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Gestão da Cadeia de Suprimentos na Área de Saúde Unidade I

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Autor: Prof. José Luís Guagliardi Hernandes
Colaboradoras: Profa. Valdice Neves Pólvora
 Profa. Rachel Niza
Gestão da Cadeia 
de Suprimentos 
na Área de Saúde
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Professor conteudista: José Luís Guagliardi Hernandes
José Luís Guagliardi Hernandes é mestre em Administração de Empresas pela Universidade Paulista e graduado 
em Administração de Empresas pela Universidade São Marcos e estudou Ciências Contábeis na Faculdade Costa Braga.
Leciona diversas disciplinas nas áreas de Administração, Economia e Ciências Contábeis, em cursos de Gestão, 
Graduação e MBA. Também ministra cursos de educação continuada a empresários e empregados de empresas públicas 
e privadas dos mais diversos setores de atividades no Brasil.
Ministra aulas no curso de ensino a distância nas disciplinas Fundamentos da Administração na Área de Saúde e 
Gestão da Cadeia de Suprimentos na Área de Saúde.
Possui de 30 anos de experiência profissional desenvolvida a partir de trabalhos realizados em empresa de 
auditoria, em uma das quatro maiores no mundo, com clientes das mais variadas atividades, desde empresas industriais, 
prestadoras de serviços e instituições financeiras. Atualmente atua como consultor nas áreas de pesquisa de mercado, 
processos e sistema de informação, reestruturação, gestão financeira e estratégica.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
H557g Hernandes, José Luís Guagliardi.
Gestão da cadeia de suprimentos na área de saúde. / José Luís 
Guagliardi Hernandes. – São Paulo: Editora Sol, 2015.
128 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XIX, n. 2-073/15, ISSN 1517-9230.
1. Cadeia de suprimentos. 2. Estoques. 3. Recursos patrimoniais. 
I. Título.
CDU 658.78
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Marina Bueno
 Lucas Ricardi
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Sumário
Gestão da Cadeia de Suprimentos na Área de Saúde
APRESENTAçãO ......................................................................................................................................................7
INTRODUçãO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUE ......................................................................................... 11
1.1 Conceito de estoques ......................................................................................................................... 12
1.2 Consumo, demanda e previsão ....................................................................................................... 17
2 NÍVEIS DE ESTOQUE ........................................................................................................................................ 22
2.1 Curva dente de serra ........................................................................................................................... 22
2.2 Estoque mínimo .................................................................................................................................... 23
2.2.1 Cálculo do estoque mínimo................................................................................................................ 25
Unidade II
3 LOTE DE COMPRA E REABASTECIMENTO ............................................................................................... 29
3.1 Tempo de reposição ou reabastecimento ................................................................................... 29
3.2 Lote de compra ..................................................................................................................................... 32
3.2.1 Consumo médio mensal ...................................................................................................................... 32
3.2.2 Estoque médio ......................................................................................................................................... 35
3.2.3 Intervalo de ressuprimento................................................................................................................. 36
3.2.4 Estoque máximo ...................................................................................................................................... 36
3.2.5 Quantidade a ser comprada ............................................................................................................... 37
3.2.6 Lote econômico de compra ................................................................................................................ 39
4 CUSTO DE ARMAZENAGEM ........................................................................................................................ 42
Unidade III
5 CLASSIFICAçãO ABC ...................................................................................................................................... 50
6 INDICADORES DE GESTãO DE ESTOQUES, INVENTÁRIOS E ADMINISTRAçãO 
DE MATERIAIS ....................................................................................................................................................... 54
6.1 Indicadores de gestão de estoques ............................................................................................... 54
6.1.1 Método de avaliação de estoques pelo custo médio ............................................................... 55
6.1.2 Método de avaliação de estoques pelo sistema primeiro que entra 
primeiro que sai .................................................................................................................................................. 57
6.1.3 Método de avaliação de estoques pelo sistema último que entra 
primeiro que sai .................................................................................................................................................. 58
6.1.4 Método de avaliação pelo custo de reposição............................................................................ 60
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6.1.5 Comparativo entre os métodos......................................................................................................... 61
6.1.6 Índices de avaliação na armazenagem ..........................................................................................61
6.1.7 Índices de avaliação em compras..................................................................................................... 63
6.1.8 Índices de avaliação na gestão ......................................................................................................... 63
6.2 Inventários .............................................................................................................................................. 72
6.2.1 Conceitos básicos .................................................................................................................................... 72
6.2.2 Importância do inventário nas organizações .............................................................................. 72
6.3 Tipos de inventários: rotativo e periódico .................................................................................. 73
6.3.1 Inventário geral ....................................................................................................................................... 73
6.3.2 Inventário rotativo ................................................................................................................................. 74
6.3.3 Metodologia de realização do inventário físico ......................................................................... 75
6.4 Administração de materiais ............................................................................................................. 78
6.4.1 Processo de compras ............................................................................................................................. 78
6.4.2 Produção .................................................................................................................................................... 82
6.4.3 Transporte .................................................................................................................................................. 84
6.4.4 Estocagem.................................................................................................................................................. 87
6.5 Distribuição ............................................................................................................................................. 93
Unidade IV
7 ATENDIMENTO AO CLIENTE .......................................................................................................................101
7.1 Trade-off ................................................................................................................................................101
8 GESTãO DE RECURSOS PATRIMONIAIS ................................................................................................102
8.1 Comprar ou alugar .............................................................................................................................104
8.2 Ativo imobilizado ................................................................................................................................108
8.3 Aquisição de máquinas e equipamentos ..................................................................................112
8.4 Rotatividade do capital ....................................................................................................................114
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APreSentAção
Caros alunos,
A disciplina Gestão de Suprimentos na Área da Saúde procura apresentar a vocês, futuros profissionais 
do setor, através de conceitos históricos, teóricos e práticos, uma nova perspectiva com relação à função 
de administrar os recursos disponíveis para o melhor desempenho de uma organização.
Esta disciplina busca disponibilizar o entendimento do papel do gestor e da administração dos 
recursos materiais, humanos e patrimoniais dentro do contexto organizacional. Busca também possibilitar 
uma visão do papel dos gestores e suas responsabilidades na administração dos recursos, uma vez que 
dentro das organizações da área da Saúde existem algumas especificações que precisam ser atentadas 
na administração de materiais, sobretudo remédios controlados. Este livro apresenta uma série de 
instrumentos e ferramentas visando à melhor prática de gestão dentro do contexto organizacional.
Hoje, em um mundo competitivo, a criação de um diferencial é uma das chaves para o sucesso. 
Administrar os recursos pode se tornar um diferencial competitivo, à medida que processos e 
controles podem gerar economias e melhor atendimento aos usuários dos recursos disponibilizados 
pela organização.
Introdução
A disciplina Gestão de Suprimentos na Área da Saúde procura apresentar ao aluno o papel do gestor 
de recursos nas organizações e identificar os recursos disponíveis e as ferramentas de gestão, bem como 
os processos para se gerir com eficiência e eficácia os recursos que não são ilimitados para a organização.
Os principais recursos disponíveis para as organizações estão relacionados como materiais, 
patrimoniais, humanos, tecnológicos, financeiros e, recentemente, o recursos dos mais importantes na 
atualidade: informações.
Neste livro vamos desenvolver planejamento e controle dos estoques por meio da identificação de 
consumo, demanda e previsão. Identificaremos os níveis ideais de estoque, lotes de compra e o tempo 
necessário para emissão do pedido de compra.
Vamos identificar os custos envolvidos em armazenagem, bem como a classificação ABC de produtos.
Analisaremos alguns indicadores de gestão de estoques, bem como a realização de inventários físicos 
para os materiais.
A área da Saúde tem algumas particularidades em relação às demais organizações, pois a administração 
de estoques precisa ser diferenciada.
Entenderemos os processos de compras, produção, transporte, armazenagem e distribuição dos materiais.
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Uma das principais etapas na administração de recursos é o atendimento aos clientes, e iremos 
trabalhar este aspecto relacionado aos recursos da organização.
A gestão de patrimônio é um aspecto importante da gestão de recursos na área da Saúde. Muitos 
equipamentos, móveis e prédios são de valores expressivos e precisam ser administrados corretamente.
O capital humano e os recursos financeiros são também muito importantes para a organização e 
devem ser observados os melhores processos e práticas para administrá-los.
Neste material, daremos ênfase aos recursos materiais e patrimoniais das organizações da 
área da Saúde.
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
Unidade I
Antes de iniciarmos nossa apresentação sobre planejamento e controle de estoque na área da Saúde, 
vamos entender um pouco os sistemas de uma empresa e a utilização de recursos nas diversas etapas e 
atividades de uma organização.
A empresa é composta por diversos departamentos inter-relacionados e interdependentes entre 
si. Dentro de suas interações, existem fluxos de atividades previamente definidos, visando ao melhor 
desempenho da organização.
Uma empresa existe para cumprir seu objetivo ou objetivos e depende de sua organização. Por 
exemplo, um hospital existe para atender os pacientes necessitados; uma farmácia, para vender 
medicamentos e produtos aos clientes; um laboratório de análises clínicas tem como objetivo executar 
a análise do material coletado de seus clientes.
Em uma indústria farmacêutica, podemos dizer que os departamentos seguem um fluxo de atividades 
em que são consumidos recursos.
Vamos observar o quadro a seguir, no qual é apresentado um sistema simples de uma indústria farmacêutica.
IndivíduosTecnologia
Matéria-prima
Prédios e galpões
Máquinas e 
equipamentos
Dinheiro Produção Produtos acabados Vendas
Figura 1 – Ilustração do sistema de uma indústria farmacêutica
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Unidade I
Podemos notar que a figura anterior nos apresenta o dinheiro iniciando o sistema. Por meio dele 
podemos pagar os salários dos indivíduos, obter tecnologia e matéria-prima, adquirir ou alugar prédios 
e galpões e comprar ou arrendar máquinas e equipamentos. Posteriormente, podemos juntar estes 
cinco sistemas (indivíduos, tecnologia, matéria-prima, prédios e máquinas) e transformar pela produção 
em produtos acabados. Estes produtos acabados são vendidos pela organização, que gera dinheiro 
novamente, fechando o sistema.
Segundo Martins (2012), uma organização possui cinco tipos de recursos:
• recursos materiais;
• recursos patrimoniais;
• recursos financeiros ou de capital;
• recursos humanos;
• recursos tecnológicos.
A administração de recursos materiais abrange a sequência de operações de administração dos 
estoques. Esse processo inicia com a identificação de fornecedores, na compra do bem, seu recebimento, 
transporte interno e acondicionamento, em seu transporte durante a produção, na sua armazenagem 
como produto acabado e, por fim, a sua entrega ao cliente. Abrange as matérias-primas, produtos em 
processo, materiais auxiliares e produtos acabados.
A administração de recursos patrimoniais segue a mesma sequência dos recursos materiais até o 
recebimento do bem, depois cuida da conservação, manutenção ou, quando for o caso, alienação do bem. 
Abrange o ativo fixo da empresa, como prédios, edifícios, máquinas, equipamentos, móveis e veículos.
Os recursos financeiros tratam as disponibilidades de capital e dinheiro para as operações da 
organização. Abrange o dinheiro em caixa, no banco e empréstimos.
Os recursos humanos são responsáveis pela administração das pessoas envolvidas na organização, 
como funcionários, terceirizados etc. Envolvem as pessoas que atuam na empresa. Para as empresas 
prestadoras de serviços, este recurso é considerado o principal da organização.
Hoje os recursos tecnológicos têm grande importância na vida da empresa, uma vez que 
avanços tecnológicos criam diferenciais competitivos que podem trazer vantagens econômicas para 
a organização. Abrange os recursos de gestão, como software e técnicas desenvolvidas em laboratório 
para produção. Um item importante também relacionado a este recurso é a informação, que hoje em 
dia é um dos principais recursos das empresas.
Na figura a seguir podemos observar a aplicação de recursos dentro do sistema de uma organização, 
usando como base o sistema apresentado no anterior.
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
Indivíduos
Tecnologia
Matéria-prima
Prédios e galpões
Máquinas e 
equipamentos
Dinheiro Produção Produtos acabados Vendas
Recursos 
financeiros
Recursos 
materiais
Recursos 
tecnológicos
Recursos 
humanos
Recursos 
patrimoniais
Figura 2 – Ilustração dos recursos dentro do sistema de uma organização
Como podemos observar, os recursos financeiros são utilizados nos cinco sistemas, que aliados aos 
outros quatro recursos (humanos, tecnológicos, materiais e patrimoniais) através da produção, acabam 
gerando produtos acabados que serão vendidos e fecham o sistema.
A organização compreendida como um sistema e observados os recursos necessários para o 
funcionamento eficiente deste sistema, podemos iniciar nossos estudos mais aprofundados da Gestão 
da Cadeia de Suprimentos da Área da Saúde.
Pudemos observar que são cinco os tipos de recursos que uma organização utiliza, mas apenas 
iremos estudar os recursos materiais e patrimoniais.
1 PLAneJAMento e ControLe de eStoQue
O objetivo principal das organizações é buscar a obtenção de lucro nas suas operações. O planejamento 
e controle de estoque deve ser uma das metas das empresas, visando maximizar o lucro sobre o capital 
investido na linha de produção, nos equipamentos, nos estoques.
A função da administração de estoque é permitir a maximização da utilização dos recursos da 
empresa, sendo eles materiais ou patrimoniais.
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Unidade I
Sem os estoques, é impossível uma empresa dar continuidade em suas atividades. É necessário 
ajustar o planejamento de produção visando atingir as vendas projetadas, minimizando a utilização 
de estoques, que são itens cada vez mais valorizados, e observando também a necessidade de 
capital investido.
1.1 Conceito de estoques
Existem várias definições de estoque, mas uma delas pode ser descrita como: os estoques são os 
recursos que a empresa utiliza para gerar recursos financeiros através da venda de produtos acabados 
aos clientes.
A maioria das empresas industriais como as indústrias farmacêuticas trabalham com três tipos 
de estoques:
• Matérias-primas: são itens que serão utilizados na elaboração de produtos acabados. Por 
exemplo, em uma indústria farmacêutica, temos o ácido acetilsalicílico, matéria-prima básica para 
a fabricação da Aspirina. Na figura a seguir temos alguns exemplos de matérias-primas utilizadas 
na fabricação de produtos de uma indústria farmacêutica. Matérias-primas são materiais básicos 
e necessários à produção do produto acabado. Podemos dizer também que são todos os materiais 
que são agregados ao produto acabado.
Figura 3 – Materiais utilizados como matéria-prima 
para fabricação de produtos farmacêuticos
• Produtos em processo: são itens de matérias-primas que já estão em fase de elaboração 
do produto acabado, mas não são considerados nem matérias-primas nem produto acabado. 
São todos os materiais que estão sendo usados no processo de fabricação. Como exemplo, 
na fabricação de Aspirina, podemos caracterizar como produtos em processo os materiais 
utilizados na fabricação da Aspirina, que se encontram nas máquinas de produção e ainda 
não foi concluído seu processo de fabricação. A figura a seguir ilustra a linha de produção de 
uma indústria farmacêutica na qual podemos observar uma máquina misturadora onde são 
colocadas as matérias-primas para fabricação da Aspirina. Os materiais dentro desta máquina 
são produtos em processo ou em elaboração.
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
• Produtos acabados: são materiais que já finalizaram seus processos de fabricação e estão à 
disposição para venda. Como exemplo, podemos indicar a Aspirina, que já foi envelopada e 
embalada e encontra-se à disposição para venda e envio aos clientes.
Figura 4 – Produto acabado: Aspirina
A administração dos estoques normalmente está sobre a responsabilidade do gerente de produção, 
que deve ter a preocupação de planejar a produção e maximizar a utilização dos estoques, evitando que 
capital financeiro seja utilizado indevidamente nos estoques e, ao mesmo tempo, que não haja falta de 
produtos a serem vendidos.
Não só o departamento de produção está envolvido na elaboração do planejamento de estoques, 
pois a utilização dos estoques envolvem vários departamentos na empresa.
O departamento de compras deve maximizar as compras de estoques junto aos fornecedores.
O departamento de vendas, por meio da estimativa de vendas, informa o departamento de produção 
para que não falte produto acabado para atender aos clientes. Quando a expectativa de vendas também 
diminui, o departamentode vendas deve avisar a produção para rever (para baixo) a quantidade a ser 
produzida, reduzindo as quantidades de compras de matéria-prima para a produção.
O departamento financeiro administra o capital investido nos estoques, administra custos e 
obsolescência (produtos que já estão fora de uso) e identifica perdas financeiras na administração 
dos estoques.
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Unidade I
A administração de estoque exige que toda atividade envolvida no controle de estoque seja integrada 
e controlada em quantidades e valores não deve se preocupar somente com a atividade diária de compra 
e venda, mas na lógica de cada um dos departamentos que integram este fluxo.
O departamento de vendas quer um estoque elevado para que não falte produto para ser vendido 
aos clientes. Por sua vez, o departamento financeiro quer que os estoques sejam reduzidos para não 
comprometer recursos financeiros em demasia. Desta forma, se iniciam os conflitos interdepartamentais 
sobre a administração dos estoques.
Segundo Dias (2009), podemos ter vários conflitos interdepartamentais sobre a administração de 
estoques. Na figura a seguir podemos observar alguns destes conflitos.
Matéria-prima
(estoque elevado) Departamento de compras
Desconto junto a fornecedores 
sobre as quantidades a serem 
compradas
Departamento financeiro
– Capital investido nos estoques
– Perda financeira
Material em processo
(estoque elevado) Departamento de produção
– Nenhum risco de falta de 
material para produção
– Grandes lotes de fabricação
Departamento financeiro
– Maior risco de perdas e 
obsolescência
– Aumento do custo de 
armazenagem
Produto acabado
(estoque elevado) Departamento de vendas
– Entrega rápida ao cliente
– Boa imagem, melhores vendas
Departamento financeiro
– Capital investido
– Maior custo de armazenagem
Figura 5 – Conflitos interdepartamentais quanto à administração dos estoques
Estes conflitos precisam ser administrados visando à maximização da eficiência, ou seja, não faltando 
produto para atender à demanda dos clientes, mas também não comprometendo em demasia recursos 
financeiros que poderiam ser alocados a outra finalidade.
Segundo Neushel (1963) as deficiências no controle de estoque normalmente são apresentadas por 
reclamações contra detalhes específicos e não por críticas ao sistema de controle.
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
Alguns destes detalhes são:
a) Falta de espaço para armazenamento dos produtos.
b) Variação excessiva da quantidade de produtos acabados a serem produzidos.
c) Baixa rotação dos estoques e obsolescência.
d) Aumento nos prazos de entregas para os produtos acabados e do tempo de reposição das matérias-primas.
e) Elevado número de cancelamentos de pedidos ou de devoluções de vendas.
f) Produção parada com frequência por falta de material.
g) Quantidades maiores de estoques enquanto a produção permanece constante.
Para uma gestão eficiente de estoque é importante determinar algumas políticas e diretrizes na 
administração dos estoques. A organização deve segui-las, pois servirão de guia para os envolvidos na 
administração do estoque.
Segundo Dias (2009), as políticas e diretrizes de maneira geral são:
a) Estabelecimento de prazo de entrega dos produtos aos clientes.
b) Até que nível deverão variar os estoques para atender às altas e baixas das vendas ou a uma 
alteração de consumo.
c) Definição do número de depósitos ou almoxarifado e da lista de materiais estocados em cada um deles.
d) Até que ponto será administrada a especulação de estoques, fazendo compra antecipada a preços 
mais baixos ou comprando quantidade maior para obter um bom desconto.
e) Qual será a rotatividade de estoques aceitável para a organização.
 Lembrete
Muitas organizações na área da Saúde não são fabricantes de produtos, 
como as indústrias farmacêuticas. Desta forma, elas atuam basicamente 
como prestadoras de serviços, como os hospitais, consultórios e clínicas, ou 
no comércio, como é o caso das farmácias.
Não importa se a organização é uma prestadora de serviços ou se é 
um comércio, todas devem manter um estoque de materiais que utilizam 
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Unidade I
no seu dia a dia. Então, todas as regras contidas neste material sobre 
administração dos recursos também são aplicáveis parcial ou integralmente 
às demais organizações na área da Saúde.
Qualquer organização que mantenha recursos materiais possui um estoque de produtos.
As farmácias não são fabricantes de produtos, mas elas compram e revendem uma série de produtos 
em suas lojas. As farmácias precisam manter um controle eficiente sobre os itens em estoque a serem 
vendidos aos clientes.
Figura 6 – Foto parcial de uma farmácia
Um hospital, uma clínica, um consultório e um laboratório de análises clínicas, apesar de apenas 
prestarem serviços, ou seja, não produzirem ou comercializarem produtos, precisam manter uma 
administração adequada de seus recursos materiais.
Figura 7 – Laboratório de análises clínicas, com o estoque de material
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
Segundo Dias (2009), existem alguns detalhes básicos para o controle de estoques. A princípio é 
importante descrever as funções mais importantes, como:
a) Número de itens de estoque – determinar o que deve permanecer em estoque.
b) Periodicidade – determinar quando se deve reabastecer os estoques.
c) Quanto – qual a quantidade necessária para um período determinado.
d) Compras – solicitar ao departamento de compras para aquisição de estoque.
e) Acomodação – receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as necessidades 
da organização.
f) Controle – controlar os estoques em valor, quantidade e localização.
g) Inventários – realizar inventários periódicos para avaliação das quantidades e estado dos 
materiais.
h) Obsoleto – identificar e retirar do estoque itens danificados e obsoletos.
Uma das formas de administrar com eficiência os estoques é determinar sua utilização através do 
consumo, demanda e previsão. No item a seguir iremos estudar estes detalhes.
1.2 Consumo, demanda e previsão
O início da administração de estoque está baseado na previsão do consumo do material em questão.
A previsão de consumo ou demanda de produtos acabados estabelece o nível de produção a ser 
estabelecido. Com base no nível de produção estabelecido, identifica-se a quantidade de matéria-prima 
a ser comprada para fazer frente à produção.
A previsão está baseada em algumas características básicas:
• Início da administração de estoque.
• Eficiência dos métodos empregados na previsão.
• Qualidade das hipóteses utilizadas no raciocínio.
Devemos utilizar sempre a hipótese mais provável para cálculo da previsão de demanda.
Segundo Dias (2009), as informações básicas para tomada de decisão com relação à demanda dos 
produtos acabados podem ser classificadas em duas categorias: quantitativas e qualitativas.
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Unidade I
a) Quantitativas:
• Leva em consideração a evolução das vendas realizadas no passado.
• Utiliza variáveis de fácil previsão, normalmente ligadas às vendas, como renda, idade, etc.• É influenciada por propaganda.
b) Qualitativas:
• Opinião dos vendedores.
• Opinião dos gerentes.
• Opinião dos compradores.
• Pesquisa de mercado.
Ainda segundo Dias (2009), as técnicas de previsão de consumo podem ser classificadas em três grupos:
a) Projeção: onde são admitidas que o futuro será uma repetição do passado, está técnica é 
basicamente quantitativa.
b) Explicação: explica as vendas do passado e utiliza variável cuja evolução é conhecida ou previsível.
c) Predileção: os funcionários mais experientes e conhecedores das influências nas vendas 
estabelecem evolução das vendas futuras.
O conhecimento da evolução do consumo no passado pode indicar uma evolução futura se o 
comportamento do consumo não se alterar ao longo do tempo.
Vários fatores podem influenciar o consumo:
• Sazonalidade.
• Políticas.
• Mudança de comportamento do cliente.
• Inovações tecnológicas.
Segundo Viana (2012), consumo é a quantidade de material requerido para o atendimento das 
necessidades de produção e de comercialização, em um determinado prazo de tempo.
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
A classificação do consumo pode ser de três formas: consumo regular (crescente ou decrescente), 
consumo irregular e consumo sazonal.
1. Consumo regular é a utilização de materiais em quantidades de pequena variação ao longo do 
tempo. O gráfico a seguir demonstra o consumo de um determinado material com comportamento regular.
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mês 1 mês 2 mês 3 mês 4 mês 5 mês 6
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
Consumo
Figura 8 – Comportamento de um material com consumo regular
Podemos notar que o consumo não sofreu grandes variações de quantidade no decorrer do tempo. 
Ele varia de 1,8 a 4,4 em unidades.
1.1 Consumo com tendência crescente – a característica desta forma é a utilização de materiais 
de forma crescente e ordenada, conforme demonstrado no gráfico a seguir.
0
mês 1 mês 2 mês 3 mês 4 mês 5 mês 6
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
Movimentação
Figura 9 – Comportamento de um material com consumo regular crescente
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Unidade I
1.2 Consumo com tendência decrescente – a característica desta forma é a utilização de materiais 
de forma decrescente e ordenada, inverso ao do comportamento crescente, conforme demonstrado no 
gráfico a seguir.
0
mês 1 mês 2 mês 3 mês 4 mês 5 mês 6
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
Movimentação
Figura 10 – Comportamento de um material com consumo regular decrescente
2. Consumo irregular é a utilização de materiais em quantidades de grande variação ao longo do 
tempo. O gráfico a seguir demonstra o consumo de um determinado material com comportamento 
irregular.
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mês 1 mês 2 mês 3 mês 4 mês 5 mês 6
1
2
3
4
5
6
Movimentação
Figura 11 – Comportamento de um material com consumo irregular
Note que neste formato o consumo tem grandes variações de unidades no decorrer do período.
3. Consumo sazonal é caracterizado por padrão repetitivo de consumo, mas que em determinado 
período existe uma considerável elevação ou diminuição no consumo.
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
 observação
Tomando como exemplo uma farmácia, temos vários itens de estoque 
que precisam ser administrados.
Em virtude da variedade de produtos comercializados, o responsável 
pela administração dos estoques utiliza os três formatos de administração 
do consumo de seus materiais.
Na farmácia, há produtos com consumo regular, como artigos 
de higiene; com consumo irregular, como artigos de conveniência, 
alimentos, papel etc.; e com consumo sazonal, como protetores 
solares e repelentes de insetos, que ocorrem com mais frequência em 
determinados períodos do ano.
 Saiba mais
O filme Bee Movie é uma animação produzida pela Dream Works. Embora 
direcionado para o público infantil, trata-se de um exemplo de situações 
e atividades que se apresentam nas organizações, sobretudo com relação 
à logística de estoques. Dentro da colônia e fora dela, o filme apresenta 
as atividades de planejamento de produção e consumo, as etapas para a 
continuidade da produção, a escolha dos colaboradores, o treinamento 
e a implementação de novas tecnologias, desde a coleta do néctar ao 
armazenamento do produto acabado – o mel. Fora da colmeia, apresenta a 
extração do produto pelos humanos, a distribuição e a comercialização até 
o consumo final.
Assista:
BEE movie. Dir. Steve Hickner; Simon J. Smith. EUA: Dream Works, 2007. 
91 min.
Exemplo de aplicação
Apesar de algumas organizações da área da Saúde não serem empresas fabricantes, a administração 
e controle de estoques é um fator importante para eficácia e eficiência na utilização dos recursos 
materiais.
Um hospital, por exemplo, presta serviços de atendimento aos pacientes. Para este atendimento, 
é necessária a utilização de diversos materiais que são usados em consultas de rotina, bem como no 
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atendimento de pronto socorro e internações. Todo hospital possui uma farmácia ou almoxarifado onde 
os materiais são armazenados e administrados. Os controles dos recursos materiais de um hospital parte 
do consumo utilizado pelos diversos departamentos. Os materiais do almoxarifado do hospital possuem 
as três formas de consumo: consumo regular, como luva cirúrgica; consumo irregular, como o cateter 
de diálise peritoneal, que é utilizado somente em procedimentos de diálise; e consumo sazonal, como 
remédios contra a gripe e infectologia.
2 nÍVeIS de eStoQue
Um dos aspectos importantes da gestão de estoque está relacionado com a gestão de níveis de 
estoque de materiais. A eficiência e a eficácia na gestão estão relacionadas com o equilíbrio entre os 
níveis de estoque, não tendo excessos de materiais, nem falta de materiais para utilização.
2.1 Curva dente de serra
 A representação gráfica de movimentação entrada e saída de um material do estoque pode ser 
representada conforme podemos observar no gráfico a seguir, em que a abscissa (eixo x) representa o 
tempo decorrido e a ordenada (eixo y) representa as unidades (quantidades). O formato do gráfico é 
chamado de dente de serra.
Movimentação
0
mê
s 1
mê
s 2
mê
s 3
mê
s 4
mê
s 5
mê
s 6
mê
s 7
mê
s 8
mê
s 9
mê
s 1
0
mê
s 1
1
mê
s 1
2
20
40
60
80
100
120
reposição
consumo consumo
Figura 12 – Movimentação de material no formato dente de serra
Como podemos observar, o estoque iniciou com 100 unidades do material e foi consumido ao longo 
dos meses, chegando a zero em seis meses, momento no qual houve uma compra e entrada no estoque de 
100 unidade no mês sete. Neste exemplo estamos supondo que o consumo segue um padrão constante, 
que não houve nenhuma devolução no período, que não houve atrasos de entrega do fornecedor e que 
não devolvemos nenhuma unidade ao fornecedor por falha de qualidade.
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
Estas quatro condições são ideais para a gestão de estoque, mas sabemos que este fato é raro de 
acontecer. Não podemos confiar nos prazos de entrega dos fornecedores, o consumo de materiais nem 
sempre é constante e podem existir falhas nagestão dos materiais.
Desta forma, precisamos criar um sistema que administre estas eventualidades para diminuir o risco 
de ficarmos sem material no estoque, como podemos observar no gráfico a seguir.
– 80
– 60
– 40
– 20
J F M A M J J A S O N D
0
20
40
60
80
100
120
Movimentação
Falta
Figura 13 – Movimentação de material com a falta em determinado período
Podemos notar que em julho o estoque deste material chegou a zero, impossibilitando a sua utilização 
até o mês de setembro, quando houve uma entrada de 100 unidades no estoque. Este fato gerou uma 
falha no atendimento de 60 unidades.
Para evitarmos esta situação de ficarmos sem material durante determinado período, é preciso se 
estabelecer uma política para administrar esta contingência.
Simplesmente aumentar o estoque dos materiais não é uma política eficiente, pois vai aumentar os 
recursos financeiros investidos em estoque.
Uma solução simples é criar um estoque mínimo de materiais, no qual no momento em que esta 
quantidade mínima é atingida, se inicia o processo de compra e suprimento deste material.
2.2 estoque mínimo
O estoque mínimo, também conhecido como estoque de segurança, é utilizado para suportar um 
tempo de ressuprimento superior ao programado, devido a um consumo desproporcional, ao atraso na 
entrega pelo fornecedor ou a um problema de administração dos materiais.
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Unidade I
Com a diminuição do estoque de materiais devido ao seu consumo, ao se atingir o estoque 
mínimo estipulado pela organização, temos a indicação que este material atingiu uma condição 
crítica, e precisa se tomar providências para sua solução – por exemplo, iniciar processo de compra 
para evitar a falta do material. Veja no gráfico a seguir como fica representado a utilização de um 
estoque mínimo.
J F M A M J J A S O N D
0
20
40
60
80
100
120
Movimentação
Estoque mínimo
Utilização do estoque 
mínimo
Figura 14 – Movimentação de material com estoque mínimo
O estoque inicia com 100 unidades e é consumido com o passar dos meses. Quando ele atinge 20 
unidades, em maio, é iniciado o processo de reposição do material.
Estas 20 unidades representam a margem de segurança para que a organização não fique sem 
o material em questão. Note que estas 20 unidades são praticamente um estoque morto, somente 
utilizado para fazer frente a uma eventualidade de consumo. Desta forma, é necessário critério no 
estabelecimento de quantidades para o estoque de segurança, pois representa recursos financeiros 
investidos no estoque.
 Lembrete
A utilização de estoque mínimo ou de segurança é muito importante 
para as organizações, principalmente em empresas da área da Saúde, 
pois não devemos deixar faltar materiais importantes para procedimento 
de atendimento aos pacientes. A aplicação deste procedimento deve ser 
considerada pelo gestor de estoque nas empresas desta área, pois a falta 
de um material que julgamos simples pode ser essencial a um determinado 
procedimento, e sua falta pode prejudicar o atendimento aos pacientes. 
Sabemos que a área de Saúde Pública possui carência de materiais em 
comparação com o setor privado, mas o gestor deve buscar alternativas 
eficientes para suprir esta carência.
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
 Saiba mais
O artigo de Infante (2007) publicado na revista Ciência e Saúde 
Coletiva nos mostra a realidade do abastecimento do hospital público. 
No artigo, podemos observar propostas para o abastecimento e a 
organização da cadeia produtiva. Ele descreve uma metodologia para a 
organização do setor de abastecimento de materiais médico-hospitalares 
de hospitais públicos.
INFANTE, M. A organização do abastecimento do hospital público a 
partir da cadeia produtiva: uma abordagem logística para a área da saúde. 
Ciência & Saúde Coletiva. 12(4), 2007. p. 945-954.
2.2.1 Cálculo do estoque mínimo
A fórmula simples para cálculo do estoque mínimo é:
Em = C x F
Onde:
Em = Estoque mínimo
C = Consumo médio mensal
F = Fator de segurança
O fator de segurança (F) é um fator arbitrado pela organização e corresponde ao índice de atendimento 
que a organização pretende atingir com relação aos pedidos colocados do cliente. Se o fator for de 80% 
significa que a organização está disposta a não atender 20% das vezes os pedidos de clientes.
Exemplo de aplicação
Uma farmácia possui um consumo mensal de 50 unidades de um determinado produto e o fator de 
segurança criado pela farmácia é de 96%. Calcule o estoque mínimo deste produto da farmácia.
Em = C x F
Em = 50 x 0,96
Em = 48 unidades
O estoque mínimo para este produto deve ser de 48 unidades.
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Unidade I
 observação
O fator de segurança (F) utilizado para cálculo do estoque mínimo 
não é seguido por uma regra básica. Ele deve ser utilizado mediante a 
necessidade de cada organização, dependendo do produto a ser calculado. 
Este fator pode ter um índice diferente para o cálculo do estoque mínimo 
em diferentes produtos de uma mesma organização.
 resumo
O planejamento e controle de estoque é um dos principais pontos de 
administração dos recursos de uma organização. Através dele, podemos 
identificar o consumo e a demanda, realizar previsões de demanda e 
alcançar níveis ideais de estoque, que não seja em volume excessivo, 
mas que também nos minimize o risco de não atendermos à demanda 
pelos materiais.
Existem vários fatores alheios à nossa expectativa para a tomada 
de decisão na gestão de estoques. Uma forma de minimizar este risco é 
utilizando-se de ferramentas que nos auxiliem na tomada de decisão, e 
neste material foram apresentadas várias ferramentas úteis ao gestor para 
a administração dos estoques de sua organização.
 exercícios
Questão 1. Uma indústria farmacêutica está avaliando uma proposta de parceria para 
expandir-se no mercado internacional. Na avaliação da proposta, o engenheiro de produção 
da empresa ficou responsável pela análise da nova cadeia de suprimento (supply chain) que 
se formaria.
Tendo esta situação hipotética como referência, é correto o engenheiro de produção afirmar que:
A) Produtos semiacabados vindos de outras unidades de fabricação própria fazem parte dos fluxos 
diretos de logística.
B) A importância dos fluxos reversos para a reciclagem de produtos é irrelevante no mercado 
internacional de produtos manufaturados.
C) Uma característica básica a ser respeitada é a exigência de que os membros de cadeias de suprimento 
internacional tenham suas atividades gerenciadas como se fossem entidades separadas.
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D) A contratação de um operador logístico (third party logistics) com base em ativos é livre de riscos 
para o empreendimento.
E) O modal dutoviário de transporte é o mais indicado para a distribuição dos produtos aos clientes, 
pois se trata de um empreendimento de manufatura.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das alternativas
A) Alternativa correta.
Justificativa: em um processo de produção tradicional, matérias-primas são transformadas 
gradativamente em produtos por um ou mais segmentos industriais ao longo de uma cadeia de empresas. 
O produto assim obtido chega aos consumidores finais pelos canais de distribuição. Esse caminho é 
denominado fluxo direto ou tradicional de produtos.Produtos semiacabados, vindos de outras unidades 
de fabricação própria, fazem parte deste fluxo direto de logística, pois também participam dessa cadeia.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a importância dos fluxos reversos para a reciclagem de produtos é relevante no mercado 
internacional de produtos manufaturados.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: a visão logística mais apurada exige a união de fabricantes, atacadistas e varejistas para 
promover a competitividade da cadeia de suprimentos. A integração das atividades entre eles viabiliza 
a coordenação dos fluxos correspondentes às comunicações e às necessidades materiais para todos 
(CHAVES, 2008).
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: os prestadores de serviços logísticos dividem-se entre os que detêm os ativos e os que 
não os detêm. Os primeiros têm ou operam ativos de transporte ou de armazenagem e os segundos 
subcontratam os ativos e a sua operação com terceiros.
Segundo Brasiliano (2008), o produto certo, na hora certa e no local desejado, conforme os requisitos 
do cliente, são fatores que indicam a capacidade logística da empresa.
Em função dos riscos existentes no transporte de cargas, para garantir a capacidade logística 
da empresa dentro de um adequado controle de prevenção de danos, existe a necessidade de um 
gerenciamento de riscos que impeça ou minimize as perdas que o empreendimento possa sofrer no 
aspecto logístico se as suas cargas forem sinistradas.
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Unidade I
A contratação de terceiros não está livre de riscos, pois a empresa terceirizada também está sujeita 
aos riscos inerentes ao transporte de cargas. Ela também deve possuir um gerenciamento de riscos.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: a forma de transporte denominada dutoviário é apropriada para o transporte de 
produtos líquidos, gasosos ou pastosos, quase que sem interrupções, para clientes que utilizam tais 
produtos em grande escala. É um empreendimento do negócio e não exclusivamente da manufatura.
Questão 2. Você é consultor e estuda o mercado de esmagamento de soja no Brasil. Os produtos 
comercializados nesse mercado são farelo de soja e óleo vegetal. As plantações de soja estão espalhadas 
por todo o interior do País. A margem de lucro dos produtos é muito pequena, e a logística é um custo 
significativo da operação. O transporte é feito via modal rodoviário e o volume de soja colhida é muito 
superior ao volume somado de farelo e óleo.
Para ter um desempenho sustentável em longo prazo, é necessário que as empresas tenham:
I – Grande volume de esmagamento.
II – Proximidade de centros de plantação de soja.
III – Frota de transporte próprio.
IV – Localização perto de uma grande capital metropolitana.
São corretas somente as afirmativas:
A) I e III.
B) II e III.
C) I e II.
D) III e IV.
E) I e IV.
Resolução desta questão na plataforma.

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