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Direito Civil

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1 
 
 
 
ORGANIZADO POR CP IURIS 
ISBN 978-65-5701-034-1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3ª edição 
Brasília 
2021 
 
SOBRE OS AUTORES 
AURÉLIO BOURET. Advogado especialista em Direito Privado. Professor de Direito Civil da Escola da 
Magistratura do Rio de Janeiro – EMERJ e de diversos cursos preparatórios para concurso público. 
 
MATHEUS ZULIANI. Juiz de Direito Substituto do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Aprovado no 
concurso para Procurador da Imprensa Oficial – SP, do Município de Guarulhos e de Barretos. Coautor do 
Código de Processo Civil na Perspectiva da Magistratura – Editora RT. Pós-graduação lato senso no Complexo 
Educacional Damásio de Jesus. Professor Assistente do Curso Preparatório da OAB do Complexo Educacional 
Damásio de Jesus (2007/2009) e na Faculdade de Direito Damásio de Jesus (2007/2009) na matéria de Direito 
Civil. Coordenador dos Professores Assistentes do Complexo Educacional Damásio de Jesus (2009). Professor 
de direito Civil no Instituto Ministro Luiz Vicente Cernicchiaro (TJDFT). Conclusão do curso de formação de 
formadores na ENFAM (2015), Professor de Direito Civil na ESMA – Escola Superior da Magistratura do DF e 
Professor de Diversos cursos preparatórios para carreiras jurídicas. 
PAULO CESAR BATISTA DOS SANTOS. Graduado pelo Centro Universitário de Brasília – UniCeub 
(2001). Mestrando em Direito Constitucional Comparado pela Universidade de Samford, Alabama, nos 
Estados Unidos (2015-2020). Especialista em Direito Notarial e Registral pela Escola Paulista da 
Magistratura/SP (2018-2019). Pós-Graduado em Direito Constitucional pela Escola Superior do Ministério 
Público Federal – DF (2002). Juiz de Direito do Tribunal de Justiça da Bahia, de 2004 a 2007. Juiz de Direito 
do Tribunal de Justiça de São Paulo desde 2007. Juiz Titular da 37ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo - 
SP, desde 2019. Juiz Assessor da Corregedoria-Geral da Justiça do TJSP, no biênio 2018–2019. Juiz Instrutor 
no Supremo Tribunal Federal desde setembro de 2019. Professor de cursos de pós-graduação. Coautor de 
obras na área de Direitos Reais. 
 
SUMÁRIO 
CAPÍTULO 1 - LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) ....................................................12 
1. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB)....................................................................................13 
1.1. Vigência e validade das normas ................................................................................................................13 
1.2. Revogação da lei e suas formas .................................................................................................................14 
1.3. Repristinação ............................................................................................................................................14 
1.4. Normas gerais e normas especiais .............................................................................................................15 
1.5. Da integração das normas ........................................................................................................................15 
1.6. Da equidade .............................................................................................................................................17 
1.7. Da aplicação e interpretação das normas jurídicas ....................................................................................17 
1.8. Da irretroatividade das leis .......................................................................................................................17 
1.9. Conflito de leis no tempo ...........................................................................................................................18 
1.10. Da vigência da lei no espaço ....................................................................................................................19 
CAPÍTULO 2 - DA PARTE GERAL DO CÓDIGO CIVIL .....................................................................................................20 
1. DOS PRINCÍPIOS NORTEADORES DO CÓDIGO CIVIL ...........................................................................................................21 
1.1. Socialidade ...............................................................................................................................................21 
1.2. Eticidade ...................................................................................................................................................21 
1.3. Operabilidade ...........................................................................................................................................21 
1.4. Direito civil constitucional .........................................................................................................................22 
1.5. Diálogo das fontes ....................................................................................................................................22 
2. DAS PESSOAS ........................................................................................................................................................22 
2.1. Da personalidade jurídica ..........................................................................................................................23 
2.2. Do nascituro .............................................................................................................................................23 
2.3. Da capacidade ..........................................................................................................................................24 
2.4. Da incapacidade .......................................................................................................................................24 
2.5. Maioridade civil ........................................................................................................................................27 
2.6. Da extinção da personalidade jurídica – morte ..........................................................................................30 
2.7. Direitos da personalidade..........................................................................................................................32 
2.8. Das pessoas jurídicas - aspectos gerais ......................................................................................................41 
2.9. Do domicílio ..............................................................................................................................................50 
2.10. Dos bens .................................................................................................................................................51 
2.11. Dos fatos jurídicos ...................................................................................................................................56 
2.12. Dos atos ilícitos e lícitos ...........................................................................................................................71 
2.13. Da prescrição e da decadência ................................................................................................................72 
CAPÍTULO 3 - DIREITO DAS OBRIGAÇÕES ...................................................................................................................81 
1. TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES ...............................................................................................................................82 
1.1. Introdução ................................................................................................................................................82 
1.2. Diferença entre direitos reais e direitos obrigacionais ................................................................................831.3. Figuras híbridas ........................................................................................................................................83 
1.4. Relação jurídica obrigacional ....................................................................................................................84 
1.5. Teoria dualista das obrigações (Brinz) .......................................................................................................84 
2. ATOS UNILATERAIS .................................................................................................................................................85 
2.1. Introdução ................................................................................................................................................85 
2.2. Promessa de recompensa ..........................................................................................................................86 
2.3. Gestão de negócios ...................................................................................................................................86 
2.4. Pagamento indevido .................................................................................................................................87 
2.5. Enriquecimento sem causa ........................................................................................................................88 
3. CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES ...............................................................................................................................88 
3.1. Classificação básica das obrigações ...........................................................................................................88 
 
3.2. Classificação especial das obrigações ........................................................................................................89 
4. OBRIGAÇÕES DE DAR ..............................................................................................................................................90 
4.1. Introdução ................................................................................................................................................90 
4.2. Obrigação de dar coisa certa .....................................................................................................................90 
4.3. Obrigação de dar coisa incerta ..................................................................................................................93 
5. OBRIGAÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER ..........................................................................................................................93 
5.1. Obrigação de fazer ....................................................................................................................................93 
5.2. Obrigação de não fazer .............................................................................................................................95 
6. OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS E FACULTATIVAS ...............................................................................................................95 
6.1. Obrigações Alternativas ............................................................................................................................95 
6.2. Obrigações Facultativas ............................................................................................................................97 
7. OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS ........................................................................................................................97 
7.1. Dispositivos relevantes ..............................................................................................................................97 
7.2. Remissão ou perdão ..................................................................................................................................98 
7.3. Perda do objeto e fim da indivisibilidade ...................................................................................................98 
8. OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS .........................................................................................................................................98 
8.1. Introdução ................................................................................................................................................98 
8.2. Da Solidariedade Ativa ..............................................................................................................................99 
8.3. Da Solidariedade Passiva ........................................................................................................................ 101 
9. ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES ........................................................................................................................... 103 
9.1. Introdução .............................................................................................................................................. 103 
9.2. Pagamento direto ................................................................................................................................... 103 
9.3. Das formas especiais de pagamento e das formas de pagamento indireto ............................................... 107 
10. TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES ............................................................................................................................ 115 
10.1. Introdução ............................................................................................................................................ 115 
10.2. Cessão de crédito .................................................................................................................................. 115 
10.3. Cessão de débito (assunção de dívida) ................................................................................................... 117 
10.4. Cessão de contratos .............................................................................................................................. 118 
11. INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES ...................................................................................................................... 118 
11.1. Introdução ............................................................................................................................................ 118 
11.2. Inadimplemento por ato culposo do devedor (art. 389 do CC) ................................................................ 118 
11.3. Inadimplemento por fato não imputável ao devedor ............................................................................. 122 
11.4. Cláusula penal e arras ........................................................................................................................... 122 
GABARITO ..................................................................................................................................................... 131 
CAPÍTUO 4 - DIREITO DOS CONTRATOS: TEORIA GERAL DOS CONTRATOS............................................................... 132 
1. PRINCÍPIOS CONTRATUAIS ...................................................................................................................................... 133 
1.1. Introdução ao estudo dos contratos ........................................................................................................ 133 
1.2. Função Social dos Contratos .................................................................................................................... 134 
2. PRINCIPIOLOGIA CONTRATUAL ................................................................................................................................. 135 
2.1. Princípio da autonomia da vontade ......................................................................................................... 135 
2.2.Princípio da supremacia da ordem pública .............................................................................................. 136 
2.3. Princípio do consensualismo .................................................................................................................... 137 
2.4. Princípio da relatividade dos contratos .................................................................................................... 138 
2.5. Princípio da obrigatoriedade dos contratos ............................................................................................. 138 
2.6. Princípio da revisão dos contratos ou princípio da onerosidade excessiva ................................................. 138 
2.7. Princípio da boa-fé e probidade ............................................................................................................... 139 
3. FORMAÇÃO DOS CONTRATOS .................................................................................................................................. 143 
3.1. Introdução .............................................................................................................................................. 143 
3.2. Fases para a formação dos contratos ...................................................................................................... 143 
4. FORMAS CONTRATUAIS ......................................................................................................................................... 145 
4.1. Contrato preliminar ................................................................................................................................ 145 
 
4.2. Estipulação em favor de terceiros – arts. 436 a 438 do CC/02 .................................................................. 147 
4.3. Promessa de fato de terceiro – arts. 439 e 440 do CC/02 ......................................................................... 147 
4.4. Contrato aleatório – arts. 458 a 461 do CC/02 ......................................................................................... 148 
5. VÍCIOS REDIBITÓRIOS E EVICÇÃO............................................................................................................................... 149 
5.1. Definição de vícios redibitórios ................................................................................................................ 149 
5.2. Evicção – Garantia implícita imposta ao alienante ................................................................................... 151 
6. REVISÃO DOS CONTRATOS ............................................................................................................................... 152 
CAPÍTULO 5 - DIREITO DOS CONTRATOS: CONTRATOS EM ESPÉCIE ......................................................................... 155 
1. COMPRA E VENDA................................................................................................................................................ 156 
1.1. Conceito ................................................................................................................................................. 156 
1.2. Natureza jurídica .................................................................................................................................... 156 
1.3. Elementos constitutivos .......................................................................................................................... 156 
1.4. Estrutura sinalagmática e os efeitos da compra e venda .......................................................................... 157 
1.5. Restrições à autonomia privada na compra e venda ................................................................................ 158 
1.6. Regras especiais da compra e venda ....................................................................................................... 160 
1.7. Cláusulas especiais da compra e venda ................................................................................................... 161 
1.8. Terrenos da Marinha............................................................................................................................... 164 
2. TROCA OU PERMUTA............................................................................................................................................. 165 
2.1. Conceito ................................................................................................................................................. 165 
2.2. Troca entre ascendentes e descendentes ................................................................................................. 165 
3. CONTRATO ESTIMÁTORIO ....................................................................................................................................... 166 
3.1. Conceito ................................................................................................................................................. 166 
3.2. Natureza jurídica .................................................................................................................................... 166 
3.3. Responsabilidade pela perda da coisa consignada ................................................................................... 167 
4. DOAÇÃO ............................................................................................................................................................ 167 
4.1. Introdução .............................................................................................................................................. 167 
4.2. Modalidades de doação .......................................................................................................................... 168 
4.3. Promessa de doação ............................................................................................................................... 171 
4.4. Revogação da doação ............................................................................................................................. 171 
5. LOCAÇÃO DE COISAS NO CÓDIGO CIVIL ...................................................................................................................... 172 
5.1. Introdução .............................................................................................................................................. 172 
5.2. Deveres das partes numa locação ........................................................................................................... 173 
5.3. Extinção do contrato de locação .............................................................................................................. 173 
6. EMPRÉSTIMO: COMODATO E MÚTUO ........................................................................................................................ 174 
6.1. Introdução .............................................................................................................................................. 174 
6.2. Comodato ............................................................................................................................................... 174 
6.3. Mútuo .................................................................................................................................................... 175 
7. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ........................................................................................................................................ 176 
7.1. Introdução .............................................................................................................................................. 176 
7.2. Regras da prestação e serviço no CC/02 .................................................................................................. 176 
7.3. Extinção do contrato de prestação de serviço ..........................................................................................177 
7.4. Tutela externa do contrato ...................................................................................................................... 178 
7.5. Prestação de serviço agrícola .................................................................................................................. 178 
8. CONTRATO DE EMPREITADA .................................................................................................................................... 178 
8.1. Introdução .............................................................................................................................................. 178 
8.2. Regras da empreitada no CC/02 .............................................................................................................. 178 
8.3. Sub-empreitada ...................................................................................................................................... 180 
9. CONTRATO DE DEPÓSITO........................................................................................................................................ 180 
9.1. Introdução .............................................................................................................................................. 180 
9.2. Regras quanto ao depósito voluntário ..................................................................................................... 181 
9.3. Depósito necessário ................................................................................................................................ 182 
 
10. MANDATO ....................................................................................................................................................... 182 
10.1. Introdução ............................................................................................................................................ 182 
10.2. Principais classificações do mandato ..................................................................................................... 183 
10.3. Principais regras do mandato no CC/02 ................................................................................................. 183 
10.4. Obrigações do mandatário .................................................................................................................... 184 
10.5. Obrigações do mandante ...................................................................................................................... 184 
10.6. Substabelecimento ................................................................................................................................ 184 
10.7. Extinção do contrato de mandato.......................................................................................................... 185 
11. CONTRATO DE COMISSÃO; AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO; CORRETAGEM ................................................................................ 185 
11.1. Contrato de comissão............................................................................................................................ 185 
11.2. Contrato de agência e distribuição ........................................................................................................ 186 
11.3. Corretagem........................................................................................................................................... 187 
12. CONTRATO DE TRANSPORTE .................................................................................................................................. 188 
12.1. Introdução ............................................................................................................................................ 188 
12.2. Regras gerais previstas no Código Civil .................................................................................................. 188 
13. CONTRATO DE SEGURO ........................................................................................................................................ 192 
13.1. Introdução ............................................................................................................................................ 192 
13.2. Regras gerais do seguro no Código Civil ................................................................................................. 192 
13.3. Seguro de dano ..................................................................................................................................... 195 
13.4. Seguro de pessoa .................................................................................................................................. 198 
14. CONSTITUIÇÃO DE RENDA E JOGO E APOSTA .............................................................................................................. 199 
14.1. Constituição de renda ........................................................................................................................... 199 
14.2. Jogo e aposta ........................................................................................................................................ 200 
15. CONTRATO DE FIANÇA ......................................................................................................................................... 200 
15.1. Introdução ............................................................................................................................................ 200 
15.2. Efeitos e regras da fiança no Código Civil ............................................................................................... 201 
15.3. Classificação da fiança quanto a sua extensão....................................................................................... 203 
16. TRANSAÇÃO E COMPROMISSO ............................................................................................................................... 203 
16.1. Transação ............................................................................................................................................. 203 
16.2. Compromisso ........................................................................................................................................ 204 
CAPÍTULO 6 - DIREITO DAS COISAS .......................................................................................................................... 213 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................... 214 
1.1. Direitos Reais x Direitos Pessoais (obrigacionais) ..................................................................................... 214 
1.2. Demais diferenças entre os direitos reais e os direitos pessoais patrimoniais ........................................... 215 
2. DA POSSE .......................................................................................................................................................... 216 
2.1. Natureza jurídica da posse ...................................................................................................................... 216 
2.2. Diferenças entre posse e detenção .......................................................................................................... 216 
2.3. Principais classificações da posse ............................................................................................................ 217 
2.4. Efeitos materiais e processuais da posse.................................................................................................. 219 
2.4.2. Efeitos da posse em relação às benfeitorias .......................................................................................... 219 
2.5. Posse e responsabilidade.........................................................................................................................220 
2.6. Posse e processo civil .............................................................................................................................. 220 
2.7. A legítima defesa da posse e o desforço imediato .................................................................................... 222 
2.8. Forma de aquisição, transmissão e perda da posse .................................................................................. 222 
2.9. Composse ............................................................................................................................................... 222 
3. PROPRIEDADE ..................................................................................................................................................... 223 
3.1. Conceito ................................................................................................................................................. 223 
3.2. Principais características do direito de propriedade ................................................................................. 223 
3.3. Função social e socioambiental da propriedade ....................................................................................... 224 
3.4. Desapropriação judicial privada por posse-trabalho ................................................................................ 225 
3.5. Diferença entre propriedade resolúvel e propriedade fiduciária ............................................................... 226 
 
3.6. Formas de aquisição da propriedade imóvel ............................................................................................ 226 
3.7. Formas de aquisição da propriedade móvel ............................................................................................. 233 
4. DIREITO DE VIZINHANÇA ........................................................................................................................................ 237 
4.1. Conceito ................................................................................................................................................. 237 
4.2. Uso anormal da propriedade ................................................................................................................... 237 
4.3. Árvores limítrofes .................................................................................................................................... 238 
4.4. Passagem forçada e da passagem de cabos e tubulações ........................................................................ 238 
4.5. Águas ..................................................................................................................................................... 239 
4.6. Direito de tapagem e limites entre prédios .............................................................................................. 240 
4.7. Direito de construir ................................................................................................................................. 240 
5. DO CONDOMÍNIO ................................................................................................................................................ 242 
5.1. Conceito ................................................................................................................................................. 242 
5.2. Condomínio voluntário ou convencional .................................................................................................. 242 
5.3. Condomínio necessário ........................................................................................................................... 243 
5.4. Condomínio edilício ................................................................................................................................. 244 
6. DIREITO REAL DE AQUISIÇÃO DO PROMITENTE COMPRADOR ............................................................................................ 249 
7. DIREITOS REAIS DE GOZO OU FRUIÇÃO ....................................................................................................................... 250 
7.1. Introdução .............................................................................................................................................. 250 
7.2. Superfície ................................................................................................................................................ 250 
7.3. Servidões ................................................................................................................................................ 251 
7.4. Usufruto ................................................................................................................................................. 253 
7.5. Uso ......................................................................................................................................................... 256 
7.6. Habitação ............................................................................................................................................... 256 
7.7. Concessões especiais para uso e moradia ................................................................................................ 256 
8. DIREITOS REAIS DE GARANTIA .................................................................................................................................. 256 
8.1. Introdução .............................................................................................................................................. 256 
8.2. Penhor .................................................................................................................................................... 258 
8.3. Hipoteca ................................................................................................................................................. 262 
8.4. Anticrese................................................................................................................................................. 266 
8.5. Alienação fiduciária em garantia ............................................................................................................. 266 
9. DA LAJE ............................................................................................................................................................. 270 
CAPÍTULO 7 - RESPONSABILIDADE CIVIL .................................................................................................................. 278 
1. DISPOSIÇÕES GERAIS E CLASSIFICAÇÕES DA RESPONSABILIDADE CIVIL ................................................................................. 279 
2. DOS ELEMENTOS OU PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL ..................................................................................... 280 
3. DA CONDUTA HUMANA ......................................................................................................................................... 280 
4. DA CULPA EM SENTIDO AMPLO ................................................................................................................................ 281 
5. DO NEXO DE CAUSALIDADE ..................................................................................................................................... 282 
6. DAS EXCLUDENTES DO NEXO DE CAUSALIDADE ............................................................................................................. 282 
7. DO DANO OU PREJUÍZO.......................................................................................................................................... 284 
8. DO DANO MATERIAL ............................................................................................................................................. 284 
8.1. Do dano moral ........................................................................................................................................285 
8.2 Teoria do desvio produtivo do consumidor ............................................................................................... 288 
9. DANO ESTÉTICO ................................................................................................................................................... 288 
10. DANO MORAL COLETIVO ...................................................................................................................................... 289 
11. DANOS SOCIAIS ................................................................................................................................................. 289 
12. DA TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE .................................................................................................................... 290 
13. DANO BUMERANGUE .......................................................................................................................................... 291 
14. DA RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO DE TERCEIRO .................................................................................................... 291 
15. DA RESPONSABILIDADE DO INCAPAZ ........................................................................................................................ 292 
16. DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO DONO OU DETENTOR DE ANIMAIS .................................................................................. 293 
17. RESPONSABILIDADE CIVIL DO DONO DO PRÉDIO OU CONSTRUÇÃO POR SUA RUÍNA ............................................................... 293 
 
18. DA CLÁUSULA DE NÃO DE INDENIZAR ....................................................................................................................... 294 
CAPÍTULO 8 - DIREITO DAS FAMÍLIAS....................................................................................................................... 295 
1. DIREITO DE FAMÍLIA ............................................................................................................................................. 296 
1.1. Introdução Ao Direito De Família ............................................................................................................. 296 
1.2. Princípios do direito de família ................................................................................................................ 296 
1.3. Concepção constitucional da família e os tipos de famílias ....................................................................... 300 
1.4. Informativos de Jurisprudência ................................................................................................................ 304 
2. CASAMENTO ....................................................................................................................................................... 307 
2.1. Conceito e natureza jurídica .................................................................................................................... 307 
2.2. Princípios específicos aplicáveis ao casamento ........................................................................................ 308 
2.3. Capacidade para o casamento ................................................................................................................ 308 
2.4. Impedimentos matrimoniais e causas suspensivas ................................................................................... 309 
2.5. Processo de habilitação e celebração do casamento ................................................................................ 312 
2.6. Espécies de casamentos .......................................................................................................................... 315 
2.7. Invalidação do casamento ....................................................................................................................... 317 
2.8. Efeitos do casamento .............................................................................................................................. 321 
2.9. Provas do casamento .............................................................................................................................. 321 
2.10. Informativos de Jurisprudência .............................................................................................................. 322 
3. REGIME DE BENS .................................................................................................................................................. 322 
3.1. Disposições gerais ................................................................................................................................... 322 
3.2. Regras gerais quanto ao regime de bens ................................................................................................. 324 
3.3. Pacto antenupcial ................................................................................................................................... 326 
3.4. Regime de bens em espécie ..................................................................................................................... 326 
3.5. Informativos de Jurisprudência ................................................................................................................ 333 
4. DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL E DO VÍNCULO MATRIMONIAL ............................................................................... 335 
4.1. Disposições gerais ................................................................................................................................... 335 
4.2. Do fim da sociedade conjugal .................................................................................................................. 336 
4.3. Da dissolução do vínculo matrimonial ..................................................................................................... 340 
4.4. Discussão de culpa no divórcio ................................................................................................................ 342 
4.5. O uso do nome após a EC 66 ................................................................................................................... 342 
4.6. Dissolução do casamento por morte presumida....................................................................................... 343 
4.7. Divórcio e prestação de alimentos ........................................................................................................... 344 
4.8. Informativos de Jurisprudência ................................................................................................................ 345 
5. PARENTESCO ...................................................................................................................................................... 346 
5.1. Relações de parentesco ........................................................................................................................... 346 
5.2. Graus de parentesco ............................................................................................................................... 346 
5.3. Filiação ................................................................................................................................................... 347 
5.4. Informativos de Jurisprudência ................................................................................................................ 360 
6. PODER FAMILIAR E A PROTEÇÃO AOS FILHOS................................................................................................................ 361 
6.1. Poder familiar ......................................................................................................................................... 361 
6.2. Proteção aos filhos: a guarda .................................................................................................................. 365 
6.3. Do Usufruto e da Administraçãodos Bens de Filhos Menores. .................................................................. 369 
6.4. Informativos de Jurisprudência ................................................................................................................ 369 
7. ALIMENTOS ........................................................................................................................................................ 371 
7.1. Considerações gerais............................................................................................................................... 371 
7.1.11. Alimentos Entre Ex-Cônjuges .............................................................................................................. 379 
7.1.12. Dos Alimentos e Da Prestação De Contas ............................................................................................ 380 
7.2. Informativos de Jurisprudência ................................................................................................................ 381 
8. TUTELA E CURATELA .............................................................................................................................................. 382 
8.1. Considerações gerais............................................................................................................................... 382 
8.2. Tomada de decisão apoiada .................................................................................................................... 388 
 
8.3. Informativos de Jurisprudência ................................................................................................................ 389 
9. UNIÃO ESTÁVEL ................................................................................................................................................... 390 
9.1. Considerações gerais............................................................................................................................... 390 
9.2. Evolução da união estável ....................................................................................................................... 391 
9.3. A união estável no código civil ................................................................................................................. 393 
9.4. A união estável e o denominado namoro qualificado ............................................................................... 396 
9.5. Questões polêmicas quanto à união estável ............................................................................................ 396 
9.6. Informativos de Jurisprudência ................................................................................................................ 397 
CAPÍTULO 9 - DIREITO DAS SUCESSÕES .................................................................................................................... 412 
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS SUCESSÕES .................................................................................................................. 413 
1.1. Abertura da sucessão .............................................................................................................................. 414 
1.2. Direito das sucessões e o princípio de saisine ........................................................................................... 414 
1.3. Espécies de sucessões.............................................................................................................................. 415 
1.4. Vocação hereditária e classificação dos herdeiros .................................................................................... 416 
1.5. Diferenças entre herança e legado .......................................................................................................... 418 
1.6. Procedimento previsto no ncpc para o direito das sucessões .................................................................... 418 
1.7. Informativos de Jurisprudência ................................................................................................................ 419 
2. SUCESSÃO HEREDITÁRIA ......................................................................................................................................... 420 
2.1. A herança e meação: diferenciação ......................................................................................................... 420 
2.2. Administração da herança ...................................................................................................................... 420 
2.3. Herança jacente e herança vacante ......................................................................................................... 421 
2.4. Aceitação e renúncia da herança ............................................................................................................. 423 
2.5. Excluídos da sucessão: indignidade sucessória e deserdação .................................................................... 424 
2.6. Ação de petição de herança .................................................................................................................... 426 
2.7. Informativos de Jurisprudência ................................................................................................................ 427 
3. SUCESSÃO LEGÍTIMA ............................................................................................................................................. 428 
3.1. Considerações gerais............................................................................................................................... 428 
3.2. Sucessão dos descendentes (por cabeça ou direito próprio e por representação) e concorrência do cônjuge e 
do companheiro ............................................................................................................................................ 429 
3.3. Sucessão dos ascendentes e concorrência do cônjuge e do companheiro ................................................. 432 
3.4. Sucessão do cônjuge e do companheiro isoladamente ............................................................................. 433 
3.5. Sucessão dos colaterais ........................................................................................................................... 435 
3.6. Informativos de Jurisprudência ................................................................................................................ 436 
4. SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA .................................................................................................................................... 437 
4.1. Conceito de testamento e características................................................................................................. 437 
4.2. Modalidades ordinárias de testamento ................................................................................................... 440 
4.3. Modalidades especiais do testamento ..................................................................................................... 443 
4.4. Codicilo ................................................................................................................................................... 444 
4.5. Disposições testamentárias ..................................................................................................................... 444 
4.6. Legado.................................................................................................................................................... 446 
4.7. Substituições testamentárias .................................................................................................................. 448 
4.8. Redução das disposições testamentárias ................................................................................................. 449 
4.9. Revogação do testamento.......................................................................................................................450 
4.10. Rompimento do testamento .................................................................................................................. 451 
4.11. Testamenteiro....................................................................................................................................... 451 
4.12. Informativos de Jurisprudência .............................................................................................................. 452 
5. INVENTÁRIO E PARTILHA ........................................................................................................................................ 453 
5.1. Considerações gerais............................................................................................................................... 453 
5.2. Inventário judicial ................................................................................................................................... 454 
5.3. Inventário extrajudicial ........................................................................................................................... 460 
5.4. Pena de sonegados ................................................................................................................................. 462 
 
5.5. Pagamento das dívidas ........................................................................................................................... 462 
5.7. Redução das doações inoficiosas ............................................................................................................. 465 
5.8. Partilha ................................................................................................................................................... 466 
5.9. Garantia dos quinhões hereditários ......................................................................................................... 468 
5.10. Anulação, rescisão e nulidade da partilha .............................................................................................. 469 
5.11. Informativos de Jurisprudência .............................................................................................................. 469 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................ 483 
 
MATHEUS S. SANTERELLI ZULIANI LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) • 1 
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LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO 
BRASILEIRO (LINDB) 
 
1 
 
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13 
1. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) 
1.1. Vigência e validade das normas 
A vigência da lei ocorre a partir do momento em que ela passa a ter força coercitiva, ou seja, a partir 
do instante em que a obediência a ela torna-se obrigatória. Não se pode confundir a vigência da lei com a 
sua existência. Pode ser que a lei exista e, ainda assim, não esteja em vigor. 
Assim, o primeiro requisito é a existência da lei, uma vez que não é possível exigir a obrigatoriedade 
da lei sem que ela exista previamente. A lei passa a existir com sua promulgação. Após a sua promulgação, é 
possível que ela entre em vigor nessa mesma data ou em data distinta, a depender da vontade do legislador. 
A regra é que a lei passe a vigorar em todo o território dentro do prazo de 45 dias depois de 
oficialmente publicada. É o que dispõe o art. 1º da LINDB. 
Denomina-se vacatio legis o prazo entre o início da existência da lei e o início de sua vigência, caso 
exista esse intervalo. Trata-se de um período necessário para que a sociedade se habitue tanto com a lei 
quanto com o regime jurídico que ela impõe. Nesse sentido, em atenção ao princípio da obrigatoriedade da 
lei, ninguém pode alegar seu desconhecimento. Entende-se que esse princípio não é absoluto, uma vez que 
pode haver exceção, como no caso do erro de direito, em que a parte negociante poderia revogar o negócio 
jurídico pactuado, desde que não tenha prévio objetivo de descumprir a lei (CC, art. 139, III). 
Há uma corrente que entende que a vacatio legis é imprescindível em leis que tenham relevante 
repercussão, não podendo ela entrar em vigor na data da publicação (art. 8ª caput da LC 95/1998). 
Por fim, ainda sobre a vacatio legis, é importante mencionar a forma de contagem desse intervalo 
de tempo. Dispõe a Lei Complementar nº 95/1998, que trata sobre a elaboração, redação, alteração e 
consolidação das leis (conforme determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal), em seu art. 
8º, §1º que “a contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-
se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à 
sua consumação integral”. Isto é, inclui-se o primeiro e o último dia, entrando a lei em vigor no dia 
subsequente à consumação integral do prazo. Por isso, não se pode confundir com os prazos processuais do 
Código de Processo Civil, no qual não se inclui a data da publicação na contagem. 
A lei que nasce e que tem data certa para entrar em vigor pode sofrer alteração em seu texto antes 
ou depois da vigência. A LINDB trata das duas situações. Se antes de entrar a lei em vigor ocorrer nova 
publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo de vacância dos dispositivos alterados começará a 
correr da data da nova publicação (LINDB, art. 1º, § 3º). Em outras palavras, a vacatio se reinicia para esses 
dispositivos alterados, dando nova oportunidade de a sociedade se familiarizar com a lei. Agora, se as 
correções forem em texto de lei já em vigor, considera-se lei nova (LINDB, art. 1º, § 4º). 
Existe uma questão que pode gerar dúvidas quanto ao tema, por confundir a parte técnica com o 
que comumente se fala e aplica. Alguns entendem que vigência e vigor são situações distintas. Vigor é a força 
da lei, da norma. Vigência é a norma que já esteve em vigor, mas que agora não tem mais aplicabilidade. 
Assim, no cenário em que vivemos, o CPC/73 não possui mais vigência. Todavia, em maior número, tanto na 
doutrina quanto na jurisprudência, vigência é o termo utilizado para indicar a norma que tem força, ou seja, 
sinônimo de vigor1. 
Para finalizar a questão da vigência da lei é importante lembrar que uma lei pode ingressar no 
território nacional em um prazo e no estrangeiro em outro. No concurso da Magistratura do Tribunal de 
Justiça do Distrito Federal, em 2010, o examinador fez a seguinte pergunta: é possível que um mesmo fato 
seja regulamentado por duas leis distintas? A resposta para essa indagação está no art. 1º, §1º da LINDB, 
uma vez que “nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três 
 
1 Ao verificar uma questão que trata da diferença entre vigor e vigência, lembre-se dessa celeuma para responder. 
MATHEUS S. SANTERELLI ZULIANI LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) • 1 
14 
meses depois de oficialmente publicada”. Assim, se a lei tem uma vacatio de 45 dias, no 60º dia da sua 
publicação terá validade no Brasil, mas ainda não no estrangeiro, o que acarreta a possível aplicação 
simultânea da lei antiga e da lei nova sobre a mesma situação, a depender do local em que o fato tenha sido 
praticado. 
1.2. Revogação da lei e suas formas 
Revogar significa anular, invalidar, desfazer, desvigorar. Em outras palavras, significa tornar sem 
efeito uma lei ou qualquer outra norma jurídica. É a supressão da força obrigatória da lei, retirando sua 
eficácia. 
A revogação da lei tem previsão no art. 2º da LINDB, existindo quatros formas de se revogar uma lei 
que está em vigor. A revogação pode ser total, parcial, expressa ou tácita. 
A revogação total, também conhecida como ab-rogação, ocorre quando uma lei nova regula 
inteiramente a matéria da lei anterior, ou então quando existir incompatibilidadeentre elas. 
A revogação parcial, denominada de derrogação, acontece quando apenas parte da lei é tida como 
sem efeito, permanecendo suas demais partes em vigor. Ex.: o novo Código de Processo Civil derrogou alguns 
dispositivos do Código Civil, por exemplo, o art. 227. 
A revogação pode ser, ainda, expressa ou tácita. A revogação expressa é aquela que taxativamente 
se diz qual norma está revogada. O art. 9º da Lei Complementar nº 95/1998, com a redação da Lei 
Complementar nº 107/2001, estabelece que “a cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as 
leis ou disposições legais revogadas”. Essa é uma forma de revogação expressa. A tácita, ao contrário, ocorre 
quando há incompatibilidade entre duas normas. Diz o art. 2º, §1º da LINDB que ocorre essa forma de 
revogação quando a lei nova “seja com ela (lei antiga) incompatível ou quando regule inteiramente a matéria 
que tratava a lei anterior”. 
Quando se fala em revogação, questiona-se se o costume pode revogar norma. No Direito Brasileiro, 
não existe a possibilidade de retirar o efeito de uma lei em razão de um costume. É a chamada supremacia 
da lei sobre os costumes. O desuetudo, ou seja, o costume negativo (desuso) não revoga lei2. Ele pode, em 
outro giro, ser considerado um método de integração para fins de julgamento. 
Por fim, é importante mencionar a lei temporária. Trata-se daquela lei que nasce com termo 
prefixado de duração ou com um objetivo a ser cumprido. A lei já nasce com um prazo para perder sua 
vigência. Ela é uma exceção ao princípio da continuidade, já que não tem eficácia continua, ou seja, não 
precisa de uma lei para revogá-la, pois seu fim tem um prazo certo, determinado. 
1.3. Repristinação 
Repristinação significa restaurar a vigência de uma lei pelo fato de a lei revogadora ter perdido a sua 
vigência. É o que dispõe o art. 2º, §3º da LINDB: “salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura 
por ter a lei revogadora perdido a vigência”. 
Desta forma, em regra, não há repristinação no ordenamento jurídico vigente. Todavia, esse efeito 
pode acontecer quando o legislador fizer constar essa previsão na lei revogadora. Desta forma, se ficar 
consignado na lei revogadora que um de seus efeitos é ressuscitar a lei revogada, verifica-se o efeito 
repristinatório da lei. 
Alguns doutrinadores fazem a distinção entre repristinação e efeito repristinatório. O efeito 
 
2STJ: “A eventual tolerância ou a indiferença na repressão criminal, bem assim o pretenso desuso não se apresentam, em nosso 
sistema jurídico-penal, como causa de atipia (Precedentes). II - A norma incriminadora não pode ser neutralizada ou se considerada 
revogada em decorrência de, v.g., desvirtuada atuação policial (art. 2º, caput da LICC). Recurso conhecido e provido”. (REsp 
146.360/PR, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 19.10.1999, DJ 08.11.1999 p. 85]. 
MATHEUS S. SANTERELLI ZULIANI LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) • 1 
15 
repristinatório é estudado no campo do Direito Constitucional, mais especificadamente em controle 
concentrado de constitucionalidade. Ex.: Lei “A” foi revogada pela Lei “B”. Posteriormente, o STF declara a 
inconstitucionalidade da Lei “B”, restaurando-se os efeitos da norma revogada, já que a norma revogadora 
foi declarada nula, incapaz de produzir quaisquer efeitos, como nunca tivesse existido. A decisão de 
inconstitucionalidade é declaratória e possui efeitos retroativos, ex tunc, podendo ser modulados os efeitos 
da decisão, em respeito ao princípio da segurança jurídica, como preleciona o artigo 27 da Lei nº 9.868/99. 
1.4. Normas gerais e normas especiais 
Há uma classificação de normas no art. 2º, §2° da LINDB em que se entende por norma especial 
aquela que possui um conteúdo especializado dentro de um ramo do direito (por exemplo, Lei de Alimentos, 
Código de Defesa do Consumidor). Já a norma geral aborda o conteúdo de um ramo do direito de maneira 
geral. 
A norma geral não revoga a especial e a norma especial não revoga a geral. Tais normas caminharão 
conjuntamente. A norma especial pode revogar a geral de duas formas: de forma explícita ou implícita. A 
revogação expressa ou explicita ocorre quando há previsão de que a norma especial está revogando a geral. 
A revogação implícita, por sua vez, acontece no momento em que regula a mesma matéria que a geral, 
modificando o seu conteúdo. 
Pode ser que uma lei especial contenha uma parte específica e outra parte geral, que também está 
disposta em um Código, sem que haja, entre elas, contradição. Nesse caso, ambas continuarão em vigor, 
coexistindo. 
1.5. Da integração das normas 
Pelo fato lógico de que o legislador não consegue prever todos os acontecimentos, seja tanto para o 
presente quanto para o futuro, assim como o juiz não pode ser furtar ao seu dever de julgar, alegando 
ausência de norma legal sobre o assunto, é necessário que exista o instrumento de integração das normas, 
permitindo-se que haja o preenchimento de lacunas (CPC, art. 140). 
Dispõe o art. 4º da LINDB: “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, 
os costumes e os princípios gerais de direito”. O juiz não pode deixar de decidir uma questão alegando que 
não existe norma regulamentadora para aquele caso em concreto (julgamento non liquet). Trata-se do 
princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional. 
O fenômeno da subsunção se perfaz no encaixe perfeito do caso concreto à norma legal que o rege. 
Contudo, na ausência da subsunção, o juiz deverá se valer da analogia, dos costumes e dos princípios gerais 
do direito, a fim de não deixar nenhum caso sem julgamento. 
A doutrina defende que existe uma hierarquia entre os instrumentos de integração da norma, 
devendo ser aplicada em primeiro lugar a analogia, depois os costumes, e, por fim, os princípios gerais de 
direito. Diz-se que a analogia tem preferência em razão de o sistema brasileiro adotar a supremacia da lei 
escrita. 
1.5.1. Analogia 
Consiste a analogia na busca da solução através de outra norma, que trate de demanda similar ao 
caso concreto, o qual está desprovido de lei acurada. Utiliza-se de uma norma ou conjunto de normas 
aproximadas a um caso. A analogia pode ser classificada como analogia legal e analogia jurídica. 
A analogia legal, segundo os ensinamentos de Limongi França, é exatamente a aplicação de uma lei 
àquele caso em específico. Cita-se como exemplo o caso da convalidação do negócio jurídico praticado com 
o vício da lesão. Dispõe o § 2º do art. 157 do Código Civil que “não se decretará a anulação do negócio, se for 
MATHEUS S. SANTERELLI ZULIANI LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) • 1 
16 
oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito”. Porém, e 
se o caso for cometido em estado de perigo? O Código Civil não traz a convalidação do negócio praticado em 
estado de perigo. Assim, a doutrina e a jurisprudência, valendo-se da analogia legal, instituíram a utilização 
da convalidação também para o estado de perigo. Inclusive, o enunciado 148 da III Jornada de Direito Civil 
posiciona-se nesse sentido. 
A analogia jurídica é diversa. Consiste em utilizar-se de princípios, conceitos, preceitos consagrados 
pela doutrina e pela jurisprudência a um caso em específico. Cumpre mencionar que, para alguns 
doutrinadores, a analogia jurídica se constitui na aplicação dos princípios gerais do direito. 
Há ainda diferença entre a analogia e a interpretação extensiva. A interpretação extensiva visa 
adequar o que o legislador realmente pretendia com aquela norma, ou seja, a norma diz menos do que 
deveria. É o caso do art. 12 do Código Civil, em caso de violação aos direitos da personalidade do de cujus, o 
cônjuge se torna lesado de forma indireta (dano por ricochete) e tem legitimidade para postular em juízo. 
Em face dessa regra, deve-se aplicar uma interpretação extensivapara garantir ao companheiro o mesmo 
direito previsto ao cônjuge. 
1.5.2. Costumes 
O costume é a conduta reiterada, de forma lícita, e que possui relevância no mundo jurídico. Assim, 
um determinado costume pode ser aplicado como forma de integração desde que apresente esses 
elementos, ou seja, a prática reiterada (elemento objetivo) somada à observância da lei (elemento subjetivo), 
desde que com relevância no ordenamento jurídico. 
Os costumes podem ser classificados como contra legem, praeter legem, secundum legem, e por 
fim, costume judiciário. 
O costume contra legem é o que contraria a lei. O costume praeter legem é aquele que preenche os 
requisitos para servir como método integrativo, ou seja, a conduta reiterada, de forma lícita, e que possui 
relevância no mundo jurídico. Já o costume secundum legem é aquele em que a sua aplicação é imposta pela 
lei. 
Caracteriza o ato emulativo – aquele praticado com abuso do direito – o titular de um direito que, ao 
exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos 
bons costumes (CC, art. 187). Isto é, se a pessoa excede o bom costume pratica abuso do direito e comete 
ato ilícito. 
Alguns doutrinares ainda trazem o costume judiciário, também conhecido como jurisprudência 
sedimentada. Atualmente vivemos em uma era de precedentes obrigatórios, súmulas vinculantes e não 
vinculantes, repercussões gerais e jurisprudências uníssonas. Há casos, como a súmula vinculante, recursos 
repetitivos e repercussões gerais, em que o juiz não pode se recusar a aplicar o precedente. Outros, como 
jurisprudência sedimentada e súmulas não vinculantes, embora não tenham observância obrigatória, são 
considerados costumes jurídicos a serem seguidos na ausência de lei específica sobre o tema. 
1.5.3. Princípios gerais de direito 
Segundo sustenta Miguel Reale, os princípios constituem verdadeiros pilares fundantes do 
ordenamento jurídico. O artigo 8º do Código de Processo Civil trabalha com a ideia de que os princípios 
devem ser compulsoriamente observados. 
Os Princípios Gerais de Direito são crenças jurídicas já consolidadas na sociedade e que são 
universalmente aceitas, como a regra de que ninguém pode ser valer da própria torpeza para se beneficiar, 
nem se enriquecer indevidamente à custa de terceiro, dentre outros. 
MATHEUS S. SANTERELLI ZULIANI LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) • 1 
17 
1.6. Da equidade 
A equidade não é método de integração das normas, sendo considerado um recurso de julgamento 
na aplicação das leis. A equidade é o julgamento com senso de justiça, com bom senso. Para que se aplique 
a equidade, a lei precisa autorizar o magistrado a fazê-lo (CPC, art. 140, parágrafo único). 
Alguns doutrinadores entendem que há diferença entre julgamento por equidade e julgamento com 
equidade. O primeiro é a aplicação da equidade em si, quando a lei autorizar. O segundo e o julgamento com 
senso de justiça, com bom senso. Entende-se que o julgamento com equidade é ínsito a toda decisão judicial 
proferida. 
1.7. Da aplicação e interpretação das normas jurídicas 
A hermenêutica consiste na teoria científica de interpretar e descobrir o sentido da norma jurídica, 
fixando seu alcance. 
Na interpretação, observa-se a verdadeira essência da norma jurídica, ou seja, o que 
verdadeiramente se pretende alcançar. É a chamada mens legis, isso é, a real intenção da lei. 
Há diversos métodos e critérios de interpretação. Dentre eles podemos citar a interpretação 
autêntica, doutrinária, jurisprudencial, gramatical, lógica, ontológica, histórica, sistemática, e por fim, a 
teleológica. 
A interpretação autêntica é a feita pelo próprio legislador por meio de outro ato normativo. A 
doutrinária é elaborada pelos estudiosos do direito, como doutores, mestres e livre docente. A interpretação 
jurisprudencial é feita pelos Tribunais. Quanto aos meios, a interpretação gramatical é mais pobre de todas, 
pois leva em conta o sentido literal da palavra. A ontológica busca a essência da lei, sua razão de ser (ratio 
legis). Na interpretação histórica se investigam os antecedentes da lei, analisando o processo legislativo. A 
interpretação sistemática é a que faz a interpretação de acordo com as demais normas presentes no 
ordenamento jurídico. Por fim, a teleológica (ou sociológica) busca a finalidade da lei diante da nova 
perspectiva social. Carlos Roberto Gonçalves diz que essa interpretação é endereça ao magistrado e consta 
do art. 5º da LINDB, quando diz que “na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e 
às exigências do bem comum”. 
1.8. Da irretroatividade das leis 
A regra é que a lei não retroage, abarcando apenas as situações jurídicas criadas a partir da sua 
vigência. Trata-se de um princípio que visa dar estabilidade e segurança ao ordenamento jurídico, 
preservando situações já consolidadas sob a lei antiga, em que o interesse particular deve prevalecer. 
Denomina-se de regra do tempus regit actum. Todavia, essas regras não são absolutas, podendo sofrer 
mitigações no âmbito do Direito Penal, por exemplo. 
Observa-se, por fim, o art. 5º, inciso XXXVI da Constituição Federal que determina: “a lei não 
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. Nessa mesma linha, temos o 
disposto no art. 6º da LINDB que prevê: “a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico 
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada”. 
1.8.1. Do ato jurídico 
O ato jurídico perfeito e acabado é aquele que já se consumou perante a lei vigente do tempo em 
que se efetuou. Pense em um contrato de compra e venda de bem imóvel, sem escritura lavrada porque o 
imóvel tem valor de 28 salários mínimos vigentes (CC, art. 108) e com registro realizado. Posteriormente ao 
ato, sobrevém uma lei que altera a obrigação de lavrar escritura para os negócios que tenham como objeto 
MATHEUS S. SANTERELLI ZULIANI LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) • 1 
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imóvel acima de 20 salários. Essa lei não vai atingir aquele contrato celebrado. 
1.8.2. Direito adquirido 
Consiste no direito que já se incorporou ao patrimônio e a personalidade de seu titular, podendo ser 
exercido a qualquer momento. Para ser considerado “direito adquirido” mister se faz a presença de dois 
requisitos: a existência de um fato e a existência de uma norma que faça originar direito do fato. Enquanto 
não estiverem presentes esses elementos, não há direito adquirido, mas expectativa de direito. 
1.8.3. Da coisa julgada 
A coisa julgada é a decisão que não comporta mais recurso, tendo atingido o trânsito em julgado. 
Assim, uma lei nova não pode alterar aquilo que já foi apreciado em definitivo pelo Poder Judiciário. 
Sobre a coisa julgada é importante destacar a exceção que consta no enunciado 109 da Jornada de 
Direito Civil, que diz: “a restrição da coisa julgada, oriunda de demandas reputadas improcedentes por 
insuficiência de provas, não deve prevalecer para inibir a busca da identidade genética pelo investigando”. 
1.9. Conflito de leis no tempo 
É possível que existam leis que se contrariem, aparentemente. Quando isso acontece há uma 
antinomia. Diz-se aparentemente porque, em tese, o ordenamento jurídico é perfeito e não apresenta tais 
conflitos. Não é o que acontece. 
A antinomia pode ser aparente e real. A antinomia real ocorre quando duas leis são exatamente 
conflitantes entre si. No caso desse conflito o sistema jurídico não traz uma solução, devendo ser tal conflito 
resolvido pelo Poder Judiciário. O Código de Processo Civil, no art. 8º, prevê que “ao aplicar o ordenamento 
jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a 
dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade 
e a eficiência”. Embora esteja dentro do Código

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