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UNIDADE I - TRATAMENTO DE EFLUENTES

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Tratamento de Efluentes
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Roberta Maria Salvador Navarro
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Tipos de Poluição, Caracterização das Águas e Tratamento
• Água e suas características
• Cloretos, sulfatos e sólidos totais
• Padrões de potabilidade
 · Estudar as etapas dos processos dos tratamentos aplicados aos 
efluentes despejados no meio ambiente.
 · Apresentar uma abordagem geral sobre os conceitos preliminares 
para tratamento das águas residuárias.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Caro(a) aluno(a),
Leia atentamente o conteúdo desta unidade, que lhe possibilitará conhecer os 
conceitos básicos sobre poluição e contaminação, bem como os parâmetros de 
qualidade das águas.
Você também encontrará nesta unidade uma atividade composta por questões 
de múltipla escolha, relacionadas com o conteúdo estudado. Além disso, terá a 
oportunidade de trocar conhecimentos e debater questões no Fórum de discussão.
É extremamente importante que você consulte os materiais complementares, pois 
são ricos em informações, possibilitando-lhe o aprofundamento de seus estudos 
sobre este assunto.
ORIENTAÇÕES
Tipos de Poluição, Caracterização 
das Águas e Tratamento
UNIDADE Tipos de Poluição, Caracterização das Águas e Tratamento
Contextualização
Caro(a) aluno(a),
Para iniciar esta unidade, a partir do artigo A vigilância da qualidade da água 
para consumo humano – desafios e perspectivas para o Sistema Único de 
Saúde, de Marcelo Bessa Freitas e Carlos Machado de Freitas, disponível no link a 
seguir, reflita sobre a questão da importância da qualidade da água para consumo.
FREITAS, Marcelo Bessa; FREITAS, Carlos Machado de. A vigilância da qualidade da água 
para consumo humano – desafios e perspectivas para o Sistema Único de Saúde.
Disponível em: http://goo.gl/jrMW3s
Ex
pl
or
Oriente sua reflexão através dos seguintes questionamentos:
É possível que tal exigência acerca da potabilidade da água para consumo 
humano seja atendida em todo o território nacional?
Quais os benefícios alcançados pela aplicação de tais conceitos no cotidiano de 
nossas atividades?
6
7
Água e suas características
Imagina-se que existe uma quantidade de aproximadamente 1.360.000 
milhões de m3 de água na natureza. Apesar dessa aparente abundância, somente 
cerca de 0,62% são aproveitáveis para as atividades humanas, como mostram a 
Tabela 1 e a figura 1.
Tabela 1: Distribuição da água na Terra (Richter, 2002).
Localização % do total
Lagos de água doce 0,009
Lagos salinos e mares interiores 0,008
Rios 0,0001
Umidade de solo 0,005
Água subterrânea (acima da prof. de 4.000m) 0,61
Geleiras e glaciares de altitude 2,14
Atmosfera 0,001
Oceanos 97,3
TOTAL 100
Água absolutamente pura não existe na natureza, e para consumo humano, é 
necessário que ela seja potável, isto é, segura (livre de contaminantes orgânicos e 
inorgânicos e de bactérias patogênicas), atraente de aspecto e de sabor agradável 
para ser bebida, e adequada para finalidades domésticas e para a maior parte das 
atividades industriais (RICHTER, 2002).
Segundo Richter (2002), as impurezas acumuladas na água, durante seu percurso 
pelo ciclo hidrológico e decorrentes de atividades humanas, compreendem matéria 
mineral e orgânica em três formas, de acordo com o tamanho das partículas que a 
água contém, progressivamente das maiores para as mais finas: suspensão, estado 
coloidal e solução. Diferentes processos de tratamento podem ser necessários para 
a sua remoção ou redução a limites aceitáveis pelos padrões de potabilidade.
7
UNIDADE Tipos de Poluição, Caracterização das Águas e Tratamento
Figura 1. Distribuição da água na Terra (PORTAL BRASIL, 2015)
Fonte: iStock/Getty Images
O Ministério da Saúde, em 2014, publicou artigo no qual afirma que:
É considerada água para consumo humano a água potável destinada 
à ingestão, preparação e produção de alimentos e à higiene pessoal, 
independentemente da sua origem.
Para que a água seja considerada potável, deve atender ao padrão de 
potabilidade e não oferecer riscos à saúde, por meio do atendimento 
dos valores máximos permitidos estabelecidos para parâmetros físicos, 
químicos, microbiológicos, organolépticos, cianobactérias/cianotoxinas 
e de radioatividade, definidos na Portaria de Potabilidade da Água para 
Consumo Humano.
A Portaria GM/MS n° 2.914, de 12 de dezembro de 2011, estabelece no Brasil 
os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo 
humano e seu padrão de potabilidade. Também são definidas as competências 
e responsabilidades atribuídas ao setor de saúde, nas três esferas de gestão do 
Sistema Único de Saúde, e aos responsáveis pelos sistemas ou soluções alternativas 
coletivas de abastecimento de água. A legislação segue os princípios dos Planos 
de Segurança da Água (PSA), recomendados pela Organização Mundial da Saúde 
(OMS), além de aspectos complementares relativos aos fatores de riscos à saúde 
pública relacionados aos patógenos de difícil remoção por meio dos processos 
convencionais de tratamento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).
Segundo o Ministério da Saúde, a OMS afirma que a saúde humana está 
diretamente ligada à qualidade da água adequada ao consumo humano. Estima-
se um potencial de redução em até um décimo da carga de doenças global onde 
são implementadas medidas visando ao aumento do acesso à água potável, à 
promoção de boas práticas e à melhoria dos procedimentos de gerenciamento 
da água, favorecendo a redução de riscos de transmissão de doenças, além da 
mortalidade infantil.
8
9
A qualidade de uma água avaliada para uso humano ou industrial, tratada ou in 
natura, é verificada pela determinação de diversos parâmetros físicos, químicos, 
biológicos, bacteriológicos, entre outros. Os padrões de potabilidade fixam valores 
de qualidade de uma água para que possa ser usada em consumo humano. A Tabela 
2 resume os padrões de potabilidade fixados pela OMS (RICHTER, 2002). Pode-se 
observar a ausência total de nitrato e sódio. Esses parâmetros são constantemente 
revisados e adequados às novas exigências para melhoria da saúde humana.
“SP economizou 180 bilhões de litros de água até junho de 2015”. Foi economia ou 
eliminação de desperdício? Acesse o link a seguir e refl ita.
Disponível em: http://goo.gl/audMkB
Ex
pl
or
Tabela 2: Padrões de Potabilidade da OMS (em mg; L ou unidade anotada). Adaptada de Richter, 2002.
Parâmetros OMS
Físicos e organolépticos VMR VMP
Cor 5/sem cor 15/sem cor
Turbidez, UNT 1/sem turbidez 5/sem turbidez
Sabor e odor Nenhum Nenhum
pH 9 (próximo do neutro) 7-8,5 6,5-9,7
Químicos VMR VMP
Alumínio (presente na natureza) - 02
Arsênico (presente na natureza) - 0,05
Chumbo (presente na natureza) 200 01
Cloreto (presente na natureza) 0,1 600
Dureza, mg/L CaCO3 (presente na natureza) 100 500
Ferro (presente na natureza) 0,1 1,0
Fluoretos (presentes na natureza) - 0,6-1,7
Magnésio (presente na natureza) - 150
Manganês (presente na natureza) -0,05 0,5
Mercúrio (presente na natureza) - 0,001
Selênio (presente na natureza) - 0,01
Sólidos totais dissolvidos (presentes na natureza) 500 1500
Sulfato (presente na natureza) 200 400
Zinco (presente na natureza) 5 15
Bacteriológicos Coliformes org/100mL -1
Nota: VMR = Valor máximo recomendável, VMP = Valor máximo permissível; UNT = Unidade nefelométrica de turbidez.
Propriedades da água
Cor
A água pura é sem cor, porém em enormes quantidades adquire cor azulada. 
A matéria orgânica oriunda da decomposição de vegetais confere à água uma 
coloração marrom-amarelada, e o Ferro confere cor avermelhada. A concentração 
das substâncias existentes nos esgotos produzidos diariamente também altera a 
coloração da água para marrom.
9
UNIDADE Tipos de Poluição, Caracterização das Águas e Tratamento
A coloração da água pode indicar seu grau de poluição. Geralmente, ao se 
observar uma água com coloração também é possível observar uma alta demanda 
química ou bioquímica deoxigênio.
Richter (2002) afirma que a água distribuída por sistemas onde existe o uso 
de cloro apresenta até quase o dobro de risco de ocorrência de câncer do cólon 
quando comparada com a água em sistemas que não usam o cloro. É comum ver 
uma coloração esbranquiçada na água distribuída pelo sistema de abastecimento 
brasileiro, isso devido ao excesso de cloro na água.
Turbidez
A turbidez decorre da presença de partículas em suspensão, variando em tamanho 
desde suspensões grosseiras até o estado coloidal (argila e silte, matéria orgânica, 
material proveniente de descargas de esgoto doméstico e industrial e de galerias 
de água pluvial, bactérias, algas e outros micro-organismos e até pequenas bolhas 
de ar). A clarificação da água pode ser feita através de processos de coagulação 
e filtração, entretanto essa clarificação é dificultada quando a turbidez é muito 
elevada ou possui variações em conjunto com o pH e a alcalinidade, por ocasião 
de chuvas torrenciais (RICHTER, 2002).
Sabor e odor
O sabor e o odor são características que devem ser avaliadas em conjunto, 
pois estão intimamente relacionadas e são facilmente confundidas. Compostos 
inorgânicos presentes na água conferem sabor geralmente sem conferirem odor 
característico. Para a eliminação de sabor ou odor, usa-se um processo de aeração. 
Porém, em alguns casos esse tratamento é ineficiente e se faz necessária uma 
aplicação de carvão ativado, com ou sem aeração prévia. O sabor e o odor, sendo 
sensações organolépticas de avaliação subjetiva, não são passíveis de medição 
direta por instrumentos. Em todos os métodos em uso ou anteriormente usados, 
o “instrumento” utilizado é o nariz, portanto estão sujeitos a variações individuais 
(RICHTER, 2002).
Richter (2002) afirma que a presença de matéria orgânica na água pode produzir 
tanto sabor como odor. Praticamente todos os odores reconhecidos na água são de 
origem orgânica, com exceção do sulfeto de hidrogênio (H2S).
Condutividade
A capacidade da água em conduzir a eletricidade é definida como condutividade 
elétrica. O grau de condutividade da água depende apenas da concentração e da 
carga dos íons dissolvidos na solução.
10
11
pH
O pH é um conceito universal usado para expressar a quantidade de íons H+ 
ou OH-, indicando, respectivamente, se a solução é acida ou alcalina. A medição 
é constante em tratamentos de efluentes, pois sua estabilidade confere uma maior 
eficiência nas etapas de coagulação, floculação, desinfecção e no controle da corrosão.
Uma água onde é atestada a qualidade possui um pH neutro, isto é, em 
torno de 7,0.
Alcalinidade
A alcalinidade é o resultado da presença de bicarbonato (HCO3), carbonato (CO3) 
e hidróxido (OH-). Tais íons, quando presentes na água, possuem a capacidade de 
neutralizar ácidos. Da mesma forma que a medição do pH, a medição da alcalinidade 
deve ser constante em tratamentos de efluentes, pois sua estabilidade também 
confere uma maior eficiência nas etapas de coagulação, floculação, desinfecção e 
no controle da corrosão.
Acidez
Segundo Richter (2002), águas superficiais ácidas geralmente têm sua acidez 
originada em esgotos industriais ácidos ou por lixiviação ou infiltração de águas de 
minas. A maioria das águas naturais são tamponadas por um sistema constituído 
de ácido carbônico dissolvido H2CO3 e bicarbonatos HCO, geralmente com um pH 
entre 6 e 8,3.
Quanto às questões sanitárias, a acidez possui um significado muito pouco 
expressivo, mas deve ser controlada devido aos problemas que poderá causar em 
consequência da corrosão que provoca.
Dureza
Devido à presença na água de alguns íons metálicos bivalentes, principalmente 
os de cálcio Ca++ e de magnésio Mg++ e, em menor grau, os de ferro Fe++ e de 
estrôncio Sr++, a dureza impede a formação de espuma que pode ser provocada 
pelo sabão. Os sais de cálcio e magnésio reagem sobre os radicais dos ácidos 
graxos dos sabões, formando compostos insolúveis antes que se forme a espuma, 
conforme a reação.
Somente depois que certa quantidade de cálcio é removida da água, precipitada 
com o sabão, é que começa a se formar espuma. Assim, o consumo extra de sabão 
pode se constituir em um processo de remoção de dureza, porém resultar mais 
caro para o consumidor (RICHTER, 2002).
Segundo Richter (2002), são conhecidas formas distintas de dureza:
• Dureza total, que mede o conteúdo total dos íons Ca++ e Mg++, distinguindo-
se as parcelas dureza de cálcio e dureza de magnésio.
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UNIDADE Tipos de Poluição, Caracterização das Águas e Tratamento
• Dureza permanente ou não carbonatada, que mede a quantidade de íons 
Ca++ e Mg++ depois de se submeter a água à ebulição durante meia hora e 
recuperando-se o volume inicial com água destilada.
• Dureza temporária ou de carbonatos. É devida a bicarbonatos de cálcio 
e magnésio elimináveis por ebulição. É a diferença entre a dureza total e a 
dureza permanente.
Também é possível classificar as águas quanto ao seu grau de dureza. São 
consideradas águas moles ou brandas as que possuem uma quantidade menor que 
50 (mgL em CaCO3). Águas de dureza moderada possuem em torno de 50-150 
(mgL em CaCO3); águas duras possuem entre 150-300 (mgL em CaCO3); e águas 
muito duras > 300 (mgL em CaCO3).
Cloretos, sulfatos e sólidos totais
O grupo de sais dissolvidos em água é formado por bicarbonatos, cloretos, sulfatos 
e, em menor concentração, outros sais, que podem, em grandes concentrações, 
conferir à água sabor salino e propriedades laxativas.
O íon cloreto, Cl-, é geralmente associado ao sódio, Na+, presentes em águas 
salobras. Em águas doces, a quantidade de cloretos pode variar de algumas poucas 
unidades até cerca de 250 mg/L.
Richter (2002) afirma que a presença de cloretos em concentrações maiores que 
as normalmente encontradas nas águas superficiais da região é uma indicação de 
poluição por esgotos domésticos.
Os sulfatos presentes em água em quantidades significativas proporcionam 
propriedades laxativas. Além disso, a presença de sulfato de cálcio ou magnésio 
promove dureza permanente e pode ser um indicador de poluição de uma das fases 
da decomposição da matéria orgânica.
Ferro e manganês
O ferro e o manganês estão muito presentes em águas subterrâneas, que têm 
um alto conteúdo em CO2 e um baixo pH. Quando muito concentrados em água, 
ajudam a aumentar a sua dureza, além de conferirem sabor à água. Outro incômodo 
é a possibilidade de causarem manchas em roupas e objetos de porcelanas.
Em águas de superfície, normalmente o ferro está presente na matéria orgânica 
e, frequentemente, não responde à aeração, porém sua remoção é facilmente 
realizada por coagulação, juntamente com a cor e a turbidez.
12
13
Impurezas orgânicas e nitratos
Existe grande quantidade de nitrogênio presente na matéria orgânica; portanto, 
a presença de nitrogênio orgânico ou amoniacal em água é um indicador de que 
existe matéria orgânica dissolvida, ou seja, o despejo de grandes cargas de esgoto 
é uma certeza. A presença de nitratos indica pouca concentração de poluentes 
orgânicos, porém a sua grande concentração em águas pode provocar doenças 
como cianose e methemoglobinemia.
Oxigênio dissolvido - OD
Normalmente, a quantidade de oxigênio presente em água é pequena, mas 
pode variar dependendo do tipo de matéria orgânica presente em água. Águas 
superficiais puras normalmente são saturadas de OD, mas essa saturação pode ser 
consumida devido aos despejos de esgotos domésticos.
Demanda de oxigênio 
A demanda de oxigênio é definida pela necessidade de consumo para a 
decomposição da matéria orgânica. Tal necessidade é definida em:
• Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): é a quantidade de oxigênio 
consumida por bactérias aeróbias que destroem a matéria orgânica.
• Demanda Química de Oxigênio (DQO): através dela é possível fazer uma 
quantificação da carga de poluição de esgoto doméstico ou industrial, devido à 
quantidade necessária de oxigênio para a oxidação dos poluentes.
Coliformes
São bactérias que vivem nos intestinosdos animais superiores, e sua presença 
indica a probabilidade de contaminação da água por esgotos domésticos. 
Entretanto, existe a presença de pequenas quantidades de coliformes em águas 
próprias para consumo; o aumento de sua concentração tornará a água imprópria 
para uso humano.
Algas
São plantas presentes nas águas e que durante o dia produzem oxigênio, entretanto 
durante a noite liberam CO2, o que provoca a redução do pH e da alcalinidade da 
água. A incidência de algas é muito comum em águas paradas, como, por exemplo, 
açudes e lagos; já em águas correntes, o seu aparecimento é mais raro.
13
UNIDADE Tipos de Poluição, Caracterização das Águas e Tratamento
Em quantidades pequenas não apresentam inconvenientes, mas à medida que 
sua proliferação aumenta, produzem alterações como sabor e odor, além de serem 
prejudiciais aos filtros dos sistemas de tratamento.
Padrões de potabilidade
Os padrões de potabilidade para água no Brasil foram estabelecidos pela 
Portaria MS nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, que é uma revisão da Portaria 
MS nº 518/2004, iniciada em 2007. A portaria MS nº 2.914 dispõe sobre os 
procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo 
humano no país. Esse processo de revisão foi realizado com a participação de 
diversos atores envolvidos nessa temática, tais como: órgãos ligados às áreas 
de saúde, saneamento, meio ambiente e recursos hídricos; responsáveis pelos 
sistemas e soluções alternativas coletivas de abastecimento de água; pesquisadores 
com elevada expertise na área; Conselhos; Associações; Ministério Público; 
e Agências Reguladoras. Para isso, foram considerados os avanços técnico-
científicos; as experiências internacionais e os princípios preconizados nos Guias 
de Qualidade da Água para Consumo Humano da OMS; Plano de Segurança da 
Água (PSA); enfoque epidemiológico; e direito do consumidor à informação, que 
foram adaptados à realidade brasileira. São consideradas aplicações de químicos 
em valores máximos permitidos ao consumo humano sem que tragam riscos à 
saúde. (UMBUZEIRO, 2012).
Acesse o link a seguir e lendo na íntegra a portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, 
que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para 
consumo humano e seu padrão de potabilidade.
Disponível em: http://goo.gl/PE9Ud
Ex
pl
or
Parâmetros de qualidade da água
Segundo a SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São 
Paulo, 2015), são realizados testes para analisar a qualidade da água consumida 
no Estado de São Paulo de acordo com as orientações estabelecidas na Portaria 
2.914/11. Tal análise é realizada desde a origem até os pontos de consumo. 
Se o resultado de uma das análises fornecer um resultado fora dos padrões 
estabelecidos, o problema é solucionado imediatamente, para que não ocorra a 
interrupção do abastecimento.
Dentre os elementos descritos anteriormente, nem todos são avaliados, apenas 
os de maior importância química, física e bacteriológica. São eles:
• O cloro - é usado como bactericida, eliminando bactérias e outros micro-
organismos que podem estar presentes na água. Deve conter uma concentração 
mínima de 0,2 mg/l (miligramas por litro) de cloro residual.
14
15
• A turbidez - mede a resistência da água à passagem de luz. É provocada pela 
presença de partículas em suspensão na água. O valor máximo permitido de 
turbidez na água distribuída é de 5,0 NTU.
• A cor - é um dado que indica a presença de substâncias dissolvidas na água. O 
valor máximo permissível de cor na água distribuída é de 15,0 U.C.
• O pH - é uma medida que determina se a água é ácida ou alcalina. Seu controle 
ajuda no tratamento e na preservação das tubulações contra corrosões ou 
entupimentos. A faixa recomendada de pH na água distribuída é de 6,0 a 9,5.
• Os coliformes - são feitas análises para identificar uma possível contaminação 
na água.
• O flúor - é um elemento químico adicionado por exigências legais à água 
de abastecimento, auxiliando na proteção dos dentes contra a cárie. Para o 
Estado de São Paulo, o teor ideal de flúor é de 0,7 mg/l (miligramas por litro).
Acesse o site da SABESP e saiba mais sobre a água que utilizamos diariamente.
Disponível em: http://goo.gl/ZM2w98Ex
pl
or
Conceito de poluição e contaminação
Segundo a Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, alterada pela lei 7.804, de 18 
de julho de 1989, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, “Meio 
ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida de todas as suas formas”.
Portanto, qualquer alteração nessa biota poderá ser considerada como meio de 
poluição e/ou contaminação.
A poluição pode ser considerada como a alteração realizada pelo homem, 
direta ou indiretamente, devido ao descarte de substâncias (químicas, biológicas ou 
objetos) ou energia (luz, radiação, etc.) ao meio ambiente, causando, assim, danos 
à natureza (biota) e à saúde humana.
Existem diversos agentes poluentes, que podem levar a diversos tipos de 
poluição. A seguir serão classificados os tipos de poluição existentes, suas causas e 
suas consequências.
Poluição visual
Uma pessoa recebe mais informação por dia do que receberia durante a vida 
inteira se vivesse há 200 anos. Isso devido à facilidade dos meios de comunicação.
Principais causas da poluição visual são: excesso de propagandas, notas políticas, 
anúncios, recados, avisos, letreiros luminosos, placas, etc.
15
UNIDADE Tipos de Poluição, Caracterização das Águas e Tratamento
E suas principais consequências: agride o bem-estar e induz ao consumismo.
Figura 2. Exemplo de poluição visual em grandes cidades.
Fonte: iStock/Getty Images
Poluição da água
Menos de 0,1% do total de água no planeta está em condições adequadas de 
consumo humano.
As principais causas da poluição das águas são: agricultura, pecuária, esgotos 
domésticos e esgotos industriais, lixo, mineração, vazamentos químicos, etc.
E as principais consequências são: contaminação da água, assoreamento de 
rios e lagos, diminuição da água potável disponível, odor forte, coloração na água, 
gosto alterado, etc.
Figura 3. Exemplo de poluição das águas.
Fonte: iStock/Getty Images
16
17
Poluição dos solos
Os aterros sanitários são terrenos com buracos cavados no chão forrados com 
materiais impermeáveis para se evitar a contaminação do solo pelo lixo recolhido 
na cidade e depositado lá. Inicialmente, é possível fazer um controle utilizando-se 
uma área destinada ao transbordo; porém, com o passar do tempo, a maioria dos 
aterros padece do mesmo problema: a quantidade de lixo produzida e conduzida 
ao aterro supera sua capacidade de manuseio, e a maioria dos aterros acaba se 
transformando em lixão, sem qualquer forma de tratamento ou reciclagem dos 
materiais ali depositados. Outro exemplo de contaminação dos solos é o uso de 
agrotóxicos, obrigando o agricultor a desmatar outra área para manter a produção.
As principais causas da poluição dos solos são: uso de biocidas, pesticidas, 
adubos químicos, lixo, desmatamento, queimadas, resíduos domésticos, resíduos 
industriais, etc.
E as principais consequências são: contato direto de poluentes com produtos 
agrícolas, erosão, desertificação, contaminação da produção agrícola, contaminação 
da água, descontrole ambiental dos micro-organismos que reciclam os componentes 
orgânicos e inorgânicos, etc.
Figura 4. Exemplo de poluição dos solos: aterro sanitário.
Fonte: iStock/Getty Images
17
UNIDADE Tipos de Poluição, Caracterização das Águas e Tratamento
Poluição radioativa
Todo elemento radioativo se decompõe conforme o seu tempo de meia vida. 
A meia vida é o intervalo de tempo em que uma amostra demora para reduzir 
sua quantidade inicial pela metade. Conforme ocorre a desintegração dos 
elementos radioativos, a sua quantidade e sua atividade vão reduzindo também e, 
consequentemente, a energia radioativa emitida pelo material também é reduzida.As principais causas da poluição radioativa são: lixo atômico, uso e deposição 
indiscriminados de pilhas, baterias, produtos químicos radioativos, etc.
E as principais consequências: irritação na pele, nas vias respiratórias e nas 
vias gástricas-biliares, queda de cabelo, hemorragias (principalmente no nariz), 
diminuição do número de glóbulos brancos e vermelhos no sangue, câncer, 
convalescência – morte.
Poluição sonora
Os ouvidos são órgãos extremamente sensíveis ao barulho. Essa poluição gera 
estresse, grande causador de mortes por parada cardíaca.
As principais causas da poluição sonora são: ruídos nos transportes de veículos, 
estabelecimentos comerciais e industriais, atividades domésticas, lazer.
E as principais consequências são: perda total da audição, perda parcial, zumbido 
frequente, tontura; afeta o equilíbrio psíquico, o coração, a pressão arterial, a 
circulação, a concentração; provoca insônia, taquicardia, contrações musculares, 
impotência, etc.
Figura 6. Exemplo de poluição sonora: congestionamento em grandes cidades.
Fonte: iStock/Getty Images
18
19
Poluição do ar 
A poluição do ar pode provocar danos também aos solos e águas através de 
efeitos como a chuva ácida, e a deposição de poeiras contaminantes no solo e nas 
bacias hidrográficas.
As principais causas da poluição do ar são: indústrias, agricultura (queimadas, e 
poluentes lançados no ar como pesticidas), usinas de geração de energia, domicílios, 
escapamentos de veículos de transporte, etc.
E as principais consequências são: irritação das vias respiratórias, inversão 
térmica, efeito estufa, destruição da camada de ozônio, chuva ácida, etc.
Figura 7. Exemplos de poluição atmosférica.
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE Tipos de Poluição, Caracterização das Águas e Tratamento
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Para complementar os conhecimentos adquiridos nesta unidade, pesquise:
 Sites
Recursos Hídricos
http://goo.gl/ypPZPZ
Águas Subterrâneas no Brasil
http://goo.gl/UTykoa
Vigiagua
http://goo.gl/76ghA3
Esse material enriquecerá sua compreensão a respeito das propriedades e qualidade das 
águas estudadas.
Bom estudo!
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Referências
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