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VITOR PIVOTTO MT103 REGULAÇÃO HORMONAL 01 – EXPLIQUE A MORFOLOGIA DA TIREOIDE ANATOMIA A glândula tireoide situa-se profundamente aos músculos esternotireóideo e esterno-hióideo, na parte anterior do pescoço. Formada principalmente pelos lobos direito e esquerdo, anterolaterais em relação à laringe e traqueia. Istmo fino une os lobos sobre a traqueia. É circundada por cápsula fibrosa fina, que envia septos profundos para o interior da glândula. Tecido conjuntivo denso fixa a cápsula à cartilagem cricóidea e aos anéis traqueais superiores É suprida pelas artérias tireóideas superior e inferior. Em geral, os primeiros ramos das artérias carótidas externas, as Aa. tireóideas superiores, descem até os polos superiores da glândula e dividem-se em ramo posterior e anterior. As artérias tireóideas inferiores, os maiores ramos dos troncos tireocervicais que se originam das artérias subclávias, seguem em sentido superomedial até a face posterior da tireoide. Se dividem em ramos e suprem face posteroinferior. Algumas pessoas (10%) possuem artéria tireóidea ima originada no tronco braquiocefálico. Três pares de veias formam o plexo venoso tireóideo na face anterior da glândula. As veias tireóideas superiores acompanham as Aa. tireóideas superiores e drenam os polos superiores. As Vv. tireóideas médias não acompanham, mas seguem trajeto paralelo às Aa. tireóideas inferiores, drenam região intermediária. Vv. tireóideas inferiores são independentes e drenam polos inferiores. Vv. tireóideas superior e média drenam para as Vv. jugulares internas e as Vv. tireóideas inferiores drenam para as Vv. braquiocefálicas. Os nervos são derivados dos gânglios (simpáticos) cervicais superiores, médios e inferiores. Chegam à tireoide através dos plexos cardíaco e periarteriais tireóideos superior e inferior que acompanham as Aa. tireóideas. São vasomotores, causam constrição dos vasos sanguíneos. Secreção endócrina controlada por hormônios pela hipófise. HISTOLOGIA Composta por milhares de folículos tireoidianos. A parede desses folículos é um epitélio simples cujas células são também denominadas tireócitos. Cavidade dos folículos contem substancia gelatinosa chamada coloide. Células endoteliais dos capilares sanguíneos são fenestradas, comum em outras glândulas endócrinas. Essa configuração facilita o transporte de substâncias entre células endócrinas e o sangue. O aspecto dos folículos tireoidianos é variado. Alguns são grandes cheio de coloides e revestido por epitélio cúbico ou pavimentoso e outros são menores, com epitélio colunar. Quando a altura média do epitélio de um número grande de folículos é baixa, a glândula é considerada hipoativa. Em contrapartida, aumento na altura do epitélio folicular acompanhado por diminuição da quantidade de coloide e do diâmetro dos folículos configura hiperatividade. Outro tipo de célula encontrada é a parafolicular ou C. Pode fazer parte do epitélio folicular ou formar agrupamentos isolados entre os folículos. Parafoliculares produzem hormônio calcitonina, cujo efeito é inibir reabsorção de tecido ósseo. FISIOLOGIA Síntese e armazenamento de hormônios: Tireoide é a única glândula que acumula grandes quantidades de seu conteúdo. Esse armazenamento é feito no coloide. Esse coloide é constituído principalmente por uma glicoproteína de alto peso molecular, a tireoglobulina, que contém os hormônios T3 e T4. A síntese de tireoglobulina é similar ao que ocorre em outras células exportadoras de proteínas. A síntese de proteína ocorre no RER, carboidrato é adicionado à proteína no interior das cisternas no retículo e no complexo de Golgi. O produto final, a tireoglobulina, deixa o complexo de Golgi no interior de vesículas, que vão para a porção apical da célula e liberam a glicoproteína no lúmen do folículo. Captação de iodeto circulante é realizada por uma proteína na membrana basolateral das células foliculares chamada cotransportador sódio/iodo. Leva para o interior da célula um íon iodeto e para fora um íon sódio. Assim, tireóide tem concentração de iodo 20 a 50 vezes maior que o sangue. Iodeto intracelular é oxidado por H2O2 por peroxidase. Em seguida o iodo é transportado para a cavidade do folículo. No coloide, ocorre iodação das moléculas de tirosina da tireoglobulina. Assim, T3 e T4 são produzidos, fazendo parte da tireoglobulina. Liberação de T3 e T4 e suas funções: Células foliculares captam coloide por endocitose. Ele é então digerido por enzimas lisossômicas e as ligações entre porções iodinadas e o restante da tireoglobulina são quebradas por proteases. Assim, T3, T4, di-iodotirosina (DIT) e monoiodotirosina (MIT) são liberadas no citoplasma. T3 e T4 cruzam a membrana basolateral e se difundem até capilares sanguíneos. T4 (tiroxina) é mais abundante (90% do hormônio circulante da tireoide), porém T3 é mais potente em 3 a 4 vezes. MIT e DIT não são secretadas, seu iodo é removido enzimaticamente no citoplasma e os produtos dessa reação (iodo e tirosina) são usados de novo pelos folículos. Regulação da produção hormonal: Os principais reguladores são o nível de iodo no organismo e o hormônio tireotrópico (TSH ou tireotropina) secretado pela pars distalis da hipófise. Membrana celular da porção basal das células foliculares é rica em receptores para TSH. De modo geral, TSH estimula captação do iodeto circulante, produção e liberação de hormônios da tireoide, enquanto o iodo plasmático tem ação inibitória. Hormônios tireoidianos circulantes inibem a síntese de TSH, estabelecendo um equilíbrio que mantém o organismo com quantidades adequadas de T3 e T4. Secreção de TSH aumenta no frio e diminui no calor em resposta a estresse. Transporte hormonal: T3 e T4 são lipofílicos, assim, precisam de auxílio para transporte. Portanto, ligam-se a proteínas no plasma, como a globulina ligadora de tiroxina (TBG), mas também a outras como albumina e pré-albumina ligadora de tiroxina. Nos tecidos alvos, os transportadores de captação para esses hormônios variam. Doenças da tireoide: A ação trófica do TSH causa crescimento das células foliculares. Em situações patológicas, isso gera uma condição conhecida como bócio. Hipertireoidismo: Glândula tireoide secreta hormônios em excesso e pode causar as seguintes alterações: - Aumento do consumo de oxigênio e da produção metabólica de calor. Pelo calor interno gerado, pacientes têm pele quente e suada e intolerância ao calor; - Aumento do catabolismo de proteínas, causando fraqueza muscular, perda de peso; - No sistema nervoso, pode gerar reflexos hiperexcitáveis e transtornos psicológicos como irritabilidade e insônia até psicose; - Aceleração dos batimentos cardíacos e aumento da força de contração pela regulação pela influência nos receptores beta adrenérgicos. Causa mais comum é a doença de Graves, onde o corpo produz anticorpos chamados imunoglobulinas estimuladoras da tireoide (TSI), que mimetizam a ação do TSH. Outra causa são os tumores, tanto na tireoide quando na hipófise. Hipotireoidismo: Secreção hormonal diminuída, afeta: - Diminui taxa metabólica e consumo de oxigênio. Paciente torna-se intolerante ao frio por produzirem menos calor interno; - Diminuição da síntese proteica. Isso causa unhas quebradiças, queda de cabelos, pele fina e seca. Acúmulo de mucopolissacarídeos sob a pele, essas moléculas atraem água e geram aparência inchada, o mixedema. Crianças com hipotireoidismo tem atraso do crescimento dos ossos e tecidos; - Alterações no sistema nervoso incluem reflexos lentos, lentidão da fala e pensamento e fadiga. Na infância causa cretinismo (capacidade mental reduzida); - Bradicardia. Baixa produção de T3 e T4 não gera feedback negativo e a produção de TSH segue sem diminuir, causando o bócio. 2 – EXPLIQUE A ATUAÇÃO DOS HORMÔNIOSTIREOIDIANOS E CORTICOESTEROIDES NO METABOLISMO DE CARBOIDRATOS, LIPÍDEOS E PROTEÍNAS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS Os hormônios tireoidianos aumentam a utilização de carboidratos, gorduras e proteínas para energia. Caso ingestão alimentar seja insuficiente, ocorre depleção de gorduras e proteínas corporais levando à perda de peso. Embora promovam lipólise de triglicerídeos e aumentem concentrações plasmáticas de ácidos graxos livres, eles também reduzem os níveis circulantes de colesterol. Tal ação se deve à formação de receptores hepáticos para LDL, resultando em remoção de colesterol da circulação sistêmica. Como hormônios tireoidianos aumentam taxa de reações metabólicas, também aumentam necessidade de vitaminas. CORTICOESTEROIDES O cortisol exerce os seguintes efeitos sobre o metabolismo: - Reduz estoque proteico em tecidos extra- hepáticos. No músculo e em outros tecidos extra- hepáticos, o cortisol diminui captação de aminoácidos e inibe síntese proteica; ao mesmo tempo eleva a degradação de proteínas. Por isso, aminoácidos tendem a se elevar no sangue e são captados pelo fígado, onde serão convertidos em glicose e proteínas; - Tende a elevar glicemia. Primeiramente, isso ocorre por aumentar a produção hepática de glicose por meio da gliconeogênese. Ainda, causa inibição da utilização da glicose em tecidos periféricos; o cortisol possui efeito anti-insulina nesses tecidos, como musculoesquelético e adiposo, e inibe captação e uso da glicose como energia. Tem efeito diabetogênico por aumentar concentração de glicose no sangue; - Mesmo que fracamente lipolítico, níveis normais de cortisol exercem efeito permissivo na mobilização de ácidos graxos no jejum. Nesse período, cortisol permite que outros hormônios lipolíticos, como epinefrina e hormônio do crescimento, mobilizem ácidos graxos a partir dos estoques lipídicos. 3 – EXPLIQUE O EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENAL NO METABOLISMO ENERGÉTICO A via de controle da secreção de cortisol é conhecida como eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA). O eixo HPA inicia com o hormônio liberador de corticotrofinas (CRH), secretado no sistema porta hipotalâmico-hipofisário e transportado até a adeno- hipófise. O CRH estimula a secreção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) da adeno-hipófise. O ACTH por sua vez atua no córtex da suprarrenal para promover a síntese e liberação de cortisol. O cortisol, então, atua como um sinal de retroalimentação negativa, inibindo secreção de ACTH e CRH. Secreção de cortisol é contínua e possui forte ritmo diurno, o pico ocorre pela manhã e durante a noite. Também aumenta com o estresse. É sintetizado de acordo com a demanda, ele difunde-se das células suprarrenais para o plasma, onde é transportado pela proteína globulina ligadora de corticosteroides (CBG). O hormônio não ligado é livre para se difundir para células-alvo. HIPERCORTISOLISMO: Excesso de cortisol no corpo. Ocorre devido a hormônios secretados por tumores ou pela administração exógena do hormônio. Também conhecido como síndrome de Cushing. Excesso de gliconeogênese causa hiperglicemia, lipólise e proteólise causa perda de tecido, ocorre depósito de gordura extra no tronco e na face. Braços e pernas finos, obesidade no tronco e face de lua cheia. Efeitos no SNC incluem euforia social, depressão, comprometimento da aprendizagem e da memória. HIPOCORTISOLISMO: A insuficiência suprarrenal, conhecida como síndrome de Addison, é a hipossecreção de todos os hormônios esteroides suprarrenais. 4 - EXPLIQUE A ATUAÇÃO DOS ANABOLIZANTES ESTEROIDES Os esteroides anabolizantes são derivados sintéticos da testosterona, usados como fármacos para algumas patologias, mas passou a ser consumido por atletas para aumento de massa muscular. Possui dois efeitos: anabólico e androgênico (desenvolvimento de características masculinas). Os androgênios são hormônios anabólicos que promovem a síntese proteica, o que dá a eles o nome de esteroides anabolizantes. O seu uso ilícito por atletas ocorre amplamente, apesar dos possíveis efeitos colaterais, como tumores no fígado, infertilidade e agressividade. Pode ainda levar a insuficiência cardíaca, desequilíbrio hormonal. Os sintomas associados à interrupção da sua ingestão incluem mudanças comportamentais como depressão, psicose e agressividade. Esses transtornos sugerem que a função encefálica pode ser modulada pelos esteroides sexuais. REFERÊNCIAS BIBLIOFRÁGICAS • Fisiologia – Silverthorn; • Fisiologia – Guyton e Hall; • Anatomia – Moore; • Histologia – Junqueira & Carneiro. *1. OBJETIVO 1* *1.1. ANATOMIA* → Anatomia, vascularização e inervação *1.2. HISTOLOGIA* → Folículos, coloide e parafoliculares *1.3. FISIOLOGIA* → Síntese e armazenamento; → Liberação e funções de T3 e T4; → Regulação da produção hormonal (TSH e nível de iodo); → Transporte hormonal; → Disfunções (hipertireoidismo e hipotireoidismo). *2. OBJETIVO 2 – HORMÔNIOS NO METABOLISMO ENERGÉTICO* → Tireoidianos vai ter sido bem falado na fisiologia, mas podem acrescentar algo; → Corticoesteroides. *3. OBJETIVO 3 – EIXO HPA* → Caminho até síntese de cortisol, transporte do cortisol (CBG); → Disfunções (hipercortisolismo e hipocortisolismo). *4. ANABOLIZANTES ESTEROIDES* → Sintam-se livres para falarem o que quiserem, é isso
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