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História do Jornalismo
Aula 3 - Jornalismo e Império no Brasil
INTRODUÇÃO
Após estudarmos a evolução e as características adquiridas pelo Jornalismo durante os períodos pré-industrial e
industrial, quando sua conceituação foi consolidada, iniciamos a discussão sobre o poder do Jornalismo transmitido
via oral.
No início do Brasil Colônia, a imprensa era proibida e o Jornalismo oral foi a maneira encontrada para a notícia ganhar
as ruas e ladeiras estreitas do solo brasileiro, ainda escravocrata e pouco populoso.
OBJETIVOS
Descrever a oralidade que marcou o Jornalismo no período em que a imprensa era proibida no Brasil Colônia.
Explicar a chegada da imprensa, com a vinda da Família Real portuguesa para o Brasil.
Identi�car os primeiros jornais brasileiros, da imprensa feminina (em particular o Jornal das Senhoras), do Correio
Braziliense e do Jornal do Commércio, entre outros veículos relevantes.
CONVERSA DE BOTEQUIM
O século XIX, mais precisamente 1808, foi uma época marcada pela ancoragem de navios portugueses que traziam
consigo, não apenas escravos oriundos da África, mas a Família Real portuguesa fugida das Guerras Napoleônicas.
Assista a esse pequeno trecho e perceba a in�uência da chegada dos portugueses aqui no Brasil:
VÍDEO
Em nossos portos, bochichos e conversas de botequins faziam vezes de tiragens jornalistas semanais ou diárias que,
em outras partes do mundo, já circulavam com naturalidade.
Quem descreve bem este cenário é a pesquisadora Marialva Barbosa, em sua relevante obra História da Comunicação
no Brasil:
“(...) um burburinho incessante de vozes mostrava modos de comunicação dominantes para a maioria
da população: ouvia-se dizer, informações podiam correr léguas, andar a passos largos, expressões
que seriam imortalizadas no século seguinte nas páginas dos primeiros jornais que só serão
impressos após a vinda da Família Real em 1808.“
(BARBOSA, 2013).
Johann Moritz Rugendas. View of Rio de Janeiro from the church of the monastery of São Bento, c.
1825
BEM ANTES DO RÁDIO
Tendo sido moldada pela comunicação oral, a civilização grega era um re�exo da palavra falada. Talvez por isso, os
professores gregos so�stas tenham conquistado, em suas viagens e aparições públicas, tantos discípulos dispostos a
aprender a “virtude” de argumentar e persuadir. Embora muitas vezes criticados apenas por ensinarem aos que
poderiam pagá-los, como nobres, homens de estado e jovens ricos.
CIVILIZAÇÃO GREGA
“Os discursos na Assembleia de Atenas e as peças teatrais recitadas nos an�teatros a céu aberto foram elementos
importantes da antiga civilização grega. Nela, assim como em outras culturas orais, canções e histórias tinham forma
muito mais �uida do que �xa, e a criação era coletiva, no sentido de que cantores e contadores de histórias
continuamente adotavam e adaptavam temas e frases uns dos outros.” (BRIGGS e BURKE, 2006, p.17).
Cícero discursando no senado romano em 63 a.C.: as suas Catilinárias, uma série de quatro discursos célebres ainda hoje são citadas, Afresco de Cesare Maccari, século
XIX.
REFORMA PROTESTANTE
Martinho Lutero, talvez a �gura mais central da Reforma Protestante, poderia até discordar dos dogmas pregados e
difundidos pela Igreja Católica, mas com certeza partilhava de uma mesma concepção a respeito da oralidade. Para ele
a Igreja “era uma casa da boca, e não da pena”.
O quadro mostra Lutero e o poder da oratória na Reforma Protestante.
Martinho Lutero pregando no Castelo Wartburg, quadro de Hugo Vogel, 1881.
SÉCULO XIII
O discurso era, sem dúvida, uma das melhores maneiras de difundir ideias, superando as escrituras. Tanto que em
dado momento muitos que não detinham o letramento e, portanto, não conseguiam ler as escrituras, apresentavam
mais respeito por membros do baixo Clero, que utilizavam a retórica, em detrimento do mais alto escalão da Igreja.
Para Briggs e Burke (2006 p.20), “algumas pessoas preferiam con�ar mais na palavra de três bispos do que em um
documento do Papa, que descreviam com desdém como “peles de carneiros castrados escurecidas com tinta”.
Um grupo de discípulos estuda uma lição com seu mestre. Iluminura do século XIII (Bibliothèque Sainte-Geneviève, Paris, MS 2200,folio 58).
, Os sermões, que chegavam a durar cerca de duas a três horas, eram uma forma satisfatória de
informação assumindo características quase sempre recorrentes, como o fato de serem lidos em voz
alta e utilizarem instrumentos que intensi�cavam sua e�cácia, como o púlpito. Essa fórmula
atravessou séculos e hoje muito se assemelha ao modelo encontrado dentro de igrejas católicas e
nas variadas denominações evangélicas, uma forma nítida de manter certa distância e atenção ao
“mensageiro de Deus”.
O sociólogo Zygmunt Bauman enxergava os púlpitos utilizados pela igreja como um meio de comunicação de massa.
Entretanto, os sacerdotes não eram os únicos a con�arem no poder de altares. Reis e rainhas também �zeram adesão
do mesmo como instrumento de poder de doutrinação, prioritariamente nas zonas rurais, estimulando obediência.
Por último, talvez como uma das mais interessantes formas de legitimar o poder da comunicação oral nos trópicos, os
boatos e a sua capacidade de propagação imensurável.
Com o poder de se espalhar rapidamente, os boatos passaram a ser encarados como um serviço postal oral. De
eclosão espontânea ou não, sabe-se que os principais na história sempre tiveram o teor político e, assim como no
Brasil Colonial, podiam surgir e se disseminar na informalidade de ambientes como cafés, clubes, salões e botecos.
Obviamente, o poder dos boatos seria utilizado e instaurado até os dias atuais como instrumento do Capitalismo. Um
exemplo que facilmente pode ilustrar essa concepção é a lógica utilizada pelas bolsas de valores, quando falamos
sobre especulação.
Os homens engravatados, que hoje passam o tempo inteiro no celular recebendo informações, no passado seriam os
comerciantes e navegantes que, com o intuito de forçar o aumento ou decréscimo dos preços, lançavam boatos e
utilizavam o humor para alcançar o resultado desejado. Trata-se da relação interessada e interesseira entre vendedor e
comprador, que antes do pregão eletrônico, usava prioritariamente a linguagem oral.
ORALIDADE NO BRASIL COLÔNIA
Como estudamos, o comunicar pela oralidade não torna a comunicação em si menos complexa, muito pelo contrário.
Em uma colônia, onde poucos eram os letrados e o acesso às publicações impressas, como jornais e livros, era
oriundo de embarcações que ancoravam em nossos portos, trazendo alguns exemplares, o uso da fala se tornava um
meio de difundir ideias, pensamentos e até um meio encontrado pelos escravos de fazer perdurar sua cultura.
Jean Baptist Debret, Paço Imperial. 1830.
Segundo BARBOSA (2013), “o burburinho das ruas decorria das múltiplas atividades que se realizavam a céu aberto:
vender quitutes e quinquilharias, entoar os cânticos do trabalho ou render homenagens aos santos em novenas e
rezas”.
Segundo a autora, era grande o espanto de protestantes que aqui visitavam, com a grande quantidade de imagens
espalhadas pela cidade. Retrato da devoção e da comunicação visual empregada em uma sociedade que, para aqueles
visitantes, cultuava deuses pagãos.
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Os negros escravizados que viviam nas cidades também faziam o seu ponto de encontro, em muitas
regiões do Rio. Uma forma de ajuntamento que ocorria com o intuito de botar o papo em dia e falar
sobre o que se passava na colônia.
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Nas senzalas, durante a noite, as histórias orais mantinham vivas as lembranças e os ritos. “Assim, a
memória é o veículo da comunicação dos indivíduos presentes na situação da comunicação”
(HAVELOCK, 1995, p. 108).
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Há também a musicalidade, marcada tanto pela voz, que ecoava como letra e melodia, ou pelo
improviso de sons instrumentais com as mãos e objetos. O corpo, então, daqueles que faziam parte
da roda ou não correspondia ao som emitido pelo movimento das ancase da capoeira. Estava
formado o espetáculo.
JORNALISMO ESCRITO NA BAGAGEM DE D. JOÃO VI
Bastou o Brasil alçar status de Vice-Reinado, em 27 de janeiro de 1763, para o letramento se tornar algo indispensável à
formação daqueles que aspiravam cargos no novo regime de governo.
É a partir daí que a oralidade consegue encontrar mais uma brecha para entrar em ação, quando a leitura conjunta de
alguma obra passa a ser discutida publicamente acerca de cada interpretação pessoal.
Vamos conhecer agora as principais publicações:
Gazeta do Rio de Janeiro
Os únicos jornais que circulavam por aqui eram as gazetas trazidas da Europa, com notícias
velhas e nada relacionadas ao Brasil, porém ninguém imaginava que o cenário estaria
prestes a mudar, com a vinda de D. João VI e sua família para o Brasil em 1808. Com D.
João e sua Corte veio a Imprensa Régia, parte da estrutura burocrática do Império, destinada
a imprimir documentos, decretos e livros, entre outros. Foi a primeira imprensa legalizada do
Brasil, e surgiu unicamente em função da vinda da Família Real portuguesa fugida da Europa
por causa de Napoleão. Todo o maquinário foi trazido da Europa como parte da bagagem de
D. João VI e sua família.
Se até então publicar qualquer texto jornalístico em solo brasileiro era expressamente
proibido pela Coroa portuguesa, as coisas passaram a mudar com o surgimento da Gazeta
do Rio de Janeiro.
Em 14 anos de existência, a Gazeta do Rio de Janeiro foi a primeira publicação impressa a
circular em território nacional. Abordava sempre temas recorrentes, e eram encontrados
detalhes da chegada da corte portuguesa ao Brasil e informações sobre a guerra
napoleônica na Europa. Além, claro, dos famosos despachos régios. Era fácil se manter
informado do que acontecia nas províncias.
Se a ideia inicial era a de que o jornal ganhasse toda semana uma nova edição, logo já não
parecia fazer mais sentido com a grande demanda e busca pelo folhetim. A Gazeta do Rio
passava a ter suas tiragens vendidas aos sábados e, posteriormente, também às quartas-
feiras.
Em seu texto era possível notar uma voz destinada a falar diretamente com o leitor, em meio
a anúncios que já faziam parte do projeto de diagramação do folhetim.
No entanto, engana-se quem pensa que o título era sinal de que não havia censura. Muito
pelo contrário. Todo o conteúdo, para ser publicado, deveria passar antes pela vistoria da
Junta Diretora de Impressão Régia, órgão formado por nomes de extrema con�ança do Rei
D. João VI.
Correio Braziliense
Jornal com primeira tiragem a ser publicada em junho de 1808, três anos antes da Gazeta
do Rio de Janeiro, o Correio Braziliense conseguiu fugir do comum ao se tornar uma
publicação que não sofria com a censura e/ou controle; garantindo, assim, um elevado
número de assinantes.
Levando-se em consideração o contexto político-econômico que cercava a população, é
indispensável notar a importância que o título exercia na época sobre seus leitores.
Hipólito José da Costa tinha ideais libertadores, com forte vínculo com os pensamentos
oriundos do velho continente, onde a imprensa era livre. O Correio Braziliense utilizava
técnicas de redação ditas europeias, para tentar colocar seu público a par do que acontecia,
além do oceano e despertá-los um senso crítico. O jornal era rodado na Inglaterra e chegava
ao Brasil por navio.
O Correio também absorvia a função de �scalizador dos atos administrativos, no quebra-
cabeça colonial e tentava mostrar, principalmente para a Corte, que via o Brasil apenas
como um estado de passagem, a importância que o novo mundo tinha para os países
europeus e vice-versa.
Idade d'Ouro do Brazil
Conhecido por se tratar de um dos primeiros jornais a circular no Brasil, fora do Rio de
Janeiro, e sendo impresso em solo brasileiro, o Idade d'Ouro do Brazil foi um periódico
publicado em Salvador, na Bahia, no início do século XIX.
Ele era impresso na tipogra�a fundada e dirigida por Manuel Antônio da Silva Serva e tinha
apenas quatro páginas, circulando às terças e sextas-feiras, no período de 14 de maio de
1811 a 24 de junho de 1823. Sua linha editorial defendia a manutenção do Brasil como Reino
Unido a Portugal e Algarves (1815-22), sendo contrário à independência.
A Imprensa feminina e o Jornal das Senhoras
Se você considera um avanço ver títulos globais, referência em ditar moda, estilo e
comportamento por aí, como as revistas Elle e Vogue, estampando em suas capas modelos
e chamadas de matérias com engajamento feminista, pense o choque para toda uma
sociedade, do século XIX, ler o pedido de uma editora para que os homens não objetivassem
a mulher tratando-a como propriedade.
Pois foi bem isso que aconteceu, quando a argentina Joana Paula Manso de Noronha
(1819–1875), defensora assumida dos direitos das mulheres, apareceu à frente da primeira
edição do Jornal das Senhoras. Publicação carioca que ainda contou em seu debut, 1º de
Janeiro de 1852, com a participação de outras senhoras que preferiram manter o
anonimato.
Joana Paula enfrentou uma sociedade escravocrata e machista e defendeu que um jornal
deveria ter uma mulher a sua frente, apesar de não ter se mantido por muito tempo no
cargo.
O jornal buscava abordar temas recorrentes e ligados ao cotidiano feminino, como belas-
artes, literatura, moda, e trouxe como novidade a tentativa de despertar a consciência da
conjuntura à qual pertencia a mulher letrada no Brasil do século XIX. A brecha, então, foi
dada para que futuramente outros títulos que ingressassem no mercado, como o Bello Sexo,
O Espelho, Jornal das Moças, Jornal da Família, entre outros, viessem a discutir temas
semelhantes.
Tendo o último abordado temas considerados delicados para a época como o direito ao
voto, o divórcio, boa educação e porque não melhores oportunidades para se ingressar no
mercado de trabalho.
Entenda como funcionava o Jornal das Senhoras, publicação que apostava na colaboração
de assinantes tanto para custear suas edições como para garantir conteúdo que traduzisse
os anseios das mulheres do Brasil Imperial. In: //www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-
1/encontros-regionais/sudeste/4o-encontro-2016/historia-da-midia-impressa/muito-antes-
do-whatsapp-2013-a-interatividade-no-primeiro-jornal-feminino-editado-no-brasil/view
(//www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/encontros-regionais/sudeste/4o-encontro-
2016/historia-da-midia-impressa/muito-antes-do-whatsapp-2013-a-interatividade-no-
primeiro-jornal-feminino-editado-no-brasil/view)
Jornal do Commércio
O mais antigo jornal a ter permanecido em circulação ininterrupta na América Latina até
2016, o Jornal do Commércio do Rio de Janeiro foi fundado pelo tipógrafo francês Pierre
Plancher em 1827 (SODRÉ, 1977, p.116).
Logo em suas primeiras edições, com Plancher à frente, o JC já se dedicava a divulgar as
principais notícias comerciais, como informações sobre exportações e importações, e a
“fornecer elementos mais importantes do quadro político, participando, assim, dos
episódios mais importantes” (SODRÉ, 1977, p.126 e 127) do Primeiro Reinado (1822 e 1831).
O JC passaria, posteriormente, pelas mãos de outros tipógrafos franceses, em decorrência
do regresso de Plancher à França.
https://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/encontros-regionais/sudeste/4o-encontro-2016/historia-da-midia-impressa/muito-antes-do-whatsapp-2013-a-interatividade-no-primeiro-jornal-feminino-editado-no-brasil/view
No entanto, foi com José Carlos Rodrigues, que compraria o JC em 1890, logo após a
Proclamação da República, que o diário ganharia o status que o acompanharia até seus
últimos anos de existência (SODRÉ, 1977, p. 291).
Jornal do Commercio, com mais de setenta anos já, é sisudo e conservador, lido pelos
homens da classe, pelos políticos, pelos funcionários graduados; trata-se de empresa sólida,
prestigiosa, com redação à Rua do Ouvidor; José Carlos Rodrigues não lhe alterou a
�sionomia, apenas acentuou o traço de apoiar todos os governos; Tobias Monteiro é o
redator principal, responsável pela primeira vária e pelosartigos de peso; Ernesto Sena,
velho repórter, passou a redator; o Barão do Rio Branco também escreve notas e frequenta a
redação; jornal de grande formato, é oferecido em hotéis e salões aos frequentadores;
sisudez se transmite ao pessoal e Felix Pacheco, boêmio, poeta, espírito irreverente, assume
a postura circunspecta ao servir no jornal de que, mais tarde, será diretor. (SODRÉ, 1977, p.
324).
José Carlos Rodrigues consolidava o diário, que, então, somava sete décadas de existência
e havia assumido “papel importante no movimento que culminou com a abdicação de Dom
Pedro I ao trono; (sendo que) seu �lho e sucessor, Dom Pedro II, escrevia no impresso”, uma
fama que seria recordada até seus últimos dias de circulação e inclui, como uma das
referencias o fato de ter tido entre seus colaboradores, além do já citado Barão do Rio
Branco, o também nobre Visconde de Taunay, escritores como José de Alencar, juristas
como Joaquim Nabuco, e intelectuais como Rui Barbosa, e Austregésilo de Athayde.
Comprado por Assis Chateaubriand, o JC passaria a ser uma peça de um império de
comunicação “constituído por 40 jornais e revistas, mais de 20 estações de rádio, quase
uma dezena de estações de televisão, uma agência de notícias e uma empresa de
propaganda” (MORAIS, 1994, p. 613).
“Naquele ano de 1959, esse império, chamado Diários Associados, estava em crise: o
empresário estava brigado com seus três �lhos e acabara de doar 49% de todas as
empresas do grupo a 22 de seus empregados, entre eles dirigentes dos veículos de
comunicação do grupo, possivelmente pelo “prazer maníaco de ver sua obra desmoronar
após sua morte”. (Idem, p. 613).
Com a morte de Chateaubriand em abril de 1968, e com suas empresas mergulhadas em
dívidas trabalhistas, o grupo Diários Associados passou a ser administrado por um
Condomínio Acionário, formado pelas duas dezenas de empregados bene�ciados em 1959
e, posteriormente, pelos �lhos desses funcionários. Esse grupo de pessoas, em número de
20, passou a ser chamado “condomínio” e a responder pela administração das empresas de
comunicação. Quando um dos condôminos morria, outro era eleito para ocupar sua vaga.
Foi sob administração do Condomínio Acionário Diários Associados que o JC parou de
circular em 29 de abril de 2016.
ATIVIDADES
Questão 1 - Prova: Fundação Hemocentro de Brasília – DF – 2017 Banca: IADES
A respeito da história da imprensa no Brasil, marque a alternativa correta.
Até a proclamação da República, apenas os jornais Gazeta do Rio de Janeiro e as revistas impressas pela Imprensa Régia
tinham licença para circular no País.
No Brasil colonial, após sucessivas iniciativas terem sido sufocadas pela coroa portuguesa, a imprensa foi o�cialmente
instalada no País em 1808, mediante o Ato Real de D. João VI.
Nos primeiros 15 anos após 1822, com a independência do Brasil, passou a existir no País a censura prévia, destinada a
�scalizar que nada se imprimisse contra a religião, o governo e os bons costumes.
O período que antecedeu a abolição da escravatura foi marcado pelo retrocesso da imprensa brasileira, causado
principalmente por jovens de famílias abastadas que voltavam do sul dos Estados Unidos, in�uenciados pela ideologia
escravocrata.
O jornal Província de São Paulo, que mais tarde passou a chamar-se Folha de S. Paulo, nasceu em 1875.
Justi�cativa
Questão 2 - 2016 Banca: FUNRIO
A história da imprensa no Brasil tem início quando o País ainda era colônia portuguesa. Assinale a alternativa correta
sobre o tema.
A transferência da Corte Portuguesa para o Brasil promoveu a criação de uma imprensa o�cial, inaugurada com o Diário O�cial
Real.
Correio Braziliense e Gazeta do Rio de Janeiro foram os dois primeiros jornais o�ciais a circular no Brasil.
A forte censura à imprensa praticada por D. João VI abafou a in�uência da mídia no processo de independência do Brasil.
Com a chegada da Família Real, a �orescente imprensa brasileira enfrentou a censura e posterior estagnação.
D. João criou a Impressão Régia no Rio de Janeiro, cujo objetivo era imprimir atos normativos e administrativos o�ciais do
governo.
Justi�cativa
Questão 3 - 2016 Banca: FUNRIO
Com a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, em 1808, surgiram também os dois primeiros jornais. O primeiro deles,
fundado por Hipólito José da Costa era produzido e impresso na Inglaterra; enquanto o segundo, impresso no Brasil,
era o jornal o�cial da corte. Eles são, respectivamente:
Correio Brasiliense e Jornal do Commercio.
Correio Brasiliense e Gazeta do Rio de Janeiro.
Jornal do Brasil e Gazeta do Rio de Janeiro.
Gazeta do Rio de Janeiro e Correio da Manhã.
Correio da Manhã e Jornal do Brasil.
Justi�cativa
Questão 4 - Prova EBC – 2011 Banca: CESPE (Questão adaptada)
A chegada da imprensa no Brasil ocorreu tardiamente. Nesse período, o Brasil ainda não tinha meios próprios para a
impressão de jornais. Acerca desse tema, entre os primeiros jornais brasileiros, é correto citar a(o):
Idade de Ouro no Brasil e o País.
Correio Braziliense e o Mosquito.
Correio Braziliense e o Globo.
Gazeta do Rio de Janeiro e a Idade d’Ouro no Brasil.
Jornal do Commercio e o Mosquito.
Justi�cativa
Questão 5: Tomando nota das informações descritas pela professora Marialva Barbosa, você poderá querer questionar
a veracidade desse cenário, hoje princípio básico do bom Jornalismo, mas não a e�cácia do processo informacional.
A�nal, sabemos que não há como comparar e uni�car a sagacidade de um processo evolutivo e cultural como o da
comunicação, quando este ocorre em âmbitos sociais diferentes, mas sabemos que algumas noções são universais.
Assista ao vídeo com a entrevista da professora Marialva Barbosa, sobre sua obra e a oralidade no Brasil colônia.
Certamente você re�etiu sobre a diferença entre a comunicação oral e comunicação escrita. Você poderia dizer quais
são as principais distinções entre essas duas formas de comunicação?
Resposta Correta
Glossário

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