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RESUMO DE DIREITO CIVIL

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RESUMO DE DIREITO CIVIL
RAYLA FERREIRA[footnoteRef:1] [1: Discente: aluna.raylasouza@facudadefcc.edu.br, turma DIR2N1, curso de direito da FCC.] 
GLEYDSON FERREIRA[footnoteRef:2] [2: Discente: aluno.gleydsonsilva@faculdadefcc.edu.br, turma DIR2N1, curso de direito da FCC.] 
· DIREITO CIVIL
Conceito: É o direito comum que comum que rege a relação entre os particulares. É o ramo do direito que vai permear toda a vida dos particulares, desde de antes do nascimento até ainda depois da morte. Nesse contexto, chama-se atenção que vai passar por várias partes da vida do particular, tratando de relações puramente pessoais, assim como também de bens patrimoniais. 
No brasil para regular esse direito é contado com o apoio do código civil de 2002. Que se divide da seguinte forma: 
							PESSOAS
BENS 
FATOS JURÍDICOS
FATTO
CÓDIGO CIVIL 	 PARTE GERAL 
Princípios básicos do direito civil: 
- sociabilidade: é o coletivo sobre individual
- eticidade: ética, presume-se a boa-fé. Valor da pessoa humana como fonte dos demais valores.
- operabilidade: o direito é feito para ser executado, para ser efetivo. 
Obs: no direito civil como rege relação entre particulares eles se encontram em pé de igualdade, há uma horizontalidade na relação. 
· NORMAS DE INTRODUÇÃO DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB)
Conceito: A LINDB é um conjunto de normas que disciplinam outras normas, ela possui um caráter universal, pode ser encontrada em vade mecum antes do Código Civil. 
A LINBD tem a função de regular a vigência e eficácia das normas, apresentar soluções para conflitos de normas no espaço e no tempo, fornecer critérios de hermenêutica e entre outros. 
Fontes do direito: o direito pode ter fontes formais e não formais. Dentro da LINDB a lei é o objeto desta. Podendo dividir-se em: 
a) fontes formais: 
- lei: é a fonte primária
- analogia: é uma forma de integrar as normas quando estas apresentam lacunas.
- costumes: é o direito não escrito. 
- princípios gerais do direito: regras da consciência da sociedade universalmente aceitas. 
b) não formais: 
- doutrina: proferida pelos estudiosos do direito
- jurisprudência: a grosso modo são decisões de um determinado tema. 
A Lei: Em sentido estrito, a lei é a norma jurídica elaborada pelo poder legislativo por meio do processo adequado. É uma norma jurídica emanada do legislador, sobre as demais fontes, sendo mesmo considerada a fonte primacial do direito. 
Características da lei:
a) generalidade: é dirigida a todos os cidadão sem fazer distinções.
b) imperatividade: impõe um dever, uma conduta ao indivíduos, pode ser sinônimo de ordem ou de comando. 
c) autorizamento: é o fato de ser autorizante que distingue a lei das demais ordens éticas. Compete a norma autorizar por exemplo o uso ou não da faculdade de alguém lesado. 
d) permanência: ela não se exaure numa única aplicação, ao contrário, ela permanece até que venha outra e a tire do ordenamento jurídico por meio do instituto da revogação. 
e) emana de autoridade competente: a lei é ato do Estado, do poder soberano, exercido pelo seu poder legislativo. 
Classificação das leis:
· Quanto a imperatividade:
a) congentes:
- mandamentais: ordenam ou determinam uma ação, te manda fazer algo.
- proibitiva: são as que impedem de fazer alguma coisa, estão entre a faculdade de agir e a conduta. 
b) não cogentes: são de imperatividade relativa. Podendo ser:
- permissivas: permite que o interessado disponha do que lhe convir, há a faculdade do agir. 
- supletivas: estas são aplicadas na falta da manifestação de vontade das partes. 
Bizu de prova: são identificadas com expressões como “salvo estipulação em contrário”. (:
· Quanto ao conteúdo de autorizamento: intensidade da sanção:
a) mais que perfeita: são aquelas que apresentam duas sanções, na hipótese de serem violadas.
Ex: art. 19 da lei 5.478/68 prevê a primeira sanção como a pena de prisão de quem não pagar a pensão e a segunda é a obrigação de pagar as prestações vencidas. 
b) perfeitas: são as que impõe a nulidade do ato.
Ex: art. 661, I, CC/02 que considera nulo o negócio jurídico celebrado pelo absolutamente incapaz. 
c) menos que perfeitas: estas além da nulidade do ato ou negócio jurídico podem também acarretar a anulação, na circunstancia de serem violadas, impondo ao violador uma sanção apenas. 
Ex: art. 1523, I, CC/02 e art. 1641, I, CC/02 que versa que a viúva que se casar antes de partilha dos bens não se anulará o casamento, mas o casamento será contraído, obrigatoriamente no regime de separação de bens. 
Para ajudar a entender
	Nulidade 
	Invalidade mais grave, ato é nulo
	Anulação 
	Invalidade menos grave, passível de ser anulado o ato
d) imperfeitas: são leis que a sua violação não acarreta nenhuma sanção, não há consequências. 
· Quanto a sua natureza: 
a) substantivas: essas definem direitos e deveres e estabelecem os requisitos e formas de exercício. 
b) adjetivas: traçam os meios de realização do direito
· Quanto a hierarquia das leis: 
a) constitucionais: constam na constituição, acima de todas as outras normas, são hierarquicamente superiores. 
Obs: chama-se atenção para fins de estudos como um todo, que abaixo da constituição que ainda existe uma classificação chamada de “supralegalidade” que são os tradados de direitos humanos que não foram aprovados no quórum de emenda constitucional. 
b) complementares: tramita entre as ordinárias e as constitucionais, complementa outra lei, trata de matéria especial mas cujo quórum não foi especial. 
c) leis ordinárias: emanam de órgãos investidos de função legislativa pela CF, submetidas a quórum especial, em duas casas do congresso depois encaminhadas ao Presidente da República. 
d) leis delegadas: são elaboradas pelo executivo com autorização do legislativo. 
e) medida provisória: são editadas pelo executivo, exerce a função normativa em alguns casos previstos na Constituição federal. 
· Quanto a extensão territorial:
a) federais: união, vale em todo o território nacional. 
b) estaduais: vale dentro do território que a instituiu.
c) municipais: vale dentro do território do município que instituiu. 
· Quanto ao alcance:
a) gerais: inclui todo o sistema jurídico.
Ex: CC/02 e CPC.
b) especificas: tratam de questões especificas.
Ex: lei de falências
Vigência da lei:
- Elaboração: momento em que a lei vai ser criada, decidem do que vai tratar e etc.
- promulgação: é a operação que vai integrar a lei, executoriedade.
- publicação: é o momento que se dá o início da sua vigência
- vigência: é o tempo de duração dela, quando ela é publicada.
- vigor: é quando a lei possui força vinculante e começa a valer
- eficácia: é a produção concreta de efeitos da lei
 
# chamo atenção: Vacatio legis é o prazo entre a publicação da lei e o início do vigor, na vacatio legis se a lei não dá um prazo especifico de sua duração ela atenderá ao prazo de 45 dias.
Revogação da lei:
- regra: enquanto não sobrevier outra lei, a que vigora é permanente. Daqui se extra o princípio da continuidade normativa
 
- tempo fixado: na própria lei vem dizendo quanto tempo ela irá durar. Tem data de validade.
- circunstancias: a lei nasce com tempo de termino, geralmente se vincula a uma situação circunstancial. Por exemplo leis da pandemia. 
- consecução dos fins: se exaure quando alcança o objetivo para o qual foi criada. 
Tipos de revogação: quando uma lei nova vem e faz a mais antiga sair de cena dar-se o nome de revogação.
A) ab-rogação: uma revogação total da lei anterior. 
b) derrogação: revogação parcial da ei anterior
 Formas de revogação: como essa revogação contece
c) tácita: vem tratando da mesma matéria que a lei anterior e por isso a extingue. 
D) expressa: diz que revoga a lei anterior na própria legislação nova.
STF: pode ser uma exceção, uma situação em que o STF declare perda da eficácia de uma lei com o objetivo de resguarda a constituição. 
 
Conflitos de leis:
- antinomia: contradição real ou aparente de leis, ou entre disposições de uma mesma lei dificultando a compreensão
- formas de resolver: 
1. tempo cronológico: alei mais recente revoga a mais antiga.
2. especialidade: da especificidade para aplicabilidade
3. hierarquia: lei superior revoga a inferior que não esteja em conformidade. 
Integração das normas: 
 Havendo lacunas na lei, faz-se a integração por meio das fontes do direito (art. 4° LINDB). 
Tipos: 
- analogia: quando há lacuna na lei e baseia-se em um caso que possua similitude para realizar o preenchimento da lacuna. 
- princípios: regras que embora não escritas servem de apoio ao direito. 
- costumes: praticas reiteradas em uma determinada sociedade. Podendo ser segundo legen (segundo a lei), praeter legen (além da lei) e contra legen (contra a lei).
- equidade: busca-se dar o tratamento mais igualitário que puder.
Aplicação das normas e interpretação
- interpretação hermenêutica: 
a) fontes: autentica, provém da lei; jurisprudencial, provém da jurisprudência e ela dita como ser interpretada e a doutrinaria que é fornecida pelos estudiosos do direito.
b) meio: Gramatical que leva em conta a letra da lei; lógica que decorre de raciocínio logico; sistemático que ver o ordenamento como um sistema único; histórico que ver de acordo com o momento social e sociológico que decorre da necessidade social.
Conflito da lei no tempo: 
- disposição transitória: prevê dentro do mesmo texto a solução do conflito. Ex: art.2.028 à 2.046, CC/02
- irretroatividade: a regra é que a lei não retroage, ela não volta.
Exceção: a lei volta para beneficiar o réu.
Obs: lei não prejudica a coisa julgada, ato jurídico perfeito e o direito adquirido. 
a) coisa julgada é uma decisão que não cabe mais recurso, já se exauriu. 
b) ato jurídico perfeito é o que foi confirmado segundo a lei vigente ao temo em que se consumou. 
c) direito adquirido é aquele que já é definitivo ao patrimônio e personalidade de seu titular.
Conflito da lei no espaço: 
- territorialidade: regras equivalente a lei brasileira
- extraterritorialidade: vide art. 7° da LINDB, chamo atenção ao casamento ou contratos feitos no brasil, vigora a lei nacional. 
· PESSOAS NATURAIS 
Conceito: são pessoas naturais os que nascem com vida, essa vida se caracteriza através da medicina pela entrada de ar nos pulmões. Logo, mesmo que venha morrer depois entende-se que se obteve vida se na perícia se caracterizar a presença de ar nos pulmões. 
O código civil assegura os direitos do nascituro desde a concepção.
Conceitos importantes: 
- personalidade: iniciada a partir do nascimento com vida. Este tem aptidão de contrair obrigações e exercer direitos. 
- capacidade: é a medida da personalidade, podendo ser plena ou limitada. Na plena se exerce todos os direitos e na limitada depende de terceiros para o seu exercício. 
 Sobre o nascituro: 
- teoria natalista: adquire personalidade no nascimento
- personalidade condicional: personalidade fica suspensa até o nascimento com vida.
- concepcionalista: se inicia na concepção.
Incapacidade: Não pode exercer os atos da vida civil, há restrições mas não há o que se falar de incapacidade de direitos, pois ao nascer todos são capazes de adquirir direito. Entretanto, há que se falar em incapacidade de exercer os atos da vida civil.
- absolutamente incapazes: menores de 16 anos
- relativamente incapazes: maiores de 16 e menores de 18 anos; pródigos e dependentes químicos. 
Quando há incapacidade: apela-se para: 
- representação: supri a capacidade absoluta	 vide art. 166, I, e171, I 								CC/02
- assistência: supri a capacidade relativa 
Quando cessa a incapacidade: quando se atinge os 18 anos ou com a emancipação, podendo se dar ela de forma voluntaria, judicial ou legal. 
Para menores de 18 anos cessa a incapacidade quando a concessão dos pais, tutor ou por sentença judicial; casamento; emprego público efetivo; estabelecimento cível ou comercial ou existência de emprego desde que o menor tenha economia própria. Vide art. P.Ú, CC/02.
Extinção da personalidade natural: 
- morte real: dada por laudo médico.
- comoriência: duas pessoas que morreram na mesma situação e é impossível saber qual sucedeu o outro.
- morte civil: extingue-se sua capacidade civil.
- morte presumida: base no art. 7°, CC/02. Presume-se a morte com a decretação de ausência quando é muito provável a morte se alguém estava em perigo de vida, ou se desaparecido ou feito prisioneiro e não for encontrado em 2 anos ao final da guerra.
· DIREITOS DA PERSONALIDADE
Conceito: segundo Carlos Roberto Gonçalves, são direitos inerentes a pessoa humana e a ela ligados de maneira perpetua e permanente (GONÇALVES, 2022).
- direitos inatos: nascem conosco com por exemplo a vida.
- direitos adquiridos: adquiridos ao decorrer da vida, como propriedade intelectual.
Características: são absolutos, imprescritíveis, vitalícios, não limitados, não sujeitos à desapropriação e impenhoráveis. 
Ausência: é aquele que desapareceu. Dito isto, o código civil precisa proteger o patrimônio, por isso passa a tratar dos momentos de ausência. A qual se subdivide em: curadoria de bens; sucessão provisória e sucessão definitiva. 
 
Retorno do ausente: vide art. 39, cc/02. Versa sobre todas as hipóteses, mas vale ressaltar que se este retorna em menos de 10 anos volta a contrair os bens, em mais de 10 anos não contrai mais bem algum. 
· PESSOAS JURÍDICAS
Conceito: segundo Gonçalves, a pessoa jurídica consiste em conjunto de pessoas ou bens, dotado de personalidade jurídica própria e constituída na forma da lei, para a consecursão dos fins comuns, são sujeitos de direitos e obrigações. 
Natureza jurídica: divide-se em teorias. As negativistas não reconhecem a personalidade jurídica própria da pessoa jurídica, logo, não são tão aceitas. O que vale chamar atenção são as teorias afirmativista:
- ficção legal: afirma a pessoa jurídica somente na lei.
- ficção doutrinaria: afirma que é um conceito abstrato e por isso está no campo das ideias. 
- realidade objetiva: ver a p.j. como um ser de vida própria.
- realidade jurídica: destina-se a um objetivo.
- realidade técnica: atributo deferido pelo estado. 
Requisitos para constituir a pessoa jurídica: pluralidade de pessoas ou de bens; finalidade especifica; liceidade; ato constitutivo + registro no órgão competente. 
Início da existência legal da pessoa jurídica: o nascimento da pessoa jurídica se dá com o registro no órgão competente
Sociedade irregulares ou de fato: vide art. 986, CC/02. Não há personalidade jurídica e isso acarreta na não distinção dos bens dos sócios ou da empresa. 
Grupos despersonalizados: família; massa falida; herança vacante e jacente; espolio; sociedade de fato e condomínio. 
Obs: Vale ressaltar que o condomínio é um caso especial, se ele for tradicional não é considerado pessoa jurídica. Já se for edifício, é discutido, o que vigora na doutrina majoritária é que se considera pessoa jurídica.

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