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Vacinação Vacinas As vacinas são composta de produtos biológicos contendo alguma forma de antígeno capaz de induzir resposta imunológica (imunogenicidade /antigenicidade) sem causar doença de forma protetora e duradoura (memória imunológica). As vacinas são utilizadas para prevenção de determinadas doenças graves sendo um tipo de imunização ativa artificial, pois o próprio indivíduo produz seus próprios anticorpos ao entrar em contato com o agente causador pela vacinação. A imunidade ativa, adquirida de modo artificial, é obtida pela administração de vacinas, que estimulam a resposta imunológica, para que esta produza anticorpos específicos. Objetivos da vacinação - Melhorar a qualidade de vida; - Aumento da expectativa de vida; - Erradicar doenças. Ação da vacina - Estimular respostas imunológicas protetoras do hospedeiro para combater o patógeno invasor. Características de uma vacina ideal - Conter os antígenos que são alvos do sistema imunológico; - Geração de uma imunidade efetiva (anticorpos e células T); - Produção de imunidade protetora; - Bom nível de proteção sem a necessidade de uma dose de reforço; - Seguras: uma vacina não pode causar doença ou morte; - Considerações práticas: baixo custo por dose com fácil administração e estável biologicamente, além de produzir poucos ou nenhum efeito adverso. Importância da vacina - A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que de 2 a 3 milhões de mortes a cada ano sejam evitadas pela vacinação e garante ser a imunização um dos investimentos em saúde que oferecem o melhor custo-efetividade para as nações; - Intervenção médica mais eficaz e custo-efetiva para prevenção de doenças infecciosas As vacinas podem possuir diversos componentes: agentes atenuados, agentes inativados, partes de agentes etiológicos e produtos modificados do metabolismo (toxoides purificados). Agentes atenuados Agentes inativos Partes de agentes etiológicos Produtos modificados do metabolismo BCG Rotavírus Vacina oral da poliomielite (VOP) Febre amarela Tríplice viral – sarampo, caxumba e rubéola Varicela Vacina inativada da poliomielite (VIP) Coqueluche Influenza Hepatite A HPV Hepatite B Hemófilos b (Hib) Pneumo10V MeningoC Difteria Tétano Programa nacional de imunização O programa nacional de imunização foi idealizado em 1973 pela portaria 311 no antigo ministério da saúde, assim em 1975 ele foi implantado no território brasileiro. As imunizações têm sido uma das principais ferramentas, nas últimas décadas, para controle, eliminação e erradicação de doenças, especialmente na infância. Graças ao programa nacional de imunização (PNI) as doenças que causavam milhares de vítimas no passado, como varíola e poliomielite, foram erradicadas; já outras doenças transmissíveis também deixaram de ser problema de saúde pública porque foram eliminadas no Brasil e nas Américas, como o sarampo, rubéola e rubéola congênita. O Programa Nacional de Imunização (PNI), implantado em 1975, é um dos maiores do mundo, ofertando 45 diferentes imunobiológicos. Há vacinas destinadas a todas as faixas-etárias e campanhas anuais para atualização da caderneta de vacinação. No SUS são disponibilizadas na rotina de imunização 19 vacinas cuja proteção inicia ainda nos recém-nascidos, podendo se estender por toda a vida. A vacinação, ao lado das demais ações de vigilância epidemiológica, vem ao longo do tempo perdendo o caráter verticalizado e se incorporando ao conjunto de ações da atenção primária em saúde. As campanhas, as intensificações, as operações de bloqueio e as atividades extramuros são operacionalizadas pela equipe da atenção primária, com apoio dos níveis distrital, regional, estadual e federal, sendo fundamental o fortalecimento da esfera municipal. Foi por meio de extensos programas de vacinação, com elevadas e homogêneas coberturas vacinais, que erradicamos a varíola, eliminamos a pólio, a rubéola, a síndrome da rubéola congênita e o tétano materno neonatal, e que controlamos a coqueluche, o sarampo, a difteria, as meningites, entre tantas outras doenças imunopreveníveis. O impacto dessas conquistas foi demonstrado pela expressiva queda nas taxas de mortalidade infantil e no aumento significativo da expectativa de vida. Outros aspectos que devem sempre ser considerados no sucesso dos programas de vacinação são: redução no número de visitas a serviços de emergência, no uso de antimicrobianos, nas taxas de hospitalização e em sequelas permanentes. Calendário de vacinação As vacinas ofertadas na rotina dos serviços de saúde são definidas nos calendários de vacinação, nos quais estão estabelecidos: - Os tipos de vacina; - O número de doses do esquema básico e dos reforços; - A idade para a administração de cada dose; - O intervalo entre uma dose e outra no caso do imunobiológico cuja proteção exija mais de uma dose. Considerando o risco, a vulnerabilidade e as especificidades sociais, o PNI define calendários de vacinação com orientações específicas para crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos e indígenas. As vacinas recomendadas para as crianças têm por objetivo proteger esse grupo o mais precocemente possível, garantindo o esquema básico completo no primeiro ano de vida e os reforços e as demais vacinações nos anos posteriores. Os calendários de vacinação estão regulamentados pela Portaria ministerial nº 1.498, de 19 de julho de 2013, no âmbito do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em todo o território nacional, sendo atualizados sistematicamente por meio de informes e notas técnicas pela CGPNI. Nas unidades de saúde, os calendários e os esquemas vacinais para cada grupo-alvo devem estar disponíveis para consulta e afixados em local visível. Existem alguns calendários nacionais, dentre eles o fornecido pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e o programa Nacional de Imunizações pelo Ministério da Saúde. O calendário SBP é elaborado para crianças e adolescentes hígidos (do nascimento até 19 anos de idade). Informações gerais As práticas de imunizações são geralmente baseadas em evidências científicas atualizadas, nas características das vacinas, na epidemiologia das doenças e nas características do hospedeiro. Para aqueles com imunodeficiências ou em situações epidemiológicas específicas, as recomendações de vacinação podem sofrer alterações. Quando a vacinação é iniciada fora da idade idealmente recomendada, os esquemas podem ser adaptados de acordo com a idade de início, respeitando-se os intervalos mínimos entre as doses. A vacina não apresenta efeito colateral, pois não tem interação farmacocinética sendo ejetada diretamente no sistema imunológico específico, sendo assim apresenta efeitos adversos (reações orgânicas que precisam ser revertidas em tempo hábil). Ou seja, todas vacinas podem ocasionar eventos adversos, em geral leves e transitórios, e que devem ser informados à família. A notificação de qualquer evento adverso é fundamental para a manutenção da segurança das vacinas licenciadas no país. É importante que o médico pediatra informe aos responsáveis das crianças e adolescentes a importância das vacinações na prevenção de doenças e a proteção que é conferida para a população. Para indicar uma vacina,é importante conhecer algumas características principais, como: - Natureza do antígeno imunizante; - Presença de adjuvantes; - Via de administração; - Principal método de produção; - Risco de eventos adversos. Bacillus Calmette-Guérin (BCG) Composição: - A vacina BCG é preparada com bacilos vivos de Calmette-Guérin, a partir de cepas atenuadas, com glutamato de sódio, por sucessivas passagens em meios de cultura do Mycobacterium bovis. - A vacina BCG é produzida com bacilos vivos atenuados e liofilizados de cepa de Mycobacterium bovis. Indicação: - A vacina da BCG (Bacillus Calmette-Guérin) protege contra as formas graves da tuberculose, doença causada pela Mycobacterium tuberculosis. - A vacina é indicada para prevenir as formas graves da tuberculose (miliar e meníngea). Aplicação: - A vacina BCG deve seraplicada em dose única o mais precocemente possível. - A vacina apresenta, no primeiro ano de vida, eficácia de 84,5 a 99,5% para a proteção das formas de tuberculose que dependem da disseminação hematogênica e suas manifestações mais graves, como a meningoencefalite e a tuberculose miliar. - A vacina BCG deve ser aplicada em dose única ao nascimento, na dose de 0,1ml intradérmica na inserção do músculo deltoide do braço direito, preferencialmente ainda na maternidade, logo ao nascer, desde que o recém-nascido tenha pelo menos 2.000 gramas. Uma segunda dose da vacina não é recomendada quando, após seis meses da primeira dose, não se observa cicatriz no local da aplicação. - Em recém-nascidos filhos de mãe que utilizaram imunossupressores na gestação, ou com história familiar de imunossupressão, a vacinação poderá ser adiada ou contraindicada até que passe um determinado período (28 dias) para que o período transitório de imunossupressão causada pela gestação não interfira na vacinação. - Os comunicantes domiciliares de hanseníase, ou seja, indivíduos com familiares diagnosticados com hanseníase, independente da forma clínica, podem receber uma segunda dose da vacina BCG com intervalo mínimo de seis meses após a primeira dose. Informações gerais: - Em geral, não provoca eventos sistêmicos; logo, as complicações e reações anafiláticas são raras. - Apresenta uma cicatrização mais lenta, com evolução de mais de 6 meses de duração. Logo, a lesão da vacina evolui em cerca e 6 a 12 semanas, podendo prolongar-se até 24 semanas. - Pode ocorrer ainda enfartamento ganglionar múltiplo ou único durante a evolução da lesão em cerca de 10% dos pacientes e aparece entre a terceira a sexta semana pós-vacinação. As características do linfonodo são: homolateral à aplicação da vacina, móvel, mede até 3cm de diâmetro, indolor, sem sintomas sistêmicos, podendo involuir espontanemante em 2 a 3 meses. Contra-indicação: - Quando o recém-nascido apresenta um peso inferior à 2.000g (2kg) e/ou tem lesões dermatológicas extensas afetando o local de aplicação da vacina, há uma contra-indicação relativa para aplicação da BCG. - Quando o recém-nascido apresenta imunodeficiências congênitas e adquiridas, há uma contra-indicação absoluta para aplicação da BCG. - Crianças com exposição perinatal ao vírus da imunodeficiência humana (HIV) devem receber a vacina ao nascimento, porém, aquelas que chegam ao serviço ainda não vacinadas, devem receber a BCG somente se sintomáticas e sem sinais de imunodepressão. Importante: - Crianças menores de 5 anos, comprovadamente não vacinadas previamente, devem receber a vacina. A repetição da vacina BCG nas crianças que não apresentaram cicatriz não é mais recomendada. - Em situações que a criança não apresenta cicatriz local, mas a mãe tem a carteirinha de vacinação em mão para afirmar que a criança tomou, o médico não precisa tomar nenhuma conduta. - Em situações que a criança não apresenta cicatriz local e a mãe não tem documentação para provar que a criança tomou ou não, o medico deve dosar o PPD (dosagem de anticorpos com injeção intradermica de tuberculina sob a camada superior da pele do antebraço do paciente). - Em situações que a criança não apresenta cicatriz local e a mão tem a documentação provando que a criança não tomou, o médico deve fazer a vacinação. Hepatite B Composição: - A vacina da hepatite B é composta pelo antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HbsAg), obtido por engenharia genética, purificado e associado ao adjuvante hidróxido de alumínio, tendo o timerosal como conservante. Indicação: - A vacinação do neonato tem como principal objetivo impedir a transmissão materno-fetal do vírus e deve ser realizada logo ao nascer, ainda na maternidade, nas primeiras 24 horas de vida. A hepatite B é uma doença cujo único reservatório do vírus é o ser humano e, portanto, com potencial de erradicação. A aquisição do vírus no período neonatal eleva consideravelmente o risco de cronificação. Aplicação: - A primeira dose da vacina Hepatite B deve ser aplicada idealmente nas primeiras 12 horas de vida. A segunda dose está indicada com um ou dois meses de idade e a terceira dose é realizada aos seis meses. - Desde 2012, no Programa Nacional de Imunizações (PNI), a vacina combinada DTP/Hib/HB (Pentavalente-difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b) foi incorporada no calendário aos 2, 4 e 6 meses de vida. Dessa forma, os lactentes que fazem uso desta vacina recebem quatro doses da vacina Hepatite B. A vacina pentavalente é uma vacina combinada, a qual associa 5 agentes bio-imunulogicos em uma única dose de vacina. - O esquema de vacinação é de três doses aos 0, 2 e 6 meses. Quando utilizada a vacina pentavalente na rede pública (que contém o componente hepatite B na vacina), o esquema de quatro doses é administrado sem prejuízos (0, 2, 4 e 6 meses). - No sistema de vacinação do SUS, ao nascer, o recém-nascido deve deve receber a hepatite B nas primeira 12 horas de vida e depois deve receber a vacina pentavalente aos 2 meses, 4 meses e 6 meses de vida. - Aqueles que forem vacinados em clínicas privadas podem manter o esquema de três doses, primeira ao nascimento e segunda e terceira dose aos 2 e 6 meses de idade. Não realiza o esquema da vacina pentavalente. Além disso, junto com as duas últimas dose da hepatite B podem ser utilizadas vacinas combinadas acelulares – DTPa/IPV/Hib/HB. - Crianças com peso de nascimento igual ou inferior a 2 Kg ou idade gestacional menor que 33 semanas devem receber, obrigatoriamente, além da dose de vacina ao nascer, mais três doses da vacina (total de 4 doses: 0, 2, 4 e 6 meses). - Crianças maiores de 6 meses, adolescente e adultos não vacinados devem receber 3 doses da vacina da Hepatite B no esquema: 0 (dia da aplicação), 1 (um mês depois da aplicação) e 6 (seis meses depois da primeira aplicação). - Recém-nascidos filhos de mães portadoras do vírus da hepatite B (HbsAg positivas) devem receber, além da vacina, a imunoglobulina específica para hepatite B (HBIG), na dose 0,5mL, até o sétimo dia de vida, preferencialmente logo ao nascer, no membro inferior contralateral da vacina. Informações gerais: - Os eventos adversos associados a vacina da Hepatite B são raríssimos, eles estão relacionados com os locais de aplicação (dor no local da aplicação) e pequenos efeitos sistêmicos (febre e irritabilidade). - A vacina hepatite B (recombinante) pode ser administrada simultaneamente com outras vacinas, independentemente de qualquer intervalo. Contra-indicação - Reação anafilática prévia a qualquer componente da vacina e púrpura trombocitopênica pós-vacinal. Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae b (conjugada) (Pentavalente) Composição: - É composta pela combinação de toxoides purificados de difteria e tétano, suspensão celular inativada de Bordetella pertussis (células inteiras), antígeno de superfície da hepatite B (recombinante) e oligossacarídeos conjugados de Haemophilus influenzae b (conjugada). Tem como adjuvante o fosfato de alumínio e como conservante o tiomersal. Indicação: - A vacina protege contra a difteria, o tétano, a coqueluche, a hepatite B e as infecções causadas pelo Haemophilus influenzae b. É indicada para a vacinação de crianças menores de 5 anos de idade como dose do esquema básico (2, 4 e 6 meses). Aplicação: - A vacina combinada DTP/Hib/HB (Pentavalente-difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b) foi incorporada no calendário aos 2, 4 e 6 meses de vida. Contra-indicação: - Não deve ser administrada quando a criança apresentar quadro neurológico em atividade ou quando, após dose anterior de vacina com estes componentes, a criança registrar qualquer das seguintes manifestações: Convulsão nas primeiras 72 horas após a administração da vacina; episódio hipotônico-hiporresponsivo nas primeiras 48 horas após a administração da vacina;encefalopatia aguda grave depois de sete dias após a administração de dose anterior da vacina; história de choque anafilático após administração de dose anterior da vacina; e usuários a partir de 7 anos de idade. DTP/DTPa Composição: - A vacina da tríplice bacteriana é uma vacina combinada composta por toxoides diftérico e tetânico, além do componente pertussis, o qual compreende a bactéria Bordetella pertussis inteira em suspensão celular inativada ou componentes antigênicos da bactéria (toxina pertussis, pertactina, hemaglutinina filamentosa ou proteínas fimbriais), designada de pertussis acelular. - A vacina DTP é composta pela combinação de toxoides purificados de difteria e tétano, suspensão celular inativada de Bordetella pertussis (células inteiras), tendo o hidróxido de alumínio como adjuvante e o timerosal como conservante. Indicação: - A vacina protege contra a difteria, o tétano e a coqueluche. É indicada para a vacinação de crianças menores de 7 anos de idade como dose de reforço do esquema básico da vacina pentavalente. - A vacina DTPa (acelular), quando possível, deve substituir a DTP (células inteiras), pois tem eficácia similar e é menos reatogênica. O pertussis acelular apresenta fragmentos da célula do agente imunológico apresentando uma menor capacidade de gerar efeitos adversos e reações vacinais. Já o pertussis celular apresenta as células inteiras do agente imunológico na vacina tendo uma capacidade maior de gerar efeitos adversos e reações vacinais. Porém, a a DTPa e a DTP apresenta uma eficiência similar. Aplicação: - As vacinas combinadas difteria, tétano e coqueluche (tríplice bacteriana) devem ser administradas no calendário da criança no esquema de cinco doses, aos 2, 4 e 6 meses (pela vacina pentavalente) com reforços aos 15 meses e 4-6 anos de idade (DTP pura). Informações gerais: - As reações locais ou sistêmicas são comuns com a vacina DTP (células inteiras). - As reações adversas são comuns a vacina DTP (células inteiras), sendo elas: edema temporário, aumento da sensibilidade e eritema (vermelhidão) no local da injeção em conjunto com febre ocorrem em uma grande proporção de casos. - O componente pertussis da vacina está associado a maior reatogenicidade, especialmente febre alta, irritabilidade, sonolência e eventos adversos locais dentro de 24 horas da administração da vacina. - Eventos graves como a síndrome hipotônica hiporresponsiva (EHH), convulsão febril e choro persistente têm sido relatados a uma taxa de 1 por 12.500 doses administradas. - As vacinas Coqueluche acelulares têm risco reduzido de eventos adversos e eficácia semelhante às de células inteiras e, por isso, sempre que possível, devem ser preferíveis. - Os casos de reações adversas graves devem ser notificados, mas a criança pode continuar com seu esquema de vacinação normal, com a vacinação DTPa (acelular). - Em casos de encefalopatia, está contraindicada qualquer dose subsequente da vacina tríplice bacteriana, seja com a vacina de células inteiras ou acelular. Nessas situações, completa-se o esquema vacinal com a vacina dupla infantil (DT). Contra-indicação: - A vacina triplice bacteriana não deve ser administrada quando a criança apresentar quadro neurológico em atividade ou quando, após dose anterior de vacina com estes componentes, a criança registrar qualquer das seguintes manifestações: convulsões até 72 horas após a administração da vacina; colapso circulatório, com estado de choque ou com episódio hipotônico-hiporresponsivo (EHH), até 48 horas após a administração da vacina; encefalopatia nos primeiros sete dias após a administração da vacina; e usuários a partir de 7 anos de idade. dT/dTpa (dupla adulto) Composição: - A vacina dT é uma associação dos toxoides diftérico e tetânico, tendo o hidróxido ou o fosfato de alumínio como adjuvante e o timerosal como conservante. A vacina “DT” é a representação da vacina do tipo infantil enquanto a “dT” é a representação do tipo adulto, a diferença consiste na quantidade de toxoide diftérico, o qual é cerca de 10 vezes maior no tipo das crianças do que as do tipo adulto; porém, a quantida do toxoide tetânico é igual nas duas vacinas (criança e adulto). As vacinas do tipo adulto possuem cerca de um terço da quantidade de antígenos da B. Pertussis, para evitar eventos adversos. Indicação: - A vacina dupla adulto é indicada para prevenir contra o tétano e a difteria. A vacinação de mulheres em idade fértil- MIF (dos 10 aos 49 anos), gestantes e não gestantes é feita também para a prevenção contra o tétano neonatal. Aplicação: - Os adolescentes com esquema primário de DTP ou DTPa completo devem receber um reforço com dT ou dTpa, preferencialmente com a formulação tríplice acelular, aos 14 anos de idade. Alguns calendários preconizam este reforço aos 10 anos. - Adolescentes e adultos com o esquema primário para tétano incompleto, deverá completá-lo com uma ou duas doses da vacina contendo o componente tetânico, sendo uma delas preferencialmente com a vacina tríplice acelular. - As crianças com 7 anos ou mais, nunca imunizadas, ou com histórico vacinal desconhecido, devem receber três doses da vacina contendo o componente tetânico, sendo uma delas preferencialmente com a vacina tríplice acelular com intervalo de 2 meses entre elas (0-dia da aplicação, 2 meses-dois meses depois da primeira aplicação e 4 meses- quatro meses depois da primeira aplicação, devem apresentar um intervalo mínimo de 4 semanas). - As gestantes devem receber, a cada gravidez, uma dose da vacina dTpa a partir da vigésima semana de gestação, com o objetivo de transferir anticorpos protetores contra a coqueluche para o recém-nascido via placenta. Aquelas que perderam a oportunidade de serem vacinadas durante a gestação, deverão receber uma dose de dTpa no puerpério (pós-parto), o mais precocemente possível para poder transferir os anticorpos para o recém-nascido pela amamentação. HIB (Haemophilus influenzae tipo b) Composição: - A vacina Haemophilus influenzae tipo b (Hib) é composta por um Polirribosilfosfato (PRP) (polissacáride capsular) purificado do Hib, conjugado a uma proteína. Existem 4 tipos de vacina de acordo com a proteína conjugada: PRP-OMP (proteína meningocócica da membrana externa), PRP-CRM (proteína diftérica mutante), PRP-T (proteína tetânica) e PRP-D (toxoide diftérico). - A vacina pentavalente do PNI (Programa Nacional de Imunização)I é uma vacina combinada contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenza tipo B (conjugada).Logo, a vacina Hib, em geral, é combinada à vacina tríplice bacteriana na formulação pentavalente. Indicação: - O Hib (Haemophilus influenza tipo B ) era o principal agente etiológico das meningites bacterianas na era pré-vacinal. Após a introdução da vacinação no calendário infantil, hoje são raros os casos de doença invasiva por este agente. A vacina conjugada foi capaz de prevenir a doença entre os vacinados e, ao eliminar o estado de portador assintomático da bactéria em nasofaringe, foi capaz de reduzir a circulação do agente na comunidade em países que implantaram programas com altas coberturas vacinais. Aplicação: - A vacina é administrada no esquema de três doses aos 2, 4 e 6 meses de idade pela vacina pentavalente. A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a aplicação de uma dose de reforços 15 meses de vida, especialmente se, no esquema primário, forem utilizadas em combinação com vacinas tríplices bacterianas acelulares- pertussis acelular (DTPa/Hib/IPV, DTPa/Hib, DTPa/Hib/IPV,HB,etc.), disponíveis em clínicas privadas; essa quarta dose contribui para diminuir o risco de ressurgimento das doenças invasivas causadas pelo Hib em longo prazo. - Quando utilizada pelo menos uma dose de vacina combinada com componente pertussis acelular (DTPa/Hib/IPV, DTPa/Hib, DTPa/ Hib/IPV,HB, etc.), disponíveis em clínicas privadas e nos CRIE, uma quarta dose da Hib (vacina pura) deve ser aplicada aos 15 meses de vida. Informações gerais: - A vacina HIB é uma vacina ectremamentesegura. Contra-indicação: - Doenças febris agudas. - Hipersensibilidade aos componentes vacinais. VIP/VOP Composição: - A vacina injetável de poliomielite é uma vacina trivalente, a qual contém os vírus da poliomielite dos tipos 1, 2 e 3, obtidos em cultura celular e inativados por formaldeído. - A vacina oral da poliomielite é bivalente, ou seja, contém dois tipos de poliovírus 1 e 3. E Tem como adjuvante o cloreto de magnésio e como conservantes a estreptomicina e a eritromicina. - Existem duas diferentes vacinas contra a poliomielite licenciadas no Brasil. Vacina de vírus vivo, oral (VOP), bivalente, contendo os poliovírus tipo 1 e 3 e a vacina inativada, injetável (VIP), trivalente, contendo os tipos 1, 2 e 3. - A vacina injetável de poliovírus inativos (VIP) e a vacina oral de poliovírus vivos atenuados (VOP) apresentam em sua composição poliovírus tipo 1, 2 e 3, sendo a VOP os tipos 1 e 3 e a VIP 1, 2 e 3. Indicação: - A vacina VIP é indicada para prevenir contra a poliomielite causada por vírus dos tipos 1, 2 e 3. O Programa Nacional de Imunização recomenda a vacinação de crianças a partir de 2 meses até menores de 5 anos de idade, como doses do esquema básico. - A vacina VOP é indicada para prevenir contra a poliomielite causada por vírus dos tipos 1 e 3. O Programa Nacioanal de Imunização recomenda a vacinação de crianças de 6 meses até menores de 5 anos de idade como dose do esquema básico ou reforço Aplicação: - O esquema vacinal no Brasil recomenda a aplicação da vacina contra a poliomielite em cinco doses, administradas 2, 4 e 6 meses (esquema primário), com reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade. - As três primeiras doses, aos 2, 4 e 6 meses, devem ser feitas obrigatoriamente com a VIP, seguidas de duas doses de VOP (15 meses e 4 anos de idade). - A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda aos países que substituam, na medida do possível, a VOP pela VIP; pois, a vacina oral da Poliomielite atenuada apresenta um potencial de reversão da sua virulência causando surtos de pólio. Portanto, a recomendação para as doses de reforço é que sejam feitas preferencialmente também com a vacina inativada VIP. - Nesta fase de transição da vacina pólio oral atenuada (VOP) para a vacina pólio inativada (VIP) é aceitável o esquema atual recomendado pelo PNI que oferece três doses iniciais de VIP (2, 4 e 6 meses de idade) seguidas de duas doses de VOP (15 meses e 4 anos de idade). - Desde 2016, a vacina VOP é bivalente, contendo os tipos 1 e 3 do poliovírus, podendo ser utilizada nas doses de reforço ou nas campanhas nacionais de vacinação. Informações gerais: - A vacina oral da poliomielite (VOP) está contraindicada para crianças imunocomprometidas e para seus contatos domiciliares. Nestas circunstâncias, deve-se utilizar a VIP. - As vacinas contra a poliomielite tratam-se de vacinas seguras, com raros eventos adversos associados. Contra-indicação: - A vacina injetável e inativa contra a poliomielite (VIP) é contraindicada em casos de reação alérgica grave prévia aos produtos contidos na vacina. - A vacina oral e atenuada contra a poliomielite (VOP) não deve ser administrada em pacientes imunodeprimidos e seus comunicantes e em indivíduos que desenvolveram pólio vacinal associados a doses anteriores da vacina. Os vírus da VOP podem sofrer mutações a nível intestinal, podendo provocar poliomielite paralítica pelo vírus da vacina (VAPP). Além disso, caso os vírus mutantes não sejam eliminados do intestino, eles continuam circulando na comunidade e aumentam seu grau de virulência. Caso as coberturas vacinais não sejam adequadas e elevadas, os vírus podem causar poliomielite em surtos na população - poliovírus circulante derivado da vacina – cVDPV. Pneumocócica conjugada Composição: - A vacina pneumococo conjugada 10-valente contém os sorotipos 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F; além disso, ela faz parte do calendário do Programa Nacional de Imunização. - A vacina pneumococo conjugada 13-valente contém os mesmo sorotipos da vacina pneumocócica conjugada 10-valente com três sorotipos adicionais, 3, 6A e 19A; porém, ela está disponível somente na rede privada. - As vacinas pneumocócicas conjugadas são preparadas a partir de polissacarídeos capsulares bacterianos purificados do Streptococcus pneumoniae (pneumococo), com 10 sorotipos de pneumococo (1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F) ou 13 sorotipos de pneumococo (1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F, 23F, 3, 6A e 19A). Indicação: - As vacinas pneumocócicas são indicadas para a prevenção das infecções pneumocócicas causadas pelos sorotipos incluídos nas vacinas em lactentes, crianças e adolescentes. Elas têm potencial de prevenir doenças invasivas (DPI) como: meningite, bacteriemia e outras, além de doenças pneumocócicas não invasivas como pneumonias não bacteriêmicas e otite média (OM) causadas pelo Streptococcus pneumoniae. - A vacina pneumocócica conjugada 10-valente é indicada para prevenir contra infecções invasivas (sepse, meningite, pneumonia e bacteremia) e otite média aguda (OMA) causadas pelos 10 sorotipos de Streptococus pneumonia, contidos na vacina, em crianças menores de 2 anos de idade. - Prevenção de formas graves de doenças penumocócicas pelos pneumococos. Aplicação: - A vacina pneumocócica conjugada é indicada para crianças saudáveis, as quais devem receber vacinas conjugadas no primeiro ano de vida, a partir de 2 meses de idade, até 5 anos de idade. - A sociedade Brasileira de Pediatria comenda, sempre que possível, o uso da vacina pneumocócica conjugada 13-valente, pelo seu maior espectro de proteção, no esquema de três doses no primeiro ano de vida (2, 4, e 6 meses) e uma dose de reforço entre 12 e 15 meses. - As crianças saudáveis com esquema completo com a vacina pneumocócica conjugada 10-valente podem receber dose(s) adicional(is) da vacina pneumocócica conjugada 13-valente , até os 5 anos de idade, com o intuito de ampliar a proteção para os sorotipos adicionais, respeitando-se a recomendação de bula para cada idade. - Nos CRIE (Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais), as crianças e adolescentes com risco aumentado para doença pneumocócica invasiva devem receber também, acima de 2 anos de idade, a vacina pneumocócica conjugada 23-valente, com intervalo mínimo de 2 meses entre a última dose de vacina pneumocócica conjugada recebida; e acima de 5 anos com imunossupressão grave e que apresentem as seguintes condições clínicas: transplantados de órgãos sólidos, transplantados de células-tronco hematopoiéticas, indivíduos vivendo com HIV/Aids e pacientes oncológicos recebem a vacina pneumocócica conjugada 13-valente, sendo importante complementar a proteção com a vacina pneumocócica conjugada 23-valente. Informações gerais: - As vacinas pneumocócicas são consideradas muito seguras. A maioria dos eventos reportados são locais: dor, inchaço ou vermelhidão. Os eventos sistêmicos mais associados são: febre, irritabilidade, perda de apetite e choro intenso. Usualmente, os eventos adversos são autolimitados em até 3 a 5 dias. - As vacinas pneumocócicas são prioritárias até 5 anos de idade, especialmente nos lactentes até 24 meses de idade, considerado um dos períodos de maior vulnerabilidade para a infecção e desenvolvimento de suas manifestações clínicas. As crianças apresentam altas taxas de portador de pneumococo na comunidade; em geral estima-se uma taxa de 40-60% com pico aos 2 anos e declínio com o aumento da idade. Dessa maneira, o uso de vacinas conjugadas na infância reduz as taxas de colonização e promove efeito indireto em outras faixas etárias não vacinadas. Contra-indicação: - A vacina pneumocócica conjugada é contra-indicada em pacientes que tiveram reações anafiláticas com doses anteriores. Meningocócica conjugada C/ACWY Composição: - A vacina meningocócica conjugada C é constituída por polissacarídeos capsulares purificados da Neisseria meningitidis do sorogrupo C, e tem como adjuvante o hidróxido de alumínio. - A vacina conjugada ACWY é compostapor polissacarídeos dos sorotipos A, C, W, Y W e Y conjugados com a toxina mutante diftérica (MCC-CRM197) ou com o toxoide tetânico (MCC-TT). Indicação: - As vacinas meningocócicas previnem a doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis dos sorogrupos ao qual estão contempladas em sua formulação em crianças, adolescentes e adultos. - As vacinas conjugadas (C e ACWY) possuem a capacidade de induzir a produção de níveis elevados de anticorpos, inclusive em lactentes jovens, com maior avidez e maior atividade bacteriana sérica. Induzem ainda a formação de populações de linfócitos B de memória, de duração prolongada, proporcionando uma resposta anamnéstica (efeito booster) na reexposição. Além disso, essas vacinas têm a capacidade de reduzir a colonização em nasofaringe, diminuindo o número de portadores entre os vacinados e a transmissão da doença na população (proteção indireta). - A vacina meningocócica conjugada C está indicada para a prevenção da doença sistêmica causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C em crianças menores de 2 anos. Aplicação: - A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda o uso rotineiro das vacinas meningocócicas conjugadas para lactentes maiores de 2 meses de idade, crianças e adolescentes. Sempre que possível, utilizar preferencialmente a vacina Meningocócica ACWY pelo maior espectro de proteção, inclusive para os reforços de crianças previamente vacinadas com Meningocócica C. - O Programa Nacional de Imunização fornece a vacina meningocócica conjugada C aos 3 e 5 meses com um reforço aos 12 meses, além de uma dose adicional da vacina para adolescentes entre 11 a 14 anos, portanto, crianças com esquema vacinal completo do serviço público podem se beneficiar com dose(s) adicional(is) da vacina meningocócica ACWY do serviço privado, a qualquer momento, respeitando-se um intervalo mínimo de 1 mês entre as doses. Para adolescentes entre 11 e 12 anos, o Programa Nacional de Imunização disponibiliza a vacina MenACWY. - A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda vacinas meningocócicas ACWY aos 3 meses, 5 meses (duas doses) como esquema primário com primeiro reforço aos 12 meses e segundo reforço entre 4 e 6 anos. Para adolescentes recomenda realizar a vacinação entre 10 e 15 anos e reforço após 5 anos. Entre 16 e 18 anos administrar somente uma dose da vacina. Existem diferenças de posologias das vacinas quadrivalentes ACWY a depender do laboratório produtor. - Crianças com deficiência imunológica transitória (proveniente da mãe) ou permanente devem receber a vacina meningocócica conjugada à partir do sétimo mês. Vacina meningocócica C: - Duas doses, aos 3 e 5 meses de idade e reforço entre 12-15 meses. - Quando a vacinação é iniciada após 1 ano de idade é aplicada uma única dose. Vacina meningocócica ACWY-CRM: - Três doses aos 3, 5 e 7 meses de idade e reforço entre 12-15 meses. - Quando a vacinação é iniciada entre 7 e 23 meses de idade deve-se aplicar 2 doses, sendo que a segunda dose deve ser obrigatoriamente aplicada após a idade de 1 ano (mínimo 2 meses de intervalo). - Quando a vacinação é iniciada após os 24 meses de idade deve-se aplicar uma dose único Vacina meningocócica ACWY-TT: - Duas doses, aos 3 e 5 meses de idade e reforço entre 12-15 meses. . - Quando a vacinação é iniciada após 1 ano de idade é aplicada uma única dose. Vacina meningocócica ACWY-D: - Licenciada a partir de 9 meses de idade no esquema de duas doses entre 9 e 23 meses com 3 meses de intervalo entre elas; - Quando a vacinação é iniciada acima de dois anos deve-se aplicar uma única dose. - A recomendação de doses de reforço 5 anos após (entre 5 e 6 anos de idade para os vacinados no primeiro ano de vida) e na adolescência (a partir dos 11 anos de idade) é baseada na rápida diminuição dos títulos de anticorpos associados à proteção, evidenciada com todas as vacinas meningocócicas conjugadas. Informações gerais: - Os eventos adversos locais mais comumente relatados são dor, edema e hiperemia. Já os sintomas sistêmicos comumente relatados são cefaleia, sonolência, febre, irritabilidade, inapetência, fadiga e sintomas gastrointestinais (náusea, vômito, diarreia, dor abdominal). As reações são autolimitadas com tendência a desaparecer em até 72 horas. - As vacinas meningocócicas são prioritárias para crianças, especialmente em lactentes até 12 meses de idade, considerado um dos períodos de maior vulnerabilidade para a infecção. Os adolescentes também são outro grupo de risco aumentado e são os principais portadores da bactéria em nasofaringe. Pessoas portadoras de alguma condição que aumente a suscetibilidade às bactérias são outro grupo importante para a prevenção. Contra-indicação: - As vacinas meningocócicas conjugadas são contra-indicadas em pacientes que tiveram reações anafiláticas com doses anteriores. Meningocócica B recombinante Composicão: - A vacina meningocócica B recombinante É formada pelas proteínas recombinantes NHBA, NadA, fHbp e vesículas de membrana externa (OMB) de Neisseria meningitidis grupo B. Indicação: - As vacinas meningocócicas previnem a doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis dos sorogrupos ao qual estão contempladas em sua formulação em crianças, adolescentes e adultos. - Recomenda-se o uso da vacina meningocócica B recombinante para lactentes a partir de 2 meses de idade,crianças e adolescentes. Aplicação: - A vacina meningocócica B recombinante não está disponível no Programa Nacional de Imunização; porém, é recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria no esquema de duas doses aos 3 e 5 meses com reforço aos 12 meses (são recomendadas duas doses com intervalo mínimo de 2 meses entre elas, além de uma dose de reforço no segundo ano de vida ou após 1 ano). - As crianças de 12 a 23 meses devem receber duas doses com intervalo de dois meses entre elas com uma dose de reforço entre 12 e 23 meses após esquema primário. - As crianças a partir de 24 meses e adolescentes não vacinados devem receber duas doses com intervalo entre 1 e 2 meses. Para os lactentes que iniciam a vacinação entre 2 e 5 meses de idade, são recomendadas três doses, com a primeira dose a partir dos 2 meses e com pelo menos 2 meses de intervalo entre elas, além de uma dose de reforço entre 12 e 23 meses de idade. Para aqueles que iniciam a vacinação entre 6 e 11 meses, duas doses da vacina são recomendadas, com dois meses de intervalo, e uma dose de reforço no segundo ano de vida. Para crianças que iniciam a vacinação entre 1 e 10 anos de idade, são indicadas duas doses com 2 meses de intervalo entre elas. Informações gerais: - A vacina proteica contra o meningococo B apresenta excelentes resultados de efetividade após sua implantação em programas de imunização em massa. A Itália apresentou uma efetividade da vacina meningocócica B de 93,6% (IC de 95%: 55,4; 99,1) após 4 anos usando um esquema 3+1 na Toscana, e de 91% (IC de 95%: 59,9; 97,9) após 3 anos usando um esquema 2+1 no Vêneto. - Não se conhece, até o momento, a duração da proteção conferida pela vacina meningocócica B recombinante e a eventual necessidade de doses adicionais de reforço. Contra-indicação: - A vacina meningocócica B recombiante é contra-indicada em pacientes que tiveram reações anafiláticas com doses anteriores. Rotavírus Composição: - A vacinas contra o rotavírus são vacinas de uso oral, compostas por vírus vivos atenuados - Existem duas vacinas licenciadas contra o rotavírus: a monovalente que é composta pela cepa humana atenuada (RIX4414) do sorotipo G1P1A [8] do rotavírus, disponível na rede pública de saúde, que apresenta alguns epítopos compartilhados comuns a outras cepas, conferindo proteção cruzada contra outras sorotipos; e a pentavalente, humano-bovina VR5 (G1, G2, G3, G4 e P1A[8]), disponível somente na rede privada. - A vacina monovalente é constituída por um sorotipo do rotavírus humano atenuado da cepa (RIX4414), e apresenta como excipientes a sacarose e o adipato dissódico. Indicação: - As vacinas do rotavírus protegem contradiarreia causada pelo rotavírus, principalmente suas formas graves; com eficácia para gastroenterite grave, de 68,5 a 90% com a VR1 e 74 a 98% com a VR5. - É indicada para a prevenção de gastroenterites causadas por rotavírus dos sorotipos G1 em crianças menores de 1 ano de idade. Embora seja monovalente, a vacina oferece proteção cruzada contra outros sorotipos de rotavírus que não sejam G1 (G2, G3, G4, G9). Aplicação: - A vacina monovalente, incluída no Programa Nacional de Imunização, é administrada em duas doses, aos 2 e 4 meses de idade. O limite de idade para administrar a primeira dose é 3 meses e 15 dias (limites de 1 mês e 15 dias até, no máximo, 3 meses e 15 dias), e para a segunda, de 7 meses e 29 dias(limites de 3 meses e 15 dias até no máximo 7 meses e 29 dias). - A vacina rotavírus pentavalente, disponível na rede privada, é administrada em três doses aos 2, 4 e 6 meses de idade. A idade máxima para iniciar a vacinação é de 3 meses e 15 dias, e a terceira dose deve ser aplicada no máximo até 7 meses e 29 dias. O intervalo entre as doses deve ser de 2 meses, podendo ser de, no mínimo, quatro semanas. Iniciada a vacinação, recomenda-se completar o esquema com a vacina do mesmo laboratório produtor. Informações gerais: - A primeira vacina contra o rotavírus proporcionou problemas de envaginações intestinais em lactentes, hoje em dia, as vacinas contra o rotavírus não apresenta envaginações intestinais como efeitos adversos. - Em caso de vômitos ou regurgitação, não é recomendado repetir a vacina. - Podem ocorrer irritabilidade, febre, fadiga, choro, perda de apetite, diarreia e vômitos e raramente sangramento intestinal. Nas pesquisas clínicas realizadas, não há relato de aumento de casos de intussuscepção com o uso das vacinas. - Caso a vacina administrada em uma das doses tenha sido a pentavalente, ou o produto utilizado para qualquer dose seja desconhecido, um total de três doses deve ser administrado. Contra-indicação: - Imunodeficiências congênitas e adquiridas (as crianças expostas ao HIV no período perinatal e as infectadas que não têm sintomas e sinais de imunodepressão devem receber a vacina). - Alergia a algum componente da vacina - Doença gastrointestinal crônica. - Malformação congênita do trato digestivo ou história prévia de invaginação intestinal. - Em casos de doença febril aguda e em caso de vômitos e/ ou diarreia grave, a vacinação deve ser adiada. Influenza Composição: - A vacina influenza é composta por vírus inativados e fragmentados. - As vacinas contra o influenza são vacinas subunitárias, compostas por fragmentos de vírus inativados; como os subtipos virais circulantes mudam, a vacina é atualizada a cada ano conforme orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde). - A vacina influenza é composta por diferentes cepas do vírus Myxovirus influenzae inativados, fragmentados e purificados, cultivados em ovos embrionados de galinha, contendo, ainda, traços de neomicina ou polimixina, gentamicina e o timerosal como conservantes. A composição e a concentração de antígenos de hemaglutinina (HA) são definidas a cada ano em função dos dados epidemiológicos, que apontam o tipo e a cepa do vírus influenza que está circulando de forma predominante nos hemisférios Norte e Sul. - No Brasil, dispomos de vacinas trivalentes, com um subtipo A/H1N1, um A/H3N2 e um B (linhagem Yamagata ou Victoria) e vacinas tetravalentes, que contemplam, além desses três subtipos, uma segunda linhagem B, ampliando a possibilidade de proteção. Indicação: - A vacinação contra a gripe é o método mais efetivo de prevenir a infecção e suas complicações potencialmente graves. A eficácia e a efetividade da vacina dependem principalmente da idade e da imunocompetência dos vacinados e do grau de similaridade entre os vírus vacinais e os circulantes. - É indicada para proteger contra o vírus da influenza e contra as complicações da doença, principalmente as pneumonias bacterianas secundárias. - Está indicada para todas as crianças e adolescentes a partir dos 6 meses de idade. Aplicação: - Em menores de 9 anos de idade, no primeiro ano de vacinação, devem ser administradas duas doses com 30 dias de intervalo. Nos anos posteriores, dose única anual (a influenza é uma doença sazonal), aplicada por via intramuscular; além disso, a vacina deve ser aplicada idealmente antes do período de maior circulação do vírus. - A dose para aqueles com idade entre 6 a 35 meses pode variar conforme o fabricante, e a partir de 3 anos é de 0,5 mL. - Sempre que possível utilizar preferencialmente vacinas quadrivalentes, pelo maior espectro de proteção. Informações gerais: - A vacina trivalente é a utilizada pelo Programa Nacional de Imunozação e disponibilizada nos postos de saúde durante a campanha anual da gripe para crianças entre 6 meses e 6 anos incompletos, gestantes, puérperas, pessoas com comorbidades, profissionais da saúde, indígenas, professores, pessoas privadas de liberdade ou que trabalhem nessas instituições, pessoas que trabalham nas forças de segurança e salvamento e pessoas com 60 anos ou mais. - A Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Imunologia recomendam o uso da vacina de forma universal, a partir dos 6 meses de idade, sempre que possível com a formulação quadrivalente. - Os eventos adversos mais comuns são: dor local, febre, mialgias, cefaleia, sonolência e sensação de cansaço, que podem ocorrer nas primeiras 48 horas. - Reações alérgicas imediatas (urticária, angioedema, asma alérgica, anafilaxia) são extremamente raras. Contra-indicação: - A vacina influenza é contra-indicada em pacientes que tiveram reações anafiláticas com doses anteriores. - A vacina influenza é contra-indicada em pacientes que tiveram reações anafiláticas a proteínas do ovo. Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela Composição: - A vacina tríplice viral é composta pela combinação de vírus vivos e atenuados de sarampo, caxumba é rubéola. - A tríplice viral é composta por vírus vivos (atenuados) das cepas Wistar RA 27/3 do vírus da rubéola, Schwarz do sarampo e RIT 4385, derivada de Jeryl Lynn, da caxumba. Tem como excipientes albumina humana, lactose, sorbitol, manitol, sulfato de neomicina e aminoácidos - A vacina treta viral é composta pela combinação de vírus vivos e atenuados de sarampo, caxumba, rubéola e varicela. - A treta viral é composta por vírus vivos (atenuados) das cepas Schwarz do sarampo, RIT 4385 (derivada de Jeryl Lynn, da caxumba), RA 27/3 (do vírus da rubéola) e OKA (da varicela). - A vacina varicela é de vírus vivo atenuado, proveniente da cepa Oka. Cada dose da vacina deve conter, no mínimo, 1.350 unidades formadoras de placas (UFP) do vírus contra varicela zoster (VVZ) atenuada. Pode conter gelatina e traços de neomicina, kanamicina e eritromicina. Indicação: - A vacina tríplice viral protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola; e é indicada para vacinação de usuários a partir de 12 meses de idade. - A vacina tetra viral protege contra o sarampo, a caxumba, a rubéola e a varicela; e é indicada para a vacinação de crianças com 15 meses de idade que já tenham recebido a primeira dose da vacina tríplice viral. Aplicação: - Aos 12 meses de idade, a criança deve receber, na mesma visita, as primeiras doses das vacinas tríplice viral (SCR) e varicela (V), em administrações separadas, ou a vacina tetraviral (SCRV). - Aos 15 meses de idade, a criança deve receber a segunda dose, preferencialmente com a vacina SCRV (tetra viral), com intervalo mínimo de três meses da última dose de varicela e SCR (tríplice viral) ou SCRV (tetra viral). - O Programa Nacional de Imunização recomenda a vacinação de rotina na infância com duas doses, sendo a primeira aos 12 meses com a tríplice viral e a segunda aos 15 meses de idade com a tetra viral. - Em situações de risco (surtos ou exposição domiciliar ao sarampo, varicela, rubéola e caxumba), é possível vacinar crianças imunocompetentes de 6 a 12 meses com a vacina SCR-tríplice viral (dose extra para contençãoepidemiológica). - Em casos de surtos ou contato íntimo com caso de varicela, a vacina varicela pode ser utilizada a partir de 9 meses de vida. Nesses casos, doses aplicadas antes dos 12 meses de idade, não são consideradas válidas, e a aplicação de mais duas doses após a idade de um ano é necessária. - O Programa Nacional de Imunização introduziu a segunda dose da vacina varicela aos 4 anos de idade em 2018; logo, a vacina da varicela é aplicada em duas doses: aos 15 meses na formulação tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela) e aos 4 anos de idade, na apresentação monovalente. - A vacina varicela pode ser indicada na profilaxia pós-exposição dentro de cinco dias após o contato, preferencialmente nas primeiras 72 horas. - Para crianças, adolescentes e adultos até 29 anos, suscetíveis, são recomendadas duas doses da vacina tríplice viral, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas; dos 30 aos 59 anos em dose única. Pessoas com mais de 60 anos não necessitam ser vacinadas pois são consideradas imunes pela alta possibilidade de ter tido a doença no passado. Profissionais da saúde devem receber duas doses, independentemente da idade.9 A Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Brasileira de Imunologia recomendam a vacina tetra viral (ou separadamente tríplice viral e varicela) em duas doses aos 12 e 15 meses de idade. Informações gerais: - A vacina SCRV (tetra viral) se mostrou associada a uma maior frequência de febre em lactentes que recebem a primeira dose com esta vacina quando comparada às vacinas varicela e tríplice viral em injeções separadas. - Os eventos adversos, em geral, são leves e transitórios. Dor no local da injeção pode ocorrer por 2 a 3 dias. Eventos sistêmicos, quando ocorrem, são mais tardios, 5 a 12 dias após a vacinação, com febre (5-15%) acima de 39°C por 1 a 2 dias e exantema transitório (2%). Podem causar convulsões febris e trombocitopenia transitória, que é rara. Sintomas característicos de rubéola, sarampo, caxumba ou varicela (vacina tetra) podem ser observados. Os eventos adversos são menos comuns após a segunda dose da vacina. Contra-indicação: - As vacinas tríplice viral e tetra viral são contraindicadas para gestantes, pessoas com anafilaxia a dose prévia da vacina e que tenham reações alérgicas graves à gelatina, neomicina e indivíduos imunocomprometidos (por leucemia ou linfoma). As reações alérgicas ao ingerir ovo de galinha não são contraindicação para o uso da vacina. - Corticoterapia em altas doses ou outras drogas utilizadas na terapêutica de neoplasias. - Imunodeficiência celular congênita ou adquirida (exceto crianças infectadas pelo HIV assintomáticas e com percentual de linfócitos T CD4+ > 15%) - A vacina monovalente da varicela está contraindicada para gestantes, pessoas com anafilaxia à dose prévia da vacina e indivíduos imunocomprometidos. Hepatite A Composição: - A vacina da hepatite A contém antígeno do vírus da hepatite A, e tem como adjuvante o hidróxido de alumínio e não contém antibióticos. Na dependência da apresentação, pode ter o fenoxietanol como conservante. - As diferentes vacinas contra hepatite A licenciadas no país são inativadas, de vírus inteiros purificados. Indicação: - A hepatite A é uma doença habitualmente benigna, podendo raramente evoluir para a forma grave (aguda e fulminante), levando à hospitalização e ao óbito em 2 a 7% dos casos. As crianças menores de 13 anos eram responsáveis, na era pré-vacinal, por 68,7% dos casos confirmados e constituíam o grupo etário com as maiores taxas de incidência da doença. A prevenção por meio da vacinação continua a ser a arma mais importante para seu controle, pois não existem medicamentos antivirais específicos contra a doença. - A vacina da hepatite A é indicada para a prevenção da infecção causada pelo vírus da hepatite A. E o Programa Nacional de Imunização recomenda a vacinação de crianças de 12 meses até menores de 2 anos de idade. Aplicação: - O programa Nacional de Imunização disponibiliza uma dose única da vacina contra a hepatite A aos 15 meses de idade pela alta imunogenicidade após a primeira dose. Já a rede privada promove a administração em duas doses, a partir dos 12 meses de idade, com intervalo de 6 meses entre elas. - Os adolescentes podem receber duas doses da vacina Hepatite A com intervalo de 6 meses ou vacina combinada Hepatite A+B, no esquema de duas doses (0 e 6 meses) até 15 anos de idade ou de três doses (0, 1 e 6 meses) para os maiores de 16 anos. A vacina combinada Hepatite A+B pode ser utilizada na primo vacinação de crianças de 1 a 15 anos de idade, em 2 doses com intervalo de seis meses. Acima de 16 anos o esquema deve ser com três doses (0, 1 e 6 meses). Em circunstâncias excepcionais, em que não exista tempo suficiente para completar o esquema de vacinação padrão de 0, 1 e 6 meses, pode ser utilizado um esquema de três doses aos 0, 7 e 21 dias (esquema acelerado). Nestes casos uma quarta dose deverá ser feita, 12 meses após a primeira, para garantir a indução de imunidade em longo prazo. Informações gerais: - A vacina contra a hepatite A pode ser aplicada simultaneamente com qualquer outra vacina do calendário infantil. ela é extremamente segura, e deve ser administrada por via intramuscular, sendo raros os eventos adversos. Contra-indicação: - Hipersensibilidade aos componentes da vacina. Febre amarela Composição: - A vacina Febre Amarela é composta de vírus vivos atenuados, derivados das cepas 17-D ou 17-DD, cultivados em embrião de galinha. E tem como excipientes a sacarose, o glutamato de sódio, o sorbitol, a eritromicina e a canamicina. Indicação: - Deve ser aplicada por via subcutânea e está indicada para a prevenção da febre amarela, doença causada por um arbovírus da família Flaviviridae, do gênero Flavivírus. - Atualmente, a vacinação contra a febre amarela está indicada para toda população brasileira e também para residentes ou viajantes para as áreas com recomendação da vacina e países com risco para a doença (pelo menos 10 dias antes da - data da viagem), a partir dos 9 meses - de idade, conforme Calendário Nacional de Vacinação. - A vacina da febre amarela é indicada, também, para pessoas que se deslocam para países que exigem a comprovação de vacinação. - A vacina também é indicada para profissionais que trabalham manipulando o vírus da febre amarela. Aplicação: - No Brasil, são indicadas duas doses da vacina para crianças menores de 5 anos de idade, aos 9 meses e 4 anos. Acima de 5 anos o esquema preconizado é de dose única no Programa Nacional de Imunização. Entretanto, a aplicação de uma segunda dose para crianças e adolescentes que iniciaram o esquema acima de 5 anos de idade é desejável, com o intuito de prevenir eventuais falhas vacinais. - Para viagens internacionais prevalecem as recomendações da OMS com comprovação de apenas uma dose. - Deve ser evitada a aplicação da vacina febre amarela no mesmo dia que a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) em crianças menores de dois anos, devido à possível interferência na resposta imune (a resposta da tríplice viral é ineficiente gerando falha vacinal) , sendo ideal guardar um intervalo de 30 dias entre a aplicação das duas vacinas. Informações gerais: - As lactantes de bebês menores de 6 meses de idade, quando vacinadas, devem ser orientadas para a suspensão do aleitamento materno por 10 dias após a vacinação. - A vacina é altamente eficaz na proteção contra a doença, com imunogenicidade de 90 a 98%. Os anticorpos protetores aparecem entre o 7º e o 10º dia após a aplicação da vacina, razão pela qual a vacinação deve ocorrer ao menos 10 dias antes do indivíduo ingressar em área de risco da doença. - A vacina Febre Amarela é, em geral, bem tolerada e raramente associada a eventos adversos graves. Os sintomas gerais relatados do 3º ao 10º dia são leves e desaparecem espontaneamente. Estes incluem: cefaleia, mialgia e febre. Manifestações locais como dor na área de aplicação ocorrem em 4% dos adultos vacinados e um poucomenos em crianças pequenas. A dor dura 1 ou 2 dias, na forma leve ou moderada. - Apesar de muito raros, podem acontecer eventos graves: reações alérgicas, doença neurológica (encefalite, meningite, doenças autoimunes com envolvimento do sistema nervoso central e periférico) e doença em órgãos (infecção pelo vírus vacinal, causando danos semelhantes aos da doença). Contra-indicação: - Crianças menores de 6 meses de idade. - Imunodeficiência congênita ou secundária por doença (neoplasias, Aids e infecção pelo HIV com comprometimento da imunidade) ou por tratamento (drogas imunossupressoras, radioterapia, pacientes submetidos a transplante de órgãos, etc.). - Pacientes que tenham apresentado doença neurológica desmielinizante no período de 6 semanas após a aplicação de dose anterior da vacina. - Gestantes, salvo em situações de alto risco de infecção, que devem ser avaliadas pelo médico. - Mulheres amamentando bebês com até 6 meses. Se a vacinação não puder ser evitada, suspender o aleitamento materno por 10 dias. - Pessoas com história de reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina bovina ou outras). - Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica). HPV Composição: - A vacina HPV utilizada no Brasil é a quadrivalente (HPV4), contendo partículas semelhantes ao vírus (VLP) inativadas dos HPV 6, 11, 16 e 18. - A vacina quadrivalente recombinante é inativada, constituída por proteínas L1 do HPV tipos 6, 11, 16 e 18. Contém como excipientes o adjuvante sulfato de hidroxifosfato de alumínio amorfo, cloreto de sódio, L-histidina, polissorbato 80, borato de sódio e água para injetáveis. Indicação: - A vacina do papiloma víus humano (HPV) é indicada para jovens do sexo feminino de 9 a 13 anos de idade, para a imunização ativa contra os tipos de HPV 6, 11, 16 e 18, a fim de prevenir contra câncer do colo do útero, vulvar, vaginal e anal, lesões pré-cancerosas ou displásicas, verrugas genitais e infecções causadas pelo papilomavírus humano (HPV) - Os tipos 6 e 11 são de baixo risco, responsáveis por cerca de 90% dos condilomas acuminados (verrugas genitais) e papilomatoses recorrentes de laringe. Já os tipos 16 e 18 são considerados de alto risco (oncogênicos), associados a 70% dos cânceres uterinos. O HPV está associado, ainda, a cânceres vaginais, vulvares, anais, penianos e de orofaringe, trazendo benefícios adicionais para a vacinação. - Os tipo 6,11,16 e 18 apresentam maior possibilidade de desenvolvimento de lesões malignas e estão incluídos na vacina HPV4. Aplicação: - Em 2014, o Programa Nacional de Imunização introduziu a vacina quadrivalente para meninas de 9 a 14 anos no esquema de duas doses, com intervalo de seis meses entre elas. Em 2017, o programa passou a contemplar também os meninos de 11 a 14 anos, igualmente no esquema de duas doses com intervalo de 6 meses entre elas. - Os maiores de 15 anos devem receber a vacinação da quadrivalente no esquema de três doses (0, 1 a 2 e 6 meses). - Para alguns grupos especiais (imunocomprometidos), incluindo transplantados de medula óssea ou órgão sólidos, pacientes oncológicos e pacientes vivendo com HIV/Aids, a vacina está disponível para ambos os sexos, na idade de 9 a 26 anos, no esquema de três doses (0, 2 e 6 meses). - A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda também a vacinação de meninas e mulheres de 9 a 45 anos de idade e meninos e jovens de 9 a 26 anos, o mais precocemente possível. - A vacina bivalente HPV2 é indicada apenas para indivíduos do sexo feminino. Informações gerais: - Inúmeros estudos demonstraram a importância da vacinação na adolescência, fase de melhor imunogenicidade da vacina e que precede a iniciação sexual, época de maior exposição ao vírus. Além disso, em menores de 15 anos de idade, duas doses da vacina com intervalo mínimo de 6 meses entre elas são suficientes para estabelecer uma proteção robusta e duradoura. Não há intervalo máximo entre as doses e, em caso de atraso vacinal, não há necessidade de reiniciar o esquema. - Os dados de efetividade após a introdução da vacina em programas públicos demonstram uma importante redução no número de casos de verrugas genitais, lesões precursoras do câncer e do câncer cervical propriamente dito. São raríssimos os casos de falha vacinal (breakthrough) pelos tipos contidos na vacina. - A vacina do HPV é extremamente segura, apresenta raramente eventos adversos locais (dor, vermelhidão e edema) e sistêmicos (febre, mal-estar e cefaleia) em cerca de 5-10% dos vacinados. Contra-indicação: - A vacina contra o papiloma vírus humano é contra- indicada para paciente com hipersensibilidade aos componentes da vacina e para gestantes (caso a paciente engravide após o início do esquema vacinal, as doses subsequentesbdeverão ser adiadas até o período pós-parto). Dengue Aplicação: - No Brasil, a vacina da dengue foi licenciada no esquema de três doses (0, 6 e 12 meses) e está recomendada para crianças e adolescentes a partir de 9 anos até no máximo 45 anos de idade que já tiveram infecção prévia pelo vírus da dengue (soropositivos). Informações gerais: - A vacina não deve ser administrada simultaneamente com outras vacinas do calendário. Contra-indicação: - A vacina da dengue é contraindicada para gestantes, mulheres que amamentam e portadores de imunodeficiências. Covid-19 As vacinas Covid-19 em pediatria vêm sendo avaliadas, especialmente em relação à sua segurança. Praticamente todas as vacinas já em uso em adultos têm potencial de emprego em crianças e adolescentes. Como a frequência dos desfechos graves em pediatria é baixa, os estudos de extensão de licenciamento devem se basear na resposta imune e segurança, correlacionando níveis de imunidade não inferiores àqueles alcançados na vacinação de adultos. A vacina de RNA mensageiro do laboratório Pfizer já obteve registro em nosso país para uso em adolescentes acima de 12 anos, em função dos dados obtidos nos estudos de fase 3. A vacina inativada do laboratório Sinovac/Butantan (Coronavac) demonstrou, em estudo realizado na China, segurança e imunogenicidade em estudos de fase 1 e 2 em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos e submeteu para a agência regulatória brasileirao pedido de extensão de faixa etária em bula. Até o momento ainda não se conhece o esquema vacinal ideal para crianças de cada vacina, porém, a inclusão de crianças e adolescentes no programa de vacinação é uma necessidade, especialmente naqueles com fatores de risco (obesidade, gravidez, doenças crônicas, imunossupressão entre outros). Conclusão A vacinação da criança tem se mostrado fundamental no controle e na eliminação de diversas doenças na pediatria, transformando o cenário das doenças infecciosas nas últimas décadas. A manutenção dessas conquistas é dependente da obtenção de elevadas e homogêneas coberturas vacinais em toda a população. Cabe ao pediatra, principal responsável pelas informações sobre vacinas para toda a população, estar preparado para orientar, informar e esclarecer as famílias sobre o valor e os benefícios da vacinação da criança. Questões Questão 1 Muitos estudos de eficácia e segurança foram realizados para que houvesse a liberação da vacinação infantil contra COVID-19. Até o presente momento, a partir de qual idade há recomendação e evidência científica para administrar tais vacinas? A) 7 anos. B) 6 anos. C) 5 anos. D) 4 anos Questão 2 A mãe de um lactente de nove meses que está em aleitamento materno necessita viajar para uma região onde a febre amarela é endêmica. A orientação correta nesse caso para que a mãe e seu filho viajem em segurança é vacinar: A) A mãe e o lactente antes da viagem. B) Apenas o lactente, já que lactantes não podem receber a vacina. C) A mãe, e só amamentar após dez dias; o lactente não deve ser vacinado. D) Apenas a mãe antes da viagem; o lactente será imunizado via leite materno. Questão 3 Escolar de sete anos, portador de nefropatiacrônica em uso de corticoide oral em dose > 2mg/ kg/dia, perdeu o cartão vacinal e precisa atualizá-lo. Não tem cicatriz de BCG visível. Em relação a vacinação dessa criança, é correto afirmar que: A) aplicar vacina BCG pelo risco maior de desenvolver tuberculose. B) aplicar tríplice bacteriana e tríplice viral a qualquer momento da terapia. C) aplicar todas as vacinas, pois o uso de corticoide nessa dosagem não é contraindicação. D) não aplicar tetraviral e febre amarela até interromper o tratamento por pelo menos um mês. O uso de corticoide acima de 2 mg/kg/dia em uso crônica (acima de 10 dias) indica uma imunossupressão da criança. Não se deve aplicar a vacina de virus vivo atenuado em pessoas imunossuprimidos até suspender o tratamento de corticoide. Questão 4 Lactente, 15 meses, morador de Natal (RN), comparece à unidade básica de saúde para vacinação rotineira com o calendário atualizado até 12 meses. A mãe informa que o seu pai foi transferido para a região do pantanal sul-mato-grossense e em 20 dias viajarão para lá, onde passarão a morar. A orientação correta sobre a vacinação dessa criança é realizar as vacinas necessárias para a idade e a condição epidemiológica, EXCETO a vacina: A) tetra viral. (não pode tomar junto com a febre amarela) B) poliomielite. C) meningocócica C. D) tríplice bacteriana (DPT). Questão 5 Adolescente, 13 anos, masculino, procura unidade pública de saúde para atualizar sua situação vacinal. A carteira vacinal demonstra já ter recebido duas doses da vacina hepatite B, duas doses da vacina tríplice viral e última dose da tríplice bacteriana aos seis anos de idade. Nesse caso, deve-se indicar as seguintes vacinas: A) dupla tipo adulto, hepatite B e HPV B) hepatite B, HPV e meningocócica C C) HPV, meningocócica C e dupla tipo adulto D) hepatite B, meningocócica C e dupla tipo adulto. Eventos Adversos Pós-Vacinais (EAPV)
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