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Técnicas de Instrumentação Cirúrgica em Urologia, Ginecologia e Obstetrícia

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Prévia do material em texto

Obstetrícia
Prof.ª Caroline Marinho de Araujo 
Prof.ª Emmanoela de Almeida Paulino Lima
Prof.ª Iara Costa Silvano
Prof.ª Patrícia Santos Prudêncio
técnicas de 
instrumentaçãO 
cirúrgica em 
urOlOgia, 
ginecOlOgia e
Indaial – 2022
1a Edição
Impresso por:
Elaboração:
Prof.ª Caroline Marinho de Araujo 
Prof.ª Emmanoela de Almeida Paulino Lima
Prof.ª Iara Costa Silvano
Prof.ª Patrícia Santos Prudêncio
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.
Núcleo de Educação a Distância. ARAUJO, Caroline Marinho de.
Técnicas de Instrumentação Cirúrgica em Urologia, Ginecologia e 
Obstetrícia. Caroline Marinho de Araujo; Emmanoela de Almeida Paulino Lima; 
Iara Costa Silvano; Patrícia Santos Prudêncio. Indaial - SC: UNIASSELVI, 2022.
232 p.
ISBN 978-65-5466-188-1
ISBN Digital 978-65-5466-184-3
“Graduação - EaD”.
1. Urologia 2. Ginecologia 3. Obstetrícia 
CDD 617.9
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Olá, acadêmico!
Na disciplina Técnicas de Instrumentação Cirúrgica em Urologia, Ginecologia 
e Obstetrícia, iremos conhecer e desenvolver habilidades e competências relativas 
à instrumentação cirúrgica, pretendemos formar um profissional com capacidade 
técnica e responsabilidade, dada a importância dessa profissão para o progresso 
dos procedimentos anestésicos cirúrgicos, além de aprender toda dinâmica do bloco 
cirúrgico, bem como os conceitos gerais de cirurgia urológica, obstétrica e ginecológica.
Na Unidade 1, serão abordadas as atribuições e a importância da equipe 
multiprofissional no centro cirúrgico. Estudaremos o poder da comunicação assertiva 
para o bom relacionamento interpessoal, além de traçarmos um perfil do que seria 
um profissional capacitado para atuar como instrumentador cirúrgico. No decorrer 
dos tópicos, ainda será possível conhecer um pouco do universo cirúrgico e como se 
desenvolve o trabalho nessa unidade de saúde.
Em seguida, na Unidade 2, estudaremos as técnicas de instrumentação cirúrgi-
ca em urologia, os tipos e a complexidade das cirurgias urológicas, os instrumentos uti-
lizados nos procedimentos urológicos, bem como a paramentação cirúrgica individual e 
de equipe, além da montagem da mesa, do posicionamento adequado do instrumenta-
dor e dos tipos de nós e suturas. Ainda, será possível compreender a operacionalização 
da instrumentação cirúrgica urológica.
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos as técnicas de instrumentação cirúrgica 
em ginecologia e obstetrícia, os tipos de cirurgias ginecológicas e obstétricas, a 
paramentarão cirúrgica para esses procedimentos, o instrumental a ser utilizado e o 
posicionamento adequado do instrumentador. Também veremos a composição e as 
atribuições dos membros da equipe multiprofissional, além de compreender as fases 
das cirurgias, os tempos cirúrgicos e os portes de cirurgias ginecológicas e obstétricas.
Esperamos que o material possa consolidar seu aprendizado, elucidar suas 
dúvidas e enriquecer suas práticas profissionais. Para tanto, é necessário o seu 
envolvimento e compromisso enquanto estudante, sendo o agente transformador da 
sua aprendizagem.
Bons estudos!
Prof.ª Caroline Marinho de Araujo 
Prof.ª Emmanoela de Almeida Paulino Lima
Prof.ª Iara Costa Silvano
Prof.ª Patrícia Santos Prudêncio
APRESENTAÇÃO
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – 
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR 
Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite 
que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, 
é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
QR CODE
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR PARA A 
INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA .......................................................1
TÓPICO 1 — COMPOSIÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NO 
CENTRO CIRÚRGICO ........................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
2 CENTRO CIRÚRGICO ............................................................................................4
2.1 CLASSIFICAÇÃO DO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO ...................................................... 8
3 NOMENCLATURA CIRÚRGICA ............................................................................11
4 POSIÇÕES CIRÚRGICAS .................................................................................... 12
5 EQUIPE CIRÚRGICA ........................................................................................... 15
5.1 EQUIPE MÉDICA ................................................................................................................. 17
6 EQUIPE DE ENFERMAGEM ................................................................................ 21
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................26AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 27
TÓPICO 2 — COMUNICAÇÃO ENTRE A EQUIPE ...................................................29
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................29
2 CONCEITOS DE COMUNICAÇÃO .......................................................................30
2.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO .................................................................................................31
3 COMUNICAÇÃO NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS .........................................32
3.1 BARREIRAS NA COMUNICAÇÃO ..................................................................................... 33
4 COMUNICAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE ...............................................................35
4.1 COMUNICAÇÃO NO CENTRO CIRÚRGICO .................................................................... 37
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................... 40
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 41
TÓPICO 3 — CUIDADOS RECOMENDADOS PARA A ATUAÇÃO COMO 
INSTRUMENTADOR CIRÚRGICO ......................................................45
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................45
2 HISTÓRIA DA INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA ................................................ 47
2.1 RESPONSABILIDADES DO INSTRUMENTADOR CIRÚRGICO .................................... 49
2.2 RECOMENDAÇÕES PARA A EXCELÊNCIA DO PROFISSIONAL 
INSTRUMENTADOR CIRÚRGICO ....................................................................................50
2.3 ÉTICA PROFISSIONAL .....................................................................................................50
3 RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA A INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA .......52
3.1 MANEJO DE INSTRUMENTOS PERFUROCORTANTES ............................................. 53
LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................55
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................... 61
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................62
REFERÊNCIAS .......................................................................................................65
UNIDADE 2 — TÉCNICA DE INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA EM UROLOGIA .....69
TÓPICO 1 — CIRURGIA UROLÓGICA ......................................................................71
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................71
2 TIPOS DE CIRURGIAS UROLÓGICAS .................................................................71
2.1 RESGATE HISTÓRICO .........................................................................................................72
2.2 CIRURGIA SEGURA ............................................................................................................74
3 DEFINIÇÃO DOS TIPOS DE CIRURGIAS UROLÓGICAS .................................... 75
3.1 ENDOSCOPIA UROLÓGICA ...............................................................................................75
3.1.1 Nefrolitotomia percutânea .......................................................................................76
3.1.2 Ureteroscopia ........................................................................................................... 78
3.2 CISTECTOMIA ......................................................................................................................79
3.2.1 Cistectomia parcial ..................................................................................................80
3.2.2 Cistectomia radical .................................................................................................80
3.3 LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA (LECO) .......................................................................81
3.4 NEFRECTOMIA ...................................................................................................................82
3.5 CISTOSTOMIA .....................................................................................................................82
3.6 NEFROSTOMIA ...................................................................................................................83
3.7 CIRURGIAS NA PRÓSTATA ...............................................................................................84
3.7.1 Ressecção transuretral de tumor de próstata (RTU de próstata) .................85
3.7.2 Prostatectomia aberta ............................................................................................86
3.7.3 Prostatectomia perineal ........................................................................................86
3.7.4 Prostatectomia radical ...........................................................................................86
3.7.5 Plasma ........................................................................................................................88
4 PARAMENTAÇÃO EM CIRURGIA UROLÓGICA .................................................88
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................93
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................94
TÓPICO 2 — INSTRUMENTOS CIRÚRGICOS ........................................................ 97
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 97
2 EQUIPAMENTO ...................................................................................................98
3 OBJETOS PERFUROCORTANTES ................................................................... 101
3.1 OUTROS INSTRUMENTAIS ............................................................................................ 104
4 TÉCNICAS DE SUTURAS ................................................................................. 107
5 NÓS CIRÚRGICOS ............................................................................................108
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................... 111
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 112
TÓPICO 3 — INSTRUMENTADOR E MONTAGEM DA MESA CIRÚRGICA 
UROLÓGICA .....................................................................................115
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................115
2 MONTAGEM DA MESA CIRÚRGICA EM UROLOGIA ..........................................115
2.1 INSTRUMENTOS BÁSICOS E SUA MONTAGEM NA MESA CIRÚRGICA ................. 118
2.1.1 Pinças de preensão ................................................................................................. 118
2.1.2 Bisturis e tesouras ................................................................................................. 119
2.1.3 Pinças hemostáticas ............................................................................................. 120
2.1.4 Pinças de dissecção .............................................................................................. 120
2.1.5 Afastadores .............................................................................................................. 121
2.1.6 Agulhas e porta agulhas ........................................................................................122
2.2 INSTRUMENTAL LAPAROSCÓPICO ..............................................................................123
3 POSICIONAMENTO DO PACIENTE EM CIRURGIA UROLÓGICA .....................124
4 POSICIONAMENTO DO INSTRUMENTADORCIRÚRGICO ............................... 127
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 132
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................138
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 139
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 141
UNIDADE 3 — TÉCNICA DE INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA EM 
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA .........................................................145
TÓPICO 1 — INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA GINECOLÓGICA E 
OBSTÉTRICA ................................................................................... 147
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 147
2 TIPOS DE CIRURGIAS GINECOLÓGICAS.........................................................148
2.1 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO ............................................................................. 148
2.2 TIPOS DE CIRURGIAS ..................................................................................................... 153
2.2.1 Histerectomia .......................................................................................................... 154
2.2.2 Laqueadura ............................................................................................................. 156
2.2.3 Traquelectomia ....................................................................................................... 156
2.2.4 Ooforectomia .......................................................................................................... 156
2.2.5 Salpingectomia .......................................................................................................157
2.2.6 Mastectomia ........................................................................................................... 158
3 TIPOS DE CIRURGIAS OBSTÉTRICAS ............................................................. 159
3.1 CESÁREA ............................................................................................................................ 161
3.2 LAPAROTOMIA DE EMERGÊNCIA ................................................................................ 162
3.3 CIRURGIA FETAL ............................................................................................................. 163
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................ 167
AUTOATIVIDADE .................................................................................................168
TÓPICO 2 — PARAMENTAÇÃO .............................................................................171
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................171
2 ITENS DA PARAMENTAÇÃO EM GINECOLOGIA ............................................. 174
2.1 PASSOS DA ESCOVAÇÃO E PARAMENTAÇÃO ...........................................................174
2.2 ANTISSEPSIA DO CAMPO OPERATÓRIO .....................................................................179
3 ITENS DA PARAMENTAÇÃO EM OBSTETRÍCIA ..............................................180
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................185
AUTOATIVIDADE .................................................................................................186
TÓPICO 3 — INSTRUMENTADOR E MESA CIRÚRGICA ......................................189
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................189
2 INSTRUMENTOS CIRÚRGICOS UTILIZADOS EM CIRURGIA 
GINECOLÓGICA E OBSTÉTRICA ......................................................................189
2.1 TEMPOS CIRÚRGICOS .................................................................................................... 190
2.1.1 Antissepsia da pele do paciente ........................................................................... 191
2.1.2 Colocação de campos operatórios .....................................................................192
2.1.3 Diérese ...................................................................................................................... 195
2.1.4 Cirurgia propriamente dita ................................................................................... 196
2.1.5 Síntese ...................................................................................................................... 201
2.2 MONTAGEM DA MESA DE INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS ....................................203
2.3 MANUSEIO DE INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS ........................................................205
2.3.1 Instrumentais em cirurgia robótica ...................................................................207
3 POSICIONAMENTOS NA CIRURGIA GINECOLÓGICA E OBSTÉTRICA .......... 208
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 216
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................ 221
AUTOATIVIDADE ................................................................................................ 222
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 225
1
UNIDADE 1 — 
A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE 
MULTIDISCIPLINAR PARA 
A INSTRUMENTAÇÃO 
CIRÚRGICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 conhecer	os	profissionais	que	atuam	na	equipe	cirúrgica	e	suas	atribuições	
específicas;
•	 compreender	a	importância	da	composição	adequada	da	equipe	multiprofissional	
na	instrumentação	cirúrgica;
•	 entender	a	importância	da	comunicação	assertiva	entre	os	membros	da	equipe;
•	 compreender	o	processo	do	trabalho	do	instrumentador	cirúrgico	nas	dimensões	
técnicas,	éticas	e	científicas.
	 A	cada	tópico	desta	unidade	você	encontrará	autoatividades	com	o	objetivo	de	
reforçar	o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO 1 – COMPOSIÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NO CENTRO CIRÚRGICO
TÓPICO 2 – COMUNICAÇÃO ENTRE A EQUIPE
TÓPICO 3 – CUIDADOS RECOMENDADOS PARA A ATUAÇÃO COMO INSTRUMENTADOR 
CIRÚRGICO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
COMPOSIÇÃO DA EQUIPE 
MULTIDISCIPLINAR NO 
CENTRO CIRÚRGICO
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO 
O	centro	cirúrgico	é	um	ambiente	complexo.	É	uma	área	 restrita	da	unidade	
hospitalar	por	ser	um	local	no	qual	são	realizadas	intervenções	cirúrgicas,	e,	assim,	o	
controle	asséptico	precisa	ser	 rigoroso.	Trata-se	de	um	setor	em	que	várias	áreas	se	
interligam	para	possibilitar	a	realização	dos	procedimentos	anestésicos	cirúrgicos	com	
segurança,	tanto	para	o	paciente	quanto	para	a	equipe	que	o	atende.	Ademais,	nesse	
ambiente,	 diversas	 especialidades	 profissionais	 se	 disponibilizam	 para	 atender	 aos	
pacientes	que	necessitam	se	submeter	a	uma	cirurgia.
O	centro	cirúrgico,	além	de	ser	o	 local	adequado	para	realizar	os	procedimentos	
cirúrgicos,	também	tem	como	finalidades	servir	como	campo	de	estágio	para	a	formação	
e	o	desenvolvimento	profissional,	bem	como	para	a	promoção	de	programas	e	projetos	
de	pesquisas	científicas,	 com	o	 intuito	de	melhorar	 e	 inovar	 as	 técnicas	cirúrgicas	e	
assépticas.
Os	procedimentos	 cirúrgicos	 são,	 hoje,	muito	 aplicados	para	 o	diagnóstico	 e	
tratamento	de	diversas	doenças.	Para	tanto,	a	sala	cirúrgica	é	composta	por	um	grande	
aparato	tecnológico	e	de	padrões	de	segurança	preconizados	pela	legislação	vigente,	
sendo	que	a	equipe	que	trabalha	nesse	ambiente	precisa	estar	capacitada	e	trabalhar	
de	formaharmoniosa	para	atender	à	dinâmica	do	setor	e	promover	a	segurança	e	o	
conforto	do	paciente.	Cada	membro	da	equipe	tem	sua	função	e	importância.	O	trabalho	
em	conjunto	favorece	o	ato	operatório,	para	que	tudo	seja	desenvolvido	com	o	menor	
risco	possível.
Frente	a	isso,	todo	profissional	deve	conhecer	e	ter	habilidades	relacionadas	às	
suas	atribuições	especificas	no	centro	cirúrgico,	além	de	ter	aptidão	para	trabalhar	em	
equipe,	equilíbrio	emocional	e	discernimento	para	a	resolução	de	conflitos.
A	partir	de	agora,	você	entrará	no	universo	cirúrgico	e	conhecerá	mais	profun-
damente	quais	profissionais	compõem	a	equipe	cirúrgica	e	as	atribuições	de	cada	um	
na	sala	de	operação.
4
2 CENTRO CIRÚRGICO
O	 centro	 cirúrgico	 é	 uma	 parte	 extremamente	 importante	 da	 estrutura	 hos-
pitalar,	o	qual	é	destinado	a	realizar	 intervenções	anestésico-cirúrgicas.	Para	tanto,	é	
necessário	que	tenha	infraestrutura,	recursos	materiais	e	humanos	adequados	e	dis-
poníveis	para	o	desenvolvimento	do	processo	de	assistência	perioperatória,	conforme	
Carvalho	e	Bianchi	(2016).
Carvalho	e	Bianchi	(2016)	reiteram	que	as	finalidades	e	os	objetivos	do	centro	
cirúrgico	são:
•	 assistir,	de	forma	integral,	o	paciente	submetido	à	intervenção	cirúrgica	em	todo	o	
período	perioperatório;
•	 realizar	os	procedimentos	anestésico-cirúrgicos	com	a	devida	segurança;
•	 garantir	o	retorno	do	paciente	a	sua	unidade	de	internamento	em	condições	estáveis	
de	saúde.
Além	 disso,	 como	 mencionamos,	 tem	 como	 finalidade	 o	 desenvolvimento	
profissional	por	meio	do	estágio	para	a	formação	e	o	aprimoramento	da	assistência	no	
perioperatório,	a	fim	de	promover	o	avanço	científico	e	tecnológico	com	programas	e	
projetos	de	pesquisas.
Geralmente,	o	bloco	cirúrgico	está	dividido	em	salas	de	operação	(SO),	salas	de	
recuperação	pós-anestésica	(SRPA)	e	centros	de	material	e	esterilização	(CME).	Esses,	
por	sua	vez,	estão	subdivididos	em	áreas	especificas,	como	 lavabos,	vestuários,	 sala	
de	guarda	de	materiais	e	equipamentos,	corredores,	sala	de	espera,	recepção,	sala	de	
repouso,	copa,	dentre	outras	que	venham	a	ser	necessárias,	conforme	a	Sobecc	(2017).
Diante	de	sua	complexidade,	para	que	o	bloco	cirúrgico	possa	operacionalizar	
a	 assistência	 ao	 paciente	 cirúrgico,	 também	é	necessário	 o	 apoio	 de	 outras	 áreas	 e	
serviços	hospitalares,	como	laboratórios,	farmácia,	radiologia,	banco	de	sangue,	serviço	
de	 anatomia	 patológica,	 limpeza,	 suprimentos	 de	 almoxarifado	 e	 transporte.	 Ainda,	
alguns	 serviços	 podem	 ser	 terceirizados,	 de	 acordo	 com	 Carvalho	 e	 Bianchi	 (2016),	
a	 exemplo	 de	 lavanderia,	 fornecedores,	 manutenção	 de	 equipamentos	 e	 materiais	
esterilizados	por	métodos	específicos.
5
Figura 1 – Sala de operação
Fonte: https://elements.envato.com/pt-br/interior-of-operation-room-with-different-medical--ASV83XX. 
Acesso em: 11 set. 2022.
A sala operatória	(SO)	é	o	local	onde	as	equipes	desenvolvem	diretamente	o	
seu	trabalho.	Ela	deve	ser	equipada	e	preparada	para	realizar	vários	tipos	de	procedi-
mentos	anestésico-cirúrgicos.	Assim,	o	tamanho	físico	dessa	sala	pode	variar	de	acordo	
com	a	instituição	e	os	tipos	de	procedimentos	realizados	dentro	dela,	de	acordo	com	 
Possari	(2011).
É	relevante	citar,	conforme	o	mesmo	autor,	que	se	tornou	imprescindível,	com	
o	advento	tecnológico	na	área	da	robótica	e	a	popularização	de	cirurgias	minimamente	
invasivas,	 que	 as	 salas	 operatórias	 ou	 de	 operações	 tenham	 espaços	 e	 dimensões	
adequados	para	os	equipamentos	que	serão	utilizados	nos	procedimentos,	assim	como	
para	que	a	equipe	e	o	paciente	se	sintam	confortáveis,	a	fim	de	que	a	cirurgia	possa	ser	
realizada	com	segurança.
É recomendável, segundo Carvalho e Bianchi (2016), que, para cada 
50 leitos comuns, encontremos ao menos duas salas cirúrgicas na 
unidade hospitalar. Além disso, para cada 15 leitos cirúrgicos, deve-
-se ter duas salas de operação.
INTERESSANTE
6
Para	Carvalho	e	Bianchi	(2016),	todas	as	salas	operatórias	devem	conter	equi-
pamentos	e	aparelhos	fixos:	carrinho	de	anestesia	com	monitor	multiparamétrico;	mesa	
cirúrgica	mecânica	ou	elétrica;	seus	acessórios	(extensor	de	comprimento,	perneiras,	
braçadeiras	e	apoio	de	cabeça);	mesa	de	 instrumentais;	 focos	de	 luz;	computadores	
para	registro	no	prontuário	eletrônico;	dentre	outros	que	podem	ser	necessários.
Ainda	segundo	os	autores,	também	devem	estar	à	disposição	alguns	materiais	
e	equipamentos	para	serem	utilizados	caso	haja	necessidade	durante	o	procedimento.	
Eles	são	considerados	equipamentos	móveis,	como:	bisturi	elétrico	e	outros	tipos	de	
bisturis;	máquina	de	circulação	extracorpórea;	equipamento	para	videolaparoscopia;	e	
aspiradores.	Tais	materiais	permanecem	na	sala	de	guarda	e	são	deslocados	para	a	SO	
quando	solicitados.
A sala de recuperação pós-anestésica (SRPA),	por	sua	vez,	é	uma	zona	crí-
tica,	pois	é	o	local	para	onde	o	paciente	é	levado	logo	após	o	procedimento	cirúrgico,	
no	pós-operatório	 imediato,	para	se	 recuperar	hemodinamicamente.	Lá,	ele	deve	ser	
monitorado	e	observado	intensivamente,	até	ser	levado	para	sua	unidade	de	internação.	
Desse	modo,	preconiza-se	que	seja	anexa	à	sala	de	operação,	para	facilitar	o	transporte	
do	paciente	ou	no	caso	de	precisar	de	uma	reabordagem	cirúrgica	de	emergência.
Já	o	centro de material e esterilização (CME)	é	um	ambiente	destinado	à	lim-
peza,	à	desinfecção,	ao	preparo,	à	esterilização,	ao	armazenamento	e	à	distribuição	de	ma-
teriais	e	instrumentos	utilizados	em	uma	unidade	hospitalar,	de	acordo	com	Possari	(2011).	
O	CME,	a	depender	da	estrutura	hospitalar,	normalmente	fica	anexo	ao	centro	
cirúrgico	devido	à	necessidade	constante	de	materiais	esterilizados.	No	entanto,	nas	
novas	 estruturas,	 esse	 setor	 tem	 se	desvinculado	do	 centro	 cirúrgico,	 pois	 todos	 os	
setores	do	hospital	precisam	de	materiais	processados	na	CME,	segundo	Carvalho	e	
Bianchi	(2016).
Figura 2 – Centro de material e esterilização
Fonte: https://bit.ly/3z9SUk6. Acesso em: 12 set. 2022.
7
Segundo	a	Associação	Brasileira	de	Enfermeiros	de	Centro	Cirúrgico,	Recupe-
ração	Anestésica	e	Centro	de	Material	e	Esterilização,	a	CME	tem	como	missão	fornecer	
produtos	para	a	saúde	a	todas	as	unidades	assistenciais	e	de	diagnóstico,	de	forma	
segura	 e	 em	número	 e	 qualidade	 de	 processamento	 adequadas.	 Sendo	 assim,	 esse	
setor,	mesmo	localizado	em	qualquer	área	da	unidade	hospitalar,	precisa	de	sistemas	
de	comunicação	ativos	e	disponíveis	para	prover	as	unidades	consumidoras,	quando	
necessário,	sem	prejuízo	à	assistência.	
A Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação 
Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC) foi criada em 
setembro de 1991, com a missão de “colaborar com o desenvolvimento 
técnico-científico e divulgar as melhores práticas para atuação da enfer-
magem perioperatória, além de propor recomendações referentes às 
áreas de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material 
e Esterilização” (SOBECC, s. d., s. p.). Essa entidade tem publicações a 
cada três meses, e, periodicamente, nos traz revisões atualizadas sobre 
as boas práticas de enfermagem no perioperatório.
IMPORTANTE
Segundo	a	SOBECC	(2017),	o	bloco	cirúrgico	é	dividido	em	três	áreas	assépti-
cas,	devido	a	sua	complexidade,	o	tipo	de	procedimento	realizado	e	o	maior	risco	de	
infecção:	 “as	técnicas	assépticas	padronizadas	têm	o	objetivo	de	proporcionar	maior	
controle	do	ambiente	operatório,	diminuindo	os	riscos	de	contaminação	ao	paciente”	
(CARVALHO;	BIANCHI,	2016,	p.	11).	Essas	áreas	são	restrita,	semirrestrita	e	não	restrita.	
Conforme	a	mesma	associação,	são	características	de	cada	área:
• Área restrita: a	circulação	de	pessoas	e	equipamentos	é	restrita,	mantendo	uma	
rotina	asséptica,	com	o	intuito	de	controlar	e	conservar	a	assepsia	do	local.	Os	profis-
sionais	devem	usar	roupas	privativas	nesse	ambiente,	bem	como	máscara	cobrindo	
boca	e	nariz.	Temos,	como	exemplos,	salas	cirúrgicas,	corredores	internose	lavabos.
• Área semirrestrita:	é	permitida	a	circulação	de	pessoal	e	equipamentos,	desde	que	
não	interfira	no	controle	e	na	conservação	da	assepsia	cirúrgica.	Nesses	locais,	os	pro-
fissionais	devem	usar	roupas	privativas	e	apropriadas	ou	calçados	adequados.	Temos,	
como	exemplos,	secretaria,	copa	e	salas	de	conforto	e	de	guarda	de	equipamentos.
• Área não restrita: a	circulação	de	pessoas	é	liberada,	não	havendo	a	necessidade	
de	roupas	privativas.	Temos,	como	exemplos,	vestuários,	elevadores,	corredores	ex-
ternos	e	local	de	transferência	de	macas.
Ainda,	o	centro	cirúrgico	deve	estar	localizado	em	uma	área	do	hospital	distante	
de	ruido,	poeira	e	de	grande	circulação	de	pessoas,	garantindo	a	segurança	da	técnica	
asséptica.	Da	mesma	forma,	para	facilitar	o	fluxo	de	pacientes,	é	necessário	que	o	bloco	
cirúrgico	fique	próximo	às	emergências,	unidades	de	terapia	 intensiva	e	unidades	de	
internamento,	para	o	caso	de	uma	intervenção	imediata,	conforme	Possari	(2011).
8
Alguns termos devem ser sempre lembrados dentro de um centro cirúrgico, 
a saber:
• assepsia: são precauções que usamos para evitar a contami-
nação por micro-organismos em um ambiente ou materiais e 
equipamentos. Desse modo, um ambiente asséptico é aquele 
que está livre de contaminação;
• antissepsia: é a técnica que usamos para evitar o crescimento de mi-
cro-organismos ou para removê-los de determinado ambiente, podendo 
haver a destruição ou redução dos agentes microbianos. Para tanto, uti-
lizamos antissépticos ou desinfetantes;
• técnica asséptica: é uma expressão dos métodos utilizados para a 
assepsia;
• antisséptico: diz respeito a produtos químicos utilizados para des-
truir ou reduzir micro-organismos de tecidos vivos.
ATENÇÃO
2.1 CLASSIFICAÇÃO DO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO
Os	 procedimentos	 anestésicos	 cirúrgicos	 podem	 ser	 classificados	 quanto	 ao	
momento	operatório,	a	finalidade,	o	risco	cardiológico,	o	potencial	de	contaminação	e	o	
tempo	de	duração.
Na	figura	a	seguir,	podemos	entender	um	pouco	mais	sobre	a	classificação	das	
cirurgias	e	outras	especificidades	relacionadas	a	ela,	às	quais	devemos	ter	atenção.
Figura 3 – Classificação de cirurgias
Fonte: a autora
9
O momento operatório	 é	 a	 primeira	 classificação,	 pois	 define	 o	 grau	 de	
urgência	que	o	procedimento	operatório	requer.	Segundo	Possari	(2011),	esse	momento	
pode	ser	classificado	em	cirurgia	de	emergência,	de	urgência	ou	eletiva:
• Emergência: pelo	estado	de	gravidade	e	risco	eminente	de	vida,	o	procedimento	ci-
rúrgico	deve	ser	imediato,	como	ferimento	por	arma	de	folgo	ou	branca,	hemorragias,	
perfuração	de	vísceras,	dentre	outras.
• Urgência:	 o	 procedimento	 deve	 ser	 realizado	 o	 mais	 breve	 possível,	 podendo	
aguardar	de	24	a	28	horas,	sob	observação	clínica,	como	apendicectomia,	abdome	
agudo,	dentre	outros.	
• Eletiva:	é	a	cirurgia	que,	mesmo	sendo	indicada,	pode	aguardar	para	ser	agendada	
em	momento	posterior.	Não	traz	risco	eminente	de	vida,	como	mamoplastia,	hérnia	
inguinal,	dentre	outras.
Carvalho	e	Bianchi	(2016,	p.	10)	reiteram	que	“alguns	autores	classificam	certos	
tipos	de	tratamentos	cirúrgicos	eletivos	como	optativos,	ou	seja,	a	cirurgia	é	feita	por	
solicitação	do	paciente,	como	nos	casos	de	cirurgias	plásticas	com	fins	estéticos”.
Conforme	Possari	(2011),	quanto	à	finalidade cirúrgica,	termos	as	seguintes	
opções:
• paliativas: procedimentos	realizados	para	melhorar	a	qualidade	de	vida	do	paciente,	
como	aliviar	a	dor,	porém,	sem	finalidade	curativa.	Alguns	exemplos	são	retirada	de	
tumores	e	traqueostomia;
• radical: procedimento	 realizado	 para	 a	 retirada	 total	 ou	 parcial	 de	 órgão,	 como	
nefrectomia,	histerectomia	e	apendicectomia;
• plástica: procedimento	 realizado	com	 intuito	estético	corretivo.	É	optativo	para	o	
paciente.	Alguns	exemplos	são	abdominoplastia	e	rinoplastia;
• diagnóstica: procedimento	cirúrgico	realizado	para	diagnosticar	alguma	patologia.	
Geralmente,	é	feita	a	busca	por	meio	da	laparotomia	exploratória	ou	com	a	retirada	de	
fragmentos	ou	líquidos	para	análises	microscópicas	(biópsias);
• reconstrutora: procedimento	realizado	para	reconstruir	órgão	ou	tecido	lesionado	
que	 perdeu	 sua	 funcionalidade,	 como	 cirurgia	 reconstructiva	 de	válvula	 aórtica	 e	
cirurgia	reconstrutiva	pélvica;
• transplante: procedimento	 realizado	 para	 substituir	 órgãos	 que	 perderam	 sua	
funcionalidade,	como	transplante	de	rim,	córnea	e	fígado.
Temos,	ainda,	a	consideração	de	risco cardiológico,	o	qual	é	dividido,	conforme	
Possari	(2011),	da	seguinte	maneira:
• cirurgia de grande porte: procedimento	com	provável	perda	de	fluidos	e	sangue	
de	grande	proporção,	com	risco	de	comprometimento	cardiológico,	como	cirurgias	
vasculares,	grandes	traumas,	aneurismas	e	transplantes;
10
• cirurgia de médio porte: procedimento	com	provável	perda	de	fluidos	e	sangue	de	
média	proporção,	com	risco	de	comprometimento	cardiológico,	como	cirurgias	orto-
pédicas	e	histerectomia;
• cirurgia de pequeno porte: procedimento	com	pequeno	risco	de	perda	de	fluidos	e	
sangue	de	grande	proporção,	com	risco	de	comprometimento	cardiológico.
 
Quanto	ao	potencial	de	contaminação,	as	cirurgias	 limpas dizem	respeito	a	
procedimentos	que	são	“realizados	em	tecidos	estéreis	ou	passíveis	de	descontamina-
ção,	na	ausência	de	processo	infeccioso	e	inflamatório	local”	(POSSARI,	2011,	p.	98).	De	
modo	geral,	essas	cirurgias	são	eletivas	e	não	ocorre	penetração	nos	tratos	digestório,	
respiratório	e	urinário.	Podemos	citar,	como	exemplos,	as	cirurgias	cardíacas	e	neuroló-
gicas,	além	das	monoplastias,	conforme	Possari	(2011).
Já	as	cirurgias potencialmente contaminadas são procedimentos	realiza-
dos	 em	 “tecidos	 colonizados	 por	flora	microbiana	 residente	 pouco	 numerosa	 ou	 em	
tecidos	de	difícil	descontaminação”	(CARVALHO;	BIANCHI,	2016,	p.	11).	Podem	ser	re-
alizadas	nos	tratos	digestório,	 respiratório	e	urinário,	desde	que	não	haja	contamina-
ção	importante	nessa	área.	Também	podem	ser	classificadas	assim	as	cirurgias	em	que	
ocorreu	pequena	falha	na	técnica	no	transoperatório.	São	exemplos:	histerectomia	ab-
dominal,	gastrectomia	e	colecistectomia,	conforme	Carvalho	e	Bianchi	(2016).	
As cirurgias contaminadas equivalem	a procedimentos	 realizados	 em	 “te-
cidos	 traumatizados	 recentemente	 e	 abertos	 ou	 em	 tecidos	 colonizados	 por	 flo-
ra	bacteriana	 abundante,	 cuja	 descontaminação	é	 difícil	 ou	 impossível”	 (CARVALHO;	
BIANCHI,	2016,	p.	11).	Cirurgias	que	tiveram	falhas	grosseiras	nas	técnicas	assépticas	
também	podem	ser	caracterizadas	como	contaminadas.	Temos,	como	exemplos,	obs-
trução	biliar	ou	urinária,	cirurgias	dentárias	e	amigdalectomia,	de	acordo	com	Carvalho	 
e	Bianchi	(2016).	
Finalmente,	 as	 cirurgias infectadas são procedimentos	 realizados	 em	
“qualquer	tecido	ou	órgão,	na	presença	de	processo	 infeccioso	com	supuração	 local,	
tecido	 necrótico	 ou	 corpo	 estranho”	 (CARVALHO;	 BIANCHI,	 2016,	 p.	 11).	 Conforme	
Carvalho	e	Bianchi	(2016),	temos,	como	exemplos,	as	cirurgias	de	reto	e	ânus,	limpezas	
cirúrgicas	em	tecidos	necróticos	e	amputação	de	pé	diabético.	
Para	 finalizar,	 segundo	 Possari	 (2011),	 ainda	 podemos	 classificar	 as	 cirurgias	
quanto	ao	tempo de duração,	em:	porte I: procedimentos	cirúrgicos	com	tempo	de	
duração	de	até	2	horas; porte II:	procedimentos	cirúrgicos	com	tempo	de	duração	de	
2	a	4	horas; porte III: procedimentos	cirúrgicos	com	tempo	de	duração	de	4	a	6	horas; 
porte IV: procedimentos	cirúrgicos	com	tempo	de	duração	acima	de	6	horas.
11
3 NOMENCLATURA CIRÚRGICA
É	imprescindível	que	os	profissionais	de	saúde	saibam	a	terminologia	cirúrgica,	
que	nada	mais	é	do	que	o	nome	científico	dado	aos	procedimentos	e	às	técnicas	de	
cirurgia.	Esses	termos	seguem	a	regra	gramatical	de	formação	de	palavras:
as	palavras	são	compostas	por	raiz,	que	é	a	parte	básica	da	estru-
tura	da	palavra,	e	por	afixos,	prefixos	e	sufixos,	que	são	acrescidos,	
respectivamente,	antes	e	após	a	raiz.	A	nomenclatura	cirúrgica	se-
gue	essemesmo	padrão,	onde	a	 raiz	 representa	o	segmento	ana-
tômico	relacionado	à	 intervenção	cirúrgica,	e	os	afixos	determinam	
o	diagnóstico	ou	o	tratamento	cirúrgico	a	ser	realizado	(CARVALHO;	 
BIANCHI,	2016,	p.	133).	
Figura 4 – Exemplos de nomenclatura cirúrgica
Fonte: adaptada de Possari (2011)
Portanto,	a	terminologia	cirúrgica	é	um	termo	gramaticalmente	composto,	padro-
nizado	e	essencial	para	a	assistência	perioperatória.	Tem	como	finalidade	a	 identificação	
do	procedimento	a	ser	realizado,	tanto	de	forma	verbal	quanto	escrita,	a	fim	de	preparar	a	 
sala	operatória,	bem	como	os	instrumentais	e	equipamentos	a	serem	utilizados.
12
4 POSIÇÕES CIRÚRGICAS
A	posição	 cirúrgica	 é	 aquela	 posição	 em	que	 o	 paciente	 será	 colocado	 para	
realizar	o	procedimento	cirúrgico,	devendo	o	sítio	cirúrgico	ficar	exposto	para	facilitar	
as	manobras	 cirúrgicas.	 Temos	 inúmeras	 variações	 para	 as	 posições,	mas,	 segundo	
Possari	(2011),	é	necessário	estar	atento	ao	conforto	e	à	segurança	do	paciente:
o	 posicionamento	 dos	 pacientes	 no	 centro	 cirúrgico	 deve	 ser	
encarado	 como	 um	 procedimento	 de	 grande	 complexidade,	 que	
envolve	 sérios	 riscos	 que,	 se	 não	 observados	 com	 responsabilidade	
e	 competência,	 podem	 comprometer	 definitivamente	 a	 saúde	 física	
e	mental	do	paciente.	Em	decorrência	disso,	deve	ser	 individualizado	
e	adaptado	às	necessidades	de	cada	pessoa	e	aos	procedimentos	
previstos	(CARVALHO;	BIANCHI,	2016,	p.	162).
Para	posicionar	o	paciente,	é	necessário	conhecer	o	procedimento	cirúrgico	e	
ter	habilidade	para	não	lesionar	o	indivíduo,	tendo	em	vista	que	essa	atividade	é	feita	
logo	após	a	indução	anestésica,	ou	seja,	o	paciente	não	estará	sensível	à	dor.	O	mau	po-
sicionamento	pode	acarretar	riscos	como	paresia	pós-cirúrgica,	lombalgia,	hipotensão,	
traumas	e	entorses,	conforme	Possari	(2011).
Carvalho	 e	 Bianchi	 (2016)	 mencionam	 que,	 para	 realizar	 o	 posicionamento	
adequado,	 é	 importante	que	o	profissional	 tenha	o	 entendimento	de	que	o	 conforto	
e	 a	 segurança	 são	 pontos	 centrais	 do	 procedimento,	 sendo	 que	 a	 prevenção	 de	
eventos	adversos	ao	posicionamento	cirúrgico	é	primordial	para	o	desenvolvimento	da	
assistência	de	qualidade.	Frente	a	isso,	a	equipe	cirúrgica	deve	conhecer	as	posições	
cirúrgicas	mais	utilizadas.
Para conhecer mais detalhes sobre as posições cirúrgicas, o vídeo in-
dicado a seguir nos mostra as posições convencionais e as variações 
que podem ser feitas a partir delas. Assista à produção completa por 
este link: https://www.youtube.com/watch?v=xqlbCTGte3c. 
DICA
Uma	 das	 posições	mais	 utilizadas	 é	 a	posição de decúbito dorsal,	 pois	 é	
a	que	menos	causa	eventos	adversos.	Nessa	posição,	o	paciente	fica	deitado	com	a	
coluna	vertebral	apoiada	na	maca	cirúrgica,	e	os	membros	inferiores	e	superiores	são	
estendidos	 e	 apoiados	 em	 braçadeiras.	 Pode	 ser	 utilizada	 em	 cirurgias	 abdominais,	
torácicas	e	vasculares,	conforme	Possari	(2011).
13
Figura 5 – Posição de decúbito dorsal
Fonte: Possari (2011, p. 131)
Na	posição de decúbito ventral,	o	paciente	fica	com	o	abdome	sobre	a	mesa	
cirúrgica,	e	os	braços	são	estendidos	à	frente,	apoiados	em	braçadeiras.	Para	Possari	
(2011),	 é	 uma	 posição	 utilizada	 em	 cirurgias	 na	 coluna	 vertebral,	 na	 região	 lombar,	
occipital	ou	sacra.
Figura 6 – Posição de decúbito ventral
Fonte: Possari (2011, p. 132)
Já	na	posição Fowler,	 o	paciente	fica	sentado	na	mesa	cirúrgica.	De	modo	
geral,	ela	só	é	utilizada	quando	o	paciente	apresenta	um	quadro	de	dispneia	após	algum	
procedimento	em	posição	de	decúbito	dorsal.	Segundo	Possari	(2011),	é	importante	não	
deixar	os	braços	dos	pacientes	soltos,	pois	pode	ocasionar	hipertensão	nos	ombros.
Figura 7 – Posição de Fowler
Fonte: Possari (2011, p. 132)
14
Na	posição litotômica ou ginecológica,	o	paciente	fica	em	decúbito	dorsal	so-
bre	a	mesa	cirúrgica,	com	os	membros	superiores	estendidos,	apoiados	em	braçadei-
ras,	e	os	membros	inferiores	flexionados,	apoiados	em	perneiras	confortáveis.	Segundo	 
Possari	(2011),	é	uma	posição	utilizada	em	procedimentos	ginecológicos	ou	prostáticos.
Figura 8 – Posição litotômica ou ginecológica
Fonte: Possari (2011, p. 133)
De	 acordo	 com	 Possari	 (2011),	 essa	 posição	 apresenta	 mais	 facilidade	 de	
provocar	 lesão	muscular	pelo	seu	modelo	não	anatômico.	Sendo	assim,	é	necessário	
ter	 cuidados	 especiais	 ao	 movimentar	 os	 membros	 inferiores	 do	 paciente,	 como	
movimentá-los	simultaneamente,	para	evitar	lesão	neuromuscular.
Temos,	 também,	 a	 posição jakknife	 ou canivete,	 em	 que	 “os	 membros	
inferiores,	o	tórax	e	os	membros	superiores	são	abaixados,	de	modo	que	o	corpo	fique	
fletido	 sobre	 a	mesa,	mantendo-se	 a	 região	 a	 ser	 operada	 em	 plano	mais	 elevado”	
(CARVALHO;	BIANCHI,	 2016,	 p.	 179).	 Geralmente,	 é	 uma	posição	utilizada	 em	cirurgias	
proctológicas	ou	na	região	dorsal.	Aliás,	nesse	caso,	é	necessário	fazer	uso	de	suportes	
adicionais	 para	 o	 tórax,	 os	 membros	 inferiores	 e	 os	 superiores,	 para	 evitar	 lesões	
neuromusculares.
Figura 9 – Posição jakknife ou canivete
Fonte: Possari (2011, p. 133)
15
Na	 posição lateral ou	 SIMS,	 o	 paciente	 fica	 deitado	 lateralmente,	 com	 a	
perna	superior	flexionada	e	apoiada	confortavelmente	em	coxins.	Já	a	perna	 inferior	
é	estendida	sobre	a	mesa	cirúrgica,	com	os	membros	superiores	estendidos	e	fixados	
em	um	arco	de	proteção.	Essa	posição	é	utilizada,	basicamente,	em	cirurgias	 renais,	
conforme	Possari	(2011).
Figura 10 – Posição lateral ou SIMS
Fonte: Possari (2011, p. 133)
Para	finalizar,	na	posição trendelenburg,	o	paciente	fica	em	decúbito	dorsal,	
com	os	membros	inferiores	elevados	e	a	parte	superior	do	tronco	inclinada	para	baixo.	
Ela	 é	 utilizada	 para	 a	 realização	 de	 cirurgias	 abdominais,	 pois	 permite	 uma	 melhor	
visualização	 dos	 órgãos	 pélvicos,	 levantando	 a	 parte	 superior	 do	 intestino,	 segundo	
Possari	(2011).
Figura 11 – Posição trendelenburg
Fonte: Possari (2011, p. 133)
Nessa	posição,	é	importante	que,	ao	voltar	o	paciente	para	a	posição	de	decú-
bito	dorsal,	o	movimento	seja	feito	muito	lentamente,	para	evitar	hipotensão	arterial.
5 EQUIPE CIRÚRGICA
A	equipe	cirúrgica	tem	como	principal	objetivo	prestar	assistência	ininterrupta	
ao	paciente	em	todo	o	período	transoperatório,	oferecendo	um	cuidado	de	qualidade,	
com	 segurança	 e	 conforto,	 possibilitando	 o	 sucesso	 do	 procedimento	 anestésico-
cirúrgico.	
16
De acordo com a SOBECC (2017) e Carvalho e Bianchi (2016), os procedimentos ope-
ratórios são divididos em quatro períodos. O período pré-operatório, por exemplo, é 
dividido em duas fases: 
1. pré-operatório mediato, que começa com a decisão de fazer a cirurgia e se estende 
por até 24 horas de sua realização;
2. pré-operatório imediato, que começa 24 horas antes da cirurgia até a entrada do 
paciente no centro cirúrgico.
Já o período transoperatório se refere ao momento em que o paciente é recebido no 
centro cirúrgico até o momento de sua transferência para a unidade de recuperação 
anestésica. Depois, temos o período intraoperatório, que inicia com o procedimento 
anestésico e se estende até o final do procedimento. Esse período se insere dentro do 
período transoperatório.
O período pós-operatório é dividido em quatro fases: 
1. recuperação anestésica, que se inicia com a chegada do paciente na 
sala de recuperação pós-anestésica e finaliza com a sua saída para a 
unidade de internação;
2. pós-operatório imediato, que corresponde às primeiras 24 horas 
após o procedimento cirúrgico;
3. pós-operatório mediato, que se inicia 24 horas após o fim do procedi-
mento cirúrgico e finaliza com a alta hospitalar do paciente;
4. pós-operatório tardio, que pode variar de acordo como o tipo de cirurgia, 
podendo ser 15 dias até um ano após o procedimento cirúrgico.
INTERESSANTE
Os	profissionais	devem	estar	focados	no	bem-estar	do	paciente,	trabalhando	
em	equipe	e	 respeitando	o	espaço	e	 as	habilidades	de	cadaum,	de	 forma	a	visar	 à	
eficácia	do	ato	cirúrgico.
A	equipe	cirúrgica,	geralmente,	é	dividida	em	três	grupos:	equipe	de	médicos	
cirurgiões,	equipe	de	médicos	anestesiologistas	e	equipe	de	enfermagem,	conforme	a	
Figura	12:
17
Figura 12 – Equipe cirúrgica
Fonte: a autora
Existem	vários	outros	profissionais	que	prestam	assistência	no	centro	cirúrgico,	
como:	auxiliar	de	serviço	gerais;	técnicos	de	raio	X;	técnicos	de	laboratórios;	biomédi-
cos.	No	entanto,	neste	estudo,	vamos	nos	deter	às	três	principais	equipes,	ressaltando	
que	todas	as	funções	desempenhadas	pelos	integrantes	estão	de	acordo	com	as	com-
petências	que	lhe	são	exigidas	e	embasadas	nos	respectivos	códigos	de	lei	do	exercício	
profissional,	conforme	Carvalho	e	Bianchi	(2016).
5.1 EQUIPE MÉDICA 
A	equipe	médica	é	formada	por	profissionais	médicos	cirurgiões,	seus	assisten-
tes	e	auxiliares	e	por	médicos	anestesiologistas.
O médico cirurgião	ou cirurgião titular	é	o	profissional	responsável	pelo	ato	
cirúrgico	e	pela	composição	da	equipe,	pela	técnica	cirúrgica	empregada	e	por	direcionar	
o	 procedimento	 e	 a	 equipe.	 Sua	 relação	 com	 os	 demais	 profissionais	 envolvidos	 no	
procedimento	deve	ser	baseada	no	respeito	mútuo	e	na	ética	profissional,	considerando	
a	 liberdade	 das	 profissões	 e	 o	 bem-estar	 do	 paciente.	 Segundo	 Carvalho	 e	 Bianchi	
(2016),	as	atribuições	do	cirurgião	são:
•	 participar	da	equipe	cirúrgica	com	outros	médicos	e	outros	profissionais	da	equipe,	a	
exemplo	de	instrumentadores	cirúrgicos	ou,	ainda,	acadêmicos	de	Medicina;
•	 estar	 ciente	 da	 qualificação	 do	 médico	 assistente	 para	 o	 caso	 de,	 porventura,	
necessitar	ser	substituído	no	ato	cirúrgico;
•	 assegurar-se	das	condições	de	segurança	do	ambiente	hospitalar	e	somente	realizar	
o	procedimento	se	tudo	estiver	adequado;
18
•	 colaborar	com	a	realização	do	checklist	cirúrgico	nas	seguintes	ocasiões:	antes	do	início	 
da	cirurgia/incisão	na	pele	e	ao	término	da	cirurgia,	antes	de	o	paciente	sair	da	SO;
•	 responsabilizar-se,	integralmente,	pelo	ato	operatório;
•	 assumir,	diretamente,	todas	as	consequências	decorrentes	do	ato	cirúrgico;
•	 planejar,	executar	e	comandar	a	cirurgia,	mantendo	a	ordem	no	campo	operatório;
•	 coordenar	a	intervenção	cirúrgica	e	proceder	as	técnicas	básicas	da	cirurgia:	realizar	
diérese	nas	estruturas,	fazer	a	hemostasia	e	a	síntese	dos	tecidos,	do	início	ao	fim	do	
procedimento;
•	 manter	a	organização,	a	disciplina	e	a	harmonia	durante	o	ato	operatório.
O cirurgião assistente	 é	 o	 profissional	 médico	 habilitado	 para	 realizar	 o	
procedimento	 cirúrgico.	 A	 sua	 principal	 função	 é	 auxiliar	 o	médico	 titular	 durante	 a	
cirurgia	e	substituí-lo	quando	necessário	(por	essa	razão,	precisa	ser	um	cirurgião	que	
conheça	as	técnicas	cirúrgicas).	Em	cirurgias	de	grande	porte,	pode	haver	mais	de	um	
cirurgião	 assistente.	 Segundo	 Carvalho	 e	 Bianchi	 (2016),	 as	 atribuições	 do	 cirurgião	
assistente	são:
•	 garantir	que	o	prontuário	do	paciente	esteja	completo,	com	todos	os	exames	realiza-
dos	pelo	antes	da	cirurgia,	sendo	encaminho	ao	centro	cirúrgico	junto	do	paciente;
•	 acompanhar	o	paciente	na	sua	entrada	na	SO,	verificar	a	necessidade	de	procedi-
mentos	no	pré-operatório	imediato	e	providenciá-los,	como	punção	venosa,	catete-
rismo	vesical	de	demora,	sondagem	nasogástrica	etc;
•	 auxiliar	 a	 equipe	 no	 posicionamento	 adequado	 do	 paciente,	 de	 acordo	 com	 o	
procedimento	cirúrgico	a	ser	realizado;
•	 auxiliar	 o	 instrumentador	 na	montagem	da	mesa	 e	na	 solicitação	de	materiais	 ao	
circulante	de	sala;
•	 cooperar	na	realização	do	checklist	cirúrgico	nos	momentos	necessários;
•	 fazer	a	antissepsia	da	pele	do	paciente	junto	do	cirurgião;
•	 exercer	as	atividades	delegadas	pelo	cirurgião	titular	durante	o	ato	cirúrgico;
•	 estar	preparado	para	substituir	o	cirurgião	titular	em	caso	de	necessidade;
•	 auxiliar	 o	 cirurgião	 titular	 abrindo	 o	 campo	 operatório,	 expondo	 as	 vísceras	 para	
facilitar	as	manobras	cirúrgicas;
•	 ajudar	 na	 transferência	 do	 paciente	 para	 SRPA,	 bem	 como	 acompanhá-lo	 na	
transferência.	
Diérese diz respeito a corte, divisão, secção dos tecidos. Hemostasia, por 
sua vez, é a contenção de sangramento e hemorragias. Já a exérese é 
a remoção cirúrgica de tecido ou órgão debilitado. Por fim, a 
síntese é o fechamento dos tecidos seccionas com suturas, 
segundo Possari (2011).
NOTA
19
De acordo com Possari (2011), a Antiguidade, o corpo humano não era totalmente co-
nhecido, e os médicos preferiam tratar seus pacientes clinicamente, pois temiam rea-
lizar procedimentos. Assim, os cirurgiões não se formavam nas universidades, tendo 
apenas ensinamentos práticos que, geralmente, eram repassados pelos 
familiares que já praticavam as cirurgias. Inclusive, eles acreditavam que 
os procedimentos cirúrgicos precisavam unicamente de habilidades ma-
nuais. Nessa época, os cirurgiões eram chamados de “cirurgiões barbei-
ros” e eram considerados parte de uma categoria inferior aos médicos 
formados da universidade, devido às características mecânicas do seu 
trabalho. Por volta de 1978, após uma convenção dos cirurgiões trei-
nados por aprendizagem prática, foi desfeita a associação dos cirur-
giões aos barbeiros. Com isso, os cirurgiões passaram a apresentar 
status de médicos e começaram a defender a cirurgia como um 
braço da Medicina.
INTERESSANTE
No	 Brasil,	 somente	 o	 profissional	médico anestesiologista	 pode	 realizar	 o	
procedimento	 anestésico.	 Em	 alguns	 países,	 como	 os	 Estados	 Unidos,	 essa	 prática	
pode	ser	realizada	por	uma	enfermeira	anestesista.	De	acordo	com	Rothrock	(2007),	o	
anestesista	é	o	responsável	por	controlar	as	funções	clínicas	do	paciente	durante	todo	
o	período	operatório,	ou	seja,	deve	avaliar	os	sinais	vitais,	bem	como	as	funções	sensoriais	
e	cerebrais	do	indivíduo.
A	 anestesia	 é	 caracteriza	 pela	 perda	 de	 sensibilidade	 dolorosa,	 que	 pode	 ser	
acompanhada	ou	não	pela	perda	de	consciência.	Tem	como	objetivos	“extirpar	a	sensibi-
lidade	dolorosa	durante	a	cirurgia,	promover	relaxamento	muscular	e	proporcionar	condi-
ções	ideais	para	a	atuação	da	equipe	cirúrgica”	(CARVALHO;	BIANCHI,	2016,	p.	189).
Segundo	Possari	(2011),	as	anestesias	são	divididas	em	duas	classes,	de	acordo	
com	a	inibição	dolorosa	que	elas	provocam:	anestesia	geral,	em	que	o	paciente	perde	a	
consciência	da	dor;	anestesia	regional,	com	a	perda	da	sensibilidade	de	algumas	partes	
do	corpo.
A anestesia já existe há muitos séculos, mesmo que para servir apenas 
como analgesia. Na Antiguidade, as primeiras substâncias utilizadas para 
realizar anestesia foram os chás mandrágoras misturados ao vinho. 
Além desses, o extrato de ópio também foi usado. Inúmeras outras 
substâncias foram testadas e conhecidas até chegar às drogas que 
temos hoje.
Se quiser conhecer mais sobre a história da anestesia, indicamos que 
leia o capítulo a seguir, disponível neste link: https://books.scielo.org/
id/8kf92/pdf/rezende-9788561673635-11.pdf. 
DICA
20
Seguindo	a	Resolução	CFM	n.	2.147/2016	(CONSELHO	FEDERAL	DE	MEDICINA,	
2016),	são	estabelecidas	como	atribuições	do	médico	anestesiologista:
•	 conhecer	as	condições	clínicas	do	paciente	antes	da	realização	de	qualquer	anestesia,	
salvo	nas	situações	de	urgência	e	emergência;
•	 decidir	sobre	a	realização	ou	não	do	ato	anestésico;
•	 realizar	a	consulta	pré-anestésica	para	procedimentos	eletivos,	 recomendando-se	
que	seja	feita	em	consultório	médico,	antes	do	internamento	na	unidade	hospitalar;
•	 proceder	à	avaliação	pré-anestésica	do	paciente	quando	a	consulta	pré-anestésica	
não	for	realizada	em	tempo	hábil,	antes	da	admissão	no	centro	cirúrgico;
•	 permanecer	dentro	da	sala	de	procedimento,	monitorando	e	assistindo	ao	paciente	
até	 o	fim	do	 ato	 anestésico,	 para	 conduzir	 as	 anestesias	 gerais	 ou	 regionais	 com	
segurança;
•	 prescrever,	obrigatoriamente	em	prontuários,	como	fonte	de	documentos,	todas	as	
informações	relativas	à	avaliação	e	prescriçãopré-anestésicas,	bem	como	evolução	
clínica	e	tratamentos	intra	e	pós-anestésico;
•	 averiguar,	antes	do	procedimento	cirúrgico,	as	condições	de	segurança	do	ambiente	
para	a	prática	da	anestesia.
De acordo com a mesma Resolução, é vedada a realização 
de anestesias simultâneas em pacientes distintos pelo 
mesmo profissional, ao mesmo tempo, ainda que seja no 
mesmo ambiente cirúrgico.
ATENÇÃO
Ainda	sobre	as	atribuições	dos	anestesistas,	Carvalho	e	Bianchi	(2016)	reforçam:
•	 antes	do	procedimento	anestésico,	é	 imprescindível	a	verificação	do	funcionamento	
adequado	de	todos	os	equipamentos	que	serão	utilizados	para	a	sua	realização;
•	 deve-se	monitorizar	os	sinais	vitais	do	paciente	em	ficha	própria	durante	a	anestesia;
•	 é	 preciso	 responder	 diretamente	 por	 todas	 as	 consequências	 decorrentes	 do	 ato	
anestésico;
•	 deve-se	colaborar	com	a	execução	do	checklist	cirúrgico	antes	da	indução	anestésica;
•	 é	preciso	se	responsabilizar	pelo	encaminhamento	dos	pacientes	para	a	SRPA	após	a	
cirurgia,	até	a	sua	alta	para	a	unidade	de	internamento.
Segundo	as	autoras,	o	papel	do	anestesista	no	centro	cirúrgico	engloba	 inú-
meros	procedimentos	que	devem	ser	realizados	exclusivamente	por	esse	profissional.	
É	extremamente	importante	que	o	médico	anestesista	permaneça	ao	lado	do	paciente	
durante	todo	o	procedimento	cirúrgico,	prestando	assistência	e	garantindo	a	segurança	
do	paciente.
21
O Protocolo de Cirurgia Segura é implementado a partir de uma lista de verificação de 
segurança cirúrgica, que chamamos de “checklist cirúrgico”. Ela é utilizada para identificar, 
comparar e verificar o cumprimento às etapas críticas de segurança e, assim, minimizar os 
riscos evitáveis mais comuns, os quais colocam em risco a vida e o bem-estar dos clientes 
cirúrgicos. Esse protocolo deve ser feito antes da indução anestésica, antes do início da 
cirurgia/incisão na pele e ao término da cirurgia, antes de o paciente sair da SO. 
Os dez objetivos essenciais para a cirurgia segura são:
1. certificar-se de que é o paciente e o sítio cirúrgico corretos;
2. proteger o paciente da dor, minimizando os riscos da anestesia;
3. ter capacidade para reconhecer dificuldades respiratórias e um plano de ação pronto;
4. preparar-se para identificar e agir em caso de grande perda sanguínea;
5. evitar induzir reações alérgicas ou à medicação que tragam riscos ao 
paciente;
6. usar métodos para minimizar o risco de infecções de sítio cirúrgico;
7. evitar a retenção de compressas ou instrumentos em feridas cirúrgicas;
8. identificar, de maneira precisa, todos os espécimes cirúrgicos;
9. comunicar e trocar informações críticas sobre o paciente;
10. estabelecer vigilância de rotina sobre a capacidade, o volume e os 
resultados cirúrgicos.
IMPORTANTE
6 EQUIPE DE ENFERMAGEM 
A	história	da	cirurgia	retrata,	há	muito	tempo,	a	participação	da	enfermagem	
nos	 procedimentos	 cirúrgicos.	 Esses	 profissionais	 sempre	 estiveram	 presentes,	
proporcionando	um	espaço	 limpo,	 adequado	 e	 seguro,	 propício	 para	 a	 realização	 da	
cirurgia.	No	entanto,	a	sua	atuação	se	resumia	a	esse	trabalho.	Atualmente,	no	entanto,	
com	as	evoluções	tecnológica	e	científicas	na	saúde,	graças	aos	cursos	de	enfermagem,	
esses	profissionais	estão	a	cada	vez	mais	desenvolvendo	competências	para	oferecer	
uma	assistência	no	perioperatório	de	forma	integral,	individualizada	e	segura,	conforme	
Carvalho	e	Bianchi	(2016).
Segundo	a	SOBECC	(2017),	a	enfermagem,	como	parte	da	equipe	multiprofissio-
nal	no	centro	cirúrgico,	desenvolve	uma	assistência	curativa	e	sistematizada,	atuando	
de	forma	coletiva	para	promover	uma	melhor	interação	entre	equipe,	paciente	e	família.	
Para	tanto,	é	de	suma	importância	que	os	cuidados	de	enfermagem	sejam	realizados	
por	profissionais	capacitados	para	realizar	procedimentos	específicos	e,	às	vezes,	até	de	
alta	complexidade.
A	equipe	de	enfermagem	se	subdivide	em	enfermeiros,	técnicos	de	enferma-
gem,	auxiliares	de	enfermagem	e	instrumentadores	cirúrgicos.
22
Segundo	a	SOBECC	(2017),	o	enfermeiro	é	o	profissional	habilitado	e	capaci-
tado	para	desenvolver	ações	de	gerenciamento	e	assistência	de	enfermagem	em	todas	
as	etapas	do	ato	anestésico-cirúrgico.	Em	algumas	instituições,	a	função	do	enfermeiro	
é	dividida	em:
•	 coordenação	de	enfermagem,	que	cuida	da	parte	administrativa;
•	 enfermeiro	assistencial,	que	presta	cuidados	diretos	ao	paciente	no	procedimento	
cirúrgico.
Em	outros	casos,	apenas	um	profissional	realiza	as	duas	funções.	Logo,	exige	
maior	organização	do	profissional	e	a	priorização	das	atividades	mais	urgentes.
Carvalho	e	Bianchi	(2016)	reiteram	que	o	enfermeiro,	de	forma	geral,	tem	suas	
atribuições	voltadas	para	a	coordenação,	o	ensino,	a	assistência	e	a	pesquisa,	mas,	para	
atuar	no	centro	cirúrgico,	deve	ter	experiência	e	especialização	na	área,	além	de	um	
bom	relacionamento	 interpessoal	e	estabilidade	emocional	para	desenvolver	a	assis-
tência	e	habilidades	em	gerência	de	enfermagem.
Segundo	a	SOBECC	(2017),	as	principais	atribuições	dos	enfermeiros assis-
tenciais	são:
•	 realizar	a	sistematização	da	assistência	de	enfermagem	perioperatória;
•	 supervisionar	as	ações	dos	profissionais	da	equipe	de	enfermagem;
•	 responsabilizar-se	pelo	provimento	de	recursos	humanos	necessários	para	o	atendi-
mento	na	SO,	bem	como	do	dimensionamento	das	atividades	dos	funcionários;
•	 planejar	antecipadamente	a	programação	cirúrgica	e	providenciar	os	materiais	ne-
cessários	para	a	realização	dos	procedimentos,	além	de	checar	peças	implantáveis,	
quando	necessário;
•	 direcionar	a	montagem	e	desmontagem	dos	materiais	e	equipamentos	na	SO,	bem	
como	dar	o	encaminhamento	a	materiais	para	os	locais	adequados;
•	 classificar	a	ordem	dos	procedimentos	de	acordo	com	o	grau	de	complexidade	clínica	
e	cirúrgica	dos	pacientes;
•	 gerenciar	a	manutenção	de	um	ambiente	livre	de	contaminação;
•	 realizar	as	visitas	pré	e	pós-operatórias,	sendo	que,	quando	não	for	possível,	deverá	
recepcionar	o	paciente	no	centro	cirúrgico;
•	 conferir	 o	 preenchimento	 dos	 impressos	 e	 exames	 no	 prontuário,	 bem	 como	 a	
pulseira	de	identificação	do	paciente;
•	 realizar	o	checklist	cirúrgico	em	três	momentos:	antes	da	indução	anestésica,	antes	
do	início	da	cirurgia/incisão	na	pele	e	ao	término	da	cirurgia,	antes	de	o	paciente	sair	
da	SO;
•	 auxiliar	o	anestesiologista	durante	o	início	do	ato	anestésico,	caso	a	instituição	não	
disponha	de	auxiliar	de	anestesia;
•	 executar	procedimentos	de	enfermagem,	como	cateterismo	vesical,	acesso	venoso	
periférico,	passagem	de	sonda	gástrica	e	curativos	ao	fim	ato	cirúrgico;
23
•	 verificar	o	posicionamento	correto	de	dispositivos	como	sondas,	drenos,	cateteres,	
placa	dispersiva	do	bisturi	elétrico,	dentre	outros;
•	 prestar	assistência	ao	paciente	e	à	equipe,	antes,	durante	e	após	o	ato	anestésico-
cirúrgico;
•	 checar	resultados	de	exames	laboratoriais	quando	realizados	no	período	transopera-
tório;
•	 conferir	e	orientar	ao	circulante	de	sala	o	acondicionamento	da	peça	cirúrgica	e	seu	
registro	adequado;
•	 participar	da	transferência	do	paciente	da	mesa	cirúrgica	para	a	maca	e	observar	
possíveis	eventos	adversos;
•	 registrar	 todas	 as	 intercorrências	 e	 a	 evolução	 de	 enfermagem	 no	 prontuário	 do	
paciente;
•	 auxiliar	no	encaminhamento	do	paciente	para	a	SRPA	ou	outra	unidade	específica,	
quando	houver	necessidade;
•	 cumprir	as	normas	e	rotinas	institucionais.
O enfermeiro coordenador,	por	sua	vez,	exerce	atividades	de	gerenciamento	
no	bloco	cirúrgico,	como	planejar,	organizar,	dirigir,	executar	e	avaliar	os	cuidados	de	
enfermagem	realizados	nesse	setor.	A	SOBECC	(2017)	classifica	a	assistência	prestada	
pelo	gerente	de	enfermagem	em	atividades	relacionadas	ao	funcionamento	da	unidade,	
atividades	técnico-administrativas,	atividades	assistenciais	e	atividades	administrati-
vas	de	pessoal.
Segundo	 a	 SOBECC	 (2017),	 as	 atribuições	 do	 enfermeiro	 coordenador	
relacionadas	ao	funcionamento	da	unidade	são:
•	 contribuir	coma	elaboração	de	normas,	rotinas	e	procedimentos	do	setor;
•	 verificar	 a	 necessidade	 de	 materiais,	 equipamentos	 e	 instrumental	 cirúrgico,	
solicitando	tais	insumos	para	o	setor;
•	 contribuir	com	a	Comissão	de	Controle	de	Infecção	Hospitalar	(CCIH)	e	orientar	para	
que	sejam	cumpridas	as	normas	por	toda	a	equipe;
•	 elaborar	escalas	mensais	e	diárias	de	atividades	dos	funcionários;
•	 resolver	situações	administrativas	e	assistenciais	com	respaldo	científico.
Já	com	relação	às	atividades	técnico-administrativas	e	de	pessoal,	segundo	a	
SOBECC	(2017),	as	atribuições	do	enfermeiro	coordenador	são:
•	 avaliar	o	desempenho	da	equipe;
•	 estabelecer	o	perfil	do	profissional	do	centro	cirúrgico;
•	 planejar	e	participar	de	treinamentos	de	novos	funcionários	e	dos	já	existentes;
•	 dispor	da	educação	permanente	em	saúde;
•	 prover	recursos	humanos	para	realizar	o	ato	anestésico-cirúrgico;
•	 promover	a	qualidade	da	assistência.
24
Ainda	sobre	as	atribuições	do	enfermeiro	coordenador,	com	relação	às	atividades	
assistenciais,	a	SOBECC	(2017)	cita	as	seguintes:
•	 conferir	o	agendamento	de	cirurgias;
•	 direcionar	a	montagem	da	SO;
•	 supervisionar	o	relacionamento	interpessoal	da	equipe	de	enfermagem;
•	 reconhecer	os	problemas	e	propor	soluções;
•	 notificar	 ocorrências	 e	 providenciar	 que	 todos	 os	 impressos	 sejam	 preenchidos	
corretamente.
Os técnicos ou	 auxiliares de enfermagem	 trabalham	 em	 parceria	 e	 sob	
supervisão	 do	 enfermeiro.	 As	 atividades	 desenvolvidas	 por	 esses	 profissionais	 são	
consideradas	de	maior	complexidade,	no	entanto,	no	centro	cirúrgico,	elas	podem	ser	
realizadas	tanto	pelo	técnico	como	pelo	auxiliar	de	enfermagem,	conforme	Carvalho	e	
Bianchi	(2016).
Dentre	 as	 principais	 atividades	 realizadas	 pelos	 técnicos	 de	 enfermagem	no	
centro	cirúrgico,	podemos	mencionar	a	de	circulante	de	sala.	De	acordo	com	as	autoras,	
as	atribuições	dos	técnicos	ou	auxiliares	em	enfermagem,	como	circulantes de sala,	
são	as	seguintes:
•	 informar-se	das	cirurgias	que	estarão	sob	sua	responsabilidade;
•	 implementar	o	plano	assistencial	descrito	pelo	enfermeiro;
•	 organizar	 materiais	 e	 equipamentos	 para	 serem	 utilizados	 no	 ato	 anestésico-
cirúrgico;
•	 receber	o	plantão	conforme	a	rotina	da	instituição	e	se	responsabilizar	pela	circulação	
da	SO	sob	sua	responsabilidade;
•	 verificar	a	temperatura	e	iluminação	da	SO;
•	 montar	a	SO	de	acordo	com	a	programação	cirúrgica;
•	 recepcionar	o	paciente	na	entrada	da	SO;
•	 realizar	o	encaminhamento	do	paciente	com	segurança	para	a	SO;
•	 ajudar	na	transferência	do	paciente	da	maca	para	a	mesa	cirúrgica,	atentando-se	para	
o	posicionamento	correto,	mantendo	a	privacidade	do	paciente	e	a	permeabilidade	
de	cateteres	e	sondas,	bem	como	a	colocação	da	placa	dispersiva	do	bisturi	elétrico;
•	 requisitar	a	manutenção	de	temperatura	ideal	em	SO,	considerando	as	necessidades	
individuais	do	paciente	e	da	equipe	cirúrgica;
•	 abrir	corretamente	os	materiais	estéreis,	utilizando	as	técnicas	assépticas;
•	 participar	da	realização	do	checklist	cirúrgico;
•	 auxiliar	o	anestesiologista	na	indução	e	reversão	do	procedimento	anestésico;
•	 solicitar	 a	 presença	 do	 enfermeiro	 assistencial	 responsável	 pela	 SO	 quando	 em	
situações	imprevistas	ou	emergenciais;
•	 não	se	ausentar	da	SO,	a	não	ser	que	seja	estritamente	necessário;
•	 quando	necessário,	verificar	pacotes	de	gazes	e	compressas;
•	 fazer	o	controle	de	materiais	utilizados	em	SO	para	posterior	reposição;
25
•	 identificar	e	encaminhar	devidamente	as	peças	cirúrgicas	e	os	materiais	para	análise	
no	decorrer	da	cirurgia;
•	 auxiliar	a	transferência	do	paciente	para	a	unidade	recomendada;
•	 registrar	todas	as	informações	no	prontuário	do	paciente;
•	 realizar	à	desmontagem	da	SO	ao	término	do	procedimento	cirúrgico;
•	 encaminhar	os	materiais	contaminados	à	CME;	
•	 solicitar	a	equipe	de	higiene	a	limpeza	da	SO;
•	 organizar	 o	 ambiente	 de	 trabalho,	 colaborando	 para	 manter	 boas	 condições	 de	
segurança	ambiental	para	o	paciente	e	para	a	equipe;
•	 estar	 atento	à	 realização	das	 limpezas	específicas	da	SO	 (preparatória,	 operatória,	
concorrente	e	terminal)	segundo	rotina	institucional	e	normas	da	CCIH;
•	 participar	 de	 treinamentos	 e	 programas	 de	 aperfeiçoamento	 oferecidos	 pela	
instituição.
Segundo	a	SOBECC	(2017),	é	recomendado	que	a	assistência	de	enfermagem	
no	perioperatório	 seja	 realizada	pelo	 enfermeiro	 assistencial.	 Porém,	 quando	não	 for	
possível,	o	técnico	de	enfermagem	possui	habilitação	técnico-cientifica	para	desenvol-
ver	essa	assistência.
Dentre os tipos de limpeza do centro cirúrgico, de acordo com Carvalho e Bianchi (2016), 
temos:
• preparatória: é a limpeza realizada antes do primeiro procedimento do dia, devendo 
ser precedida da retirada do pó das superfícies horizontais da SO, com o auxílio de 
tecido limpo embebido por um produto desinfetante indicado pela CCIH da instituição;
• operatória: deve ser realizada imediatamente à ocorrência da sujidade, como no 
derramamento de substâncias acidentalmente no chão da sala. Para essa limpeza, 
deverá ser utilizado um pano de tecido ou não tecido descartável, limpo e umedecido;
• concorrente: deve ser realizada após cada procedimento cirúrgico para remover toda 
a sujidade visível da SO, bem como organizar a sala. Essa limpeza envolve o descarte do 
material descartável, a retirada de materiais contaminados, além de piso e mobiliário 
utilizados na cirurgia, se tiver sujidade visível;
• terminal: é a limpeza realizada ao fim de todos os procedimentos 
eletivos, diariamente. Deve ser completa e incluir pisos, paredes, 
equipamentos, móveis, leitos, macas, colchões, janelas, portas, pei-
toris, varandas, grades do ar-condicionado, luminárias, teto, dentre 
outros equipamentos ou materiais utilizados. 
INTERESSANTE
26
Neste tópico, você aprendeu:
•	 O	centro	cirúrgico	é	o	ambiente	destinado	para	realizar	procedimentos	anestésico-
cirúrgicos.	Deve	estar	localizado	dentro	da	estrutura	hospitalar,	próximo	às	unidades	
de	emergências	e	de	terapia	 intensiva.	De	modo	geral,	seu	ambiente	 interno	deve	
conter	salas	de	operação,	sala	de	recuperação	pós-anestésica	e	centro	de	material	e	
esterilização.
•	 As	áreas	do	CC	podem	ser	classificadas	de	acordo	com	o	grau	de	assepsia,	podendo	
ser	restrita,	semirrestrita	e	não	restrita.	As	cirurgias	podem	ser	classificadas	quanto	
ao	momento	operatório,	finalidade,	risco	cardiológico,	potencial	de	contaminação	e	
porte	cirúrgico.	A	nomenclatura	cirúrgica	é	definida	pelo	órgão	que	vai	ser	operado,	
juntando	com	procedimento	a	ser	realizado	(raiz	+	sufixo).	É	extremamente	importan-
te	que	os	profissionais	saibam	os	nomes	dos	procedimentos	cirúrgicos.
•	 Vários	profissionais	prestam	assistência	no	centro	cirúrgico:	médicos,	enfermeiros,	
técnicos	de	enfermagem,	além	de	outros	profissionais,	 como	profissionais	da	 lim-
peza,	técnicos	de	raio-x,	técnicos	de	 laboratórios	e	biomédicos.	A	equipe	cirúrgica	
propriamente	dita	é	composta	basicamente	por	cirurgião,	auxiliar	do	cirurgião,	anes-
tesista,	instrumentador	cirúrgico	e	circulante	de	sala.
•	 Na	equipe	cirúrgica,	 o	cirurgião	titular	 é	o	principal	 responsável	pelo	procedimen-
to	realizado.	O	enfermeiro	pode	atuar	como	gerente	de	unidade	ou	enfermeiro	as-
sistencial.	De	modo	geral,	os	técnicos	de	enfermagem	desenvolvem	as	funções	de	
circulante	ou,	 ainda,	de	 instrumentador	cirúrgico,	 e	o	médico	anestesiologista	é	o	
responsável	direto	pelo	procedimento	anestésico.
RESUMO DO TÓPICO 1
27
AUTOATIVIDADE
1	 A	 assistência	 ao	 paciente	 no	 perioperatório	 deve	 ser	 realizada	 por	 uma	 equipe	
capacitada	e	 comprometida	 com	bem-estar	 e	 a	 segurança	do	paciente.	A	 equipe	
de	enfermagem	desenvolve	suas	atividades	na	equipe	cirúrgica	de	várias	maneiras,	
podendo,	ainda,	desempenhar	as	funções	de	circulante	de	sala	e	de	instrumentação	
cirúrgica.
SOBECC.	Diretrizes de práticas em enfermagem 
cirúrgica e processamento de produtos para a saúde.	7.ed.	São	Paulo:	SOBECC,	2017.
Sobre	as	atribuições	do	circulante	de	sala,	classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	
e	F	para	as	falsas:
(			)	Verificar	a	temperatura	e	iluminação	da	SO.
(			)	Realizar	a	programação	diária	de	cirurgias.
(			)	Responsabilizar-se	diretamente	pelo	procedimento	anestésico.
(			)	Checar	o	funcionamento	do	sistema	de	gases,	equipamentos	e	materiais	a	serem	
utilizados	nos	procedimentos	anestésico-cirúrgicos	sob	sua	responsabilidade.
(			)	Seguir	o	agendamento	cirúrgico	e	a	programação	feita	pelo	enfermeiro.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	 (			)	 V	–	F	–	V	–	V	–	V.
b)	 (			)	 V	–	F	–	F	–	V	–	V.
c)	 (			)	 F	–	V	–	V	–	V	–	F.
d)	 (			)	 F	–	F	–	V	–	F	–	F.
2	 A	 equipe	 cirúrgica	 geralmente	 está	 dividida	 em	 três	 grupos:	 equipe	 de	 médicos	
cirurgiões,	equipe	de	médicos	anestesiologistas	e	equipe	de	enfermagem.	A	equipe	
precisa	desenvolver	suas	atividades	no	sentido	de	promover	a	segurança	do	paciente	
e	o	êxito	no	procedimento	cirúrgico.	Sobre	a	equipe	médica,	analise	as	sentenças	a	
seguir:
I-	 O	médico	cirurgião	ou	cirurgião	titular	é	o	profissional	responsável	pelo	ato	cirúrgico	
e	pela	composição	da	equipe,	pela	técnica	cirúrgica	empregada	e	por	direcionar	o	
procedimento	e	a	equipe.
II-	 O	cirurgião	titular	não	precisa,	nem	deve	colaborar	com	a	 realização	do	checklist 
cirúrgico.
III-	 O	anestesista	é	o	responsável	por	controlar	as	funções	clínicas	do	paciente	durante	
todo	o	período	operatório.
IV-	 O	anestesista	pode	realizar	vários	procedimentos	anestésicos	simultaneamente.
28
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 As	sentenças	I	e	II	estão	corretas.
b)	 (			)	 As	sentenças	II	e	IV	estão	corretas.
c)	 (			)	 As	sentenças	I	e	III	estão	corretas.
d)	 (			)	 Somente	a	sentença	III	está	correta.
3	 As	 posições	 cirúrgicas	 são	 as	 diversas	 maneiras	 das	 quais	 o	 paciente	 pode	 ser	
colocado	para	realizar	a	intervenção	cirúrgica.	Esse	posicionamento	deve	favorecer	
a	 execução	 do	 procedimento.	 No	 entanto,	 é	 de	 suma	 importância	 estar	 atento	
ao	 conforto	 do	 paciente,	 para	 não	 provocar	 lesões	 musculares	 ou	 ortopédicas.	
Considerando	as	posições	cirúrgicas,	analise	as	sentenças	a	seguir:
I-	 A	posição	de	decúbito	ventral	é	utilizada	nas	cirurgias	de	coluna	vertebral.
II-	 A	 posição	 de	 Fowler	 favorece	 a	 oxigenação	 do	 paciente,	 podendo	 ser	 utilizada	
quando	o	paciente	apresentar	dispneia	durante	o	procedimento	cirúrgico.	
III-	 Na	posição	de	trendelenburg,	a	parte	superior	do	tronco	fica	inclinada	para	baixo.	
Essa	posição	é	recomendada	para	cirurgias	abdominais,	pois	facilita	a	visualização	
dos	órgãos	pélvicos.
IV-	 A	posição	de	SIMS	é	a	recomendada	para	as	cirurgias	renais.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 Somente	a	sentença	I	está	correta.
b)	 (			)	 Somente	a	sentença	IV	está	correta.
c)	 (			)	 Somente	a	sentença	III	está	correta.
d)	 (			)	 As	sentenças	I,	II,	III	e	IV	estão	corretas.
4	 O	centro	cirúrgico	é	um	ambiente	da	estrutura	hospitalar	regido	por	normas	assépticas	
rigorosas.	 Portanto,	 os	 profissionais	 que	 atuam	 nessa	 unidade	 precisam	 respeitar	
as	 normas	 estabelecidas,	 para	 não	 ocasionar	 quebra	 da	 assepsia	 cirúrgica.	 Uma	
das	normas	ressalta	que	a	circulação	de	pessoas	e	equipamentos	deve	ser	restrita.	
Considerando	tais	informações,	descreva	as	áreas	assépticas	do	bloco	cirúrgico.
5	 O	centro	cirúrgico	é	o	local	apropriado	para	a	realização	de	intervenções	cirúrgicas,	
na	atualidade	os	procedimentos	cirúrgicos	estão	cada	vez	mais	sendo	utilizado	para	
diagnóstico	e	tratamento	de	doenças.	A	unidade	cirúrgica	deve	estar	interligada	com	
outras	 unidades	 hospitalares,	 como	 emergência	 e	 unidades	 de	 terapia	 intensiva,	
para	facilitar	o	transporte	dos	pacientes.	A	estrutura	 interna	do	CC	apresenta	três	
setores,	 que	 são	 essenciais	 a	 assistência	 perioperatória,	 descreva-os	 enfatizando	
suas	características.
29
COMUNICAÇÃO ENTRE A EQUIPE
UNIDADE 1 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO 
Neste	tópico,	abordaremos	a	importância	da	comunicação	entre	os	componen-
tes	de	uma	equipe,	iniciando	com	os	conceitos	de	comunicação,	para	entendermos	me-
lhor	como	se	dá	esse	processo	em	todos	os	ambientes	e,	principalmente,	no	trabalho.	
É	importante	reconhecermos	que,	na	área	da	saúde,	precisamos	interagir	com	
várias	pessoas,	como	colegas	de	profissão,	pacientes,	familiares	e	demais	sujeitos	que	
circundam	nosso	mundo	de	trabalho.	Frente	a	isso,	precisamos	desenvolver	interações	
que	nos	permitam	trocas	construtivas	e	transformadoras,	melhorando	cada	vez	mais	a	
maneira	como	nos	socializamos.
É	por	meio	da	comunicação	que	as	pessoas	influenciam	umas	as	outras.	Sem	
ela,	as	inovações	não	seriam	possíveis,	assim	como	também	não	haveria	socialização.	
Portanto,	 a	 comunicação	 é	 a	 essência	 humana,	 uma	 vez	 que	 é	 por	 meio	 dela	 que	
conseguimos	construir	conhecimentos	e	desenvolver	o	processo	criativo.	
De	acordo	com	Dolzan	(2021),	nas	organizações,	uma	comunicação	assertiva	
é	vital	e	 indispensável	para	o	processo	de	trabalho,	abrindo	espaço	para	socialização	
inteligentes	 e	 inovadoras.	 Além	 disso,	 precisamos	 estabelecer	 conexões,	 relações	
cordiais	e	respeitosas	em	todos	os	ambientes	em	que	convivemos,	visto	que	uma	boa	
comunicação	nos	possibilita	oportunidades	de	desenvolvimento	humano	e	constante	
aprendizado.	 Mas	 o	 que	 seria	 uma	 comunicação	 efetiva?	 E	 quanto	 à	 comunicação	
assertiva?	
Alguns	podem	pensar	que,	por	saber	falar,	ter	voz	ou	saber	Língua	Brasileira	de	
Sinais	(Libras),	certamente,	sabe-se	comunicar.	Não	estaria	errado,	mas	pode	ser	que	
essa	 comunicação	não	 seja	 suficiente	para	 se	 fazer	 entender	 de	 forma	eficiente	 ou,	
ainda,	ser	eficaz	na	resolução	de	um	conflito.	Logo,	a	partir	de	agora,	vamos	compreender	
o	 processo	 de	 comunicação	 entre	 as	 pessoas	 no	 trabalho	 e,	 principalmente,	 como	
melhorar	a	forma	de	nos	comunicarmos.
30
2 CONCEITOS DE COMUNICAÇÃO
A	 comunicação	 é	 conceituada,	 segundo	 Dolzan	 (2021),	 como	 um	 ato	 de	
transmitir	 e	 receber	uma	mensagem.	Pode	ser,	 ainda,	um	aviso	ou	uma	 informação.	
A	comunicação	também	pode	ser	considerada	uma	necessidade	humana	básica,	pois	
nós,	seres	humanos,	precisamos	nos	comunicar	para	vivermos	em	sociedade.	Nesse	
sentido,	a	comunicação	é	primordial	para	as	relações	humanas,	podendo	ser	realizada	
de	diversas	maneiras.	No	entanto,	ela	só	é	considerada	efetiva	quando	a	mensagem	é	
recebida	e	entendida	plenamente.
De	acordo	com	Weiss	et al.	(2018),	a	comunicação	e	a	linguagem	se	entrelaçam,	
considerando	que	essa	última	é	um	conjunto	de	sistema	de	sinais	estabelecidos	que	nos	
possibilita	realizar	ações	de	comunicação.	Os	autores,	ainda,	completam	que	existem	
várias	linguagens	e	comunicações,	como	a	Libras,	a	nossa	fala,	os	sinais	de	trânsito	–	
em	resumo,	as	linguagens	verbais	e	as	linguagens	não	verbais.
A linguagem verbal	é	aquela	em	que	utilizamos	palavras	para	nos	comunicar-
mos,	podendo	ser	de	forma	oral	ou	escrita:
caracterizada	pelo	uso	de	palavras,	é	composta	por	dois	tipos:	
-	 comunicação	oral,	realizada	por	meio	de	sinais	orais	e	fala	–	caso	
de	palavras,	choro,	risada,	grito,	dentre	outros;
-	 comunicação	escrita,	que	é	realizada	por	códigos	escritos	–	letras,	
símbolos	gráficos,	logotipos	fazem	parte	deste	tipo	de	comunicação	
(DOLZAN,	2021,	p.	41).
Já	a	linguagem não verbal	é	aquela	que	não	utiliza	palavras	para	se	comuni-
car.	Ela	ocorre	por	meio	de	gestos,	sons,	cores,	imagens,	dentre	outras	possibilidades.	
Esse	tipo	de	linguagem	também	serve	para	incrementar	o	que	falamos.	
Como	exemplos	da	linguagem	não	verbal,	temos	os	sinais	de	trânsito,	em	que	
a	mensagem	é	repassada	pelas	cores;	e	a	Libras,	que	se	efetiva	por	gestos,	conforme	
Weiss	et al.	(2018).
Para Menezes e Feitosa (2015), a Libras é uma língua natural 
utilizada pela maioria dos surdos do Brasil para se comunicar. 
É uma língua pronunciada pelo corpo e percebida pela visão. 
Logo, para aprender Libras, é necessário atenção visual,

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