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IESC IV - PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO

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1 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
Programa Nacional de Imunização (PNI) 
↠ O Programa Nacional de Imunizações do Brasil tem 
avançado ano a ano para proporcionar melhor qualidade 
de vida à população com a prevenção de doenças. Tal 
como ocorre nos países desenvolvidos, o Calendário 
Nacional de Vacinação do Brasil contempla não só as 
crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos, 
gestantes e povos indígenas. No total, são disponibilizadas 
na rotina de imunização 19 vacinas cuja proteção inicia 
ainda nos recém-nascidos, podendo se estender por toda 
a vida. 
↠ Em 1973 foi formulado o Programa Nacional de 
Imunizações (PNI), por determinação do Ministério da 
Saúde, com o objetivo de coordenar as ações de 
imunizações que se caracterizavam, até então, pela 
descontinuidade, pelo caráter episódico e pela reduzida 
área de cobertura. 
↠ Em 1975 foi institucionalizado o PNI, resultante do 
somatório de fatores, de âmbito nacional e internacional, 
que convergiam para estimular e expandir a utilização de 
agentes imunizantes, buscando a integridade das ações 
de imunizações realizadas no país. 
 O PNI adquire, distribui e normatiza também o uso dos 
imunobiológicos especiais, indicados para situações e grupos 
populacionais específicos que serão atendidos nos Centros de 
Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). É também de 
responsabilidade desta coordenação a implantação do Sistema de 
Informação e a consolidação dos dados de cobertura vacinal em todo 
o país. 
Conceitos Iniciais 
• Vacinação: Aplicação de um ou mais agentes 
(bactérias, vírus ou toxinas) para a estimulação 
do sistema imune (GUSSO et al., 2019). 
• Imunização: Estimulação da resposta imune do 
organismo por meio da administração de 
antígenos ou anticorpos. Ela pode ser ativa ou 
passiva. A imunidade ativa necessita de estímulo 
prévio para se desenvolver, podendo resultar da 
administração de antígenos (vacinas), que o 
organismo reconhece como substâncias 
estranhas, procurando neutralizá-las ou eliminá-
las. Geralmente, proporciona uma proteção 
duradoura. Na imunidade passiva, o indivíduo 
recebe anticorpos contidos nas Igs heterólogas 
(soros) e nas Igs humanas, administradas 
profilática ou terapeuticamente, resultando em 
uma proteção temporária (GUSSO et al., 2019). 
DIFERENÇAS ENTRE VACINAS E IMUNOGLOBULINAS 
PROPRIEDADE VACINA IMUNOGLOBULINA 
Duração da 
proteção 
Longa Transitória 
Proteção após 
aplicação 
Geralmente após 2 
a 4 semanas 
Imediata 
Eliminação de 
portadores 
Possível Impossível 
Erradicação de 
doenças 
Possível Impossível 
Custo Variável, em geral, 
baixo 
Geralmente, alto 
 
Tipos de vacinas 
• Vacina atenuada: Vírus ou bactérias vivas que, 
após cultivados em meios adversos, perderam 
sua virulência, mantendo sua capacidade 
imunogênica. Exemplos: vacina oral da poliomielite (VOP), 
sarampo, rubéola, caxumba, febre amarela (FA), rotavírus, 
varicela (VZ) e bacilo Calmette-Guérin (BCG) (GUSSO et 
al., 2019). 
• Vacinas inativadas: Administração de micro-
organismos mortos para induzir a resposta 
imunológica. Não conferem imunidade 
duradoura, necessitando ser repetidas 
periodicamente durante toda a vida. Exemplos: 
vacina inativada da poliomielite (VIP), hepatite A (HA), raiva 
e o componente pertussis (contra coqueluche) da vacina 
tríplice bacteriana (GUSSO et al., 2019). 
• Vacinas conjugadas: Fabricadas com fração de 
micro-organismos purificados (sacarídeos) 
ligados a proteínas, com capacidade de induzir 
memória imunológica. Exemplos: vacina contra 
Haemophilus influenzae tipo B (Hib), conjugada, e Neisseria 
meningitidis tipo C, conjugada (GUSSO et al., 2019). 
• Vacina recombinante: Produzida com micro-
organismos geneticamente modificados, pela 
inserção do fragmento de DNA do antígeno em 
determinado micro-organismo para a produção 
de proteína imunogênica. Exemplo: vacina da hepatite 
B (HB) (GUSSO et al., 2019). 
• Vacina combinada: Resulta da agregação de 
diferentes antígenos para proteção contra 
diferentes doenças que são administradas em 
uma mesma preparação. Exemplo: vacina tríplice viral 
(sarampo, caxumba e rubéola [SCR]) (GUSSO et al., 
2019). 
A via de administração de cada vacina deve ser obedecida com rigor; 
caso contrário, a imunização pode não ser efetiva ou causar efeitos 
adversos. A via oral (VO) é utilizada para substâncias que são absorvidas 
pelo trato gastrintestinal (TGI) com facilidade (VOP e vacina oral do 
rotavírus humano [VORH]). A via intradérmica (ID) é uma via de 
2 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
absorção muito lenta utilizada para administrar a vacina BCG-ID. A via 
subcutânea (SC) é utilizada para administração de substâncias não 
irritantes que precisam ser absorvidas lentamente (vacina tríplice viral 
e da FA). A via intramuscular (IM) é utilizada para a administração de 
substâncias irritantes que necessitam ser absorvidas rapidamente, 
como as das vacinas tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche 
[pertússis, DTP]), dupla infantil (DT) e adulto (difteria e tétano, dT), Hib, 
HB e VIP (GUSSO et al., 2019). 
Vacinas 
Vacina da tuberculose (atenuada) 
↠ A vacina da tuberculose (TB) é uma vacina obtida por 
atenuação do Mycobacterium bovis e conhecida como 
BCG. É indicada para prevenir as formas graves (miliar e 
meníngea) de TB em crianças menores de 5 anos 
(principalmente no 1o ano, incluindo as indígenas) (GUSSO 
et al., 2019). 
Vacina da hepatite B (recombinante) 
↠ A vacina para HB induz a produção de anticorpos anti-
HBs, considerados protetores com níveis séricos 
superiores a 10 mUI/mL. Devido à excelente 
imunogenicidade da vacina, não está indicado teste 
sorológico após a vacinação, exceto para os grupos de 
risco, tais como: profissionais da saúde, pessoas em diálise 
e recém-nascidos (RNs) de mães portadoras do antígeno 
de superfície da hepatite B (HBsAg) (GUSSO et al., 2019). 
VACINA ADSORVIDA DA DIFTERIA, TÉTANO, PERTÚSSIS, 
HEPATITE B (RECOMBINANTE) E HAEMOPHILUS INFLUENZAE 
TIPO B (CONJUGADA) – PENTAVALENTE 
↠ Com o intuito de diminuir o número de injeções em 
um mesmo momento, foram desenvolvidas as vacinas 
combinadas. São compostas por toxoides de difteria e 
tétano, suspensão celular inativada de Bordetella pertussis 
(bactéria responsável pela coqueluche), HBsAg e 
oligossacarídeos conjugados de Hib (bactéria causadora 
de doença invasiva, como meningite, pneumonia, 
epiglotite, celulite, artrite séptica, osteomielite, pericardite 
e sepse em crianças na faixa etária menor de 5 anos) 
(GUSSO et al., 2019). 
↠ A vacina pentavalente é indicada para crianças 
menores de 5 anos de idade como esquema básico. A 
vacinação consiste na aplicação de três doses, 
administrada aos 2, 4 e 6 meses de idade, com intervalo 
de 60 dias entre as doses. São necessárias duas doses de 
reforço com a vacina adsorvida difteria, tétano e pertússis 
(DTP) aos 15 meses e aos 4 anos de idade (GUSSO et al., 
2019). 
VACINA INATIVADA DA POLIOMIELITE 
↠ A VIP está indicada para a imunização ativa contra a 
poliomielite causada pelos três sorotipos (1, 2, 3) (GUSSO 
et al., 2019). 
VACINA ORAL DO ROTAVÍRUS HUMANO (ATENUADA) 
↠ A vacina oral do rotavírus humano (VORH) é a vacina 
de vírus isolados de humanos e atenuados. Esquema de 
vacinação em duas doses, seguindo rigorosamente os 
limites de faixa etária: a 1a dose aos 2 meses (de 1 mês e 
15 dias a 3 meses e 15 dias), e a 2a dose aos 4 meses (3 
meses e 15 dias a 7 meses e 29 dias); o intervalo ideal 
entre as doses é de 60 dias, com um mínimo de 30 dias 
(GUSSO et al., 2019). 
VACINA PNEUMOCÓCICA 10-VALENTE (CONJUGADA) 
↠ A vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) (PnC10) 
é constituída por 10 sorotipos de Streptococcus 
pneumoniae. É indicada para imunização ativa de crianças 
de 2 meses a menores de 4 anos de idade contra doença 
invasiva (pneumonia, meningite, artrite e sepse) e otite 
média aguda (OMA) causadospelo pneumococo (GUSSO 
et al., 2019). 
VACINA MENINGOCÓCICA C (CONJUGADA) 
↠ A Neisseria meningitidis (meningococo) é responsável 
por infecções invasivas graves, como a meningite e a 
meningococcemia. O Brasil começou a disponibilizar a 
vacina contra o meningococo C para crianças menores 
de 2 anos de idade em 2010. A vacina é constituída por 
polissacarídeos capsulares purificados da Neisseria 
meningitidis do sorogrupo C (GUSSO et al., 2019). 
Vacina da febre amarela (atenuada) 
↠ A vacina da FA é constituída por vírus vivos atenuados 
cultivados em ovos embrionados de galinha (GUSSO et 
al., 2019). 
VACINA DO SARAMPO, CAXUMBA E RUBÉOLA (TRÍPLICE 
VIRAL); VACINA DO SARAMPO, CAXUMBA, RUBÉOLA E 
VARICELA (TETRAVIRAL) (ATENUADAS) E VACINA VARICELA 
(ATENUADA) 
↠ A vacina combinada dos vírus atenuados é 
administrada por via SC (GUSSO et al., 2019). 
 
 
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
Vacina do papilomavírus humano 
↠ A vacina para o HPV está disponível para a população 
feminina de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos de 
idade (GUSSO et al., 2019). 
 
 
Referências 
BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de 
Imunizações, 2023. Disponível em: < 
https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-
informacao/acoes-e-programas/programa-nacional-de-
imunizacoes-vacinacao> Acessado em: 16 de abril de 
2023. 
GUSSO, Gustavo; LOPES, José M C.; DIAS, Lêda 
C. Tratado de medicina de família e comunidade - 2 
volumes: princípios, formação e prática. Grupo A, 2019.

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