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Metodologia Científica 4

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METODOLOGIA CIENTÍFICA
CAPÍTULO 4 - QUAIS OS RISCOS DA
PRÁTICA DO PLÁGIO EM PESQUISAS?
Ana Celeste da Cruz David
INICIAR
Introdução
Você já pensou sobre as bases da organização da convivência social? No mundo
em que vivemos, imersos na tecnologia digital; em comunidades virtuais; espaço
indefinido; tempo flexível e fluído, em que tudo acontece aqui e em todo lugar; de
globalização e fragmentação, em que as fronteiras são imprecisas; quais são as
bases organizadoras da convivência social?
Pela rede mundial de computadores circulam saberes, valores, emoções,
conhecimentos e toda sorte de conteúdo. Mas o que esses conteúdos dizem? Para
quem dizem? Com que finalidade? O que calam, silenciam e omitem? São dizeres
que aspiram ao bem e à felicidade?
Desde o legado da filosofia clássica greco-romana, o embate acerca da razão
humana, virtude e paixões, tem ocupado lugar de destaque em discussões, quer
no âmbito do conhecimento empírico, quer no âmbito teleológico ou científico.
Essa discussão é, por si só, uma construção social, cultural e histórica, ou seja,
cada sociedade, em seu tempo, institui o que é o bem e a felicidade, quem tem
acesso a esses bens e como pode dispor deles. Essa distribuição é parte, também,
do legado sócio-histórico.
A conduta do homem moderno, a expressão de seus sentimentos, suas emoções,
suas vontades, suas aspirações e ações manifestam o senso moral, a ideia de justo
e injusto, certo e errado, bem como balizam a liberdade de decisões e juízos de
valor sobre nós mesmos e sobre o outro. Contudo, hoje, em relações presencias,
face a face, ou em relações mediadas por tecnologias em espaços virtuais, será
que é necessário perguntar quais são as bases organizacionais da convivência
social?
Neste capítulo, você terá a oportunidade de discutir aspectos éticos na pesquisa
científica, além dos compromissos éticos do pesquisador. Assim, poderemos
refletir sobre o que é ser autor e sobre a conduta do plágio como obstáculo para a
formação do autor. Você verá, também, como se elabora o planejamento da
pesquisa, da projeção dos capítulos à elaboração do cronograma, até a finalização
com o checklist das diferentes etapas do processo de pesquisa.
Vamos em frente!
4.1 Aspectos éticos na pesquisa
Essa tarefa de pensar sobre aspectos éticos da pesquisa é complexa, pois a
conotação do termo “ética” é, em si, carregada de sentido e difícil de ser
apreendida. Desde a discussão dos primeiros filósofos gregos até os dias de hoje,
temos que debater sobre os aspectos éticos é necessário.
A palavra “ética” vem do grego “ethos”, ou seja, uma ciência da conduta, o fim para
o qual a conduta do homem deve se orientar, um comportamento responsável, o
justo e o injusto em sentido amplo. Porém, resta-nos saber qual conduta deve ser
a orientadora.
Aliás, você saberia responder quais condutas beneficiam o bem comum?
Acrescenta-se à discussão a questão de que, ao falar em ética, a noção de moral se
apresenta como se não fosse possível discutir sobre a primeira sem citar a
segunda, quase como expressões sinônimas. Contudo, uma distinção se faz
necessária. Sobre a ética, temos que é um “[...] ramo da filosofia que fundamenta
científica e teoricamente a discussão sobre valores, opções (liberdade),
consciência, responsabilidade, o bem e o mal, o bom e o ruim” (NOSELLA, 2008, p.
256). Já a moral, por sua vez, é a dimensão pragmática da conduta humana, ou
seja, os hábitos, os costumes, o modo ou a maneira de viver, a moral ou o imoral.
Entre a natureza da ciência, do saber científico questionador das certezas
estabelecidas e da discussão dos valores éticos, o debate entre o bem e o mal está
posto desde Platão, para quem cabia à Filosofia estabelecer os limites, a medida
certa da ciência por meio da ética filosófica do homem livre, pois a condição de
existência do servo era natural e não se constituía um problema científico, nem
ético. Em Aristóteles, ao poder político caberia garantir a felicidade dos cidadãos
(livres), e a esse poder também competia estabelecer o limite da ciência.
No período medieval, a ciência foi paralisada em razão das condições do
pensamento dogmático, do limite à liberdade de pensamento e da curiosidade.
Nesse ponto, é importante esclarecermos a diferença entre a concepção de ciência
desde a antiguidade, o período medieval ou, mesmo, a era moderna (século XVII);
e a concepção de ciência moderna a partir do século XVIII. Vale destacarmos que,
em cada uma dessas épocas, “[...] a ideia de natureza é diferente; em cada uma
delas métodos empregados são diferentes; em cada uma delas o que se deseja
conhecer é diferente” (CHAUI, 2010, p. 223).
Em descontínuos e diferentes movimentos, a história da ciência, no modo de
conhecer elaborado, vai sendo transformada a partir de mudanças provocadas por
acontecimentos importantes, como o surgimento das universidades, espaço de
reflexão e produção de conhecimento; a criação das cidades; os diferentes modos
de produção e de organização social; bem como da separação entre poder da
Igreja e do Estado. Assim, nesse processo de rupturas, o conhecimento científico
vai se produzindo.
Desde Rousseau (1750) a questão ética se faz presente:
[...] há alguma relação entre a ciência e a virtude? Há alguma razão de peso para
substituirmos o conhecimento vulgar que temos da natureza e da vida e que
partilhamos com os homens e mulheres da nossa sociedade pelo conhecimento
científico produzido por poucos e inacessível à maioria? (SANTOS, 2004, p. 16). 
Jean Jacques Rouseau (1712-1778) foi um filósofo do século XVIII. Ele defendia os ideais da justiça e da
paz igualmente entre soberanos, ricos e pobres. Para ele, a origem da desigualdade entre os homens
seria agravada com a instituição da propriedade privada, incluindo o início da formação da sociedade
civil e o trabalho assalariado. Sua ideia era a criação de um contrato social como mecanismo de
mediação das relações entre os homens.
De acordo com Santos (2004), regressamos à questão de origem entre ciência e
ética, tecnologia e virtude, conhecimento prático que usamos para resolver as
nossas vidas e conhecimento científico e tecnológico, sempre e continuamente
produzido por poucos, mas inacessível para muitos.
VOCÊ O CONHECE?
No século XX, após duas Guerras Mundiais, pensadores como Gramsci, Brecht e
Sartre reafirmaram a necessidade de questionar a ligação “[...] entre virtude e
ciência, entre ética e pesquisa, entre autoridade política e consciência individual.
Não se pode pesquisar sem saber para que se faz isso” (NOSELLA, 2008, p. 264).
Devemos à ética, então, as perguntas sobre a conduta do homem (livre): em que
sentido deve-se orientar? Qual é o comportamento responsável diante dos
problemas enfrentados pela humanidade?
Uma consideração formulada por Almeida (2008, p. 356), em sua reflexão sobre a
ética, diz que “[...] o ser ético é também aquele que continuamente se pergunta
sobre a própria moral – o que é um exercício de percepção da ‘provisoreidade’ da
moral”. Dessa forma, a ética é um exercício dinâmico que acompanha a formação
do estudante e do pesquisador.
VOCÊ SABIA?
Figura 1 - Einstein mencionava que adquirir autoridade com o estudo natural deu a ele uma
responsabilidade sobre o reino social. Fonte: 360b, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
A mentira é uma prática humana que ocupa a discussão filosófica. O pensamento
teológico de Tomás de Aquino classificava a mentira em viciosa (ato de enganar),
oficiosa (para alcançar algum bem) e jocosa (ato de divertir), sendo atos
considerados pecado. Atualmente, com a circulação de conteúdo via internet, a
expressão fake news, ou notícias falsas, tem ocupado os noticiários e a vida dos
internautas. Assim, cabe uma reflexão: como pensar na ética em tempos de fake
news?
Esses questionamentos quanto à ética se dão de forma a alcançar a conduta do
Homem, mas também são postas para cada um em sua individualidade, em sua
condição humana, como na antiguidade clássica do “conhece-te a ti mesmo”. A
“[...] ética e a sua eternacapacidade de nos fazer perguntar sobre o bem [...]”
(ALMEIDA, 2008, p. 355), assim, na atualidade das comunidades virtuais, redes
sociais e fluxos cada vez mais acelerados, as questões éticas se tornam complexas
e tomam nova forma, ainda que a tecnologia informacional alcance de maneira
desigual as fronteiras.
Dessa forma, em nossa sociedade informacional atual de relações mediadas por
tecnologias digitais, em que hipertextos e artefatos audiovisuais circulam
velozmente, compete perguntar de quem é a autoria? Quem é o plagiador? Qual é
a ética da ciência?
4.1.1 Autoria e plágio
O conceito de autoria está ligado à responsabilidade de algo. Assumir a autoria é
se responsabilizar pelo dizer, pelo discurso, ainda que ele, em sua originalidade,
carregue outros discursos, de outros autores. De acordo com a abordagem
freireana (2007), a educação da sociedade deve almejar torná-la composta por
seres autônomos, na acepção da possibilidade humana de fazer suas próprias
escolhas, de acordo com sua liberdade moral e intelectual. Nesse sentido de
liberdade, repousa a responsabilidade do autor, bem como de sua autoria.
A lei de direitos autorais no Brasil define o autor como aquela pessoa ou aquelas
pessoas indicadas ou identificadas nas obras como suas criadoras intelectuais. A
lei prevê, ainda, a criação intelectual coletiva, ou seja, a coautoria por meio do
grau de participação na criação da obra. A autoria, então, é objeto de
normatização em códigos de ética de diferentes profissões envolvendo a produção
de artigo científico, bem como a produção de patentes, marcas e o desenho
industrial. 
VOCÊ SABIA?
O Código Penal trata em sessão específica dos crimes contra a propriedade
intelectual. O crime de violação aos direitos autorais, no art. 184 do código, diz que
violar os direitos de autor e os que lhe são conexos gera detenção de três meses a
um ano, ou multa. Na literatura jurídica, encontra-se casos de litígio de plágio de
músicas entre autores renomados e clássicos da literatura, como a obra Romeu e
Julieta, do dramaturgo inglês Willian Shakespeare.
Aprender a autoria e assumir a posição de autor exige o que Freire (2007) chama
de curiosidade epistemológica, ou seja, a capacidade crítica crescente de
aprender e conhecer o que se faz e o motivo para se fazer. Isto é, as intenções, os
condicionantes de um determinado fazer e a ocultação ou o silenciamento de
outros tantos fazeres. Entretanto, essa autoria pretendida é controversa porque
parte do saber diz respeito a pensar e, como ele questiona a autoridade e duvida
do instituído, ocupa lugar entre forças do saber e do poder, pois, assim, está em
“[...] jogo a cidadania que sabe pensar para poder melhor intervir” (DEMO, 2008, p.
70).
Nessa discussão, Demo (2008) atribui à autoria dois sentidos igualmente práticos.
O primeiro é o de forjar no autor a atitude reflexiva de quem é capaz de construir
um texto próprio, com base na autoridade do argumento. O segundo sentido é o
da intervenção social e política, visando transformar a sociedade de maneira
crítica e responsável.
O sentido da autoria envolve professores e estudantes da educação básica e
universitária a quem Demo (2008) dirige sua crítica. Ele afirma que um professor
não é autor, pois sua formação docente não incluiu a competência leitora entre
seus objetivos. Demo (2008) também critica o ensino destituído da pesquisa, da
formação do pesquisador crítico, criativo e instigador. Além disso, menciona a
prática docente que se contenta em “dar aula”, como se essa ação não fosse uma
aventura, na qual cada um constrói e reconstrói seu próprio caminho, cheio de
surpresas e desafios. 
VOCÊ QUER LER?
O texto “Ética e Cidadania do Conhecimento”, escrito pelo professor Pedro Demo, alerta sobre o perigo
do saber como artimanha colonizadora, discutindo sobre o conhecimento e a pobreza política e ética.
Você pode ler o artigo completo no link: <https://docs.google.com/document/pub?
id=1fDZzS8W0UZjOo6fFORMI4HRJRAz5MhtqiSpHZfd8X2o (https://docs.google.com/document/pub?
id=1fDZzS8W0UZjOo6fFORMI4HRJRAz5MhtqiSpHZfd8X2o)>.
Vale questionarmos, aqui, como fica a prática docente frente à formação da
autoria em época de expansão da internet e seus espaços colaborativos de
aprendizagem. Em tempos de hipertextos disponíveis sobre toda sorte de temas,
acessíveis ao alcance de um click, como estabelecer os limites éticos da autoria?
Você, leitor, em uma escala de zero a dez, o quanto se considera um autor?
Uma pesquisa de campo sobre plágio na universidade com estudantes
graduandos do curso de Letras revelou que 36,84% assumem já terem cometido
plágio de texto; 21% plagiaram, mas não assumem; e 41,1% dizem não ser a favor
do plágio (SILVA, 2008). A ocorrência de plágio na graduação e mesmo na pós-
graduação não é prerrogativa dos estudantes do curso de Letras, sendo uma
realidade presente no ensino atual da geração do “copia e cola”. Os entrevistados
justificaram o uso do plágio principalmente pela facilidade e pela exposição dos
materiais, bem como uma aparente sensação de liberdade, de que o conteúdo
circulado pela internet não possui autoria identificada e pode ser copiado na
íntegra ou parcialmente apropriado. Essa situação é reveladora da emergência do
tema para os ensinos básico, superior e de pós-graduação, além de para as
comunidades científica e acadêmica de modo geral, pois o problema também
existe entre esses pares.
O plágio, sendo assim, não se constitui apenas quando a obra é apropriada
indevidamente em sua totalidade, sendo que a apropriação parcial ou conceitual
de uma ideia original, sem o devido crédito autoral, também se constitui como
plágio e deve ser evitada. Essa é uma questão ética a ser discutida no ambiente
escolar e acadêmico, afinal, o acesso a esse universo informacional está posto,
resta saber o que somos capazes de fazer com ele e como dirigir nossa conduta de
forma responsável, seja individual ou coletivamente.
Q
https://docs.google.com/document/pub?id=1fDZzS8W0UZjOo6fFORMI4HRJRAz5MhtqiSpHZfd8X2o
O vídeo Autoria, pirataria e plágio na era digital apresenta a discussão do professor Sérgio Abranches no
II Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação de Recife. Ele trata da cibercultura como realidade,
em que práticas e significações sobre autoria estão sendo modificadas enquanto novas redes
societárias e tecnológicas estão sendo tecidas. Você pode ver em: <https://www.youtube.com/watch?
v=Wtp_9hjH3x8 (https://www.youtube.com/watch?v=Wtp_9hjH3x8)>.
Na internet, o material disponível se encontra protegido por sistemas de
licenciamento do tipo convencional “Todos os direitos reservados” e o sistema
“Alguns direitos reservados”. O último permite a livre manipulação, distribuição,
compartilhamento e replicação dos conteúdos como forma difusora de
conhecimentos. Esse sistema possui formas diferenciadas de licença em seis tipos
de gradação, que pode ser desde a renúncia quase total, por parte do autor, até
nível mais restrito; isso significa que o autor original decide a melhor maneira de
disponibilizar seu material. De toda forma, é exigida a identificação do autor da
obra e que obras sucessivas, elaboradas com base nesse sistema, estejam
disponíveis para compartilhamento, manipulação, distribuição e replicação. 
A discussão sobre autoria e plágio no meio acadêmico, da ciência e da pesquisa,
envolve aspectos éticos e morais em sua dimensão pragmática de respeito a
hábitos e costumes em formação e (de) formação. Ou seja, em tempo de produção
compartilhada, a noção de autoria e plágio tende a construir novos significados.
VOCÊ QUER VER?
4.2 Dilemas
Todos os projetos de pesquisa científica, em qualquer área de conhecimento que
envolva seres humanos, são obrigados a se submeterem a uma análise em seus
aspectos científicos e éticos. A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP),
ligada ao Conselho Nacional de Saúde, preconiza que devem existir Comitês de
Ética em Pesquisa (CEP) em instituições que desenvolvam pesquisas com seres
humanos. Esses comitês são compostos de forma multidisciplinar,https://www.youtube.com/watch?v=Wtp_9hjH3x8
multiprofissional e independente, reunindo especialistas, cientistas e leigos. Os
CEP têm como finalidade avaliar que as pesquisas realizadas sejam
cientificamente fidedignas, metodologicamente corretas, moralmente aceitáveis e
socialmente relevantes (BRASIL, 2007).
A criação internacional de Comitês de Ética em Pesquisa tem origem na
formulação do Código de Nuremberg (1947), em razão das atrocidades cometidas
por médicos e cientistas durante o regime nazista contra o povo judeu. Esse código
foi revisado e complementado pela Declaração de Helsinque (1964-2000) da
Associação Médica Mundial. O Brasil acompanha essa tendência mundial desde
1996, mediante Resolução do Conselho Nacional de Saúde n. 196/96, atualizada
pela Resolução n. 466/2012 (SCHRAMM, 2004).
O texto “Ética em Pesquisa: os desafios das pesquisas em ciências humanas e sociais para o atual
sistema de revisão ética”, de Érica Silva e Everton Pereira, aborda a avaliação de projetos de pesquisa
envolvendo seres humanos, mediante experiências dos autores no Comitê de Ética em Pesquisa. Você
pode entender melhor sobre os impactos disso lendo o artigo na íntegra: <https://goo.gl/TTrjMa
(https://goo.gl/TTrjMa)>.
O protocolo de avaliação por membros do CEP requer do pesquisador a
submissão do projeto de pesquisa, acompanhado do documento de
consentimento livre e esclarecido dos indivíduos e populações a serem
pesquisadas, bem como a documentação comprobatória da instituição de origem
do pesquisador de que a pesquisa será efetuada de acordo com as regras
estabelecidas pelo Conselho Nacional de Saúde. Como registra Minayo (2005, p.
161), “[...] no caso de populações consideradas vulneráveis, como é o caso dos
indígenas e das crianças, os protocolos são mais exigentes e requerem mais tempo
para sua efetiva obtenção”. No caso de estudantes dos cursos de pós-graduação
stricto sensu (doutorado e mestrado), o pesquisador, apoiado por seu orientador,
encaminham todo o procedimento. 
VOCÊ QUER LER?
https://goo.gl/TTrjMa
O uso da Resolução n. 466/2012 como norma regulamentar para as pesquisas
envolvendo seres humanos vem sendo objeto de discussão por parte dos
pesquisadores da área de ciências humanas e sociais, adeptos da pesquisa de
abordagem qualitativa, considerando a inadequação dos seus princípios
positivistas. Como apresenta Guerreiro (2016, p. 2620), “[...] inúmeras publicações
brasileiras discutem as solicitações inadequadas que os CEP fazem, em especial
em relação às pesquisas qualitativas”.
Podemos destacar, ainda, que controvérsias sobre o abuso de poder por parte dos
CEP; do tipo corporativo por parte dos seus membros — nem sempre organizados
—, considerando o equilíbrio representativo das diferentes áreas do
conhecimento; conflitos de interesses; e existência de preconceitos têm sido
objetos de registros nos meios científico e acadêmico. Nesse sentido, “[...] o
conjunto formado por regulamentações, normas e comitês continua sendo um
importante meio, senão para eliminar todos os abusos, pelo menos para reduzi-
los de acordo com a atenção de seus representantes” (SCHRAMM, 2004, p. 777).
Assim, pesquisadores da área de ciências humanas e sociais, membros do GT-
CHS/CONEP, depois de longo processo (2013-2016) participativo e solidário de
análise e avaliação da Resolução n. 466/2012, alcançaram a publicação da
Resolução n. 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde, que trata da pesquisa em
ciências humanas e sociais, reivindicação há muito aguardada por pesquisadores
da área.
Os dilemas enfrentados por pesquisadores e acadêmicos podem ser observados
por diferentes prismas, desde aqueles de ordem pragmática, epistemológica,
metodológica ou administrativa até os de gestão ou ordem financeira. Em todos
eles a questão ética e a responsabilidade do pesquisador são evidentes e norteiam
ou devem nortear suas escolhas.
O financiamento de pesquisas avançadas no país é uma questão delicada e
controversa. Agências de fomento à pesquisa e tecnologia — como o Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) — e fundações estaduais de
amparo à pesquisa têm sido alvos de contingenciamento dos recursos
orçamentários previstos para o desenvolvimento de suas ações, comprometendo
a formação de novos pesquisadores e a continuidade de pesquisas em
andamento.
A recente história da humanidade está repleta de alertas ao pesquisador, como a
pesquisa em busca de novas fontes de energia, que resultou na construção da
bomba de hidrogênio, dizimando as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki
em agosto de 1945. Temos, também, o caso brasileiro ocorrido na cidade de
Goiânia em 1987, conhecido como Césio 137, fato pouco pesquisado em sua
origem e repercussão, conhecimentos para serem investigados e difundidos na
população para que nunca mais se repitam. Esses alertas fazem o pesquisador
refletir sobre os caminhos e os sentidos da ciência, além da complexa formação de
novos pesquisadores.
Em suas considerações sobre a questão ética da pesquisa, Nosella (2007, p. 267)
aponta como principal problema ético a contradição entre uma “[...]
superconcentração de riquezas e o aumento desmedido da pobreza”, resultante
da crescente produção de riquezas concentradas em uma pequena parcela da
população e da estagnação dos modelos de desconcentração das riquezas em
grande parcela da população assalariada ou dependente de planos de
atendimento social, que ficam distante das riquezas produzidas.
Diante dos desafios que se impõem ao pesquisador e da responsabilidade social e
política no desempenho de sua ação na produção do conhecimento científico, sua
difusão à reflexão sobre a ética profissional e a consistente formação científica se
configuram como um compromisso assumido desde as primeiras etapas do
projeto de pesquisa. 
4.3 Planejamento da pesquisa:
projeção dos capítulos e cronograma
Um planejamento tem como uma das suas principais características a flexibilidade
e o caráter articulador entre as diferentes etapas de uma determinada ação. O
planejamento da pesquisa deverá acompanhar o pesquisador desde o início do
trabalho até a conclusão e divulgação dos resultados. Todos os aspectos deverão
constar do planejamento inicial, e, com as ocorrências, as correções e adequações
ao planejamento deverão ser ajustadas. Para uma pesquisa que conta com aporte
de recursos de agência de fomento à pesquisa, o planejamento será ainda mais
relevante e detalhado.
O planejamento bem formulado esclarece de forma minuciosa algumas questões,
conforme vemos na figura a seguir.
Antes mesmo de iniciar o plano de trabalho, o pesquisador, logo após a definição
do tema e do problema de pesquisa, deverá proceder ao que Lakatos e Marconi
(2017) chamam de estudos preliminares. Esses estudos têm como objetivo
verificar o estado da arte do tema escolhido, ou seja, são estudos realizados com o
intuito de inventariar e mapear a produção científica em determinada área de
conhecimento. Com esse estudo, o pesquisador verifica as tendências teóricas
mais relevantes de abordagem do tema, o tipo de metodologia recorrente ao
estudo da temática, principais autores interessados no tema, as críticas e os
obstáculos apontados, além das lacunas existentes nos estudos mapeados.
 Figura 2 - Elementos
de composição de planejamento de pesquisa. Fonte: Adaptado de LAKATOS e MARCONI, 2017.
Deslize sobre a imagem para Zoom
Embora seja um estudo preliminar, o material levantado será aproveitado na
pesquisa como subsídio para análises posteriores ou como parâmetro ao que está
sendo proposto.
Esse mapeamento é denominado por Bonin (2010, p. 07) como a pesquisa da
pesquisa, pois “[...] permite visualizar os problemas já enfrentados na
investigação, os conhecimentos obtidos e daí trabalhar na formulação de
questionamentos que tragam à luz novas dimensões dos fenômenos”. A autora
reafirma que essa opção metodológica potencializa a autoconstrução do
pesquisador, atuando na formação individuale da pesquisa em equipes de
trabalho.
De posse de todo esse mapeamento, o pesquisador elabora o anteprojeto de
pesquisa para ter uma ideia sistematizada dos aspectos teóricos e metodológicos
do trabalho. Programas de pós-graduação comumente requerem aos candidatos a
apresentação do anteprojeto de pesquisa em processos seletivos. É a intenção de
pesquisa organizada sistematicamente, embora se saiba que, até o produto final
ficar pronto em definitivo, muitas modificações serão efetuadas.
Tomando como exemplo os cursos de pós-graduação, após a aprovação no
processo seletivo, o pesquisador deverá apresentar à comissão do curso ou ao
orientador o projeto de pesquisa definitivo. Contudo, este também sofrerá ajustes
no decorrer do aprofundamento dos estudos. De acordo com Koche (2016, p. 122),
“[...] o planejamento de uma pesquisa depende tanto do problema a ser
investigado, da sua natureza, e situação espaço temporal em que se encontra,
quanto da natureza e nível de conhecimento do investigador”. Assim, a estrutura
do projeto de pesquisa pode conter variações para atender exigências particulares
do programa de pós-graduação, da agência de fomento financiadora ou do centro
de pesquisa ao qual será apresentado.
Ressalva feita, podemos observar a estrutura do projeto de pesquisa baseado na
formatação proposta por Lakatos e Marconi (2017) com o quadro a seguir.
Quadro 1 - Modelo de estrutura geral do projeto de pesquisa com seus itens característicos. Fonte:
LAKATOS e MARCONI, 2017, p. 216.
Deslize sobre a imagem para Zoom
Ao relatar a experiência da pesquisa de avaliação do “Projeto Cuidar”, em que
atuou como coordenadora, Minayo (2005, p. 161) destaca como algumas etapas de
preparação da pesquisa contínua de difícil execução, exemplificando o que é
preciso:
- Obter permissões oficiais ou oficiosas para a realização da pesquisa;
- Selecionar e capacitar uma equipe para o trabalho de campo;
- Listar e preparar todos os suprimentos, equipamentos e instrumentos que serão
necessários;
- Organizar os detalhes da estadia, como hospedagem e transporte;
- E, a depender do tipo de estudo, torna-se vital elaborar uma agenda, um roteiro de
atividades, fazendo contatos prévios, marcando visitas, entrevistas e outros tipos de
ação investigativa.
O plano de trabalho da pesquisa deverá prever todas as etapas de sua execução,
desde a de preparação até as etapas finais de produção do relatório e divulgação
dos resultados. Cada etapa tem sua natureza e dificuldades particulares. Um plano
bem articulado e continuamente atualizado, por exemplo, permite a solução de
entraves em tempo hábil e recursos disponíveis.
O modelo didático de fluxograma de pesquisa apresentado por Koche (2016) se
divide em quatro etapas dinâmicas. Observe:
Quadro 2 - Modelo didático de fluxograma de projeto de pesquisa em quatro etapas dinâmicas e
interligadas. Fonte: Adaptado de KOCHE e CARLOS, 2016, p. 127.
Deslize sobre a imagem para Zoom
O plano de trabalho de pesquisa, além de ser uma exigência metodológica por
parte da instituição de vinculação do pesquisador, instituição de ensino ou
agência de fomento à pesquisa, é o mecanismo didático, epistemológico e
metodológico instituidor da pesquisa científica. Como afirma Koche (2016, p. 133),
“[...] sem o projeto o investigador corre o risco de desviar-se do problema que quer
investigar, recolhendo dados desnecessários ou deixando de obter os
necessários”.
O projeto de pesquisa, portanto, orienta o pesquisador na definição do plano de
trabalho, ou seja, esse documento permite ao pesquisador um trabalho metódico
e sistematizado, atenção aos prazos estabelecidos e recursos disponíveis, evitando
desgaste de esforços e resultados.
A distribuição dos capítulos, seções e subseções deve ser orgânica, em uma
correspondência lógica das ideias tratadas. Como ensina Castro (2011, p. 58), “[...]
a criação dos capítulos e o batismo dos títulos não são tarefas separadas”. É um
trabalho que requer atenção aos detalhes da produção, afinal, nem sempre — ou
na maior parte das vezes — o autor cria títulos alternativos e provisórios, capítulos
são ordenados e reordenados, até a versão final ser considerada satisfatória e
receber a aprovação final. Além disso, vale destacar que o trabalho não deve ser
longo em demasia, com inúmeras divisões em seções e subseções, nem
fragmentado a ponto de comprometer a coesão, a sequência lógica e deixar o
leitor perdido na leitura do texto. Cada capítulo deve explicitar integralmente seu
conteúdo, encadeando início, meio e fim, pois, “Em uma redação bem-feita, há
uma fronteira natural, nascida da própria forma de construir o texto” (CASTRO,
2011, p. 60).
A estratégia principal para chegar a uma redação satisfatória dos títulos de
capítulos e seções é a leitura analítica do texto. Com uma leitura objetiva e
analítica, o autor consegue identificar as ideias-chave do texto e, a partir delas,
chegar ao título ideal, pois eles devem informar e antecipar ao leitor às principais
ideias do conteúdo do texto, convidando-o à leitura. 
Um aspecto estratégico e de grande relevância do plano de trabalho é o
cronograma da pesquisa. Nele, devem constar as principais ações previstas para a
realização do trabalho e sua distribuição no prazo de tempo determinado à
pesquisa. Portanto, sua elaboração vai depender do prazo informado pela
instituição de origem do pesquisador. A elaboração do cronograma também está
condicionada à complexidade da pesquisa, equipes envolvidas e financiamento,
ou seja, todos os aspectos merecem atenção para a elaboração do cronograma de
maneira ajustada às necessidades do trabalho.
Considerando um programa de pós-graduação com duração prevista de quatro
anos, e realização de plano de trabalho geral, a organização do cronograma pode
ser dada conforme o quadro a seguir.
Figura 3 - Estabelecer prazos e cumprir as metas definidas no plano de trabalho de pesquisa deve
ajudar a preservar esforços e resultados. Fonte: nasirkhan, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
O modelo apresentado se constitui uma orientação didática. Cada instituição de
ensino, agência de fomento à pesquisa ou órgão demandante do trabalho poderá
estipular diferentes formas de organização do cronograma, com etapas específicas
e definição de prazos sempre de forma ajustada ao prazo final de entrega do
trabalho.
Assim como a fase inicial do trabalho de pesquisa é repleta de expectativas, a fase
final também guarda seus desafios e promessas. A etapa de encerramento do
projeto de pesquisa deve ser cuidadosamente planejada e acompanhada de
Quadro 3 - Modelo didático sugestivo de cronograma de trabalho de pesquisa distribuído no período
de quatro anos. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
atenção. Estratégias especialmente planejadas para essa etapa podem ser de
grande ajuda.
4.4 Finalização do projeto: checklist
O checklist se constitui uma técnica ou estratégia utilizada em revisões técnicas na
área de tecnologia da informação, com a intenção de certificar a qualidade e a
confiabilidade dos produtos desenvolvidos. Ele é aplicável na verificação de
documentação de análise, projeto de arquitetura, design, codificação e testes em
geral.
O checklist pode ser entendido como uma lista de critérios ou lista de verificação,
isso vai variar de acordo com a área de aplicação, como na enfermagem ou na
engenharia. Na literatura, é possível encontrar variados modelos de checklist para
uso em áreas diversas, como na medicina, em procedimentos cirúrgicos, com o
objetivo de mensurar indicadores de qualidade da assistência médica. Nesse caso,
o checklist pode ser organizado em etapas. 
Na educação, a técnica vem sendo utilizada de diferentes maneiras, como na
educação especial para análise e acompanhamento de funcionalidades corporais,
motoras e ambientais dos estudantes. Já na metodologia científica, a literatura
registra sua difusão e aplicação no controle e na verificação de projetos de
pesquisa.
Para entendermos melhor sobre o assunto,analisaremos um caso na sequência.
 Figura 4 - Um
checklist pode ser utilizado para atender demandas diversas em diferentes setores produtivos, de
serviços e na educação. Fonte: Kullapol, Shutterstock, 2018.
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CASO
A professora Dora é orientadora dos Trabalhos de Conclusão de Curso
(TCC) em cursos de graduação. Nesse semestre, ela possui dez orientandos
de diferentes áreas. Os projetos de pesquisa já estão em andamento, e,
com a proximidade do final do prazo, a dificuldade para acompanhar todos
os alunos só aumenta.
Na reunião de departamento, Dora expôs aos colegas sua dificuldade em
atender uma turma com muitos alunos com projetos de pesquisa com
interesses de áreas tão diversificadas. Assim, uma de suas colegas, da área
de Tecnologia da Informação, sugeriu que a professora adotasse o uso de
checklist com os alunos para ter maior controle da produção de cada um
em relação ao andamento do projeto e aos prazos estabelecidos. Com a
adoção da estratégia, Dora poderia orientar os estudantes e listar o que
será necessário para a etapa final de entrega do projeto de pesquisa de
cada um deles, revisando aspectos não satisfatórios.
Juntas, as professoras organizaram o checklist e Dora pôde colaborar com
os alunos na etapa final de conclusão e entrega do TCC.
Uma experiência realizada por Pinheiro e Bezerra (2014) relata o desenvolvimento
de metodologia didática para a elaboração de projeto de pesquisa, tendo como
fundamento a autoavaliação e como estratégia para a aplicação de checklist. A
experiência foi realizada entre 2010 e 2013, com 11 turmas dos cursos de
graduação de Sistema da Informação, Engenharia de So�ware e Rede de
Computadores. O trabalho foi proposto com base nos critérios utilizados pela
banca de avaliadores da instituição.  As pesquisadoras criaram um checklist de
critérios para ser utilizado como recurso didático da disciplina de Projeto de
Pesquisa, visando a orientação para elaboração do projeto por meio de
autoavaliação. Como resultado final, Pinheiro e Bezerra (2014) apresentam os
critérios de referência para avaliação de TCC conforme o quadro na sequência.
Para o pesquisador, contar com o checklist como recurso de verificação das
diferentes etapas do projeto e, com isso, proceder aos ajustes necessários, pode se
tornar uma estratégia de grande relevância. Ademais, vale ressaltar que a
Quadro 4 - Modelo de aplicação de checklist como estratégia de autoavaliação na elaboração de
projeto de pesquisa. Fonte: PINHEIRO e BEZERRA, 2014, p. 1608.
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composição do checklist vai depender do objetivo da sua aplicação, a escolha dos
dados e a definição dos critérios a serem validados. Dessa forma, o pesquisador
finaliza o projeto de pesquisa com uma visão geral de todo o trabalho realizado.
Síntese
Concluímos mais um capítulo, agora relativo aos aspectos da formação do
pesquisador como autor, sua responsabilidade frente às questões éticas e seu
posicionamento em relação a prática de plágio entre os acadêmicos e ao
enfrentamento de problemáticas e controvérsias no campo da pesquisa científica.
Com isso, também finalizamos a disciplina de Metodologia Científica. Assim, você
já sabe que uma pesquisa envolve planejamento sistemático, controle de ações,
recursos materiais — de tempo e financeiros — e gestão de equipe de pesquisa em
grandes projetos.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
discutir aspectos éticos nos diferentes tipos de pesquisas;
compreender a formação da autoria;
reconhecer os obstáculos da prática do plágio para a formação da autoria;
entender a responsabilidade do pesquisador frente aos dilemas éticos na
pesquisa;
compreender como sistematizar o planejamento da pesquisa;
aprender como elaborar um cronograma;
aplicar o checklist para de acompanhamento e avaliação do projeto
pesquisa.
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