Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
LEGISLAÇÃO PENAL APLICADA Mariana Gloria de Assis O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer a evolução histórica do direito penal. Analisar os princípios gerais do direito penal. Explorar a classificação, as características e as fontes do direito penal. Introdução A sociedade contemporânea é considerada punitiva. A consolidação desse pensamento ocorreu nos séculos XVI e XVII na Europa, momento em que a pobreza se alastrava pelo continente, e a delinquência cres- cia. Os excluídos da sociedade sobreviviam por meio de esmolas e pequenos roubos. A necessidade de desenvolver meios de contenção levou ao surgi- mento do direito penal. Nesse sentido, você não deve perder de vista que as normas possuem diversas fontes e uma delas são os costumes. Assim, as mudanças ocorridas no direito penal decorreram em grande parte da modificação do comportamento das pessoas no âmbito social. Em resumo, o objetivo do direito penal é defender a coletividade e promover uma sociedade mais pacífica. A evolução histórica dessa área não se resume aos períodos de modificação das penas, por isso você também vai estudar aqui as correntes doutrinárias existentes e o impacto delas na legislação. C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 1 30/04/2018 07:49:32 Evolução histórica do direito penal Você vai estudar a evolução do direito penal por meio de quatro grandes eixos: o direito penal antigo, o direito penal medieval, o direito penal do século XVIII e o direito penal contemporâneo. Essa divisão metodológica foi sugerida pelos juristas Eugênio Raul Zaffaroni e José Henrique Pierangeli (2006). Todas as instituições pretéritas do direito penal e do direito processual penal, mesmo as mais remotas que Ladislau Thot qualificou como “arqueologia criminal”, têm sempre uma finalidade “consciente que se pode considerar com todo o direito de origem político-criminal”. Do estudo de todas estas instituições pretéritas se chega à conclusão de que a arqueologia criminal é uma parte complementar da política criminal, especialmente daquela por nós chamada política criminal histórica, cujo conhecimento é indispensável para uma exata e cabal compreensão da política criminal propriamente dita (ZAFFARONI; PIERANGELI, 2006, p. 156). O direito penal não possui uma continuidade histórica linear, mas cami- nha ao lado da formação da concepção do homem como pessoa (enquanto dotado de autonomia moral), conforme ensinamentos de Zaffaroni e Pierangeli (2006). Esse entendimento é confirmado pelo fato que boa parte dos princípios constitucionais penais aplicáveis atualmente no direito brasileiro deriva da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão. O antropólogo Malinowsky (2003) — com a publicação da obra Crime e Costume na Sociedade Selvagem — iniciou a discussão da evolução das penas e do sistema carce- rário, partes fundamentais do sistema penal. A doutrina tem trabalhado com a ideia de uma evolução progressiva do direito penal, atrelada aos tipos de penas aplicadas. O que hoje se conhece como princípio da culpabilidade passou a existir somente no século VII d.C., na China. Para que você organize melhor seus estudos, verá aqui os códigos históricos em conjunto com as sanções por eles aplicadas. A ideia de vingança existe desde os primórdios da humanidade, tanto que até o momento não há fundamentos mais concretos sobre o tema. Compreende-se O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira2 C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 2 30/04/2018 07:49:33 apenas que se tratava de um comportamento muito simplista da vida em comu- nidade (MALINOWSKI , 2003). Na era medieval, adotava-se a pena de morte, executada de formas cruéis, com o objetivo de intimidar a população usando os apenados como exemplos. A ideia, portanto, era evitar a repetição dos atos negativos. Por isso, as sanções penais eram realizadas em público. Considerando a condição social e política do réu, poderiam ser possibilitadas alternativas, como o confisco, a mutilação, os açoites, as torturas e as penas infamantes. A vingança vigorou até meados do século XVIII, podendo distinguir-se em três grandes momentos: vingança privada, vingança divina e vingança pública. Todas acabaram por existir simultaneamente em alguns períodos, até que uma ou outra eventualmente fosse predominante. Portanto, a sepa- ração é feita por ideia, sendo a divisão cronológica apenas um norte para a identificação temporal. Na vingança privada, como a ocorrida, por exemplo, no direito germânico, a punição era aplicada pela comunidade em si para a retomada da paz. Quem ofendia a segurança do todo poderia ser punido pela vítima, por seus fami- liares ou por qualquer outro membro da comunidade que estivesse disposto a fazê-lo. O direito penal era simplesmente uma forma de defesa da sociedade contra o ato delituoso. Porém, a falta de limites (e de proporcionalidade) imperava no revide, criando a ideia de uma vingança de sangue, como foi adotada pelos povos primitivos. Era uma reação natural e instintiva. Um exemplo comumente citado são as leis dispostas no Código de Hamurabi ou Lei do Talião, baseadas no preceito “olho por olho, dente por dente”. A possibilidade de o ofensor comprar sua liberdade — com dinheiro, gado, armas, etc. — foi adotada pelo Código de Hamurabi (Babilônia), pelo pentateuco (hebreus) e pelo Código de Manu (Índia), sendo largamente aceita pelo direito germânico, em que pese sua origem desconhecida. A vingança divina surgiu de um sentimento religioso, da intervenção da Igreja na sociedade. Nesse sentido, era a Igreja que determinava o tipo de punição ao agente de acordo com o quanto o ato ofendia Deus. Nesse período, a religiosidade era muito importante para a civilização. A repressão aos atos de delinquência deveria aplacar a “ira” das divindades com o crime. Desse modo, a sanção penal ficava a cargo dos sacerdotes, que (como representantes dos deuses) faziam justiça. No Oriente Antigo, a religião confundia-se com as leis, transformando os preceitos em muitas delas. O Código de Manu é um exemplo do que ocorreu 3O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 3 30/04/2018 07:49:33 na Babilônia, bem como no Egito (Cinco Livros), na China (Livro das Cinco Penas), na Pérsia (Avesta) e com o povo de Israel. A Igreja contribuiu para uma tentativa de humanização do direito penal, embora fosse com o intuito de defender os interesses religiosos. As penas passaram a ter como fim não só a expiação, mas também a regeneração do criminoso pelo arrependimento e pela purgação da culpa. Porém, punições rudes e severas eram toleradas, isso porque tinham como fim superior a salvação da alma do condenado. Com a influência de filósofos e pensadores, obteve-se uma nova concepção de crime e pena, operando-se a vingança pública. A pena deixa de ter viés sacro para o Estado tornar-se o titular da ordem jurídica, impondo-se sobre a vontade individual. O direito de punir se manifesta pela união de parcelas de poderes que foram atribuídos a um só homem, o governante. Assim, ele é resultado de um contrato: o legitimado a usar esse poder deve fazê-lo em nome de todos (GARLAND, 2002), aplicando penas que representem a comunidade em geral. Você não pode perder de vista que nessas sociedades a atuação do soberano também ocorria em nome de Deus, levando-o a cometer muitas arbitrariedades. As penas de morte, mutilação e confisco de bens não ficavam restritas ao apenado e eram difundidas. Por isso, os historiadores consideram que ocorreu um grande avanço ao se restringir a aplicabilidade das penas ao Estado. Diante de algumas penas consideradas extremamente cruéis é que surgiram as correntes iluministas e humanitárias, as quais tiveram como representantes, entre outros, Beccaria, Voltaire, Montesquieu e Rousseau. Teve início aí um movimento de reforma do sistema punitivo, atingindo seu apogeu na Revolução Francesa: era a chamada Escola Clássica. Beccaria e Romagnosi expuseram suas teorias afirmando que o direito penal é natural, imutável e anterior ao estabelecimento de convenções huma- nas. Além disso, apontaram que ele é exercido mediante a punição dos delitos para impedir novos crimes (COSTA JÚNIOR, 2000). Por sua vez, Jeremias Bentham dizia que a pena se justificava por sua utilidade — impedir o réu de cometer novos delitos, emendá-lo, intimidá-lo, protegendo a sociedade (LISZT, 2005). Francesco Carrara (2002) define o crime como “[...] a infração da lei do Estado, promulgada para proteger a segurança dos cidadãos, resultante de um ato externo do homem positivo ou negativo, moralmente imputável e politicamente danoso”. O período humanitário — como foi chamado o século XVIII — ocorre no intervalo entre 1750 e 1850, concomitantemente ao movimento humanista (daí a origem do nome), marcado pela atuação de filósofos e pensadores que O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira4 C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 4 30/04/2018 07:49:33 contestavam os ideais absolutistas. Filósofos como Montesquieu, Voltaire, Rosseau e D’Alembert construíram o alicerce do período humanitário. Entre as bandeiras defendidas estavam a reforma das leis e da administração da justiça penal. Por isso, o movimento surgiu como uma reação popular às arbitrariedades praticadas pelo Estado. Não coincidentemente, nesse período ocorreu a revolução burguesa, com expansão da classe social que fez despontar o capitalismo. Esse movimento deu origem ao liberalismo burguês, influenciado pelo movimento cultural conhecido como Iluminismo — criado por John Locke. John Locke era um filósofo inglês que foi considerado o pai do Iluminismo. Ele escreveu a obra Ensaio sobre o Entendimento Humano. Já Montesquieu era um jurista francês, autor de O Espírito das Leis, no qual defendia a separação dos três poderes do Estado. Voltaire ficou reconhecido por suas ferozes críticas ao clero católico, à intolerância religiosa e à prepotência dos poderosos. Rousseau, assim como Mon- tesquieu e Voltaire, era francês, foi defensor da pequena burguesia, inspirando os ideais da Revolução Francesa por meio dos livros O Contrato Social e Discurso sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens. Em 1764, Cesar Bonesana — Marquês de Beccaria — publicou a obra Dos delitos e das penas, tornando-se o símbolo da reação liberal ao desumano panorama penal vigente. Os princípios pregados pelo jovem aristocrata de Milão são o alicerce do direito penal atual, sendo adotados pela Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, publicada durante a Revolução Francesa. A lei passa a ser obra exclusiva do legislador ordinário, que representa toda a sociedade ligada por um contrato social. Mas a história do direito penal não pode se resumir aos períodos em que foi modificada a sua aplicabilidade. Você também deve conhecer as correntes doutrinárias existentes, assim como a Escola Clássica. A Escola Naturalista ou Escola do Direito Natural, de Hugo Grócio, Ho- bbes, Spinoza, Puffendorf, Wolf, Rousseau e Kant, apontava para a natureza humana como fundamento do direito e da sociedade. Apesar de ter durado curto período, deixou como legado a corrente jusnaturalista, referência até hoje. O jusnaturalismo e seus princípios influenciaram de forma conside- rável o período humanitário, no qual tornavam-se individuais a valorização dos direitos intocáveis dos delinquentes e a consequente dulcificação das sanções criminais. 5O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 5 30/04/2018 07:49:33 O jusnaturalismo constitui um conjunto de princípios amplos, a partir dos quais o legislador deverá deduzir e compor a ordem jurídica. Os princípios mais citados referem-se ao direito à vida, à liberdade, à participação na vida social, à segurança, etc. É nítido o elo existente entre direito natural e direito penal, pois os princípios abordados pelo jusnaturalismo, especialmente os correspondentes aos direitos naturais inativos, estão devidamente enquadrados no rol dos bens jurídicos asse- gurados pelo direito penal. O período científi co ou criminológico iniciou-se no século XIX — por volta de 1850 —, persistindo até o momento. Nele, está em jogo compreender o crime como ciência: a análise do homem delinquente e a razão pela qual ele comete delinquências. Nesse período, Cesare Lombroso trouxe o estudo da fi sionomia do delinquente. Lombroso deu início à Escola Positiva com a obra O homem delinquente, estudando o delinquente e explicando a causa do delito. A principal inovação de Lombroso foi admitir o delito como fenômeno biológico, utilizando um método experimental para estudá-lo e dando origem à antropologia criminal. No seu principal estudo, afirmava a existência de um criminoso nato, mediante estigmas somatopsíquicos que o levavam a delinquir sempre que determinadas condições ambientais se apresentassem. Henrique Ferri, discípulo de Lombroso, ressaltou a importância do trinômio causal do delito: os fatores antropológicos, físicos e sociais (MIRABETE; FABBRINI, 2016) No Brasil colonial, vigorou a Ordenação Manuelina em 1569, substituída pelo código de Dom Sebastião, em 1603. Mais tarde, surgiram as Ordenações Filipinas, que refletiam os tempos medievais e são consideradas o primeiro código penal do Brasil. Na época, as leis fundamentavam-se nos preceitos religiosos, e os crimes tinham relação com o pecado e a ofensa moral, no mesmo teor da vingança divina. Na chegada dos portugueses ao Brasil, os povos indígenas já aplicavam uma espécie de direito penal intimamente ligado ao direito costumeiro, sendo O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira6 C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 6 30/04/2018 07:49:33 comum a prática da justiça por meio da vingança privada, da vingança coletiva e do talião. Com a proclamação da independência, tentou-se elaborar uma Assembleia Nacional Constituinte, que teve seus estudos substituídos por uma constituição outorgada diretamente por Dom Pedro I, com traços extremamente liberais, retratando ideias como as de Jeremias Bentham (os sistemas legislativos devem orientar-se pela utilidade pública). Esse texto foi denominado Código Penal do Império e tinha elementos de vanguarda, como a fixação da individualização da pena, situações atenuantes e agravantes, além de um julgamento especial para os menores de 14 anos. Em 1890, foi editado o Código Criminal da República, com a abolição da pena de morte, a de galés e a de banimento judicial, mantendo-se a prisão, o banimento, a interdição e a suspensão. Foi considerado muito avançado por abolir a pena de morte e instaurar o regime penitenciário de caráter correcional. Apesar desse cunho inovador, haviam inúmeras inconsistências no texto legal, de modo que foi promulgada a Consolidação das Leis Penais de Pira- gibe. Essa consolidação foi a união de todas as leis penais aplicáveis na época realizada pelo desembargador Piragibe, por meio do Decreto nº 22.213, de 14 de dezembro de 1932, que vigorou até 1940 (LYRA, 1946). A atual legislação penal — o Código de 1940 — é originária do projeto de Alcântara Machado, tendo como integrantes da comissão revisora, entre outros, os doutrinadores Nelson Hungria, Vieira Braga, Marcélio de Queiroz e Roberto Lira. A norma não se vinculou diretamente a uma escola ou corrente de direito penal. Ela contém traços das Escolas Clássica e Positiva, aproveitando o que foi considerado mais adequado nas legislações liberais, especialmente nos códigos italiano e suíço (COSTA JÚNIOR, 2010). Houve inúmeras tentativas de mudança da legislação penal. O professor e ministro Nelson Hungria (1958-1959) elaborou um anteprojeto que foi convertido no Decreto-Lei nº 1.004, de 21 de outubro de 1969 (que marcava o reestabeleci- mento da democracia após o período da Ditadura Militar). Esse decreto teve sua vigência adiada por diversas críticas exacerbadas, levando-o a ser modificado substancialmente pela Lei nº 6.016, de 31 de dezembro de 1973, acabando por ser revogado em sua totalidade pela Lei nº 6.578, de 11 de outubro de 1978 (PIERANGELI, 1980). As alterações necessárias só ocorreram por meio da Lei nº 7.209, de 11 de julho de 1984, a qual alterou a parte geral do Código Penal, em especial quanto à adoção de pena ou medida de segurança. Isso levou à promulgação da Lei de Execuções Penais vigente até o momento (em que pesem algumas alterações de cunho prático, como a inclusão da prestação pecuniária). 7O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 7 30/04/2018 07:49:33 Para compreender o contexto evolutivo do direito penal brasileiro, você pode acessar o Código Criminal do Império do Brasil, disponível no site do Palácio do Planalto. Confira: https://goo.gl/I4X0bH Princípios gerais do direito penal Alguns dos princípios aplicáveis ao direito penal são derivados das cláusulas pétreas de direitos fundamentais fi xadas pela Constituição Federal de 1988 (CF). Outros, por sua vez, têm origem diretamente no Código Penal Brasileiro. Agora, você vai conhecer estes últimos. Princípio da reserva legal É mencionado expressamente na Constituição Federal, porém o art. 1º do CP também o prevê (BRASIL, 1988): Art. 1º – Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) “Somente a lei, em seu sentido mais estrito, pode definir crimes e cominar penalidades” (CAPEZ; PRADO, 2012, p. 11). Princípio da reserva legal e normas penais em branco: ocorre quando a descrição do tipo é incompleta, exigindo outro dispositivo para sua aplicabilidade. Exemplo: Lei de Drogas, onde o rol do que é considerado psicotrópico será definido pelo Ministério da Saúde por meio de portaria. O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira8 C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 8 30/04/2018 07:49:34 Princípio da reserva legal e costumes: é a máxima de que o costume contra legem não é capaz de revogar a lei. Subprincípio da taxatividade: o tipo penal deve ser claro, preciso e determinado, vedada a descrição generalista e a analogia. A lei deve descrever a conduta delituosa com todos os seus elementos e circuns- tâncias. Entretanto, a analogia poderá ser aplicada quando se tratar de norma permissiva, como é o caso do aborto em caso de estupro (art. 128, inciso II, do CP), o qual poderá ser extensivo a casos de atentado violento ao pudor, ainda que hoje estejam ambos classificados no mesmo tipo penal. Princípio da retroatividade da lei penal A lei penal poderá retroagir sempre que for para benefício do réu: novatio legis in mellius. Assim, será aplicada a lex mitior (lei menor) independentemente de ser anterior ou posterior ao fato. Isso também serve para casos de abolitio criminis (abolição do tipo penal). Subprincípio da anterioridade A lei deve estar vigente no momento do ato lesivo para que possa ser utilizada. Conforme o Código Penal (BRASIL, 1940): Art. 2º – Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único – A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 3º – A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Você ainda deve saber que a medida de segurança também está sujeita a esse subprincípio, não são só as penas. 9O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 9 30/04/2018 07:49:34 Princípio da proporcionalidade Não consta expressamente na Constituição Federal (BRASIL, 1988), mas deriva da limitação das penas consideradas desumanas (art. 5º, XLVIII, da CF). A pena aplicada deverá ser proporcional ao bem lesado, à sua repro- vabilidade perante a sociedade, bem como às condições do agente, de modo que seja sufi ciente e necessária em face da culpabilidade (vide ADI–MC nº 2.290/DF, STF). Princípio da continuidade normativa típica O tipo é revogado, porém seus elementos caracterizadores migram para outro já existente ou um novo. Esse fato ocorreu com o crime de atentado violento ao pudor, que foi revogado, passando a fazer parte do tipo estupro. Não é hipótese de abolitio criminis (quando o ato deixa de ser crime). Princípio da alteridade, transcendentalidade ou lesividade Desenvolvido por Claus Roxin (1972), proíbe a incriminação de conduta me- ramente interna, subjetiva e que, por isso, não lesa o bem jurídico. A autolesão não é crime, exceto se tiver por fi m prejudicar a terceiros CAPEZ; PRADO, 2012, p. 15). Exemplo: é o caso do suicídio, mas a sua incitação ou estímulo é considerada crime contra a vida alheia (art. 122 da CP) (BRASIL, 1940). Da mesma forma, o uso de drogas não é punível, ainda que o seu porte para uso pessoal esteja tipifi cado. Isso ocorre em razão do perigo social da facilitação da circulação da substância na sociedade. Esse princípio possui três funções: 1. proibir incriminação de atitudes internas; 2. proibir incriminação de condutas que não excedam o âmbito do autor; 3. proibir incriminação de estados ou condições existenciais, bem como de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico. Princípio da confiança É requisito para existência do fato típico, estando associado à teoria da imputação objetiva. Os indivíduos esperam que os demais ajam de acordo com as normas da sociedade. “Por esta razão não realiza conduta típica O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira10 C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 10 30/04/2018 07:49:34 aquele que, agindo de acordo com o direito, acaba por envolver-se em situação em que um terceiro descumpre seu dever de lealdade e cuidado” (CAPEZ; PRADO, 2012, p. 16). Esse princípio é muito aplicado nos delitos de trânsito (FRAGOSO, 2003). Princípio da insignificância Também introduzido por Claus Roxin (1972), fi xa que o direito penal deve se preocupar com condutas que não lesem o bem jurídico ou que tenham baixo grau de reprovabilidade social (comumente aplicado na Lei de Drogas, em crimes de roubo ou furto, peculato, contrabando, etc.). Princípio da ofensividade Considera inconstitucionais os crimes de “perigo abstrato” (CAPEZ; PRADO, 2012, p. 23), porque o tipo penal exige a lesão a um bem juridi- camente tutelado. Entendemos que subsiste a possibilidade de tipificação dos crimes de pe- rigo abstrato em nosso ordenamento legal, como legítima estratégia de defesa do bem jurídico contra agressões em seu estágio ainda embrionário, reprimindo-se a conduta antes que ela venha a produzir um perigo concreto ou um dano efetivo (GOMES, 2002, p. 41). Um exemplo de exceção ao princípio da ofensividade são os crimes de porte e posse previstos no Estatuto do Desarmamento e na Lei de Tóxicos. Princípio da culpabilidade Não está dentro do rol de princípios expressos na Constituição Federal (BRA- SIL, 1988), mas pode ser extraído a partir do texto normativo constitucional, quando se fala do princípio da dignidade da pessoa humana. O julgador, para exasperação da pena, deve deter-se nos atos que qua- lificam a culpabilidade para efetivamente aplicar a pena que condiz com os atos praticados. A pena nunca poderá ultrapassar os valores previstos de culpabilidade daquela conduta; é um princípio que funciona como limitador da pena. 11O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 11 30/04/2018 07:49:34 Classificação, características e fontes do direito penal Veja, na Figura 1, a classifi cação e as características e fontes do direito penal. Figura 1. Direito penal: classificação, características e fontes. Fonte imediata Conforme os princípios do direito penal, a lei é a sua fonte imediata. Afi nal, não há crime nem pena sem prévia cominação legal (art. 1º do CP) (BRASIL, 1940). A lei, enquanto fonte do direito penal, pode ser promulgada nas seguin- tes formas: Constituição Federal; lei ordinária; lei complementar; tratados e convenções internacionais incorporados ao direito brasileiro. Você pode achar estranho pensar que a Constituição Federal tem normas penais, mas isso fica evidente na leitura de alguns dispositivos, como o art. 5º, incisos XLV e XLVII (BRASIL, 1988). Assim, é possível dizer que toda O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira12 C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 12 30/04/2018 07:49:35 emenda constitucional que trate de assuntos penais será equivalente à norma penal e, consequentemente, fonte imediata do direito penal. Só o Estado detém competência para produzir a legislação penal. Parti- cularmente no Brasil, essa competência é exclusiva da União, nos termos do art. 22, I, da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988). O atual Código Penal Brasileiro foi instituído por um decreto-lei (espécie normativa que não existente na atual ordem constitucional), sendo recepcionado pela Constituição Federal como se fosse lei ordinária. Portanto, leis ordinárias e leis complementares (dentro dos temas aos quais são limitadas) poderão fixar normas penais. Isso também ocorre com os tratados e convenções internacionais, que necessitam ser incorporados à legislação brasileira mediante recepção do Congresso Nacional, momento em que passam a ter o status de lei. Você deve notar que as medidas provisórias e leis delegadas não podem ser fontes imediatas (Figura 2) da norma penal, porque a CF (BRASIL, 1988) veda expressamente essa matéria em sede de medida provisória (art. 62), bem como por lei delegada (art. 68). Figura 2. Fontes imediatas. Os costumes são regras não legisladas — não escritas — consideradas obrigatórias em determinada sociedade. Constituem-se mediante a conduta reiterada e costumeira (elemento objetivo) e a convicção de obrigatoriedade pelos cidadãos (elemento subjetivo). Você deve notar que costume é diferente de hábito: este último não tem um status de obrigação. Observe o Quadro 1 para conhecer as classificações dos costumes. 13O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 13 30/04/2018 07:49:35 Fonte: Lewis (1997). Secundum legem (costume interpretativo) Costume que auxilia na interpretação da lei, sem contrariar ou preencher a lacuna existente. Exemplo: ato obsceno, conceito dos costumes, auxiliando a interpretação do crime tipificado no art. 233 do CP (BRASIL, 1940). Veja: “Art. 233. Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa”. O conceito de ato obsceno depende dos costumes do local onde ocorre o fato delituoso. Contra legem (costume contrário à lei) Confronta-se com a lei. O costume contra legem não tem o condão de tornar sem efeitos a lei. Mesmo em descompasso com a realidade histórico- cultural, não há como cogitar a sua revogação. Uma lei só pode ser outra lei (princípio da continuidade das leis — art. 2º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro) (BRASIL, 1942). Praeter legem (costume supletivo ou integrativo) Serve para suprir lacunas da lei. Só pode ser usado em benefício do agente. Não pode suprir lacunas legais com costumes para incriminar condutas ou agravar penas. Quadro 1. Classificação dos costumes. O art. 22, parágrafo único, da CF (BRASIL, 1988) prevê a possibilidade de a União delegar aos estados membros competência para legislar de forma complementar sobre as matérias previstas no inciso I do citado artigo, e entre elas se encontra-se o direito penal. Sobre o item, ensina Nucci (2012, p. 57): “[...] visando à regionalização de determinadas questões penais, seria admissível que a União autorizasse o Estado a construir um tipo penal incriminador, prevendo delito peculiar a certa parte do País”. Porém, até o momento não há qualquer autorização da União nesse sentido. Você deve considerar, assim, que normas penais não poderão ser veiculadas por legislação estadual, ainda que possuam abrangência apenas local (no âmbito do estado criador). O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira14 C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 14 30/04/2018 07:49:35 Os princípios, enquanto fontes do direito penal, mantêm seu caráter de auxílio na interpretação das leis, não podendo criar crimes ou agravar penas. É inegável que os princípios inerentes ao direito penal, sejam eles implícitos ou explícitos, têm força impositiva quando exercem o papel de normas não incriminadoras. A doutrina nada mais é do que o exercício filosófico dos autores, resul- tando em produção científica técnica específica. Há quem diga que nos dias atuais a doutrina não é mais capaz de ser fonte da norma penal, uma vez que não a cria, somente a interpreta. Entretanto, há quem ressalte que interpretar também é uma forma de criar. Já a jurisprudência é o resultado da aplicação das leis e dos princípios aos casos apresentados perante os tribunais reiteradamente. Mirabete e Fabbrini (2016) dizem que a jurisprudência, assim como a doutrina, não é fonte de direito, limitando-se a uma forma de interpretação da norma. Por sua vez, Luiz Flávio e Antônio García-Pablos de Molina (apud GOMES, 2007) defendem ser a jurisprudência fonte do direito penal. Argumentam que: A decisão reiterada dos juízes e tribunais num determinado sentido forma a jurisprudência, que muitas vezes não só é fonte formal do Direito como inclusive “criadora” dele [...]. É lógico que não é uma posição ortodoxa afirmar que o juiz “cria” o Direito, porém, na prática, é isso o que ocorre (muitas vezes) e inclusive é legítima essa função do juiz, desde que ele atue no âmbito do vazio legislativo (para suprir suas lacunas) (FLÁVIO; MOLINA, 2007). Conceito de direito penal Você sabe se o correto é direito penal ou direito criminal? Zaffaroni e Pie- rangeli (2006) afi rmam que o direito penal trata, de um lado, do conjunto de leis penais e, de outro, da interpretação dessa legislação. Já para Welzel, direito penal é a fração do ordenamento jurídico que fi xa características de uma ação criminosa, aplicando ao agente do fato penas ou medidas de segurança. Conforme Masson (2014), trata-se do “[...] conjunto de princípios e leis destinados a combater o crime e a contravenção penal, mediante a imposição de sanção penal”. Nucci (2008) assevera ser um “[..] conjunto de normas jurídicas voltado à fi xação dos limites do poder punitivo do Estado, instituindo infrações penais e sanções correspondentes, bem como regras atinentes a sua aplicação”. 15O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 15 30/04/2018 07:49:35 Em suma, os entendimentos sobre o conceito do direito penal são seme- lhantes, como você pode ver na Figura 3. Figura 3. Conceitos de direito penal. Porém, o direito penal não se resume à descrição mostrada na Figura 3. Ele possui diversas nuances de acordo com as suas ramificações de intenções, como você pode ver a seguir. Formal ou estático: normas que classificam atos humanos indesejados como infração penal, delimitando os agentes e estabelecendo sanções. Material: comportamentos de alta reprovabilidade, que atentam contra o desenvolvimento e a manutenção social. Sociológico ou dinâmico: instrumento de controle social para garantir a disciplina que torna possível a manutenção do convívio social. Doutrinariamente, é consenso a necessidade de regras que estipulam di- retrizes comportamentais para a conservação da convivência em sociedade. Desrespeitadas essas normativas de conduta é que surge para o Estado o dever de impor sanções, enquanto guardião do pacta sunt servanda. Assim, o direito penal é um meio de controle social, assim como os demais ramos do direito. A função basilar do direito penal é identificar condutas humanas inde- sejadas. O direito penal analisa as condutas humanas indesejadas, seleciona aquelas que devem constituir crimes ou contravenções e comina as respectivas sanções, ocupando-se da infração penal enquanto norma (exemplo: reputa como crime a prática de estupro). Assim, ele tem por objetivo a proteção dos bens jurídicos identificados como importantes para a continuidade da sociedade. Ou seja, a sanção não é a finalidade do direito penal, ela é o meio para alcançar a proteção das tutelas pelo Estado (MASSON, 2014). Mirabete (1991) diz que o direito penal, enquanto ciência jurídica, tem caráter dogmático — já que se fundamenta pelo direito positivo —, exigindo O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira16 C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 16 30/04/2018 07:49:36 o cumprimento das normas. É preciso evitar, contudo, o excesso de dogma- tismo, já que a lei e a sua aplicação, pelo íntimo contato com o indivíduo e a sociedade, exigem observação da realidade, de suas manifestações e das exigências sociais, bem como da evolução dos costumes (MIRABETE, 1991). As fontes formais do direito penal são divididas como você pode observar na Figura 4. Figura 4. Fontes formais do direito penal. Para além disso, a doutrina apresenta inúmeras classificações do direito penal. As classificações das velocidades do direito penal, por exemplo, foram elaboradas por Silva Sánchez (2002). Veja algumas delas no Quadro 2. Comum Subdivide-se em fundamental e complementar. Especial De legislação especialmente direcionada (Lei de Tóxicos, Estatuto do Desarmamento). Substantivo Corresponde ao direito penal material. Trata do crime em si e de sua pena. Objetivo É o conjunto de leis penais em vigor. Quadro 2. Classificações do direito penal. (Continua) 17O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 17 30/04/2018 07:49:36 Fonte: Adaptado de Silva Sánchez (2002). Subjetivo É o direito de punir do Estado. Direito penal subjetivo positivo: capacidade de criar e executar normas penais. Direito penal subjetivo negativo: poder de restringir o alcance das normas penais (controle concentrado de constitucionalidade). Adjetivo Corresponde ao direito processual penal (classificação que existia quando o direito processual era apenas acessório de direito material. Direito penal de emergência (cultural) Para atender às demandas de criminalização, criam-se normas de opressão a fim de devolver o sentimento de tranquilidade para sociedade (exemplo: Lei dos Crimes Hediondos). Processo penal Execução penal — Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1994. Direito contravencional Lei das Contravenções Penais — Decreto- -Lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941. Direito penal de primeira velocidade Crimes graves penalizados com pena privativa de liberdade, com processo complexo em razão dos direitos e garantias processuais não flexibilizados. Direito penal de segunda velocidade Infrações menos graves, que não geram penas privativas de liberdade. Permite a flexibilização dos direitos e garantias processuais. Direito penal de terceira velocidade Mescla as duas primeiras: nos crimes com pena privativa de liberdade, as garantias processuais podem ser flexibilizadas. Quadro 2. Classificações do direito penal. (Continuação) O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira18 C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 18 30/04/2018 07:49:36 No link a seguir, leia o texto A criminologia no Brasil ou como tratar desigualmente os desiguais, sobre a estruturação da política criminal brasileira: https://goo.gl/URddeM 19O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 19 30/04/2018 07:49:37 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 14 dez. 2016. BRASIL. Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Brasília, DF, 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado. htm>. Acesso em: 08 abr. 2018. BRASIL. Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942. Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. Brasília, DF, 1942. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/decreto-lei/Del4657compilado.htm>. Acesso em: 08 abr. 2018. BRASIL. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Brasília, DF, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9503. htm>. Acesso em: 08 abr. 2018. CAPEZ, F.; PRADO, S. Código penal comentado. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. CARRARA, F. Programa do curso de direito criminal: parte geral. Campinas: LZN, 2002. v. 1. COSTA JÚNIOR, P. J. Curso de direito penal. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. FRAGOSO, H. C. Lições de direito penal: parte geral. 16. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003. GARLAND, D. As contribuições da “sociedade punitiva”: o caso britânico. Discursos Sediciosos, Rio de Janeiro, ano 7, n. 11, jun. 2002. GOMES, L. F. Princípio da ofensividade no direito penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. GOMES, L. F.; MOLINA, A. G.-P. Direito penal: fundamentos e limites. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. v. 1. HUNGRIA, N. Comentários ao código penal: decreto-lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1958-1959. O conceito, a classificação e as características da norma penal brasileira20 C02_Conceito_classificacao_caracteristicas.indd 20 30/04/2018 07:49:38 LYRA, R. Introdução ao estudo do direito criminal. Rio de Janeiro: Nacional de Direito, 1946. MALINOWSKI, B. Crime e costume na sociedade selvagem. Brasília, DF: UnB, 2003. MASSON, C. Código penal comentado. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. MIRABETE, J. F. Processo penal. São Paulo: Atlas, 1991. MIRABETE, J. F.; FABBRINI, R. N. Manual de direito penal. São Paulo: Atlas, 2016. NUCCI, G. S. Manual de direito penal e execução penal. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. NUCCI, G. S. Princípios constitucionais penais e processuais penais. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. PIERANGELI, J. H. Códigos penais do Brasil: evolução histórica. Bauru: Javoli, 1980. ROXIN, C. Política criminal y sistema del derecho penal. Barcelona: Bosch, 1972. SILVA SÁNCHEZ, J. M. A expansão do direito penal: aspectos da política criminal nas sociedades pós-industriais. Trad. Luíz Otávio de Oliveira Rocha. São Paulo: RT, 2002. ZAFFARONI, E. R.; PIERANGELI, J. H. Manual de direito penal brasileiro: volume 1: parte geral. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. Leituras recomendadas ALVAREZ, M. C. A criminologia no Brasil ou como tratar desigualmente os desiguais. Dados, v. 45, p. 677-704, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid= S001152582002000400005&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 10 abr. 2018. BRASIL. Código Criminal do Imperio do Brasil. Rio de Janeiro, 1831. Disponível em: <http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_obrasraras/bndigital0297/ bndigital0297.pdf>. Acesso em: 13 abr. 2018. DINAMARCO, C. R. A instrumentalidade do processo. 7. ed. São Paulo: Malheiros, 1999. NEGREIROS, T. P. A. T. Fundamentos para uma interpretação constitucional do princípio da boa-fé. Rio de Janeiro: Renovar, 1998. ROSENVALD, N. Dignidade humana e boa-fé no código civil. São Paulo: Saraiva, 2005. SILVA, J. A. Curso de direito constitucional positivo. 35. ed. São Paulo: Malheiros, 2012.
Compartilhar