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Gabarito Psicanálise 02

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Unidade Conceito do eu e da personalidade
· Desafio
	A psicanálise surgiu no final do século XIX e início do século XX, quando Sigmund Freud (1856–1939) iniciou uma transformação do olhar médico, que passou a considerar as teorias concebidas pelos próprios pacientes. É uma ciência da clínica, ou seja, se refere a um método de tratamento que extrai suas conclusões a partir daquilo que o psicanalista extrai de uma terapêutica.
Veja abaixo um relato e uma reflexão que Freud fez, em 1914, sobre os pacientes esquizofrênicos:
Freud então se pergunta: “O que acontece à libido que foi afastada dos objetos externos na esquizofrenia?”
Com base no que foi estudado sobre a constituição do eu, qual hipótese você poderia assinalar ou a que mecanismo Freud está se referindo?​​​​​​​
Padrão de resposta esperado
Freud chega à conclusão de que “a megalomania (mania de grandeza), com as suas características de uma superestima do poder; uma crença na força mitológica das palavras e uma técnica para lidar com o mundo externo – mágica – aponta o rumo: a megalomania surge à custa da libido objetal. A libido afastada do mundo externo é dirigida para o ego e assim indica uma atitude que é o narcisismo. A crença na magia das palavras e na onipotência do pensamento remete ao narcisismo primário”. (FREUD, v. XIV, p. 91)
Esse narcisismo primário é contemporâneo da constituição do eu. A primeira predileção amorosa das crianças ocorre entre as pessoas que as cuidam, que se preocupam com a sua alimentação, promovendo a escolha narcisista, em que a criança busca a si mesma como objeto de amor, numa etapa prematura à plena capacidade de se voltar para objetos externos. Ou seja, é pela via narcísica que nasce o “eu ideal”. É um narcisismo caracterizado por sua crença na magia das palavras e na onipotência do pensamento e pela autossuficiência. (STENNER, 2004)
· Exercícios
1. Freud demonstra como formulou seus conceitos por meio da experiência e das observações de seus pacientes – observação dos fenômenos psíquicos expressos cotidianamente. Para explicar a estrutura da personalidade, o autor faz a seguinte analogia: “[...] é como um cavaleiro que tem de manter controlada a força superior do cavalo, com a diferença de que o cavaleiro tenta fazê-lo com sua própria força [...] e, com frequência, um cavaleiro, se não deseja ver-se separado do cavalo, é obrigado a conduzi-lo aonde este quer ir”. (FREUD, 1996, v. XIX, p. 39)
Com base no conteúdo estudado, a que instância Freud está se referindo?
C. Ego.
2. Analise o seguinte exemplo: “Uma pessoa, ao acordar, descobre que sabe a solução de um difícil problema matemático (ou de outro tipo qualquer contra o qual, imagine, esteve lutando em vão no dia anterior)” – o que ocorreu durante seu estado de sono. Esse exercício intelectual sutil e difícil, dada a demanda reflexiva que exige, foi executado em qual instância? Assinale a alternativa correta:
B. Pré-consciente.
3. Freud, ao analisar os sintomas marcantes das doenças paranoides, pontuou que os delírios relativos ao fato de alguém se sentir “notado”, “percebido” ou, mais precisamente, de se sentir “vigiado” são sintomas marcantes dessas doenças. Verificou que os pacientes paranoides se queixam de seus pensamentos relativos ao fato de serem (re)conhecidos e suas ações, vigiadas e supervisionadas. Na esteira dessa observação, os pacientes relatam que, sobre a existência dessa “vigília”, são informados por vozes que caracteristicamente lhes falam na terceira pessoa: “agora ela está pensando nisso de novo”, “agora ele está saindo”. Expõe, então, que “essa queixa é justificada; ela descreve uma verdade. Um poder dessa espécie, que vigia, que descobre e que critica todas as nossas intenções, existe realmente. Na realidade, existe em cada um de nós em nossa vida normal”. (FREUD, 1996, v. XIV, p. 112-113)
Com base nisso, escolha a instância da nossa personalidade descrita acima​​​​​​​.
C. Superego.
4. No processo de análise, é possível nos depararmos com a seguinte situação: apresentar certas observações e/ou interpretações ao paciente, que pode ter dificuldades para entendê-la, suas associações fracassam quando deveriam estar próximas do reprimido. Essa situação nos permite identificar uma resistência, mas o paciente não consegue compreendê-la, mesmo percebendo que há algo aí – em função dos seus sentimentos desprazerosos, pode sentir que a resistência existe, mas não consegue saber o que é nem como descrevê-la. (FREUD, 1996 v. XIX, p. 30)
Essa situação levou Freud a conduzir qual importante descoberta? Marque a resposta correta.
B. Ego.
5. O id é constituído por conteúdos herdados e/ou adquiridos, constituindo-se no polo pulsional do psiquismo. Ao se diferenciar, surgem as demais instâncias (ego e superego). Disso decorre que, no início da vida psíquica, não havia diferenciação entre o ego e o id, no que se inscreve a reflexão acerca da procedência da libido.
Diante do exposto, escolha uma alternativa correta.
A. Os primeiros investimentos da libido partem do id.
Unidade O ego e os mecanismos de defesa
· Desafio
Tem sido uma busca constante na psicanálise o entendimento do aparelho psíquico, investigar e buscar o conhecimento do conteúdo do ego, suas fronteiras e funções e como acontece a sua relação com o mundo externo, como a sua relação com as pulsões do id e com o superego. Segundo Marques (2012, p. 13), ”Freud verificou que os afetos podiam ser deslocados para pensamentos por meio de mecanismos inconscientes que mais tarde ele próprio designou por dissociação, recalcamento e supressão. Mais tarde estes pensamentos poderiam vincular os mesmos afetos a outros objetos, projeção”. Anna Freud, juntamente com seu pai, durante muitos anos  dispensaram uma atenção especial ao estudo dos mecanismos de defesa.
Você foi apresentado à seguinte história: 
Laura estava no período de latência (6 aos 11 anos) e, ao chegar na análise, dificultava o quanto podia a manifestação de um impulso que era estar com inveja de seu irmão recém-nascido (um afeto que dominava inteiramente sua vida), que até na análise era excepcionalmente difícil descobrir algum vestígio desse impulso. Tudo o que a analista podia observar era que, sempre que a paciente tinha uma ocasião para invejar ou estar ciumenta de seu irmão, começava realizando um curioso jogo imaginário, em que ela interpretava o papel de um mágico, com poderes para transformar, ou influenciar de algum outro modo, por meio de seus gestos, o mundo inteiro. 
Indique e explique que mecanismo está sendo expresso.
Padrão de resposta esperado
A história de Laura foi apresentado por Anna Freud (2006), que, neste caso,  identificou que o ego havia utilizado o mecanismo de inversão, uma espécie de formação reativa contra o afeto, entregando ao mesmo tempo sua atitude obsessiva em relação à pulsão. Foi possível na análise reduzir a presença da inveja do seu irmão sempre que o jogo mágico era repetido.
Segundo Zimerman (2008), na formação reativa, o ego impulsiona uma estrutura o mais factível que puder, como um contrainvestimento de energia psíquica de força igual e em direção oposta à investida pulsional que é inconcebível, como no caso apresentado, em que era impossível para Laura admitir que estava com inveja do seu irmão recém-nascido, mas essa inveja estava agindo em seu inconsciente.
· Exercícios
1. Conforme abordado em Ego e os mecanismos de defesa, analise esta situação: Rogério costuma tratar as situações difíceis de maneira fria, chegando a beirar uma postura de total falta de humanidade. Nesse caso, o que poderíamos inferir sobre essa dificuldade de Rogério em lidar com situações emocionais? Qual o mecanismo de defesa que seu ego está utilizando de forma a evitar emoções indesejadas?
C. Intelectualização.
2. Quando encontramos uma pessoa com dois tipos de personalidade distintas, com incapacidade de recordar informações pessoais, com variações de memória, podemos supor que o seu ego está utilizando que tipo de mecanismo de defesa?
B. Dissociação.
3. Identificar e entender a personalidadede uma pessoa é possível somente por meio da observação direta de seu comportamento. Nesse sentido, por meio de que instância da personalidade  é possível apreender isso?
E. Ego.
4. Veja este exemplo: Felipe continuamente está pensando e lendo sobre todo o tipo de doença que acha ter contraído, tendo uma preocupação excessiva com doenças. Porém, no seu grupo de conhecidos, colegas e amigos, Felipe diz que busca informações sobre as doenças porque se preocupa com a saúde. Nesse exemplo, que tipo de mecanismo de defesa podemos inferir?
D. Racionalização.
Unidade Teoria freudiana da consciência
· Desafio
Tornar-se consciente significa ser percebida por esse sistema em que as excitações se produzem de maneira fugaz e sem deixar rastros. No que tange às representações do pré-consciente, algumas são escolhidas pela atenção para se tornarem conscientes. O psicanalista tem um importante papel no processo de verbalização das ideias, dos lapsos, das associações livres e das repetições.
Analise o caso a seguir:
A análise tem como ponto de partida o inconsciente e trabalha com o discurso do paciente e os significantes de cada conteúdo exprimido.
Com a finalidade de estudar mais sobre a função do aparelho psíquico para Freud, faça uma breve anamnese do caso, apresentando a queixa problema, e discuta as intervenções, utilizando como base os conceitos que fundamentam o trabalho do analista: associação livre, interpretação, processo transferencial e manejo.
Padrão de resposta esperado
Primeiramente, a partir do caso apresentado, é preciso esclarecer alguns conceitos da teoria da consciência de Freud. Quando o autor escreveu sobre a teoria, ele estruturou a seguinte organização: consciente, pré-consciente e inconsciente. O primeiro é o acesso direto e consciente às emoções, aos pensamentos e às memórias, e o segundo funciona como uma barreira de comunicação entre o consciente e o inconsciente. Por fim, o inconsciente consiste em uma estrutura em que são armazenados todos os conteúdos a que não temos acesso de forma consciente, mas que podem se tornar conscientes por meio de lapsos, atos falhos, etc.
Para compreender como a teoria se aplica ao caso de Luiza, é preciso fazer algumas considerações:
· As principais queixas-problema de Luiza são o medo de se comprometer nas relações e as crises de ansiedade.
· Ao longo do processo analítico, desenvolve-se uma escuta qualificada para apreender os ditos e não ditos nas sessões, compreendendo-se o papel do discurso da paciente por meio da associação livre. A representação de uma relação amorosa para Luiza tem um significante difícil de compreender: o pai e a não relação. Um dos principais papéis da análise é trabalhar as relações rompidas, transformando os conteúdos inconscientes em conscientes — um dos importantes manejos do analista. Além disso, deve-se dialogar e validar os atos falhos e lapsos, estabelecendo confrontos nas sessões que possibilitem o processo transferencial. Por fim, deve ocorrer a elaboração dos traumas da paciente, o que, por vezes, pode ser uma tarefa difícil de empreender.
· Exercícios
1. O aparelho psíquico, na segunda tópica, é resultado da interação de três instâncias, que funcionam de forma integrada. Uma dessas instâncias opera de forma subjetiva, outra se apresenta como barreira entre o mundo e a psique, e a última diz respeito ao reconhecimento e à percepção das memórias, das pessoas, dos pensamentos e das emoções.
De acordo com o exposto, marque a alternativa que traz a identificação correta das três instâncias da segunda tópica:
B. Id, ego e superego.
2. O inconsciente tem vários caminhos e facetas e é uma das estruturas topográficas criadas por Freud na obra O eu e o id (1923). Apesar dos estudos do autor sobre a temática, ainda há várias discussões sobre o real sentido do inconsciente.
Sendo assim, assinale a alternativa correta:
A. O reprimido é o protótipo do que é inconsciente — ou seja, esse mecanismo permite que os conteúdos não acessem facilmente o consciente.
3. O inconsciente é um dos aspectos importantes da psicanálise. Freud aponta que o psiquismo não se reduz ao consciente; os conteúdos presentes no inconsciente (Ics) alcançam o consciente (Cs) por meio do pré-consciente (Pcs), quando superadas as resistências à vida psíquica, que é povoada por pensamentos eficientes, mas presentes no Ics.
Analise as afirmativas a seguir:
I. O Ics tem parte significativa dos processos mentais e tem devida importância na dinâmica psíquica.
II. Os desejos e as pulsões, quando reprimidos, podem afetar diretamente a saúde psíquica do sujeito.
III. Os conteúdos Ics estão fora da percepção da consciência.
Assinale a alternativa correta:
E. As afirmativas I, II e III estão corretas.
4. O inconsciente ocupa um importante papel na psicanálise. Além disso, a definição do inconsciente só pode ser feita em relação à consciência. O inconsciente surge por meio de seu discurso — por exemplo, nos atos falhos e nas associações.
De acordo com as explicações sobre o inconsciente, assinale a alternativa correta:
B. A consciência também compreende as lembranças conscientes, as fantasias conscientes, os desejos conscientes e o pensamento consciente.
5. Freud, na segunda tópica, cria três conceitos: id (Ics), ego (Pcs) e superego (Cs). Essas instâncias regem nossos impulsos, nossos desejos, nossas emoções, nossos pensamentos e nossa relação com a realidade. O ato de se comportar é regido pelo superego, que, por exemplo, reprime um sujeito a tirar a roupa em público, pois ele tem a consciência de que pode ser “punido” socialmente por assédio. O desejo da nudez pode vir a ser um conteúdo sexual reprimido no id, que, por sua vez, incumbe o ego à tomada de decisão sobre a realização ou não do ato.
Diante dessa explanação, assinale a alternativa correta:
B. O id é regido pelo princípio do prazer, com o objetivo de satisfazer os impulsos primitivos como a fome, a raiva e/ou sexuais.
Unidade Método de pesquisa freudiano
· Desafio
No método de pesquisa freudiano, o pesquisador, ao realizar suas investigações, pretende transcender a validação de suas aplicações empíricas, ou seja, seu principal objetivo é problematizar um ponto do campo da psicanálise e contribuir para além da teoria.
Dessa forma, compreende-se que as etapas para alcançar esse objetivo são discricionárias e relativas à criatividade do pesquisador, pois os métodos de pesquisa psicanalítica não apresentam especificidade quanto à escolha dos participantes, à coleta de dados e aos instrumentos empregados, destacando, assim, a importância de o pesquisador transformar os dados obtidos em texto e produzir significados.
Diante disso, suponha que você está na seguinte situação:
De acordo com as informações descritas e a partir do caso exposto, quais pontos você, como analista, pode utilizar para construir um fato clínico pelo método de pesquisa freudiano?
Padrão de resposta esperado
A construção de fatos clínicos tem como principal objetivo problematizar um aspecto do campo psicanalítico, logo as etapas metodológicas desse processo ficam a critério do pesquisador. Diante disso, segue uma hipótese para construção desse fato clínico a partir das seguintes etapas:
Etapa 1: descrever a chegada do sujeito à análise e como foi se apresentando à escuta do analista — Paciente B., sexo masculino, 34 anos, atualmente desempregado, mora com a família e apresenta uma leve paralisia na mão esquerda por efeito de um acidente de motocicleta em uma fase de negligência. Além disso, o paciente apresenta atitudes de desconfiança, descontrole e acessos de raiva em relação à equipe que acompanha seu tratamento, diz sentir ódio da mão hemiplégica e age como se a mão não fosse parte do seu corpo.
Etapa 2: apresentar e explorar as hipóteses interpretativas do analista que ocorreram durante o processo analítico a partir da escuta do analisando. Diante do caso exposto, surge como hipótese interpretativa a relação do paciente com a mão hemiplégica como um traço delirante (a não consciência ou recusa da hemiplegia,mesmo em face das evidências mais óbvias), entendendo-o como um mecanismo de defesa do ego: a repressão e/ou negação, que consiste em suprimir ideias ou impulsos indesejáveis e inaceitáveis, impedindo-os de entrar no estado consciente, pois o conhecimento do estado paralisado da parte do seu corpo funciona como uma fonte de insuportável sofrimento para o paciente. Isso ocorre, da mesma forma, na sua relação com a equipe responsável pelo seu tratamento, descrevendo um comportamento narcisista. Desse modo, recomendações dos profissionais, assim como o tratamento, são percebidas como uma realidade que incomoda o paciente, principalmente por não colaborar com suas vontades.
Etapa 3: analisar os fatos clínicos apresentados na investigação e estabelecer novas interpretações da transferência. Diante do caso exposto, é possível perceber uma regressão ao narcisismo quando o paciente se identifica com o objeto perdido (a imagem da mão saudável) e que se tornou um objeto interno ruim após o acidente, o que explica os impulsos autodestrutivos (ódio da mão hemiplégica e desconsiderá-la como parte do seu corpo). Sugere-se que as intervenções psicanalíticas sejam realizadas de forma pontual, bem como as interpretações e confrontações no discurso do paciente. Assim será possível que o paciente chegue a conscientizar-se do seu estado físico e da sua fragilidade emocional, dando vazão aos sentimentos suprimidos.
A partir dessas etapas, é possível ampliar o significado das dinâmicas de transferência e explorar a singularidade das barreiras que surgem da contratransferência ocorrida durante a escuta.
· Exercícios
1. A pesquisa com o método psicanalítico diferencia-se das demais em dois pontos: primeiro porque não abrange em seus objetivos uma intervenção que generaliza os seus resultados para uma amostra ou uma população; e segundo por evidenciar que sua estratégia de análise dos dados enfatiza os significantes, e não os signos.
A partir disso e de acordo com as características do método de pesquisa freudiano, marque a alternativa correta:
C. No método de pesquisa freudiano, as etapas metodológicas ficam a critério e por conta da criatividade do pesquisador, pois o método não apresenta peculiaridades quanto ao processo.
2. Sigmund Freud enfatizou que o objetivo da psicanálise é fortalecer o ego, ou seja, torná-lo mais independente do superego, ampliar sua perspectiva de percepção e aumentar sua organização para que possa se adaptar a novas partes do id. Onde há um id, haverá ego.
De acordo com as aplicações da teoria psicanalítica, assinale a alternativa correta:
D. Na associação livre, solicita-se que os pacientes verbalizem cada pensamento que vier a sua mente, independentemente do quanto possa parecer irrelevante ou repugnante.
3. Freud, no início dos seus estudos e experiências de análise, pensou a hipnose como a técnica mais adequada para avaliação e tratamento dos seus pacientes. Porém reconheceu que essa não atendia à necessidade de todos os pacientes, uma vez que alguns não eram hipnotizáveis e, mesmo que fossem, as neuroses ainda voltavam, além de perceber que a fala em si do paciente já lhe trazia grandes melhoras, mesmo sem o paciente estar em estado hipnótico.
​​​​​​​
Com base nisso, assinale a alternativa correta:
E. Para Freud, o método da associação livre é a técnica mais adequada para avaliação, pois permite acessar o inconsciente com mais facilidade.
4. Freud apontou a resistência à análise para caracterizar atitudes de um paciente analisado no contexto do tratamento, as quais criam obstáculos que se opõem ao acesso deste ao inconsciente. Dessa forma, compreendeu a necessidade de considerar a resistência como um “material” do inconsciente, bem como inseri-la no processo de análise.
Frente a isso, assinale a alternativa correta:
B. As resistências são a manutenção do status quo (estado das coisas) que, com tanto sacrifício, o paciente montou, no transcorrer de seu desenvolvimento.
5. Freud demonstra em seus estudos que a investigação clínica sempre esteve intimamente associada à terapêutica e à teorização sobre o psíquico. Isso foi constatado por meio do estudo de caso, que serviu para criar paradigmas e inspirar a produção do seu eixo teórico.
Com base nisso, assinale a alternativa correta:
A. O estudo de caso acontece primeiramente com o atendimento clínico e, em seguida, com a construção do sentido daquilo que ocorrera na clínica do caso.

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