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APOSTILA DIREITO PENAL DRIVE - 2023

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“Ninguém come a fruta 
no mesmo dia em que
planta a semente.” 
Todos os direitos reservados
2023
SUMÁRIO
Noções de Direito Penal………………………………………………………………...5
Princípios da legalidade e da anterioridade………………………………..…….....5
A lei penal no tempo e no espaço………………………………...…………………..7
Tempo e lugar do crime.………………………………………………………………...8
Lei penal excepcional, especial e temporária ……………………………………....9
Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal ………...…………………….10
Pena cumprida no estrangeiro ……………………………………………………….13
Eficácia da sentença estrangeira ……………………………...…………………….14
Contagem de prazo …………………………………………………………………….14
Frações não computáveis da pena ………………………………………………….16
Interpretação da lei penal ……………………………………………………….…….17
Analogia ………………………………………………………………………………….17
Irretroatividade da lei penal ………………………………………….……………….18
Conflito aparente de normas penais …………………………………….………….19
Teoria do crime …………………………...…………………………………………….19
Tipo penal objetivo …….……………………………………………………………….23
Tipo penal subjetivo …..……………………………………………………………….23
Ilicitude …………………..……………………………………………………………….23
Causas excludentes …..……………………………………………………………….24
Culpabilidade …………...……………………………………………………………….25
Crimes contra a pessoa ……………………………………………………………….27
Crimes contra o patrimônio …………………………………………….…………….32
Crimes contra a administração pública …………………………………………….37
Disposições constitucionais aplicáveis ao direito penal ……………………….40
Crimes hediondos ……..……………………………………………………………….41
Abuso de autoridade ….……………………………………………………………….43
Estatuto da Criança e do Adolescente …………………………….……………….44
5
1) Noções de Direito Penal
➡️ Direito Penal: É o ramo do direito que nasceu para regular as condutas humanas e punir
os atos infracionais.
Ato infracional é a conduta descrita em lei como infração penal, pois atentam contra 
bens jurídicos protegidos pelo ordenamento jurídico com a finalidade de manter a
harmonia na sociedade.
Exemplos de bens protegidos: Vida, patrimônio.
Logo, causar prejuízo a esses bens será considerado uma infração penal prevista em 
lei Art. 121 do Código Penal: Matar alguém, pena de 6 a 20 anos.
Art. 155 do Código Penal: Subtrair coisa alheia móvel, pena de 1 a 4 anos.
➡️ Sujeitos do Direito Penal:
a) Sujeito ativo: Quem pratica a infração penal. Pode ser através de ação ou omissão.
• Agir com intenção de causar dano: Envenenamento (ação)
• Deixar de agir e assim causar dano: Não prestar socorro e a vítima falecer 
(omissão)
b) Sujeito Passivo: Quem sofreu o dano. Vítima
Para que o dano seja considerado crime, a ação ou omissão do sujeito ativo
deve ser considerada uma infração penal prevista em lei criada antes de ocorrer
a conduta.
Estas regras estão previstas nos Princípios da Legalidade e Princípio da 
Anterioridade.
2) Princípios da legalidade e da anterioridade.
➡️ Princípio da Legalidade: Foi introduzido no ordenamento brasileiro primeiramente
na Constituição Federal de 1988, no art. 5º, de forma geral no inciso II, e de forma
específica sobre matéria penal no inciso XXXIX.
6
Constituição Federal:
Art. 5º, II (GERAL) - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa senão em virtude de lei: É uma proteção ao cidadão .
Art. 5º, XXXIX (PENAL) - Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal;
➡️ Princípio da Legalidade Penal: Um ato só pode ser considerado crime ou infração penal 
se estiver previsto em LEI .
Fundamentação Legal: O Princípio da Legalidade penal está descrito no art. 1º 
do Código Penal (CP).
Art. 1º CP: Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem 
prévia cominação legal.
O princípio da Legalidade se ramifica em outros 2 princípios: Princípio 
da Anterioridade Penal e Princípio da Reserva Legal.
Princípio da Legalidade Penal Princípio Anterioridade Penal
Princípio da Reserva Legal
➡️ Princípio da Anterioridade Penal
Releia o art. 1º CP e veja: Nenhum ato é considerado crime sem lei ANTERIOR. 
Isso significa que o momento da prática do ato importa.
Ex: O ato de stalkear de forma constrangedora só foi considerado crime em 31 de
março de 2021, com a Lei 14.132/2021. Então quem praticou este ato até 30 de março
de 2021 não pode ser enquadrado neste crime, mesmo se descobrir a pessoa em abril.
O direito penal avalia o momento que o crime ocorreu. Se ocorreu em 29/03/21 
mas descobriu quem praticou em 01/04/2021, ele não pode ser enquadrado neste
crime. Até poderia ser processado por ameaça, pois já tinha lei, mas especificamente o
crime de stalker não é possível.(No dia que ocorreu o ato não tinha lei )
7
 ➡️Princípio da Reserva Legal: O Brasil tem diversas maneiras de manifestar o direito;
pelas leis, decisões do STF, STJ, decretos presidenciais, resoluções, portarias e
outros. No entanto, no que diz respeito às matérias penais, está reservado só para as 
leis se manifestarem. Não pode uma decisão do STF criar um novo crime. Só lei cria
crime, só lei revoga crime .
3) A lei penal no tempo e no espaço.
 ➡ ️Lei penal no tempo: Como estudamos no tópico 2, o tempo do crime se dá no
momento que se praticou o ato.
Não se pode punir por prática criminosa, o ato que, naquele tempo, não tinha previsão
legal (lei), porém pode inocentar. Veja:
 ➡ ️Princípio da Irretroatividade Penal: A lei não retroagirá para punir, somente para
beneficiar. (Art. 5º, LX, CF/88).
A lei só volta no tempo para beneficiar o réu.
Ex: Adultério era crime até 2005. Vamos supor que alguém praticou o ato em 2004 e
estava sendo preso. 
Em 2005 quando fizeram uma lei acabando com esse crime, todos que estavam presos
por prática extraconjugal tiveram que ser liberados.
 A Justiça não pode prender quem praticou um crime antes da existência da lei, como o
exemplo do stalker. Mas deve soltar, caso a nova lei seja mais benéfica ao acusado.
Resumo ➡ ️ Lei mais severa feita em 5 maio de 2023, não retroage para tocar em quem
praticou antes desta data.
 
 ➡ ️Lei mais branda feita em 5 de maio de 2023, qualquer pessoa que cometeu o
crime antes ou depois desta data, será beneficiado.
 Lei penal no espaço: ➡️ É o lugar onde o crime ocorreu. O direito penal entende que o
lugar do crime é tanto onde começa, até onde termina. 
Se um paraguaio comete crime no país dele, mas foge para o Brasil. A lei penal também
pode agir, pois o crime tocou no espaço brasileiro.
8
4) Tempo e lugar do crime.
 Tempo do Crime:➡️
Depois da introdução acerca do tema, já sabemos que o Direito Penal brasileiro
adotou a Teoria da Atividade para explicar o tempo do crime. Pois se leva em
consideração o momento da atividade do agente praticante da infração.
Vimos que, para que haja crime, no momento da atividade, o ato deve estar
previsto em alguma lei, seja no próprio Código Penal ou lei específica sobre um crime.
 Ex de lei específica sobre um crime: Lei de drogas, Lei Maria da Penha…
Outra situação importante que se leva em consideração em relação ao tempo do
crime é a idade do agente.
Ex: Fulano, nascido em 04/03/2005, dispara tiro e acerta a cabeça da vítima no dia
25/02/2023 (nesse dia Fulano tem 17 anos e 11 meses). A vítima, até então
hospitalizada veio a óbito dia 05/03/2023, 1 dia após o aniversário de Fulano.
Qual o tempo do crime? No dia do disparo (atividade) ou no dia da morte (resultado)?
Você já sabe que o Brasil adotou a Teoria da Atividade para designar o tempo do crime ,
 logo, o dia do ato será o contado como tempo da infração.
Como no dia do disparo, Fulano tinha 17 anos, não podemos nem dizer que cometeu
crime de homicídio, mas sim, ato infracional análogo ao homicídio.
 Lugar do Crime➡️ : Imagine que alguém tenha sido sequestrado na cidade de Canoas e
levado para um cativeiro em Porto Alegre, onde ficou em cárcere privado. O sequestrador
foi descoberto e preso na capitalgaúcha.
Qual o lugar do crime? Canoas (atividade) ou Porto Alegre (Resultado= desfecho)?
O crime ocorreu nos 2 lugares, tanto da atividade quanto do resultado.
O Brasil para designar o lugar do crime adotou a Teoria Mista. 
O direito penal entende que tanto onde iniciou o crime quanto onde foi finalizado se
considera o lugar do crime. O nome mais utilizado desta teoria é: Teoria da Ubiquidade
(União das 2 teorias)
9
Resumo das Teorias de
Tempo e Lugar do crime
LUTA
 LU = Lugar + Ubiquidade (Atividade e Resultado)
 TA = Tempo + Atividade
5) Lei penal especial, excepcional e temporária.
 Lei penal especial: ➡️ São leis que possuem prazo de vigência de curta duração.
 A lei tem tempo determinado e feita em momentos especiais e/ou fora da
normalidade:
Ex.: Um evento, uma calamidade pública.
A regra é que as leis penais existam “para sempre”, sem prazo para acabar.
 
Por exemplo, quando a Lei Maria da Penha foi criada, ela não trouxe um prazo de
validade. Para acabar com este crime, deve-se fazer outra lei. Como falamos, só lei cria
crime, só lei revoga crime.
No entanto, há situações em que a própria lei penal já traz consigo um prazo de
validade. 
Ex: Em 2014, na Copa do Mundo, se criou uma lei dizendo que os crimes
cometidos contra o patrimônio da Fifa teriam penas mais graves. Ou seja, essa lei só
valeria enquanto estivéssemos tendo a Copa no Brasil. 
Importante frisar que, no Brasil, os processos judiciais demoram um pouco. Sendo
assim, se o sujeito cometeu o crime contra a Fifa em 2014, mas o seu processo criminal
começou em 2015 quando a lei não valia mais, já que a Copa já tinha acabado, ele ainda
vai responder com base na Lei da Copa, pois o crime ocorreu naquele momento (em
2014). 
 Lei penal excepcional: ➡️ É a lei feita em situações excepcionais, pelo tempo que
precisar.
 Em momentos de Calamidade pública (ex: Pandemia) . 
Como não se sabe quanto tempo vai durar uma calamidade, o prazo de validade da lei
excepcional é o tempo que houver necessidade .
10
Em 2020 foi feita a Lei 13.979 (Lei da Pandemia): No art. 3º-A, §1º, II desta lei, previa o
aumento da pena para infrações cometidas em ambientes fechados.
 Lei penais temporárias:➡️ É a lei que já traz consigo quanto tempo vai durar , pois há a
possibilidade de previsão. Como o caso da Lei da Copa. Sabe-se quanto tempo os jogos
durariam, logo dá pra saber por quanto tempo a lei precisa estar em vigor.
6) Territorialidade e Extraterritorialidade da lei penal.
O objetivo de estudar a lei penal no espaço é observar 2 quesitos: Onde ocorreu a
infração penal e se devemos aplicar a lei penal brasileira à situação.
A regra é que se o crime ocorrer no território brasileiro, aplica-se a lei penal
brasileira. Voltando ao exemplo do paraguaio que comete crime Paraguai e foge para
cá. É possível aplicar a lei penal brasileira também pois o crime tocou no nosso espaço
nacional (território).
Acontece que existem os acordos internacionais que versam sobre cooperação
entre as nações e o Paraguai pode pedir para extraditar o infrator para que seja punido
em seu país de origem. 
O mesmo pode ocorrer se brasileiro cometer crime ou for vítima de crime em
outro país. O Brasil, visando proteger seu povo, pode solicitar que a questão seja
resolvida em solo brasileiro. É disso que se trata a Territorialidade e a Extraterritorialidade.
Quando aplica a lei brasileira em crimes que ocorreram no território brasileiro,
denomina-se Princípio da Territorialidade e quando aplica a lei brasileira em casos que
ocorreram no estrangeiro, é chamado de Princípio da Extraterritorialidade.
 Princípio da Territorialidade: ➡️ Quando o crime ocorre no território brasileiro, aplica-se
a lei penal brasileira (regra)
Ex. de exceção: Crimes cometidos por Embaixadores aqui no Brasil, mesmo ocorrendo
em solo nacional, os Diplomatas respondem criminalmente como se estivessem em seu
país de origem, dessa forma, aplica-se a lei do país ao qual eles fazem parte.
 
Território brasileiro: Espaços onde se aplicam a lei penal brasileira
a) Toda a extensão de terra do Brasil
b) Todos os rios, lagos e mares do Brasil
c) Até 200 milhas (370 km) da Costa brasileira, depois se torna Alto mar.
Alto-mar são as águas que não pertencem a nenhum país.
d) Aeronaves públicas, militares ou a Serviço do Brasil, em qualquer lugar do mundo.
 
Ex: Crime cometido dentro de avião a serviço do Brasil sobrevoando o Uruguai é como se
o crime tivesse ocorrido no Brasil.
11
e) Embarcações públicas, militares ou a Serviço do Brasil, em qualquer lugar. Crime
cometido dentro de navio a serviço do Brasil, é como se o crime tivesse ocorrido no Brasil.
f) Aeronaves privadas (mercantes) do Brasil sobrevoando o Alto mar considera que
ocorreu no Brasil. Se sobrevoar a Argentina, o crime ocorreu na Argentina.
g) Embarcações privadas (mercantes) do Brasil navegando em Alto mar
Ex: Crimes em cruzeiro brasileiro ou avião brasileiro em Alto mar considera que foi no BR.
h) Avião ou embarcação internacional dentro do espaço aéreo ou marítimo brasileiro. 
Ex: Cruzeiro de outro país em Santos-SP, é considerado crime no Brasil.
 Princípio da Extraterritorialidade: ➡️ Quando o crime ocorre fora do território nacional
mas se aplica a lei penal brasileira .
• Existem 3 hipóteses de Extraterritorialidade
1) Extraterritorialidade Incondicionada: São crimes mais graves que, mesmo ocorrendo
fora do Brasil, prejudicam bastante nosso país.
NESSES CASOS COM CERTEZA SE APLICA A LEI BRASILEIRA:
 a) Crimes contra vida e a liberdade do Presidente da República 
Ex: Tentativa de homicídio contra o Presidente do Brasil na Venezuela.
 b) Crimes contra o patrimônio de Ente Público (União, Estados, Municípios,Órgão
da Administração Pública)
Ex: Falsificar a moeda brasileira no Paraguai
c) Crimes contra a Administração Pública, por quem está a seu serviço:
Ex: Deputado Federal cometendo crime de corrupção nos Estados Unidos.
d) Crime de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil
Ex: Brasileiro que está na Europa e participa de grupo de extermínio racial.
Existem crimes que poderão ser julgados pela lei brasileira aqui no Brasil.
 A lei do Brasil não vai ser aplicada em outro país, o acusado precisa estar aqui ou ser
extraditado (enviado para o Brasil)
a) Crimes que, por Tratado ou Convenção, o Brasil se obrigou a reprimir
12
Ex: São condutas que são crimes em todos os países; matar, roubar, tráfico e etc…
b) Crimes praticados por brasileiro no estrangeiro 
Ex: O Brasil solicita ao país estrangeiro que o brasileiro seja julgado aqui.
Obs: O país estrangeiro não é obrigado a aceitar, mas pelo bem internacional e
diplomacia, é o indicado. Um caso que o país onde ocorreu o crime não aceitou foi a
Indonésia, que puniu um brasileiro com pena de morte por cometer tráfico de drogas lá.
c) Crimes praticados por brasileiro em aeronaves ou embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e que ainda
não foram julgados.
Ex: Em uma viagem internacional um brasileiro furta uma mochila de outro passageiro.
O Brasil pede para que ele seja julgado aqui.
Para que a lei penal brasileira possa ser aplicada deve-se verificar algumas condições
2)Extraterritorialidade Condicionada: Dependem de algumas condições para assim, a
lei penal brasileira ser aplicada. 
Mas, o país onde ocorreu o crime pode não aceitar o pedido do Brasil e não mandar o
acusado para nosso país. (Caso do brasileiro condenado a morte na Indonésia)
a) O brasileiro deve estar em solo nacional = já está aqui ou o país estrangeiro aceitar
extraditá-lo +
b) O brasileiro não ter sido absolvido ou cumprido pena no país estrangeiro = Uma
pessoa não pode ser punida 2 vezes, se ele foi julgado no outro país e inocentado ou já
tenha cumprido a pena lá, o Brasil não pode condenar o brasileiro aqui.
Ex:Brasileiro de férias na Itália comete crime de estupro e volta para o Brasil. Iniciou um
inquérito lá mas ele não foi julgado. Estamos diante de um caso de Extraterritorialidade
condicionada.
✔ Brasileiro +
✔ Estupro (crime em todos os países) +
✔ Está no Brasil+
✔ Não foi julgado na Itália 
Soma das condições = Extraterritorialidade Condicionada
3) Extraterritorialidade Hipercondicionada:
É o caso com ainda mais excepcionalidade pois é quando a lei brasileira se aplica contra
estrangeiro.
13
O estrangeiro que comete crime contra brasileiro fora do Brasil. Neste caso o
brasileiro é vítima de crime internacional.
Só é possível se:
a) O país do estrangeiro que cometeu crime contra o brasileiro enviá-lo para cá(Brasil), ou
ele esteja no Brasil. O julgamento deve ocorrer aqui.
+
b) O estrangeiro não ter sido inocentado ou já ter sido punido em seu país de origem, pois
uma pessoa não pode ser julgada 2 vezes pelo mesmo fato.
+
c) O país dele não pedir extradição ou o Brasil negar enviá-lo
Ex: Paraguaio mata sua esposa brasileira no Paraguai e foge para o Paraná. Se for pego
no Brasil e o país de origem não pedir a extradição ou se pedir e o Brasil negar, será
julgado pela lei brasileira.
+
d) O Ministro da Justiça deve pedir para o julgamento do estrangeiro ser feita pela Brasil.
O exemplo acima preenche todos os requisitos da extraterritorialidade hipercondicionada:
✔ Paraguaio = estrangeiro +
✔ Homicídio de brasileira = Homicídio é crime em todos os países +
✔ Fugiu para o Paraná = Estrangeiro está no Brasil +
✔ Paraguai não pediu sua extradição +
✔ Ministro emite requisição para aplicação da lei brasileira +
Se teve a soma de todas as condições para julgar um estrangeiro no Brasil estamos
diante de um caso de Extraterritorialidade Hipercondicionada
7) Pena cumprida no estrangeiro.
 ➡️ Para evitar que o agente seja punido 2 vezes pelo mesmo fato , o art. 8º do nosso
Código Penal trouxe a possibilidade da Pena cumprida no estrangeiro como
retração da pena brasileira.
 
Aplica-se aos casos de extraterritorialidade incondicionada
Quando um brasileiro comete crime em outro país, ele pode responder pelo crime tanto
no país que cometeu a infração, como no Brasil.
O país estrangeiro também tem intento de punir o acusado, pois ele manchou o seu
território e suas normas com um ato infracional.
O Brasil deve julgar o crime pois, como se aplica a casos de extraterritorialidade
incondicionada, quer dizer que o crime foi grave e prejudica nosso país.
Para evitar a dupla punição pelo mesmo fato, o tempo que ficou preso no
estrangeiro será abatido da pena que for cumprir no Brasil.
14
Ex: Brasileiro tenta matar o Presidente da República do Brasil na Venezuela.
Na Venezuela, foi condenado a 5 anos de reclusão em regime fechado e cumpriu a pena.
Em solo brasileiro, foi condenado a 18 anos. Assim, serão abatidos os 5 anos que
cumpriu na Venezuela e o acusado cumprirá o restante aqui no Brasil, 13 anos.
8) Eficácia da sentença estrangeira.
A regra é que uma Sentença judicial produza efeitos no país em que houve a
decisão, no entanto, por meio de Tratados internacionais de cooperação entre as nações,
abriu a hipótese de cumprimento de Sentença estrangeira aqui no Brasil.
Para que a Sentença que o acusado recebeu no país estrangeiro produza
efeitos aqui no Brasil, precisa ser cumprido alguns requisitos.
a) Sentença com trânsito em julgado: São sentenças que não mais nenhum
recurso. A parte processual está finalizada, agora entra na fase de execução da
Sentença.
É uma questão de Segurança jurídica. Para que a Justiça Brasileira homologue
uma sentença estrangeira ela não pode ser alterada. Já deve ter transitado em julgado.
Quando for sentença de reparação de danos: Pedido do interessado aqui no
Brasil. Ex: Foi decidido na Inglaterra pelo pagamento de indenização para brasileira. Ela,
a interessada, estando no Brasil e querendo dar prosseguimento na reparação do dano
deve solicitar o cumprimento da Sentença. 
 OUTROS casos: Ex: Cumprir pena restritiva de liberdade. Precisa de requisição do
Ministro da Justiça (exemplo do tópico 6 paraguaio que assassinou a esposa brasileira).
Competência para homologação da Sentença estrangeira no Brasil:
 Para que a Sentença estrangeira tenha eficácia no Brasil:
Precisa da homologação do STJ, o Superior Tribunal de Justiça.
9) Contagem de prazo.
Está descrito no art. 10 do Código Penal
 ➡️ Art. 10. CP: O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias,
os meses e os anos pelo calendário comum. 
O prazo penal diz que começa a contar no mesmo dia que ocorre a situação. 
15
Isso quer dizer que desde o 1º dia já começa a contar este prazo. No prazo de processo
penal começa no próximo dia útil.
Primeiro temos que diferenciar prazo penal de prazo processual penal.
O prazo processual penal é o tempo para cada etapa do processo. Começa a contar
no próximo dia após a intimação.
 Ex: O advogado do réu tem 5 dias para interpor o recurso de apelação. 
Esses dias vão ser contados, não pelo art. 10 do CP, mas pelo art. 798 do Código de
Processo Penal. 
O prazo de processo penal não conta o 1º dia (o dia que ocorreu a intimação).
 Por exemplo, se o réu recebeu a intimação para apresentar o recurso no dia 23/03/2023
(quinta-feira), o prazo para interpor a apelação vai começar a contar no próximo dia útil,
24/03/23 (sexta-feira) e termina 28/03/23 (terça-feira) pois no prazo do processo penal
não pula os finais de semana, nem feriado se tiverem no meio da contagem. 
Se, a intimação tivesse vindo dia 24/03/23, na sexta-feira, aí sim se pularia o final de
semana, pois não pode começar nem acabar em dia não-útil.
Se tivesse recebido a intimação dia 27/03/23 na segunda-feira, contaria terça, quarta,
quinta, sexta, sábado. Como o prazo de 5 dias terminou no sábado, se estende até a
segunda, pois não pode começar nem terminar em fds e feriados. 
Resumo: Em matéria penal, o prazo penal E prazo do processo penal não pulam os finais
de semana e feriados. Só não podem iniciar nem terminar no fds e feriado
Ex: Se o prazo é 5 dias e o ato ocorreu em uma quinta-feira e a sexta-feira não é
feriado.
Prazo penal: Começa a contar na própria quinta e vai até segunda (se não for feriado).Se
a segunda for feriado nacional, passa para terça.
Prazo processo penal: Começa na sexta e vai até terça (se a terça for feriado, passa pra
quarta).
Já que foi entendido o que é prazo processual, que são os prazos que se referem ao
tempo sobre os atos do processo como resposta do acusado (após ser acusado, o réu
é intimado para fazer sua defesa em 10 dias), recursos (na apelação, o réu é intimado e
tem 5 dias para recorrer) agora vamos à matéria que de fato vai se cobrar na prova: Prazo
penal.
O prazo penal são as contagens de tempo que diz respeito ao cumprimento da obrigação
do acusado. Pode ser o tempo de prisão, tempo que a justiça tem para achar o acusado
para este cumprir a pena, ou seja, trata de fato do tempo referente ao crime. Ex: A pessoa
que comete homicídio pode ser presa pelos próximos 20 anos, contados da data do
crime. 
16
A mata B e foge. A polícia tem 20 anos para achar A e este responder pelo crime. (isso é
um tipo de prazo penal) 
O prazo penal diz que o cômputo começa do 1º dia. Isso quer dizer que desde o dia da
prisão já conta este prazo.
Se o sujeito for preso às 23:53, mesmo faltando 7 min para o dia acabar, esse dia vai
contar como início do prazo. 
Existem 4 situações que usa o prazo penal:
a) Prescrição: É o tempo para se cobrar na justiça o delito. Tempo que cada crime tem
para ser processado antes de se tornar prescrito. Se furtou em 2002, tem até 2010 para
processar o acusado (regra).
 Ex de prazos de prescrição(Regra Geral): Furto = 8 anos
 Roubo = 16 anos
 Homicídio = 20 anos
A tabela da prescriçãoé no art. 109, do Código Penal
b) Decadência: É o tempo que o ofendido tem para oferecer queixa para o acusado
responder pela infração. Ex: Maria, na reunião de condomínio do dia 09/05/2023, diz que
José é ladrão porque não paga o condomínio há meses. José, se sentindo ofendido pelas
palavras da sua vizinha, está pensando em ir à delegacia prestar queixa por difamação.
José tem 6 meses para apresentar a queixa-crime. Como é um prazo que vai diminuindo
(decadencial) se conta pelo art. 10 do CP. Logo, começa a contar desde o dia 09/05/23.
c) Pena: O sujeito foi julgado a cumprir a pena em regime fechado por 3 anos, 2 meses e
15 dias. Se ele for levado ao presídio às 17:00 do dia 20/04/2023 (sexta-feira), este será o
dia 1 do cumprimento da pena.
c) Prisão: Como foi dito, o prazo penal referente a prisão começa a contar no dia em que
ocorre, independente se estiver faltando alguns minutos para o dia terminar.
Ex: Prisão Temporária. O prazo da prisão temporária é dia 5 dias para crimes comuns e
30 dias para crime hediondo.
Ou seja, se for preso às 20:00 h da segunda-feira, será solto na sexta-feira.
10) Frações não computáveis da pena.
 ➡️ Art. 11, CP: Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de
direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. 
Diz respeito ao Art. 11 do Código Penal e quer dizer que, quando o juiz for fazer o
cálculo da pena do réu e o tempo der 1 ano 2 meses 15 dias e 6h essa fração de horas
deverá ser retirada. As horas não são computadas.
17
O mesmo acontece se a pena for multa. Se o cálculo da multa der R$ 1400, 85 os
centavos deverão ser retirados, pois não são computados. O art. fala em cruzeiros, pois
era a moeda vigente da época, hoje, real.
11) Interpretação da lei penal.
 Interpretação da lei penal: ➡️ É a maneira que se vai buscar a forma de
entender o que a lei penal quer dizer. O Código Penal fala sobre os crimes cometidos por
funcionário público. Mas quem pode ser enquadrado neste crime? Como se deve
interpretar o termo funcionário público para fins de punição penal? 
Uma das formas de interpretar é olhando a própria lei para ver se ela é clara
quanto a isso. Nesse exemplo, o próprio CP traz quem pode ser enquadrado nesse crime.
Art. 327,CP - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
função pública. (Interpreta-se que, para ser enquadrado no crime de funcionário público,
se abrange mais do que a pessoa que passou no concurso e se tornou servidor, o
estagiário, por exemplo, pode ser processado como funcionário público.)
Existem 3 formas de interpretar a lei penal.
1) Legislativa: A resposta de como se deve interpretar está na própria legislação (lei). É o
caso do exemplo do funcionário Público.
2) Doutrinária: É a interpretação de estudiosos do Direito Penal que escrevem livros,
manuais sobre os assuntos. Muitas vezes quando a lei apresenta algumas lacunas, os
doutrinadores trazem seu entendimento e se tornam a referência sobre o tema.
3) Jurisprudencial: É quando a dúvida sobre o tema vai parar no Judiciário e os juízes,
tendo que decidir o assunto, viram a referência a cerca do tema em questão. O judiciário
não pode sozinho lançar seu entendimento sobre o tema, ele precisa ser provocado para
decidir a questão através de processo judicial.
12) Analogia. 
Neste tópico devemos entender a diferença de Interpretação Analógica e Analogia.
 Interpretação Analógica:➡️ Existe na lei uma linha de raciocínio a seguir, mas não tem
como trazer todos os exemplos possíveis.
Exemplo: Art. 121,§ 2º, III fala sobre homicídio qualificado por meio cruel.
O próprio artigo da lei dá exemplos de meio cruel dando uma linha de raciocínio de como
o juiz deve julgar.
 Não tem como a lei prevê todas as formas de crueldade humana. Então a lei fala:
 -Qualquer forma parecida com isso, é um meio cruel. Cabe ao juiz, quando for julgar a
forma que ocorreu o homicídio, interpretar analogicamente se foi parecido com os
exemplos que a lei deu ou não. 
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A interpretação analógica pode prejudicar o réu. Já que a interpretação do juiz poderá
aumentar a gravidade do crime que o acusado cometeu.
Art. 121, CP: Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou 
cruel, ou de que possa resultar perigo comum; 
 ➡️Analogia: Aqui não há uma interpretação da lei, pois o legislador simplesmente não
trouxe nem sequer a linha de raciocínio a ser seguida. É uma lacuna na lei.
Não se fala em interpretação mas em integração da norma, o juiz pelo conhecimento que
tem e buscando explicações na doutrina e em outros julgamentos vai ter que julgar o ato
do acusado não pela lei, mas pela analogia que ele fez sobre o tema de acordo com os
estudos sobre direito penal. A analogia só pode beneficiar o réu.
Ex: O art. 181, CP, diz que não cabe pena quando ocorre o furto ao próprio cônjuge. 
Se alguém está sendo processado porque pegou um dinheiro do companheiro com quem 
vive em União estável. 
A lei fala de cônjuge (casamento),não fala de União estável (existe uma lacuna). Hoje, o 
entendimento é que União estável é igual ao casamento. Logo, para beneficiar o réu que 
está sendo acusado de furtar seu companheiro, o juiz usa a analogia para integrar a lei e 
o absolve da acusação.
13) Irretroatividade da lei penal.
 Irretroatividade da lei penal: ➡️ A lei não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
Já falamos desse instituto quando falamos do adultério. Uma lei feita após a
data do crime, só retroage se for beneficiar o réu.
Outro exemplo: O crime de roubo, em 2018, teve uma mudança e somente aumentava a
pena quando ocorrido com o uso de arma de fogo. 
Quem estava sendo processado por roubo com o uso de arma branca (ex: faca), teve a
pena diminuída, pois como a nova lei era mais branda e beneficiava o réu, atingia todos
os acusados processados antes e depois de 2018.
Em 2020, entrou em vigor o Pacote Anti-crime e aumentou novamente a pena de
roubo cometidos com arma branca. Agora, essa nova lei prejudicava o réu. Como
sabemos, para prejudicar o réu, a lei não pode retroagir. Dessa forma, a pena que piorou
a situação do réu só pode ser aplicada para os acusados que foram processados a partir
de 2020.
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14) Conflito aparente de normas penais.
É quando existe um fato, mas aparentemente existem mais de uma norma que
soluciona a situação.
Fala-se aparente, porque na verdade é um problema na interpretação do fato.
Ex: Mulher mata o próprio filho logo após dar a luz.
Existe no Código Penal o crime de homicídio, que diz que é crime matar alguém
(art. 121, CP) e existe crime de infanticídio, que diz que é crime matar o filho sob 
influência do estado puerperal (art. 123, CP).
Um recém-nascido é alguém . Logo talvez pudesse ser enquadrado como vítima do art.
121, no entanto, analisando os elementos do crime, é mais correto incluir este crime no
artigo específico sobre o crime contra o filho do que em um artigo geral que trata de
homicídio de “qualquer” pessoa.
 Sempre que existir uma norma mais específica, que traga mais elementos que expliquem
o caso, esta será aplicada no lugar da norma que trata o crime de forma genérica.
15) Teoria do crime.
 Teoria do crime: ➡️ Explica o que é considerado crime no Brasil, para que o acusado
possa ser punido ou não.
CRIME
FATO TÍPICO + ILICITUDE + CULPABILIDADE
Se conseguir excluir 1 desses elementos do ato do acusado, entende-se que ele
NÃO COMETEU CRIME.
Ex do Fulano de 17 anos: A idade para ter culpabilidade no Brasil é 18 anos. Tínhamos
um fato (Tiro), é ilícito (a lei diz que não pode matar), mas não tinha o 3º elemento.
Logo, Fulano não cometeu crime.
a) Fato Típico: É a relação do que está escrito na lei, com o caso concreto. Compara-se
o que aconteceu de fato com o que a lei diz sobre aquilo.
 ➡️Característicasque conferem se houve fato típico:
1) Conduta: O que o acusado fez. Ex: Envenenar em alguém
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2) Resultado: A consequência da conduta. Ex: Resultou em morte ou lesão?
3) Nexo Causal: Relação da conduta e resultado. O resultado só ocorreu por causa da
conduta do agente. Se o agente não tivesse colocado o veneno no suco, a vítima não
sofreria o dano. 
4) Tipicidade: O que a lei fala sobre a conduta? Ex: O CP diz que o crime é mais grave
quando usa veneno.
 ➡️Modalidade do Fato Típico 
1) Fato típico Doloso: O acusado teve a intenção de causar o dano. 
2) Fato Típico Culposo: O acusado não teve a intenção de causar o dano. Achava que
era açúcar e sem querer envenenou a vítima.
Existe a culpa por imprudência: Ele até sabe que não pode, mas acha que não vai
acontecer nada. Ex: Passar no amarelo, conduzir acima da velocidade permitida. A
pessoa sabe que é errado dirigir acima da velocidade, mas ela não faz isso com a
intenção de atropelar as pessoas, se acontecer, foi sem intenção.
Nesse caso temos a polêmica da embriaguez no trânsito. A pessoa sabe que é errado,
mas faz mesmo assim e quando acontece um acidente alega que foi sem a intenção. 
Culpa por negligência: Se na imprudência a pessoa passa do ponto, na negligência a
pessoa deixa de tomar alguns cuidados. Ex: Não fazer a revisão no carro e mesmo
estando na velocidade permitida, quando vai frear no sinal vermelho, o freio não funciona
e acaba atropelando uma vítima.
Culpa por imperícia: A pessoa não pode agir, pois não é apta para isso. Ex: Adolescente
de 16 anos que acha que sabe dirigir, vai dar uma volta no bairro, perde o controle do
carro e atropela alguém. Ou médico clínico geral faz uma cirurgia que só um especialista
poderia fazer e causa lesão. Ele não tem perícia para realizar aquilo.
Obs.: Só há crime na forma culposo se estiver previsto na lei.
Ex: Matar sem querer é crime? Sim, o art. 121,§ 3º, diz que existe o crime de homicídio
culposo.
Pegar algo de alguém sem querer achando que era seu é crime? Não, pois não há o
crime de furto culposo.
3) Fato típico Preterdoloso: É quando o acusado quis causar uma lesão, só queria que
a vítima passasse mal, mas como exagerou na dose do veneno, acabou matando.
Tinha dolo do crime leve (lesão), mas sem querer acabou matando.
b) Ilicitude: Na ilicitude, quando o Ministério Público denuncia o acusado, e o promotor
fundamenta a acusação (traz o artigo onde está o crime), se presume que é ilícito. NO
ENTANTO, a defesa (Advogado e Defensoria Pública) deve procurar na própria lei
casos que excluem a ilicitude.
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 ➡️Causas que excluem a ilicitude 
1) Legítima Defesa: Quando a conduta que seria ilícita ocorre para garantir a
sobrevivência e/ou integridade física. É a defesa a uma conduta humana.
Ex: A pessoa que morreu estava agredindo a vítima e ela se defendeu.
A acusação vai dizer que A matou B, e é ilícito pois a conduta está fundamentada no art.
121 do CP. A defesa deverá comprovar que embora houve a morte de alguém, o acusado
agiu para proteger sua própria sobrevivência, ou seja, foi em legítima defesa.
O juiz entendendo que sim, o fato ocorreu em legítima defesa, tira a ilicitude da conduta
do acusado e decide que O ACUSADO NÃO COMETEU CRIME.
2) Estado de Necessidade: Quando a conduta que seria ilícita ocorre para garantir a sua
própria sobrevivência e/ou integridade física ou e de 3º. É a defesa a um perigo.
Ex: Alguém entrou em trabalho de parto e não há outra forma de chegar ao hospital a não
ser que o irmão da grávida que não tem carteira de motorista conduza o veículo. Dirigir
sem carteira é crime, mas pelo horário e local afastado, não tinham outra forma de chegar
à maternidade. Para salvar o bem maior, a Vida, se agiu dessa forma, se não tivesse o
perigo seria ilícito dirigir sem carteira, mas para salvar do perigo de morte do bebê se
exclui a ilicitude.
Obs.: Ataque de animal. O direito vê os animais como coisa, logo se alguém foi atacado
por um cachorro e matar o animal. Agiu em estado de necessidade e não em legítima
defesa. Legítima defesa é somente contra pessoa.
3) Estrito cumprimento do dever legal: É quando um agente público cumpre a lei.
Ex: Quando um policial pega um criminoso em flagrante e o prende. O policial não pode
ser processado por cárcere privado, pois a lei diz que ao ser apreendido em flagrante
delito deve prender o praticante da conduta. Tirar a liberdade de alguém é crime, mas se
ocorrer em cumprimento de um dever legal, retira a ilicitude do fato. Outro exemplo: O
oficial de justiça quando entra na casa de alguém e apreende um bem que a justiça
determinou. Ele não pode ser processado por invasão de domicílio e furto, pois agiu em
cumprimento do dever legal.
* Crime = F + I + C. Tirou a ilicitude, não existe crime. 
4) Exercício regular de direito: Aplica-se a máxima, onde há direito não há crime. Isso
quer dizer. Lembre do exemplo do policial que prende o ladrão em flagrante. O
policial tem o dever de cumprir a lei. O direito penal diz que quando um crime está
ocorrendo, QUALQUER PESSOA, pode prender em flagrante para evitar uma injustiça.
Não é uma obrigação do cidadão comum prender alguém, mas se o crime estiver
ocorrendo o cidadão tem o direito de prender para evitar que aquilo continue ocorrendo.
Da mesma forma que o policial não pode ser processado por cárcere privado pois tirou a
liberdade de alguém, o cidadão também não pode ser punido pois agiu de acordo com
seu direito.
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5) Consentimento Prévio do Ofendido: É uma causa supralegal de exclusão da
ilicitude. É supralegal porque não é geral, como as outras 4 causas. O consentimento só
vai poder ser usado com excludente em alguns casos.
Ex: Exame de sangue. Furar o braço é uma lesão, mas há o consentimento pois é para
uma questão maior, a saúde. Assim, o profissional da saúde não poderá ser acusado de
lesão corporal. Outros exemplos: Tatuagem, Furar orelha. Lembrando que só pode haver
a exclusão da ilicitude pelo fator consentimento se a lesão for leve.
c) Culpabilidade: É a capacidade de imputar (atribuir) a alguém que sua conduta é
culpável.
 Atenção!!! Cuidado com a nomenclatura!!
IMputável = culpável INIMputável= não culpável
 ➡ ️Causas de Inimputabilidade Penal: Situações que o sujeito não pode ser
considerado culpado.
1) Menoridade Penal: Só comete crime pessoa que, no dia do ato infracional, tinha 18
anos ou mais. Obs.: A pessoa emancipada civilmente, no direito penal continua sendo
menor de idade e não pode responder por crime. A pessoa casou aos 16 anos, ou seja,
precisou ser emancipada para isso, se comete ato infracional, para o direito penal,
continua sendo inimputável.
2) Comprometimento mental: A pessoa não tem plena capacidade mental. Ex: A pessoa
possui uma doença mental que comprometa seu entendimento sobre a realidade. Se a
doença for grave, inimputabilidade TOTAL. Se for leve/moderada, inimputabilidade
PARCIAL.
3) Embriaguez ou uso de drogas involuntário: Alguém coloca álcool ou droga e o
agente consome sem saber. Ex: Alguém coloca droga no suco e a pessoa foi dirigir e
atropelou uma vítima. Ex polêmico: Bombom com licor. A pessoa não sabia q tinha álcool
no chocolate, foi dirigir e na Blitz o bafômetro constatou álcool em seu sangue.
4) Potencial Consciência de Ilicitude: Antigamente: Quando as leis foram feitas, fazia
sentido essa excludente de culpabilidade. O conhecimento não era tão difundido como
hoje, não existia a tecnologia da internet, por exemplo. Hoje, dizer que cometeu um crime
e alegar que não tem culpa pois não sabia que aquela conduta é ilícita perdeu bastante
força. Um caso que provas e livros traz para exemplificar é um holandês que está no
Brasil e fuma maconha achando que aqui também é liberado como é na Holanda.
5) Exigibilidade de Conduta diversa: Quando é exigido da pessoa que ela tenha uma
conduta diversa do que seria o certo. Não foi dada outra possibilidade ao sujeito e ele
teveque agir de forma contrária a lei. É o caso clássico da coação. Se o refém em um
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assalto a um banco é obrigado a ajudar os ladrões pois caso se negue será morto. O
refém não pode ser processado por roubo pois ele não tinha outra opção. 
Nosso Edital está mostrando que vê o assunto da Teoria do crime com
extrema importância!! 
É compreensível, uma vez que o concurso é para trabalhar na Defensoria Pública.
Se o edital só trouxesse o tópico Teoria do crime, já teríamos que estudar os 3 elementos:
Fato + Ilicitude + culpabilidade. Porém, o edital trouxe tópicos específicos para falar de
cada elemento. Como já acabamos de estudar, 
Vamos fazer uma revisão rápida nos tópicos 3.4.16 ao 3.4.20. 
O lado bom é que hoje vamos riscar 12 tópicos!!! Continue até o 3.4.120.
16) Tipo penal objetivo: É uma subdivisão do Fato Típico
Quando estudamos o Fato Típico, falamos da tipicidade. Que é onde está escrito
se tal conduta é crime ou não. Deve-se comparar o que está escrito com a conduta do
agente. Ao olharmos a descrição do crime nos artigos, existirão elementos objetivos, ou
seja, é fácil entender se houve crime e elementos subjetivos, que precisam de uma
interpretação mais complexa.
 Tipo penal objetivo:➡️ É facilmente perceptível na tipificação do crime.
Ex: Art. 155, Subtrair coisa alheia para si. É facilmente compreensível que qualquer coisa
que não for da pessoa e ele pegar para si, estará cometendo o crime de furto. Não existe
dúvida. Tudo aquilo que está muito claro é um elemento objetivo.
17) Tipo penal subjetivo: É uma subdivisão do Fato Típico
 Tipo penal subjetivo: ➡️ Precisa uma interpretação mais aprofundada para entender se
houve crime.
Ex: Dolo e culpa. Precisa de uma interpretação do caso, para entender se o agente
cometeu a conduta com a intenção de causar um dano (dolo), ou se não teve intenção
(culpa).
18) Ilicitude.
 Ilicitude: ➡️ É um dos elementos do crime. A ação do acusado é ilícita quando há uma
tipificação legal que diz que tal conduto é ilegal. 
Como falamos lá no início da matéria, para ser crime, deve existir uma lei anterior que
diga que a ação é crime. Bater em alguém é crime, pois o art. 129 do CP diz que a
agressão configura lesão corporal. 
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Existem situações que, tal conduta ocorreu para se proteger, a pessoa bateu em outra
em legítima defesa. Logo, exclui a ilicitude pois teve um motivo aceitável para aquilo
ocorrer. 
Na ilicitude, quando o Ministério Público denuncia o acusado, e o promotor fundamenta a
acusação (traz o artigo onde está o crime), se presume que é ilícito. NO ENTANTO, a
defesa (Advogado e Defensoria Pública) deve procurar na própria lei casos que
excluem a ilicitude.
19) Causas excludentes.
 Causas Excludentes de Ilicitude:➡️ São as situações que a ação do acusado de
cometer um crime foi motivada para proteger um bem maior como a vida (a própria vida
ou de alguém), ocorreram em uma situação de perigo e necessidade ou cumprindo um
dever ou um direito.
Existem 5 causas excludentes de ilicitude: Legítima defesa, Estado de Necessidade,
Estrito Cumprimento do dever legal, Exercício Regular do Direito e Consentimento Prévio
do ofendido.
Causas que excluem a ilicitude 
1) Legítima Defesa: Quando a conduta que seria ilícita ocorre para garantir a
sobrevivência e/ou integridade física. É a defesa a uma conduta humana.
Ex: A pessoa que morreu estava agredindo a vítima e ela se defendeu.
A acusação vai dizer que A matou B, e que é ilícito pois a conduta está fundamentada no
art. 121 do CP. 
A defesa deverá mostrar que, embora houve a morte de alguém, o acusado agiu para
proteger sua própria sobrevivência, ou seja, foi em legítima defesa.
O juiz entendendo que sim, que o fato ocorreu em legítima defesa, tira a ilicitude da
conduta do acusado e decide que O ACUSADO NÃO COMETEU CRIME.
2) Estado de Necessidade: Quando a conduta que seria ilícita ocorre para garantir a sua
própria sobrevivência e/ou integridade física ou e de 3º. É a defesa a um perigo.
Ex: Alguém entrou em trabalho de parto e não há outra forma de chegar ao hospital a não
ser que o irmão da grávida que não tem carteira de motorista conduza o veículo. Dirigir
sem carteira é crime, mas pelo horário e local afastado, não tinham outra forma de chegar
à maternidade.
Para salvar o bem maior, a Vida, se agiu dessa forma, se não tivesse o perigo seria ilícito
dirigir sem carteira, mas para salvar do perigo da morte do bebê se exclui a ilicitude.
Obs.: Ataque de animal. 
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O direito vê os animais como coisa, logo, se alguém foi atacado por um cachorro matar o
animal. Agiu em estado de necessidade e não em legítima defesa. Legítima defesa é
somente contra pessoa.
3) Estrito cumprimento do dever legal: É quando um agente público cumpre a lei.
Ex: Quando um policial pega um criminoso em flagrante e o prende. O policial não pode
ser processado por cárcere privado, pois a lei diz que ao ser apreendido em flagrante
delito deve prender o praticante da conduta. 
Tirar a liberdade de alguém é crime, mas se ocorrer em cumprimento de um dever legal,
retira a ilicitude do fato. 
Outro exemplo: O oficial de justiça quando entra na casa de alguém e apreende um bem
que a justiça determinou. Ele não pode ser processado por invasão de domicílio e furto,
pois agiu em cumprimento do dever legal.
* Crime = Fato típico + Ilicitude + Culpabilidade. Tirou a ilicitude, não existe crime.
4) Exercício regular de direito: Aplica-se a máxima, onde há direito não há crime.
 Lembre do exemplo do policial que prende o ladrão em flagrante. O policial tem o
dever de cumprir a lei. 
O direito penal diz que quando um crime está ocorrendo, QUALQUER PESSOA , pode 
prender em flagrante para evitar uma injustiça.
Não é uma obrigação do cidadão comum prender alguém, mas se o crime estiver
ocorrendo o cidadão tem o direito de prender para evitar que aquilo continue.
 Da mesma forma que o policial não pode ser processado por cárcere privado pois tirou a
liberdade de alguém, o cidadão também não pode ser punido pois agiu de acordo com
seu direito.
5) Consentimento Prévio do Ofendido: É uma causa supralegal de exclusão da
ilicitude. É supralegal porque não é geral, como as outras 4 causas. O consentimento só
vai poder ser usado com excludente em alguns casos.
Ex: Exame de sangue. Furar o braço é uma lesão, mas há o consentimento pois é para
uma questão maior, a saúde. Assim, o profissional da saúde não poderá ser acusado de
lesão corporal. Outros exemplos: Tatuagem, Furar orelha. Lembrando que só pode haver
a exclusão da ilicitude pelo fator consentimento se a lesão for leve.
20) Culpabilidade.
 Culpabilidade: ➡️ É a capacidade do autor para responder pelos seus atos. 
 É quando é possível imputar (atribuir) a alguém que sua conduta é culpável.
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 Atenção!!! Cuidado com a nomenclatura!!
IMputável = culpável INIMputável= não culpável
 ➡ ️Causas de Inimputabilidade Penal: Situações que o sujeito não pode ser
considerado culpado.
1) Menoridade Penal: Só comete crime pessoa que, no dia do ato infracional, tinha 18
anos ou mais.
Obs.: A pessoa emancipada civilmente, no direito penal continua sendo menor de idade e
não pode responder por crime. A pessoa casou aos 16 anos, ou seja, precisou ser
emancipada para isso. Se ela comete ato infracional, para o direito penal, continua sendo
inimputável.
2) Comprometimento mental: A pessoa não tem plena capacidade mental.
 Ex: A pessoa possui uma doença mental que comprometa seu entendimento sobre a
realidade. Se a doença for grave, inimputabilidade TOTAL. Se for leve/moderada,
inimputabilidade PARCIAL.
3) Embriaguez ou uso de drogas involuntário: Alguém coloca álcool ou droga e o
agente consome sem saber. Ex: Alguém coloca droga no suco e a pessoa foi dirigir e
atropelou uma vítima. Ex polêmico: Bombom com licor. A pessoa não sabia q tinha álcool
no chocolate, foi dirigir e na Blitz o bafômetro constatou álcool em seu sangue.4) Potencial Consciência de Ilicitude: Antigamente quando as leis foram feitas, fazia
sentido essa excludente de culpabilidade.
O conhecimento não era tão difundido como hoje, não existia a tecnologia da internet, por
exemplo. 
Hoje, dizer que cometeu um crime e alegar que não tem culpa pois não sabia que aquela
conduta é ilícita perdeu bastante força.
 Um caso que as provas e os livros trazem para exemplificar é um holandês que está no
Brasil e fuma maconha achando que aqui também é liberado como é na Holanda.
5) Exigibilidade de Conduta diversa: Quando é exigido da pessoa que ela tenha uma
conduta diferente do que seria o certo.
 Não foi dada outra possibilidade ao sujeito e ele teve que agir de forma contrária a lei. 
É o caso clássico da coação. Se o refém em um assalto a um banco é obrigado a ajudar 
os ladrões pois caso se negue será morto. O refém não pode ser processado por roubo
pois ele não tinha outra opção. 
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Crime = Fato típico + Ilicitude + Culpabilidade.
Ao retirar a culpabilidade não há crime.
21) Crimes contra a pessoa.
 São as condutas delitivas que afetam o ente humano. Pode ocorrer quando
tocam a integridade física ou moral da pessoa.
São os crimes previstos nos Arts. 121 a 154 do Código Penal
As penas podem ser de Detenção ou Reclusão
➢ Detenção: É a pena dos crimes mais leves, o acusado inicia o cumprimento da
pena ou em regime aberto ou semiaberto.
➢ Reclusão: É a pena dos crimes mais graves, O autor do crime pode iniciar tanto no
Regime fechado, semiaberto ou aberto, vai depender do caso concreto.
Os principais crimes cobrados são:
1º) Homicídio: Art. 121, CP Matar alguém 
Pena: Reclusão de 6 a 20 anos
 É considerado homicídio ceifar a vida extrauterina.
Crime comum: Qualquer um pode ser sujeito ativo(autor) e qualquer um pode ser sujeito
passivo(vítima). 
a) Homicídio doloso: O autor do crime tinha a intenção de provocar a morte da vítima.
b) Homicídio Culposo: O autor do crime não tinha a intenção de ceifar a vida da vítima.
Perdão Judicial: Quando ocorre um homicídio culposo, o autor não tinha a intenção de
matar e a consequência do crime é muito grave para o próprio acusado. 
Ex: O pai ao estacionar o carro na garagem de casa, sem querer, mata o próprio filho
atropelado. Essa morte causa muita dor no próprio “assassino”, logo o juiz pode conceder
o perdão judicial por entender que a maior pena para este homem é a própria culpa de ter
matado o próprio filho.
Obs.: Diferença de homicídio e infanticídio:
• O infanticídio é quando a mãe, em estado puerperal, tira a vida do próprio filho.
28
• Se o médico que fez o parto ou outra pessoa que não seja a mãe tirar a vida do
bebê, será homicídio. 
Causas que diminuem a pena do crime de homicídio:
a) Motivo de relevante valor social: Quando a vítima de alguma forma fez mal a
sociedade.(coletividade) 
Ex: O sujeito roubou a nação e ao tentar cruzar a fronteira para fugir, alguém dispara um
tiro e o mata. Alguém matou o traidor da pátria.
b) Motivo de relevante valor moral: Quando o autor está motivado por algo que fere sua
moral (individualidade).
 Ex: Pai mata o estuprador da sua filha. A vítima (estuprador) fez algo ruim para o autor
do crime.
c) Domínio de violenta emoção logo em seguida de injusta agressão da vítima: É
quando o autor é provocado pela vítima. Não se confunde com a legítima defesa. Na
legítima defesa, a vítima está agredindo o autor e ele para se defender acaba matando.
Nesse caso de violenta emoção, o autor fica com raiva da vítima.
Ex: A esposa chega em casa e encontra o marido tendo relação sexual com outra mulher
no quarto do casal. A esposa traída pega uma cadeira e bate na cabeça do marido e o
mata. 
Obs: Não pode ser premeditado. Se a esposa já sabia que o marido a estava traindo e
planeja matá-lo, não diminui a pena pois ela premeditou o homicídio.
O autor do homicídio nesses casos acima vai responder pelo crime de homicídio
mas o juiz dará uma pena menor pois o motivo do crime foi uma dessas causas de
diminuição de pena.
Causas que aumentam a pena de homicídio:
a) Motivo fútil: É quando o crime é desproporcional ao motivo. Ex: Um homem
esbarra no outro na balada, e só por isso foi morto.
b) Meio Cruel: Frieza na forma de agir. Por veneno, fogo, explosivo, tortura ou
outro meio cruel, a lei usa a expressão outro meio cruel pois não dá para prevê todas as
formas de crueldade humana. Ex: 100 facadas. 
• Feminicídio: Homicídio de mulher em detrimento de sua condição feminina.
Feminicídio x Femicídio
O Feminicídio ocorre quando o fato de ser mulher é uma condição para o crime
ocorrer.
Foi tipificado na Lei Maria da Penha e é uma das formas de Violência doméstica.
29
O acusado em desfavor da vida da mulher, pratica o crime.
É uma causa de aumento de pena. A pena é aumentada caso ocorra o feminicídio.
Femicídio: É quando por ventura a vítima de homicídio é mulher.
Ex: Homicídio no trânsito e por acaso a vítima é mulher. Ocorreu um femicídio. Neste
caso basta que a vítima da morte seja do sexo feminino.
Todo feminicídio é femicídio, mas nem todo femicídio é feminicídio. 
2º) Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação Art. 122
do CP
É induzir ou instigar a vítima a tirar sua própria vida ou o induzimento e a
instigação a vítima para se automutilar.
É possível praticar esse crime por meio digital. Ex: Há uns anos tinha um “jogo”
Baleia azul que induzia os adolescentes a praticarem automutilação. Os adolescentes
eram “desafiados” a se cortarem ou para pularem na frente de um carro em movimento.
Para cometer esses crimes não precisa que a vítima morra ou se lesione,
basta o autor instigar o suicídio ou a automutilação.
Pena: Reclusão de 6 meses a 2 anos
3º) Infanticídio: Art. 123, CP
 Mãe em estado puerperal que ceifa a vida do recém-nascido. Somente a mãe
comete esse crime. Caso outra pessoa mate o bebê, comete homicídio.
Pena: Detenção de 2 a 6 meses
4º) Aborto: Art. 124 a 128, CP
É a interrupção da gravidez, ocasionando a morte do feto.
a) Provocar em si ou consentir que um terceiro provoque seu aborto. 
Pena: Detenção de 1 a 3 anos
b)Provocar na grávida aborto sem o consentimento dela
Pena: Reclusão de 3 a 10 anos
c) Provocar o aborto da grávida com o consentimento dela
Pena: Reclusão de 1 a 4 anos
d) Não se pune o aborto praticado por médico quando for a única maneira de
salvar a vida da gestante ou gravidez mediante estupro.
30
5º) Lesão Corporal: Art. 129 a do CP
É a ofensa à integridade física ou a saúde de alguém
Existem 3 tipos de lesão corporal: Leve, grave e gravíssima.
A lei só disse o que seria lesão corporal grave, foi a doutrina que explicou o que
seria a lesão leve e a gravíssima.
a) Lesão corporal leve: Art. 129, caput: Para medir o que seria essa ato
infracional, observa-se que as vias de fato ultrapassam um empurrão e as consequências
não são muito gravosas.
Empurrar alguém com intenção danosa é uma contravenção penal, ou seja, não é
considerado crime.
Ex Lesão leve: Tapa no rosto, soco “leve”.
Pena: Detenção de 3 meses a 1 ano. 
b) Lesão corporal grave: Art. 129, § 1º: Quando da lesão resulta:
Pena: Reclusão, de 1 a 5 anos. 
• Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias (A partir de 31
dias).
Não se trata só de ocupações de trabalho, é genérico. Quando a lesão atrapalha
a rotina da vítima.
• Perigo de morte: Mesmo se a lesão não tenha sido tão grave mas ocorreu na
beira de um precipício. Houve perigo da vítima morrer.
• Debilidade permanente de membro: A vítima não consegue mais levantar o braço
todo, após a lesão só consegue levantar o braço até a altura do ombro.
Obs.: É permanente mas o braço ainda tem função motora. Se perder a função
do braço totalmente, a lesão se torna gravíssima.
• Antecipação do parto: Grávida agredida e resultou em antecipar a data do parto.
c) Lesão corporal gravíssima: Art. 129, § 2º: É quando ocorre as hipóteses de
lesão corporal grave de forma piorada.
Pena: Reclusão, de 2 a 8 anos. 
•Incapacidade permanente para o trabalho: Na grave era uma incapacidade
genérica por mais de 30 dias, na gravíssima é específica para o trabalho e
permanente.
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• Enfermidade incurável: Adquiriu uma doença em decorrência das lesões sofridas.
Ex: Briga de torcida, a vítima levou vários chutes na cabeça e ficou com
convulsões sem a possibilidade de cura.
• Deformidade permanente: No exemplo anterior, a vítima tinha uma debilidade
permanente. Ainda era possível a mobilidade parcial do braço. Na lesão
gravíssima, o membro já não função alguma. Perda total da função do braço.
• Aborto: A lesão não acelerou o parto, aqui houve a morte da vida intrauterina.
 6º) Crimes contra a honra ( Arts. 138 a 140, CP)
Ofensa a moral da pessoa. É a agressão a estima e ao psicológico da vítima
a) Calúnia: Imputar crime para a vítima. Ex: Dizer que a vítima está roubando só
para afetar sua honra. Como existe o crime de roubo na lei. É caso de calúnia.
Pena: Detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa 
b) Difamação: Dar uma fama ruim para a vítima Ex: Dizer para toda a família da
vítima que o está traindo. Adultério não é crime, porém, pelos valores a morais, vemos
com maus olhos quem pratica a traição conjugal.
Pena: Detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa 
c) Injúria: Ofender a dignidade da vítima. O íntimo da vítima foi afetado.
Ex: Xingar a vítima.
Pena: Detenção, de 1 a 6 meses, ou multa 
Existe a injúria Real: Uma injúria em forma de violência. 
Ex: Cuspir na cara da vítima.
Pena: Detenção, de 3 meses a um 1, e multa 
 
Queixa-crime
Para os crimes contra a honra serem processados precisa que a vítima
preste uma Queixa-crime. O prazo decadencial ( falamos no Tópico 9) é de 6 meses
a contar do dia que se conhece o agressor.
Caso: Maria na reunião do condomínio no dia 09/05/2023 disse na frente de
todos que José era ladrão, pois não pagava o condomínio.
Nesse exemplo temos os 3 crimes juntos: 
Imputar crime de roubo ao José = Calúnia
Dar fama ruim ao José= Difamação
Ferir a moral de José = Injúria
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Como José ficou sabendo quem era a agressora no mesmo dia que o crime
contra a sua honra aconteceu. Começará a contar o prazo desde o dia 09/05/2023. 
22) Crimes contra o patrimônio.
São ações que tenham como objetivo atentar o patrimônio de pessoa física ou de
Organizações (empresa).
Os principais cobrados em provas: 
Furto: Art. 155, do Código Penal.
Subtrair coisa alheia móvel sem grave ameaça.
Pena: Reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. 
Furto Qualificado: 
 Quando o furto foi cometido com maior gravidade e a pena para esse crime será
maior.
Pena: Reclusão, de 2 a 8 anos.
a) Destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa 
 
Ex: Para entrar na casa e furtar a televisão, o acusado quebrou a janela. Ou seja, para
atingir o bem que ele queria furtar, destruiu um obstáculo.
b) Abuso de confiança: Usar uma vantagem ou acesso para subtrair um bem.
Ex: Caixa de supermercado que pega o dinheiro. Usou do acesso privilegiado para
cometer o crime.
c) Mediante fraude: O autor do crime engana a vítima e furta o bem.
Não confundir com o estelionato. No estelionato, o criminoso engana a vítima e ela
entrega o bem para ele. 
No furto mediante fraude, o criminoso engana e ele mesmo subtrai o bem.
Ex: Um mágico de rua criminoso faz várias mágicas e confunde a vítima. Pega sem ela
ver o dinheiro da sua carteira. Ele enganou e ele mesmo conseguiu tirar o dinheiro da
carteira.
d) Duas ou mais pessoas: O crime aumenta a pena quando cometido por mais de 1
pessoa.
Obs: O ajudante pode ser menor de idade. Por mais que o menor não possa ser
enquadrado no crime. Ele, na qualidade de ajudante do furto, aumenta a pena do
criminoso maior de idade, porque mesmo sendo menor, é uma pessoa.
Ex: Fulano de 19 e Beltrano de 17 furtaram uma casa. Beltrano, não será processado por
crime, mas Fulano será processado por furto qualificado e terá uma pena entre 2 e 8
anos.
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e) Com o emprego de explosivo: Foi incluída essa qualificadora na Lei 13654/2018.
Ex: Furto de Caixa eletrônico com o emprego de explosivo. Pena: Reclusão de 4 a 10 ª
É ainda mais grave.
f) Furto mediante fraude no meio digital. Foi incluída na Lei 14155/2021.
Criminoso engana a vítima e furta bens. O criminoso invade ou adentra o meio eletrônico.
Ex: Um técnico que entra no computador da vítima com a autorização desta pega
dinheiro ou algum outro bem (documentos, contratos). Ou seja, o criminoso adentrou, não
invadiu.
Pena: Reclusão 4 a 8 anos. É ainda mais grave.
g) Furto de semovente. Ex: Furtar animal de estimação aumenta a pena. 
Pena: Reclusão de 2 a 5 anos.
h) Furto de automóvel e levar para outro estado ou país. Outra cidade não aumenta a
pena. 
Pena: Reclusão 3 a 8 anos. É ainda mais grave.
Furto Privilegiado: É o furto que tem uma diminuição de pena.
Ocorre se:
a) O criminoso é primário: O réu não tem nenhuma condenação transitada em julgada.
+
b) O objeto furtado é de pequeno valor: Até 1 salário mínimo. 
Não confundir com coisa de valor insignificante.
Pequeno valor = Valor insignificante
Consequência (O juiz pode...)
a) Substituição da pena de reclusão pela de detenção
b) Diminuir a pena 1/3 a 2/3 ou aplicar somente a pena de multa. 
Ex: Se a pena seria de 3 anos, diminuindo 1/3 recebe a pena de 1 ano e inicia o
cumprimento de pena em regime aberto.
Furto e o Princípio da Insignificância
O Princípio da Insignificância ocorre quando o valor do bem é tão ínfimo que não
carece mover o Judiciário para buscar a tutela do patrimônio.
O STJ decidiu que se aplica a furto de até 10% do salário mínimo , hoje se aplica a
furto de bem de valor até R$ 132, 00.
Ex: Furto famélico. Quando o indivíduo furta para comer. O bem integridade física deve
ser superior a um patrimônio.
Furto famélico: Furtar comida pois está com fome.
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Ocorre a ATIPICIDADE.
 Retira a tipicidade do ato e entende que não houve crime.
Crime = Tipicidade + Ilicitude + Culpabilidade. 
Roubo: Art. 157, CP
Subtrair coisa móvel mediante grave ameaça ou violência.
Para que haja roubo o autor do crime deve agir de modo que diminua ou anule as
chances de defesa da vítima. 
Pena: Reclusão de 4 a 10 anos.
Ex: Trancar a vítima no quarto e levar a televisão e dinheiro. É roubo pois, impediu
qualquer meio de defesa da vítima(não é furto).
Roubo Próprio x Roubo Impróprio
Roubo próprio: É quando o autor do crime usa da violência ou grave ameaça com a
vítima para obter o bem dela. É o roubo simples. “Comum em nosso país”.
Ex: que cai bastante em concurso: Boa noite Cinderela. Drogar a vítima, deixar
dormindo e levar os bens. É ROUBO! Pois impediu a defesa da vítima (não é furto).
Roubo Impróprio: Nasce como furto mas durante o exercício do crime se transforma em
roubo.
Ex: O sujeito furta uma casa em um condomínio que estava vazia, antes de sair do
condomínio, um segurança que trabalha no local tenta impedi-lo e ele ameaça a vítima
com uma arma.
Perceba que durante a ação ele da posse do bem emprega a grave ameaça ou a
violência.
Pena: Reclusão de 4 a 10 anos.
Ex: Questão de Concurso
Joana entra em um hotel e furta do quarto de um hóspede quantia significativa,
empreendendo fuga pela escadaria onde encontra um zelador. Sentindo-se encurralada
o ameaça com uma faca e consegue escapar. Na hipótese ocorreu:
a) Furto qualificador
b) Furto simples
c) Roubo impróprio
d) Roubo qualificado
e) Tentativa de furto
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Roubo Qualificado
a) Levar o automóvel roubado para outro estado ou país. A diferença do furto
qualificado é que no furto levaram o carro sem violência. Ex: O carro estava
estacionado e alguém abriu e furtou, no roubo, os ladrões colocaram uma arma na
cabeça do motorista e levaram o carro. (1/3 a metade)
b) Restrição de Liberdade Ex: Assaltantes de banco que fazem refém e impedem deles
saírem do local.(1/3 a metade)
c) Com uso de arma: Pacote anticrimede 2020. 
Muito cuidado nessa qualificadora!!!!!! 
O Código Penal dizia que Roubo com emprego de arma aumentava a pena.
Primeira polêmica: Não explicava o que era arma.
Os juízes quando iam julgar os crimes de roubo foram decidindo que além das armas de
fogo(revolver), outros objetos também podiam ser armas, exemplo uma faca.
Em 2018, uma nova lei dizia que para ser roubo com a pena aumentada deveria ser
efetuado com arma de fogo.
Como estudamos na Lei penal no tempo (tópico 3), quando a lei nova é mais benéfica ela
ajuda todos, quem praticou antes e depois daquela data.
Várias pessoas que estavam presas por roubo com faca, saíram da prisão mais cedo,
pois não tinham mais cometido o crime de roubo qualificado mas sim o roubo simples.
Em 2020, com o Pacote Anticrime, fizeram outra lei e aumentaram novamente o
roubo com arma. Nessa lei usa a expressão arma branca, arma de fogo de uso permitido
e arma de fogo de uso restrito.
Hoje é essa norma que está em vigor!
1) Arma branca: Emprego de arma que não seja de fogo. Ex: Faca, taco de Beisebol,
barra de ferro e etc… Aumenta a pena de 1/3 a metade. O juiz que vai analisar o caso.
2) Arma de fogo de uso permitido. Arma que o cidadão pode registrar. Ex.: Revólver.
A pena aumenta em 2/3. 
3) Arma de uso restrito. Armas que só as Forças Armadas podem usar. Ex.: Fuzil da
Polícia Militar. A pena aumenta o dobro.
Lembrando que essa lei não retroage pois é uma lei que prejudica o réu. 
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Ex: Jota cometeu roubo com faca em 2017 e recebeu uma pena de reclusão em regime
fechado de 6 anos. 
Em 2018, tendo seu processo revisado, diminuíram sua pena para 4 anos.
Em 2020 ele não teve a pena aumentada novamente. Pois estava dentro da lei mais
branda.
Somente os crimes que ocorreram após a criação do Pacote Anticrime que tiveram as
penas aumentadas quando usavam a arma branca.
Latrocínio: Roubo seguido de morte 
O ladrão na posse do bem, mata a vítima. Cuidado: Não houve a morte primeiro e o
ladrão rouba o “cadáver”. Ele pega o objeto e antes de ir embora atira na vítima e esta
vem a óbito.
Pena: Reclusão de 20 a 30 anos
Estelionato: Art. 171, CP. 
Crime contra o patrimônio sem grave ameaça.
Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
mantendo alguém em erro 
No furto, o criminoso subtrai (pega), no estelionato ele obtém (conseguiu)
Pena: Reclusão 1 a 5 anos. 
Para que ocorra o crime é preciso que o bem seja transferido da vítima para o criminoso.
É preciso ter o prejuízo da vítima.
Se houver somente a enganação, mas a vítima “não cair”, não houve o crime de
estelionato. (REGRA)
EXCEÇÃO: Fraude para obter vantagem
Ex: Fingir que teve o carro roubado para obter o seguro. Mesmo que não consiga o
dinheiro, só em praticar a fraude, já está cometendo o crime.
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Diminuição da pena: Igual o furto.
Se o réu é primário e o bem foi de pequeno valor.
Estelionato contra idoso ou vulnerável
 A pena aumenta-se de 1/3 ao dobro, se o crime é cometido contra idoso ou vulnerável,
considerada a relevância do resultado.
Ex: Enganar pessoa com + de 60 anos ou alguém com alguma debilidade mental.
Dependendo da gravidade o juiz pode dobrar a pena.
Diferença do Furto mediante fraude e Estelionato:
Furto mediante fraude: O autor do crime que subtrai o bem da vítima, depois de enganá-
la. Ex: Mágico na rua que usa a esperteza para pegar algo.
Estelionato: O autor do crime engana a vítima, e a própria pessoa enganada entrega o
bem para o criminoso.
Ex: O acusado conta uma história para a vítima, ela acredita e faz um pix para o
criminoso. A própria vítima que deu o dinheiro para o criminoso.
23) Crimes contra a administração pública.
São os crimes previstos no Código Penal que configuram prática lesiva ao Ente Público. 
Podem ocorrer tanto por representantes da Administração Pública (corrupção), 
como contra a Administração Pública (desacato ao funcionário público).
Para o Direito Penal pode ser considerado público qualquer pessoa que exerça uma
função (com remuneração ou voluntário) para a Adm. Pública.
Grosso modo é: qualquer pessoa que trabalhe, no prédio do Órgão público é funcionário
público para o Direito penal.
Ex: Um estagiário voluntário para o Direito Penal é considerado funcionário público. 
Principais Crimes administrativos:
Peculato: Art. 312, CP
Pena: Reclusão de 2 a 12 anos e multa
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Crime praticado por funcionário público e se equipara ao furto.
O funcionário público que se apropria de bem da repartição pública.
Obs: O funcionário tem acesso ao lugar e o bem de forma lícita.
Ex1: Oficial de Justiça faz a penhora de bens do devedor mas ao invés de levar para o
Fórum, leva para casa e usa o bem.
 Ex 2: O estagiário do Tribunal leva um computador para sua casa.
Esse estagiário teve acesso ao bem de forma lícita, ele vai para trabalho todos os dias.
Não invadiu o lugar, é um lugar que ele tem acesso.
É diferente de um policial que invade a prefeitura e subtrai um bem. Nesse caso, esse
funcionário público comete furto. A prefeitura não é o local de trabalho dele.
Peculato Culposo
Pena: Detenção, de 3 meses a 1 ano.
Se o funcionário por descuido facilita que o crime ocorra.
Ex: O funcionário público responsável por fechar o cartório, mas sem querer deixou a
porta aberta e um 3º, que pode ser funcionário do Fórum ou não, vendo a porta aberta,
furta o computador.
Se o funcionário reparar o bem antes da Sentença , extingue a punibilidade e não
houve crime.
Ex: O servidor público descuidado comprou outro computador ou pagou o valor.
Se o servidor reparar o bem depois da Sentença , diminui a pena à metade.
Peculato Mediante erro de outrem: Art. 313, CP
Pena: Reclusão de 1 a 4 anos e multa
É quando o funcionário pública se apropria de bem que por um erro ele teve acesso.
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Ex: O Oficial de justiça tinha um mandado para fazer a penhora de 10 celulares da
marca z e 15 celulares da marca w em uma loja da cidade. Ao entregar os aparelhos, o
dono da loja, por erro, dá 15 de cada. Posteriormente quando foi verificar os bens e
levá-los para o Fórum, o Oficial viu que tinha 5 celulares a mais e decide vender os
aparelhos.
Corrupção Passiva: Art. 317, CP
Pena: Reclusão de 2 a 12 anos e multa
Crime cometido por funcionário público que recebeu uma vantagem indevida ou a
promessa da vantagem.
Para consumar o crime não precisa efetivamente receber o dinheiro, basta o aceite. Ao
aceitar fazer algo ilegal em troca da vantagem, o crime já está consumado.
Corrupção Ativa: Art. 333, CP
Pena: Reclusão de 2 a 12 anos e multa
O crime de corrupção ativa pode ser consumado tanto por funcionário público como por
particular. É o sujeito que oferece a vantagem. ( ex: dinheiro).
Ex: Empresário oferece vantagem econômica para o prefeito de uma cidade, caso ele
aceite comprar os alimentos da merenda escolar por valor superfaturado.
Vamos supor que o empresário oferece a proposta para o prefeito comprar o kg do
arroz por R$ 50,00 e sugere que eles dividam o valor superveniente.
Compra 100 kg de arroz por 300 reais, mas no contrato dizem que gastaram R$ 5000 e
dividem o valor “que sobrou”.
O empresário que ofereceu o contrato “vantajoso” comete corrupção 
ativa. O Prefeito que aceita, comete corrupção passiva.
Para consumar basta oferecer ou prometer a vantagem indevida para o funcionário crime.
Concussão: Art. 316 do CP
Pena: Reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
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Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes 
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Parece com a corrupção passiva, no entanto, nesse crime o funcionário público exige o 
pagamento de propina para efetuar algo. Na corrupção ele solicita a vantagem.
Ex: Um juiz diz que só irá proferir Alvará de soltura do réu caso receba propina. O 
funcionário público constrange a outra parte paraincorrer em erro.
Nesse caso ele não “sugere” um esquema de vantagem econômica, há o constrangimento
e uma “ameaça” caso não seja efetuado.
Prevaricação: Art. 319, CP.
 Pena: Detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.
Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição 
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal 
É quando o funcionário público se nega a praticar um ato da função dele.
Ex: Um advogado vai na Xª Vara Cível do Fórum de Porto Alegre e pede para ver um
processo. O Escrivão diz que não vai deixar o Advogado ver (sem nenhum motivo, o
escrivão decidiu que não vai mostrar ).
O Escrivão está cometendo Prevaricação. 
Para provas de concurso e afins: 
NÃO SE APLICA O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA para crimes da Adm. Pública.
Súmula 599 do STJ: O Princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a 
administração pública.
Na vida prática, já houve decisão que excluiu a tipicidade do crime pelo
valor do bem subtraído, ou seja, se valeu deste Princípio.
24) Disposições constitucionais aplicáveis ao direito penal.
São normas da Constituição Federal que tratam sobre o Direito Penal.
Estão descritas no Art. 5º da CF/88.
a) Princípio da Legalidade: Art. 5º, XXXIX, CF.
Para que haja crime, deve existir lei que diga que tal conduta é descrita como crime.
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O Princípio da Legalidade se desdobra em: Princípio da Anterioridade Penal e Princípio da
Reserva Legal.
Princípio da Anterioridade Penal: Nenhum ato é considerado crime sem lei ANTERIOR.
Ao tempo do crime, aquela conduta deve ser descrita em lei como ilegal.
Princípio da Reserva Legal: A matéria penal está reservada somente para as leis
regulamentarem. Só lei cria crime, só lei extingue crime.
b) Princípio da irretroatividade maléfica-retroatividade benéfica: Art. 5º, XL, CF.
Em regra a punição só atinge os agentes que praticarem o crime após a criação da lei.
Quando a nova lei for mais branda ao réu, retroagirá para beneficiá-lo.
c) Princípio da responsabilidade pessoal (intranscendência): Art. 5º, XLV, CF.
O cumprimento da pena pelo condenado não poderá ser transferido para outra pessoa.
Essa transferência só cabe no que tange multa pelo prejuízo do crime.
Os herdeiros, até o limite da herança, serão responsáveis pela reparação de dano em caso
de morte do réu.
Ex: Réu condenado a pagamento de indenização de R$ 200.000, 00. Em caso de óbito, se
deixar para herança um imóvel avaliado em R$ 150.000,00. Os herdeiros pagaram esse
valor na multa, não receberão a herança e os R$ 50.000 será perdoado.
d) Princípio da individualização da pena: Art. 5º, XLVI, CF.
Desdobramento do princípio anterior, a pena é individual. Ninguém, além da pessoa do
condenado, sofrerá as sanções penais do Estado. Ninguém pode ser preso no lugar do
autor do crime.
e) Princípio da humanização das penas: Art. 5º, XLIX e L, CF.
A CF e o Art. 38 do Código Penal regulamentaram os direitos dos presos, impondo às
autoridades o respeito à integridade física e moral dos réus.
As presidiárias terão asseguradas as condições para que possam permanecer com seus
filhos durante o período de amamentação.
f) Princípio do Devido processo legal: Art. 5º, LIV, CF.
Para um ato jurídico ser considerado válido, deve seguir as etapas previstas na norma e
respeitar as regras formais do processo legal.
g) Princípio da presunção de inocência: Art. 5º, LVII, CF.
O indivíduo só será culpado diante de Sentença que não cabe mais recursos, a Sentença
transitada em julgado.
25) Crimes hediondos.
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Crimes Hediondos: Grupo de crimes que são mais repugnantes e devem ser
tratados de forma mais severa. Por exemplo: não tem direito a graça ou anistia.
A lei 8072/90 traz o rol dos crimes hediondos. O Brasil adotou o critério legal, para
ser crime hediondo a conduta deve estar na lei de crimes hediondos ou na Constituição
como crime equiparado ao hediondo (o T,T,T).
Crimes hediondos: Art. 1º, Lei 8072/90.
I) Homicídio simples quando efetuado por grupo ou integrante de grupo de
extermínio.
Ex: Crime cometido por integrante (s) de milícia.
II) Homicídio qualificado
Ex: Por motivo fútil ou cruel, feminicídio
III) Lesão corporal gravíssima ou lesão seguida de morte contra agentes das forças
armadas ou unidades prisionais ou parentes em razão da função.
Ex: Integrante de gangue atira em parente do agente penitenciário para “mandar” recado.
IV) Furto cometido com emprego de explosivo.
Ex: Furto ao caixa eletrônico com explosivo
V) Roubo com restrição a liberdade da vítima ou com emprego de arma de fogo ou resulte
em lesão grave ou morte.
VI) Extorsão mediante restrição de liberdade da vítima que dure mais de 24h, seja contra
menor de 18 e maior de 60 anos, feita em bando/quadrilha ou resulte lesão grave ou morte.
Ex: Sequestro relâmpago de empresário com 65 anos.
VII) Todos os crimes contra a dignidade sexual
Ex: Estupro
VIII) Epidemias com resultado morte
Ex: Responsável por controle sanitário não toma medidas e acarreta a morte da população.
IX) Falsificação de medicamentos
X) Genocídio
Ex: Extermínio parcial ou total de uma população ou comunidade étnica.
XI) Porte e posse ilegal, comercialização e tráfico de arma de fogo
XII) Organização criminosa voltada para a prática de crimes hediondos
Equiparados aos crimes hediondos
Recebem o mesmo tratamento dos crimes hediondos: Tráfico, Tortura e Terrorismo.
Tratamento da Constituição para os crimes hediondos e equiparados.
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Art. 5º, XLIII da CF/88: A CF/88 diz que os crimes hediondos e os equiparados (T, T, T) são
inafiançáveis, não recebem graça ou anistia.
Fiança: É o meio pecuniário (pagamento) para responder o crime em liberdade.
Fiança e a liberdade provisória:
A lei diz que a liberdade provisória é concedida aos acusados que não causam risco
à sociedade e antes de receberem a sentença, ou seja, durante o processo, podem
responder em liberdade.
 Essa liberdade provisória é dada mediante pagamento de fiança. Antes o
entendimento era, se o crime hediondo não cabe fiança não pode caber tal liberdade. Hoje é
consolidado que pode sim ser concedida a Liberdade provisória aos crimes hediondos e
equiparados sem o pagamento de fiança.
Graça: É um instituto que extingue a punibilidade, é dada individualmente ao autor do crime
pelo Presidente da República. 
Obs.: Extinguir a punibilidade significa que o réu não pode ser punido em cárcere pelo
crime, porém continua com antecedentes criminais e a obrigação de pagar multa caso sua
sentença assim o impôs.
Anistia: É responsável por apagar fatos e é concedida pelo Congresso Nacional.
Na anistia é diferente, como é dada por meio de lei e apaga fato. O sujeito volta a ser réu
primário e nem ter a obrigação de reparar qualquer dano à vítima.
26) Abuso de autoridade.
1) Definição
Ocorre quando o servidor público abusa das suas prerrogativas e comete
ilegalidades.
Lei 13.869/2019: Nova lei que trata do abuso de autoridade que entrou em vigor em janeiro
de 2020.
Via de regra, somente o funcionário público responde por abuso de autoridade. Um
particular só pode ser processado por esse crime caso esteja auxiliando o membro da
Administração pública.
Ex: Advogado da parte interessada que auxilia o juiz a praticar abuso de autoridade contra a
outra parte. O particular (advogado) também responde pelo crime. 
Art. 1º, Lei 13869/19: Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por
agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de
exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído. 
Agente público no exercício de sua função: É o excesso da função. Ultrapassa o limite
do permitido por lei.
Ex: Policial usa a autoridade para “puxar a ficha” de alguém na rua. 
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Agente público a pretexto de exercê-la: Não está na função mas a invoca. 
Ex: Famosa carteirada. Apresenta documento de autoridade para intimidar

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