Buscar

NP2 psicopatologia geral

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Pensamentos 
 
Pensamento concreto: 
 
 Não ocorre distinção entre dimensão 
abstrata e simbólica e dimensão 
concreta e imediata dos fatos; 
 Não consegue entender/utilizar 
metáforas; 
 Pensamento muito aderido ao nível 
sensorial da experiencia. 
 
Faltam aspectos do desenvolvimento do pensamento, como: ironia; 
subentendido; o duplo sentido, bem como categorias abstratas de 
modo geral. 
Presente em indivíduos com deficiência mental e esquizofrênicos 
graves 
 
Pensamento obsessivo 
 
Ideias e representações que, apesar do conteúdo absurdo ou 
repulsivo para o indivíduo, se impõe à consciência de modo 
persistente e incontrolável. 
 
ESTADO DE 
ANGÚSTIA 
CONSTANT
E 
 
 
 
 
Ideias obsessivas, que voltam de forma 
recorrente à consciência 
X 
Individuo, que se esforça por bani-las de sua 
consciência 
 
 
Em pacientes gravemente obsessivos, aspectos do pensamento 
mágico também estão presentes. 
 
Memoria – Capacidade de registrar, manter e evocar as experiencias 
e os fatos já ocorrido. A capacidade de memorizar está intimamente 
ligado com o nível de consciência, com a atenção e com o interesse 
afetivo. 
 
Memoria de Trabalho – combinação das habilidades de atenção 
(capacidade de prestar atenção e de concentração) e da memória 
imediata (capacidade de reter o material imediatamente após ser 
percebido). Memória de trabalho é vista também como um 
gerenciador da memória, tendo como principal papel o de analisar 
e selecionar as informações que chegam constantemente e compará-
las com as existentes nas demais memórias, de curta e longa duração. 
 
Valor diagnostico das alterações da memoria de trabalho 
 
De modo geral, todas as condições que afetam as regiões pré-frontais 
causam alteração da memória de trabalho. Ocorrem em distintas condições 
clínicas: 
 Nas demências vasculares 
 Demência de Alzheimer, 
 Na DLC; 
 Na esclerose múltipla 
 No traumatismo craniano. 
 Quadros psiquiátricos primários, como 
esquizofrenia, transtorno de déficit de 
atenção/hiperatividade e transtornos 
obsessivo-compulsivo; 
 No envelhecimento normal, é possível notar 
dificuldades leves, eventualmente 
moderadas. 
 
Hipermnesia – As representações (elementos mnêmicos) afluem rapidamente, 
em tropel, ganhando em número, perdendo, porém, em clareza e precisão. A 
hipermnésia traduz mais a aceleração geral do ritmo psíquico que uma 
alteração propriamente da memória. 
 
Amnésia – de forma genérica, a perda da memória, seja a da capacidade de 
fixar ou a da capacidade de manter e evocar antigos conteúdos mnêmicos. 
 
 Amnésia psicogênica – perda de elementos mnêmicos 
focais, os quais têm valor psicológico específico 
(simbólico, afetivo). O indivíduo esquece, por exemplo, um 
evento de sua vida (que teve um significado especial para 
ele), mas consegue lembrar de tudo que ocorreu ao seu 
“redor”. Tal amnésia pode ser superada por um estado 
hipnótico (na hipnose, o indivíduo consegue lembrar do 
que, em estado de consciência, não recorda). 
 Amnésia orgânica – perde-se primeiramente a 
capacidade de fixação (memórias imediatas e recentes); 
em estados avançados da doença, o indivíduo começa a 
perder conteúdos antigos. 
 
Amnésia anterógrada e retrógrada 
 
 Amnésia anterógrada – indivíduo não consegue mais fixar 
elementos mnêmicos a partir do evento que lhe causou o dano 
cerebral. Por exemplo, o indivíduo não lembra do que ocorreu nas 
semanas (ou meses) depois de um trauma cranioencefálico. É um 
distúrbio-chave e bastante frequente na maior parte dos distúrbios 
neurocognitivos. 
 Amnésia retrógrada – indivíduo perde a memória para fatos 
ocorridos antes do início da doença (ou trauma). Sua ocorrência 
sem amnésia anterógrada pode ser observada em quadros 
dissociativos (psicogênicos), como a amnésia dissociativa e a fuga 
dissociativa. 
 
De modo geral, é comum, após trauma cranioencefálico, a ocorrência de 
amnésias retroanterógradas, ou seja, déficits de fixação para o que ocorreu 
dias, semanas ou meses antes e depois do evento patógeno. 
 
Fabulações (ou confabulações) 
 
Elementos da imaginação do doente ou mesmo lembranças isoladas que 
completam artificialmente as lacunas de memória, produzidas, não 
intencionalmente, em geral, por déficit da memória de fixação. Além do déficit 
de fixação, o doente não é capaz de reconhecer como falsas as imagens 
produzidas pela fantasia. 
As fabulações ocorrem frequentemente na síndrome de Korsakoff, secundária 
ao alcoolismo crônico, associado a déficit da tiamina (vitamina B1), traumatismo 
craniano, encefalite herpética, intoxicação pelo monóxido de carbono, etc. A 
síndrome de Korsakoff é caracterizada por déficit intenso de memória de fixação 
(sobretudo do tipo episódica), que geralmente vem acompanhado de 
fabulações e desorientação temporoespacial. 
 
Lembrança obsessiva – também denominada ideia fixa ou representação 
prevalente, manifesta-se como o surgimento espontâneo de imagens 
mnêmicas ou conteúdos ideativos do passado que, uma vez instalados na 
consciência, não podem ser repelidos voluntariamente pelo indivíduo. A imagem 
mnêmica, embora reconhecida como absurda e indesejável, reaparece de 
forma constante e permanece, como um incômodo, na consciência do paciente. 
Manifesta-se em indivíduos com transtornos do espectro obsessivo-
compulsivo. 
 
Afetividade e suas alterações 
 
Afetividade é um termo genérico, que compreende várias modalidades de 
vivências afetivas, como o humor, as emoções e os sentimentos. 
 
ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E DOS SENTIMENTOS 
 
Apatia – É a diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva. Os 
pacientes queixam-se de não poderem sentir nem alegria, nem 
tristeza, nem raiva, nem nada... Na apatia, o indivíduo, apesar de 
saber da importância afetiva que determinada experiência deveria ter 
para ele, não consegue sentir nada. O paciente torna-se hiporreativo, 
é um “tanto faz quanto tanto fez” para tudo na vida. Trata-se de um 
estado afetivo próprio dos quadros depressivos, apesar de poder 
ocorrer de forma inespecífica em um grande número de transtornos 
mentais. 
 
Embotamento afetivo e devastação afetiva – Perda profunda de 
todo tipo de vivência afetiva. Ao contrário da apatia, que é 
basicamente subjetiva, o embotamento afetivo é observável, 
constatável por meio da mímica, da postura e da atitude do paciente. 
Ocorre tipicamente nas formas negativas, deficitárias de 
esquizofrenia. 
 
Vontade 
 
A vontade é uma dimensão complexa da vida mental, relacionada 
intimamente com as esferas instintiva, afetiva e intelectiva (que 
envolve avaliar, julgar, analisar, decidir), bem como com o conjunto de 
valores, princípios, hábitos e normas socioculturais do indivíduo. 
 
Hipobulia/abulia – Pacientes com hipobulia/abulia apresentam 
diminuição ou até abolição da atividade volitiva. O indivíduo refere que 
não tem vontade para nada, sente-se muito desanimado, sem forças, 
sem “pique”. Geralmente, a hipobulia/abulia encontra-se associada à 
apatia (indiferença afetiva), à fadiga fácil, à dificuldade de decisão, tão 
típicas dos depressivos graves. 
 
ATOS IMPULSIVOS E ATOS COMPULSIVOS 
 
Ato impulsivo – uma espécie de curto circuito do ato voluntário, da 
fase de intenção à fase de execução. O ato impulsivo abole 
abruptamente as fases de intenção, deliberação e decisão, em função 
tanto da intensidade dos desejos ou temores inconscientes como da 
fragilidade das instâncias psíquicas implicadas na reflexão, na 
análise, na ponderação e na contenção dos impulsos e dos desejos. 
Os impulsos patológicos são tipos de atos impulsivos, nos quais 
predominam as ações psicomotoras automáticas, sem reflexão, 
ponderação ou decisão prévias, de tipo instantâneo e explosivo. Eles 
também se caracterizam pela incoercibilidade, ou seja, são 
incontroláveis. 
O ato impulsivo apresenta as seguintes características: 
 É realizado sem fase prévia de intenção, deliberação e 
decisão. 
 De modo geral, o indivíduo não percebe tal ato como 
inadequado, não tenta evitá-lo ou adiá-lo, frequentemente 
nãoé contrário aos valores morais e desejos de quem o 
pratica. 
 É geralmente associado a impulsos patológicos, de 
natureza inconsciente, ou à incapacidade de tolerância à 
frustração e necessária adaptação à realidade objetiva. Da 
mesma forma, o indivíduo dominado pelo ato impulsivo 
tende a desconsiderar os desejos e as necessidades das 
outras pessoas. 
 
Ato compulsivo, ou compulsão, difere do ato impulsivo por ser 
reconhecido pelo indivíduo como indesejável e inadequado, assim 
como pela tentativa de refreá-lo ou adiá-lo. A compulsão é 
geralmente uma ação motora complexa que pode envolver desde 
atos compulsivos relativamente simples, como coçar-se, picar-se, 
arranhar-se, até rituais compulsivos complexos, como tomar banho 
de forma repetida e muito ritualizada, lavar as mãos e secar-se de 
modo estereotipado, por inúmeras vezes seguidas, etc. 
Os atos e os rituais compulsivos apresentam as seguintes 
características: 
 Há a vivência freqüente de desconforto subjetivo por 
parte do indivíduo que realiza o ato compulsivo. 
 São egodistônicos, isto é, experienciados como 
indesejáveis, contrários aos valores morais e anseios de 
quem os sofre. 
 Há a tentativa de resistir (ou pelo menos adiar) à 
realização do ato compulsivo. 
 Há a sensação de alívio ao realizar o ato compulsivo, alívio 
que logo é substituído pelo retorno do desconforto subjetivo 
e pela urgência em realizar novamente o ato compulsivo. 
 Ocorrem freqüentemente associados a idéias obsessivas 
muito desagradáveis, representando, muitas vezes, 
tentativas de neutralizar tais pensamentos. O indivíduo tem 
um pensamento obsessivo desagradável, como a idéia de 
que é impuro ou contaminado, sente, então, a necessidade 
de lavar-se compulsivamente, e isso alivia de forma 
transitória os pensamentos de ser contaminado. Logo após 
o alívio, os pensamentos obsessivos retornam à 
consciência do indivíduo, e ele sente-se novamente forçado 
a realizar o ato compulsivo neutralizador. 
 
Esquizofrenia e outras psicoses 
As psicoses se caracterizam, geralmente, por sintomas típicos como 
alucinações, delírios, pensamentos desorganizados e 
comportamentos “bizarros” 
Perda de contato com a realidade: pouca interferência do princípio de 
realidade. 
 
Esquizofrenia 
 
A principal forma de psicose devido sua frequência e importância 
clínica. 
 
Sintomas significativos para diagnóstico de esquizofrenia: 
Sintomas negativos: embotamento afetivo, reclusão social, 
empobrecimento da linguagem e pensamento, autocuidado 
prejudicado, lentificação psicomotora 
Sintomas positivos: alucinações, ideias delirantes, comportamentos 
bizarros/atos impulsivos, agitação psicomotora, produções 
linguísticas (neologismos) 
Síndrome desorganizada: pensamento desorganizado, 
comportamentos sociais inadequados, ausência de crítica, afeto 
pueril. 
 
Subtipos da esquizofrenia: 
 Paranoide: alucinações e ideias delirantes com predominância 
da persecutoriedade. 
 Catatônica: alterações motoras, mutismo, crises de “ausência”, 
negativismo e impulsividade. 
 Hebefrênica: pensamento desorganizado, comportamento 
bizarro e afeto pueril. 
 Simples: Lento e progressivo empobrecimento simbólico, 
psíquico e comportamental, autocuidado prejudicado, 
embotamento afetivo e distanciamento social. 
 
Transtorno delirante (paranoia) e esquizofrenia tardia 
(parafrenia) 
 
A paranoia caracteriza-se por delírio geralmente organizado, bem 
construído e sistematizado temática delirante complexa e cristalizada 
na personalidade do sujeito. 
A parafrenia ocorre por aparecimento/desencadeamento tardio dos 
sintomas psicóticos (delírios e alucinações) mas, assim como a 
paranoia, há a preservação da personalidade do sujeito. 
 
Psicoses breves, reativas ou psicogênicas 
 
Quadros agudos de sintomas psicóticos ocorridos após episódios 
traumáticos. Os sintomas geralmente são de ordem delirante, 
alucinações visuais/auditivas, confusão mental, intensa perplexidade. 
Quadro transitório, passageiro. 
 
Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-
10: 
F20 a F29: PSICOSES. Este agrupamento reúne a esquizofrenia, 
transtorno esquizotípico e os transtornos delirantes persistentes, além 
de um grupo maior de transtornos psicóticos agudos e transitórios 
F20: Esquizofrenia; F22: Transtorno delirante persistente; F23: 
Transtorno psicótico agudo e transitório. 
 
Transtornos do humor: depressivos e afetivo bipolar (TAB) 
 
SÍNDROMES DEPRESSIVAS: possui como elementos principais o 
humor rebaixado e o desânimo. 
Apresenta multiplicidade de sintomas afetivos, ideativos e cognitivos 
relacionados a psicomotricidade, autovaloração e vontade. 
Em quadros graves da depressão, sintomas psicóticos podem estar 
presentes. 
 
Sintomas afetivos do humor deprimido: 
Tristeza, sentimento de melancolia, choro fácil, apatia, tédio e 
aborrecimento crônico, irritabilidade aumentada, angústia ou 
ansiedade, desespero, desesperança. 
Alterações da esfera instintiva e neurovegativa: 
Anedonia, fadiga, desânimo, hipobulia, insônia ou hipersomnia, perda 
ou aumento do apetite, constipação e palidez, diminuição da libido, 
diminuição da resposta sexual. 
 
Alterações ideativas: 
pessimismo, culpabilidade, ruminação de mágoas do passado, ideias 
de morte e ideação suicida 
Alterações cognitivas: 
Déficit de atenção e concentração; Alterações da memória; 
Dificuldade de tomar decisões 
Alterações da autovaloração: 
Diminuição da autoestima; Sentimento de insuficiência e 
incapacidade; Sentimento de vergonha e autodepreciação 
Alterações da psicomotricidade: 
Tendência a permanecer na cama por todo o dia, isolamento social; 
Lentificação psicomotora 
Diminuição da fala, redução da voz, fala lentificada; Mutismo e 
negativismo: recusa verbal, à interação pessoal e à alimentação. 
 
Sintomas psicóticos: 
Ideias delirantes de conteúdo negativo: ruína, culpa, hipocondria, 
paranoide 
Alucinações, geralmente auditivas com conteúdos depreciativos 
Ilusões auditivas ou visuais 
 
Marcadores biológicos como alterações do sono REM, ausência de 
resposta do hormônio cortisol no organismo, redução do volume do 
hipocampo e alterações vasculares podem ser causas da depressão 
orgânica. 
Fator psicológico importante como uma das causas poder ser 
contextos de perdas significativas na vida do sujeito: perda de 
amores, emprego, moradia, status socioeconômico ou qualquer perda 
simbólica. 
 
Os principais subtipos de síndromes e Transtornos Depressivos: 
Episódio depressivo e transtorno depressivo recorrente 
Distimia///Depressão orgânica///Depressão psicótica///Depressão 
ansiosa 
 
SÍNDROMES MANÍACAS: A euforia e alegria patológica constituem 
a base da síndrome maníaca, além da aceleração de todas as 
funções psíquicas – pensamento acelerado, logorreia, agitação 
psicomotora, vivência de êxtase, insônia, heteroagressividade, 
desinibição social e sexual (perda da crítica), ideias ou delírios de 
grandeza e de poder (megalomania), alucinações (auditivas com 
conteúdo de grandeza), tendência exagerada a comprar objetos e 
presentear o outro. 
 
Subtipos de síndromes maníacas: 
Mania grave: Forma mais intensa do quadro da mania. Apresenta 
sinais como taquipsiquismo acentuado, importante agitação 
psicomotora, heteroagressividade, fuga de ideias e delírios de 
grandeza. 
Mania disfórica: predominância da irritabilidade, mau humor, 
hostilidade em relação ao outro, podendo ocorrer heteroagressividade 
e destruição de objetos. 
Mania mista: sintomas da mania (agitação, irritabilidade, logorreia, 
êxtase e etc) mas também sintomas depressivos (ideias de culpa, 
desânimo, tristeza, ideação suicida) - ocorrendo simultaneamente ou 
alterando com muita rapidez. Diagnóstico difícil de realizar. 
 
Subtipos de síndromes maníacas: 
Hipomania: Forma atenuada, leve de episódio maníaco. O sujeito se 
apresenta mais disposto que o normal, fala muito, faz muitos planos 
desproporcionais ao seu contexto atual, pensamento um pouco mais 
acelerado e indiferente com os limites da vida. Pode causardiminuição do sono e mesmo assim o sujeito não se sente cansado, 
sensação de “cabeça cheia”. Apesar dos sintomas, não há prejuízo 
social importante e não há sintomas psicóticos. 
Ciclotimia: Alternância entre hipomania e depressão leve. 
 
SUBTIPOS DE TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR: 
Os transtornos afetivos bipolares caracterizam-se por seu caráter 
fásico e episódico. Episódios de mania e depressão ocorrem de modo 
relativamente delimitado no tempo e com frequência, de acordo com 
cada sujeito. Há períodos de remissão (humor estável) com viradas 
posteriores para fase depressiva ou maníaca. 
Transtorno Afetivo Bipolar tipo I: Episódios depressivos leves a 
graves, intercalados com fase de estabilidade das funções psíquicas 
e fases maníacas bem caracterizadas. 
Transtorno Afetivo Bipolar tipo II: Episódios depressivos leves a 
graves, intercalados com fase de estabilidade das funções psíquicas 
e fases hipomaníacas. 
Transtorno afetivo bipolar, tipo “ciclador” rápido: Ocorrência de 
diversas fases depressivas, maníacas ou mistas em curto período de 
tempo, com apenas breves momentos de remissão dos sintomas. 
Para este diagnóstico, é necessário que o paciente tenha 
apresentado, nos últimos 12 meses, pelo menos 4 episódios bem 
caracterizados e distintos de mania (ou hipomania) e/ou depressão. 
Para dois episódios da mesma polaridade, deve-se verificar intervalos 
de dois meses de humor estável. Para polaridades distintas, guinada 
para a polaridade oposta (da depressão para mania, por exemplo). 
 
TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE 
 
Conceito – O psiquiatra alemão Kurt Schneider (1974) definiu os 
transtornos da personalidade de forma muito oportuna; para ele, o 
elemento central desses transtornos (por ele denominados de 
personalidades psicopáticas) é que o indivíduo apresenta as 
seguintes características básicas: “[...] sofre e faz sofrer a 
sociedade”, assim como “[...] não aprende com a experiência”. 
Isso quer dizer que, no transtorno da personalidade, há uma 
marcante desarmonia que se reflete tanto no plano intrapsíquico 
como no das relações interpessoais. 
Os transtornos da personalidade, embora de modo geral produzam 
conseqüências muito penosas para o indivíduo, familiares e pessoas 
próximas, não são facilmente modificáveis por meio das experiências 
da vida; tendem, antes, a permanecer estáveis ao longo de toda a 
vida. Segundo a classificação atual de transtornos mentais da OMS 
(1993), a CID-10, os transtornos da personalidade são definidos pelas 
seguintes características: 
1. Geralmente surgem na infância ou adolescência e tendem a 
permanecer relativamente estáveis ao longo da vida do indivíduo (“O 
menino é o pai do homem”). 
2. Manifestam um conjunto de comportamentos e reações afetivas 
claramente desarmônicos, envolvendo vários aspectos da vida do 
indivíduo, como a afetividade, o controle de impulsos, o modo e o 
estilo de relacionamento interpessoais, etc. 
3. O padrão anormal de comportamento e de respostas afetivas e 
volitivas é permanente, de longa duração e não limitado ao episódio 
de doença mental associada (como uma fase maníaca ou depressiva, 
um surto esquizofrênico, etc.). 
4. O padrão anormal de comportamento inclui muitos aspectos do 
psiquismo e da vida social do indivíduo, não sendo restrito a apenas 
um tipo de reação ou uma área do psiquismo. 
5. O padrão comportamental é mal-adaptativo, produz uma série de 
dificuldades para o indivíduo e/ ou para as pessoas que com ele 
convivem. 
6. São condições não relacionadas diretamente à lesão cerebral 
evidente ou a outro transtorno psiquiátrico (embora haja alterações de 
personalidade secundárias à lesão cerebral). 
7. O transtorno da personalidade leva a algum grau de sofrimento 
(angústia, solidão, sensação de fracasso pessoal, dificuldades no 
relacionamento vividas com amargura, etc.); entretanto, salienta a 
CID-10, tal sofrimento pode se tornar aparente para o indivíduo 
apenas tardiamente em sua vida. 
8. Em geral, o transtorno da personalidade contribui para o mau 
desempenho ocupacional (no trabalho, estudos, etc.) e social (com 
familiares, amigos, colegas de trabalho ou estudo). Entretanto, tal 
desempenho precário não é condição obrigatória. 
 
Transtornos da personalidade segundo as classificações oficiais 
 
Segundo a CID-10 e o DSM-IV (com ligeiras modificações do autor), 
os transtornos da personalidade podem ser agrupados em três 
grandes subgrupos, que são: 
 
 
 
Grupo B: instabilidade e/ou manipulação 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ANTI-SOCIAL 
(SOCIOPATIA) 
Segundo a tradição psicopatológica, os sociopatas são pessoas 
incapazes de uma interação afetiva verdadeira e amorosa. Não têm 
consideração ou compaixão pelas outras pessoas, mentem, 
enganam, trapaceiam, prejudicam os outros, mesmo a quem nunca 
lhes fez nada. São popularmente conhecidos como “mau caráter”, 
“tranqueira”, “canalha”, etc. 
Eis aqui como a CID-10 os descreve: 
1. Indiferença e insensibilidade pelos sentimentos alheios 
2. Irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e obrigações 
sociais 
3. Incapacidade de manter relacionamentos, embora não haja 
dificuldade em estabelecê-los 
4. Muito baixa tolerância a frustrações e baixo limiar para descarga de 
agressão, inclusive violência 
5. Incapacidade de experimentar culpa e de aprender com a 
experiência, particularmente com a punição 
6. Propensão marcante para culpar os outros ou para oferecer 
racionalizações plausíveis para o comportamento que gerou seu 
conflito com a sociedade 
7. Crueldade e sadismo são freqüentes nesse tipo de personalidade 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE BORDERLINE (OU 
“EMOCIONALMENTE INSTÁVEL”) 
 
1. Instabilidade emocional intensa 
2. Sentimentos crônicos de vazio 
3. Relacionamentos pessoais intensos, mas muito instáveis, 
oscilando em curtos períodos de uma grande “paixão” ou “amizade” 
para “ódio” e “rancor” profundos 
4. Esforços excessivos para evitar abandono 
5. Dificuldades sérias e instabilidade com relação à autoimagem, aos 
objetivos e às preferências pessoais (inclusive a sexual) 
6. Atos repetitivos de autolesão, envolvendo-se em atuações 
perigosas (como guiar muito embriagado e velozmente, intoxicar-se 
com substâncias, etc.) 
7. Atos suicidas repetitivos 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE TIPO IMPULSIVO 
 
1. Tendência marcante a agir impulsivamente, sem considerar as 
conseqüências 
2. Instabilidade afetiva intensa 
3. Acessos de raiva intensa 
4. Explosões comportamentais 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE HISTRIÔNICA 
1. Dramatização, teatralidade, expressão exagerada das emoções 
2. Sugestionabilidade aumentada, facilmente influenciado por outros 
ou pelas circunstâncias 
3. Afetividade superficial, pueril e lábil 
4. Busca contínua de atenção e apreciação pelos outros, quer ser o 
centro das atenções 
5. Sedução inapropriada em aparência (vestimenta, maquiagem, etc.) 
e comportamento 
6. Erotização de situações não estritamente eróticas (consulta ao 
dentista, audiência com o juiz, etc.) 
7. Infantilidade, tendência a reações infantis, pouca tolerância à 
frustração 
 
Também em relação a CID-10, o sistema norte-americano de 
classificação dos transtornos mentais, DSM-IV, acrescenta, nesse 
subgrupo, mais um transtorno da personalidade: 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE NARCISISTA 
1. O indivíduo apresenta senso grandioso (e irreal) da importância de 
sua pessoa. Julga ter talentos especiais, espera ser reconhecido 
como superior, sem que tenha feito algo concreto para isso 
2. Muito voltado para fantasias de grande sucesso pessoal, de poder, 
brilho, beleza ou de um amor ideal 
3. Acha-se excepcionalmente “especial” e “único”, acreditando que só 
pessoas ou instituições também excepcionalmente especiais ou 
únicas podem estar à sua altura 
4. Requer admiração excessiva 
5. Tende a ser “explorador” nas relações interpessoais, buscando 
vantagens sobre os outros para atingir o seu fim ou sucesso pessoal 
6. Sem empatia pelas pessoas comuns 
7. Freqüentemente invejoso dos outros ou do sucesso alheio; acha 
sempre que os outrostêm inveja dele 
8. Freqüentemente arrogante 
 
Grupo C: ansiedade e/ou controle 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ANANCÁSTICA OU 
OBSESSIVA 
1. Preocupação excessiva com detalhes, regras, listas, ordem, 
organização ou esquemas 
2. Perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas 
3. Dúvidas excessivas sobre assuntos irrelevantes 
4. Cautela demasiada 
5. Rigidez e teimosia 
6. Insistência incomum para que os outros submetam-se exatamente 
à sua maneira de fazer as coisas 
7. Excesso e escrúpulos e preocupação indevida com detalhes da 
vida 
8. A rigidez impede ou anula o prazer nas relações interpessoais 
9. Adesão excessiva às convenções sociais e certo pedantismo 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ANSIOSA OU DE EVITAÇÃO 
1. Estado constante de tensão e apreensão 
2. Crença de ser socialmente incapaz, desinteressante ou inferior aos 
outros 
3. Preocupação ou medo excessivo em ser criticado ou rejeitado 
4. Restrições na vida diária devido à necessidade de segurança física 
ou psíquica 
5. Evitação de atividades sociais e ocupacionais que envolvam 
contato interpessoal significativo, principalmente por medo de críticas, 
desaprovação ou rejeição 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE DEPENDENTE 
1. Subordinação das próprias necessidades e desejos àqueles dos 
outros dos quais é dependente 
2. Solicitação constante de que outros (dos quais depende) tomem as 
decisões importantes em sua vida pessoal 
3. Sentimento de desamparo quando sozinho por causa de medo 
exagerado de ser incapaz de se cuidar 
4. Preocupação e/ou medo exagerado de ser abandonado pela(s) 
pessoa(s) da(s) qual(is) depende 
5. Capacidade limitada de tomar decisões cotidianas sem excesso de 
conselhos e reasseguramento pelos outros 
6. Relutância em fazer exigências ainda que razoáveis à(s) pessoa(s) 
da(s) qual(is) depende 
 
Independentemente dos três subgrupos mencionados, descreve-se 
ainda os seguintes tipos específicos de transtorno da personalidade 
não incluídos nos sistemas DSM e CID: 
 
SEMIOTÉCNICA DA PERSONALIDADE 
 
Verifica-se, por meio de observação cuidadosa e prolongada do 
paciente e pelo relato de familiares e conhecidos, quais dos traços a 
seguir são mais claramente presentes no paciente. Pede-se aos 
familiares que descrevam como ele(a) é no dia-a-dia, como é seu jeito 
de ser, seu estilo pessoal, seu modo de reagir, de sentir e de atuar ao 
longo dos anos, nas diversas situações de vida

Outros materiais