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Clínica Cirúrgica Medicina Anhembi Morumbi 1 Dor, Analgesia, Anestesia Locorregional e Local ➔ DOR NOCICEPTIVA Estímulo nocioceptivo altera as propriedades das membranas -> deflagram o potencial de ação de dor. • DOR VISCERAL Estímulo nocioceptivo visceral; Fibras não mielinizadas do tipo C; Condução da dor lenta; Dor mal localizada; Insidiosa e persistente; Resposta vagal; Relação com nervo responsável pelo órgão; Bilateral; Percepção na linha média; A apendicite é um exemplo de dor visceral. A víscera é interpretada pelo gânglio e medula que vai ao SNC sendo interpretado como dor e outra parte vai para a parte sensorial da pele e é reconhecida como dor referida. • DOR PARIETAL OU SOMÁTICA Originada pela pele e peritônio parietal; Transmitida por fibras mielinizadas do tipo A; Dor rápida, Aguda e Bem localizada; Percebida nos dermátomos da área estimulada. • DOR REFERIDA Percebida longe do estímulo de origem; Exemplo: lesão de diafragma; Estímulo de C3/C4/C5; Dor no ombro por estímulo dos demátomos. Clínica Cirúrgica Medicina Anhembi Morumbi 2 ➔ DOR NEUROPÁTICA Oriunda da lesão ou disfunção dos nervos ( sistema nervoso periférico ou central). SINTOMAS = choque, queimação ou formigamento. Pode haver disestesia, hiperalgesia e alodinia. O manejo adequado da dor alivia o sofrimento, diminui a resposta inflamatória, evita efeitos colaterais, possibilita a mobilização precoce no pós-operatório, reduz o tempo de internação, previne dor persistente e garante a satisfação do paciente. ➔ ANALGESIA No passado, fazia-se uso de opioides no controle da dor, mas atualmente não se usa mais essas medidas terapêuticas. Atualmente, a estratégia é multimodal, minimizando o uso de opioides. Utilização de várias classes de fármacos com mecanismos de ação diferentes: bloqueios de nervos periféricos, diminuição dos efeitos colaterais, sinergismo na analgesia. • PRINCÍPIOS BÁSICOS Pela boca – usar a via oral sempre que possível; Pelo relógio – horário regular, e não apenas em doses “se necessário”; Para o indivíduo – de acordo com as necessidades específicas do doente; Uso de coanalgésicos ou adjuvantes; Atenção aos detalhes; Pela “escada analgésica” – começar com analgésicos mais simples e caso não sejam suficientes, usa-se analgésicos mais fortes. • ANALGÉSICOS COMUNS E AINES Grupo heterogêneo; Boa biodisponibilidade oral; Metabolização hepática; Excreção renal; Mecanismo de ação: inibição da COX ↓ prostaglandinas. Exemplos: dipirona; paracetamol; ibuprofeno e cetoprofeno. Clínica Cirúrgica Medicina Anhembi Morumbi 3 ➔ OPIÓIDES Base do tratamento da dor oncológica; Farmacoterapia adequada com opioides pode aliviar a dor e o sofrimento dos pacientes oncológicos em 75% a 90%; Alvo de opioides exógenos: receptores Mu (MOR); Efeito final: redução da excitabilidade neuronal → redução da neurotransmissão de impulsos nociceptivos. • OPIÓIDES FRACOS CODEÍNA = Efeito analgésico fraco ; Não induz euforia; Melhor absorção VO do que a morfina; Usualmente usado em conjunto com paracetamol; TRAMADOL = Dor de intensidade moderada; Biodisponibilidade VO alta; Menos efeitos adversos que a morfina (constipação e depressão respiratória); • OPIÓIDES FORTES MORFINA = Efeito potente agonista MOR; Vias de administração: VO, VR, SC, EV, intraespinal; Efeito potente; Excreção renal → associação com toxicidade (cuidado na DRC e IRA). METADONA = Maior eficácia em dor neuropática; Administração segura somente com conhecimento da farmacologia e experiência. FENTANIL = Altamente seletivo; Potência 80 vezes maior que a morfina; Ação curta quando EV (30-60min); Adesivo transdérmico (12,5, 25, 50, 75 ou 100mcg/h) → local sem mobilização de pele; • EFEITOS COLATERAIS DOS OPIÓIDES Clínica Cirúrgica Medicina Anhembi Morumbi 4 ➔ DROGAS ADJUVANTES Qualquer etapa; Otimizam controle da dor; Redução da dose de outros analgésicos; Redução efeitos adversos de outros fármacos. • ANTIDEPRESSIVOS Tricíclicos → interferem com nora e serotonina, recaptação e aferência ao cérebro; A. Duais → recaptação de nora e serotonina. Quadros depressivos associados; Usados em baixas doses (não dose antidepressiva); Alteram a concentração de neurotransmissores na fenda sináptica do CDME + bloqueio da recaptação de noradrenalina e serotonina - afetam a transmissão nociceptiva. • ANTICONVULSIVANTES Supressão de descargas neuronais em aferentes primários; Dor neuropática lancinante, paroxística, em queimação, agulhada, choque ou formigamento; • NEUROLÉPTICOS Antagonista do receptor D2, diminuindo a ativação pela dopamina. Delirium e náusea associados; • MIORRELAXANTES Reduzem a dor e pacientes com espasticidade (substancia P na medula). Clínica Cirúrgica Medicina Anhembi Morumbi 5 • DROGAS ADJUVANTES Analgésicos/AINES; Opioides Fracos: Tramadol, codeína; Opioides Fortes -> Oxicodona: biodisponibilidade oral; Morfina: padrão; Metadona: baixo custo, dor neuropática; Fentanil: via transdérmica. Adjuvantes: Todas as etapas; dor neuropática. ➔ ANESTESIA LOCAL BLOQUEIO DE NERVOS PERIFÉRICOS = Muita utilidade para o cirurgião ao permitir realização de procedimentos cirúrgicos com menor repercussão sistêmica; Podem ser associados a anestesia geral, garantindo menor dor pós- operatória com retorno mais rápido às atividades laborais; Menor quantidade de sedação e bloqueio neuromuscular para realização da anestesia geral. • TÉCNICA 1) Antissepsia; 2) Colocação de campos estéreis; 3) Demarcação da área; 4) Infiltração da pele com agulha fina; 5) Infiltração profunda; • EFEITOS COLATERAIS Principais efeitos colaterais: alterações neurológicas, cardiovasculares e respiratórias; Administração inadvertida intravascular ou dose excessiva: parestesia de língua, gosto metálico, cefaléia com escotomas e distúrbios visuais; Clínica Cirúrgica Medicina Anhembi Morumbi 6 ➔ ANESTESIA LOCORREGIONAL BLOQUEIO DE NEUROEIXO = Administração de anestésicos locais ( com ou sem opiódes) sem espaços anatômicos na coluna vertebral; Raquianestesia; Anestesia peridural. • RAQUIANESTESIA Andar inferior do abdome, urológicas, cirurgias ortopédicas, perineais e membros inferiores. Vantagens: Não manipula vias aéreas; Mantém nível de consciência; Menor chance de delirium e confusão mental. Realizada no Espaço subaracnóide. Complicações: Hipotensão; Bradicardia; Cefaléia pós punção; Retenção urinária; Parada cardíada por extensão cefálica da medicação. Contraindicações: Coagulopatia; Elevação da PIC; Infecção do sítio de punção; Hipovolemia grave; Sepse/bacteremia; Anticoagulação terapêutica. • ANESTESIA PERIDURAL Analgesia de parto, cirurgia de tórax e abdome, grandes manipulações. Vantagens: Não manipula vias aéreas; Infusão controlada das medicações, bloqueio por um período prolongado; Analgesia após procedimento – menor íleo prolongado, deambulação precoce. Realizado no Espaço peridural. BLOQUEIO DE NERVOS PERIFÉRICOS = Anestésico local é administrado ao redor dos nervos responsáveis pela sensibilidade e pelo movimento do membro onde vai serrealizada a cirurgia. Frequentemente utilizado em ortopedia e suturas. • RESUMINDO Atenção para a característica da dor; Opioides não são mais as medicações de escolha inicial – escada analgésica da dor; Medicações adjuvantes podem minimizar as doses de opioides; Atenção aos efeitos colaterais dos anestésicos locais; Raquianestesia - Espaço subaracnóideo; Anestesia epidural – espaço epidural; Protocolos de recuperação acelerada;
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