa, que estabeleceu a possibilidade de suprimir várias 
garan�as, vedou a incomunicabilidade, quando mais em situações de normalidade (art. 136, 
§3º, IV). 
 
- Não se estendo ao advogado(art.7º, III, do EOAB) 
- �nha a finalidade de que o indiciado não prejudicasse as inves�gações 
· INDICIAMENTO: 
É a imputação a alguém, no inquérito policial, da prá�ca de um ilícito penal, sempre que 
houver razoáveis indícios de autoria. 
Possui CONSEQUÊNCIAS endoprocessuais e extraprocessuais, a saber: 
a) endoprocessuais: probabilidade de autoria do delito. Trata -se de antecedente lógico, mas 
não necessário, de oferecimento da denúncia. 
b) extraprocessuais: informa a sociedade o possível infrator da ação penal. 
O MOMENTO para o indiciamento é durante o inquérito policial, desde o auto de infração 
até o relatório final. Não é possível o indiciamento após o recebimento da peça acusatória. 
- O indiciamento NÃO É ATO DISCRICIONÁRIO do delegado, que só p oderá fazer o 
indiciamento se houverem indícios suficientes de autoria e prova de materialidade do delito, 
de acordo com o art. 2º, parágrafo 6º, parte final, da Lei 12.830/2013. 
 “o indiciamento, priva�vo do delegado de polícia, dar-se-á por ATO FUNDAMEN TADO, 
mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá INDICAR A AUTORIA, MATERIALIDADE 
E SUAS CIRCUNSTÂNCIAS”. 
É possível o DESINDICIAMENTO? 
SIM. Se o indiciamento foi realizado sem quaisquer indícios de materialidade e autoria, tem -
se admi�do o que o paciente ajuíze habeas corpus para buscar o desindiciamento. 
ATENÇÃO: FALTAR ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA INDICIAMENTO CONFIGURA 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. INQUÉRITO POLICIAL. INDICIAMENTO. FALTA 
DE ELEMENTOS NECESSÁRIOS. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. O 
indiciamento configura constrangimento quando a autoridade policial, sem 
elementos mínimos de materialidade deli�va, lavra o termo respec�vo e nega ao 
inves�gado o direito de ser ouvido e de apresentar documentos. Ord em CONCEDIDA 
em parte, para possibilitar ao paciente que preste seus esclarecimentos acerca do 
fato, em termo de declaração; junte documentos e indique providências no caderno 
inves�gatório. (HC 43.599/SP, Rel. Ministro PAULO MEDINA, SEXTA TURMA, julgado 
em 09/12/2005, DJe 04/08/2008) 
 
8.1 INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL: 
 
ü Ação Pública Incondicionada: art. 5º. §3º. 
a).De O�cio: por portaria da autoridade policial, sempre que tomar conhecimento da 
existência de crime. – a autoridade policial deve instaurar o procedimento respec�vo 
 Pode tomar conhecimento: Por qualquer do povo, por delação verbal ou escrita. 
(dela�o criminis ou no��a criminis, art. 5º, ss3º) – que e a comunicação do crime ao 
delegado 
- no��a criminis – e o conhecimento, espontâneo ou provocado, pela autoridade 
policial de um fato aparentemente criminoso 
 Por prisão em flagrante. Nesse caso quando diante de crimes de ação penal 
incondicionada. (ex: furto, roubo, homicídio etc.) 
 b)Por requisição do Juiz ou Promotor: A autoridade não pode recusar se houver justa 
causa. 
MP – obrigatório expressa previsão legal – art. 129, VIII, CF/88 
Juiz – Facultado por falta de previsão legal ( JUIZ TEM A FUNÇÃO DE JULGAR) – mas nada 
impede do delegado fazer uma apuração prévia para saber se há fundamentos. 
Art. 6º. CPP – o delegado começou a inves�gação, o que ele vai fazer? 
- os meio de provas ( grampos, sigilo bancário, etc) que a autoridade policial precisa tem que 
solicitar autorização do magistrado. Determinadas provas que o delegado tem limitação p/ 
atuar de oficio, como as que violem a CF/88 
- ninguém e obrigado a fazer prova contra si mesmo – Pacto de São Jose da Costa Rica 
 c) a requerimento da vi�ma: tal requerimento poderá ser indeferido pela autoridade 
policial. 
- nada impede do delegado fazer uma apuração prévia para saber se há fundamentos. 
ü Ação Pública Condicionada a Representação: art. 5, §4º. 
a) Mediante representação do ofendido ou seu representante legal(art. 5º, § 4º) 
.Não se admite a dela�o de qualquer do povo. 
- a representação e um pedido – autorização em que o interessado manifesta o 
deseja de que seja proposta a ação penal publica. 
 
- Também conhecido como Dela�o criminis postulatória 
- o advogado precisa de uma procuração especifica p/ adentrar c/ uma no�cia crime 
por alguém, p/ não incorrer em co-autoria do crime de falsidade. Art. 39CPP. 
Art. 39 cpp. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por 
procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, 
ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial. 
- o estado depende de representação da vontade da vi�ma, precisa da aquiescência da 
vi�ma 
- o direito de representação está sujeito a decadência, ex�nguindo -se a punibilidade do 
crime se não for ela oferecida no prazo legal Art. 38 cpp 
b) Mediante requisição do Ministro da Jus�ça. 
- quanto a requisição do M.J não há prazo decadencial.( estudaremos mais no tópico de ação 
penal) 
ü Ação Penal Privada: art. 5º, §5º. 
.Depende de requerimento escrito ou verbal para que seja dado início ao inquérito 
policial-art.5º, §5º 
.Nem o MP, nem Juiz podem requerer abertura de inquérito. 
.Encerrado o inquérito os autos serão reme�dos ao Juízo(art.19cpp) 
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão 
reme�dos ao juízo competente, onde aguardarão a inicia�va do ofendido ou de seu 
representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante 
traslado. 
- somente o ofendido p/ instaurar o inquérito, so ele pode se manifestar . 
- determinado crime so pode ser apuradomediante queixa, somente por inicia�va da vi�ma 
ou seu representante legal ( art. 30 e 31 cpp) 
- o auto de prisão em flagrante é a peça inicial do inquérito policial. 
- decorrido o prazo de decadência, não pode ser instaurado o inquérito policial, havendo a 
ex�nção de punibilidade, a instauração do inquérito não interrompe o prazo decadencial, 
devendo a queixa ser proposta antes dele ser expirado. Art. 38 cpp 
· PRAZOS: art. 10 CPP 
 
 Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado �ver sido 
preso em flagrante, ou es�ver preso preven�vamente, contado o prazo, nesta 
hipótese, a par�r do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 
dias, quando es�ver solto, mediante fiança ou sem ela. 
 .10 dias indicado preso – não pode ser renovado 
. 30 dias indiciado solto – podendo ser renovado 
CUIDADO: É importante, contudo, destacar que, em razão do pacote an�crime (lei 
13.964/19), pode esse prazo ser prorrogado. Observe o que dispõe o art. 3° -B, § 2º, do CPP: 
§ 2º Se o inves�gado es�ver preso, o juiz das garan�as poderá, mediante 
representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única 
vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a 
inves�gação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. 
Atenção! O ins�tuto do juiz de garan�as está, por ora, suspenso por decisão do STF 
(ADI 6.298) – desse modo obedece somente a regra an�ga do art. 10CP 
 - PRAZO PENAL – conta o dia do começo e do fim, ú�l ou não – quando o indicado 
esta preso, art. 10, CPP – é mais benéfico 
 - PRAZO PROCESSUAL PENAL – quando o indiciado esta livre – CPP art. 798 
- se ultrapassar o prazo, ocorre o relaxamento da prisão do indicado por excesso de prazo. 
Mas o processo con�nua valido. 
PRAZO PARA CONCLUSÃO DE INQUÉRITO POLICIAL 
FUNDAMENTO PRESO SOLTO 
REGRA GERAL (ART. 10 CPP) 10 30 
INQUÉRITO POLICIAL FEDERAL 
- art. 66 da lei 5.010/66 
15 + 15 30 
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR - 
art. 20 do Código de Processo 
Penal Militar 
20 40 + 20 
LEI DE DROGA - o art. 51 da lei 
11.343/06. 
30 + 30 90 + 90 
Crimes Contra a Economia 
Popular- art. 10, § 1º, da lei 
1.521/ 51 
10 10 
 
 
· ENCERRAMENTO: 
 .Relatório: (art.10, §1º cpp) 
- Esta fase é chamada na doutrina majoritária de JUÍZO DE DIAGNOSE, onde a autoridade 
policial dará o seu parecer sobre o delito. 
 .Autos acompanham os instrumentos do crime, até mesmo para os casos em que 
haja a possibilidade de realização de contraprova (art.11 cpp 
- a classificação do crime por autoridade policial é provisoria e não vincula o MP p/ o 
oferecimento da denuncia ou o querelante p/ a propositura da queixa 
Se os fatos apurados forem de di�cil elucidação e a pessoa inves�gada es�ver SOLTA, o 
delegado poderá pedir ao juiz a devolução dos autos do inquérito, para ulteriores diligências, 
que terão um novo prazo marcado pelo juiz (art. 10º do CPP). 
 
O inquérito será anexado à denúncia ou à queixa crime, nos casos em que servir de base 
para as mesmas (art. 12 do CPP). 
 
· CONCLUIDO O INQUÉRITO: 
Remete-se ao Juiz, e este ao MP, que tem três opções: Denúncia, requer novas 
diligências, ou pede o arquivamento. 
 .O Juiz não pode indeferir tal pedido de diligências. 
 .Delegado não pode arquivar inquérito, só Juiz a pedido do MP(art.28 do CPP, 
redação an�ga que está valendo) 
- o inquérito não pode ser arquivado sem manifestação do MP 
- O pedido de arquivamento por parte do ofendido gera a renuncia tácita, causa ndo ex�n�va 
de punibilidade 
- ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, a autoridade policial 
poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas �ver no�cia. 
- ARQUIVAMENTO FAZ COISA JULGADA ? Em regra não! 
- arquivado o inquérito policial por despacho do juiz, a requerimento do promotor de jus�ça, 
não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas. 
- As provas novas ou novas provas são aquelas provas capazes de alterar o contexto 
probatório dentro do qual foi proferida a decisão de arquivamento. Elas podem ser de duas 
espécies: 
 
a) Prova formalmente nova → é aquela que já era conhecida, mas ganhou nova versão após 
o arquivamento. Ex. Testemunha que muda o seu depoimento. 
 
b) Prova materialmente/ substancialmente nova → é aquela prova que estava oculta por 
ocasião do arquivamento. É uma prova inédita, desconhecida. Ex. uma arma do crime 
encontrada depois do arquivamento. 
 
-Desse modo o arquivamento em regra so faz coisa julgada formal – LER : Art. 18 CPP e 
sumula 524 STF 
Art. 18 cpp. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por 
falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se 
de outras provas �ver no�cia. 
Súmula n. 524 do STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento 
do promotor de jus�ça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas. 
- para que a matéria não seja mais discu�da novamente após o arquivamento é preciso 
coisa julgada formal e material. 
São HIPóTESES DE PEDIDO DE ARQUI VAMENTO pelo Ministério Público com base nos art. 
395 e 397 do CPP 
a) falta de pressupostos processuais ou condição para o exercício da ação penal; 
b) falta de justa causa (indícios de autoria ou prova de materialidade); 
c) a�picidade (o fato narrado não cons�tui crime); 
d) existência manifesta de causa excludente de ilicitude; 
e) existência manifesta de causa excludente de culpabilidade; 
f) existência manifesta de causa de exclusão de punibilidade. 
Atenção : Toda decisão judicial, faz coisa julgada. Resta saber se essa coisa julgada é apenas 
formal ou formal e material? 
-As decisões que fazem coisa julgada formal permitem o desarquivamento em caso de 
novas provas (art. 18 do CPP). Atente-se para o quadro abaixo: 
MOTIVO DO ARQUIVAMENTO É POSSÍVEL DESARQUIVAR? 
 
 
1) Insuficiência de provas ou ausência de 
justa causa (autoria e materialidade) 
 
- Faz coisa julgada formal - 
SIM. Súmula 524/STF (“arquivado o inquérito 
policial, por despacho do juiz, a requerimento do 
promotor de jus�ça, não pode a ação penal ser 
iniciada, sem novas provas”). 
 
 
2) Ausência de pressuposto processual ou 
de condição da ação penal 
 
- Faz coisa julgada formal - 
SIM. Ex.: ví�ma do crime de ameaça oferecer a 
representação e depois se retratar. O Ministério 
Público vai ser obrigado a pedir o arquivamento 
por falta de condição de procedibilidade. Se a 
ví�ma se retratar da retratação, no prazo de 6 
meses, poderá haver desarquivamento. 
3) A�picidade (fato narrado não é crime) 
- Faz coisa julgada formal e Material - 
 
NÃO. Juiz adentra no mérito e arquiva o feito a 
infração é a�pica em decorrência do princípio da 
insignificância. (causa supralegal de exclusão de 
�picidade material). 
 
4) Existência manifesta de causa 
excludente de ilicitude 
- Faz coisa julgada formal e material- 
 
* de acordo com STF se houver alguma 
ilegalidade comprovada durante a 
inves�gação e sendo verificada com provas 
novas pode desarquivar, conforme 
exemplo citado ao lado -> 
STJ: NÃO (REsp 791471/RJ) 
STF: SIM* (HC 95211/ES e HC 125101/SP) 
Ex.: O primeiro caso concreto analisado pelo STF 
era o de um homicídio imputado a Delegado de 
Polícia. Inicialmente, arquivou-se por estrito 
cumprimento do dever legal, Depois, após 
análise de novas provas, verifou-se trata de 
“queima de arquivo”. 
5) Existência manifesta de causa excludente 
de culpabilidade 
 
NÃO. Posição doutrinária. Ex.: arquivamento por 
coação moral irresis�vel. Segundo RENATO 
BRASILEIRO, faz coisa julgada formal e material. 
 
6) existência manifesta de causa de 
exclusão de punibilidade. 
 
 
Em regra, NÃO. (STJ HC 307.562/RS) (STF Pet 
3943). 
 
ATENÇÃO: No caso de existência manifesta de 
causa EXTINTIVA DE PUNIBILIDADE, caso o 
arquivamento tenha se dado por CERTIDÃO DE 
óBITO FALSA, estePODERÁ ser desarquivado, 
pois os mo�vos que ensejaram o arquivamento, 
não são verdadeiros. 
 
 jurisprudência do STF, neste sen�do (HC 
84525): - A decisão que, com base em cer�dão 
de óbito falsa, julga ex�nta a punibilidade do 
réu pode ser revogada, dado que não gera 
coisa julgada em sen�do estrito. II. - Nos 
colegiados, os votos que acompanham o 
posicionamento do relator, sem tecer novas 
considerações, entendem-se terem adotado a 
mesma fundamentação. III. - Acórdão 
devidamente fundamentado. IV. - H.C. 
indeferido. 
 
 
· CONTROLE EXTERNO DO INQUÉRITO POLICIAL 
- Quem possui o dever legal de fiscalizar o inquérito é o MP, através do CONTROLE EXTERNO. 
O MP analisa o inquérito pelo prazo de 5 dias, quando o réu es�ver preso, e 15 dias, quando 
solto, a par�r do recebimento dos autos do inquérito e, nesse sen�do pode: 
1.oferecer a denúncia; 
2. Devolver à delegacia de policia requisitando novas diligencias; 
3. requerer o arquivamento. O prazo citado serve para controle externo por parte do MP e 
também para formação da opinio delic�. 
 
Art. 46 cpp. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, 
contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito 
policial, e de 15 dias, se o réu es�ver solto ou afiançado. No úl�mo caso, se houver 
devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em 
que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. 
 
· TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA: 
(TCO) é procedimento administra�vo policial simpl ificado, escrito, e, como regra, 
subs�tu�vo do inquérito policial, u�lizado no âmbito das infrações de menor potencial 
ofensivo, Lei 9099/90 (art. 69 – Quando há TCO não há IP. TCO não é espécie de IP. 
.Obs.: é plenamente possível o arquivamento do termo circunstanciado. 
ü ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL 
- ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO art. 28 CPP – ( PREVALECE/VIGENTE) 
 
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o 
arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de 
considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de 
informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do 
Ministério Público para oferecê-la, ou insis�rá no pedido de arquivamento, ao qual só então 
estará o juiz obrigado a atender. (REDAÇÃO ANTIGA) 
 
- Se o MP entender que não estão presentes as condições da ação, indícios de autoria e 
materialidade, deve requerer o arquivamento. 
 
- Frise-se que o fato do MP requerer o arquivamento não fere o princípio da obrigatoriedade 
uma vez que podem não estar presentes as condições para ação. 
 
 
 
 
QUAL É A NATUREZA JURÍDICA DO ARQUIVAMENTO DO IP? 
1. Profº Afrânio Silva Jardim = decisão judicial, porque oriunda do Poder Judiciário. 
2. Fernando Capez = despacho judicial de expediente, pois não há cunho decisório. 
Qual o nome do Princípio que consagra o art. 28cpp? 
 É o Princípio da Devolução o qual diz que se o juiz não concorda com o arquivamento 
remete a decisão final ao Procurador Geral de Jus�ça. 
 
MUITO CUIDADO! 
Novo art. 288 cpp – Lei 13.964/19 – Eficácia suspensa (ADI 6305), razão pela qual vigora a 
redação original, com a necessidade de homologação pelo Magistrado conforme visto 
anteriormente. 
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos 
informa�vos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à ví�ma, 
ao inves�gado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de 
revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. (Redação dada pela 
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.300) (Vide 
ADI 6.305) 
§ 1º Se a ví�ma, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do 
inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da 
comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão 
ministerial, conforme dispuser a respec�va lei orgânica. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 2º Nas ações penais rela�vas a crimes pra�cados em detrimento da União, Estados 
e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada 
pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial. (In cluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
 
ATENÇÃO: Com a mudança, o Ministério Público ordena o arquivamento e remete os autos à 
instância de revisão ministerial para fins de homologação. Não há mais a par�cipação do 
juiz. 
 
- O arquivamento é realizado, agora, no âmbito do próprio ministério público, internamente. 
Não há mais a par�cipação do Poder Judiciário. 
 
- A ví�ma, que não concordar com o arquivamento, poderá INTERPOR RECURSO para o 
próprio órgão ministerial. 
 
 
ü ESPÉCIES DE ARQUIVAMENTO 
 
ü ARQUIVAMENTO DIRETO 
 
Trata-se, na sistemá�ca vigente, do arquivamento decidido em juízo, após pedido do �tular 
da ação penal, e, na sistemá�ca nova (Pacote An�crime), do arquivamento realizado pelo 
próprio Ministério Público, com homologação realiza da pela instância de revisão ministerial. 
 
ü ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO OU TÁCITO 
 
Ocorre quando o membro do Ministério Público tem em mãos uma inves�gação com vários 
inves�gados e deixa de promover a denúncia de algum deles, sem se manifestar os mo�vos 
de sua decisão. 
 
Porém, a jurisprudência majoritária NÃO ADMITE A FIGURA DO ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO 
DO INQUÉRITO POLICIAL, por não haver uma previsão legal neste sen�do. 
 
PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE. NÃO INCIDÊNCIA À AÇÃO PENAL PÚBLICA. 
PRECEDENTES ITERATIVOS DO STJ. [...] 3 - Não vigora o princípio da indivisibilidade 
na ação penal pública. O Parquet é livre para formar sua convicção incluindo na 
increpação as pessoas que entenda terem pra�cados ilícitos penais, ou seja, 
mediante a constatação de indícios de autoria e materialidade, não se podendo 
falar em arquivamento implícito em relação a quem não foi denunciado. 4 - Recurso 
não conhecido. (RHC 34.233/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, 
SEXTA TURMA, julgado em 06/05/2014, DJe 14/05/2014) 
 
ü ARQUIVAMENTO INDIRETO 
 
Trata-se da situação em que o Magistrado não concorda com o pedido de declinação de 
competência formulado pelo órgão ministerial. 
 
Na sistemá�ca vigente: Juiz recebe a manifestação como se tratasse de um pedido indireto 
de arquivamento, aplicando, por analogia, o art. 28 do CPP. - Na nova sistemá�ca (Pacote 
An�crime): Ministério Público deixa de oferecer a denúncia, arquivando o inquérito policial e 
submetendo a instância revisora. 
 
 
ü ARQUIVAMENTO PROVISóRIO (NESTOR TÁVORA). 
 
É possível que o arquivamento se origine da ausência de condição de procedibilidade, como 
no caso da ví�ma que se retrata da representação antes da denúncia ser oferecida. 
Neste caso, resta ao MP oferecer promover o arquivamento, aguardando que a ví�ma se 
arrependa e volte a representar. 
Se isso não ocorrer, o que era provisório passa a ser defini�vo. 
 
- TRANCAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL: Trata-se de medida excepcional 
instrumentalizada através de habeas corpus, diante de inquérito manifestamente abusivo e 
que cause flagrante constrangimento a determinado indivíduo, nas seguintes hipóteses: 
(Renato Brasileiro) 
1. Manifesta a�picidade formal ou material da conduta; 
2. Presença de causa excludente de punibilidade; 
3. Instauração de inquérito sem as condições de procedibilidades necessárias. 
 
 Ex. falta de requerimento do ofendido e representação, nas ações penais de inicia�va 
privada e condicionada à representação, respec�vamente. 
 
 
9. AÇÃO PENAL 
 
Introdução: 
Verificada a ocorrência inicia-se a persecução penal do Estado, com a inves�gação 
preliminar, por meio de inquérito policial, que irá reunir elementos rela�vos ao fato 
criminoso e buscar apurar suaautoria. 
1 - Conceito: Como o direito de pedir (ou exigir) a tutela jurisdicional do Estado, visando a 
resolução de um conflito advindo de um fato concreto. 
Poder judiciário: Cabe a tarefa de dirimir o li�gio, mas sempre mediante provocação, 
NUNCA DE OFÍCIO (daí a origem do direito de ação) – princípio da Inércia da jurisdição é 
conhecido como ne iudex procedat ex officio 
Fundamento: Com a prá�ca da infração penal, surge para o Estado a pretensão puni�va em 
concreto, na qual é formalizada pelo direito de ação penal. Com base no art. 5º, XXXV, CF88: 
“a lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito” 
Devido processo Legal: É pressuposto de existência e validade para aplicação da pena 
individualizada (nulla poena sine iudicio) – art.5º, LIV, CF 
 
 
2 - Caracterís�cas do direito de Ação 
a) Direito público: Cuida-se de direito (processual), Legi�ma a atuação do D. Penal, 
Titular é o Estado. 
b) Direito Subje�vo: Conta com um �tular específico. MP ou 
Vi�ma/representante/sucessores. 
c) É um direito abstrato: independe do direito material invocado (direito de punir) 
d) É um direito autônomo: independe da procedência ou improcedência do pedido 
e) É um direito específico ou determinado: atrelado ao caso concreto. 
Ação penal: Está prevista no art. 100 e seguintes do CP e 24 e seguintes do CPP. 
3- Condições da Ação: Genéricas e Específicas 
I. Genéricas: 
a) Possibilidade Jurídica do Pedido: amparo no ordenamento jurídico 
b) Legi�midade ad causam (para causa): 
Legi�midade A�va – MP (ação pública) ou à vi�ma (na ação privada). 
Legi�midade Passiva: em regra pessoa (humana) que tenha 18 anos ou mais na data 
do fato (agente imputável) 
c) Interesse de agir: significa necessidade, adequação e u�lidade do provimento 
jurisdicional. 
d) Justa causa (prova): Presença do fumus boni iuris – lastro probatório mínimo de 
autoria e do fato 
II. Específicas 
São exigidas em determinadas ações penais: Como representação da ví�ma e requisição do 
Ministro de Jus�ça 
- Classificação da Ação Penal quanto ao legi�mado a�vo: 
a) Ação Penal de Inicia�va Pública (Denúncia): -Incondicionada, Condicionada. 
b) Ação Penal de Inicia�va Privada (Queixa-crime): Propriamente dita ou exclusiva; 
Personalíssima; Subsidiária da pública. 
Tipos de Ação Penal 
Ação penal pública (Denúncia) Ação Penal Privada (Queixa) 
Incondicionad
a 
Condicionada a 
Representação 
Condicionada a 
requisição 
Exclusiva ou 
Propriamente 
dita 
Personalíssima Subsidiária da 
pública 
Ministério 
Público 
Ministério Público 
(mediante 
representação do 
ofendido ou 
representante legal) 
Ministério 
Público 
(mediante 
requisição do 
Ministro da 
Justiça) 
Ofendido ou 
seu 
representant
e legal 
Somente o 
ofendido 
Ofendido ou seu 
representante 
legal 
 
Atenção: 
1- O termo “ação penal privada” é atécnico, pois toda a ação penal é pública, o que 
varia é a legi�midade a�va. 
2- No silêncio do código a ação penal é pública incondicionada. 
3- Seja qual for o crime, se violar patrimônio ou interesse da União, dos Estados ou do 
Município a ação penal será pública incondicionada (Art. 24, §2º do CPP). 
 
1 - AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
A Ação Penal Pública incondicionada é aquela na qual o Ministério Público não precisa de 
autorização de ninguém para oferecer a denúncia. Ou seja, na ação penal pública 
incondicionada não é necessário que a ví�ma se manifeste no processo. 
-Princípios: 
 .Oficialidade: Só pode ser proposta pelo MP, exerce a pretensão puni�va 
 .Obrigatoriedade: O MP está obrigado a propor a ação penal, sempre que a hipótese 
preencher os requisitos mínimos. 
 .Indisponibilidade: Oferecida a ação penal, não pode o MP dela desis�r. 
 (In)divisibilidade: Se o MP está obrigado a propor ação penal pública, não poderá, 
dentre os indiciados, escolher qual irá processar, pois implicaria na adoção do princípio 
oportunidade. – permite a inclusão de co-reu a qq tempo no processo ou nova ação penal p/ 
ele. 
 .Intranscendência: Só pode ser proposta contra a pessoa a quem se imputa a prá�ca 
do delito. 
 
2- AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA 
.Seu exercício está subordinado a uma condição de procedibilidade, devido o crime 
violentar a in�midade do ofendido, podendo ele optar pela não propositura da ação. 
2.1- AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO 
 .Há certas infrações que afetam a esfera ín�ma do indivíduo, que a publicidade do 
processo, se torna um mal maior que o próprio crime. 
 .Sem representação não se pode sequer instaurar Inquérito Policial. – depende da 
representação do ofendido. 
 
 
 .Uma vez oferecida a representação, e iniciada a ação penal o MP assume 
incondicionalmente a condução da ação, não sendo possível qualquer tenta�va de 
retratação. 
 .Prazo: seis meses para a representação, a par�r da data em que soube r quem foi o 
autor do crime. – se não ocorre a decadência (art. 38 cpp) é da data da ciência da autoria. 
 Forma: O ideal seria que a representação fosse feita de forma escrita, mas o STF tem 
declarado a desnecessidade de formalismo, aceitando qualquer �po de manifestação do 
ofendido. Ex. Bole�m de Ocorrência. 
 *Feita a representação contra apenas um suspeito, esta se estenderá aos demais, 
autorizando o MP a propor ação contra todos, em atenção ao princípio da indivisibilidade da 
ação penal, é o que a doutrina chama de eficácia obje�va da representação. 
 .Des�natário: Juiz, Promotor ou Delegado 
 .Irretratabilidade: A representação é irretratável após o oferecimento da denúncia, 
antes é permi�da. (art. 25, cpp) 
A doutrina entende não ser possível a retratação da retratação, mas a jurisprudência vem se 
curvando no sen�do de admi�r, desde de que dentro do prazo de seis meses. 
2.3- AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA –
(M.J) 
 É um ato mais polí�co do que jurídico, por que a certos crimes em que a 
conveniência da ação penal esta subordinada a uma conveniência polí�ca. 
 Hipóteses em que a lei brasileira exige, para inicio da ação penal, manifestação formal do 
M.J 
a) ART. 7,§3º, CP (crimes come�dos por estrangeiro contra brasi leiro) 
b) ART. 141, I, C.C §ÚNICO doa Art. 145 do CP (Contra honra pra�cados contra chefe de 
Governo estrangeiro) 
Requisição qual siginificado? 
- Autorizar a persecução penal 
- Condição de Procedibilidade 
- MP é o �tular da ação (129,l, CF) ( MP é o des�natário) 
 
 A requisição do M.J não gera a obrigação ao MP de oferecer a denúncia. 
- Pode oferecer a denuncia (se dispuser de dados suficientes) 
- requisitar abertura de inquérito policial (se elementos insuficientes) 
- promover arquivamento 
- requisitar documentos e informações de quem de direito 
Natureza Jurídica: 
- Processual: tem condição específica de procedibilidade 
- Administra�vos: É um ato mais polí�co e administra�vo do que jurídico, por que a certos 
crimes em que a conveniência da ação penal esta subordinada a uma conveniência polí�ca. 
A requisição não se submete a prazo decadencial 
- pode ser feita a qq tempo enquanto não ex�nta a punibilidade do agente 
- respeita o prazo prescricional 
- É irretratável : Segundo a doutrina majoritária, a req uisição do M. da Jus�ça não é passível 
de prazo decadencial e nem mesmo de retratação , por se tratar de uma decisão polí�ca. 
Contudo, o crime con�nua possuindo prazo prescricional. Porém, há quem defenda (Avena) 
que a requisição do M. da Jus�ça é um ato administra�vo e, como tal, passível de 
reconsideração. 
6. Pluralidade de no polo passivo. 
- MP incluirá na denúncia todos os autores que de algum modo concorreram para o crime 
 AÇÃO PENAL PRIVADA 
 .É aquela em que o Estado, �tular exclusivo do direito de punir, transfere ao ofendido 
(ví�ma), a legi�midade de propor ação ou não. 
 Peça: Exercida por meio de queixa crime (requisitos do 41CPP) 
 .Fundamento: Evitar que o escândalo do processo provoque

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