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Millena Fernandes l @medmillena Controle pós transcricional Antes de ser exportado para o citoplasma, o RNAm deve passar por várias etapas do processamento do RNA, que incluem o capeamento, splicing (encadeamento) e a poliadenilação. ORGANIZAÇÃO GÊNICA DE EUCARIOTO ◊ Monocistrônica ◊ Os procariotos não passam pelo processamento do RNA, somente os eucariotos. - Permite que o RNA saia do núcleo e vá para o citoplasma. - Enquanto o RNA não sair do núcleo, não é possível produzir proteínas. ◊ Ocorre com a RNA polimerase II. - Na região negativa: PROMOTORA dos genes (reconhecimento da RNA polimerase II) - A região promotora é igual (precisa ser reconhecida pela mesma enzima), apenas a regulatória e codificadora são diferentes. - É essencial que a região promotora esteja perto da codificadora (sempre antes/coladinha). ◊ Fatores de transcrição gerais (ou basais): iguais para todas. ◊ Mesma enzima reconhece diferentes regiões promotoras ◊ Fatores de transcrição específicos: servem para ALGUNS genes. Se ligam na região regulatória através das dobras de DNA. Assim, se juntam no complexo RNA polimerase- fator de transcrição basal e iniciam a transcrição. OBS: geralmente quando se refere a “fatores de transcrição” está se tratando do ESPECÍFICO. ETAPAS DE PROCESSAMENTO DO RNAM Para que ele se torne um RNAm maduro; os processos ocorrem concomitantemente. 3. Poliadenilação da extremidade 3’ do RNA (cauda-poliA) - Adição de nucleotídeos com adeninas na extremidade 3’. Se inicia durante o processo de transcrição. - Transcrito primário = pré RNAm OBS: o capeamento e a poliadenilação ocorrem somente em transcritos de RNA destinados a se tornarem moléculas de RNAm (denominadas mRNAs precursores, ou pré-mRNAs); aumentam a estabilidade do RNAm, facilitando a exportação para o núcleo. Capping – capeamento do RNA ◊ Protege a extremidade 5’ do transcrito de RNA. ◊ Adição de um nucleotídeo guanina contendo um grupo metila (5’). - Dentro do núcleo existe enzimas que degradam RNAses (RNAse – quebram ligações fosfodiéster - remove os primers) NÃO HÁ DNAse no núcleo - Quando o RNAm vai sendo produzido, não faz sentido ir transcrevendo e degradando ao mesmo tempo. - A adição impede que enzimas degradem essa nova molécula de RNAm. Une grupo fosfato com grupo fosfato, gerando uma ligação diferente que não pode ser degrada por RNAse (já que não é uma ligação fosfodiéster) - Polimerases adicionam nucleotídeo na extremidade 3’ (deixa um OH livre) ◊ É adicionado inicialmente para não correr o risco de perder algum nucleotídeo ◊ Também é importante para o reconhecimento do ribossomo para o RNAm e dar início no processo de tradução. 1. CAPPING ou capeamento: adição do CAP na extremidade 5’ do RNA (capa metalizada) 2. Processamento propriamente dito (splicing: retirada dos íntrons) Millena Fernandes l @medmillena Splicing ou retirada dos íntrons ◊ Processamento em si. ◊ Permite que diferentes proteínas sejam produzidas a partir de um mesmo gene. ◊ Remoção dos íntrons e união dos éxons. ◊ Se um transcrito já sofreu splicing e ambas as extremidades 5’ e 3’ foram modificadas, esse RNA é uma molécula funcional que pode então deixar o núcleo e ser traduzida em proteína. ◊ O pré-RNAm precisa ser modificado para formar um RNAm maduro. ◊ É catalisado/feito por um complexo de RNAses e proteínas que receberão o nome de spliceossomo. - Spliceossomo: complexo formado por muitas proteínas e alguns pequenos RNAs funcionais. OBS: é feito por moléculas de RNA, em vez de proteínas (pequenas RNAs nucleares – snRNAs) As sequências especiais são reconhecidas principalmente por pequenas ribonucleoproteínas nucleases (snRNPs), que dirigem a clivagem do RNA nos limites éxon-íntron e catalisam a ligação covalente das sequências dos éxons ◊ Os íntrons são marcados inicialmente por uma sequência específicas (sítio de processamento) EX: gene da beta globina só tem 3 éxons e 2 íntrons (precisam ser retirados); ◊ Importância de trabalhar com pequenas sequências de RNA: grupos de nucleotídeos de fita simples. - Possuem sequências complementares, que realizam o pareamento e sinalizam o local em que os íntrons devem ser removidos. - Extremidade 5’ do íntrons GU, meio adenina, 3’ AG. - Primeiro vem um RNA que reconhece a extremidade 5’, usa energia e ATP e dobra a fita. - Segundo RNA se liga no meio (A). - Vem mais complexo que se liga na região 3’, engloba o íntrons, sofre alterações conformacionais e cliva o início do íntrons (5’) e gruda a extremidade no sítio A (Fazendo uma alça), nesse momento a extremidade 3’ está “livre” – mas presa ao splicessomo. - Com a ajuda de energia, cliva a outra extremidade 3’ e o complexo une os éxons. - Assim, retira-se o íntrons que pode ou não ser degradado. ◊ RNAs são complementares às sequências que estão nos íntrons e éxons (snRNAs, small nuclear RNAs) ◊ As snRNPs desempenham três funções no processamento: - Reconhecem o sítio de processamento 5' e o sítio de ramificação; - Aproximam esses sítios; - Catalisam (ou auxiliam a catálise) a clivagem do RNA e as reações de religação. ◊ Esse tipo de dobra/ligação só ocorre com moléculas de RNA. Pois a ribose do RNA liga o grupo fosfato na hidroxila da ribose. ◊ O que ocorre se não houver a retirada de um íntron: mutação. Sequências erradas da proteína. - Alteração no quadro de lesão tipo corte-junção. - Alteração na sequência de reconhecimento. Poliadenilação ◊ Adição de uma calda na extremidade 3’ do RNAm recentemente transcrito. Após finalizar o RNAm, ele é clivado e a enzima adiciona vários nucleotídeos de adenina. ◊ Funções: ajuda na estabilidade do RNA; impede a formação de um grampo/dobramento do RNA; ajuda o complexo de poro a entender que o RNAm está maduro (importante para sinalizar a saída do núcleo). Millena Fernandes l @medmillena ◊ O ribossomo só consegue ler se o RNAm estiver aberto e estável CONTROLE DA EXPRESSÃO GÊNICA Se a região estiver metilada, não é possível fazer a transcrição. Se não estiver metilada, começa a acetilação e início do desnovelamento. Produção do transcrito primário, que precisa passar pelas três etapas. Produção do RNAm, que vai para o citoplasma. Se conseguir ser reconhecido pelo ribossomo, vira uma proteína ativa. SPLICING ALTERNATIVO ◊ Diferentes proteínas podem ser formadas a partir de um mesmo gene (mesma região genômica), a partir de diferentes organizações no éxons. ◊ Nem todos os éxons precisam ser usados - Cada éxon diferente gera uma proteína diferente = nucleotídeos diferentes EX: tropomiosina possui sequências proteicas levemente diferentes dependendo do tecido e célula que ela for expressa ◊ Diferentes organizações que ocorrem no splicing. ◊ Confere variabilidade no genoma: maior variabilidade proteica. ◊ Quando há adição da cauda poli A antes: produção de uma proteína diferente, alterando apenas o local de poliadenilação. ◊ Edição de RNA - Desaniminação da adenina: - Desanimação da citosina: gera uracila (pareia com adenina) Millena Fernandes l @medmillena Não é que ocorre uma mutação no intestino (MUTAÇÃO PRECISA OCORRER NO DNA E PASSAR PARA TODAS AS CÉLULAS) ◊ A sequência de DNA se mantem igual, mas todas as vezes que o gene for transcrito no intestino, no RNA mensageiro (transcrito primário) ocorre um processo de edição que muda o códon Transporte de RNAm ◊ Proteínas associadas ao RNA, necessárias para que seja transportado para o citosol. ◊ No quepe 5’ há uma proteína importante para exportar e dar início à síntese proteica. ◊ Quando há a remoção do íntron, há uma proteção de junção de éxons que indica que o RNA está pronto para sair do núcleo. RNA DE INTERFERÊNCIA ◊ siRNA; miRNA e piRNA. ◊ É um RNA pequeno de fita simples, que fica associado a proteínas (que o carregam). ◊ Quando ele se pareia ao RNAm, ocorreo silenciamento: ◊ RNAm está passível de sofrer pareamento com os RNA de interferência, pois é uma fita simples. ◊ Está passível de silenciamento gênico (inibir a síntese de proteína). - Pode levar à formação de heterocromatina: DNA condensado, impedindo a transcrição do gene. - Inibe o gene alvo em que atua. siRNA (pequeno RNA de interferência); miRNA (micro RNA de interferência); piRNA (presente em células germinativas) ◊ RNAi ◊ SiRNA siRNAs (RNAs interferentes): Originados de pareamento perfeito do RNA dupla hélice, geralmente de origem exógena (viral), ou elementos transponíveis. A formação de heterocromatina dirigida por RNAi é um importante mecanismo de defesa celular que limita a disseminação de elementos transponíveis em genomas, pois mantém suas sequências de DNA em uma forma silenciosa transcricionalmente. Os piRNAs são produzidos especificamente na linhagem germinativa, na qual eles bloqueiam o movimento de elementos transponíveis.