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Profª. Beijanicy Valim UNIDADE 3 INCIDÊNCIA E APLICAÇÃO DO DIREITO TRIBUTÁRIO DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO SEÇÃO 3.1 – RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO O objetivo do Direito é regrar as condutas do cidadão para que estes possam conviver de forma harmônica no meio social. O Direito Tributário disciplina e edita regras que ditarão a forma com que o Estado poderá retirar parte do patrimônio do cidadão a título de tributo, sem que haja, no entanto, a violação de direitos e garantias do contribuinte. Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Nessa relação jurídica tributária, tem-se: • o sujeito ativo - Fisco: tem o direito subjetivo de exigir o pagamento do tributo; • o sujeito passivo – Contribuinte: tem o dever jurídico de efetuar o pagamento do tributo. Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Quando o sujeito passivo realiza o fato gerador de um tributo, há a incidência e aplicação da lei tributária, originando-se, o desencadeamento da relação jurídica tributária (nasce a obrigação tributária). Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO A relação jurídica tributária tem o fisco no polo ativo e os contribuintes ou responsáveis, no polo passivo, sendo que o objeto relacional é o tributo. Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Art. 121 CTN. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Deve ser obedecido o princípio da legalidade para a que haja a nomeação de uma pessoa física ou jurídica ocupando o polo passivo de uma relação jurídica tributária. Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO O CTN prevê três espécies de responsabilidade tributária: • 1) dos sucessores: arts. 129 a 133; • 2) de terceiros: arts. 134 e 135; e • 3) decorrente de infrações: arts. 136 a 138. Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 1) Responsabilidade dos sucessores: • A) Art. 130: aquisição de imóveis e transmissão de patrimônio: os adquirentes de imóveis passam a ser responsáveis pelos tributos relativos ao imóvel adquirido “sub-rogam-se”. • Sub-rogação é o fenômeno onde uma pessoa substitui, assume ou toma o lugar de outrem. Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 1) Responsabilidade dos sucessores: • A) Art. 130: • Obs: Caso o imóvel seja arrematado em hasta pública (leilão judicial), seu adquirente não será responsável pelo pagamento dos tributos incidentes sobre o bem, visto que a sub-rogação ocorrerá quanto ao preço da arrematação. • Nessa situação, os tributos não se vinculam ao arrematante, mas sim ao preço da arrematação. Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 1) Responsabilidade dos sucessores: • A) Art. 130: • Uma vez efetuado o pagamento do preço da arrematação, não recai qualquer outra responsabilidade para o arrematante, ainda que o valor pago não seja suficiente para cobrir o montante total de tributos devidos. Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 1) Responsabilidade dos sucessores: • B) Art. 131: • Aquisição de bens, além da sucessão do falecido pelos seus herdeiros e pelo cônjuge supérstite. Somente trata acerca de bens móveis e semoventes e jamais de bens imóveis, que possuem tratamento específico dispensado no artigo 130 do CTN. Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 1) Responsabilidade dos sucessores: • C) Art. 132: sucessão patrimonial ocorrida em operações societárias (fusão, incorporação e transformação); Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 1) Responsabilidade dos sucessores: • D) Art. 133: • hipóteses de transferência para terceiros, do estabelecimento comercial. Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 1) Responsabilidade dos sucessores: • D) Art. 133: • Aquele que adquirir o estabelecimento comercial de outrem passa a ser responsável pelos tributos devidos pelo estabelecimento adquirido até a data da ocorrência da aquisição. Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 1) Responsabilidade dos sucessores: • D) Art. 133: • A responsabilidade pode ser integral: se o alienante não mais explorar a atividade comercial negociada (inciso I); ou, • subsidiária, se o alienante continuar a exploração da atividade comercial ou iniciar nova atividade comercial, idêntica ou não à anterior, dentro de seis meses da data da alienação do fundo de comércio (inciso II). Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO • Exceção: Quando a aquisição de estabelecimento comercial ocorre dentro de um processo de falência ou recuperação judicial, o adquirente não se torna responsável pelas dívidas tributárias do estabelecimento adquirido. • Trata-se de uma exceção à regra imposta pelo artigo 133 do Código Tributário Nacional. Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 2) Responsabilidade de terceiros: Para que haja a responsabilização de terceiros: - Deve existir uma impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte. - Os atos e omissões das pessoas tidas como responsáveis devem ter dado causa ao inadimplemento da prestação. • A) Art. 134: dever de representação; • B) Art. 135: responsabilidade pessoal dos terceiros. Profª. Beijanicy Valim RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 3) Responsabilidade decorrente de infrações: A responsabilidade por infrações têm como destinatário qualquer pessoa que tenha efetivamente praticado uma conduta tida como infratora, seja o próprio contribuinte, um responsável ou terceira pessoa a estes relacionada. A) Art. 136: independe da intenção do agente e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. B) Art.137: responsabilidade é pessoal ao agente. C) Art. 138: responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração. Profª. Beijanicy Valim UNIDADE 3 INCIDÊNCIA E APLICAÇÃO DO DIREITO TRIBUTÁRIO DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO SEÇÃO 3.2 – Obrigação e crédito tributário Profª. Beijanicy Valim Obrigação e crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO A obrigação tributária envolve duas situações: • a obrigação do sujeito passivo de pagar o tributo a ser recolhido pelos cofres públicos, conforme exigido por lei; • e a obrigação do sujeito ativo de exigir o referido tributo, após a realização do fato gerador pelo contribuinte, de acordo com a norma legal. Profª. Beijanicy Valim Obrigação e crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Nos termos do artigo 113, do Código Tributário Nacional existem duas espécies de obrigações no Direito Tributário brasileiro: • Principal: é obrigação de pagar o tributo e multa devidos (pecuniária). • Acessória: é a ação ou omissão que propicia ou facilita a ação do fisco. Ex: obrigação de emitir nota fiscal (ação), e a de não rasurar os livros fiscais da empresa (omissão). Profª. Beijanicy Valim Obrigação e crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONALTRIBUTÁRIO OBS: O § 3º do artigo 113 diz que pelo simples fato de não ser cumprida uma obrigação acessória será aplicada multa ao contribuinte. A Multa se converte em obrigação principal, pois tem como objeto pagar, entregar dinheiro ao fisco. O meio judicial pelo qual o fisco consegue compelir o contribuinte a efetuar o pagamento de tributos e multas é por meio do ajuizamento da ação de execução fiscal. Profª. Beijanicy Valim Obrigação e crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Penalidades pecuniárias: existem duas espécies de multas (moratórias e punitivas): • as multas moratórias: incidem pelo simples inadimplemento do tributo, em razão da mora do contribuinte (Essa multa é aplicada em percentual de, no máximo, 20%); e Profª. Beijanicy Valim Obrigação e crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Penalidades pecuniárias: existem duas espécies de multas: • as multas punitiva: quando existe a prática de atos fraudulentos ou danosos ao fisco. (não há necessidade de que o tributo não tenha sido pago). É uma punição ao contribuinte, para desencorajá-lo de cometer a mesma infração novamente, motivo pelo qual, atualmente, existem multas punitivas que chegam a 250% do valor do tributo devido. Profª. Beijanicy Valim Obrigação e crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Ocorrido o fato gerador do tributo, há o nascimento da obrigação tributária. No entanto, para o tributo poder ser efetivamente cobrado do contribuinte, deve surgir o chamado crédito tributário. Esse crédito nasce com o lançamento do tributo: direito subjetivo que o fisco tem de cobrar o valor do tributo do contribuinte, já que sua conduta foi devidamente individualizada e é possível verificar o valor devido, o momento do pagamento e o tributo a que se refere. Profª. Beijanicy Valim Obrigação e crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Lançamento: é um ato administrativo cujo objetivo é individualizar a conduta do contribuinte e fazer surgir o direito subjetivo do fisco em receber o tributo devido. Profª. Beijanicy Valim Obrigação e crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Crédito tributário: designa o direito de crédito da Fazenda Pública oriundo de uma obrigação tributária. Tem várias garantias e privilégios que os diferenciam de outros créditos, como os créditos civis e trabalhistas. Profª. Beijanicy Valim Obrigação e crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Todo o patrimônio do contribuinte responde pela dívida tributária, ficando resguardados tão somente os bens absolutamente impenhoráveis (artigo 833 do Código de Processo Civil). Profª. Beijanicy Valim Obrigação e crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Art. 185 CTN: fraude à execução: presume fraudulenta a alienação ou a oneração de bens e rendas, por aqueles contribuintes que estejam em débito com o fisco e cujas dívidas já tenham sido inscritas em dívida ativa. Profª. Beijanicy Valim Obrigação e crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO A inscrição em dívida ativa é a inserção do contribuinte em um cadastro de inadimplentes perante o fisco (obrigatório demonstrar qual o tributo devido, a competência em que deveria ter sido efetuado o pagamento, o valor devido, o contribuinte e o sujeito ativo e as penalidades pecuniárias aplicadas. Objetivo: dar publicidade a terceiros sobre o débito do sujeito passivo com o fisco. Profª. Beijanicy Valim Obrigação e crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Obs 2. marco inicial da fraude à execução a inscrição do débito tributário em dívida ativa na fase administrativa anterior à propositura da ação de execução fiscal. A regularidade da inscrição em dívida ativa (requisito de publicidade do ato), necessita também (indispensável) a notificação do devedor com relação à referida inscrição. Profª. Beijanicy Valim Obrigação e crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Atualmente, a legislação permite que a Certidão de Dívida Ativa (CDA), a qual retrata a existência de dívida tributária relativa a determinado contribuinte, possa ser protestada, como qualquer outro título de crédito (o nome do contribuinte será inserido em rol de maus pagadores, como o Serasa). Na ação de execução o nome do devedor é enviado ao Cadin (Cadastro de inadimplentes da esfera tributária). Profª. Beijanicy Valim UNIDADE 3 INCIDÊNCIA E APLICAÇÃO DO DIREITO TRIBUTÁRIO DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO SEÇÃO 3.3 – Constituição do crédito tributário Profª. Beijanicy Valim Constituição do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Lançamento tributário tem por objetivo a constituição do crédito tributário. A constituição do crédito tributário é fundamental para que se possa completar o percurso da incidência tributária, fazendo-se a adequada subsunção (link) do fato à norma. Profª. Beijanicy Valim Constituição do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO A obrigação tributária surge com a prática do fato gerador do tributo pelo contribuinte. A partir do momento em que o ele realiza o fato gerador que encaixa na hipótese de incidência da exação tributária, o contribuinte sabe que precisará efetuar o pagamento do tributo. Profª. Beijanicy Valim Constituição do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Porém, apesar do nascimento da obrigação tributária, o fisco não tem condições ainda, com a simples realização do fato gerador, de cobrar do contribuinte o montante devido. Somente com o lançamento (artigo 142 do CTN) surge ao fisco a possibilidade de cobrar o montante devido pelo contribuinte (constituição do crédito tributário) Profª. Beijanicy Valim Constituição do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO O lançamento é o meio pelo qual o fisco constitui o crédito tributário, imputando ao contribuinte a obrigatoriedade do pagamento do tributo. São três espécies de lançamento: de ofício; por declaração; e por homologação. O lançamento é ato privativo da administração pública, sendo transferida a realização de certos atos ao sujeito passivo, sob a fiscalização do fisco. Profª. Beijanicy Valim Constituição do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO São três espécies de lançamento: • de ofício: o fisco que apura e efetua a cobrança do tributo do contribuinte (sem interferência do contribuinte). Ex: IPTU: o fisco municipal efetua o cálculo de valor venal do imóvel e envia o carnê para que o proprietário do imóvel realize o pagamento do imposto devido em determinado exercício. Profª. Beijanicy Valim Constituição do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO São três espécies de lançamento: • por declaração (misto): com base nas declarações do contribuinte, o fisco apura e cobra o tributo devido. Obs: no Brasil, não há qualquer tributo sujeito ao lançamento por declaração. Antes, havia o ITR (Imposto Territorial Rural). Profª. Beijanicy Valim Constituição do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO São três espécies de lançamento: • por homologação: a atuação do contribuinte é total (apura o valor do tributo devido, envia as informações para o fisco, preenche a guia e efetua o pagamento antecipado do tributo. Art. 150 do CTN). Obs: Atualmente essa é a forma mais comum de constituição do crédito tributário e a maioria dos tributos estão sujeitos a essa modalidade. Ex: IPI, ICMS, IR, ITCMD, PIS COFINS, ITBI, CSLL, II (Imposto sobre Importação), IE (Imposto sobre Exportação), etc. Profª. Beijanicy Valim Constituição do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO O lançamento deve ser regido pela lei que estava em vigor na data em que o fato gerador ocorreu, pouco importando se, posteriormente, tal lei tenha sido modificada ou revogada (princípio da irretroatividade da lei tributária). Quando o contribuinte for notificado do lançamento, este, em regra, não poderá mais ser modificado. Apenas em três hipóteses poderá existir a modificação do lançamento após notificaçãodo contribuinte (artigo 145 do Código Tributário Nacional). Profª. Beijanicy Valim Constituição do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Realizado o lançamento e constituído de forma definitiva o crédito tributário, o contribuinte deve efetuar o pagamento do tributo devido na data de seu vencimento. Entretanto, se não houver o pagamento do tributo, o fisco tem o prazo de 05 (cinco) anos para ingressar com a ação de execução fiscal, a fim de cobrar o tributo do contribuinte inadimplente. Trata-se de prazo prescricional, previsto no artigo 174 do Código Tributário Nacional. Profª. Beijanicy Valim Constituição do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO A prescrição pode ocorrer tanto para o fisco, quanto para o contribuinte. Obs 2: Para o fisco, a prescrição impede que seja cobrada a dívida por meio da ação de execução fiscal. Obs 3: Para o contribuinte quando ele faz o pagamento de tributo indevido ou a maior, tem o prazo prescricional de 05 (cinco) anos para ter o direito de reaver referidos valores, já que o pagamento não deveria ter ocorrido, por meio da ação de repetição de indébito, com o objetivo de ser ressarcido daquilo que pagou a maior ou indevidamente. Profª. Beijanicy Valim Constituição do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Art. 174, parágrafo único, do CTN: Causas de interrupção da prescrição: I – O despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal. II – O protesto judicial. III – Qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor. IV – Qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. * não basta o fisco distribuir a ação de execução fiscal dentro dos 05 (cinco) anos contados após o contribuinte ser notificado do lançamento. Na verdade, não é a distribuição da ação que interromperá o prazo prescricional, mas sim o despacho do juiz que ordenar a citação do contribuinte devedor. Profª. Beijanicy Valim Constituição do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Art. 174, parágrafo único, do CTN, IV: Causas de interrupção da prescrição: IV – Qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. Obs: se o contribuinte firma um parcelamento do débito tributário com o fisco, o prazo prescricional é interrompido e começa a contar novamente. O parcelamento, portanto, é um ato extrajudicial que importa no reconhecimento do débito pelo devedor e suspende o crédito tributário. Profª. Beijanicy Valim UNIDADE 4 OBRIGAÇÃO, CRÉDITO, EXTINÇÃO E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO SEÇÃO 4.1 – Suspensão e exigibilidade do crédito Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Para que o fisco possa efetivamente cobrar o tributo do contribuinte, deve efetuar o lançamento tributário, que tem por condão constituir o crédito tributário. Uma vez constituído, portanto, o tributo pode ser exigido do contribuinte, pois sua constituição está perfeita. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Mas existem situações em que o contribuinte não concorda com o lançamento efetuado ou mesmo com a incidência do próprio tributo. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Surgem as causas de suspensão do crédito tributário (art. 151 do CTN) que impedem que o Fisco efetue a cobrança do valor do tributo do contribuinte. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Para a suspensão do crédito tributário são 05 (cinco) situações diferentes: 1) Moratória; 2) Parcelamento; 3) depósito do montante integral; 4) as reclamações e recursos administrativos; e a 5) concessão de medidas liminares. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO MORATÓRIA É a dilação do prazo para pagamento do tributo vencido. É necessária a edição de uma lei autorizando e delimitando todas as características do parcelamento: número de meses, incidência de juros, exigência ou não de garantias, etc. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO MORATÓRIA A adesão pelo contribuinte ao parcelamento do tributo importa em confissão de dívida. Durante o pagamento das parcelas, o Fisco não pode efetuar a cobrança do débito tributário, em razão da suspensão da exigibilidade tributária. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO PARCELAMENTO A moratória é a postergação do prazo originariamente previsto para o pagamento do tributo; O parcelamento é a possibilidade de pagar o crédito tributário em parcelas. Tudo que se falar de parcelamento deve ser aplicado para a moratória. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL Se o contribuinte não concorda com a lavratura de um lançamento ou com a incidência de determinado tributo para uma situação específica, ele pode questionar a cobrança tributária no Poder Judiciário, com ações próprias. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL Após o depósito do montante integral suspende os juros e multa, deixando o contribuinte adimplente com o valor devido. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Reclamações e os recursos administrativos Quando o contribuinte recebe uma notificação de lançamento ou um auto de infração e imposição de multa, pode se defender na esfera administrativa, por meio de uma impugnação. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Reclamações e os recursos administrativos Enquanto perdurar o processo administrativo instaurado pela impugnação ofertada pelo contribuinte, o fisco não pode efetuar a cobrança do tributo em questão, fica suspenso. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Vantagens para o contribuinte utilizar-se do processo administrativo: 1) não há pagamento de custas (não se paga nada para ingressar com a impugnação administrativa; 2) os julgadores são especialistas na matéria que estão julgando; 3) em caso de improcedência da ação, o assunto pode ser rediscutido na esfera judicial. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Concessão de liminares A última causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário está prevista no art. 151 do CTN. Liminar é gênero que comporta várias espécies. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Concessão de liminares No direito tributário, as ações que interessam são: • a ação declaratória, • a ação anulatória e o • mandado de segurança. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO A ação declaratória, que tramita pelo procedimento comum – admitindo, portanto, a mais ampla dilação probatória – deve ser utilizada, em regra, para a declaração da existência ou inexistência da relação jurídica tributária. O contribuinte busca se livrar da incidência da cobrança tributária. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO A ação anulatória tem por finalidade a anulação do lançamento lavrado contra o contribuinte. Tramita pelo procedimento comum, mas o mérito é a anulação do ato de lançamento. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Diferença entre as ações: Ação declaratória: discute a relação jurídica tributária em si; Ação anulatória: discuteuma situação concreta, pois já houve a lavratura do lançamento contra o contribuinte. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Mandado de segurança: É um remédio constitucional (Lei nº 12.016/09). Esta ação somente pode ser utilizada em casos de ofensa ao direito líquido e certo do contribuinte, dispondo de um rito especial, que não comporta dilação probatória. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO O fato do contribuinte ingressar com essas ações não impede o fisco de efetuar a cobrança do tributo devido, podendo inclusive ingressar com a competente ação de execução fiscal, em caso de inadimplemento do tributo. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Revisando Se o contribuinte quiser discutir seu débito tributário na justiça e não ser cobrado pelo fisco durante o trâmite do processo, ou realiza o depósito do montante integral ou obtém a concessão de liminar na ação que está em andamento. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Diferença No depósito do montante integral: se perder, o fisco efetuará o levantamento dos valores depositados em juízo e o crédito tributário estará extinto. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Diferença Na liminar: como não pagou o tributo em razão da autorização judicial, com a improcedência da ação, terá que efetuar o pagamento de todo o tributo devido que incidiu durante o andamento da demanda de uma única vez e no prazo de 30 (trinta) dias do trânsito em julgado da sentença, o pagamento do tributo sem a incidência de multa e juros. Caso não faça o pagamento no prazo, sobre o valor do tributo devido incidirão juros e multa moratória. Profª. Beijanicy Valim Suspensão e exigibilidade do crédito DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Com a liminar, fica autorizado o não pagamento do tributo na data de vencimento. Porém, em caso de improcedência da ação, deverá efetuar, em 30 (trinta) dias após o trânsito em julgado da sentença, o pagamento do tributo sem a incidência de multa e juros. Profª. Beijanicy Valim UNIDADE 4 OBRIGAÇÃO, CRÉDITO, EXTINÇÃO E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO SEÇÃO 4.2 – Extinção do crédito tributário Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Esta relação jurídica surge com a ocorrência do fato gerador e é constituída pelo lançamento tributário. Porém, o art. 156 do CTN prevê hipóteses que fazem desaparecer a obrigação tributária, liberando o contribuinte do vínculo obrigacional existente com o Fisco. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Causas de extinção do crédito tributário – 156 CTN 1) Pagamento; 2) Compensação; 3) Transação; 4) Remissão; 5) Prescrição e a decadência; 6) Conversão de depósito em renda; 7) Pagamento antecipado; 8) Homologação do lançamento; 9) Consignação em pagamento; 10) Decisão administrativa irreformável; 11) Decisão judicial passada em julgado; 12) Dação em pagamento em bens imóveis. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 1) Pagamento O pagamento é a forma natural de extinção do crédito tributário porque se espera que o contribuinte pague ao Fisco o valor do tributo devido (forma mais usual). Existindo o pagamento, o sujeito passivo cumpriu seu dever e o liame obrigacional que o vinculava ao Fisco fica efetivamente extinto. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 2) compensação Na compensação, o sujeito ativo e o sujeito passivo da relação jurídica tributária são credores e devedores ao mesmo tempo. É imprescindível que haja uma lei autorizando. O contribuinte somente pode compensar tributos de um mesmo ente tributante. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 3) Transação Transação é um acordo celebrado entre as partes, mediante concessões mútuas, para a liberação do devedor em relação à obrigação tributária. Sempre que a lei permitir, pode existir uma transação entre o Fisco e o contribuinte, a fim de extinguir o crédito tributário devido. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 4) Remissão A remissão é o perdão do crédito tributário conferido pelo Fisco ao contribuinte. É o perdão do tributo em si, pois o perdão da multa é outro instituto que será estudando mais adiante. Deve existir lei autorizando. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 5) prescrição e a decadência A prescrição, para o contribuinte, é a perda do direito que ele tem de ingressar com a competente ação de repetição de indébito, perante o Poder Judiciário, no prazo estipulado por lei, a fim de recuperar tributo pago a maior ou de forma indevida. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO A prescrição vista sob a ótica do Fisco significa a perda do prazo que o ente tributante tem para ingressar contra o contribuinte com a competente ação de execução fiscal, a fim de cobrar o tributo devido e não pago. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 5) prescrição e a decadência Art. 168 CTN prevê o prazo de 05 anos para que tem o contribuinte possa pleitear a restituição judicial é de cinco anos. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 5) prescrição O art. 174 CTN prevê que o Fisco tem o prazo de 05 anos para ingressar com a competente ação, a fim de cobrar o contribuinte do tributo devido, contados da data em que houver sua constituição definitiva. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 5) prescrição e a decadência A decadência, por outro lado, é outra causa de extinção do crédito tributário e sob o ponto de vista do contribuinte, é a perda deste pleitear, na esfera administrativa, a restituição do valor pago a maior ou de forma indevida. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Sempre que o contribuinte recebe um lançamento ou é autuado por meio de um auto de infração e imposição de multa, abra- se o prazo, em regra, de 30 (trinta) dias para que ele possa se insurgir contra os valores lançados por impugnação administrativa. No entanto, se ele não o fizer no prazo estabelecido, terá decaído de seu direito. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Veja que a diferença entre a prescrição e a decadência para o contribuinte é que a prescrição ocorre na esfera judicial, ao passo que a decadência opera na esfera administrativa. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 6) conversão do depósito em renda Os valores dos depósitos realizados pelo contribuinte durante o trâmite da ação judicial (depósito do montante integral) que foi perdedor serão convertidos em renda em favor do Fisco e haverá a extinção do crédito tributário. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 7) pagamento antecipado No lançamento por homologação é o contribuinte que deve realizar todo o procedimento. Assim, ele apura o valor devido, envia as declarações para o Fisco, preenche a guia e efetua o pagamento antecipado do tributo apurado. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 8) pagamento antecipado e a sua homologação O pagamento antecipado deve ser homologado pelo Fisco de forma tácita ou expressa. Homologação expressa: quando o Fisco expressamente, por meio de chancela,carimbo ou qualquer outro meio inequívoco, convalida o procedimento e o pagamento realizado pelo contribuinte, extinguindo, desta forma, o crédito tributário. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 8) pagamento antecipado e a sua homologação O pagamento antecipado deve ser homologado pelo Fisco de forma tácita ou expressa. Homologação tácita: quando o Fisco fica silente pelo prazo de 05 (cinco) anos após o contribuinte realizar o pagamento devido. Passado tal prazo, há a homologação pelo decurso do prazo estabelecido em lei, com a consequente extinção do crédito tributário. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 9) Consignação em pagamento Da mesma forma que o Fisco tem o direito de receber o tributo devido, o contribuinte tem o direito de efetuar o pagamento. Existem algumas hipóteses onde o contribuinte pode encontrar certa resistência por parte do Fisco em receber o montante devido, ou ele pode ficar na dúvida para quem deve efetuar o pagamento. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal; III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 10 e 11) decisão administrativa irreformável e a sentença transitada em julgado É licito ao contribuinte questionar. Pode ser feito na via administrativa, por uma impugnação ou defesa administrativa, ou então pela via judicial, com o ingresso de uma ação declaratória, anulatória ou um mandado de segurança. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 10 e 11) decisão administrativa irreformável e a sentença transitada em julgado Se o contribuinte for vencedor em seu pleito e ficar determinado que ele realmente não deveria recolher aos cofres públicos o valor do tributo que estava sendo discutido, esta decisão, tanto na esfera administrativa quanto na judicial, terá o condão de extinguir o crédito tributário. Profª. Beijanicy Valim Extinção do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 12) Dação em pagamento de bem imóvel A lei confere a possibilidade de o contribuinte obter a extinção de seu crédito perante o Fisco, entregando um imóvel para quitar a dívida. Deve existir lei autorizando tal medida, sem a qual fica inviável essa forma de extinção do crédito tributário. Profª. Beijanicy Valim Exclusão do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Profª. Beijanicy Valim Exclusão do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Causas de exclusão do crédito tributário impedem que o crédito seja constituído. Apesar da ocorrência do fato gerador e do nascimento da respectiva obrigação tributária, o Fisco não poderá efetuar o lançamento do tributo devido, pela existência de uma causa de exclusão do crédito tributário. São duas as hipóteses: a isenção e a anistia. Profª. Beijanicy Valim Exclusão do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO A isenção é um a modalidade de exclusão do crédito tributário, prevista em legislação infraconstitucional (Lei ordinária ou Lei Complementar), que tem o condão de mutilar um dos critérios da regra-matriz de incidência tributária, impedindo a constituição do crédito por meio do lançamento. Profª. Beijanicy Valim Exclusão do crédito tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Causa de exclusão do crédito tributário. A anistia é o perdão da penalidade pecuniária incidente sobre o tributo. Art. 180 CTN. Deve existir lei autorizativa, sem a qual não pode ser excluído o crédito tributário correspondente Profª. Beijanicy Valim UNIDADE 4 OBRIGAÇÃO, CRÉDITO, EXTINÇÃO E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO SEÇÃO 4.3 – Planejamento tributário Profª. Beijanicy Valim Planejamento tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Elisão fiscal, portanto, pode ser entendida como sinônimo de planejamento tributário, que é a redução lícita da carga tributária incidente sobre determinada situação. Deve ser observada a economia lícita de tributos. Profª. Beijanicy Valim Planejamento tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Atos ilícitos não são permitidos pelo ordenamento jurídico e maculam qualquer planejamento que se pretenda fazer. Neste caso, a chamada evasão fiscal é composta justamente destes atos fraudulentos que levam à sonegação dos tributos devidos. Profª. Beijanicy Valim Planejamento tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO O contribuinte deve demonstrar o propósito negocial que o levou a realizar o planejamento pretendido, o qual ocasionou, entre outras consequências, a redução da carga tributária incidente sobre a operação. A elisão fiscal é o verdadeiro planejamento tributário. Profª. Beijanicy Valim Planejamento tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO REQUISITOS DE UM PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO VÁLIDO: Não há dúvidas de que para o planejamento tributário ser considerado lícito, inclusive pelo Fisco, ele deve ser anterior à incidência do tributo. A cronologia do planejamento deve ser anterior à realização pelo contribuinte do fato gerador da exação tributária. Portanto, a cronologia do planejamento é um ponto que sempre deve ser observado. Profª. Beijanicy Valim Planejamento tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO O Fisco não aceita planejamentos tributários que tenham como único objetivo a redução da carga tributária incidente na atividade ou operação. Não se pode criar um planejamento cuja única intenção seja de pagar menos tributo. Isto porque o tributo tem uma função social para que o Estado consiga atender, com o dinheiro arrecadado, as necessidades básicas dos cidadãos. Profª. Beijanicy Valim Planejamento tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO REQUISITOS DE UM PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO VÁLIDO: Propósito negocial: para um planejamento tributário ser válido, o contribuinte deve demonstrar ao Fisco que o está realizando com intuito financeiro, econômico, operacional ou administrativo decorrente de sua atividade. A relevância desses aspectos deve prevalecer em relação à economia tributária, que deve ser apenas uma das consequências atingidas. Profª. Beijanicy Valim Planejamento tributário DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO A Lei Complementar 104/2001 alterou o CTN para incluir em seu texto o parágrafo único ao art. 116, criando a chamada norma antielisiva. A lei prevê que é lícito ao Fisco desconsiderar qualquer ato ou negócio praticado pelo contribuinte com o objetivo de dissimular a ocorrência do fato gerador ou qualquer outro aspecto da obrigação tributária.
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