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ANÁLISE DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO NOSSI DISTRITO DE SANGA POSTO ADMINISTRATIVO DE UNANGO

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Universidade Lúrio 
Faculdade de Ciências Agrarias 
Curso de Licenciatura em Engenharia Florestal 
 
 
ANÁLISE DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO NOSSI DISTRITO DE 
SANGA POSTO ADMINISTRATIVO DE UNANGO 
Trabalho da Cadeira de Maneio de Bacias Hidrográficas 
5o Grupo 
Discentes: 
Ermelinda Chiteue 
Guilherme Chale 
Idelson Pinto 
Jordão Antônio 
Shelsia Fonseca 
Docente: 
MSc. Alfredo Duvane 
 
 
 
 
 
Unango, Junho de 2023 
 
ÍNDICE 
I.INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4 
1.1. Problema e justificativa ..................................................................................... 5 
1.2.Objectivos ............................................................................................................... 6 
1.2.1.Geral ................................................................................................................. 6 
1.2.2.Específicos ....................................................................................................... 6 
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 7 
2.1.Bacia hidrográfica ................................................................................................... 7 
2.2.Ciclo hidrológico .................................................................................................... 8 
2.3.Sensoriamento Remoto ........................................................................................... 8 
2.3.1.Landsat 5 - TM ................................................................................................. 9 
2.3.2.Landsat 8 – OLI................................................................................................ 9 
2.4.Geoprocessamento ................................................................................................ 10 
III. METODOLOGIA ..................................................................................................... 11 
3.1.Localização da área de estudo............................................................................... 11 
3.1.1.Caracterização da área de estudo ................................................................... 11 
3.2.1.Solos ............................................................................................................... 11 
3.2.2.Vegetação ....................................................................................................... 12 
3.2.3.Clima .............................................................................................................. 12 
3.2.4.Fauna .............................................................................................................. 12 
3.3.Recolha de dados geoespaciais ............................................................................. 12 
3.3.1.Aquisição de Imagens .................................................................................... 13 
3.3.2.Tratamento e Processamento de Imagens ...................................................... 13 
3.3.3.Classificação de Uso e Cobertura de Terra .................................................... 13 
IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 14 
4.1.Cobertura vegetal na bacia hidrográfica do rio Nossi ........................................... 14 
4.2.Distribuição da precipitação na bacia hidrográfica do rio Nossi .......................... 16 
4.3.Classificação de solos na bacia hidrográfica do rio Nossi .................................... 19 
4.4.Variação topográfico da bacia hidrográfica do rio Nossi ..................................... 21 
V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ................................................................... 24 
5.1.Recomendações .................................................................................................... 24 
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 25 
 
 
4 
 
I.INTRODUÇÃO 
A compreensão da dinâmica espaço-temporal dos elementos, principalmente 
precipitação, solos, topografia e cobertura vegetal em bacias hidrográficas merece uma 
ênfase especial, uma vez que, o conhecimento de sua distribuição no espaço e da sua 
irregularidade no tempo tornam-se fundamentais para o planeamento destas áreas de 
grande importância para a gestão e preservação dos recursos hídricos, mas que estão cada 
vez mais ocupadas pelas incessantes atividades antrópicas (Paulo et al., 2014). 
Assim sendo, estes elementos interferem em todos as frações das actividades econômicas 
e do ecossistema, através do ciclo hidrológico, pois a água encontra-se em todos os 
estágios e fases do sistema superfície-atmosfera (Albino, 2012). 
Por outro lado, as alterações geradas pelas atividades humanas sobre a cobertura do solo 
podem alterar consideravelmente a dinâmica do ciclo da água (Pereni, 2020). 
Segundo Neto (2021), dentre os motivos que tem promovido a degradação dos recursos 
hídricos e os levado ao patamar de finito, destacam-se o rápido crescimento populacional 
e a urbanização acelerada; a falta e ineficiência de gestão 
Compreender as interações e efeitos dos diferentes maneios sobre o ciclo hidrológico é 
de fundamental importância para o desenvolvimento sustentável dos recursos da água em 
uma bacia hidrográfica. 
Moçambique tem uma taxa de desmatamento anual de 0,79%, representando uma perda 
anual de quase 267.000 hectares de floresta, o equivalente a 1.000 campos de futebol, 
todos os dias (Albino, 2012). 
As respostas hidrológicas às mudanças ambientais vêm sendo amplamente estudadas no 
meio científico que utilizam métodos quali-quantitativos para avaliar seus efeitos nas 
propriedades das bacias hidrográficas, a remoção sucessiva de vegetação por 
desmatamento da floresta e sobre-exploração aumentaram os riscos de secas e 
inversamente, o aumento da frequência de inundações nas bacias (Oliveira, 2021). 
Portanto esse estudo objectivou analisar as modificações ocorridas na vegetação da bacia 
hidrográfica do rio Nossi nos últimos 25 anos através de técnicas de Sensoriamento 
Remoto. 
 
 
https://twitter.com/intent/tweet?text=A+extens%C3%A3o+da+degrada%C3%A7%C3%A3o+da+floresta+%C3%A9+impressionante.+Mo%C3%A7ambique+tem+uma+taxa+de+desmatamento+anual+de+0%2C79%25%2C+representando+uma+perda+anual+de+quase+267.000+hectares+de+floresta%2C+o+equivalente+a+1.000+campos+de+futebol%2C+todos+os+dias.&url=https://blogs.worldbank.org/pt/nasikiliza/pagamento-baseado-em-reducao-de-emissao-impulsiona-conservacao-florestal-sustentavel-em/?cid=SHR_BlogSiteTweetable_PT_EXT&via=WorldBankAfrica
https://twitter.com/intent/tweet?text=A+extens%C3%A3o+da+degrada%C3%A7%C3%A3o+da+floresta+%C3%A9+impressionante.+Mo%C3%A7ambique+tem+uma+taxa+de+desmatamento+anual+de+0%2C79%25%2C+representando+uma+perda+anual+de+quase+267.000+hectares+de+floresta%2C+o+equivalente+a+1.000+campos+de+futebol%2C+todos+os+dias.&url=https://blogs.worldbank.org/pt/nasikiliza/pagamento-baseado-em-reducao-de-emissao-impulsiona-conservacao-florestal-sustentavel-em/?cid=SHR_BlogSiteTweetable_PT_EXT&via=WorldBankAfrica
https://twitter.com/intent/tweet?text=A+extens%C3%A3o+da+degrada%C3%A7%C3%A3o+da+floresta+%C3%A9+impressionante.+Mo%C3%A7ambique+tem+uma+taxa+de+desmatamento+anual+de+0%2C79%25%2C+representando+uma+perda+anual+de+quase+267.000+hectares+de+floresta%2C+o+equivalente+a+1.000+campos+de+futebol%2C+todos+os+dias.&url=https://blogs.worldbank.org/pt/nasikiliza/pagamento-baseado-em-reducao-de-emissao-impulsiona-conservacao-florestal-sustentavel-em/?cid=SHR_BlogSiteTweetable_PT_EXT&via=WorldBankAfrica
5 
 
1.1.Problema e justificativa 
O Sensoriamento Remoto contribui como uma ferramenta de análise de variabilidade 
espaço-temporal, auxiliando análises dos factores degradação uso e ocupação do solo e 
pode gerar subsídios para gestãodos recursos hídricos (Alves, 2019). 
A água é o insumo fundamental para a sobrevivência humana, animal, e vegetal sendo 
oportuno desenvolver estudos, principalmente, utilizando imagens de satélites que 
conseguem, através de classificação supervisionada, analise dos parâmetros precipitação, 
solos, topografia e cobertura vegetal possibilitam a constatação e magnitude das 
mudanças no ambiente hídrico (Silva, 2021). 
Baixos valores desses parâmetros indicam sinal de perturbação, caracterizando mudanças 
na bacia hidrográfica e a perda de vigor vegetativo, indicando déficit de precipitação 
gerando risco à região (Filho, 2007). 
A bacia hidrográfica do Rio Nossi enfrenta desafios e ameaças que podem comprometer 
sua sustentabilidade. Entre eles, destacam-se a degradação devido as atividades 
antrópicas, concretamente: a produção de carvão vegetal, extração de lenha e matéria de 
construção. 
Esses factores podem impactar negativamente a qualidade e a quantidade de água 
disponível na bacia, afectando directamente a vida das comunidades que dela dependem 
para vários fins. 
Este trabalho irá contribuir para análise e monitoramento da bacia hidrográfica do rio 
Nossi, utilizando técnicas de Sensoriamento Remoto que vêm sendo cada vez mais 
implementadas para estas análises e tomadas de decisões além de observar a vegetação 
nas margens e entorno dos reservatórios, onde é possível observar também a manutenção 
das áreas de preservação permanente. 
A análise da bacia hidrográfica do Rio Nossi se torna crucial para identificar os problemas 
existentes, diagnosticar suas causas e propor medidas adequadas de manejo e 
conservação. 
 
 
 
6 
 
1.2.Objectivos 
1.2.1.Geral 
Analisar o nível de degradação da bacia hidrográfica do rio Nossi através de imagens do 
ano 1995, 2015 e 2020, utilizando imagens do sensor Landsat 5 e OLI Landsat 8. 
1.2.2.Específicos 
 Caracterizar a bacia hidrográfica antes, no período e depois da degradação; 
 Descrever os factores que influenciam no nível de perturbação antes, no período 
e depois degradação; 
 Propor medidas mitigativas para cada factor influenciador na degradação da bacia 
hidrográfica do rio Nossi. 
 
 
7 
 
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1.Bacia hidrográfica 
De acordo com Neto, (2021), a bacia hidrográfica é uma área de captação natural da água 
precipitada, através da chuva, que converge em forma de escoamento superficial para um 
único ponto chamado exutório. 
Segundo Oliveira (2021), a bacia hidrográfica, pode ser definida como produto dos fluxos 
das redes de drenagem e conjunto de terras drenadas por um rio e seus afluentes, formada 
nas regiões mais altas do relevo por divisores de água, onde as águas das chuvas, ou 
escoam superficialmente formando os riachos e rios, ou infiltram no solo para a formação 
de nascentes e do lençol freático. 
A bacia hidrográfica pode ser entendida como a área de captação natural dos fluxos de 
água, originados a partir da precipitação, que faz convergir os escoamentos para um único 
ponto de saída, denominado exutório, onde toda a vazão afluente pode ser medida (Pereni, 
2020). 
O corpo de água principal dá o nome à bacia hidrográfica e recebe contribuição dos seus 
afluentes, sendo que cada um deles pode apresentar contribuintes menores. Dessa forma, 
em uma bacia existem várias sub-bacias ou áreas de drenagem, que são unidades 
fundamentais para a conservação e o maneio da mesma (Silva, 2021). 
As diferentes atividades que acontecem em uma bacia hidrográfica alteram a sua resposta 
hidrológica (Oliveira, 2021). Dessa forma, podem ser classificadas em: bacias naturais, 
onde há vegetação nativa com pouca ou nenhuma interferência antrópica, bacias rurais, 
áreas com atividade principal focada na agricultura e/ou pecuária, e bacias urbanas, áreas 
urbanizadas e com maior interferência antrópica (Filho, 2007). 
Para Neto (2021), a bacia hidrográfica pode ser entendida como um sistema físico, onde 
há entrada de água (volume de água precipitado) que geram saídas de água por 
escoamento e evapotranspiração. Sua delimitação é feita por divisores de água, ou 
denominados divisores topográficos, que estão localizados na parte mais alta do relevo 
entre duas vertentes. A delimitação pode ser realizada por meio digital com apoio de 
Sistemas de Informação Geográfica (SIG`s) ou manualmente utilizando cartas 
topográficas (Pereni, 2020). 
8 
 
2.2.Ciclo hidrológico 
O ciclo hidrológico é uma sequência fechada de fenômenos naturais que pode ser dividida 
em duas partes: o ramo aéreo, normalmente o estudo no âmbito da meteorologia e o ramo 
terrestre, objecto da hidrologia (Pereni, 2020). 
Para Neto (2021), o ciclo hidrológico é um fenômeno global de circulação fechada da 
água entre a superfície terrestre (continentes e oceanos) e a atmosfera, alimentado 
principalmente pela energia solar, gravidade e rotação terrestre. A troca entre as 
circulações da superfície terrestre e da atmosfera, ocorre em dois sentidos: a) no sentido 
superfície-atmosfera: o fluxo de água acontece principalmente na forma de vapor, como 
decorrência dos fenômenos de evaporação dos oceanos, lagos e rios e transpiração das 
vegetações; b) no sentido atmosfera-superfície: o fluxo de água acontece em qualquer 
estado físico, sendo mais relevante as precipitações (chuva e neve), ocorrendo também 
fenômenos como infiltrações, escoamento superficial e subterrâneo 
O ciclo hidrológico está ligado diretamente às características morfométricas de uma bacia 
hidrográfica, a morfometria denota os aspectos quantitativos do relevo, como as variáveis 
relacionadas a medida de altura, comprimento, largura, superfície, volume, altura 
absoluta e relativa, inclinação (declividade), curvatura, orientação, densidade e 
frequências de suas formas (Moreira, 2014). Estas características influenciam 
directamente na infiltração, na quantidade de água produzida com o deflúvio, na 
evapotranspiração e no escoamento superficial e subsuperficial em uma bacia (Albino, 
2012). 
2.3.Sensoriamento Remoto 
Malinconico (2016), definem que o sensoriamento remoto é uma maneira de mapear a 
superfície terrestre de forma constante e precisa, para analisar o nosso planeta, podem ser 
utilizados os índices espectrais que são resultados de operações matemáticas entre valores 
numéricos de pixel das bandas de uma imagem ou raster. 
O sensoriamento remoto pode ser definido, como a aquisição de informações sobre um 
objecto a partir de medidas feitas por um sensor que não se encontra em contato físico 
direto com ele (Silva, 2011). 
Para Paulo et al. (2014), o sensoriamento remoto é destinado, principalmente, a identificar 
e classificar entidades e eventos, registrados a distância por diversos detectores. 
9 
 
Basicamente, para fazer esse mapeamento são enviados satélites para a órbita planetária, 
assim, os dados providos pelos sensores remotos podem ser empregados no estudo de 
diversos alvos da superfície do planeta, entre eles: vegetação, solos, rochas, águas, gelo, 
efeitos vulcânicos e uso da terra (Malinconico, 2016; Oliveira, 2021). 
A utilização de imagens orbitais, no estudo da superfície terrestre, proporciona uma 
melhor capacidade de gerenciar, estudar e monitorar os alvos desejados pois fornecem 
um maior número de informações espectrais refletivas pelos alvos, bem como 
proporcionam um acompanhamento temporal (Malinconico, 2016). 
2.3.1.Landsat 5 - TM 
O Landsat 5 foi o quinto satélite do Programa Landsat da NASA. Foi lançado em 1º de 
março de 1984, da Base da Força Aérea de Vandenberg, Califórnia, Estados Unidos, 
através de um foguete Delta 3920. O Programa Landsat é administrado pela NASA, 
gerenciado pela USGS e os dados obtidos dos satélites são colectados e distribuídos pelo 
USGS. O satélite é um dos mais longevos ainda em funcionamento, estando em uma 
órbita baixa da Terra. A plataforma LANDSAT-5 opera com o sensor TM (Thematic 
Mapper).Em 21 de dezembro de 2012, o USGS anunciou o desligamento do Landsat 5 
sendo desativado nos meses seguintes após o fracasso de um dos giroscópios do satélite. 
O satélite foi desativado em 5 de junho 2013 
2.3.2.Landsat 8 – OLI 
O Landsat 8 é o oitavo da série de satélites do Programa Landsat e o sétimo a alcançar 
com sucesso a órbita terrestre. O satélite foi construído pela Orbital Sciences Corporation 
que serviu como contratante principal para a missão. Foi lançado em 11 de fevereiro de 
2013. 
Segundo USGS (2013), durante os primeiros cerca de 100 dias em órbita, o LDCM passou 
por check-out e verificação pela NASA, sendo o LDCM foi entregue ao USGS e 
oficialmente renomeado Landsat 8. O satélite envia imagens com mais detalhes, cores 
mais reais e pormenores mais definidos. O satélite tira duas vezes mais fotografias diárias 
que o antigo satélite usado pela Google, o Landsat 7, para além de ter uma qualidade, 
rapidez, detalhe e área cobertura inigualáveis (USGS, 2022). Desde então o Landsat 8 
segue em funcionamento normal até os dias atuais. A plataforma LANDSAT-8 opera com 
dois instrumentos imageadores, sendo o primeiro, Operational Land Imager (OLI), com 
nove bandas espectrais incluindo a banda pancromática e o segundo é o Thermal Infrared 
10 
 
Sensor (TIRS) com duas bandas de pixel de 100 metros, processadas e disponibilizadas 
em 30 metros, para coincidir com a maioria das bandas multiespectrais do sistema 
imageador OLI. 
2.4.Geoprocessamento 
O geoprocessamento pode ser definido como um conjunto de tecnologias voltadas à 
coleta e tratamento de informações espaciais para um objetivo específico (Silva, 2011). 
Segundo Neto (2021), o geoprocessamento constitui uma técnica fundamental para a 
manutenção de registros do uso da terra ao longo do tempo. As imagens de satélite são 
muito importantes e úteis, pois permitem avaliar as mudanças ocorridas na paisagem de 
uma região e num dado período, registrando a cobertura vegetal em cada momento. 
O acompanhamento e avaliação dos impactos do uso do solo sobre os ambientes naturais 
através de imagens de satélites são fundamentais para que se dê o planeamento ideal de 
áreas afectadas (De Oliveira, 2018). 
As geotecnologias vêm se constituindo num valioso instrumento para a organização 
dessas informações (Paulo et al., 2014). Através do geoprocessamento, com auxílio do 
sensoriamento remoto e cartografia digital, possível reunir uma ampla base de 
informações georrefereciadas a qual pode-se atrelar um banco de dados, facilitando a 
visualização sistêmica da unidade espacial e, por conseguinte auxiliando na proposição 
de planos de gestão e de planeamento (Silva, 2011). 
Devido as grandes áreas ocupadas pelas bacias hidrográficas para esse tipo de estudo é 
fundamental o uso de técnicas de sensoriamento remoto (Moreira, 2014). Na vertente da 
geotecnologia o sensoriamento remoto consiste na tecnologia que capta imagens e 
informações da superfície terrestre sem contato físico através de um sensor que realiza a 
captação de energia emitida ou refletida (Neto, 2021). Essas informações são 
decodificadas e analisadas com auxílio do geoprocessamento (Filho, 2007). Assim o 
sensoriamento remoto é fundamental para obtenção de bons resultados em grandes áreas. 
 
11 
 
III. METODOLOGIA 
3.1.Localização da área de estudo 
3.1.1.Caracterização da área de estudo 
O Posto Administrativo de Unango, especificamente em Unango Sede localiza-se no 
centro do Distrito de Sanga e dista 12km da Sede Distrital de Malulo, com uma via de 
acesso principal que possui 4,5 km terraplanadas e 7,5 de asfalto. A Norte, faz fronteira 
com Posto Administrativo de Macaloge, a sul com distrito de Lichinga através de uma 
linha imaginária, a este com distrito de Muembe através do rio Lucheringo e oeste com 
Posto Administrativo de Lucimbesse (Relatório Anual do Posto Administrativo de 
Unango (RAPAU), 2014). 
 
Figura 1: Mapa de Localização da bacia hidrográfica do rio Nossi. 
Fonte: Autores (2023) 
3.2.1.Solos 
Os solos do Distrito de Sanga são predominantemente argilosos, vermelhos profundos e 
bem drenados, associados a climas húmidos e sub-húmidos, ocupando manchas 
consideráveis nas regiões altas e chuvosas da cordilheira de Sanga. Os solos desta área 
também destacam-se pela elevada fertilidade e potencialidade argilosa, tornando-a uma 
zona agro-ecológica (MAE, 2014). 
12 
 
3.2.2.Vegetação 
O Distrito de Sanga encontra-se na região Zambeziana com formações florestais do tipo 
Miombo decíduo seco, Miombo decíduo e Miombo decíduo tardio, predominando as 
espécies: Brachystegia boehmii, Brachystegia speciformis, Julbernardia globiflora, 
Uapaca krikiana e Uapaca nítida, o posto Administrativo de Unango por fazer parte do 
distrito de Sanga apresenta também essas características no que diz respeito a vegetação, 
tanto nas zonas planálticas e montanhosas (MAE, 2014). 
3.2.3.Clima 
O clima do Distrito de Sanga é caracterizado por uma convergência intertropical que 
origina duas estações definidas. A estação chuvosa, que vai de Dezembro a Março, sendo 
Abril o mês de transição e a estação seca e fria de Maio a Outubro. A precipitação média 
anual varia de 1000 a 1200 mm, chegando a atingir o máximo de 2000 mm. A temperatura 
durante a estação quente e húmida é de 20 e 23oC em média (MAE, 2014). 
3.2.4.Fauna 
A distribuição da fauna está relacionada com a distribuição das associações vegetais com 
as condições hídricas podendo verificar-se na área uma grande diversidade de animais 
que vai desde espécies aquáticas (peixes, batráquios), até terrestres (aves, repteis, insectos 
e mamíferos). O Distrito possui particularmente uma alta diversidade de fauna bravia, 
incluindo espécies como elefante, (Loxodonda africana), hipopótamo (hipopótamo 
amphibio), Cudo (Tragelaphus strepsiceros), Zebra (Equus burchelii), Leão (Panthera 
leo), Leopardo (Panthera parthus), e espécies raras como o Cão selvagem-malhado 
(Lycaon partus) (MAE, 2014). 
3.3.Recolha de dados geoespaciais 
Para o presente estudo foram usados dados oriundo do website da USGS (United States 
Geological Survior - http://glovis.usgs.gov/), https://search.asf.alaska.edu/) e durante o 
processo de realização do trabalho foram empregados os seguintes equipamentos e 
programas informáticos:Notebook/Laptop com processador i5 ou superior, com 
velocidade de processamento 2.40GHz, 4GB de memória RAM; Imagens de Satélite 
LandSat – 5 ETM+ e LandSat - 8; Imagens do satélite ALO PALSAR - DEM e Software 
ArcGis (ESRI) versão 10.8. 
http://glovis.usgs.gov/
https://search.asf.alaska.edu/
13 
 
3.3.1.Aquisição de Imagens 
As imagens de LandSat - 8 e LandSat - 5 ETM+ referentes a área de estudo foram obtidas 
no Website da USGS (United States Geological Survior - http://glovis.usgs.gov/), sendo 
que foram escolhidas cenas com poucas perturbações em relação a visibilidade espectral, 
isto é, com uma percentagem de nuvens próximo de zero porcento (0%) onde as mesmas 
foram tiradas para as datas 13 de Maio de 2015 para imagem de LandSat - 8 e 20 de Julho 
de 2005 para imagem de LandSat - 5 ETM+ ambas pertencentes a Coluna 168 e Linha 
69. As cenas tiradas não acarretaram a realização de correcções radiométricas e 
geométricas das mesmas. 
3.3.2.Tratamento e Processamento de Imagens 
Com base na ferramenta Composite Bands (Data Management Tools > Raster > Raster 
Processing) fez-se a composição de bandas no software ArcGis 10.2.2, onde para o 
LandSat – 8 foram utilizadas as bandas 5, 4 e 3 e para o LandSat – 5 ETM+ foram 
utilizadas as bandas 4, 3 e 2 para combinação RGB (Red, Green e Blue) respectivamente. 
O mapeamento de uso e cobertura de solos foi realizado com base nas cenas de imagens 
de satélite tiradas para os anos de 2005 e 2015. 
3.3.3.Classificação de Uso e Cobertura de Terra 
A classificação de uso e cobertura de terra foi gerado a partir da vectorização das imagens 
satélite LandSat –8 para o ano de 2015 e LandSat 5 ETM+ referente ao ano de 2005 no 
software ArcGis 10.2, onde foram consideradas as seguintes classes de uso de terra: 
Floresta aberta, campos agrícolas, pastagem, pastagens arbustivas, vegetação arbustiva e 
corpos de água sendo que para as referidas classes foram criados polígonos para os 
mesmo nas cenas de imagens de satélite. 
 
14 
 
IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
4.1.Cobertura vegetal na bacia hidrográfica do rio Nossi 
A figura, representa os mapas nos períodos antes da perturbação, período de perturbação 
e após a perturbação, de uma forma geral, os resultados demostram um baixo senário de 
perturbação, verificando-se manchas brancas (campos agrícolas) em menor quantidade e 
manchas verde em grandes quantidades, indicando assim a predominância da cobertura 
florestal em todos períodos em análise para a bacia hidrográfica, este facto, deve-se 
provavelmente por ser uma região de altitudes elevadas e vegetação densa em relação a 
outras regiões dentro do Posto Administrativo de Unango o que desencoraja a prática da 
agricultura e extração de material combustível o que contribui para a não degradação 
dessa região. 
 
Figura 2: mapeamento da degradação da vegetação em três períodos distintos. 
Fonte: Autores (2023). 
A tabela fornece dados quantitativos sobre a área em hectares de diferentes classes de 
terrenos nos anos de 1995, 2015 e 2020. A análise dos números revela mudanças 
significativas na distribuição dessas classes ao longo do tempo. 
15 
 
Em 1995, os campos agrícolas ocupavam 10.010,86 hectares, correspondendo a apenas 
0,058562% da área total. No entanto, essa área aumentou para 14.960,57 hectares em 
2015, representando 0,087516% da área total, e posteriormente para 116.029,6 hectares 
em 2020, correspondendo a 0,678751% da área total. Esses números indicam um aumento 
considerável na área dedicada à agricultura ao longo dos anos. 
No caso das florestas abertas, em 1995 elas ocupavam 5.240,258 hectares, representando 
30,65451% da área total. Em 2015, a área aumentou para 7.078,02 hectares, 
correspondendo a 41,40506% da área total, mas em 2020 houve uma redução para 
6.407,615 hectares, correspondendo a 37,48332% da área total. Esses dados indicam 
flutuações na área de florestas abertas, com uma ligeira diminuição ao longo do tempo. 
Já as florestas densas, em 1995, ocupavam uma área de 11.844,31 hectares, 
correspondendo a 69,28693% da área total. Essa área diminuiu para 10.001,6 hectares em 
2015, representando 58,50742% da área total, mas aumentou novamente para 10.570,93 
hectares em 2020, correspondendo a 61,83793% da área total. Esses números revelam 
algumas flutuações na área de florestas densas, mas mantendo uma parcela significativa 
do terreno ao longo do tempo. 
Assim, a análise dos dados quantitativos indica um aumento notável na área de campos 
agrícolas, enquanto as florestas abertas e densas tiveram variações em suas respectivas 
áreas, sem perder sua importância no cenário geral. 
Área (ha) 
Classes 1995 1995 
(%) 
2015 2015(%) 2020 2020(%) 
Campos Agrícolas 10,01086 0,058562 14,96057 0,087516 116,0296 0,678751 
Florestas Abertas 5240,258 30,65451 7078,02 41,40506 6407,615 37,48332 
Florestas Densas 11844,31 69,28693 10001,6 58,50742 10570,93 61,83793 
Tabela 1: Dados quantitativos de área para a bacia hidrográfica do rio Nossi. 
Fonte: Autores (2023). 
16 
 
Estes resultados se assemelham com os encontrados por Filho (2007); Silva (2011), que 
encontram alterações na cobertura vegetal na bacia hidrográfica Ribeirão Engenho de 
Ferro. 
4.2.Distribuição da precipitação na bacia hidrográfica do rio Nossi 
A Fig. 2 abaixo representa a variação e suas tendências da precipitação na bacia 
hidrográfica do rio Nossi, observa-se que que a tendência muda durante o período de 
estudo. Constatou-se em relação à média de precipitação uma certa irregularidade na 
distribuição e nas quantidades mensais. Os resultados obtidos para o ano de 1995, mostra 
uma tendência crescente da precipitação mensal das tendências sul de novembro (34,1488 
e 25,83 mm) e dezembro (249,388 e 245,996 mm) das partes do norte de janeiro (337,771 
e 312,391 mm) e fevereiro (305,507 e 252, 346), enquanto os meses março (185,07e 
155,014 mm) e outubro (3,72397 e 2,893 mm) correspondente as partes norte e centro 
apresentaram uma tendência decrescente de precipitação. 
 
Figura 3: Distribuição da precipitação entre os meses de Outubro a Janeiro de 1995. 
Fonte: Autores (2023). 
Analisando a espacialização da variação das chuvas para o ano de 2015, observa-se que 
os meses de novembro, dezembro, janeiro e março, a quantidade de chuvas foi maior que 
17 
 
no mês de fevereiro, obtendo-se 56,5331 e 46,295; 241,929 e 227,618; 307,18 e 279,225; 
265,023 e 247,3 mm respectivamente, de precipitação pluvial, de acordo com a fig. 3. 
Pode-se observar, nesta área de estudo, em relação ao ano 2015 que a precipitação mínima 
alcançou 5,77551 mm, enquanto para o ano 1995, a mínima foi de 2,893mm, como mostra 
a Fig. 3. Desta forma, pode-se concluir que ocorre marcada variabilidade nessa área de 
estudo. 
Em 2015, a precipitação aumentou nos meses de novembro e dezembro de 34,1488 e 
25,83 e 249,388 e 245,996 mm em 1995 para 56,5331 e 46,295; 241,929 e 227,618 mm. 
Em contrapartida, os meses de março e outubro foram os meses com menor precipitação 
em 1995 com respectivamente 185,07e 155,014 mm e 3,72397 e 2,893 mm. No que tange 
ao mês de janeiro tanto para o ano de 1995 e 2015 a distribuição da precipitação mostrou 
uma tendência aproximadamente homogênea, obteve-se 337,771 e 312,391 mm e 307,18 
e 279,225 mm. 
 
Figura 4: Distribuição da precipitação entre os meses de Outubro a Janeiro de 2015. 
Fonte: Autores (2023). 
Com relação ao período de 2020, as chuvas foram bem distribuídas nos meses outubro 
(19,5993 e14,5335 mm) e novembro (20,4586 e 17,3685 mm), dezembro (255,505 e 
18 
 
243,285 mm) e fevereiro (230,867 e 194,163 mm) e março (451,395 e 373,539 mm) e 
janeiro (319, 083 e 290,298 mm), tendo uma possível homogeneidade como se observou 
na Fig. 4. 
Verificou-se que os meses de janeiro (319, 083 e 290,298 mm) e março (451,395 e 
373,539 mm) foram os meses com maiores medias de chuvas da bacia. Enquanto que 
outubro (19,5993 e 14,5335 mm) e novembro (20,4586 e 17,3685 mm), foram os meses 
com menor média de precipitação observada. 
Em comparação ao longo das três décadas 1995, 2015 e 2020, pode se perceber que a 
precipitação mínima aumento progressivamente ao longo dos anos de 2,893 mm, para 
5,77551 mm e chegando a atingir 14,5335 mm. Em relação ao mês de dezembro não 
houve variação significativa da média de precipitação, diferente dos restantes meses de 
apresentaram variações da média das chuvas ao longo dos anos em referencias. 
Possivelmente esta tendência da precipitação ao longo dos anos, pode ser explicada pelo 
tipo de cobertura vegetal e ocupação do solo, que actuam como um gerador dessas 
amplitudes na bacia. Para o 1995 houve uma preservação maior de áreas verdes, enquanto 
no 2015 e 2020 a prática da agricultura, tem provocado desmatamentos, sem a 
preocupação da preservação de áreas verdes, o que, consequentemente, aumenta a 
amplitude entre máxima e mínima de chuva. 
Conforme Paulo et al. (2014), ao estudar caracterização da precipitação pluviométrica na 
bacia hidrográfica do rio ibicuí, observou que os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, 
foram os período de maior precipitação, estes resultados corroboram os resultados 
encontrados no presente estudo. 
Segundo Albino (2012), a distribuição espacial e temporal da precipitação é um dos 
factores condicionantes dos tipos climáticos, relacionando-se com características dos 
solos, da vegetação, da hidrografia e do regime hidrológico dos rios, sendo crucial na 
determinação do padrão de cheias e secas quando associadas à circulação da atmosfera e 
aos factores fisiológicosda superfície, o que condiciona o escoamento. 
Mudanças na cobertura florestal causadas pela substituição da vegetação original, como 
observado área de estudo, onde actualmente ocorre o domínio da agricultura e áreas de 
habitação, resultam em inúmeras mudanças importantes nas propriedades físicas e 
químicas do solo que influenciam no escoamento superficial e no transporte de 
19 
 
sedimentos do solo para a água, causando uma série de problemas ambientais, como 
erosão, assoreamento e eutrofização (Oliveira, 2021) 
 
 
Figura 5: Distribuição da precipitação entre os meses de Outubro a Janeiro de 2020. 
Fonte: Autores (2023). 
4.3.Classificação de solos na bacia hidrográfica do rio Nossi 
A Fig. 6 presenta o mapa de tipos de solos da área de estudo, respectivamente, e a tabela 
2 demonstra as características dos tipos de solos. A bacia hidrográfica do rio Nossi 
apresenta dois (2) tipos de solos, nomeadamente: 
Os solos argilosos vermelhos óxidos são caracterizados por uma alta proporção de argila 
e uma coloração avermelhada devido à presença de óxidos de ferro, são compostos 
principalmente por partículas de argila muito pequenas, com diâmetro inferior a 0,002 
mm. Esses solos possuem uma textura fina e suave devido à alta proporção de argila, o 
que lhes confere capacidade de retenção de água e nutrientes e a sua capacidade de 
retenção de água beneficia o crescimento das plantas, especialmente em regiões com 
períodos de seca. No entanto, esses solos apresentam problemas de drenagem e erosão 
devido ao elevado teor argila. 
20 
 
Os solos líticos são caracterizados pela presença de rochas e pedras próximas à superfície, 
o que resulta em uma camada de solo fina, baixa retenção de água e fertilidade variável. 
Eles podem ser susceptíveis à erosão e exigem cuidados e maneio adequados para 
melhorar suas condições para o cultivo, este tipo de solo abrange a menor área da bacia 
hidrográfica do rio Nossi. 
Segundo Oliveira (2021), o intenso desenvolvimento socioeconômico e tecnológico, 
tanto na cidade como no campo, produzem simultaneamente alterações do uso e ocupação 
dos solos, inclusive em países que se encontram em desenvolvimento, este impacto é 
ainda maior, devido à falta de planeamento e gestão adequada do território. 
A retirada da floresta nativa pode resultar em aumentos da temperatura do solo, da erosão, 
e em modificações do balanço hídrico e na disponibilidade de nutrientes (Moreira, 2014). 
Consequentemente, o transporte de sedimentos, material orgânico e nutrientes associados 
para os rios é também alterado (Oliveira, 2021; Paulo et al., 2014) 
 
Figura 6: Distribuição de tipos de solos na área de estudo. 
Fonte: Autores (2023). 
21 
 
Grupo de 
Solos 
Características Topografia Principais 
Limitantes 
Solos 
argilosos 
vermelhos 
óxidos 
Argiloso castanho, 
avermelhado escuro, 
solos profundos 
Ondulado 0 - 10 Fixação de fosforo, 
fertilidades 
Solos líticos Franco-arenoso, castanho, 
solos pouco profundos 
Montanhoso 
>30% 
Profundidade e 
risco de erosão 
Tabela 2: Característica dos solos da bacia hidrográfica do rio Nossi 
Fonte: Autores (2023). 
Tendo em vista as variadas formas de alteração da cobertura vegetal, de acordo com as 
mudanças sobre o uso e maneio do solo da bacia podem ser classificados quanto ao tipo 
de mudança, ao tipo uso da superfície e a forma de desmatamento, sendo que, para cada 
tipo de uso e maneio existirá um efeito característico na bacia hidrográfica e seus reflexos 
poderão atingir grandes escalas, inclusive, econômicas, sociais e de saúde pública 
(Oliveira, 2021). 
As consequências das mudanças na cobertura do solo sobre o ciclo hidrológico são 
frequentemente citadas no meio científico. O efeito direto do desflorestamento, uma 
destas consequências, em variáveis hidroclimáticas como a temperatura, 
evapotranspiração, transporte de calor, umidade e a vazão dentro de uma bacia 
hidrográfica (De Oliveira, 2018) 
4.4.Variação topográfico da bacia hidrográfica do rio Nossi 
O relevo da bacia do rio Nossi foi estudado através da análise do mapa de variação 
altitudinal, por divisão das classes de elevação, onde se considerou a equidistância entre 
o ponto de maior e menor cota altimétrica. O ponto de maior cota altimétrica localiza-se 
ao sul, atinge 1588,69 metros acima do nível do mar. Já o ponto de menor cota altimétrica 
dentro da área em estudo localiza-se junto ao noroeste, possui cota inferior a 996 metros 
acima do nível do mar, onde predomina a suavidade no terreno. 
22 
 
A compartimentação altimétrica do terreno, levou em consideração a quantidade e cota 
das curvas de nível da bacia do rio Nossi e através dela obtemos cinco classes altimétricas 
distintas. 
A primeira classe possui seus limites marcados pelas curvas de nível entre 996 e 1159,73 
metros, é caracterizada por apresentar uma classe relevo relactivamente plano, e, portanto, 
é nesta área que ocorre a maior parte do processo de deposição fluvial dos sedimentos 
trazidos pela rede de drenagem ao baixo curso da bacia hidrográfica. É nesta área que 
onde situam-se os solos argilosos vermelhos óxidos. Esta classe possui uma menor 
abrangência de terrenos pouco inclinados entre a curva de nível o que acaba por 
configurar um relevo predominantemente de planícies, a declividade é frequentemente 
menor. 
Entre as cotas de 1159,73 e 1293, 98 metros em relação ao nível do mar, encontramos a 
segunda classe, nesta compreende uma área de transição entre as planícies e o planalto 
pouco acidentado, é marcada de menor frequência pelos solos líticos, o que faz pouco 
representativa dentro da bacia em estudo. 
A terceira classe marcada pelos limites entre 1293,98 e 1431,51 metros representa a face 
sul, sudoeste, este, e nordeste do planalto. A quarta classe seus limites estão entre 1431,51 
e 1588,69 metros, representa a parte inicial e pouco erodida de cima do Planalto. 
Encontramos nesta área terrenos com maior homogeneidade, predomina aí declividades 
menores, não sendo a única declividade encontrada nesta faixa, podendo também ser 
encontradas declividades superiores. 
A quinta classe altimétrica marca o fim do planalto, encontramos aí a maioria dos 
divisores de água da bacia do rio Nossi, representa a parte superior da montanha. 
Compreende, portanto, os pontos de maior cota altimétrica situados principalmente no 
entorno 1588,69 e 1831 metros da bacia. Esta classe comporta a maioria das principais 
nascentes do rio Nossi. 
Filho, (2007); Silva, (2021), apresentou valores semelhantes em uma análise das bacias 
da bacia hidrográfica do Alto Meia Ponte, onde foram classificadas 6 classes altimétricas, 
e as mesmas variam nos valores entre 149,7 e 309,4. 
A altimetria é importante para compreender as análises de energia da bacia hidrográfica, 
ou seja, através de seu estudo é possível demonstrar áreas que possuem condições 
favoráveis a dissecação como áreas de maior altitude, e áreas de acumulação como as que 
23 
 
possuem menor altitude (Silva, 2021). Neste sentido, a elevação da bacia rio Nossi (Fig. 
6) variou de 996 metros aos 1588,69 metros. 
Segundo Filho (2007), para os valores de altitudes altas e no exutório da bacia 
hidrográfica, ocorre um aumento da velocidade média no escoamento do rio. Neste 
sentido, o valor da velocidade escoamento da bacia hidrográfica rio Nossi é considerado 
alto, devido aos valores de altitude e declividade encontrados. 
 
Figura 7: Variação topográfica da área de estudo. 
Fonte: Autores (2023). 
 
 
24 
 
V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 
A Bacia Hidrográfica do Rio Nossi em relação a cobertura vegetal, analises efeitos para 
o 1995, 2015 e 2020 demostraram uma baixa redução da vegetação, com uma ligeira 
diminuição ao longo do tempo; em relação a precipitação, observou-se que os meses de 
dezembro, janeiro e fevereiro, foram os períodos de maior precipitação, tendo 
apresentado tendência de variaçãoao longo dos anos avaliados. O solo que abrange maior 
parte da bacia do rio Nossi é caracterizado por apresentar o solo tipo lítico e referente a 
topografia, o rio Nossi inseri em um monte com alta que contrui deste modo o escoamento 
superficial da agua e dos sedimentos das altas altitudes e uma melhor distribuição das 
nascentes. 
Para a caracterização hídrica do ano de 1995 em comparação com os anos de 2015 e 2020, 
observou-se uma diminuição da precipitação, enfatizando a caracterização hídrica das 
bacias. 
A conservação dos recursos naturais, principalmente o solo e a água, através do maneio 
integrado destes recursos, visando à manutenção do equilíbrio e funcionalidade das bacias 
hidrográficas sobre os aspectos hidrológicas são fundamentais para resiliência do 
ambiente. 
5.1.Recomendações 
Como sugestão para trabalhos futuros a respeito da bacia do presente estudo, algumas 
recomendações são necessárias, como: 
 Educar e sensibilizar as comunidades que vivem nas áreas vulneráveis às cheias 
sobre a importância do uso das informações meteorológicas (estado de tempo) 
para a redução dos desastres naturais; 
 Realizar a atualização periódica das curvas de vazão/escoamento, através de 
medições sistemáticas de caudais nos mapas topográficos; 
 Implementar uma gestão participativa dos recursos hídricos, com a atuação do 
poder público, dos usuários e das comunidades locais; 
 Utilizar séries maiores de dados, em torno de 30 anos ou superior, para avaliar o 
padrão de degradação, além de outras variáveis meteorológicas. 
 
25 
 
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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