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JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL

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JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL
PREVISÇÃO CONTITUCIONAL
Com o objeto de conferir maior celeridade e informalidade a prestação jurisdicional nos tocantes aos delitos de menor gravidade, por fim a prescrição, que era, e ainda é comum em tais delitos, revitalizar a figura da vítima, até então ignorada pelo processo penal, e ao mesmo tempo, permitir que a justiça criminal finalmente conte com tempo disponível para cuidar com maior atenção da criminalidade greve reduzindo a impunidade.
A CF/88 preceitua que “a união o Distrito Federal nos territórios nacionais junto com os estados criou juizados especiais com a composição de juízes togados ou togados e leigos, competentes para a conciliação o Ju julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infração de menor o potencial ofensivo mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitindo nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos o juízo de primeiro grau”. ART 98, inciso I
O art 98, paragrafo 1, CF/88, Por sua vez, determina que a lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da justiça federal atendendo aos preceitos constitucionais, a lei 9.099/95 entrou em vigor, instaurando uma nova espécie de jurisdição no processo penal: a jurisdição consensual.
Com o surgimento da lei dos juizados especiais criminais, essa tradicional jurisdição do conflito cede espaço para o consenso, no qual se busca um acordo entre as partes, reparação voluntária dos danos sofridos pela vítima e a apreensão de pena preventiva de Liberdade procurando se evitar a instauração de um processo penal
A lei 9.099/95 introduz 4 medidas despenalizadora em que o consenso entre as partes pode evitar a instauração de um processo ou pelo menos impedir seu prosseguimento, quais sejam:
1 COMPOSICÇÃO DE DANOS CIVIS (ART 74)
Acarreta a Renúncia ao direito de queixa de representação com a consequência extinção da punibilidade.
2 TRANSAÇÃO PENAL (ART 76)
permite o imediato cumprimento da pena restritiva de direitos, ou multa, evitando-se a instauração de um processo.
3 REPRESENTAÇÃO NOS CRIMES DE LESÕES CORPORAIS LEVES E LESÕES CULPOSAS (ART 88)
o não oferecimento da representação dentro do prazo de 6 meses a contar do conhecimento da autoria, acarretará a decadência e a extinção da punibilidade.
4 SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (ART 89, ART 69 PARAGRAFO ÚNICO)
medida descarcerizadora 
Recebida a denúncia, pode o juiz determinar a suspensão do processo, submetendo o acusado em um período de prova sobre a obrigação de cumprir certas condições.
Esse período de prova, para a revogação o juiz declarará a extinção da punibilidade para além dos institutos despenaliza dores, a uma medida descarcerizadora o autor do fato que, após a lavratura do TC imediatamente encaminhado ao Juizado assumir o compromisso de comparecer. Não se importará a previsão em flagrante nem se exigirá fiança.
CRITÉRIOS ORIENTADORES E FINALIDADEDE DO JUIZADOS (ART 98,I,CF/88 ART2, LEI 9099/95)
De modo a dar cumprimento ao preceito constitucional, que prevê para as infrações de menor potencial ofensivo, um procedimento oral e sumaríssimo, a lei dos juizados estabelecerá que o processo deve ser orientado pelos princípios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando sempre a conciliação ou transação.
Evidentemente um para além da observância desses critérios orientativos também é cogente respeito aos princípios gerais do processo:
Devido processo legal, juiz natural, contraditório, ampla defesa, vida são de provas ilícitas e etc
vejamos então cada um dos critérios orientadores enumerados pelo artigo segundo da lei 9099/95.
PASSIVOS
OBS: O art. 3-C do CPP: A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código.  
O art. 3-C do CPP faz menção a excessão as infrações de menor potencial ofensivo, por outro lado, abrangiu as outras infrações penais. 
Afastou a aplicação do ___________________ ---- Motivo : termo circunstanciado de ocorrência, é um procedimento investigatório mais simples, quase um boletim de ocorrência, praticamente sequer existe uma investigação, não se compara a medidas cautelares, meios de obtenção de prova (interceptação telefônica) e pouca atuação do juiz na fase investigatória. 
OBS 2: O art. 28 do CPP ( fala do ANPP): É um negócio jurídico extraprocessual, celebrado entre o MP e acusado, levado ao juiz para homologação, e dai se cumprida as condições, arquiva. 
O §2°, I, do art. 28 aduz que:  O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses: 
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei;
Logo, não se aplica o ANPP se for cabível trasação penal, uma vez que, a trasação tem preferência sobre o ANPP
Art. 28, §2º, III do CPP é aplicado a pessoas sem vontade cometem um crime como eventos isolados: exemplo – atropelamento culposo 
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; 
CONTINUAÇÃO AULA :
CRITÉRIOS ORIENTATIVOS:
A) PRINCÍPIO DA ORALIDADE :
· Art. 98, I, da CF/88;
· Preferência;
· Atos orais ( art. 77, caput, §3º e art. 81, caput)
Por conta deste princípio, ao qual a própria CF/88 se refere expressamente no art. 98, deve-se dar preferência a palavra falada, sobre a escrita, sem que esta seja excluida, portanto, os atos processuais devem ser praticados em regra oralmente, sendo os essenciais reduzidos a termo ou transcritos por quaisquer meios. Os demais atos processuais serão gravados se necessário. 
Daí porque a própria lei dos juizados prevê a realização de diversos atos processuais oralmente, tais como: peça acusatória ( art. 77, caput, §3º do CPP) e defesa preliminar ( art. 81, caput, CPP). 
SUBPRINCÍPIOS : concentração e mediatismo; irrecorribilidade das decisões interlocutórias.
B) PRINCÍPIO DA SIMPLICIDADE:
· < massa dos materiais 
· Desnecessidade de exame de corpo de delito (art. 158, CPP)
· Art. 77, §1º = boletim médico equivalente
· Art. 77, §2º
· Art. 66, §Ú
Procura-se diminuir o quantum possível a massa dos materiais que são juntados aos autos do processo sem que prejudique o resultado final da prestação jurisdicional. Por conta da adoção deste princípio é que a lei dos juizados prevê a lavratura de termo circunstanciado em substituição ao moroso inquérito policial (art. 69, caput, CPP), a desnecessidade do exame de corpo de delito para o oferecimento da denúncia, quando a materialidade do crime estiver aferida _______________, o afastamento da competência dos juizados das causas complexas ou que demandam maiores investigações, a remessa dos autos ao juízo comum quando o acusado não for encontrado para ser citado pessoalmente ( art. 66, §único) , etc.
C) PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE:
· (DES)necessidade de se adotar formas sacramentais;
· Art. 64
· Art. 65, caput
· Art. 65, §3º
· Art. 67, caput
· Art.81, §3° 
· Art. 82, §5º
Consectário lógico do princípio da instrumentabilidade das formas. Entende-se que não há necessidade de se adotar formas sacramentais, nem tão pouco de se observar o rigorismo formal do processo, desde que, a finalidade do ato processual seja atingida. A busca da verdade e o ideal maior de realização da justiça deve prevalecer sobre o excessivo formalismo que norteia a prática de atos solenes, os quais, quase sempre se revelam absolutamente estéries. Por isso, a lei do juizado prevê que os atos processuais poderão realizar-se em horários noturnos e em qualquer dia da semana, conformem dispuserem as normas de organização judiciária (art.64); que os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais foram realizados, atendendo a critérios indicados no art. 62 (art. 65, caput); que serão objeto de registro exclusivamente os atos havidos por essenciais, sendo que os atos realizados em audiênciade instrução e julgamento poderão ser gravados em fitas magnéticas ou equivalentes (art. 65, §3º); que a intimação será feita por correspondencia com aviso de recebimento pessoal, ou por qualquer meio idôneo de identificação (art.67, caput); que é dispensado relatório da sentença (art.81,§3º) e se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos a súmula dos julgamentos servirá a súmula de acordão ( art.82, §5º).
D) PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL:
· Deve-se optar;
· Art. 81, §1º
Entre duas alternativas igualmente válidas deve-se optar pelo menos onerosa, as partes e ao próprio estado, enfim, há de se buscar o máximo resultado na aplicação do direito objetivo por meio de processo o mínimo de atos processuais. Exemplo dessa orientação é a previsão de uma audiência de Instrução e julgamento podendo o juiz limitar ou excluir provas que considerar excessivas, pertinentes ou protelatórias. 
E) PRINCÍPIO DA CELERIDADE PROCESSUAL:
Guarda relação com necessidade de rapidez e agilidade do processo, objetivando-se atingir a prestação jurisdicional no menor tempo possível. 
COMPOSIÇÃO DO JUÍZADO ESPECIAL CRIMINAL
· Art. 60 CPP
· Art. 73;
· Art 76 §4º
O JECRIM é um órgão da justiça comum funcionando no âmbito da justiça estadual e federal. Nos termos do art.60, caput, lei 9099/95, o juizado é provido apenas por magistrados togados( integrantes de carreira do Poder Judiciário) ou por juízes togados e leigos, ficando a cargo da lei de organização judiciária de cada Estado fazer a opção pela inclusão de leigos no âmbito dos juízados. Evidentemente esses leigos jamais terão competência para julgamento de determinadas infrações penais. Na verdade, sua atuação deve ficar restrita a tratativas referentes a conciliação entre autor di fato delituoso e a vítima (art.73), é uma ressalva de que a homologação de eventual acordo deve ser feito exclusivamente pelo juiz togado (art. 76,§4º)
COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL
Com relação as ifrações penais, a competência dos juizados é fixada com base em dois critérios:
A) Natureza da infração penal ( art. 61 da lei 9099/95);
B) Inexistência da circunstância de que desloque a competência para o juízo comum (ou júri). É oque ocorre, por exemplo, nas hipóteses de conexão e continência com infração penal comum (art.60 §ú) e quando evidenciada a complexidade da causa (art.77,§2º).
EX: HOMICÍDIO + DESACATO 
 (juri) (infração de menor potencial ofensivo)
Conexão : são causas modificadoras da competêcia. Crimes isoladamente considerados seriam julgados por um outro juízo, mas por conexão e continência serão reunidos a um só juízo.
Complexidade da causa ( art. 77, §2º) : pluralidade de acusados e prova pericial complexa.
Sobre a Citação: em regra é pessoal, não encontrando, vai para o juízo comum. 
CONEXÃO E CONTINÊNCIA ENTRE CRIME COMUM E INFRAÇÃO PENAL DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO:
A conexão pode ser compreendida como nexo, dependência recíproca que dois ou mais fatos delituosos entre si, recomendando a reunião de todos eles em um mesmo processo penal, perante um mesmo órgão jurisdicional, a fim de que este tenha uma perfeita visão do quadro probatório, funciona, pois como o liame que se estabelece entre dois ou mais fatos que desse modo se tornem ligados por algum motivo, oportunizando sua reunião no mesmo substrato probatório, evitando o surgimento de decisões contraditórias.
COMPETÊNCIA : quando uma demanda em face de seus elementos ( partes, pedidos, e causa de pedir) estiver contida em outro. Cuida-se pois de “vínculo jurídico entre duas ou mais pessoas ou entre dois ou mais fatos delitivos, de foma análoga a continente e conteúdo, de tal modo, que um fato delitivo contém as duas ou mais pessoas ou uma conduta humana contém duas ou mais fatos delitivos, tendo como, consequência jurídica salvo causa impeditiva a reunião das duas ou mais pessoas o reunião dos dois ou mais fatos delitivos, em um único processo penal perante um único órgão jurisdicional.
É perfeitamente possível que a infração penal de menor potencial ofensivo da competência originária dos juizados tenha sido cometida em conexão ou continência com crime que escape da competência dos juizados. Possamos visualizar o seguinte exemplo de conexão objetiva ( art, 76, II, CPP)
Exemplo: o agente pratica um homicídio a fim de assegurar a impunidade de um crime de maus tratos contra seu mentor, nesse exemplo isoladamente considerados o crime de homicídio é de competência do tribunal do júri, aos passos que o crime de maus tratos por ser de menor potencial ofensivo é de competência dos juizados especiais criminais.
CONCEITO DE INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO (ART 61 DA LEI 9099/95)
Por força da própria Constituição federal vi a competência dos juizados especiais criminais está circunscrita ao processo, julgamento e execução de infração de menor potencial ofensivo.
Quando a lei 9099/95 entrou em vigor o conceito de infração de menor potencial ofensivo constava na redação original do artigo 61: Contravenções penais e os crimes que a lei comine pena máxima não superior a um ano executados os casos em que a lei previa procedimentos especiais.
Posteriormente, entra em vigor a lei 10.259/01, dispensando sob a regulamentação dos juizados especiais cíveis e criminais no âmbito da justiça federal.
Da redação original do artigo 2, parágrafo único da lei 10.259/01 Consta o seguinte conceito de infração de menor potencial ofensivo: considera-se infrações de menor potencial ofensivo para efeitos desta lei os crimes que a lei comine pena máxima não superior a 2 anos ou multa.
Como decorrência do princípio constitucional da igualdade ou do tratamento isonômico, do princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade também porque se tratava de uma lei nova com conteúdo favorável acabou prevalecendo a primeira corrente.
Provavelmente a primeira corrente no sentido de que o conceito de infração de menor potencial ofensivo trazido pela lei 10.259/01, seria extensivo aos juizados estaduais com a consequente derrogação até o artigo 61 da lei 9.099/95. Com o advento da lei 11.313/06, o artigo 61 da lei dos juizados especiais foi alterado passando a prever expressamente o que se considera infração de menor potencial ofensivo as Contravenções e os crimes que a lei comine pena máxima não superior a 2 anos acumulada ou não com multa.
LEIS 11.340/06 E 14.377/22
No dia 09/07 entrou em vigor a lei 14.344/22 que cria mecanismo para prevenção e enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a criança e adolescente nos termos do artigo 226, parágrafo oitavo e do artigo 227, parágrafo quarto ambos da Constituição federal
referido diploma normativo foi batizado como lei em Henry Borel em homenagem a trágica história do menino vítima de homicídio no apartamento em que morava com sua mãe e seu padrasto.
FUNDAMENTO NORMATIVO DA LEI MARIA DA PENHA
A lei 11. 340/06 Foi criada não apenas para atender o disposto no artigo 226 parágrafo oitavo da CF/88, segundo o qual o estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que integram, criados mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações mas também de modo a dar cumprimento adverso tratados internacionais ratificados pela República federativa do Brasil.
FUNDAMENTO NORMATIVO DA LEI HENRY BOREL
A violência doméstica e familiar contra o público infanto juvenil, é uma realidade que insiste em perdurar ao longo do tempo. A grande dificuldade desse problema está aonde os delitos são cometidos no interior dos lares, permanecendo pois recoberto pelo silêncio das vítimas.
ORIGEM DA LEI MARIA DA PENHA
Em data de 22/09/2006 entra em vigor a lei 11.340/06 referente a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Essa lei ficará conhecida como a lei Maria da Penha em virtude da grande violência de que foi a vítima Maria da Penha fernande, em 29/05/1983, na cidade de Fortaleza, ela era farmacêutica, o seu caso foi parar um em um tribunal Internacional para julgamento.
 
ORIGEM DA LEI HENRY BOREL
A lei 14.344/22 foi batizadacom o nome Henru Borel atrás da morte do menino, vítima de homicídio no apartamento que morava com a mãe e seu padrasto.
Segundo as investigações a criança teria sido morta pelo padrasto, contando para tanto com a omissão dolo da mãe, um laudo constante do inquérito policial que o corpo apresentava 23 lesões por violência.

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