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CONTRATOS
FLÁVIO TARTUCE 
CONCEITOS DE CONTRATO
Contrato é um ato jurídico bilateral, depende de duas ou mais declarações de vontade. Seu objetivo é criar, alterar ou extinguir direitos e deveres
“O contrato é um ato jurídico bilateral, dependente de pelo menos duas declarações de vontade, cujo objetivo é a criação, a alteração ou até mesmo a extinção de direitos e deveres de conteúdo patrimonial. Os contratos são, em suma, todos os tipos de convenções ou estipulações que possam ser criadas pelo acordo de vontades e por outros fatores acessórios.”
Como o contrato é um ato bilateral, não se vale o ato de autocontrato, podendo ser anulável o negócio. No entanto, existe uma ressalva, o art. 117 “Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido substabelecidos”.
Flávio Tarturce, o doutrinador, defende a tese do diálogo das fontes quando se fala de Código de Defesa do Consumidor e o CC/2002, na parte de Contratos. Isso quer dizer que se pode haver mais de uma fonte de Contrato.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DOS CONTRATOS. A ESCADA PONTEANA
A Escada Ponteana, como elemento constitutivo do negócio jurídico possui três planos, sendo eles respectivamente: existência, validade e eficácia 
A cerca do primeiro plano, existência, temos que, segundo o artigo 104CC, para o negócio jurídico existir deve-se ter: agente, vontade, objeto e forma. Para uma didática mais recomendável, tem-se, somente, no presente artigo, os substantivos presentes em cada inciso acrescentando à vontade.
 	No plano da existência estão os pressupostos para um negócio jurídico, ou seja, os seus elementos mínimos, seus pressupostos fáticos, enquadrados dentro dos elementos essenciais do negócio jurídico. Nesse plano há apenas substantivos sem adjetivos, ou seja, sem qualquer qualificação (elementos que formam o suporte fático). Esses substantivos são: agente, vontade, objeto e forma. Não havendo algum desses elementos, o negócio jurídico é inexistente, conforme defendem os doutrinadores que seguem à risca a doutrina de Pontes de Miranda, caso de Marcos Bernardes de Mello (Teoria... Plano..., 2003)”
Já quando estamos dialogando sobre o plano da validade, usamos os adjetivos presentes no art. 104, ou seja, agente capaz; objeto lícito, possível determinado ou determinável; forma prescrita, ou não defesa pela lei, e acrescentando a vontade livre de vícios. Quando essas exigências não são sanadas temos o negócio jurídico como nulo.
 “No segundo plano, o da validade, as palavras indicadas ganham qualificações, ou seja, os substantivos recebem adjetivos, a saber: agente capaz; vontade livre, sem vícios; objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita e não defesa em lei. Esses elementos de validade constam do art. 104 do CC/2002. Na realidade, não há menção à vontade livre, mas é certo que tal elemento está inserido no plano da validade, seja na capacidade do agente, seja na licitude do objeto do negócio. O negócio jurídico que não se enquadra nesses elementos de validade, havendo vícios ou defeitos quanto a estes, é, por regra, nulo de pleno direito, ou seja, haverá nulidade absoluta. Eventualmente, o negócio pode ser também anulável, como no caso daquele celebrado por relativamente incapaz ou acometido por algum vício do consentimento.”
“Por fim, no plano da eficácia estão os elementos relacionados com as consequências do negócio jurídico, ou seja, com a suspensão e a resolução de direitos e deveres relativos ao contrato, caso da condição, do termo, do encargo, das regras relacionadas com o inadimplemento, dos juros, da multa ou cláusula penal, das perdas e danos, da resolução, da resilição, do registro imobiliário e da tradição (em regra). De outra forma, nesse plano estão as questões relativas às consequências e aos efeitos gerados pelo negócio em relação às partes e em relação a terceiros.”
Desta forma, temos que, um plano respectivamente depende do outro para ser feito o contrato, assim tempos que, para o contrato ter eficácia, deve ser primeiramente válido, e para ser valido, deve mormente existir.
No entanto, um contrato, ou negócio jurídico, pode haver ser eficaz mesmo sendo invalido, são os exemplos o caso do vício de lesão (157.CC), e o da convalidação[footnoteRef:1], que após o prazo decadencial de 4 anos, se não for declarada a nulidade, tem-se o negócio valido para todos os efeitos. [1: A convalidação é o fenômeno jurídico pelo qual o negócio inválido passa a ser tido juridicamente como válido.] 
Assim temos:
Segundo a lei 2035CC, a validade dos contratos firmados será regida pela lei vigente da época, já os seus elementos de eficácia, na norma vigente. Dessa forma, temos que, os negócios jurídicos feitos antes da vigência da atual lei pertenceram ao CC1916, em relação aos quesitos de validade, no entanto, no que se diz sobre o plano da eficácia, estes serão regidos pelo código atual.
PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES CONTRATUAIS
Quanto aos direitos e deveres das partes envolvidas ou quanto à presença de sinalagma
O contrato é um negócio jurídico bilateral ou plurilateral, no entanto em sentido estrito o contato pode ser classificado em unilateral, bilateral e plurilateral,
Unilateral é o contrato em que existe duas vontades, porém enquanto um agente suporta todos os ônus, o outro aproveita o bônus. O exemplo clássico é a doação pura e simples. “Também são exemplos de contratos unilaterais o mútuo (empréstimo de bem fungível para consumo) e o comodato (empréstimo de bem infungível para uso). Percebe-se, assim, que nos contratos unilaterais, apesar da presença de duas vontades, apenas uma delas será devedora, não havendo contraprestação. Atente-se que a doação modal ou com encargo – modalidade de doação onerosa, por trazer um ônus ao donatário – é tida como contrato unilateral imperfeito.”
“Por outra via, o contrato será bilateral quando os contratantes são simultânea e reciprocamente credores e devedores uns dos outros, produzindo o negócio direitos e deveres para ambos, de forma proporcional. O contrato bilateral é também denominado contrato sinalagmático, pela presença do sinalagma[footnoteRef:2], que é a proporcionalidade das prestações, eis que as partes têm direitos e deveres entre si (relação obrigacional complexa). O típico exemplo de contrato bilateral é a compra e venda” [2: O sinalagma é, no direito civil, o vínculo de reciprocidade e troca em um contrato entre duas partes. No contrato sinalagmático, há uma relação de prestação e contraprestação, subsumida na expressão latina do ut des. Entre os exemplos de contratos sinalagmáticos podem-se citar compra e venda, mútuo e locação.] 
“Além dessas formas contratuais, há ainda o contrato plurilateral, que é aquele que envolve várias pessoas, trazendo direitos e deveres para todos os envolvidos, na mesma proporção. São exemplos de contratos plurilaterais o seguro de vida em grupo e o contrato de consórcio.”
Quanto ao sacrifício patrimonial das partes
São divididos em onerosos e gratuitos.
ONEROSOS: Quando ambas as partes compartilham os ônus e bônus simultaneamente. Existe uma prestação e contraprestação. Pode ser exigido. São sempre bilaterais. Ex: compra e veda.
GRATUITOS: Sempre em que somente uma das partes carrega o Ônus e a outra o Bônus. Não existe exigência. Ex: doação pura e simples.
Onerosos= A (+ -) B (+-) = Compra e Venda
Gratuitos= A (-) B (+) = Doação pura 
Quanto ao momento do aperfeiçoamento do contrato
São divididos em consensuais e reais
Sempre será consensual o contrato em que necessitar somente da manifestação de vontade para o aperfeiçoamento do contrato. 
No entanto, no real necessita da entrega da coisa, como no comodato.
“Insta verificar que não se pode confundir o aperfeiçoamento do contrato (plano da validade) com o seu cumprimento (plano da eficácia). A compra e venda geraefeitos a partir do momento em que as partes convencionam sobre a coisa e o seu preço (art. 482 do CC). No caso da compra e venda de imóveis, o registro mantém relação com a aquisição da propriedade do negócio decorrente, ele valendo para a tradição nos casos envolvendo bens móveis. Utilizando a Escada Ponteana, o registro e a tradição estão no plano’ da eficácia desse contrato. Quanto à tradição, é melhor dizer que está, em regra, no plano da eficácia. Isso porque, no caso dos contratos reais, a entrega da coisa está no plano da validade.”
CONSENSUAL = SIMPLES MANIFESTAÇÃO DE VONTADE
REAL= ENTREGA DA COISA
Quanto aos riscos que envolvem a prestação
Comutativos ou pré-estimado: Quando não há riscos em uma obrigação contratual, pois as prestações são certas e determinadas. Ex: Compra e venda.
Já, contrariamente, os contratos aleatórios possuem certos riscos, pois as prestações são incertas e indeterminadas no momento da celebração do contrato 
“Contrato aleatório, a prestação de uma das partes não é conhecida com exatidão no momento da celebração do negócio jurídico pelo fato de depender da sorte, da álea, que é um fator desconhecido. O Código Civil de 2002 trata dos contratos aleatórios nos arts. 458 a 461.”
Interessante ressaltar que alguns negócios são aleatórios devido à sua própria natureza, caso dos contratos de seguro e de jogo e aposta. Em outros casos, contudo, o a) b) contrato é aleatório em virtude da existência de um elemento acidental, que torna a coisa ou o objeto incerto quanto à sua existência ou quantidade, como ocorre na compra e venda de uma colheita futura. Percebe-se, por esse exemplo, que a compra e venda também pode assumir a forma aleatória, excepcionando a regra relativa à sua natureza comutativa.”
Os contratos aleatórios são divididos em emptio spei e emptio rei speratae
“Contrato aleatório emptio spei – é a hipótese em que um dos contratantes toma para si o risco relativo à própria existência da coisa, sendo ajustado um determinado preço, que será devido integralmente, mesmo que a coisa não exista no futuro, desde que não haja dolo ou culpa da outra parte (art. 458 do CC). Como se pode perceber, o risco é maior. No caso de compra e venda, essa forma negocial pode ser denominada venda da esperança. Como exemplo, imagine-se que alguém propõe a um pescador uma compra aleatória de peixes, pagando R$ 100,00 por qualquer quantidade obtida em uma hora no mar, inclusive se nada for pescado. O preço deve ser pago de qualquer maneira.” 
“Contrato aleatório – o contrato será dessa natureza se o risco versar somente em relação à quantidade da coisa comprada, pois foi fixado pelas partes um mínimo como objeto do negócio (art. 459 do CC). Nesse contrato o risco, apesar de existente, é menor. Em casos tais, a parte terá direito a todo o preço, desde que de sua parte não tenha concorrido com culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. Mas, se a coisa não vier a existir, alienação não haverá, e o alienante deverá devolver o preço recebido (art. 459, parágrafo único, do Código Civil). Na compra e venda trata-se da venda da esperança com coisa esperada. Na mesma ilustração da compra de peixes, a proposta ao pescador é de R$ 200,00 por uma hora no mar. Porém, o comprador fixa uma quantidade mínima de dez peixes que devem ser pescados, um montante mínimo.”
Comutativos = Certo e determinado = compra e venda simples
Aleatórios= Incertos e Indeterminados = loteria 
CONTRATOS 
Carlos Roberto Gonçalves
1- CONCEITO 
Os fatos jurídicos geradores de obrigações segundo o CC/2002 são:
· Contratos;
· Declarações unilaterais de vontade;
· Atos ilícitos;
O contrato é uma espécie de negócio jurídico, segundo a lei, onde existe um acordo de uma ou mais vontades, ou seja, podendo ser bilateral ou plurilateral, com o objetivo de criar, modificar, transferir ou extinguir direitos.
Porém, mesmo este sendo uma fonte de obrigação, ele é mais abrangente que o direito das obrigações, atingindo o direito de famílias (contrato de casamento) e o direito administrativo (acordos do poder público).
2- FUNÇÃO SOCIAL 
“O Código Civil de 2002 procurou afastar-se das concepções individualistas que nortearam o diploma anterior para seguir orientação compatível com a socialização do direito contemporâneo. O princípio da socialidade por ele adotado reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, sem perda, porém, do valor fundamental da pessoa humana.” 
Segundo a redação do artigo 421[footnoteRef:3] do atual código, os contratos devem ser limitados pelo princípio da função social. Mas o que isso quer dizer? A nova ideia civilista veio andando de mãos dadas como o a evolução social no sentido de sociabilidade, o interesse coletivo acima do individual, com isso a função social tem o objetivo de restringir o princípio da liberdade contratual dando mais autonomia para que as pessoas fora da relação contratual possam ter voz quando este acordo de vontade o atingir diretamente ou indiretamente os seus direitos. [3: Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. ] 
“É possível afirmar que o atendimento à função social pode ser enfocado sob dois aspectos: um, individual, relativo aos contratantes, que se valem do contrato para satisfazer seus interesses próprios, e outro, público, que é o interesse da coletividade sobre o contrato. Nessa medida, a função social do contrato somente estará cumprida quando a sua finalidade – distribuição de riquezas – for atingida de forma justa, ou seja, quando o contrato representar uma fonte de equilíbrio social”. 
“Podem ser também lembrados, como integrantes dessa vertente, aos quais se poderá aplicar a expressão “função social do contrato”, os arts. 50 (desconsideração da personalidade jurídica), 156 (estado de perigo), 157 (lesão), 424 (contrato de adesão), parágrafo único do art. 473 (resilição unilateral do contrato), 884 (enriquecimento sem causa) e outros.”
 “Cláusulas gerais são normas orientadoras sob forma de diretrizes, dirigidas precipuamente ao juiz, vinculando-o, ao mesmo tempo em que lhe dão liberdade para decidir. São elas formulações contidas na lei, de caráter significativamente genérico e abstrato, cujos valores devem ser preenchidos pelo juiz, autorizado para assim agir em decorrência da formulação legal da própria cláusula geral.”
“Interessante observar que, nesse julgado, o Min. Gilmar Mendes diz expressamente que as cláusulas gerais são a porta de entrada dos valores constitucionais nas relações privadas. Concorda-se integralmente com essa tomada de posição, pois o preenchimento dos conceitos legais indeterminados que constam da atual codificação privada, caso da função social dos contratos e da boa-fé objetiva, deve-se dar a partir de valores constitucionais, caso da dignidade humana, da solidariedade social e da igualdade substancial, em sentido amplo. Esse ponto representa importante interação entre o Direito Civil Constitucional e o sistema de cláusulas gerais.”
3 - Princípios do direito contratual.
3.1 Princípio da autonomia 
“Tradicionalmente, desde o direito romano, as pessoas são livres
para contratar. Essa liberdade abrange o direito de contratar se
quiserem, com quem quiserem e sobre o que quiserem, ou seja, o
direito de contratar e de não contratar, de escolher a pessoa com
quem fazê-lo e de estabelecer o conteúdo do contrato.”
O princípio da autonomia da vontade se alicerça na ampla liberdade contratual podendo fazer negócios com quem, onde e sobre o que quiserem, sem serem nenhuma interferência do Estado.
Este teve seu nascimento na histórica Revolução Francesa, levando em conta o princípio da Liberté. Isto foi constituído legalmente no CC francês, art. 1134, onde diz: “as convenções legalmente constituídas têm o mesmo valor que a lei relativamente às partes que a fizeram” 
A autonomia encontra- se o seu fundamento nos contratos chamados de atípicos, ou seja, contrato atípico é o que resulta de um acordo de vontades não regulado no ordenamento jurídico,mas gerado pelas necessidades e interesses das partes. Ao contrário do contrato típico, cujas características e requisitos são definidos na lei, que passam a integrá-lo, o atípico requer muitas cláusulas minudenciando todos os direitos e obrigações que o compõem. 
No entanto, atualmente no direito existe diversas restrições a essa liberdade contratual, uma delas é de obedecer à função social e o dirigismo contratual[footnoteRef:4]. [4: Estado intervêm previamente e positivamente.] 
3.2 PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO
CONTRATO
“Funda-se tal princípio na ideia de que os efeitos do contrato só se produzem em relação às partes, àqueles que manifestaram a sua vontade, vinculando-os ao seu conteúdo, não afetando terceiros nem seu patrimônio.”
Esse princípio fundamenta-se no sentido clássico de contrato, onde este atendendo as necessidades das partes, gera efeitos somente a elas próprias, de acordo com a manifestação de vontades.
Assim como o princípio da autonomia teve restrições no atual código por conta da função social, o da relatividade também foi atingido, pois o princípio da sociabilidade prevê a intervenção de terceiros no contato, caso este esteja afetando diretamente ou indiretamente seus direitos 
3.3 PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DOS CONTRATOS
“Pelo princípio da autonomia da vontade, ninguém é obrigado a
contratar. A ordem jurídica concede a cada um a liberdade de
contratar e definir os termos e objeto da avença. Os que o fizerem,
porém, sendo o contrato válido e eficaz, devem cumpri-lo, não
podendo se forrarem às suas consequências, a não ser com a
anuência do outro contraente. Como foram as partes que
escolheram os termos do ajuste e a ele se vincularam, não cabe ao
juiz preocupar-se com a severidade das cláusulas aceitas, que não
podem ser atacadas sob a invocação dos princípios de equidade. O
princípio da força obrigatória do contrato significa, em essência, a
irreversibilidade da palavra empenhada”
Este princípio tem dois fundamentos basilares o da necessidade de segurança nos negócios jurídicos e da imutabilidade e intangibilidade. Acerca do primeiro se tem que se os contratos não seriam instáveis e desprotegidos, pois se cada um pudesse não cumprir com a obrigação compactuada iria instalar um caos. Junto disto, a imutabilidade e a intangibilidade “decorrente da convicção de que o acordo de vontades faz lei entre as partes, personificada pela máxima pacta sunt servanda (os pactos devem ser cumpridos), não podendo ser alterado nem pelo juiz. Qualquer modificação ou revogação terá de ser, também, bilateral. O seu inadimplemento confere à parte lesada o direito de fazer uso dos instrumentos judiciários para obrigar a outra a cumpri-lo, ou a indenizar pelas perdas e danos, sob pena de execução patrimonial (CC, art. 389).”
 
3.4 PRINCÍPIO DA VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO
O contrato deve obedecer a lei, caso contrário ele é violado. Neste caso o que o contratante está infringindo é o direito positivo, no contrato.
3.5 PRINCÍPIO DA BOA FÉ E PROBIDADE[footnoteRef:5] [5: Complementação da boa-fé; honesto, integro.] 
“O princípio da boa-fé se biparte em boa-fé subjetiva, também chamada de concepção psicológica da boa-fé, e boa-fé objetiva, também denominada concepção ética da boa-fé.”
art. 422 “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
3.6 PROIBIÇÃO DE “VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM”
[footnoteRef:6] [6: Ninguém pode agir contra os próprios atos. Protege uma parte contra aquela que pretende exercer uma posição jurídica em contradição com o comportamento assumido anteriormente.
] 
“A ‘teoria dos atos próprios”, ou a proibição de venire contra factum proprium, aduz, “protege uma parte contra aquela que pretende exercer uma posição jurídica em contradição com o comportamento assumido anteriormente. Depois de criar uma certa expectativa, em razão de conduta seguramente indicativa de determinado comportamento futuro, há quebra dos princípios de lealdade e de confiança se vier a ser praticado ato contrário ao previsto, com surpresa e prejuízo à contraparte’.”
Vamos imaginar o seguinte: existe um contrato de locação, como o próprio Código Civil já dita, a obrigação deve ser adimplida no domicílio do devedor, salvo convenção oposta. Com isso, as partes desse contrato por atitude costumeira do devedor, este vai todos os meses no domicílio do credor realizar o pagamento, no entanto, após alguns meses o pagamento não foi realizado, quando contestado pelo credor, o devedor alega que não cumpriu por conta de o contrato seguir a regra de domicílio da obrigação, está atitude está correta? Definitivamente não.
 Segundo este princípio as partes não podem se valer de um comportamento próprio assumido anteriormente. Como a história anterior, que adimpliu tal comportamento de realizar o pagamento no domicílio do réu, não pode inadimplir com esta por conta de não quer mais praticar tais atos, isso vai contra o princípio da boa-fé e da lealdade contratual.
Conforme o presente entendimento do STJ: “Havendo real contradição entre dois comportamentos, significando o segundo quebra injustificada da confiança gerada pela prática do primeiro, em prejuízo da contraparte, não é admissível dar eficácia à conduta posterior”.
“Assim, por exemplo, o credor que concordou, durante a execução do contrato de prestações periódicas, com o pagamento em lugar ou tempo diverso do convencionado não pode surpreender o devedor com a exigência literal do contrato. Igualmente, aquele que vende um estabelecimento comercial e auxilia, por alguns dias, o comprador, inclusive preenchendo pedidos e novas encomendas com seu próprio número de inscrição fiscal, não pode, posteriormente, cancelar tais pedidos, sob a alegação de uso indevido de sua inscrição.”.
3.7. PRINCÍPIO DO CONSENSUALISMO
“De acordo com o princípio do consensualismo, basta, para o aperfeiçoamento do contrato, o acordo de vontades, contrapondo-se ao formalismo e ao simbolismo que vigoravam em tempos primitivos. Decorre ele da moderna concepção de que o contrato resulta do consenso, do acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa.”
SINÓTICO
	
4. INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
“Interpretar o negócio jurídico é, portanto, precisar o sentido e alcance do conteúdo da declaração de vontade. Busca-se apurar a vontade concreta das partes, não a vontade interna, psicológica, mas a vontade objetiva, o conteúdo, as normas que nascem da sua declaração.”
A interpretação do contrato pelo juiz deve ser no sentido de manter o contrato e não de extingui-lo, pois de qualquer forma nele foi manifestado a vontade das partes, desta forma, somente em último caso o magistrado decide anulá-lo.
Mesmo os contratos sendo, pelo princípio da obrigatoriedade, lei entre as partes, este não possui as mesmas regras de hermenêutica como o direito positivo, ela tem por objetivo compreender qual era a real vontade das partes e o seu alcance. Os recursos são: teleológicos, jurisprudenciais e analógicos. 
“Nos contratos e demais negócios escritos, a análise do texto (interpretação objetiva) conduz, em regra, à descoberta da intenção dos pactuantes. Parte-se, portanto, da declaração escrita para se chegar à vontade dos contratantes (interpretação subjetiva), alvo principal da operação.”
Princípios da interpretação dos contratos 
“Nos contratos e demais negócios escritos, a análise do texto (interpretação objetiva) conduz, em regra, à descoberta da intenção dos pactuantes. Parte-se, portanto, da declaração escrita para se chegar à vontade dos contratantes (interpretação subjetiva), alvo principal da operação.”
Quando uma cláusula do contrato ser de difícil interpretação e uma das partes dizer que está não era a intenção a qual o este se valia, tem- se por verdadeira a última, pois segundo o novo código a interpretação se valerá mais a intenção consubstanciada do que a literalidade presente, ou seja, é mais valorizado a intenção do contratante do que a real vontade interna dele, comoé relatado no art., 112[footnoteRef:7]. [7: Declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem] 
“Parte-se da declaração, que é forma de exteriorização da vontade, para se apurar a real intenção das partes. Esta deve, pois, ser considerada, não no sentido de pensamento íntimo dos declarantes, pois não se buscam os seus motivos psicológicos, mas sim o sentido mais adequado a uma interpretação que leve em conta a boa-fé, e o contexto e o fim econômico do negócio jurídico”
No que se refere aos contratos benéficos e, ou seja, os que não existe contraprestação, um dos contratantes experimenta todos os ônus enquanto o outro somente os bônus, e a renúncia devem ter a sua interpretação restrita, não se utilizando de analogias, esta é o que o código em seu artigo 114 [footnoteRef:8] nos diz. [8: Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.] 
Além disso, os princípios de interpretação mais importantes dizem respeito a conservação dos contratos e o princípio da boa fé 
“Dois princípios hão de ser sempre observados, na interpretação do contrato: o da boa-fé e o da conservação do contrato. No tocante ao primeiro, deve o intérprete presumir que os contratantes procedem com lealdade e que tanto a proposta como a aceitação foram formuladas dentro do que podiam e deviam eles entender razoavelmente, segundo a regra da boa-fé (CC, art. 422). Nessa linha, dispõe o art. 113 do atual Código que “os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”. 
“O segundo princípio, o da conservação ou aproveitamento do contrato, tem aqui este significado: se uma cláusula contratual permitir duas interpretações diferentes, prevalecerá a que possa produzir algum efeito, pois não se deve supor que os contratantes tenham celebrado um contrato carecedor de qualquer utilidade.”
A demais, existem outras regras de interpretação que estão esparsas no código e em normas especiais: 
· Em contratos de adesão, quando houver clausulas ambíguas ou contraditórias, estas deveram ser interpretadas em favor do aderente.
· Em contratos de transação a interpretação, assim como nos contratos benéficos, devem ser restritos.
“O Código de Defesa do Consumidor ainda avança ao dispor, no seu art. 46, que os contratos que regulam as relações de consumo deixam de ser obrigatórios se ao consumidor não for dada oportunidade de conhecer previamente o seu conteúdo, ou forem redigidos de forma a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. Trata-se de norma que constitui, ao mesmo tempo, regra de interpretação e de garantia do prévio conhecimento e entendimento do conteúdo do contrato por parte do consumidor.”
“Algumas regras práticas podem ser observadas no tocante à interpretação dos contratos: a) a melhor maneira de apurar a intenção dos contratantes é verificar o modo pelo qual o vinham executando, de comum acordo; b) deve-se interpretar o contrato, na dúvida, da maneira menos onerosa para o devedor (in dubiis quod minimum est sequimur); c) as cláusulas contratuais não devem ser interpretadas isoladamente, mas em conjunto com as demais; d) qualquer obscuridade é imputada a quem redigiu a estipulação, pois, podendo ser claro, não o foi (ambiguitas contra stipulatorem est); e) na cláusula suscetível de dois significados, interpretar-se-á em atenção ao que pode ser exequível (princípio da conservação ou aproveitamento do contrato)”
	FORMAÇÃO DO CONTRATO 
1 MAFESTAÇÃO DE VONTADE
O contrato, enquanto uma das fontes das obrigações, e formado pela convergência de vontades os quais tem por objetivo criar, modificar ou extinguir direitos. A vontade, psicológica, interna, não traz alterações no mundo jurídico, precisando desta forma de uma declaração, que é o que expõem a intenção das partes.
A declaração em nosso ordenamento pode ser tácita ou expressa. Respectivamente, a primeira é uma indicação de vontade não regulada, podendo ser conforme a vontade dos indivíduos, está sempre vai acontecer quando a lei não ordenar a forma. Em geral está e a regra em nosso código. Já quando falamos sobre a declaração expressa está deve seguir os ditos sobre a forma no código, se não for seguido torna o contrato nulo.
Proposta ou policitação= policitante.
Aceitação = oblado ou aceitante.
2 - Negociações preliminares 
Como o próprio nome já diz trata-se do período antes da declaração de vontade. Como o doutrinador relata, a maioria dos contratos não são fechados de prontidão, eles possuem uma fase de negociações anteriores ao contrato em si, esta fase também é chamada de fase de puntuação. Não existe nenhum vínculo ainda com as partes, pois a obrigação ainda não foi formada, portanto, em regra, em nenhuma delas é indenizada se não houver acordo. No entanto, como é notório, todas as regras possuem suas exceções, desta forma, segundo entendimentos do STF, há possibilidades de que nas negociações preliminares exista alguma indenização, que ocorre houver dolo ou justa expectativa. 
“Embora as negociações preliminares não gerem, por si mesmas, obrigações para qualquer dos participantes, elas fazem surgir, entretanto, deveres jurídicos para os contraentes, decorrentes da incidência do princípio da boa-fé, sendo os principais os deveres de lealdade e correção, de informação, de proteção e cuidado e de sigilo. A violação desses deveres durante o transcurso das negociações é que gera a responsabilidade do contraente, tenha sido ou não celebrado o contrato. Essa responsabilidade ocorre, pois, não no campo da culpa contratual, mas da aquiliana, somente no caso de um deles induzir no outro a crença de que o contrato será celebrado, levando-o a despesas ou a não contratar com terceiro etc. e depois recuar, causando-lhe dano. Essa responsabilidade tem, porém, caráter excepcional.”
3 A proposta 
“Dispõe o art. 427 do Código Civil: “A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso”. Portanto, repetindo: desde que séria e consciente, a proposta vincula o proponente. A obrigatoriedade da proposta consiste no ônus, imposto ao proponente, de mantê-la por certo tempo a partir de sua efetivação e de responder por suas consequências, por acarretar o oblato uma fundada expectativa de realização do negócio, levando-o muitas vezes, como já dito, a elaborar projetos, a efetuar gastos e despesas, a promover liquidação de negócios e cessação de atividade etc.”
Ao artigo 427 existe várias exceções, no entanto nenhuma delas diz sobre a morte do preponente, isto porque, ocorrendo, os herdeiros serão obrigados a ela. 
Não se tornara obrigatória quando:
· Quando estiver nos termos da proposta, explicitamente, em suas clausulas.
· Quando se tratar da própria natureza do contrato, com o exemplo de “valido até quando durarem os estoques”, que é uma proposta aberta ao público.
· Em razoes em que o código disser que são das circunstâncias, são estas: “I – Se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. II – Se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar à resposta ao conhecimento do proponente. III – Se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado. IV – Se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
4- Aceitação 
“Aceitação é a concordância com os termos da proposta. É manifestação de vontade imprescindível para que se repute concluído o contrato, pois, somente quando o oblato se converte em aceitante e faz aderir a sua vontade à do proponente, a oferta se transforma em contrato. A aceitação consiste, portanto, “na formulação da vontade concordante do oblato, feita dentro do prazo e envolvendo adesão integral à proposta recebida”
Segundo o artigo 431, se o oblato aceitar a proposta fora do prazo, com adições, restrições ou modificações, deverá ser feito uma nova proposta, por conta disso o preponente não está mais obrigado aproposta.
A aceitação como sabemos pode ser tácita ou expressa. Segundo o artigo 432, se o costume do negócio não for expresso, ou o prepotente a tiver dispensado o contrato é concluído, se acaso não ter chegado à negativa antes. Ex: 
“Se, por exemplo, um fornecedor costuma remeter os seus produtos a determinado comerciante, e este, sem confirmar os pedidos, efetua os pagamentos, instaura-se uma praxe comercial. Se o último, em dado momento, quiser interrompê-la, terá de avisar previamente o fornecedor, sob pena de ficar obrigado ao pagamento de nova remessa, nas mesmas bases das anteriores104. Costuma-se mencionar, como exemplo da situação descrita na letra b, a hipótese do turista que remete um fax a determinado hotel, reservando acomodações, informando que a chegada se dará em tal data, se não receber aviso em contrário. Não chegando a tempo a negativa, reputar-se-á concluí do contrato.”
Existem duas formas em que a aceitação não possuirá força de vinculação, quando ela, mesmo tendo sido feita tempestivamente, chega tarde ao conhecimento do policitante, neste caso este deve comunicar o aceitante imediatamente para que não haja perdas e danos. Outra possibilidade é quando o aceitante se retrata antes ou juntamente com a chegada dela ao preponente.
5- Local de celebração
Como diz a redação do artigo 435, CC, “Reputa-se á celebrado o contrato no lugar em que for proposto. Isto é de total relevância para saber qual será a jurisdição competente para julgar o contrato, se claro for necessário. Existe, porém, duas exceções: quando se trata de contrato internacional, em que segundo a LINDB art.9, será na residência do proponente, ou quando as partes compactuam um foro de eleição. 
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATO.
a) Quanto aos efeitos, em unilaterais, bilaterais e plurilaterais; gratuitos e onerosos. Os últimos subdividem-se em comutativos e aleatórios, e estes, em aleatórios por natureza e acidentalmente aleatórios.
 b) Quanto à formação, em paritários, de adesão e contratos-tipo. 
c) Quanto ao momento de sua execução, em de execução instantânea, diferida e de trato sucessivo ou em prestações. 
d) Quanto ao agente, em personalíssimos ou intuitu personae e impessoais; individuais e coletivos. 
e) Quanto ao modo porque existem, em principais, acessórios ou adjetos e derivados ou subcontratos.
 f) Quanto à forma, em solenes ou formais e não solenes ou de forma livre; consensuais e reais
. g) Quanto ao objeto, em preliminares ou pactum de contrahendo e definitivos. 
h) Quanto à designação, em nominados e inominados, típicos e atípicos, mistos, coligados e união de contratos.
 QUANTO AOS EFEITOS
UNILATERAIS: Serão quando o efeito trás obrigações somente para uma das partes. Ex: doação pura, comodato, deposito, fiança e mandato
BILATERAIS: As obrigações possuem o sinalagma, ou seja, existe a prestação e a contraprestação, ambas as partes possuem ônus e bônus. Ex: compra e venda.
PLURILATERAIS: Quando existirem mais de duas partes. Ex: consórcios.
CONTRATOS GRATUITOS OU BENÉFICOS E ONEROSOS
BENEFICOS OU GRATUITOS: “são aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício ou vantagem, como sucede na doação pura, no comodato, no reconhecimento de filho etc. Para a outra há só obrigação, sacrifício. Nessa modalidade, outorgam-se vantagens a uma das partes sem exigir contraprestação da outra.”
ONEROSOS: “ambos os contraentes obtêm proveito, ao qual, porém, corresponde um sacrifício. São dessa espécie quando impõem ônus e, ao mesmo tempo, acarretam vantagens a ambas as partes, ou seja, sacrifícios e benefícios recíprocos”.
CONTRATOS GRATUITOS OU BENÉFICOS E ONEROSOS
ALEATÓRIOS: “é o bilateral e oneroso em que pelo menos um dos contraentes não pode antever a vantagem que receberá, em troca da prestação fornecida. Caracteriza-se, ao contrário do comutativo, pela incerteza, para as duas partes, sobre as vantagens e sacrifícios que dele podem advir. É que a perda ou lucro dependem de um fato futuro e imprevisível.” EX: loteria, jogos de azar, seguro 
COMUTATIVOS: são os de prestações certas e determinadas. As partes podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de sua celebração, porque não envolvem nenhum risco. EX: compra e venda de coisa certa e determinada.
CONTRATOS PARITÁRIOS E DE ADESÃO. CONTRATO-TIPO
PARITARIOS: “Contratos paritários são aqueles do tipo tradicional, em que as partes discutem livremente as condições, porque se encontram em situação de igualdade (par a par). Nessa modalidade há uma fase de negociações preliminares, na qual as partes, encontrando-se em pé de igualdade, discutem as cláusulas e condições do negócio.”
ADESÃO: “contrato de adesão é aquele em que as cláusulas são previamente estipuladas por um dos contraentes, de modo que o outro não tem o poder de debater as condições, nem introduzir modificações no esquema proposto; ou aceita tudo em bloco ou recusa tudo por inteiro (‘é pegar, ou largar’). A falta de negociações e de discussão implica uma situação de disparidade econômica e de inferioridade psíquica para o contratante teoricamente mais fraco”
CONTRATO-TIPO – CLAUSUAS ABERTAS: “não são impostas por uma parte à outra, mas apenas pré-redigidas. Em geral, são deixados claros, a serem preenchidos pelo concurso de vontades, como ocorre em certos contratos bancários, que já vêm impressos, mas com espaços em branco no tocante à taxa de juros, prazo e condições do financiamento, a serem estabelecidos de comum acordo.”
QUANTO AO MOMENTO DE EXECUÇÃO
EXECUÇÃO INSTANTANEA:” os que se consumam num só ato, sendo cumpridos imediatamente após a sua celebração, como a compra e venda à vista, por exemplo. Cumprida a obrigação, exaurem-se. A solução se efetua de uma só vez e por prestação única, tendo por efeito a extinção cabal da obrigação”
EXECUÇÃO RETARDAD OU DIFERIDA: a são os que devem ser cumpridos também em um só ato, mas em momento futuro: a entrega, em determinada data, do objeto alienado, verbi gratia. A prestação de uma das partes não se dá imediatamente após a formação do vínculo, mas a termo.
EXECUÇÃO CONTINUADA: são os que se cumprem por meio de atos reiterados. São exemplos: compra e venda a prazo, prestação permanente de serviços, fornecimento periódico de mercadorias, dentre outros. Caso típico é a locação, em que a prestação do aluguel não tem efeito liberatório, a não ser do débito correspondente ao período, visto que o contrato continua até atingir o seu termo ou ocorrer uma outra causa extintiva.
EXECUÇÃO FRACIONADA: A prestação é uma só, porém é fracionada, dividida, e as partes podem assistir a sua amortização com o passar do tempo. EX. financiamento, empréstimo. 
QUANTO AO AGENTE
PERSONALISSIMO: são os celebrados em atenção às qualidades pessoais de um dos contraentes. Por essa razão, o obrigado não pode fazer-se substituir por outrem, pois essas qualidades, sejam culturais, profissionais, artísticas ou de outra espécie, tiveram influência decisiva no consentimento do outro contratante. Geralmente dão origem a uma obrigação de fazer, cujo objeto é um serviço infungível, que não pode ser executado por outra pessoa. Não há sucessão aos herdeiros
IMPESSOAIS: são aqueles cuja prestação pode ser cumprida, indiferentemente, pelo obrigado ou por terceiro. O importante é que seja realizada, pouco importando quem a executa, pois o seu objeto não requer qualidades especiais do devedor. Há sucessão aos herdeiros.
CONTRATOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS
INDIVÍDUAIS: Contrato individual é o que se forma pelo consentimento de pessoas, cujas vontades são individualmente consideradas. Não é a singularidade de parte que o identifica. Pode uma pessoa contratar com várias outras ou um grupo de pessoas com outro grupo, e o contrato ser individual, uma vez que, na sua constituição, a emissão de vontade de cada uma entra na etiologia da sua celebração
COLETIVOS: perfazem-se pelo acordo de vontades entre duas pessoas jurídicas de direito privado, representativas de categorias profissionais, sendo denominados convenções coletivas
CONTRATOS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS.CONTRATOS DERIVADOS
PRINCIPAIS: são os que têm existência própria, autônoma e não dependem, pois, de qualquer outro, como a compra e venda e a locação, por exemplo.
ACESSÓRIOS: assim, são os que têm sua existência subordinada à do contrato principal, como a cláusula penal, a fiança etc.
DERIVADOS: são os que têm por objeto direitos estabelecidos em outro contrato, denominado básico ou principal. Entre os principais subcontratos destacam-se a sublocação, a subempreitada e a subconcessão. São filhos do principal- contrato de sublocação.
Quanto à forma
SOLENES: são os contratos que devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoar. Quando a forma é exigida como condição de validade do negócio, este é solene e a formalidade é ad solemnitatem, isto é, constitui a substância do ato (escritura pública na alienação de imóveis, pacto antenupcial, testamento público etc.). Não observada, o contrato é nulo (CC, art. 166, IV[footnoteRef:9]). [9: Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:  IV - não revestir a forma prescrita em lei;] 
NÃO SOLENES: são os de forma livre. Basta o consentimento para a sua formação. (REGRA). Art. 107, CC[footnoteRef:10] [10: “A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir”.”] 
Contratos consensuais e reais
CONSENSUAIS: são aqueles que se formam unicamente pelo acordo de vontades (solo consensu), independentemente da entrega da coisa e da observância de determinada forma. Por isso, são também considerados contratos não solenes. (regra)
REAIS: são os que exigem, para se aperfeiçoar, além do consentimento, a entrega (traditio) da coisa que lhe serve de objeto, como os de depósito, comodato, o mútuo, por exemplo, e alguns poucos (penhor, anticrese, arras).
CONTRATOS PRELIMINARES E DEFINITIVOS
PRELIMINARES: é aquele que tem por objeto a celebração de um contrato definitivo.
DEFINITIVOS: Objeto desejado no preliminar.
CONTRATOS NOMINADOS E INOMINADOS, TÍPICOS E ATÍPICOS, MISTOS E COLIGADOS. UNIÃO DE CONTRATOS
NOMINADOS: espécies contratuais que têm nomen iuris e servem de base à fixação dos esquemas, modelos ou tipos de regulamentação específica da lei. O Código Civil regulamenta, em vinte capítulos, vinte e três contratos nominados, a saber: compra e venda, troca, contrato estimatório, doação, locação de coisas, empréstimo, prestação de serviço, empreitada, sociedade, depósito, mandato, comissão, agência, distribuição, corretagem, transporte, constituição de renda, seguro, jogo, aposta, fiança, transação e compromisso.
INOMINADOS: são, pois, os que não têm denominação própria. A rigor, interpretada literalmente, a expressão contrato inominada equivaleria a contrato que não tem um nome no ordenamento jurídico.
CONTRATOS TÍPICOS: são os regulados pela lei, os que têm o seu perfil nela traçado. 
CONTRATOS ATÍPICOS: são os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as suas características e requisitos definidos e regulados na lei. Para que sejam válidos basta o consenso, que as partes sejam livres e capazes e o seu objeto lícito (não contrariem a lei e os bons costumes), possível, determinado ou determinável e suscetível de apreciação econômica.
CONTRATOS MISTOS: Mistura de típicos e atípicos, nominados e inominados.
CONTRATOS COLIGADOS: Dois ou mais negócios jurídicos dentro do mesmo contrato.
UNIÃO DE CONTRATOS: Partes de dois ou mais negócios jurídicos dentro do mesmo para facilitação, todos são principais, somente estão juntos para economia. Quando há contratos distintos e autônomos; apenas são realizados ao mesmo tempo ou no mesmo documento. O vínculo é meramente externo (compra da moradia e reparação de um outro prédio).
ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO 
Lá no início, quando estávamos falando sobre os princípios do contrato, vimos sobre a relativização dos efeitos do contrato, onde dita que ele produz efeitos somente para as partes integrantes. No entanto, como já relatamos, existem algumas ressalvas, uma delas diz respeito a estipulação em favor de terceiros, codificadas nos artigos 436 a 438[footnoteRef:11], do código civilista. [11: Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade.
] 
Nessa modalidade, uma parte convenciona com outra que as vantagens adquiridas serão destinadas a um terceiro fora da relação. “Dá-se a estipulação em favor de terceiro, pois, quando, no contrato celebrado entre duas pessoas, denominadas estipulante e promitente, convenciona-se que a vantagem resultante do ajuste reverterá em benefício de terceira pessoa, alheia à formação do vínculo contratual”.
Como este não faz parte da relação contratual não há a necessidade de ser plenamente capaz, e, em falar nisso, como esta estipulação não pode ser onerosa, ou então será nula, ocorrera a mesma regra da doação pura, onde não há necessidade da manifestação de vontade para que seja válido, somente é preciso para se ter a eficácia deste. “O art. 793 do Código Civil, todavia, interpretado a contrario sensu, estabelece uma restrição, nos contratos de seguro, proibindo a instituição de beneficiário inibido de receber a doação do segurado, como a concubina do homem casado”.
Desta forma, a formação jurídica fica triangular com o estipulante, o promitente e o beneficiário, destes, tanto o que estipula, quanto o que é beneficiado, são credores do outro, podendo ser exigida por qualquer deles.
ESBOÇO HISTÓRICO 
O direito romano não admitia estipulação em favor de terceiros, pois quebrava a regra de produzir somente efeitos para as partes contratantes. Por conta disso, não permitia que o beneficiário pudesse reclamar cumprimento da obrigação. No entanto, assim como o Código Napoleão, o alemão e o nosso anterior, foi de pouco a pouco permitindo.
NATUREZA JURÍDICA DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE
TERCEIRO
“A concepção contratualista da estipulação em favor de terceiro
não sofre contestação entre nós, uma vez que é consagrada no
Código Civil. Com efeito, os arts. 436, parágrafo único, 437 e 438 do
novo diploma refere-se a ela utilizando o vocábulo contrato.
A promessa em favor de terceiro é, também, consensual e de
forma livre. O terceiro não precisa ser desde logo determinado.
Basta que seja determinável, podendo mesmo ser futuro, como a
prole eventual. Tem diversas aplicações práticas, especialmente no
campo do seguro, em várias de suas modalidades (de vida, contra
acidentes pessoais, contra acidentes do trabalho, p. ex.), em que o
segurado (estipulante) convenciona com o segurador (promitente)
pagar ao beneficiário (terceiro) o valor ajustado, em caso de
sinistro”. 
PROMESSA DE FATO TERCEITO
O presente assunto foi introduzido na codificação anterior na parte relacionadas com as obrigações. O novo código traz o mesmo assunto dito da mesma maneira, no entanto presente agora na parte geral dos contratos.
Segundo o art. 439, CC, “Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando não executar” 
Desta forma, o único que se responsabiliza pela obrigação é o promete, pois não se pode responsabilizar quem não está na relação jurídica.
“Aquele que promete fato de terceiro assemelha-se ao fiador, que assegura a prestação prometida. Se alguém, por exemplo, prometer levar um cantor de renome a uma determinada casa de espetáculos ou clube, sem ter obtido dele, previamente, a devida concordância, responderá por perdas e danos peranteos promotores do evento, se não ocorrer a prometida apresentação na ocasião anunciada. Se o tivesse feito, nenhuma obrigação haveria para quem fez a promessa.”
No entanto, se aquele o qual a promessa foi feita ter aceitado, e logo após descumprido com o acordado, o responsabilizado será ela, pois quando aceitou, este se tornou o principal da obrigação.
VÍCIOS REDIBITÓRIOS 
Vícios redibitórios são defeitos ocultos no objeto do contrato comutativo, ou de doação onerosa, em que tornam improprio o uso ou que diminuam o seu valor. Está conceituado no artigo 441, CC[footnoteRef:12][footnoteRef:13]. [12: 	A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor] [13: ] 
Segundo o artigo seguinte (442[footnoteRef:14]), o adquirente pode, ao invés de rejeitar a coisa, pedir ressarcimento do prejuízo. [14: Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.] 
Um importante princípio que ressoa sobre este assunto é o da garantia, onde diz que o alienante deve garantir aquilo que aliena, então, desta forma, ele responde pelos vícios ocultos, que já existiam na época em que foi entregue, houve a tradição, do objeto que podem aparecer do decorrer do uso. Além disso, é importante ressaltar que, este pode ou não saber da existência do defeito, se souber, além de ressarcir o adquirente ainda irá responder por perdas e danos.
REQUISITOS DO VICÍO
Não são todos os vícios que são classificados como redibitórios, desta forma devem seguir alguns requisitos legais dos quais são:
· Provenha de contrato comutativo, doações onerosas ou remuneratórias.
· Que os defeitos sejam ocultos.
· Pré-existentes na tradição/entrega.
· Que o defeito seja grave.
ESPÉCIES DE AÇÕES
“O art. 442 do Código Civil deixa duas alternativas ao adquirente: a) rejeitar a coisa, rescindindo o contrato e pleiteando a devolução do preço pago, mediante a ação redibitória; ou b) conservá-la, malgrado o defeito, reclamando, porém, abatimento no preço, pela ação quanti minoris ou estimatória. Entretanto, o adquirente não pode exercer a opção, devendo propor, necessariamente, ação redibitória, na hipótese do citado art. 444[footnoteRef:15], quando ocorre o perecimento da coisa em razão do defeito oculto.” [15: Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.] 
ACEIITAR A COISA E PEDIR ABATIMENTO.
REJEITAR A COISA E REIVINDICAR O PREÇO.
AÇÃO REDIBITÓRIA
AÇÃO ESTIGMATÓRIA
AÇÃO EDILICIA
HIPÓTESES DE DESCABIMENTO DAS AÇÕES
· COISAS VENDIDAS CONJUNTAMENTE 
Ex: Livros de coleção, vendidos conjuntamente, se um possuir defeito, somente este será trocado.
· COISA DIVERSA DA CONTRATADA
Neste caso se trata de uma quebra de contrato
· ERRO QUANTO AS QUALIDADE DO OBJETO 
Representa um erro subjetivo, ou seja, na declaração de vontade do indivíduo, não sobre o objeto em si.
Lembrando que este vício diz sobre defeitos ocultos sobre a coisa e não sobre o sujeito, sobre a declaração de vontade, se for, trata-se de um defeito de consentimento
Prazos decadenciais
Existe, portanto, algumas exceções a estas regras:
· Em caso de venda de animais – 180 dias
· Quando o alienante oferece garantia, será somada ao prazo legal.
Ex: Garantia de fábrica de 7 dias (07 dias garantia +30 dias legais = 37 dias.
· Se for substituído o prazo legal tem que ser zerado e a contagem começa a contar da data em que foi trocado.
· Máquinas sujeitas a experimentação: Conta-se a metade do tempo, pois o bem já estava em posse do sujeito e poderia ter identificado o vício redibitório.
 DISCIPLINA DO CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
A diferença de tratamento: Maior proteção ao consumidor, embora haja prazo decadencial também, os prazos são diferentes.
Prazos: 30 dias Bens não duráveis / 90 dias Bens duráveis
No CDC vício redibitório são os OCULTOS e os APARENTES. Implica no Termo inicial do Prazo, se o vício for aparente pelo CC precisa entrar com ação logo (Conta-se da entrega do produto/serviço), se não for aparente conta-se a partir de quando descobriu o defeito.
No CDC mesmo se for aparente, conta-se do momento que descobriu o defeito.
No CC o prazo decadencial não se suspende, enquanto no CDC o prazo será suspenso do momento que entrou com reclamação administrativa, até o momento da resposta da empresa.
Inversão do ônus da prova, quem entra com a ação precisa provar no CC, enquanto no CDC quem precisa provar o que for alegado pelo consumidor é o fornecedor. 
(NP2)
EVICÇÃO 
Evicção é a perda da coisa, total ou parcial, partida de um contrato oneroso, por conta de uma sentença judicial atribuindo a outra pessoa por causa de um contrato preexistente.
Como já foi explicado anteriormente, em relação aos vícios redibitórios, o princípio da garantia nos contratos serve para vincular o alienante quando houver vícios ocultos no objeto. Desta forma, ele possui um vasto espaço quanto a evicção, pois garante que o alienante deva se responsabilizar se com o passar do tempo um terceiro vir a requerer o bem alienado.
“Funda-se a evicção no mesmo princípio de garantia em que se
assenta a teoria dos vícios redibitórios. Nesta, o dever do alienante
é garantir o uso e gozo da coisa, protegendo o adquirente contra os
defeitos ocultos. Mas essa garantia estende-se também aos defeitos
do direito transmitido. Há, portanto, um conjunto de garantias a que
todo alienante está obrigado, por lei, na transferência da coisa ao
adquirente. Não só deve fazer boa a coisa vendida no sentido de
que ela possa ser usada para os fins a que se destina, como
também no de resguardar o adquirente contra eventuais pretensões
de terceiro e o risco de vir a ser privado da coisa ou de sua posse e
uso pacífico, pela reivindicação promovida com sucesso por
terceiro, ressarcindo-o se se consumar a evicção.”
Desta forma é dever do alienante assistir a defesa do contratante em ações de terceiro. Não é exigido culpa, pois mesmo que estiver agindo de boa-fé, ainda sim está obrigado, salvo clausula contratual em contrário.
Este assunto está expresso nos artigos 447 e 448[footnoteRef:16], do código civil. [16: Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela
evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha
realizado em hasta pública.
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar,
diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção] 
EXTENSÃO DA GARANTIA
Como a evicção trata-se de uma garantia legal, esta tem seus requisitos estabelecidos pelo legislador. Desta forma, quando houver uma ação em que é decidida a evicção, o evictor, adquirente do bem transferido, poderá entrar com ação regressiva contra o alienante, a partir da denunciação da lide.
“Só se excluirá a responsabilidade do alienante se houver cláusula
expressa (pactum de non praestanda evictione), não se admitindo
cláusula tácita de não garantia. Podem as partes, por essa forma,
reforçar (impondo a devolução do preço em dobro, p. ex.) ou
diminuir a garantia (permitindo a devolução de apenas uma parte), e
até mesmo excluí-la, como consta do art. 448 do Código Civil
Retro transcrito".
A cláusula de irresponsabilidade, segundo o artigo 449[footnoteRef:17], CC, protege o alienante somente das despesas além do preço do bem, desta forma, mesmo o contrato a possuindo, deverá ele devolver o valor recebido pelo evicto. No entanto, para esta reponsabilidade chegar aquele, deve este não ter sido informado do perigo, ou até assumido este, renunciando a garantia, desta forma a alienante fica, com a cláusula, excluído de todas as responsabilidades. [17: Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui 
a garantia contra a evicção, se está se der, tem 
direito o evicto a receber o preço que pagou pela 
coisa evicta, se não soube do risco da evicção, 
ou, dele informado, não o assumiu.] 
“A cláusula que dispensa a garantia não é, portanto,absoluta. Para
que opere integralmente, deve somar-se ao conhecimento do risco
específico da evicção pelo evicto, informado pelo alienante da
existência de terceiros que disputam o uso, posse ou domínio da
coisa, tendo aquele assumido tal risco, renunciando à garantia.
Quando o adquirente, conscientemente, dispensa a garantia,
sabendo duvidoso o direito do alienante, sujeita-se a um contrato
Aleatório. Se a cláusula excludente da responsabilidade for
genérica, sem que o adquirente saiba da ameaça específica que
recai sobre a coisa, ou se dela informado não assumiu o risco, não
se exonera o alienante da obrigação de restituir o preço recebido.”
REQUISITOS DA EVICÇÃO 
Para que o alienante possa ser responsabilizado pela evicção deve ter alguns requisitos, são eles:
· Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada
Caro leitor, para que exista a evicção, seu primeiro e principal pressuposto é que o bem seja alienado sem a evidência de nenhum vício oculto, e, logo após, exista a perca da propriedade deste, total ou parcial. 
· Onerosidade da aquisição
Segundo o artigo 552, CC, não existe evicção quando se trata de contratos gratuitos, tendo somente como exceção as doações com encargo, conhecidas como moldais. 
· Ignorância quanto a coisa litigiosa 
Como já foi dito anteriormente, o alienante somente vai se responsabilizar pela coisa alienada quando o evicto não possuir o conhecimento que a coisa está em litígio. Desta forma, se este soube torna-se cumplice do outro e assim assume o risco da perda, tornando o contrato aleatório.
· Anterioridade do direito do evicto 
Para que haja a responsabilidade do alienante, o contrato com o terceiro deve ser realizado antes da transmissão do direito, ou seja, em um período preexistente a alienação. Desta forma, se é posterior, o alienante não tem a obrigação de garantir. 
“Parece-nos que o arrematante ou adjudicante que sofreu a evicção total ou parcial pode exigir a restituição do preço da coisa evicta, ou o valor do desfalque, voltando-se contra o credor ou credores que se beneficiaram com o produto da arrematação, ou contra o devedor-executado, proprietário do bem, se este recebeu saldo remanescente”
EVICÇÃO PARCIAL 
“Se a evicção for parcial, mas com perda de parte considerável da coisa, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Com efeito, dispõe o art. 455 do Código Civil: “Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização”.
CONTRATOS ALEATÓRIOS 
Já dizia Júlio Cesar “alea jacta est” a sorte está lançada. Como já visto em duas oportunidades anteriores, o contrato aleatório tem por essência a vantagem incerta e indeterminada para uma das partes no contrato. Conhecido também como contrato de alea, ou seja, sorte, onde o objeto é colocado é posto em risco, típico, por exemplo, de contratos de seguro e aposta. 
Segundo a o professor Silvo de Salvo Venosa, trata-se: “aleatórios são os contratos em que o montante da prestação de uma ou de ambas as partes não pode ser desde logo previsto, por depender de um risco futuro, capaz de provocar sua variação”. Neles, aduz, “as prestações oferecem uma possibilidade de ganho ou de perda para qualquer das partes, por dependerem de um evento futuro e incerto que pode alterar o seu montante. O objeto do negócio está ligado à ideia de risco. Isto é, existe uma álea no negócio, podendo daí resultar um lucro ou uma perda para qualquer das partes”
“Todavia, os contratos aleatórios não se confundem com os contratos condicionais. Enquanto nestes a eficácia do contrato depende de um evento futuro e incerto, nos aleatórios o contrato é perfeito desde logo, surgindo apenas um risco de a prestação de uma das partes ser maior ou menor, ou mesmo não ser nenhuma”
CONTRATOS ACIDENTALMENTE ALETÓRIOS 
· - VENDA DE COISAS FUTURAS. (emptio spei)
“Art. 458 Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.”
“Tem-se, na hipótese, a emptio spei ou venda da esperança, isto é, da probabilidade de as coisas ou fatos existirem. Caracteriza-se, por exemplo, quando alguém vende a colheita futura, declarando que “a venda ficará perfeita e acabada haja ou não safra, não cabendo ao comprador o direito de reaver o preço pago se, em razão de geada ou outro imprevisto, a safra inexistir”. Se o risco se verificar, “sem dolo ou culpa do vendedor, adquire este o preço; se não houver, porém, colheita por culpa ou dolo do alienante, não haverá risco, e o contrato é nulo”250. Costuma-se mencionar, como exemplo da espécie ora tratada, o da pessoa que propõe pagar determinada importância ao pescador pelo que ele apanhar na rede que está na iminência de lançar ao mar. Mesmo que, ao puxá-la, verifique não ter apanhado nenhum peixe, terá o pescador direito ao preço integral, se agiu com a habitual diligência.”
· RISCO QUANTO A QUANTIDADE DA COISA (EMPTIO REI SPERATAE)
“Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. Parágrafo único. Mas, se dá coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido”.
“Assim, se o risco de a aquisição da safra futura limitar-se à sua quantidade, pois deve ela existir, o contrato fica nulo se nada puder ser colhido. Porém, se vem a existir alguma quantidade, por menor que seja, o contrato deve ser cumprido, tendo o vendedor direito a todo o preço ajustado. Ou, voltando ao exemplo do pescador, se o terceiro comprou o produto do lanço de sua rede, assumindo apenas o risco de ele conseguir apanhar maior ou menor quantidade de peixes, o proponente se liberará se a rede vier vazia”
· VENDA DE COISAS EXISTENTES, MAS EXPOSTAS A RISCO 
A venda de coisas já existentes, e não futuras, mas sujeitas a perecimento ou depreciação é disciplinada no art. 460, como segue: “Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato”. Menciona J L A, como exemplo, a venda de mercadoria que está sendo transportada em alto-mar por pequeno navio, cujo risco de naufrágio o adquirente assumiu. É válida, mesmo que a embarcação já tenha sucumbido na data do contrato. Se, contudo, o alienante sabia do naufrágio, a alienação “poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado”, como prescreve o art. 461 do Código Civil, cabendo ao adquirente a prova dessa ciência. Neste caso, o adquirente não terá guardado, na celebração do contrato, os princípios da probidade e boa-fé, exigidos no art. 422 do atual diploma.
CONTRATO PRELIMINAR
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto
à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.
Art. 463. Concluído o contrato preliminar,
com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula
de arrependimento, qualquer das partes terá
o direito de exigir a celebração do definitivo,
assinando prazo à outra para que o efetive.
Parágrafo único. O contrato preliminar
deverá ser levado ao registro competente.
Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a
pedido do interessado, suprir a vontade da parte
inadimplente, conferindo caráter definitivo ao
contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a
natureza da obrigação.
Art. 465. Se o estipulante não der execução
ao contratopreliminar, poderá a outra parte
considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.
Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma
sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela 
previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor. 
Caro operador, como já foi visto várias vezes neste resumo, o contrato trata-se de um acordo de declarações de vontade com o intuito de criar, transferir, modificar, e extinguir direitos. No entanto, algumas vezes estes objetivos não acontecem instantaneamente, com isso as partes têm a volatilidade de acordarem um pré- contrato chamado de contrato preliminar. 
O objetivo claro deste, como é notório, buscar, ou alcançar o contrato definitivo. No antigo Império Romano, possuía o nome de pactum contrahendo.
Os requisitos de validade deste acordo são os mesmos considerados pelo definitivo, segundo o artigo 104, CC, que são: agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável. Já, no entanto, segundo a forma é desconsiderada.
No tocante ao requisito subjetivo, além do requisito genérico da capacidade, é também posto a necessidade de que estar partes devem possuir a aptidão para alienar validamente. 
Obre a possibilidade de retratação, ou desistência, o código tem por regra que este pactum contrahendo é irretratável se as partes de antemão não acordaram alguma cláusula de arrependimento, ou desistência. 
“Embora o dispositivo em questão use, no parágrafo único, o verbo deverá, não parece que o registro do instrumento no cartório competente seja requisito necessário para a aquisição do direito real. A melhor interpretação é a que considera necessário o registro, nele exigido, para que o contrato preliminar tenha efeitos em relação a terceiros. Entre as próprias partes, porém, o contrato preliminar pode ser executado mesmo sem o registro prévio, como corretamente assinalam.”
CONTRATO COM PESSOA A PESSOA A DECLARAR 
Esta disciplina encontra-se nos artigos 467 ao 471[footnoteRef:18], neta modalidade permite-se aos contratantes o direito de indicar um terceiro no contrato para receber os ônus e bônus no contrato, adquirindo direito e recendo as obrigações deste. [18: Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes. outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado. 
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato.
 Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado.
 Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários:
 I – se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la; 
II – se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação.
 Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários] 
Este contrato tem um vasto campo nos contratos de compra e vende onde o adquirente possuí a intenção de, assim que a coisa for transmitida, a alienar, desta forma, o principal motivo é evitar maiores despesas. Este beneficiário assim que o acordo de vontades for definitivamente declarado irá responder como se estivesse no contrato desde sempre, pois possui efeito retroativo.
Pode ser figurado em qualquer tipo de contrato em que não seja considerado como intuitu personae, ou seja personalíssimo. 
“trata-se de contrato “em que uma das partes se reserva a faculdade de designar uma outra pessoa que assuma a sua posição na relação contratual, como se o , contrato fora celebrado com esta última”
 NATUREZA JURÍDICA
“Não resta dúvida de que tal contrato se aproxima fortemente das estipulações em favor de terceiro, constituindo, como estas, exceção ao princípio da relatividade dos efeitos dos contratos, princípio este segundo o qual os referidos efeitos se produzem apenas entre as partes e seus herdeiros, não afetando terceiros. Todavia, apesar da semelhança, distinguem-se pelo fato de que, nas primeiras, o estipulante e o promitente permanecem vinculados ao contrato, mesmo depois da adesão do terceiro, que se mantém estranho a ele. No contrato com pessoa a nomear, um dos contraentes desaparece, sendo substituído pelo nomeado e aceitante.”
“O contrato com pessoa a declarar é negócio jurídico bilateral, que se aperfeiçoa com o consentimento dos contraentes, que são conhecidos. As partes contratantes são assim, desde logo, definidas e identificadas. Uma delas, no entanto, reserva-se a faculdade de indicar a pessoa que assumirá as obrigações e adquirirá os direitos respectivos, em momento futuro (electio amici). Só falta, portanto, a pessoa nomeada ocupar o lugar de sujeito da relação jurídica formada entre os agentes primitivos. Desdobra-se o contrato, desse modo, em duas fases. Na primeira, o estipulante comparece em caráter provisório, ao lado de um contratante certo, até a aceitação do nomeado. Na segunda, este passa a ser o dominus negotii”
A aplicação pratica deste instituto pode se basear no caso em que o contratante, por motivos pessoais, como por exemplo receio da outra parte não querer realizar, ou aumentar o valor do bem, usa um terceiro, com o objetivo de após a celebração do contrato declará-lo como parte ativa. 
Em resumo: “Se a nomeação não for idônea, no prazo e na forma corretos, o contratante originário permanece na relação contratual, assim como se o indicado era insolvente, com desconhecimento da outra parte. Da mesma forma ocorrerá, se o nomeado era incapaz no momento da nomeação. Também permanecerão os partícipes originários, se o nomeado não aceitar a posição contratual”.
EXTINÇÃO DO CONTRATO
Caro leitor, assim como nós os contratos também possuem um ciclo vital. Diferentemente do direito real, a obrigação contratual não tem como objetivo ser perpétuo, possui um nascimento com a convergência das declarações de vontade, produzem seus efeitos próprios e se extinguem.
“Como assinala H T J , “ao contrário dos direitos reais, que tendem à perpetuidade, os direitos obrigacionais gerados pelo contrato caracterizam-se pela temporalidade. Não há contrato eterno. O vínculo contratual é, por natureza, passageiro e deve desaparecer, naturalmente, tão logo o devedor cumpra a prestação prometida ao credor”.
Segundo o artigo 320,CC[footnoteRef:19], em regra, a extinção se dá quando há a quitação, sendo pela execução, diferida[footnoteRef:20], instantânea [footnoteRef:21]ou continuada[footnoteRef:22]. Com isso, temos que o objetivo do contrato é cessar os seus efeitos com ambas as partes satisfeitas. No entanto, como veremos agora, nem sempre é possível esta forma de extinção. [19: Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.
] [20: São as obrigações que serão cumpridas em um momento só, porém no futuro, como uma venda com entrega em prazo futuro.] [21:  são os que se consumam num só ato, sendo cumpridos imediatamente após sua celebração.] [22: A obrigação que se cumpre mediante atos reiterados, como uma venda parcelada.] 
EXTINÇÃO DO CONTRATO SEM CUMPRIMENTO
Trata-se se uma extinção anormal contratual, pois os seus objetivos não foram cumpridos, ou seja, não foi alcançado a sua finalidade. Podendo ser sua causa anterior, contemporânea ou superveniente.
 CAUSAS ANTERIORES OU CONTEMPORÂNEAS À FORMAÇÃO DO CONTRATO
Existem, segundo a doutrina, três formas em quecausam a extinção contratual anterior ou a contemporânea, que são: A) falta dos requisitos objetivos e subjetivos do artigo 104, CC causando nulidades relativas ou absolutas, B) Cláusula resolutiva C) cláusula de arrependimento. Vamos discorrer um pouco sobre cada uma delas. 
NULIDADES RELATIVAS E ABSOLUTAS
“A nulidade absoluta decorre de ausência de elemento essencial do ato, com transgressão a preceito de ordem pública, impedindo que o contrato produza efeitos desde a sua formação (ex tunc).”
“A anulabilidade advém da imperfeição da vontade: ou porque emanada de um relativamente incapaz não assistido (prejudicando o interesse particular de pessoa que o legislador quis proteger), ou porque contém algum dos vícios do consentimento, como erro, dolo, coação etc. Como pode ser sanada e até mesmo não arguida no prazo prescricional, não extinguirá o contrato enquanto não se mover ação que a decrete, sendo ex nunc os efeitos da sentença. Malgrado também contenha vício congênito, é eficaz até sua decretação pelo juiz.”
 	
	CLÁUSULA RESOLUTIVA. 
“Na execução do contrato, cada contraente tem a faculdade de pedir a resolução, se o outro não cumpre as obrigações avençadas. Essa faculdade pode resultar de estipulação ou de presunção legal.”
“Em todo contrato bilateral ou sinalagmático presume-se a existência de uma cláusula resolutiva tácita, autorizando o lesado pelo inadimplemento a pleitear a resolução do contrato, com perdas e danos. O art. 475 do Código Civil proclama, com efeito: “A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos”. O contratante pontual tem, assim, ante o inadimplemento da outra parte, a alternativa de resolver o contrato ou exigir-lhe o cumprimento mediante a execução específica (CPC, art. 497). Em qualquer das hipóteses, fará jus à indenização por perdas e danos.”
DIREITO DE ARREPENDIMENTO 
“Quando expressamente previsto no contrato, o arrependimento autoriza qualquer das partes a rescindir o ajuste, mediante declaração unilateral da vontade, sujeitando-se à perda do sinal, ou à sua devolução em dobro, sem, no entanto, pagar indenização suplementar. Configuram-se, in casu, as arras penitenciais, previstas no art. 420 do Código Civil302. O direito de arrependimento deve ser exercido no prazo convencionado ou antes da execução do contrato, se nada foi estipulado a esse respeito, pois o adimplemento deste importará renúncia tácita àquele direito”.
CAUSAS SUPERVENIENTES À FORMAÇÃO DO CONTRATO
Já quando estamos falando sobre as causas supervenientes à formação do contrato, temos que 4 ocasiões em que ocorridas extinguem o contrato, são elas: A) resolução B) inadimplemento voluntário. C) Morte D) Rescisão.
INEXECUÇÃO VOLUNTÁRIA
RESOLUÇÃO:
O contrato corre para o seu fim, ou seja, o cumprimento das prestações de ambos os contraentes, no entanto, algumas vezes estes não conseguem adimplir com a avença em razão de acontecimentos supervenientes a formação contratual. Tem como base a resolução o inadimplemento voluntário ( culposo) ou involuntário .
RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO VOLUNTÁRIA
“A resolução por inexecução voluntária decorre de comportamento culposo de um dos contraentes, com prejuízo ao outro. Produz efeitos ex tunc, extinguindo o que foi executado e obrigando a restituições recíprocas, sujeitando ainda o inadimplente ao pagamento de perdas e danos e da cláusula penal, convencionada para o caso de total inadimplemento da prestação (cláusula penal compensatória), em garantia de alguma cláusula especial ou para evitar o retardamento (cláusula penal moratória), conforme os arts. 475 e 409 a 411 do Código Civil”
No entanto, quando estamos nos relacionando com contratos de trato sucessivo, este possuí efeito “ex nunc”, ou seja, não retroage.
Esta resolução está integralmente subordinada a um inadimplemento grave e significante: É necessário, ao invés, que o não cumprimento invocado por quem pede a resolução, “seja razoavelmente sério e grave, e prejudique, de modo objetivamente considerável, o seu interesse”. Se uma parte manifestou sempre tolerância por uma certa margem de atraso ou de pagamento de valor inexato, pouco inferior ao convencionado, “isto pode ter relevância para excluir a possibilidade de resolução do contrato por falta de cumprimento integral”
· Exceção do contrato não cumprido
Segundo o art. 476 do Código Civil: “Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro”. Porém, como toda a regra possui sua exceção, em contraste a esta as partes podem convencionar uma cláusula chamada de solve et repete, onde elas, por meio do princípio da autonomia, podem se obrigar a cumprir o contrato mesmo com a inadimplência do outro.
“A eficácia da aludida cláusula consiste em que uma das partes não pode eximir-se da prestação, nem a retardar, pelo fato de opor exceções que, em outra situação, seriam justificadas pelo comportamento do outro contraente. Deve à parte, portanto, cumpri-la prontamente, sem prejuízo de fazer valer, em ação própria, seus direitos nascidos desse comportamento. Em outras palavras, deve renunciar à vantagem que resultaria da aplicação do princípio da economia processual. “
GARANTIA DE EXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO A PRAZO
Segundo o artigo 477[footnoteRef:23], CC, quando houver uma grande diminuição do patrimônio de uma parte, em que possa tornar o adimplemento da prestação imposta duvidosa, pode a outra parte recusar-se a cumprir com a que se obrigou, até que possa haver alguma forma de garantia que o assegure. [23: Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la] 
“Procura-se acautelar os interesses do que deve pagar em primeiro lugar, protegendo-o contra alterações da situação patrimonial do outro contratante. Autoriza-se, por exemplo, o vendedor a não entregar a mercadoria vendida, se algum fato superveniente à celebração do contrato acarretar diminuição considerável no patrimônio do comprador, capaz de tornar duvidoso o posterior adimplemento de sua parte na avença, podendo aquele, neste caso, reclamar o preço de imediato ou exigir garantia suficiente”.
RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO INVOLUNTÁRIA
Além das citadas logo acima, existem outras formas de resolução, porém de forma involuntária, podendo ser causada por ação de terceiro ou acontecimentos fora do controle das partes como é o caso fortuito ou força maior.
A inexecução involuntária deve ser de natureza objetiva, pois não pode ter relação com as partes, pois se assim fosse deveria ser considerado voluntário. 
Com isto, é importante destacarmos que esta impossibilidade deve ser total, pois ao credor é dado a opção, em caso de ser parcial ou até mesmo de pequena parte, o direito de que o contrato seja cumprido da mesma forma. E, desta forma, é necessário ter caráter definitivo, pois se for temporário deve ocorrer a suspenção do contrato, não sua resolução, salvo em casos em que o cumprimento, por conta do lapso temporal não esteja mais no interesse do credor. 
O devedor, neste caso não fica responsável pelo pagamento de percas de danos, salvo se tiver de ser responsabilizado expressamente por eventos de caso fortuito ou força maior ou então estiver em mora. 
INEXECUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA.
“Embora o princípio pacta sunt servanda ou da intangibilidade do contrato seja fundamental para a segurança nos negócios e fundamental a qualquer organização social, os negócios jurídicos podem sofrer as consequências de modificações posteriores das circunstâncias, com quebra insuportável da equivalência. Tal constatação deu origem ao princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva, que se opõe àquele, pois permite aos contratantes recorrerem ao Judiciário,

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