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Machado de Assis foi um renomado escritor brasileiro

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Machado de Assis foi um renomado escritor brasileiro, autor de obras clássicas como "Dom Casmurro", "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Quincas Borba", entre outros. Ele abordou uma variedade de temas em seus escritos, explorando as complexidades da condição humana, as relações sociais e as contradições da sociedade brasileira do século XIX.
"O Pai" é uma obra escrita por Machado de Assis e publicada originalmente no Jornal das Famílias em 1866. A história retrata a vida de um pai e sua filha, que vivem de forma simples, ele como hortelão e ela como costureira. Ambos carregam a esperança no futuro e a busca por reparação do passado. O protagonista, o pai, possui cinquenta anos e seus cabelos brancos caem em flocos da cabeça, conferindo ao seu rosto uma aparência severa, enérgica e ao mesmo tempo cheia de profunda e resignada dor. Os anos o envelheceram um pouco, curvando-o levemente, mas essa é a única marca do tempo. Seus cabelos brancos e algumas rugas surgiram rapidamente, como se uma transformação repentina e destruidora tivesse ocorrido.
Seus olhos profundos, serenos e perscrutadores, têm um efeito mágico sobre as pessoas, como se fossem os olhos da consciência. No entanto, ninguém consegue suportar o seu olhar por muito tempo devido à intensidade que transmitem. O pai tem uma franqueza genuína, mas não se permite intimidades. Ele não abre sua casa para ninguém, nem visita a casa dos outros. Ele possui fé nos seres humanos, mas é uma fé examinadora, que analisa e investiga. Ele não se deixa levar pelas aparências ou pelo primeiro olhar, pois acredita que é necessário analisar o coração de alguém antes de depositar confiança nele.
Apesar disso, é considerado um privilégio atravessar a soleira da porta do pai. Dentro da casa, o mundo exterior desaparece, dando lugar a um ambiente de penitência e trabalho, onde nenhum olhar estranho ou pé pode adentrar.
"O Pai" retrata a complexidade dos personagens de Machado de Assis, explorando temas como a esperança, a resignação, a confiança e as camadas ocultas da natureza humana. A obra reflete a maestria do autor em criar personagens profundos e introspectivos, assim como em explorar as nuances psicológicas e emocionais que permeiam suas narrativas. A filha é jovem, no auge de seus vinte anos, e sua beleza e graça são evidentes. No entanto, sua tristeza e resignação também são perceptíveis, permeando toda a sua figura.
Apesar de sua tristeza e resignação, a filha carrega a consciência de uma missão que desempenha e a coragem de cumprir um dever. O trabalho ainda não afetou sua beleza nem a exuberância de sua vida, mas seu olhar revela uma preocupação exclusiva, permitindo que os dias passem sem se preocupar com a vida ou a beleza. Essa existência singular desperta a curiosidade e admiração de um poeta, não um poeta jovem, mas um poeta velho, um poeta de cinquenta anos que vive próximo dessa família peculiar. Assim como os outros, o poeta também é impactado por essa existência solitária, silenciosa e possivelmente próxima de Deus, mas claramente afastada do mundo.
O poeta é igualmente solitário, e sua idade avançada lhe permite conversar com o mundo de Deus como poeta, enquanto evita interagir com o mundo dos homens, como um velho. Nessa fase da vida, ele conserva a sensibilidade para a impressão e o desgosto das coisas mundanas. Ele se isolou e, em vez de falar no mundo com a língua que Deus lhe deu, voltou-se para Deus, expressando-se como Davi. A história de "O Pai" continua com a descrição das duas famílias vivendo em seu isolamento, sem se conhecerem ou se comunicarem, embora sejam vizinhas e pareçam destinadas a se unir. O pai, o hortelão, raramente saía de casa, trabalhando ao lado de sua filha, que também estava ocupada com sua costura. Quando o pai saía, a casa ficava ainda mais silenciosa e parecia quase fúnebre.
Um dia, o poeta e seu cão, Diógenes, estavam passeando pelo jardim, que fazia fronteira com a pequena propriedade do hortelão. O poeta percebeu que Diógenes havia desaparecido e o encontrou na horta do hortelão, sendo acariciado por ele. O hortelão notou a presença do poeta e se virou para encontrá-lo. Eles trocaram algumas palavras, e o poeta perguntou se o cão havia causado algum dano às plantações. O hortelão respondeu que não, e Diógenes pulou de volta para o lado do poeta.
Esse foi o primeiro encontro entre os dois vizinhos. No entanto, esse encontro inicial levou a outros, e a semelhança de vida e sentimentos dos dois velhos estabeleceu uma intimidade que logo se tornou perfeita. Foi com o hortelão que o poeta abriu completamente sua alma e sua vida pela primeira vez. No entanto, isso só aconteceu depois de uma observação prolongada que levou o hortelão a descobrir a existência isolada do poeta.
O poeta descobriu tardiamente que o vizinho tinha uma filha, uma bela e infeliz filha, segundo as palavras do próprio pai. Isso significa que, apesar de ter conquistado a confiança do hortelão, o poeta ainda não havia sido convidado a entrar em sua casa. Assim, as conversas entre os dois velhos, nos momentos de lazer, ocorriam na casa do poeta, e o hortelão era o convidado mais frequente nesses momentos de intimidade tranquila.
Nesta continuação da história, o poeta Davi convida seu amigo Vicente a confiar nele e compartilhar sua história de vida. Davi revela que, depois de perder suas ilusões literárias e sua esposa, ele decidiu viver afastado do mundo. Ele expressa seu desejo de ouvir a história de Vicente, pois sente que há algo em sua vida que merece atenção. Vicente relutantemente concorda em compartilhar sua história com Davi, reconhecendo a confiança que sente por ele. Ele afirma que ninguém jamais ouviu o que ele está prestes a contar e que espera que a aprovação de Davi o encoraje em suas lutas futuras. Eles marcam um encontro para o próximo domingo.
Vicente conta a Davi que há quatro anos ele e sua filha, Emília, viviam felizes em outro lugar. Emília tinha dezesseis anos, e Vicente tinha um emprego público estável. Eles eram bem relacionados e participavam da vida social. Vicente esperava que Emília se casasse, pois ela era bonita e admirada. Na casa de Vicente, havia um jovem chamado Valentim, cujo coração combinava com sua aparência amável. Valentim era um mistério para todos, pois ninguém sabia detalhes sobre sua família e ele afirmava morar com um parente.
As previsões de Vicente se concretizaram quando Emília se apaixonou por Valentim. Esse amor era puro e intenso, nascido em um coração jovem e apaixonado. Valentim parecia corresponder aos sentimentos de Emília, e o amor deles os uniu de maneira profunda e exclusiva.
Neste trecho, a história continua com Davi, Vicente e Emília discutindo a possibilidade de Emília se casar com Valentim. Vicente, sendo um homem prudente, investiga os sentimentos de Emília e avalia a adequação de Valentim como marido. Após chegar à conclusão de que Valentim é um bom partido, Vicente revela a Emília que sabe sobre seus sentimentos por Valentim e encoraja o relacionamento. Emília, por sua vez, informa a Valentim que seu pai aceitaria bem um pedido de casamento.
No entanto, passam-se vários dias sem que Valentim tome qualquer iniciativa para pedir a mão de Emília em casamento. Emília começa a duvidar do amor de Valentim, pois ele não falou com seu pai sobre seus planos. Valentim explica que, como médico recém-formado sem pacientes, ele busca um emprego estável antes de propor casamento. Ele relata que já solicitou um emprego ao ministro e que o despacho deve chegar em breve.
Valentim recebe uma missão que o levará para outra província por um mês, e Emília expressa seus medos em relação à viagem, especialmente o medo do mar e de ser esquecida. Valentim promete não esquecê-la e garante que eles serão colegas como funcionários públicos. Vicente também tranquiliza Emília, dissipando suas preocupações. Assim, Valentim se prepara para a viagem, e Emília, após receber palavras reconfortantes de Vicente, volta a ficar alegre. No entanto, à medida que a partida de Valentim se aproxima, a alegria de Emíliadesaparece e ela passa as noites em claro, rezando para que a viagem seja feliz e para que Valentim não a esqueça. Na véspera da partida, Valentim vai à casa de Vicente tomar chá, mas o clima é triste e melancólico, e Vicente tenta animar a conversa, embora pareça desconfortável. Faltam apenas três dias para a partida de Valentim.
Valentim se despede de Vicente e Emília, deixando-os emocionados. Emília chora intensamente enquanto Vicente tenta consolá-la. Após a despedida, Emília vai para seu quarto e chora até se sentir exausta. Depois, ela se dirige ao oratório e reza para que Deus abençoe a viagem de Valentim. No meio de suas orações, Emília ouve o sino da meia-noite e decide descansar. No entanto, um ruído vindo da rua a faz olhar pela janela e ela vê Valentim. Emília hesita, mas acaba se aproximando e beijando a testa de Valentim. Os dois trocam carícias e momentos de intimidade enquanto conversam à janela. Emília pergunta onde Valentim está apoiado, e ele responde que está em uma escada leve e dobrável.
Essa cena romântica ocorre em um local isolado, com o morador mais próximo a uma distância considerável. O encontro noturno de Emília e Valentim é marcado por emoções intensas e uma conexão profunda entre os amantes. Nos trechos adicionais, a história continua quando com Emília sentindo uma sensação de fraqueza e vertigem, segurando-se à janela para não cair. Valentim decide pular para dentro, deixando a escada pendente e a janela aberta. Os dois amantes se encostam à janela em uma noite linda, observando meteoros cruzarem o céu. Emília, apesar dos juramentos de Valentim, continua desconfiada e expressa suas dúvidas, comparando o amor dele a uma estrela que desaparece sem deixar vestígios. 
Emília tenta seguir o conselho de seu pai e, durante os dias seguintes, procura não demonstrar tristeza. No entanto, à noite, ela chora em segredo diante do pequeno oratório em seu quarto. Nos primeiros quinze dias após a partida de Valentim, Emília vive uma mistura de hipocrisia durante o dia e desabafo emocional durante a noite.
Valentim escreveu uma carta a Vicente, explicando sua ausência e revelando suas verdadeiras intenções. Ele admitiu ter se deixado levar pela paixão no início, mas o tempo no mar o fez refletir sobre sua vida e perceber que o casamento com Emília seria um sacrifício de sua liberdade. Ele alegou ter escrito a carta anterior para evitar causar mais dor a Emília, mas agora sentia que as dores já teriam passado. Valentim reafirmou sua franqueza e instituiu a palavra de Vicente de dar-lhe a mão de sua filha em casamento. Ele também informou que retornou por dois motivos: a sensação de estar perdendo o controle e a herança de sua tia falecida.
O resumo geral é que Valentim escreveu uma carta explicando que sua união com Emília era desigual e que ele decidiu romper o compromisso de casamento, alegando que a sua liberdade era mais importante para ele do que o casamento. Ele também revelou que havia retornado devido a problemas pessoais e não por motivos relacionados a uma missão ministerial, como havia sido sugerido anteriormente.
Ademais, Vicente acorda cedo e sai para o cais, onde encontra Valentim, o noivo de Emília. Eles se despedem calorosamente, pois Valentim está prestes a partir em uma viagem de navio. Enquanto isso, Emília espera ansiosamente em casa. No entanto, quando Vicente volta sozinho, ele revela que Valentim não apareceu e não enviou nenhuma carta. Emília fica arrasada com a notícia. Vicente tenta distraí-la durante os próximos meses, mas a ausência de Valentim começa a afetá-la. Depois de três meses, uma carta de Valentim chega, na qual ele confessa que mudou de ideia sobre o casamento devido a razões pessoais. Ele justifica sua decisão afirmando que a união seria desigual e que ele não estava disposto a abrir mão de sua liberdade. A carta deixa Emília desolada, e Vicente se sente traído e com raiva de Valentim.
Há de se falar da reação de Vicente ao receber uma carta insolente de Valentim, na qual revela que não ama mais Emília e a dispensa. Vicente, pai de Emília, fica profundamente magoado não apenas pela ilusão da filha, mas também pela falta de respeito do jovem, que ultraja a dignidade do pai. Ao ler a carta, Vicente fica pálido e trêmulo, e Emília, ao presenciar a agitação do pai, pergunta o que aconteceu. Vicente relata a Emília que Valentim não a ama mais e a dispensa, o que faz com que ela desmaie. Vicente percebeu que subestimou a capacidade de Emília lidar com a revelação e se arrepende de tê-la contado. Com o auxílio médico, Emília se recupera gradualmente, mas continua triste e pensativa. Vicente dedica-se inteiramente à filha durante sua convalescença, tentando consolá-la e incentivando-a a desprezar Valentim. Após um mês, Emília se recupera completamente. Em uma conversa, Vicente a aconselha a não se escravizar a um amor indigno e a seguir em frente. No entanto, Emília revela que se considera pertencente a Valentim, mesmo que ele não a queira mais. Vicente fica chocado e tenta repelir a filha, mas, comovido pelas súplicas e arrependimento de Emília, ele a perdoa. No entanto, Vicente percebe o horror da situação de Emília diante do mundo, que costuma julgar e condenar as mulheres em sua posição, enquanto o homem responsável pelo erro é acatado. Diante disso, Vicente reflete sobre a situação e os fatos apresentados, sem saber ao certo o que fazer.
O conto também retrata a situação de Vicente e Emília após a revelação do engano amoroso de Valentim. Vicente, como pai e ancião, sente-se ultrajado pela insolência da carta recebida e experimenta um efeito doloroso diante da ilusão sofrida por Emília. Ao ler a carta em voz alta, Emília desmaia, causando grande preocupação a Vicente, que inicialmente teme pela vida da filha. No entanto, com o cuidado e os conselhos de Vicente, Emília se recupera e, após um mês, está restabelecida. Durante o período de convalescença, Vicente evita falar sobre a traição de Valentim, buscando distrair Emília e poupá-la do assunto doloroso. No entanto, a tristeza de Emília persiste, e ela se entrega a reflexões dolorosas. Quando Emília finalmente se recupera completamente, Vicente a aconselha a não se escravizar a um amor indigno e a não se entregar a um sentimento que traria apenas vergonha e sofrimento.
No entanto, Emília revela a Vicente que se sente ligada a Valentim, mesmo após a traição. Vicente fica horrorizado e, a princípio, rejeita a filha. No entanto, com a insistência e o arrependimento sincero de Emília, ele acaba perdoando-a, compreendendo a gravidade da situação em que ela se encontra. Vicente, consciente de sua velhice e da possibilidade de morrer a qualquer momento, preocupa-se com o futuro de Emília. Ele teme que ela fique desamparada e seja levada à vergonha ou à morte por causa das dificuldades financeiras. Vicente reflete sobre diferentes soluções, mas não encontra uma resposta satisfatória que resolva todas as dúvidas e evite as tristes consequências.
O silêncio sepulcral toma conta da casa após as explosões de dor e indignação de pai e filha. Emília se recolhe em seu quarto, evitando a presença do pai, e Vicente passa horas sozinho, mergulhado em sua tristeza e preocupações com o futuro. Em um momento de conversa entre pai e filha, Vicente expressa sua preocupação com o que acontecerá com Emília após sua morte. Ele propõe que eles se mudem para uma nova casa, onde poderão trabalhar juntos para economizar dinheiro e garantir o sustento de ambos. Vicente se tornará hortelão e Emília costureira, e o fruto de seu trabalho e da pensão que ele recebe do Estado permitirá que eles tenham segurança financeira no futuro. A partir desse dia, fica acordado que Vicente e Emília se dedicarão a reconstruir suas vidas através da esperança no futuro, trabalhando juntos para reparar o passado e garantir um futuro mais seguro para Emília.
Vicente e Emília vivem em uma pequena casa, trabalhando arduamente para reparar os erros do passado. Vicente opta por não buscar vingança contra Valentim, confiando na justiça divina. Davi, umpoeta amigo de Vicente, visita regularmente a família, mas desaparece subitamente por dois meses, deixando uma carta explicando sua ausência. Durante esse período, Vicente adoece gravemente, e Emília chama o criado de Davi para obter ajuda médica. A doença de Vicente se agrava, e o médico teme pela sua vida.
Emília fica angustiada ao saber do estado grave de seu pai, pois ele é seu único apoio e conforto. Os cuidados com Vicente se intensificam, com Elói e Emília vigiando e cuidando dele durante as noites. Emília tem sonhos perturbadores e passa as noites em claro, preocupada com a saúde de seu pai. Certa noite, Vicente acorda e vê Emília ajoelhada, implorando por sua saúde. Ele se emociona e agradece a Deus por sua filha. Essa cena se repete durante a doença de Vicente. Com cuidados e tratamento, ele se recupera gradualmente, surpreendendo Emília com sua melhora. O médico proíbe Vicente de voltar ao trabalho imediatamente, o que preocupa o hortelão, mas Emília se compromete a trabalhar sozinha para sustentá-los. Ela menciona que pediu à sua madrinha (referindo-se à Virgem Maria) pela saúde de seu pai. Vicente sorri e reflete sobre a devoção sincera de sua filha. Emília expressa que, se ele morresse, ela também morreria, pois não conseguiria sobreviver sem ele. Essa situação retrata a profunda dependência e ligação entre os dois, onde a morte de um significaria a perda de toda esperança de felicidade e paz para o outro.
A doença de Vicente resultou na ruína financeira da família. Todo o dinheiro economizado ao longo dos anos foi utilizado para custear o tratamento e cuidados durante sua enfermidade. Agora, eles teriam que recomeçar a acumular recursos para garantir sua segurança e paz futura. Apesar das dificuldades, Vicente e Emília encaram a situação com otimismo e gratidão a Deus. Eles se veem como Sísifos, prontos para recomeçar a árdua tarefa de reconstruir seu patrimônio. Em meio a isso, Vicente recebe uma carta de Davi, informando que voltará em breve, porém com uma revelação sobre seu próprio filho.
Davi conta a Vicente que seu filho, que havia se desviado do caminho correto, havia retornado e se redimido. Davi expressa sua alegria por ter encontrado seu filho transformado e pede perdão a Emília em nome dele. Vicente fica emocionado e compartilha com Davi tudo o que havia acontecido durante sua ausência, incluindo o amor e a dedicação de Emília. No dia seguinte, Davi vai à casa de Vicente e é recebido por Emília. Ela o saúda com entusiasmo, expressando que sua ausência foi sentida como a de um amigo de longa data. Davi revela que não voltará novamente, mas ficará de uma vez. Ele pede o perdão de Emília em nome de seu filho, Valentim, e menciona que também precisa fazer uma reparação.
Davi explica que Valentim, antes um jovem problemático, passou por transformações significativas e deseja se casar com Emília. Ele traz Valentim para a casa de Vicente, onde o filho se ajoelha aos pés de Emília e Vicente, pedindo perdão. Após o perdão ser concedido, eles se casam. Valentim se torna um marido exemplar e um filho modelo, deixando o passado para trás. A família trabalha unida para transformar seus sonhos de paz e felicidade em realidade, e eles conseguem alcançar isso. Nesse final feliz, todos encontram a tão desejada paz e felicidade em suas vidas.
Por fim, têm-se que esta obra de Machado de Assis é um conto breve, que narra a jornada de um pai dedicado que faz tudo por sua filha depois de uma desilusão amorosa. Decidindo se aposentar mais cedo, ele leva sua filha para viver em um lugar tranquilo, longe dos mexericos da cidade, buscando uma vida mais simples e honrada. 
A jovem, delicada e apaixonada, se envolve com um rapaz que promete casamento assim que retornar de uma importante viagem. No entanto, suas promessas são quebradas quando ele a rejeita por meio de uma carta. O livro descreve de forma tocante a tristeza, decepção e a jornada de superação da protagonista.
Depois de se estabelecerem em outra cidade, o pai faz amizade com um vizinho que, com o tempo, confia nele o suficiente para compartilhar o que aconteceu com sua filha. Esse vizinho desempenha um papel essencial em trazer a felicidade de volta ao coração da jovem. É interessante como Machado aborda o amor entre pai e filha e como o respeito era valorizado na época, influenciando a formação do caráter das pessoas. 
Naquele tempo, a palavra tinha um poder significativo e era suficiente para sustentar a reputação de alguém. É uma história linda, sincera e suave, com um final emocionante que pode até mesmo trazer lágrimas aos olhos. Ler Machado de Assis é uma experiência enriquecedora, especialmente com essa bela história.

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