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Pitiose em Equinos: Causas, Sintomas e Tratamentos

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Clínica Médica de Equinos – AP2 
Doenças de Pele 
Pitiose 
✓ A Pitiose é causada pelo pseudofungo 
Pythium insidiosum e acomete equinos, 
felinos, caninos, bovinos e humanos; 
✓ É considerada uma antropozoonose; 
✓ A espécie equina é a mais acometida e a 
lesão causada pelo pseudofungo se restringe, 
geralmente, à pele; 
✓ Casos de Pitiose em ossos, linfonodos, olhos, 
vasos, órgãos do sistema digestivo e 
respiratório já foram descritos 
- Caso o animal venha à óbito, é interessante fazer necropsia 
para verificar se outros sistemas foram acometidos. 
✓ O pseudofungo é parasita de plantas 
aquáticas, nas quais, em condições de 
temperaturas elevadas, realiza reprodução 
assexuada e produz zoósporos biflagelados 
(nadam até o hospedeiro); 
✓ A literatura afirma que, no hospedeiro, o 
pseudofungo somente apresenta crescimento 
vegetativo, sem produção de zoósporos** e, 
portanto, não há transmissão de um animal 
para outro* 
- * Relatos de animais que coçam a região da lesão e desenvolvem 
outra na pata. Se não há produção de zoósporos, isso não deve 
acontecer; 
- ** Casos de animais que não tiveram contato com água, mas 
com animais acometidos e desenvolveram Pitiose; casos de 
Pitiose em manejadores. 
- Necessidade de mais estudos, atualização. 
✓ Lesão pruriginosa – fungo; 
✓ No equino, ocorre pelo hábito de pastejar em 
áreas alagadas; 
✓ No Brasil, a Pitiose foi descrita pela primeira 
vez em 1974, no Rio Grande do Sul – tem sido 
relatada nas regiões Norte, Nordeste, Centro-
Oeste e Sudeste – Atenção especial ao 
pantanal; 
✓ O controle da coleção de água é essencial – 
comum haver resistência dos proprietários 
- Decisão: manter um açude, por exemplo, ou um equino saudável 
e sem Pitiose? Zoonose! 
✓ Lesões cutâneas granulomatosas, ulceradas ou 
fistuladas, principalmente, em membros, 
cabeça e região ventral do tórax e abdômen 
(contato com água); 
✓ Evolução rápida; 
✓ Tratamento: Custo x Tempo – caro e longo; 
- Tratamento nunca será em menos de 30 dias 
✓ Uso de corticoides demorado por conta da 
ausência de esteroides na membrana celular 
do pseudofungo, componente alvo de ação da 
maioria das drogas antifúngicas 
- Antifúngicos precisam dos esteroides na membrana celular dos 
fungos para combatê-los e, por isso, a maioria dos antifúngicos 
não tem efetividade; 
- Caso fosse realizado tratamento empírico com uma variedade 
de antifúngicos, todos os outros fungos seriam e eliminados e, 
apenas, uma pequena parcela do Pythium insidiosum morreria 
– desequilíbrio da microbiota – diarreias, alopecia por todo o 
corpo do animal. 
Diagnóstico 
✓ Realizado pelos sinais clínicos; 
✓ Histopatologia, isolamento do agente e por 
técnicas imunológicas (imuno-histoquímica, 
imunodifusão em gel de ágar e ELISA) – difícil 
– precisa de laboratório específico; 
✓ Observação macroscópica da lesão 
- Diferença clássica da Habronemose: Kunkers – encontrados 
somente na Pitiose; 
- Os Kunkers são extremamente fétidos – tecido necrosado; 
- Se forem encontrados na granulação, o diagnóstico de Pitiose 
pode ser confirmado 
✓ Como na Habronemose, as lesões não possuem 
enervação e não são doloridas, mas, devido ao 
agente etiológico ser um fungo, é pruriginosa; 
✓ Ferida sempre sangra, devido ao ato do 
animal coçar – paciente deve usar um colar; 
✓ Diferenças em relação à Habronemose: 
pruriginosas, exsudativas. 
Tratamento 
ANTIFÚNGICOS CIRURGIA IMUNOTERAPIA 
✓ A chance de combater o vírus é aumentada 
quando se associa, pelo menos, dois dos 
métodos de tratamento – ótima estratégia. 
Antifúngicos 
✓ Anfotericina B, Iodeto de Potássio e 
Itraconazóis 
- Antifúngicos de eleição para combater a Pitiose; 
- Não se deve associá-los! Efeitos colaterais; 
- Anfotericina B é o mais eficiente dos três; 
- Iodeto de potássio e itraconazólicos são pouco 
eficientes no combate à Pitiose – grandes chances de 
não ter sucesso; 
- Desvantagem da Anfotericina B: cara – animal 
recebe a dose proporcional à 5 humanos; 
- Duração de tratamento com Anfotericina B – 
idealmente, 45 dias; 
- Duração de tratamento com Iodeto de Potássio – 
no mínimo, 60 dias; 
- Itraconazólicos – cerca de 200 dias no tratamento 
de pequenas pitioses; 
Anfotericina B 
✓ A dose diária inicial de Anfotericina B é de 
0,3 mg/kg; 
✓ Dose inicial máxima: 150 mg/animal, IV lento, 
diluído em 1L de solução de glicose 5%; 
- Pode ser feito IV ou por perfusão regional 
- IV: Jugular, lento (gotejado), irrita a parede do vaso; 
- Um dos poucos casos em que se dilui algo em solução de glicose 
para equinos; 
- Perfusão regional (50mg de Anfotericina B em 50 ml de ringer 
com lactato): Faz-se garrote em sentido proximal à lesão e 
administra a solução do garrote para baixo – aumento 
significativo da concentração de anfotericina local – melhores 
resultados que se tem na literatura – mantém o garrote por 45 
minutos – 1 aplicação a cada 15 dias – 3 aplicações em 45 dias 
de tratamento (para grandes massas, pode ser necessária uma 
quarta aplicação) – remissão de 80% da lesão. 
- Perfusão regional: 92% de cura clínica, sendo 58% com uma 
única aplicação e o restante com duas aplicações. 
- A dose diária inicial é 0,3 mg/kg, mas, não se pode passar de 
150mg/animal; 
Exemplos 
 - Cavalo de 400 kg: 400 x 0,3 = 120 -> não 
ultrapassou 150mg/animal – permitido. 
 - Cavalo de 600 kg: 600 x 0,3 = 180 -> ultrapassou 
150mg/animal – não é permitido. Tenta com 0,2 mg/kg ou 0,1 
mg/kg. 
✓ A cada três, adiciona-se 0,1mg/kg, sendo a 
dose máxima 0,8 mg/kg ou 400mg/animal. 
✓ IV – Todos os dias - perfusão regional – a cada 
15 dias. 
- Quando for IV, sempre ir alternando os lados. 
Iodeto de sódio/potássio 
✓ Via intravenosa na dose diária: 77mg/kg; 
✓ Via oral na dose diária de 67mg/kg, sendo a 
dose máxima 200mg/kg (apresentação – 
granulado ou cápsula); 
- Não há necessidade de ir subindo a dose gradualmente, é fixa; 
- No mínimo 60 dias de tratamento; 
- Iodeto intravenoso é uma ampola de 10 ml – volume muito 
pequeno para a quantidade utilizada no tratamento; 
- Via oral – dá trabalho; 
- Consequência do Iodeto: Alopecia por todo o corpo, diarreia 
significativa, mesmo com doses menores do que a recomendada; 
- Desafio: manter o cavalo vivo por 60 dias 
Intervenção cirúrgica 
✓ Extirpação do máximo de massa 
granulomatosa possível; 
- Massa necrosada, fétida; 
- Com a mão, tirar o máximo de kunkers possível 
✓ Cauterização do tecido – esquenta ferro 
quente (qualquer ferro); 
✓ Interessante associar à outra ferramenta 
(antifúngicos ou imunoterapia) 
- Nesse caso, mesmo o Iodeto não sendo tão eficiente quando 
utilizado isoladamente, associado à intervenção cirúrgica, pode 
trazer melhores resultados; 
- De todo modo, a Anfotericina continua sendo a melhor opção. 
- Lugares ruins para intervenção cirúrgica – membros; 
- Sempre que o excesso de massa é retirado, o tratamento 
medicamentoso é otimizado; 
✓ Curativo: limpar todos os dias (clorexidine 
degermante) e fazer bandagem; 
- Curiosidade: libera tanta secreção que não dá miíase; 
- Vaselina é interessante de ser aplicado no local, impede que 
haja a aderência de sujidades. 
Imunoterapia 
✓ O tratamento de Pitiose com imunoterapia 
data desde a década de 80 do século passado; 
✓ Macerado; 
- Primeiros estudos: coletam-se vários kunkers, depois são 
secados, macerados, levados à estufa – inoculado no pescoço – 
dessa forma o corpo o entendia como corpo estranho e atacava 
a lesão. 
✓ Pythium-Vac – tratamento imunoterápico 
liofilizadp; 
- Conhecida incorretamente como vacina para pitiose, mas ela 
não é vacina – não previne a Pitiose; 
- Utilizada no tratamento; 
- Ferramenta mais precisa no mercado veterinário, segunda 
melhor alternativa seria a perfusão regional; 
- Em todos os casos, vai melhorar o caso, o que varia é a 
quantidade de doses; 
- Praticidade: o proprietário pode aplicar. 
- IM (preferencialmente) ou SC na região do pescoço, a cada 14 
dias,após 5 a 6 aplicações, remissão dos casos em 60-80% (quem 
está fora desses casos, mais 1 ou 2 doses); 
- Causa edema profuso muscular – informar o proprietário – 
dura 7 dias – alternar os lados; 
Tratamento – geral 
✓ Excisão bem interessante para reduzir a massa 
e otimizar a outra ferramenta a ser utilizada 
– antifúngico (sistêmico ou perfusão regional) 
ou Pythium-Vac (imunoterápico); 
✓ Imunoterápico; 
✓ Perfusão regional com antifúngico ou uso 
sistêmico; 
✓ Manejo do paciente; 
✓ As melhores opções seriam a excisão associada 
à perfusão com anfotericina B ou ao 
imunoterápico

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