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PLANO DE PROJETO FINAL EM ENGENHARIA
	Informações sobre o aluno
	Nome:
	VINÍCIUS GABRIEL REGO DA SILVA 
	Matrícula:
	202202820652
	
	INTRODUÇÃO
	
	 O presente trabalho de pesquisa na fase de Pré-Projeto propõe a temática – “A Importância da Adequação do Sistema de Esgotamento Sanitário no Âmbito da Construção Civil”. Na proposta temática urge nos estudos de engenharia da Construção Civil refletir sobre o crescente aumento sistemático das populações urbanas e o forte desenvolvimento industrial, sendo ambos os aspectos acompanhados da melhoria constante do poder aquisitivo dos povos, que de forma geral contribuiu com o aumento acelerado da produção de esgotos. 
 Sabe-se que na realidade, como resultado de suas atividades, os seres humanos diariamente geram resíduos sólidos e líquidos. Daí se observa que é importante refletir sobre a disposição adequada dos esgotos, o que é essencial à proteção da saúde pública e do meio ambiente em que se vive. São numerosas as doenças que podem ser transmitidas pela falta da disposição adequada de esgoto sanitário. 
 Portanto, no aspecto sanitário, o destino adequado dos dejetos humanos, visa, fundamentalmente, evitar a poluição do solo e dos mananciais de abastecimento de água, bem como o contato de vetores com as fezes, propiciando a promoção de novos hábitos higiênicos na população e promovendo o conforto e atendimento ao senso estético sobre a estrutura da cidade.
 Atualmente, existem muitos processos para o tratamento de esgoto, seja individuais ou combinados. Assim, se ressalta que a decisão pelo processo a ser empregado, se deve levar em consideração, principalmente, as condições do curso d´água receptor que tem haver diretamente com o estudo de autodepuração e com os limites definidos pela legislação ambiental, bem como da característica do esgoto bruto gerado. 
 Nesse sentido, é necessário se certificar da eficiência de cada processo unitário e de seu custo, além da disponibilidade de área, considerando alguns aspectos importantes na seleção de sistemas de tratamento de esgotos que são: eficiência, confiabilidade, disposição do lodo, requisitos de área, impactos ambientais, custos de operação, custos de implantação, sustentabilidade e simplicidade. 
 É bem verdade que cada sistema deve ser analisado individualmente, adotando-se a melhor alternativa técnica e econômica, buscando-se a melhor adequação do projeto e da manutenção dos equipamentos, obtendo mudança na sua eficiência e o melhor resultado em termos de esgotamento sanitário, cujo objetivo maior é beneficiar a maioria da população. 
	
	
	JUSTIFICATIVA
	
	 Sabe-se que desde as antigas civilizações, a coleta das águas servidas, que hoje chamamos de esgoto sanitário, passou a ser uma das principais preocupações daqueles primeiros povos. Na época já havia inclusive o emprego de manilhas cerâmicas e até ligação direta das casas até os canais, porém essas benfeitorias não chegavam individualmente para cada morador. A parca solução acarretava consequências gravíssimas para a saúde da população, inclusive nos tempos atuais.
 De modo específico, a importância do tema se reflete também diretamente na existência das ‘Redes Coletoras’ que e nas ‘Estações de Tratamento de Esgotos’ como partes essenciais do ‘Sistema de Esgotamento Sanitário’ de uma cidade, sobretudo para manter o saneamento básico adequado e eficiente nos centros urbanos. 
 A inteligência da engenharia no âmbito da Construção Civil projeta as estratégias a fim de levar à população uma água limpa e saudável, sem entupimento e incrustação dos coletores e canais, sem vazamentos, evitando e prevenindo situações de doenças, sobretudo no Brasil que ocupa a 112ª posição no ranking mundial de maior taxa de saneamento, ou seja, cerca de metade da população brasileira não tem acesso aos sistemas de esgotamento sanitário, o que significa quase 100 milhões de pessoas, ou 47% dos brasileiros vivendo sem sofrem o benefício público, além disso, mais de 16% da população, ou quase 35 milhões de pessoas, não têm acesso à água tratada e apenas 46% dos esgotos gerados nos país recebem tratamento adequado do sistema (2020, G1). 
	
	Descrição dos objetivos
	
Geral:
	 Compreender a importância da adequação do Sistema de Esgotamento Sanitário no processo de análise e reconhecimento feito no âmbito da Construção Civil. 
	Específicos:
	1) Mostrar uma abordagem histórica do esgotamento sanitário, sua origem, destinação e características físicas;
2) Associar os elementos de estruturação que compõem o sistema do esgoto sanitário;
3) Definir e classificar as unidades do sistema de esgotamento sanitário;
4) Descrever a preparação para a execução das obras;
5) Explicar a construção das redes de esgoto sanitário;
6) Identificar algumas importantes opções de tratamento do esgoto sanitário
	PROCEDIMENTOS DE INVESTIGAÇÃO E PESQUISA (METODOLOGIA)
	 A pesquisa científica em seu tipo, natureza e modo ganha contornos diferenciados na medida em que se vai desenhando-a na construção do tema pesquisado. Essa construção indica caminhos seguros no aprofundamento da análise de seu objeto de investigação e pressupõe métodos de estudos. De acordo com as palavras de Gil (2007), pesquisa é definida como o “procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos”. Parafraseando, Gil (2007) acrescenta que “a pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados”. 
 No presente trabalho, optou-se pela pesquisa bibliográfica, estando em consonância com a sistemática de Lakatos e Marconi (2001), quando assevera que a pesquisa bibliográfica em sua estrutura fundamental “[...] abrange todo bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos, etc. [...]” e na mesma linha de raciocínio, os autores apontam para a explicação de que a sua finalidade “é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...]”, deixando claro o entendimento da relação direta entre as fontes fidedignas de informações com relação ao tema estudado e o objeto ora pesquisado.
 O lócus da pesquisa se viabilizou pela internet com sites temáticos e teve como critério as condições básicas para o desenvolvimento do trabalho: disponibilidade de horário, ambiente organizado, agendamento prévio combinado para a realização da pesquisa, tendo os autores como referências para o desenvolvimento do trabalho estudado e selecionado sistematicamente. 
	PRINCIPAIS CONCEITOS ACADÊMICO (REFERENCIAL TEÓRICO)
	 No aspecto da memória histórica, Nuvolari (2012) vai lembrar o fato de que desde 3750 a.C., já haviam algumas construções de galerias de esgotos, manilhas cerâmicas e até ligações diretas das casas até os canais. Mas, passando pela Idade Média, não se tem notícia de grandes realizações, no que diz respeito ao saneamento e em especial aos esgotos. Esse aparente relaxamento e desconhecimento da microbiologia até meados do século XIX foram às razões das grandes epidemias que aconteceram na Europa, coincidindo com o caótico crescimento de algumas cidades.
 Para Nuvolari (2012), estudioso do âmbito da Construção Civil, frisando uma certa ligação do sistema de esgotamento sanitário com o contexto histórico, se registra que entre os anos de 1345 e 1349, uma terrível pandemia de peste bubônica na Europa, com 43 milhões de vítimas fatais, numa época em que a população mundial não chegava aos 400 milhões. Mediante os estudos, se sabe hoje que a peste bubônica é transmitida por pulgas infectadas por ratos, o que demonstra que a limpeza não era exatamente um atributo daquelas populações. Outro exemplo é o crescimento populacionalem algumas cidades inglesas no século XIX e as ocorrências trágicas de epidemias nesse período.
 Nota-se, segundo Nuvolari (2012) que a correlação entre o crescimento populacional e o recrudescimento dos problemas com a saúde pública hoje está fácil de perceber, quando se apresentam os números desse crescimento. Na concepção do autor, em 1872 na França, Jean Louis Mouras descobre as vantagens de se acumular o lodo dos esgotos em um tanque, isso antes de lançá-lo numa fossa absorvente na qual posteriormente surge o chamado - tanque séptico. 
 Para Nuvolari (2012) com o grande crescimento das cidades em todo o mundo, ocorrido a partir do final do século XIX e início do século XX, outros países seguiram o exemplo inglês e começaram a se preocupar com o tratamento de seus esgotos. Em 1887, por exemplo, foi construída a Estação Experimental Lawrence, em Massachusetts, nos EUA. 
 Nuvolari (2012) destaca que o sistema separador absoluto, caracterizado pela construção de canalizações exclusivas para os esgotos, foi concebido em 1879 e implantado pela primeira vez na cidade de Memphis no Tenessee, EUA. Pode-se afirmar que, a partir dessas primeiras experiências, os países mais desenvolvidos, em especial a Inglaterra, a maioria dos outros países europeus, os EUA, o Canadá, a extinta União Soviética e mais recentemente o Japão, começaram a efetivar o tratamento dos esgotos de suas cidades. 
 Nas cidades brasileiras, salvo alguns casos isolados, somente a partir da década de 1970 começou a ocorrer um maior avanço na área do saneamento. No entanto, já em 1933, Nuvolari (2012) vai ressaltar que a inteligência da Construção Civil através da Repartição de Águas e Esgotos de São Paulo, apresentou um estudo no qual demonstrava a intensa degradação das águas do Rio Tietê, tendo utilizado a estiagem ocorrida naquele ano para alertar sobre o “perigo de infecção aos ribeirinhos entre São Paulo e Pirapora, numa extensão de 73 quilômetros, pelo leito do rio”. Deve-se ressaltar que, nessa época, o Rio Tietê fazia parte do lazer do paulistano, sendo palco de competições de remo, com vários clubes situados nas suas margens. 
 Outro aspecto teorizado no conceito temático da pesquisa se assenta ao fato de que no Brasil, em 1997, criou-se o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), instituído pela Lei nº 9.433 que estabeleceu diretrizes, programas e metas, visando assegurar, às gerações atuais e futuras, qualidade e disponibilidade de água (BRASIL, 2017). 
 Seguindo a observância estabelecida nos parâmetros das diretrizes nacionais para o saneamento básico, segue sistematicamente expressas na Lei nº 11.445/2007, o chamado - esgotamento sanitário que por sua vez, é “constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários”, podendo estabelecer também determinadas “ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente” (BRASIL, 2007).
 Além da preocupação com a escassez hídrica, têm surgido novas situações relacionadas à preservação da qualidade da água. Dentre elas, destaca-se a contaminação das águas por lançamentos de esgoto. No Brasil, para SCHNEIDER et. al., (2020), o despejo de efluentes in natura ou tratados insuficientemente ainda é uma das principais causas de poluição das águas, especialmente os cursos d’água urbanos. Essa prática pode trazer impactos negativos para a saúde da população que utiliza essas águas como fonte de abastecimento, irrigação ou lazer. 
 É importante destacar que, de acordo com o Sistema Nacional de Informação sobre o Saneamento - SNIS (2022), apenas 48,3% da população do país tem acesso à coleta de esgoto e 38,7% dos esgotos gerados são destinados para tratamento. Portanto, os problemas não estão somente relacionados à cobertura, mas também a eficiência do serviço. 
 Na visão dos estudiosos da Construção Civil, a exemplo de VIEIRA BATISTA (2018), HELLER VON SPERLING (2018) e VON SPERLING (2018) é uma importante ferramenta de suporte à gestão pública a utilização de indicadores de desempenho. No setor de saneamento, este pode ser definido como uma medida quantitativa da eficiência de uma entidade gestora, sendo uma forma importante de avaliação dos serviços prestados à população. 
 Para os autores estudiosos, os indicadores traduzem de forma sintética os aspectos mais relevantes, permitindo assim constituir um sistema claro, racional e transparente. Segundo Brasil (2017), o objetivo principal de qualquer sistema de indicadores de desempenho é fornecer informações ou conjunto de dados que possam ser utilizados com a finalidade de auxiliar a tomada de decisão, daí de pode garantir um sistema de esgotamento sanitário adequado. 
 De modo geral, é importante salientar que para Nuvolari (2012) o sistema de esgotamento sanitário compreende a coleta e transporte da água residuária, o tratamento e conclui com a destinação final, isso depois da água residuária ser tratada e atender os padrões de potabilidade. Desta forma, também é fundamental fazer um estudo aprofundado das características do local, pois dá o suporte necessário para um melhor projeto. Daí se corrobora o que afirma o Ministério das Cidades (2018) de que o acesso às soluções adequadas de esgotamento sanitário em uma comunidade rural tem como objetivos: 
a) Coleta dos esgotos em soluções individuais ou sistemas coletivos;
b) Afastamento rápido e seguro dos esgotos;
c) Tratamento adequado e disposição sanitariamente segura dos esgotos. 
 Frente às referidas medidas de cuidados que visam atender as necessidades humanas básicas de saúde, conforme demonstrado, se pode afirmar também o “acesso adequado ao esgotamento sanitário como de fundamental importância para a conservação do meio ambiente e o desenvolvimento socioeconômico sustentável das comunidades rurais”, compreendendo também a validação para a dimensão de outros. 
 Na linha de pesquisa quanto a melhor adequação das soluções de tratamento de esgotos, se observa que a ação de remoção das substâncias presentes nos esgotos compreende ao fato de que “tais substâncias lançadas diretamente nos corpos hídricos, em quantidade superior à sua capacidade de degradação e assimilação, desempenham ação poluidora nesses corpos d’água”, acentuando e interligando ao fato de que a “deterioração da qualidade do ecossistema aquático proporciona o aumentar do risco de transmissão de doenças de veiculação hídrica”. (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2018). 
 No tocante às soluções de tratamento, de acordo com o Ministério das Cidades (2018), se removem as cargas poluidoras do esgoto através de “processos físicos, químicos ou biológicos, devolvendo ao meio ambiente um volume de água (efluente) tratada, em conformidade com os padrões prescritos pela legislação ambiental”. Contudo, referente à reconhecida Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), inicialmente, para a construção de um sistema de grande envergadura, é preciso fazer uma concepção do projeto, ou seja, estabelecer todas as diretrizes, parâmetros e definições necessárias e suficientes para caracterização completa do sistema a ser projetado (ABNT, 2016).
 Para Sobrinho (2019), identificar e quantificar todos os fatores que vão influenciar o sistema de esgoto são essenciais, devendo ter um levantamento topográfico; características do corpo hídrico; dados meteorológicos; aspectos socioeconômicos; além de ponderar a legislação e normas vigentes; analisar o plano diretor etc. E acrescenta que é igualmente importante também fazer um diagnóstico do sistema existente como foi comentado anteriormente, além de estabelecer os parâmetros básicos do projeto que também é essencial para essa etapa de definição de premissa. 
 O autor ainda ressalta que a última etapa é escolher a alternativa mais adequada levando em consideração os aspectos sociais, econômicos e ambientais, estabelecendoas diretrizes gerais de projeto e estimando a quantidade de serviço que devem ser executados na fase de projeto. O esgoto, que geralmente é conduzido por condutos livres, contém uma grande quantidade de sólidos orgânicos e minerais. Desta forma, é preciso de órgãos acessórios para minimizar os entupimentos. Logo, a partir de certa distância (geralmente explicitada no plano diretor) e em curvas, por exemplo, é importante ter esse mecanismo (SOBRINHO, 2019).
 Levine et al., (2015) ressalta a tratabilidade do esgoto sanitário em sistemas biológicos como depende, enfatizando que dentre outros fatores, podem ser elencado sistematicamente o da “distribuição de tamanho das partículas, a qual é modificada ao longo das etapas de tratamento, devido principalmente à síntese de novas células, floculação, quebra enzimática de macromoléculas e oxidação bioquímica”. Entretanto para o autor, “o conhecimento da distribuição de tamanho das partículas e o estudo das transformações nelas ocorridas durante o tratamento possibilitam”, segundo o mesmo autor, o “delineamento dos mecanismos de remoção de matéria orgânica e, em consequência, o aperfeiçoamento das tecnologias de tratamento biológico”. 
 Vieira (2018) acentua que uma estação de tratamento de esgoto geralmente é composta por um tratamento preliminar, em que a água residuária passa por um gradeamento, caixa de areia (desarenador) e pela Calha Parshall (que vai controlar a vazão). Posteriormente há um tratamento primário em que o decantador primário remove os sólidos suspensos destacando, portanto aqui, alguns pontos gerais com as quais posteriormente serão aprofundados na pesquisa do presente trabalho. 
 Mas, ainda de acordo com Levine et al. (2015) também é estudado a relação entre cinética de degradação do esgoto e a sistemática distribuição de tamanho de partículas em sistemas de tratamento biológico, sobretudo pelo fracionamento das amostras por filtrações sucessivas em membrana, isto é, onde os resultados obtidos indicaram que partículas menores que 1 µm poderiam ser degradadas muito mais rapidamente que aquelas maiores que 1µm, corroborando os resultados de Balmat que pesquisou essa temática em meio ao contexto histórico de 1957. 
 Entretanto, em trabalho posterior, Levine et al. (2015) constata que a filtração de efluentes primários antes de reatores biológicos resultava em maiores taxas de degradação, graças à redução no tamanho das partículas no afluente desses reatores. Novamente, os resultados obtidos reafirmaram as conclusões de Balmat em 1957. 
 Com a construção do sistema de esgoto sanitário numa comunidade, procura-se atingir, principalmente, os seguintes objetivos: melhoria das condições higiênicas locais e o consequente aumento da produtividade; coleta e afastamento rápido e seguro do esgoto sanitário; disposição sanitariamente adequada do efluente; e proteção de comunidades e estabelecimentos de jusante (AZEVEDO NETTO, 1998). 
 Contudo, com a indisponibilidade de recursos financeiros e o alto custo de implantação de sistemas de esgotamento sanitário convencionais do tipo separador absoluto, regiões com baixo desenvolvimento econômico e, muitas vezes, sujeitas a situações topográficas desfavoráveis, acabam não sendo contempladas com serviços básicos de esgotamento sanitário. 
 Em áreas planas ou onde o terreno apresenta baixas declividades, a implantação e operação de redes coletoras de esgoto sanitário pode tornar-se bastante onerosa, pois são frequentes a presença de solos moles e lençol freático alto, que exigem disposições construtivas especiais, a necessidade de instalação e operação de estações elevatórias, bem como a possibilidade de ocorrência de maiores problemas, uma vez que são considerados os riscos de geração de sulfeto de hidrogênio pela falta de autolimpeza das tubulações (TSUTIYA E SOBRINHO, 1999, p. 32; QUEIROZ, 2015). 
 Em locais com topografias acidentadas, em contrapartida, as redes coletoras de esgoto apresentam resultados satisfatórios de tensão trativa, certificando a autolimpeza dos coletores. Contudo, redes com elevadas declividades podem ocasionar escoamento com altas velocidades, o que pode vir a ser danoso para a integridade das superfícies internas das canalizações, principalmente pelo efeito do atrito causado pelos sólidos presentes no escoamento. 
 Na abordagem sobre o aspecto do uso da cinética de biodegradação referente às frações do esgoto, a análise da distribuição de tamanho de partículas possibilita um conhecimento mais detalhado de sua composição, auxiliando assim na concepção dos sistemas de tratamento. Para Levine et al, (2015), fornecer informações sobre os fenômenos ocorridos nos reatores biológicos, a exemplo da simples comparação entre as composições do afluente e do efluente das unidades de tratamento são medidas importantes apresentadas nas “concentrações médias de sólidos totais e voláteis, sobretudo nas frações sedimentável, supracoloidal, coloidal e solúvel de amostras de esgoto sanitário e efluente secundário”, o que para esses autores, contemplam apenas duas frações genéricas (filtrável e não filtrável em membrana de 1,2 µm), correspondentes aos sólidos “dissolvidos” e “suspensos”. 
 O sistema condominial de esgotos, por sua vez, permite aliar a redução dos investimentos à preservação da qualidade dos serviços, sendo ainda versátil frente às altas densidades habitacionais e aos diversos assentamentos constituídos espontaneamente. Esse sistema procura ser o mais adequado às condições locais topográficas, urbanísticas, habitacionais e também socioeconômicas A partir de fatores como a redução do número de ligações na rede pública, decréscimo da extensão dessa rede e redução da profundidade da tubulação, o sistema condominial apresenta vantagens sob o sistema convencional atualmente utilizado e motiva a universalização do saneamento no Brasil (MELO, 2008, p.35). 
 Em localidades com topografia plana, a necessidade do traçado da rede coletora em contornar todas as quadras para a efetivação da ligação individual de cada residência determina a maior profundidade necessária para a rede coletora. Com maiores extensões e maiores profundidades de rede, maiores são os obstáculos encontrados nas escavações. 
 Outras desvantagens são destacadas por Melo (2008, p.25): [...] a quebra e reposição de pavimentos; os custos de escoramentos que asseguram a estabilidade das valas mais profundas; a maior probabilidade de ocorrência de lençol freático a exigir rebaixamento; o encontro de rochas que demandem maiores esforços de desmonte ou até o uso de explosivos; ou ainda, interferências com outras obras de infraestrutura e que obrigam uma quase sempre desconfortável e cara conciliação. 
 Os esgotos condominiais, por sua vez, são relativamente novos no setor de saneamento do Brasil. Desenvolvido como alternativa viável aos esgotos convencionais, os esgotos condominiais são caracterizados por materiais baratos, escavações rasas, pequenos diâmetros e declives modestos (NANCE, 2005, p.3). 
 Porém, segundo Moraes (2000, p.5), mesmo com o menor custo de implantação do sistema condominial em relação ao sistema convencional e da adequação à realidade de ocupação das periferias urbanas brasileiras existem restrições para a sua implantação, principalmente em larga escala. 
 O sistema condominial não diz respeito unicamente à execução de uma obra física, e sim a uma obra social que deve ser planejada, executada e mantida a partir de acordos, pactos que envolvem o Poder Público, as populações beneficiadas e as lideranças locais. Para tanto, um programa de educação sanitária e ambiental deve acompanhar a implementação do sistema condominial, para que haja um processo de discussão intenso com as populações alvo (MORAES, 2000, p. 75).
	BIBLOGRAFIA
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9649. Rio de Janeiro, 2016.
AZEVEDO NETTO, J. M.; FERNANDEZ, M. F.; ARAUJO,R.; ITO, A. E. Manual de Hidráulica. 8. Ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1998. 
BRASIL, Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), instituído pela Lei nº 9.433, Ministério do Desenvolvimento. 2017. 
BRASIL. LEI No 11.445, DE 5 DE JANEIRO DE 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. Brasil: [s.n.]. Disponível em: , 2007.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 
G1 – INSTITUTO TRATA BRASIL. Infográfico Atualizado, Tv Gazeta, Notícias – Saneamento Básico, 2020. 
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos metodologia científica. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2001.
LEVINE, A. D.; TCHOBANOGLOUS, G.; ASANO, T. Caracterização da distribuição granulométrica de contaminantes em águas residuais: implicações para tratamento e reutilização. J. Wat. Pollut. Control Fed., v. 57, n. 07, p. 805-816, 2015. 
MELO, J. C. Sistema Condominial: uma resposta ao desafio da universalização do saneamento. Brasília: Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, 2008. 
MORAES, L. R. S. et al. Avaliação do Uso e Funcionamento do Sistema Condominial de Esgotos em Área Periurbana de Salvador – Brasil. XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental. ABES. 2000. 
MINISTÉRIO DAS CIDADES. Processos de tratamento de esgotos: guia do profissional em treinamento: nível 1. Brasília, DF: Ministério Das Cidades, Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, 2018.
NANCE, E. B. Multistakeholder Evaluation of Condominial Sewer Services. American Journal of Evaluation, v. 26, n. 4, p. 480-500. 2005. 
NUVOLARI, A. et al. Esgoto sanitário: coleta, transporte, tratamento e reuso agrícola. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 2012. 
SOBRINHO, P.; TSUTIYA, M. T. Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário, 1 ed., São Paulo: Dpto. de Engenharia Hidráulica e Sanitária/USP, 2019.
SCHNEIDER, D. D.; SANTOS, R. dos; MARTINEZ, R. C.; COUTINHO, S. M. V.; MALHEIROS, T. F.; TEMOTEO, T. G. Indicadores para serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário voltados às populações vulneráveis. Rev. Bras. Ciênc. Ambient., 2020. 
SNIS - Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento. Dados gerais do saneamento básico no Brasil. [S. l.], 2012. Disponível em: . Acesso em: 4 jul. 2022. 
TSUTIYA, M. T.; SOBRINHO, P. A. Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário. 1. Ed. São Paulo: Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 1999.
	VIEIRA, J. M. P.; BAPTISTA, J. M. Indicadores de Desempenho para Melhoria dos Serviços de Saneamento Básico. Rev. Eng. Civil, n. 33, p. 87-112, 2018. 
VON SPERLING, T. L. Estudo da utilização de indicadores de desempenho para avaliação da qualidade dos serviços de esgotamento sanitário. 2010. 140 f. Dissertação (Mestrado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2018.

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