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Tema 2 - Pele e Anexos Cutâneos

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03/02/2022 20:08 Pele e Anexos Cutâneos
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02693/index.html#imprimir 1/51
Pele e Anexos Cutâneos
Profª. Jordana Ruffier Pagani
Descrição
Anatomia e fisiologia da pele e de seus anexos, absorção transdérmica de fármacos e bioativos.
Propósito
Conhecer a anatomia e fisiologia da pele e de seus anexos é de fundamental importância para os
profissionais que atuam nas áreas de cuidados com a pele, estética e beleza, bem como aqueles que
trabalham com pesquisa e desenvolvimento de produtos cosméticos.
Preparação
Antes de iniciar o estudo deste conteúdo, tenha em mãos um dicionário de Termos Técnicos em Saúde para
entender termos específicos da área.
Objetivos
Módulo 1
Anátomo-fisiologia da pele e seus
anexos
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Identificar a anátomo-fisiologia da pele e seus anexos.
Módulo 2
Absorção cutânea e percutânea de
fármacos e bioativos
Descrever a absorção cutânea e percutânea de fármacos e bioativos.
Orientações sobre unidade de medida
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de
tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a
unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o
padrão internacional de separação dos números e das unidades.
Neste conteúdo, você conhecerá um pouco sobre a estrutura da pele e os anexos cutâneos, o principal
órgão de atuação dos produtos cosméticos. Além disso, exploraremos os principais sistemas de
permeação cutânea. Dessa forma, poderemos compreender melhor como funcionam as preparações
cosméticas, as principais matérias-primas e as formulações cosméticas com bioativos.
Você sabia que o maior órgão do corpo humano é a pele? Ela é dividida em três camadas: epiderme,
derme e hipoderme, sendo que a epiderme é constituída basicamente de células mortas, as quais
encontram-se em constante renovação. Além disso, a pele é igual para todos os grupos humanos e o
que difere a cor da pele é a quantidade de melanina.
A partir de agora, vamos conhecer um pouco melhor esse órgão tão importante como mecanismo de
defesa para o corpo humano, e também sob o ponto de vista estético.
Orientações sobre unidade de medida
Introdução
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1 - Anátomo-fisiologia da pele e
seus anexos
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar
a anátomo-fisiologia da pele e seus anexos.
Pele
A pele é considerada o maior e mais eficiente órgão do corpo humano, e é o tecido externo que recobre
todo o nosso corpo, conhecido como sistema tegumentar. Ela sofre constante renovação celular, é o órgão
mais pesado, cerca de 3kg-4kg, e apresenta extensão em torno de 2m². Esse órgão pode corresponder a
16% do peso corporal de um indivíduo adulto.
A pele tem inúmeras funções, mas a principal delas é a de proteção do nosso organismo contra os agentes
externos. Os vasos sanguíneos encontram-se distribuídos por toda a pele e isso corresponde a cerca de 30%
de todo o sangue circulante.
Na imagem a seguir, veremos a anatomia da pele humana:
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Anatomia da pele humana.
Dentre as inúmeras funções da pele, podemos destacar as seguintes:
Proteção – contra agressões físicas, químicas e bacterianas
Regulação térmica – por meio dos vasos sanguíneos e das glândulas sudoríparas
Controle de sensações físicas – calor, frio, dor, pressão e tato
Secreção – produção de suor
Absorção de substâncias ativas – permeabilidade cutânea
Excreção
Proteção contra raios ultravioleta
Controle da homeostase
Síntese de vitamina D₃
Curiosidade
Uma pessoa adulta com cerca de 1,70m e 70kg possui uma área cutânea de aproximadamente 1,85m², isso
corresponde em volume a 4.000mL e a quantidade de sangue circulante pode chegar a 1.800mL.
Estrutura da Pele
Uma forma de compreendermos melhor a estrutura da pele é dividirmos em duas partes:
Macroestrutura
É considerada a anatomia da pele. O tecido se estende por toda a superfície do corpo delimitando o meio
externo do meio interno do nosso organismo. De acordo com a região do corpo, pode ser lisa ou rugosa,
grossa ou fina, firme ou flácida, com pelos ou sem. É por essa característica macroscópica que se define a
individualidade do ser humano como cor, cabelos, textura e odor.
Microestrutura
Pode ser considerada a parte histológica da pele e está dividida em três estruturas principais: epiderme,
derme e hipoderme ou subcutânea. Além das três camadas , a pele também é constituída de anexos
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cutâneos, que correspondem às glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, aos pelos e às unhas.
Três camadas
Representação esquemática da pele.
Epiderme
A epiderme é a parte mais externa ou superficial da pele com aproximadamente 50µm de espessura e cerca
de 50.000 células nucleadas por mm².
Histologicamente, é constituída por um tecido epitelial estratificado pavimentoso altamente queratinizado. É
totalmente desprovida de vasos sanguíneos e, em alguns lugares, como nas pálpebras, pode chegar a
apenas 0,006mm de espessura.
A epiderme está ainda subdividida em outras 5 camadas ou estratos: camada córnea, camada lúcida,
camada granulosa, camada espinhal ou de Malpighi e camada germinativa ou basal.
Representação esquemática da epiderme, mostrando o estrato córneo, estrato lúcido, estrato granuloso, estrato espinhoso e estrato basal.
Na epiderme, aproximadamente 80% das células são constituídas de queratinócitos, que são responsáveis
pela produção da queratina. Na epiderme, além dos queratinócitos, estão presentes:
Os melanócitos
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Um tipo de célula dendrítica que representa 13% das células da epiderme, distribuindo-se por toda a sua
extensão, e que produz os pigmentos que conferem cor à pele e aos cabelos.
As células de Langerhans
São células de defesa capazes de reconhecer antígenos que rompem a camada córnea e migram para a
derme a fim de apresentar aos linfócitos T, induzindo a resposta imune.
Além desses tipos celulares, a epiderme é composta também pelas células de Merkel, células neuronais
sensoriais presentes em grande número nas mãos.
Camadas e células da epiderme.
Dentre as cinco subcamadas que constituem a epiderme, duas apresentam maior importância: a camada
córnea ou estrato córneo e a camada germinativa ou basal ou estrato germinativo ou basal.
Esquema representando os estratos epidérmicos.
No esquema, é importante observar como as células vão sofrendo alterações à
medida que elas são empurradas para cima, ocorrendo o achatamento das células,
perda de água e dos núcleos e acúmulo de queratina.
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Agora, vamos conhecer melhor as subcamadas da epiderme.
Melanócitos
Os melanócitos são as células responsáveis pela produção do pigmento melanina, que é a substância
responsável pela pigmentação da pele e dos cabelos.
Esta camada é a responsável pela renovação celular da pele. Existem dois tipos de células nesta
camada, as células basais (queratinoblastos) e os melanócitos. As células basais são responsáveis
pela origem das células epiteliais da pele e vão sofrendo uma série de modificações em sua
composição, empurrando as células mais antigas para a superfície e as substituindo por células
mais jovens. Nessa camada, estão presentes também as células de Merkel, que são células
neuronais sensitivas responsáveispelo tato. Esse estrato tem aproximadamente 70% de água,
semelhante à derme.
Nesse estrato, os queratinoblastos se diferenciam em queratinócitos, estando unidos por junções
celulares (desmossomos) que garantem união e coesão. É importante ressaltar que os
desmossomos estão presentes em toda a epiderme, mas, nesse estrato, eles são mais numerosos. À
medida que as células se deslocam para cima, ocorre uma série de modificações morfológicas,
moleculares e histoquímicas e elas vão se tornando mais poligonais, chamadas de células
espinhosas. Essa camada apresenta 5-10 camadas de células. Nesse estrato, estão presentes as
Células de Langerhans. Como mencionado, essas células identificam os agentes estranhos que
chegam até a pele e disparam um mecanismo de resposta imunológica do indivíduo, sendo um dos
principais mecanismo de defesa de nosso organismo.
Este estrato apresenta células mais achatadas que as do estrato espinhoso e as células são
constituídas por grânulos basófilos de querato-hialina e lisossomas que vão preparar a célula para a
perda do núcleo que ocorre na próxima etapa de maturação. Apresenta de uma a três fileiras de
células grandes, de formato losangular.
Estrato basal (germinativo) ou camada basal 
Estrato espinhoso ou camada espinhosa 
Estrato Granuloso 
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Um estrato extremamente fino, onde as células não apresentam mais núcleo e tem limites
imperceptíveis. Esse estrato está mais presente principalmente nas palmas das mãos e sola dos
pés.
É a camada mais superficial da epiderme e que está diretamente em contato com o meio externo.
Essa camada é constituída basicamente de células mortas e as mais superficiais vão sendo
eliminadas e renovadas em aproximadamente 27 dias. Essas células parecem lâminas finas e
sobrepostas que vão se desprendendo ao longo da renovação celular; estão impregnadas com uma
substância de origem proteica, denominada queratina, responsável pela resistência, elasticidade e
impermeabilidade da pele. Além disso, essas células funcionam como uma barreira física e química,
pois as células são envolvidas por substâncias altamente lipofílicas formadas de colesterol,
ceramidas, ácidos graxos e triglicerídeos. Nessa camada, existe baixa quantidade de água entre 7-
15% do estrato.
Comentário
É importante ressaltar que existem dois tipos de queratina no corpo humano, uma mais mole e flexível e a
mais dura, que constitui unhas e cabelos.
Derme
A derme é basicamente constituída por um tecido conjuntivo, rico em fibras colágenas, elásticas e
reticulares e é responsável pela resistência estrutural da pele. O tecido conjuntivo é composto por 70% de
água, e 30% de fibras que correspondem às fibras de colágenos, elastinas e mucopolissacarídeos que são
capazes de absorver água e manter a elasticidade e hidratação da pele.
Estrato lúcido 
Estrato córneo ou camada córnea 
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Esquema da estrutura da derme.
A interface entre a derme e a epiderme não é uma camada regular, apresentando ondulações, o que é
importante para aumentar a superfície de contato entre as duas camadas, favorecendo a troca de
metabólitos e a nutrição das células da epiderme. Essa interface é conhecida como lâmina dermo-
epidérmica, constituída de papilas que são sintetizadas pelas células na camada basal.
Alguns autores dividem a derme em duas partes, denominadas de derme papilar e derme reticular. Apesar
de não existir uma linha de demarcação que separe as duas dermes, existe uma diferença estrutural entre
elas.
Derme papilar
É constituída de fibras colágenas mais finas e fibras elásticas ainda sem uma orientação definida que
confira elasticidade à pele. Apresenta tecido conjuntivo frouxo, com muitas células (fibroblastos,
macrófagos e plasmócitos entre outras).
Derme reticular
É mais profunda, espessa e rica em feixes colágenos que conferem resistência e tensão à pele, onde se
encontram os vasos sanguíneos e linfáticos, as terminações nervosas, as glândulas sudoríparas e sebáceas
e os elementos celulares. Essa região é formada por um tecido conjuntivo denso não modelado, formado
por colágeno do tipo I, grossas fibras elásticas e proteoglicanas e apresenta um menor número de células
quando comparada à derme papilar.
Saiba mais
O volume sanguíneo presente na derme é capaz de realizar o transporte de nutrientes para a pele, remover
os produtos de degradação, regular a pressão arterial e a temperatura, mobilizar as forças de defesa do
nosso organismo e contribuir para a coloração da pele.
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Hipoderme ou camada subcutânea
Estrutura da hipoderme ou tecido subcutâneo.
A hipoderme também pode ser conhecida como endoderme, camada subcutânea ou camada adiposa. É a
camada mais profunda da pele e considerada um tecido de sustentação. Tem as funções de amortecimento
mecânico e barreira térmica. Mas também é responsável pela síntese e estoque de substâncias energéticas
como os lipídeos.
No tecido adiposo, as fibras do tecido conjuntivo, juntamente com as fibras elásticas, apresentam um
arranjo diferente, constituindo as células adiposas. Na hipoderme, estão presentes também alguns dos
folículos pilosos e das glândulas sudoríparas.
Curiosidade
A melanina é produzida pelos melanócitos, que variam nas diferentes regiões da pele. A diferença de cor
não está relacionada à quantidade de melanócitos, e sim à capacidade de produção de melanina, ao
tamanho dessas células e à sua distribuição. Algumas alterações na produção de melanina levam a
doenças como o albinismo e o vitiligo.
Algumas alterações na pele
O albinismo
O albinismo é uma doença genética, hereditária e recessiva. As pessoas com albinismo não possuem a
enzima tirosinase, responsável pela síntese de melanina. Ele pode ser classificado de várias formas e em
muitos casos está associado a distúrbios oculares, uma vez que a melanina também é responsável pela
pigmentação dos olhos.
Imagem representativa de criança com albinismo.
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Como regra geral, é possível classificar dois tipos principais de albinismo:
Albinismo oculocutâneo
Ocorre a ausência completa de melanina ou uma baixa produção que interfere na pigmentação da pele, dos
cabelos e dos olhos, comprometendo a visão e ocasionando estrabismo, nistagmo e diminuição da
acuidade visual.
Albinismo ocular
Somente os olhos são afetados, e o restante da pele e os cabelos se mantêm com a coloração normal de
acordo com a genética da família. Entretanto, na maioria desses casos, os indivíduos apresentam
problemas mais graves de visão, podendo chegar inclusive à cegueira.
Uma vez que a melanina é responsável também pela proteção solar e pela formação do campo visual, como
a anatomia do nervo óptico, a ausência dessa proteína vai muito além apenas da falta de coloração da pele
e dos cabelos, comprometendo também de forma significativa a visão dos portadores.
O vitiligo
O vitiligo é uma doença de causa ainda não completamente conhecida que leva à destruição dos
melanócitos em determinadas partes do corpo, que podem ser isoladas ou espalhadas, mas que geralmente
acomete as extremidades, como mãos, rosto, cotovelos e pés.
Atualmente existem três teorias que podem explicar o vitiligo:
Teoria imunológica
Considera o vitiligo como uma doença autoimune pela formação de anticorpos antimelanócitos.
Teoria Citotóxica
Defende que metabólitos secundários formados durante a síntese de melanina podem destruir os
melanócitos.
Teoria Neural
Aponta que um mediador neuroquímico causaria destruição de melanócitos ou inibiria a produção de
melanina.
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O vitiligo não tem cura, mas tem tratamento e apesar de ocasionar danos estéticos, principalmente quando
acomete a face, essa doença não causa nenhum prejuízo à saúde do paciente.
Imagem de paciente com vitiligo nas mãos.
Alterações na estrutura epitelial com
comprometimento estético
Conheça algumas alterações na estrutura do tecido epitelial, que compromete a estética e está presente em
obesos:
São rupturas de fibras elásticas, gerando atrofia.
Caracteriza-se por uma alteração na hipoderme e na derme, com alterações na irrigação pelos vasos
sanguíneos gerando uma inflamação e o tecido passa a ficar mais fibroso. O estrogênio, hormônio
feminino, tem a capacidade de alterar a irrigação, aumentando ou diminuindo o fluxo sanguíneo.
O acúmulo de gordura em homens e mulheres é diferente. A imagem a seguir mostra a comparação
esquemática do tecido adiposo em uma pessoa normal, com camadas de gorduras normais, e uma pessoa
com celulite, em que ocorre um maior acúmulo de gordura no tecido adiposo.
Estrias 
Celulite 
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Formação da celulite a partir de um tecido saudável.
Anexos cutâneos
A pele também apresenta uma série de formações de origem epitelial e com funções específicas
denominadas de anexos cutâneos ou apêndices cutâneos, conforme podemos observar na imagem a
seguir:
Esquema dos anexos cutâneos.
A seguir, vamos conhecer os principais anexos cutâneos.
Glândulas sudoríparas
As glândulas sudoríparas são responsáveis pela produção e secreção do suor, sendo essenciais para a
manutenção da temperatura corporal, reparação da epiderme, além de constituírem a porção aquosa do
filme hidrolipídico (FHL).
Essas glândulas são divididas em glândulas sudoríparas écrinas e apócrinas.
Filme hidrolipídico (FHL)
O filme hidrolipídico (FHL) consiste em uma emulsão que reveste todo o corpo de forma invisível, apresenta
diferentes funções como proteção contra a desidratação, auxilia na proteção contra a entrada de
microrganismos, na manutenção da acidez da pele e permite a manutenção da flora.
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Glândulas sudoríparas écrinas
Estão distribuídas por toda a pele e encontram-se mais especificamente nas palmas das mãos, solas dos
pés e axilas. São as principais responsáveis pela regulação térmica e produzem secreções que são
constituídas de 99% de água. São estimuladas principalmente pelo calor, mas também por estímulos
emocionais.
Estrutura das glândulas sudoríparas.
Glândulas sudoríparas apócrinas
Estão geralmente associadas aos folículos pilosos, mais especificamente às suas raízes. São estimuladas
principalmente pelos hormônios e pelo sistema nervoso, mas também por estímulos emocionais. As
glândulas apócrinas são consideradas odoríferas, pois produzem um fluido viscoso, leitoso e rico em
lipídeos e aminoácidos, os quais, sob a ação das bactérias, produzem em sua decomposição odores
desagradáveis.
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Estrutura das glândulas sudoríparas.
Folículos Pilosos
Os folículos pilosos estão distribuídos por toda a pele, exceto nos lábios, palmas das mãos e solas dos pés.
São responsáveis pela formação dos pelos e possuem em sua base a papila dérmica. Através da papila
dérmica ocorre a renovação dos folículos pilosos, conforme veremos na imagem a seguir.
Figura esquemática do folículo piloso.
Essa renovação está associada às fases de crescimento dos pelos e do cabelo e pode ser dividida em três
fases distintas:
Fase Anágena
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Fase de desenvolvimento e crescimento do pelo.
Fase Catágena
Fase de transição na qual o folículo para de crescer.
Fase Telógena
Fase na qual ocorre a queda natural do folículo antigo e um novo folículo inicia o ciclo novamente,
substituindo o anterior.
Glândulas sebáceas
As glândulas sebáceas geralmente estão associadas a um folículo piloso e constituem uma unidade
pilossebácea. Estão bem distribuídas por toda a pele, mas são mais numerosas na face, na testa, dentro da
orelha, na linha mediana das costas e na região anogenital. O sebo produzido por essas glândulas é rico em
lipídeos e fornece certa lubrificação para os pelos e a pele.
Estrutura da glândula sebácea.
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Pode-se afirmar, portanto, que a quantidade dessa secreção é responsável pelos tipos de pele e cabelo, tais
como secos, oleosos ou normais. É regulada, geralmente, por meio de fatores hormonais.
Unhas ou lâmina ungueal
As unhas são compostas por células queratinizadas, denominadas escleroqueratina, que se originam na
epiderme, apresentando alta permeabilidade. Crescem, em média, cerca de 3mm por mês. Podem estar
divididas da seguinte forma:
Unha ou lâmina ungueal
É a estrutura principal da unha, composta por três camadas: camada interna mais macia (unha ventral),
camada intermediária (queratina dura) camada mais externa (unha dorsal).
Unha livre
É a parte que sai do dedo logo após o hiponíquio.
Sulcos periungueais
São as partes limítrofes da unha, estão divididas de três formas: os sulcos laterais, o sulco ungueal
proximal (raiz) e o sulco ungueal distal (ponta dos dedos).
Lúnula
É a parte branca, em formato de meia-lua, na base da unha.
Eponíquio
Também conhecido como cutícula. Trata-se de uma camada transparente de células que ficam aderidas à
base da unha como uma forma de vedação entre a placa da unha e o sulco ungueal proximal. Serve de
proteção para a unha.
Matriz Ungueal
É a parte onde ocorre o crescimento da unha da região proximal para a distal.
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Hiponíquio
É a última parte de contato entre a unha e a epiderme.
Leito
É a base do dedo sobre a qual a unha cresce e se apoia, é composto por um epitélio fino e de poucas
camadas celulares o qual se queratiniza ao longo da unha e é altamente vascularizado.
Banda onicodermal
Trata-se de um halo levemente alaranjado presente na parte distal da unha, a qual funciona como uma
região de fixação entre o leito ungueal e a lâmina ungueal.
Com a ajuda da imagem a seguir, vamos entender de modo detalhado como estruturam-se as unhas.
Figura esquemática da unha.
Classificação dos tipos de pele
Dificilmente a pele de um ser humano apresentará uma classificação única, uma vez que os tipos de pele
podem variar com a região do corpo, época do ano e local de residência do indivíduo. Entretanto, existem
algumas classificações para pele de acordo com a cor, a textura e a sua constituição (pele normal, oleosa,
seca, mista e sensível), as quais veremos a seguir.
Pele normal
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Representação ilustrativa de uma pele normal.
É difícil definir o que é uma pele normal. Geralmente, a pele normal é encontrada em bebês e não apresenta
anormalidades.
A seguir, vejamos as características fisiológicas e os aspectos clínicos de uma pele normal.
Características fisiológicas
Pigmentação uniforme
Filme hidrolipídico equilibrado
Processo de queratinização normal, pele de textura normal e fina
Vascularização normal (não visível)
Aspectos clínicos
Tez uniforme, aspecto mate (nem seco, nem oleoso)
Sem rugas
Sem poros abertos
Sem comedões abertos ou fechados
Pele oleosa
Nas peles oleosas, há um desequilíbrio no filme hidrolipídico, normalmente O/A (óleo/água),com
predomínio de uma fase oleosa, pele seborreica ou diminuição da fase aquosa gerando uma pele oleosa e
desidratada
A seguir, vejamos as características fisiológicas e os aspectos clínicos de uma pele oleosa.
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Representação ilustrativa da concentração de óleo em uma pele oleosa.
Características fisiológicas
Pigmentação pode ser uniforme ou apresentar lentigos
Filme hidrolipídico desequilibrado
Excesso de fase oleosa (>O): Pele seborreica
Diminuição da fase aquosa ( < A): Pele oleosa desidratada
Processo de queratinização afetado, apresentando uma pele mais espessa
Vascularização normal (não visível à superfície)
Aspectos clínicos
Tez brilhante com teste de papel positivo
Presença de comedões abertos ou fechados
Maior tendência a desenvolvimento de microquistos sebáceos
Numa pele oleosa desidratada há falta de flexibilidade
Poros abertos com tendência ao acúmulo de gordura
Abertos: Oxidação da gordura adquirindo cor escura - “pontos negros”
Fechados: sem oxidação de gordura, permanecendo brancos - “pontos brancos” (muito comuns em torno
dos olhos)
Pele seca
Pode estar relacionado à pele desidratada, uma diminuição na produção de lipídeos e pode ser classificada
também pela sensação que transmite, causada pela falta de elasticidade, havendo sensação de
repuxamento e descamação contínua
A seguir, vejamos as características fisiológicas e os aspectos clínicos de uma pele seca.
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Representação ilustrativa de áreas desidratadas em uma pele seca.
Características fisiológicas
Pigmentação pode ser uniforme ou apresentar lentigos
Filme hidrolipídico desequilibrado
Diminuição de fase oleosa ( < O): Pele alípica (mais comum em jovens)
Diminuição da fase aquosa ( < A): Pele desidratada (mais comum em idosos)
Processo de queratinização afetado, apresentando uma pele mais fina (hiperdescamação), acompanhada
de prurido
Vascularização normal (não visível à superfície)
Aspectos clínicos
Tez baça e sensação de “repuxamento”
Na pele desidratada há falta de flexibilidade
Descamação
Prurido
Pele mista
A pele mista apresenta áreas secas e oleosas. Normalmente, a testa, o nariz e o queixo (região T), onde
existe uma maior concentração de glândulas sebáceas, são oleosos.
É importante ressaltar que pode ocorrer descamação nas zonas mais secas na pele.
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Representação ilustrativa da concentração de óleo em uma pele mista.
Pele sensível
Representação ilustrativa das áreas de sensibilidade em uma pele sensível.
Essa classificação surgiu nos últimos anos e está relacionada à maior sensibilidade que algumas pessoas
sentem e que apresentam normalmente uma pele clara, com espessura altamente fina e baixa produção de
secreção.
A seguir, vejamos as características fisiológicas e os aspectos clínicos de uma pele sensível.
Características fisiológicas
Espessura da pele fina
Tez clara
Sistema imunitário reativo
Produções sebáceas e sudoríparas diminuídas
Aspectos clínicos
Vermelhidões
Prurido
Ardor
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Reação a produtos novos e condições ambientais
O envelhecimento cutâneo
Ao longo de toda a vida, o tecido epitelial que constitui a pele é renovado periodicamente. À medida que o
indivíduo envelhece, ocorre uma série de modificações que limitam o funcionamento normal do corpo, como
a diminuição da capacidade de renovação das células, o comprometimento do fluxo sanguíneo e as
respostas imunes menos eficientes. Essas alterações ocorrem naturalmente, sem a influência de fatores
externos, e isso é chamado de envelhecimento intrínseco. Veja um comparativo entre as estruturas de uma
pele jovem e as estruturas de uma pele envelhecida:
Pele jovem
Pele envelhecida
Esse tipo de envelhecimento depende do tempo; de fatores endógenos, como o acúmulo de radicais livres,
as espécies reativas de oxigênio (ROS); alterações hormonais; e de características genéticas individuais. Vai
ocorrer junto com o envelhecimento do organismo como um todo. As principais alterações são a diminuição
da capacidade de divisão celular e da produção de matriz extracelular, importante substância do tecido
conjuntivo da derme e diminuição das fibras de colágeno. No quadro a seguir, estão representadas as
principais alterações estruturais encontradas na pele como resultado do envelhecimento intrínseco.
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Local da pele Alterações clínicas
Epiderme
Diminuição da capacidade de renovação celular
Menos Células de Langerhans (menos defesa)
Menos melanócitos
Diminuição de espessura
Menor capacidade mitótica da camada basal
Perda de consistência da junção dermo-epidérmica (sensação de pele
em excesso)
Derme
Menor número de fibroblastos
Diminuição do número de proteínas (colágeno e elastina)
Diminuição do número de células
Anexos cutâneos
Despigmentação do pelo (branqueamento)
Perda de pelo ou cabelo
Diminuição de microcirculação
Diminuição da produção de suor e sebo
Diminuição da sensação de estímulos (por perda dos corpúsculos de
Pacini e Meissner)
Quadro: Alterações estruturais da pele durante o envelhecimento intrínseco. 
Extraído de Ruivo, 2014, adaptado por Jordana Pagani.
As principais manifestações desse tipo de envelhecimento são as rugas, a flacidez, a perda de elasticidade
e a perda de expressões.
Na imagem, você poderá observar como esse envelhecimento ocorre de forma mais detalhada.
Efeito do envelhecimento cutâneo sobre a pele ao longo dos anos.
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Já o envelhecimento extrínseco, também conhecido como fotoenvelhecimento, é resultado de fatores
externos, como o tabagismo, a poluição atmosférica, a diminuição da camada de ozônio e principalmente a
exposição à radiação solar. Desses fatores, o mais importante é o provocado pela radiação ultravioleta. Essa
radiação é emitida pelo sol e subdividida em radiação UVA, UVB e UVC, de acordo com seu comprimento de
onda.
A radiação UVA apresenta maior comprimento de onda e assim maior penetração na pele, podendo ainda
ser subdividida em UVA I (340nm-400nm) e UVA II (320nm-340nm). De forma diferente, a radiação UVB
(290nm-320nm) apresenta menor comprimento de onda e menor capacidade de penetração, entretanto é
mais carcinogênica.
Espectro eletromagnético de radiação ultravioleta.
Apesar de a radiação UVC (100nm-280nm) apresentar menor comprimento de onda que a radiação UVB e
causar maiores danos aos humanos, essa radiação ainda é bloqueada pela camada de ozônio. Essas
radiações provocam danos estruturais à pele, alterações no DNA e estimulam a produção de radicais livres.
Na imagem a seguir, você poderá observar o espectro eletromagnético com as radiações solares (200nm-
400nm), a luz visível (400nm-700nm) e os raios infravermelhos (700nm-3000nm).
Espectro eletromagnético.
No quadro a seguir, estão representadas as principais alterações estruturais encontradas na pele resultantes
do envelhecimento extrínseco.
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Local da pele Alterações clínicasLocal da pele Alterações clínicas
Epiderme
Menos células de Langerhans (menos defesa)
Alterações dos melanócitos resultando em manchas senis
Aumento da espessura. Espessamento actínico (ação do sol): resulta
por aumento da mitose e menor descamação córnea
Achatamento da lâmina dermo-epidérmica (sensação de excesso depele) semelhante ao intrínseco
Derme
Alteração principal a nível das fibras
Fibras de elastina sofrem processo de elastose solar proliferando-se de
modo amorfo
Fibras colágenas devido à estimulação de metaloproteínas aparecem
degradadas
Fibroblastos em menor número
Quadro: Alterações estruturais da pele durante o envelhecimento extrínseco. 
Extraído de Ruivo, 2014, adaptado por Jordana Pagani.
As principais manifestações desse tipo de envelhecimento são peles mais espessas, uma pigmentação
irregular, maior número de rugas e maior tendência ao desenvolvimento de hiperpigmentações, quando
comparado com o envelhecimento natural (intrínseco).
Os filtros solares são preparações cosméticas capazes de absorver ou bloquear as radiações UVA e UVB,
sendo assim importantes para retardar o fotoenvelhecimento no uso diário.
Biossíntese da Melanina
Com a ajuda do vídeo a seguir, entenderemos como ocorre a síntese da melanina e suas funções na pele e
anexos.

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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
MÓDULO 1
Vem que eu te explico!
Falta pouco para atingir seus
objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
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Questão 1
A partir do que você aprendeu sobre a anátomo-fisiologia da pele e seus anexos cutâneos, analise as
afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I- O sistema tegumentar é constituído pela pele e seus anexos: pelos, unhas, glândulas sebáceas,
sudoríparas e mamárias.
II- No albinismo (do latim albus, branco), não há produção de pigmentação pela ausência de melanina.
III- A derme é subdividida em: derme papilar e derme reticular.
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IV- As unhas, assim como os pelos, resultam da compactação de células com queratina dura.
Estão corretas as afirmativas:
A I e II
B I e III
C I e IV
D II e III
E III e IV
Parabéns! A alternativa D está correta.
A afirmativa I está errada, pois as glândulas mamárias não fazem parte do sistema tegumentar e
não são consideradas anexos cutâneos. A alternativa IV também está incorreta, uma vez que os
pelos não são constituídos de queratina dura, apenas as unhas. Com relação às afirmativas que
estão corretas, podemos dizer que o albinismo é uma doença hereditária que se caracteriza pela
ausência de melanina, em função da ausência da enzima tirosinase, por isso a alternativa II está
certa, e a alternativa III está correta porque a derme pode ser dividida em derme papilar e reticular,
de acordo com a localização.
Questão 2
As radiações solares são as principais causas de envelhecimento cutâneo. A partir dessa afirmação, analise
as afirmativas abaixo.
I. As radiações solares são classificadas em UVA, UVB e UVC, de acordo com o impacto que influenciam na
vida dos seres vivos na Terra.
II. As radiações UVA são mais benéficas que as radiações UVB devido ao seu maior poder de penetração
cutâneo.
III. As radiações UVB apresentam menor comprimento de onda e por conta disso podem causar câncer de
pele.
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IV. As radiações UVC são as radiações que podem causar maiores danos aos seres humanos.
V. O fotoenvelhecimento cutâneo é causado principalmente pelas radiações eletromagnéticas que causam
aquecimento ou calor.
Estão corretas as afirmativas:
A I, II e III apenas.
B II, III e IV, apenas.
C I, III, IV e V apenas.
D II, III e V, apenas.
E II e III, apenas.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A afirmativa I está errada, pois as radiações solares são classificadas de acordo com seu
comprimento de onda.
Já as afirmativas II e III estão corretas, pois radiações UVA possuem maior comprimento de onda
que as UVB, possuindo maior poder de penetração na pele, estimulando, por exemplo, a síntese
de enzimas e vitaminas; as radiações UVB apresentam menor comprimento de onda e por isso
menor poder de penetração cutânea, causando queimaduras solares e sendo cancerígenas.
A afirmativa IV também está correta: as radiações UVC são as que apresentam menor
comprimento de onda e, portanto, podem causar maiores danos aos humanos, apesar dessa
radiação ainda ser bloqueada pela camada de ozônio.
A afirmativa V está errada, uma vez que o fotoenvelhecimento cutâneo é causado pelas radiações
ultravioletas (290nm-400nm).
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2 - Absorção cutânea e
percutânea de fármacos e
bioativos
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever a
absorção cutânea e percutânea de fármacos e
bioativos.
Permeação Cutânea
Conforme estudamos anteriormente, a pele tem como principal função a proteção do organismo frente a
fatores externos, funcionando como uma barreira física. Dessa forma, a penetração, permeação ou
absorção de substâncias ativas através da pele não é uma tarefa simples ou fácil. A epiderme funciona
como uma barreira física considerável para a passagem dessas substâncias. Portanto, podemos afirmar
que o maior desafio dos formuladores é conseguir ultrapassar a epiderme.
As preparações farmacêuticas ou cosméticas quando aplicadas sobre a pele, na maioria das vezes, visam a
uma ação local, como no tratamento de uma ferida ou de uma lesão pruriginosa. Entretanto, o ideal é que tal
formulação atinja as camadas mais profundas da pele, como a derme, para que tenha uma ação mais
prolongada. É por isso que dizemos que a formulação precisa permear a pele, chegando a essas camadas
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mais profundas. Além disso, também é possível veicular substâncias através da pele com o objetivo de
alcançar a corrente sanguínea e desempenhar um efeito sistêmico.
Nesses casos, a formulação apresenta-se como uma preparação transdérmica ou ainda um sistema de
liberação transdérmico (SLT).
Fazem parte da estrutura da epiderme:
Estrato córneo
É um tecido altamente organizado formado por uma série de camadas lamelares de lipídeos, rica em
triglicerídeos, ácidos graxos livres, colesterol e fosfolipídeos, sendo 40% queratina e 40% água.
Queratinócitos
São as principais células que compõem o estrato córneo, em cerca de 80%. São formados a partir da
camada basal da epiderme e vão migrando em direção à superfície, achatando-se e perdendo seus núcleos,
formando os corneócitos. A principal função dos queratinócitos é a síntese de queratina.
Corneócitos
São células anucleadas, consideradas como células mortas, ricas em queratina, que se organizam um em
cima dos outros, intercalados por substâncias glicolipídicas e que impedem a passagem de água,
funcionando como uma verdadeira parede de tijolos e cimento; a barreira física da pele.
Estão presentes ainda na epiderme: os melanócitos (responsáveis pela síntese de melanina), as células de
Langerhans (que possuem função imunológica) e as células Merkel (que são integradas ao sistema
nervoso).
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Estrutura da epiderme.
Ultrapassar essa barreira não é uma tarefa simples, mas é possível compreender que, em função das
características físico-químicas do estrato córneo, as substâncias ativas mais lipofílicas podem permear
mais facilmente a pele do que as demais substâncias.
Todavia, muitos são os fatores físico-químicos que interferem na permeação das substâncias ativas na pele
e não apenas a lipofilicidade da substância.
Exemplo
Outros fatores que interferem diretamente na permeação através da pele são, por exemplo:
A concentração da substância na formulação.
O veículo da formulação do produto.A área e o local de aplicação do produto.
O grau de hidratação cutânea.
O tempo e a intensidade da massagem durante a aplicação do produto.
A permanência do produto sobre a pele.
As características físico-químicas da substância (tamanho da molécula, solubilidade e coeficiente de
partição octanol/água).
Atividade Discursiva
Vamos discutir um pouco mais sobre esses fatores e como cada um deles interfere na absorção dos
fármacos através da pele mais adiante.
Agora, te convidamos a uma breve reflexão: diante de tantas dificuldades e de tantos fatores, qual seriam as
vantagens em se desenvolver uma preparação transdérmica?
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Exibir Solução
Transporte de fármacos pela pele
Muitos estudos realizados nessa área demonstram que a permeação de substâncias ativas na pele ocorre
principalmente por difusão passiva através das membranas celulares da epiderme, de acordo com a
Primeira Lei de Fick. Isso pode ocorrer basicamente de duas formas: através dos anexos cutâneos
(transfolicular), ou por uma via denominada de transepidérmica ou transdérmica. E todo esse processo é
chamado de transporte de fármacos ou bioativos pela pele.
Uma vez que a quantidade de folículos pilosos e glândulas presentes na pele é considerada muito pequena
(cerca de 0,1% da superfície apenas), a principal forma de absorção ou permeação das substâncias ativas
na pele é pela via transepidérmica. Esse transporte pode ainda ocorrer de duas outras maneiras distintas:
Via intercelular
Na via intercelular, a permeação ocorre pela passagem da substância entre as células do estrato
córneo, também conhecidas por corneócitos.
Via intracelular (transcelular)
Já na via intracelular (transcelular) essa permeação ocorre através das células do estrato córneo.
Agora, vamos entender melhor como isso funciona:
Digite sua resposta aqui
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Através da matriz lipídica entre os corneócitos do estrato córneo.
Esquema de permeação através da pele.
Através dos corneócitos e da matriz lipídica.
Esquema de permeação através da pele.
Na imagem a seguir, é possível observar que, num primeiro momento, as substâncias ativas são
apresentadas à superfície da pele por uma formulação, na qual o ativo encontra-se geralmente dissolvido
em um veículo ou uma matriz polimérica, ocorrendo sua difusão para a superfície da pele. A partir, daí
existem três possibilidades para que o ativo ultrapasse a pele. São elas: rotas de desvio, rota intracelular e
rota intercelular.
Nas rotas de desvio, o ativo pode seguir um desvio através do suor e das glândulas sebáceas, mas que,
conforme já comentado, é o transporte menos utilizado devido à pouca quantidade dessas estruturas e
substâncias na superfície da pele.
Via intercelular 
Via intracelular (transcelular) 
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Restam, portanto, duas outras possibilidades: uma rota intracelular e outra rota intercelular. Na via
intracelular, o ativo se difunde através dos corneócitos antes de se dividir na matriz lipídica intercelular e
alcançar a epiderme viável. É preciso compreender que o ativo deve continuar seu processo de divisão
repetidamente pela queratina aquosa presente nos corneócitos e depois pela passagem para os lipídeos
intercelulares.
Já na rota intercelular as moléculas da substância ativa precisam se dividir dentro da matriz lipídica
(bicamada lipídica) e entre os corneócitos. Dessa forma, a difusão ocorre de maneira mais difícil e
dependente da lipofilicidade do ativo, ultrapassando uma verdadeira parede de tijolos.
Principais vias de transporte de ativos através da pele.
Fatores que interferem na absorção do
fármaco
Vamos conhecer os fatores que interferem na absorção do fármaco através da pele:
Concentração da substância ativa
Neste caso, quanto maior for a concentração de fármaco na formulação, maior será a sua capacidade de
absorção dentro de um intervalo de tempo definido.
Afinidade pelo veículo
A substância ativa deverá ter maior afinidade pela pele do que pelo veículo da formulação, caso contrário
tal substância permanecerá mais tempo associada à formulação, dificultando sua absorção.
Área e local de aplicação do produto
Quanto maior for a área de aplicação do produto, maior será a sua capacidade de absorção, assim como
locais onde o estrato córneo for mais fino também facilitará sua absorção.
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Grau de hidratação cutânea
Quanto mais hidratada for a pele, maior será a absorção da substância ativa, pois a hidratação gera o
intumescimento do estrato córneo, o que aumenta sua permeabilidade à passagem de substâncias.
Tamanho da molécula
Quanto maior o peso molecular da substância ativa, menor a quantidade que será absorvida.
Grau de dissociação
Quanto maior o grau de ionização da substância ativa, menor a capacidade de ultrapassar o estrato
córneo e ser absorvido, uma vez que moléculas não ionizadas têm maior facilidade de serem
transportadas pela via intercelular, na qual predomina o conteúdo lipídico.
Coeficiente de partição óleo/água
O coeficiente de partição O/A da substância ativa precisa ser adequado, pois quanto maior a lipofilicidade,
maior a capacidade de ultrapassar o estrato córneo. Entretanto, alguma solubilidade em água é
necessária para o transporte nas camadas mais profundas da pele.
Principais Sistemas
Transdérmicos
Você pode pensar, portanto, que os sistemas de liberação transdérmica (SLT) de fármacos e bioativos são
altamente complexos e requerem alta tecnologia de desenvolvimento, sendo preparações farmacêuticas e
cosméticas recentes e utilizadas a partir do século XXI. Mas não se engane, o primeiro SLT foi lançado em
1979, contendo escopolamina como princípio ativo e desde então estima-se que mais de um bilhão de SLTs
sejam fabricados por ano no mundo.
Atualmente, existem vários tipos de apresentações transdérmicas e SLT que contemplam uma variedade
enorme de fármacos e ativos e são conhecidos como patches. Entretanto, os mais comuns ainda são os
sistemas de reservatório, os sistemas matriciais e os sistemas microrreservatórios.
Ativo Ação
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Ativo Ação
Nitroglicerina Tratamento da angina de peito
Nicotina Tratamento do hábito de fumar
Testosterona Tratamento do hipogonadismo
Estradiol, Noretindrona, Levonorgestrel Reposição Hormonal
Lidocaína, Fenilato Analgesia
Metilfenidato Tratamento do deficit de atenção
Rotigotina Tratamento do mal de Parkinson
Rivastigmina
Tratamento de doenças neurológicas
(demência)
Quadro: Principais adesivos transdérmicos e suas aplicações. 
Elaborado por Jordana Ruffier Pagani.
Para compreender o funcionamento desses sistemas, você precisa entender que existem duas situações
diferentes: uma é a formulação em que se encontra o ativo, e a outra é o sistema de liberação desse ativo.
Geralmente, o ativo está disperso na forma de gel, emulsão, suspensão ou solução,
e essa formulação é incorporada ao sistema de liberação, que pode ser do tipo
reservatório ou matricial, por exemplo. Os SLTs, na maioria das vezes, apresentam-
se na forma de adesivos.
Conheça cada um dos sistemas:
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Sistema de Liberação Transdérmico do tipo reservatório.
No sistema reservatório, a substância ativa encontra-se em um compartimento entre a camada protetora
externa e uma membrana controladora semipermeável. Esta membrana controla a liberação da
substância ativa através de poros pordifusão passiva. Um adesivo de contato é colocado junto à
superfície externa da membrana para fixá-la na superfície da pele. Nesses casos, é possível afirmar que a
velocidade de liberação do ativo é controlada por meio da membrana semipermeável.
Sistema de liberação transdérmico do tipo matricial.
No sistema matricial, as substâncias ativas estão dispersas sob a forma de gel, emulsões, suspensões ou
soluções, sobre uma matriz polimérica de caráter hidrofílico ou lipofílico. Essa matriz é inserida entre a
camada protetora externa e o adesivo de contato com a superfície da pele. Como não há a ruptura da
matriz polimérica, não se corre o risco de existir dose-dumping . Neste caso, a pele pode controlar a
velocidade de liberação do ativo.
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Sistema de liberação transdérmico do tipo microrreservatório.
Os sistemas do tipo microrreservatórios podem ser considerados uma combinação dos outros dois
sistemas. Primeiramente, nesse tipo de sistema, o ativo é preparado em uma formulação e disperso sobre
um polímero lipofílico, o qual forma microesferas contendo o ativo e que serão incorporadas entre a
camada externa protetora e o adesivo de contato com a superfície da pele.
Dose-dumping
É um efeito que ocorre pela rápida liberação de fármacos no organismo a partir de fenômenos externos, os
quais podem levar a efeitos colaterais e toxicidade medicamentosa.
Promotores de permeação cutânea
Embora os SLTs possuam uma série de vantagens interessantes para a liberação de ativos, infelizmente eles
ainda apresentam algumas limitações, principalmente relacionadas às características físico-químicas dos
ativos. Isso quer dizer que nem todos os fármacos e substâncias bioativas poderão ser transportadas
através da pele.
A fim de contornar essas limitações, alguns métodos foram desenvolvidos com o objetivo de promover um
aumento da permeação cutânea de determinadas substâncias bioativas. Tais métodos têm sido muito
utilizados nos tratamentos cosméticos e serão discutidos a seguir.
Os promotores de permeação cutânea podem ser definidos como substâncias ou métodos
farmacologicamente inativos, que interagem com os componentes do estrato córneo, reduzindo a
resistência cutânea à difusão dos ativos. É possível classificá-los em três tipos de métodos, de acordo com
a ação que exercem sobre o estrato córneo, são eles: físicos, químicos e biológicos.
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Métodos Físicos
São aqueles que não alteram quimicamente as características da pele, mas que levam a alterações
transitórias através de estímulos físicos que permitem o aumento da permeação cutânea de ativos. Vamos
conhecer algumas técnicas.
Iontoforese
Exemplo de tratamento com iontoforese.
É uma técnica de liberação de compostos químicos com carga (íons) ou macromoléculas (peptídeos)
através da pele utilizando um campo elétrico.
Ocorre a aplicação de uma corrente elétrica que pode tanto ser constante como pulsada ( 0,5 mA/cm²), a
qual é disseminada através de dois eletrodos (anodo e catodo) fixados na superfície da pele, impregnados
com a formulação contendo o ativo, geralmente na forma de um gel.
Acompanhe a seguir as principais vantagens e desvantagens do método de iontoforese na permeação
cutânea:
Vantagens
Aumento da capacidade de liberação de um grande número de agentes terapêuticos
Melhora significativa da liberação de fármacos de alto peso molecular
Melhor controle do perfil de liberação
Desvantagens
Complexidade do sistema de liberação
Estabilidade química do agente terapêutico
Estabilização do agente terapêutico no veículo
Cuidados em relação a modificações irreversíveis da pele
≦
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Desconhecimento toxicológico em relação à exposição prolongada à corrente elétrica
Sonoforese
Também conhecida como fonorese ou ultrassom de baixa frequência, esta técnica envolve a aplicação de
uma preparação tópica sobre a área a ser tratada e o massageamento do sítio de aplicação com uma fonte
de ultrassom entre 20kHz e 100kHz.
O ultrassom promove ondas de choque, as quais desestabilizam o estrato córneo mediante um processo de
cavitação que gera um rápido crescimento e colapso das bolhas de ar, favorecendo assim a permeação das
substâncias ativas.
Exemplo de tratamento de pele com sonoforese.
Electroporação
Esta técnica consiste na aplicação de pulsos elétricos curtos (10Volts/cm² a 1000Volts/cm²) que
promovem a formação transitória de poros aquosos nas bicamadas lipídicas, diminuindo a resistência do
estrato córneo, aumentando o grau de hidratação e o fluxo sanguíneo da região.
Exemplo de liberação de ativos com electroporação.
Microagulhas
Diferentemente das demais técnicas apresentadas até agora, esta técnica é considerada minimamente
invasiva. Ela consiste na utilização de agulhas muito pequenas e finas capazes de produzir canais aquosos
transitórios com a finalidade de facilitar o transporte de ativos através da pele. Essas agulhas precisam
apresentar uma geometria adequada e podem ser divididas em sólidas ou ocas. As microagulhas sólidas
são constituídas de metal ou sílica e podem estar associadas a outros promotores de permeação cutânea.
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Já as microagulhas ocas geralmente possuem um orifício revestido que facilita o fluxo das substâncias
ativas para a pele, ocasionando velocidades de liberação de ativos mais rápidas.
Exemplo de utilização de microagulhas para aplicação de colágeno sobre a pele.
Métodos Químicos
Os promotores de permeação que agem por de métodos químicos são substâncias químicas inertes
incorporadas às formulações farmacêuticas e cosméticas com a finalidade de facilitar o transporte das
substâncias ativas através da pele. Tais substâncias podem agir por meio de três mecanismos químicos
diferentes:

Primeiro
Desestruturação da matriz lipídica do estrato córneo.

Segundo
Interação com as proteínas intercelulares.

Terceiro
Melhoria no coeficiente de partição do ativo presente na formulação.
Embora não exista uma substância química perfeita para melhorar a permeabilidade cutânea, alguns fatores
são fundamentais para que esse promotor possa ser utilizado em uma preparação cosmética, como
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podemos ver a seguir:
Devem ser inertes, atóxicos, não irritantes e não alergênicos
A ação deve ser rápida e o efeito adequado e previsível
A pele deve recuperar imediata e totalmente sua capacidade normal de barreira
Não deve causar perda de fluidos corporais, eletrólitos ou outros materiais endógenos
Deve ser compatível com todos os fármacos e adjuvantes
Deve ser um bom solvente para fármacos
Deve ser cosmeticamente aceitável
Devem ser passíveis de formulação em todas as preparações usadas topicamente
Deve ser inodoro, insípido, incolor e barato
Muitas substâncias possuem esse papel, incluindo a água, que aumenta o grau da hidratação da pele,
facilitando a liberação transdérmica. Entretanto, o solvente mais utilizado com essa finalidade é o
Dimetilsulfóxido (DMSO), por ser incolor, inodoro, aprótico e higroscópico. Ele age através da desnaturação
das proteínas e lipídeos presentes nos espaços intercelulares do estrato córneo. Embora muito utilizado,
alguns cuidados devem ser utilizados em relação à sua concentração nas formulações, uma vez que pode
apresentar toxicidade em altas concentrações.
Outra substância que merece atenção é a azona, que foi a primeira molécula utilizada como promotora de
permeação cutânea. Trata-se de um líquido incolor e inodoro com ponto defusão (PF) de -7°C, altamente
lipofílico, solúvel e compatível com a maioria dos solventes orgânicos. Apresenta baixa irritação e toxicidade
e pouca atividade farmacológica, e exerce seu efeito através da interação com a porção lipídica presente no
estrato córneo, desestruturando a camada e favorecendo a penetração do ativo.
Saiba mais
Algumas substâncias utilizadas como veículos das preparações cosméticas, como tensoativos, ácidos
graxos e álcoois graxos (álcool cetoestearílico, por exemplo) também auxiliam a permeação pois melhoram
o coeficiente de partição do ativo na bicamada lipídica, melhoram sua solubilidade e promovem um
aumento de fluxo em direção ao estrato córneo.
Métodos Biológicos
O estrato córneo é basicamente constituído de queratinócitos, corneócitos e água. No entanto, existe a
presença de proteínas, lipídeos e enzimas distribuídas ao longo de toda a sua superfície. Estudos mais
recentes demonstraram que é possível o desenvolvimento de pró-fármacos que, ao entrarem em contato
com a pele, podem ser biotransformados enzimaticamente ou por hidrólise, melhorando a permeação
desses ativos através da pele.
Este método pode ser utilizado como alternativa para
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ativos hidrofílicos os quais têm maior dificuldade
em ultrapassar o estrato córneo.
Sistemas Nanotecnológicos
O desenvolvimento da nanotecnologia para o setor cosmético foi um passo decisivo para a evolução dessas
preparações no que diz respeito à permeação cutânea. Atualmente uma infinidade de produtos cosméticos
utilizam nanossistemas como promotores de permeação cutânea, como, por exemplo, produtos capilares,
filtros solares, e produtos antienvelhecimento.
Esses sistemas são mais eficazes que os já tradicionais SLTs no que diz respeito à liberação controlada dos
ativos por trabalharem em uma escala de tamanho nanométrica; todavia é preciso cuidado, uma vez que
não se conhecem ainda os possíveis efeitos toxicológicos que essa tecnologia pode trazer para a saúde
humana. Vamos conhecer alguns deles.
São partículas coloidais formadas tipicamente por bicamadas lipídicas e colesterol, nos quais outros
componentes podem ser incorporados. Possuem tamanho entre 25nm e 100nm e apresentam
características anfifílicas, o que permite incorporar ativos hidrofílicos em sua cavidade aquosa e
lipofílicas em sua bicamada lipídica. As substâncias ativas encapsuladas são levadas intactas para
vários tecidos e células, podendo ser liberadas quando o lipossoma é destruído, possibilitando uma
ação sítio-específica e vetorizada. Outros tecidos e células são protegidos do fármaco até que ele
seja liberado pelos lipossomas, diminuindo sua toxicidade. O tamanho, a carga e outras
características podem ser alterados, dependendo do fármaco e da pretensão de uso do produto.
Estrutura de um lipossoma.
Lipossomas 
Ciclodextrinas 
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São oligopolissacarídeos cíclicos naturais formados por 6, 7 e 8 unidades de glicose que
correspondem respectivamente a alfa-ciclodextrina, beta-ciclodextrina e gama-ciclodextrina.
Atualmente, utilizam-se mais as ciclodextrinas modificadas sinteticamente com o objetivo de
melhorar suas propriedades físico-químicas, melhorando sua capacidade de formação de complexos
e favorecendo a permeação cutânea.
A principal vantagem das ciclodextrinas consiste na capacidade de formação de complexos
hidrossolúveis, nos quais é possível incorporar substâncias lipofílicas, uma vez que seus grupos
hidroxilas estão voltados para o exterior da molécula, enquanto sua cavidade apresenta
característica hidrofóbica devido às ligações C-H.
As ciclodextrinas são estudadas há muitos anos como vetores de liberação de fármacos e bioativos,
e o principal desafio em sua utilização consiste no controle de velocidade de liberação do ativo,
devido à sua alta solubilidade.
Estrutura de uma beta-ciclodextrina.
São geralmente utilizadas nanopartículas lipídicas para incorporação de ativos de alto peso
molecular como peptídeos, por exemplo. Podem ser constituídas por polímeros, lipídeos e
polissacarídeos e podem ser resistentes às variações de temperatura, pH, degradação enzimática
etc. Sua principal vantagem consiste em seu reduzido tamanho, inferior a pelo menos 1.000nm. É
possível também associar as nanopartículas a outros promotores de permeação cutânea,
favorecendo a penetração e liberação do ativo.
Nanopartículas 
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Imagem de nanopartículas de óxido de zinco.
Métodos promotores de permeação
cutânea
O vídeo a seguir nos ajudará a aprofundar nossos conhecimentos a respeito dos principais métodos de
permeação cutânea, apresentando suas vantagens e desvantagens
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
MÓDULO 2
Vem que eu te explico!
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Falta pouco para atingir seus
objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A epiderme funciona como uma barreira física de proteção para a pele e, dessa forma, nem todas as
substâncias conseguem transpor essa barreira. Observe as afirmativas a seguir e assinale a opção correta:
I. As preparações farmacêuticas aplicadas sobre a pele visam a apenas uma ação local, uma vez que é
muito difícil ultrapassar o estrato córneo.
II. Existem três formas de penetração na pele: uma via transfolicular, uma via transcelular e uma via
intercelular.
III. O estrato córneo é composto basicamente de água, queratinócitos e corneócitos.
IV. Os corneócitos são células nucleadas, ricas em queratina e proeminentes a partir da camada basal.
Estão corretas as afirmativas:
A I, II e III
B I e II
C II e III
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D III e IV
E I e IV
Parabéns! A alternativa C está correta.
A alternativa I está errada, pois as preparações farmacêuticas e cosméticas na maioria das vezes
visam a uma ação local; entretanto, é possível que ocorra a permeação cutânea atingindo a
corrente sanguínea e desempenhando um efeito sistêmico.
A alternativa II está correta, uma vez que existem três formas de penetração na pele: uma via
transfolicular, uma via transcelular e uma via intercelular. Entretanto, a via transfolicular é a menos
utilizada devido à baixa quantidade de anexos cutâneos presentes na superfície da pele.
A alternativa III está correta. Os queratinócitos são as principais células que compõe o estrato
córneo, em cerca de 80%, são formados a partir da camada basal da epiderme e vão migrando em
direção à superfície, achatando-se e perdendo seus núcleos, formando os corneócitos.
Já a alternativa IV está errada, pois os corneócitos são células anucleadas, consideradas como
células mortas, ricas em queratina, que se organizam um em cima dos outros, intercalados por
substâncias glicolipídicas e que impedem a passagem de água, funcionando como uma
verdadeira parede de tijolos e cimento; a barreira física da pele.
Questão 2
Muitos são os fatores físico-químicos que interferem na permeação de substâncias ativas na pele, dentre
eles o principal fator é a lipofilicidade do ativo. A partir disso, analise as alternativas a seguir e assinale a
opção correta.
A
O tempo de permanência do produto sobre a pele torna-se irrelevante uma vez que uma
substância hidrofílica jamais conseguirá ultrapassar o estrato córneo.
B
Aplicar massagens no local de permeação aumenta o fluxo sanguíneo no local, provoca
um aumento na temperatura e facilita a permeação de ativos.
C
Quanto menor for a concentração de ativona preparação, mais rapidamente ele será
absorvido pela pele.
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Considerações finais
Neste conteúdo, vimos a anatomia e fisiologia da pele, maior órgão do corpo humano, com destaque para a
epiderme e o estrato córneo. Você também conheceu os anexos cutâneos, que são formações de origem
epitelial e com funções específicas, como as glândulas sudoríparas, sebáceas, os pelos e as unhas.
Os cosméticos, quando utilizados sobre a pele, devem ser substâncias capazes de ultrapassar a barreira
cutânea, principalmente o estrato córneo, para terem melhor ação terapêutica. Foi possível compreender
que nem sempre isso pode ser considerado uma tarefa fácil, que muitos fatores interferem na absorção de
uma substância ativa pela pele e que existem duas formas principais de penetração cutânea: a via
intercelular que ocorre através da matriz lipídica entre os corneócitos do estrato córneo, e a via intracelular
ou transcelular, que ocorre através dos corneócitos e da matriz lipídica.
Por fim, conhecemos também outros promotores de permeação cutânea que auxiliam na absorção de
substâncias ativas pela pele, por meio de métodos físicos, químicos, biológicos e sistemas
nanotecnológicos.
Podcast
Para concluir esse estudo, vamos compreender as diferenças fisiológicas e estruturais da pele e anexos
D
Quanto maior for a molécula do ativo, mais rapidamente ele será absorvido pela pele
devido ao aumento da superfície de contato.
E
Quanto menor for o grau de hidratação da pele, melhor será a absorção do ativo devido à
baixa solubilidade.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A intensidade das massagens nos locais durante a aplicação do produto aumenta a capacidade
de permeação do ativo na pele, pois leva à uma vasodilatação local.

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cutâneos e os procedimentos que influenciam a absorção cutânea.
Referências
ALLEN JUNIOR., L. V.; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas Farmacêuticas e Sistemas de Liberação de
Fármacos. 9. ed. São Paulo: Artmed, 2013.
AULTON, M. Delineamento de Formas Farmacêuticas. 4. Ed. São Paulo: Artmed, 2015.
ARAUJO, I. P. Farmacotécnica II. 1. ed. Rio de Janeiro: SESES, 2018.
CORRÊA, M. A. Cosmetologia: Ciência e Técnica. 1. ed. São Paulo: Medfarma, 2012.
FREINKEL, R. K.; WOODLEY, D. T. SkinBiology. New York: Taylor & Francis Group, 2001.
LEONARDI, G. R. Cosmetologia Aplicada. 2. ed. São Paulo: Santa Isabel, 2008.
RUIVO A. P. Envelhecimento cutâneo: Fatores influentes, ingredientes ativos e estratégias de veiculação.
Dissertação (Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas). Universidade Fernando Pessoa, Porto. 2014,
112p.
SCOTTI, L. Estudo do envelhecimento cutâneo e da eficácia cosmética de substâncias ativas e empregadas
em combatê-lo. Dissertação (Mestrado Faculdade de Ciências Farmacêuticas). Universidade São Paulo, São
Paulo, 2002, 178p.
VITORINO C. et al. Permeação cutânea: desafios e oportunidades. Journal of Basic and Applied
Pharmaceutical Sciences. v. 36 n. 3 p. 337-348, 2015.
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Para conhecer um pouco melhor a anátomo-fisiologia da pele e seus anexos cutâneos, acesse um atlas
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anatômico gratuito na Internet como, por exemplo, o ANATOMY 3D ATLAS.
Leia o artigo Promotores de permeação para a liberação transdérmica de fármacos: uma nova aplicação para
as ciclodextrinas, de Maria Rita F. M. Martins e Francisco Veiga, para compreender um pouco melhor sobre a
Lei de Fick.
Conheça um pouco mais sobre a síntese de melanina lendo o artigo Fisiopatologia do melasma, de Luciane
Donida Bartoli Miot e outros.
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