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Aldenor Batista da Silva Junior Antônio José Araújo Lima Eder Ahmad Charaf Eddine (Organizadores) Educação, tecnologias e sociedade Aldenor Batista da Silva Junior Antônio José Araújo Lima Eder Ahmad Charaf Eddine (Organizadores) Educação, tecnologias e sociedade Belo Horizonte, MG 2021 Copyright © 2021 by Aldenor Batista da Silva Junior, Antônio José Araújo Lima & Eder Ahmad Charaf Eddine Todos os direitos reservados Editor da Obra Lucas Yuri da Silva Rodrigues Arte da capa Victoria S. Mendes Diagramação Jurema A. Silva Drumond Rodrigues Conselho Editorial: Ana Helena Ithamar Passos Eliana Mariel D.de los Ríos Jorge F. Dantas Junior Kiusam de Oliveira Larissa de A. Silva Mariana F. dos Santos Pâmella Passos Patrícia G. Rufino Andrade Rita de Cássia V. da Costa Simone Silva Alves Sônia Guimarães Suely Dulce de Castilho Educação, tecnologias e sociedade. 1.ed. / Aldenor Batista da Silva Junior; Antônio José Araújo Lima; Eder Ahmad Charaf Eddine (Orgs.) – Belo Horizonte: Educação Transversal Edições, 2021, 310 p. ISBN: 978-65-994576-1-6 1. Tecnologias. 2. Educação. 3. Ensino. I. Título. II. Silva Junior. III. Lima. IV. Charaf Eddine Todos os direitos desta edição reservados aos autores, organizador e editores. As revisões dos textos são de inteira responsabilidade dos autores. SUMÁRIO PREFÁCIO .................................................................................................. 07 Jânio Fernandes e Silva JOGOS LÚDICOS COMO RECURSO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO NO ENSINO DE GEOGRAFIA ....................................................................... 11 Lamisia Morais de Almeida e Oswaldo Palma Lopes Sobrinho SOFTWARES EDUCACIONAIS COMO FERRAMENTA DE AUXÍLIO NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA .......................................................................................... 35 José Ribamar Carvalho Filho, Marconi de Jesus Santos e Antônio José Araújo Lima AS CONTRIBUIÇÕES DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E DO FACEBOOK NOS PROCESSOS DE ENSINO DA LEITURA E ESCRITA ......................... 59 Francisco de Moura Barros e Oswaldo Palma Lopes Sobrinho FORMAÇÃO CONTINUADA DOCENTE: O PAPEL DA DISCIPLINA ACESSIBILIDADE E A INFORMÁTICA INCLUSIVA DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO DO IFMA CAMPUS SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS ........................................................................................ 87 Hezita Batista de Sousa e Denilson Barbosa dos Santos A PERCEPÇÃO DO CORPO ACADÊMICO QUANTO A IMPLANTAÇÃO DO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR (IES) DE BALSAS-MA ...... 117 Gilliard Ribeiro dos Santos e Antonio Lisboa da Silva INFORMÁTICA INCLUSIVA NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA: PERCEPÇÕES CONSTRUÍDAS POR PROFESSORAS DE SALAS COMUNS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE FORTUNA (MA) ............................................................... 145 Cesanildo Vicente da Silva e Denilson Barbosa dos Santos IMPLEMENTAÇÃO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS EM ESCOLA PUBLICA MUNICIPAL DA CIDADE DE PEDREIRAS-MA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DAS METODOLOGIAS ATIVAS .... 175 Evaldo Augusto Sousa Monteiro e Joelson de Sousa Morais ABORDAGEM ETNOBOTÂNICA E USO DE PLANTAS MEDICINAIS COM FINS TERAPÊUTICO POR ALUNOS NO ENSINO MÉDIO ...................................................................................... 207 Marijara Tavares Souza, Zacarias Carvalho de Araújo Neto e Maurício dos Santos Araújo DA VOZ DA PROFESSORA À PALAVRA ESCRITA: VIVÊNCIAS NARRADAS E O ENSINAR COM A EDUCAÇÃO DIGITAL INCLUSIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ......................................... 241 Reisimá Castro de Sousa, Aldenor Batista da Silva Junior, Ellery Henrique Barros da Silva e Eder Ahmad Charaf Eddine POTENCIALIDADES DA INCLUSÃO DIGITAL E DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR ........................................................................... 271 Rayanne Marques Santana Rocha e Joelson de Sousa Morais SOBRE OS AUTORES ............................................................................. 299 Educação, tecnologias e sociedade 7 PREFÁCIO O Instituto Federal do Maranhão Campus São Raimundo das Mangabeiras (IFMA) tem mais de 11 anos de funcionamento na região Sul do Maranhão com oferta de cursos técnicos, de graduação e pós-graduação latu sensu, contribuindo significativamente com a formação profissional e cidadã de nossos alunos. A Educação à distância é uma modalidade de ensino que está nos oportunizando ultrapassarmos os nossos muros levando educação publica e de qualidade a diversos municípios do estado do Maranhão. O Campus São Raimundo das Mangabeiras (IFMA) reafirmou seu caráter inovador e precursor na área da formação e qualificação de pessoas ao criar a primeira Especialização na modalidade de Educação à Distância de nossa instituição. Hoje atuamos em mais de vinte e quatro municípios do estado do Maranhão. Foi com grande prazer que recebi o convite para prefaciar a presente coletânea, que reúne artigos de autoria de alunos do curso de Especialização em Informática na Educação na modalidade EaD, do Instituto Federal do Maranhão Campus São Raimundo das Mangabeiras (IFMA). A minha satisfação se deve em virtude da evolução na oferta de cursos do Campus São Raimundo das Mangabeiras, objetivando a verticalização do ensino e a qualificação na formação de nossos alunos. Além disso, esse excelente trabalho nos mostra o estimulo que esses autores estão tendo para o mundo da pesquisa científica e a produção do conhecimento. O desenvolvimento tecnológico trouxe grandes benefícios para a sociedade, como a ampliação do acesso à Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 8 educação, que por outro lado, nos apresentou novos desafios a ser enfrentados e superados. O que devemos fazer, por exemplo, para garantir que o ensino a distância capacite e qualifique professores tão bons como os oriundos do ensino presencial e ainda, como fazer para que aconteça a interação e colaboração entre alunos em um ambiente virtual de aprendizagem? Esta coletânea organizada em forma de artigos tenta responder a questões dessa natureza, utilizando-se da investigação científica, seja pelo desenvolvimento de metodologias educacionais, seja pela interação social, seja pela disseminação do conhecimento simbolizada pela publicação do livro Educação, tecnologias e sociedade. Este livro reúne artigos de grande relevância educacional e social, que abordam desde aspectos históricos da inter-relação entre, educação, tecnologia e sociedade até possibilidades ainda pouco exploradas, passando por relatos de experiências e avaliações de casos reais de uso de tecnologias educacionais que visam contribuir com o fazer pedagógico. Analisar e discutir as diversas formas de ensino e de ensinar nos faz refletir sobre os conteúdos e as práticas pedagógicas a serem trabalhadas de forma a democratizar cada vez mais o acesso ao ensino, utilizando-se de ferramentas tecnológicas que visam a formação profissional da educação, como sendo a sua verdadeira plenitude no ato de ensinar. Estas são algumas temáticas que o leitor encontrará neste livro. Os artigos aqui apresentados trazem uma significativa reflexão sobre os ambientes virtuais de aprendizagem como espaços de realização de práticas pedagógicas. A multiplicidade de olhares sobre essa realidade mutante é uma característica importante deste livro. Estes espaços nos trazem oportunidades Educação, tecnologias e sociedade 9 paradirimir as questões e ampliar as políticas publicas de acesso à educação nos mais diversos lugares deste estado e porque não do nosso país. Não poderia deixar de mencionar a significativa contribuição da Educação à Distância EaD na formação de pessoas com suas características e peculiaridades, oportunizando uma flexibilização com o intuito de torná-los autônomos e comprometidos com sua formação e com o fazer pedagógico. Por fim, os artigos escritos nesta obra estão marcados por oferecer-nos temáticas reflexivas e inspiradoras em relação ao fazer pedagógico e a transformação da educação. Aproveito para parabenizar os autores e deixar uma palavra de estímulo para que sejam os primeiros de muitos trabalhos científicos. Aproveito para convidar você leitor a enveredar pelas páginas desta brilhante obra. A mim, coube a tarefa de abrir as cortinas. Jânio Fernandes e Silva Diretor Geral do IFMA Campus São Raimundo das Mangabeiras Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 10 Educação, tecnologias e sociedade 11 JOGOS LÚDICOS COMO RECURSO DIDÁTICO- PEDAGÓGICO NO ENSINO DE GEOGRAFIA Lamisia Morais de Almeida Oswaldo Palma Lopes Sobrinho INTRODUÇÃO Diariamente os professores se deparam com inúmeras dificuldades em transmitir seus conteúdos no ambiente escolar como à falta de infraestrutura nas escolas, de materiais adequados para o ensino, à compreensão dos pais, a atenção por parte dos alunos e com a disciplina de geografia não é diferente e chegam a enfrentar barreiras na hora de envolver os alunos nos conteúdos repassados e nas atividades propostas em sala de aula. Por isso, desenvolver novas estratégias didático-pedagógicas e recursos didáticos como o uso de jogos lúdicos visa instigar os alunos a aprender conteúdos mais produtivos, prazerosos e interessantes. No contexto educacional, o ensino tradicional não consegue despertar nos alunos questionamentos sobre o seu mundo e não proporciona aos professores condições dignas de trabalho (CALLAI, 2003). Do ponto de vista didático têm sido observadas as necessidades que os Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 12 professores sentem no seu cotidiano escolar almejando um ambiente agradável, atraente e diversificado. Em contrapartida, nem sempre conseguem, pois algumas vezes o tempo e os recursos didáticos necessários, bem como a infraestrutura adequada não são disponibilizados nas redes de ensino público. Muitos são os desafios enfrentados pela educação e por isso, novas estratégias e metodologias de ensino se tornam importantes para articular a práxis no ambiente escolar, o saber não se reduz, exclusiva ou principalmente, aos processos mentais, cujo suporte é a atividade cognitiva dos indivíduos, mas é também um saber social que se desponta nas relações complexas entre professores e alunos (TARDIF, 2002). Portanto, é importante que a prática pedagógica de professores de geografia seja dinâmica, participativa e reflexiva buscando sempre associar os conteúdos abordados com a realidade dos alunos rompendo com o modelo de ensino mecanizado e descritivo que pouco chama a atenção. A falta de motivação tem sido uma problemática de ponta na educação devido à comprovação de que a sua ausência representa a queda de estímulo pessoal e, consequentemente, influenciará de forma negativa no processo de ensino-aprendizagem (MORAIS, 2007). Por isso, torna-se importante buscar alternativas para a forma de lecionar e os jogos lúdicos surgem como uma ferramenta didática que auxiliam os professores nas mais diversas Educação, tecnologias e sociedade 13 atividades de ensino podendo ser abordado em qualquer temática oportunizado aos alunos a absorção de conteúdos de forma mais simples e prazerosa melhorando o processo de ensino-aprendizagem. O modelo de ensino tradicional tem sido superado com a atividade lúdica, pois com ela os alunos deixam a sua acomodação para uma melhor assimilação dos conteúdos repassados em sala de aula oportunizando melhorias da capacidade cognitiva e tornando o processo de ensino-aprendizagem mais significativo. Partindo desse pressuposto, a participação dos alunos na construção e/ou confecção de materiais, a visualização e o contato vão garantir o desenvolvimento com o trabalho em equipe, a maturidade intelectual, a concentração, o respeito e as noções sobre o espaço geográfico, entendendo o que se passa no mundo, relacionando situações do cotidiano com a realidade que vive (SAWCZUK, MOURA, 2012). Estudos realizados por Smole; Diniz; Candido (2007); Castrogiovanni (2007); e Castellar; Vilhena (2010) têm demostrado que o uso de jogos lúdicos em sala de aula enriquece a maneira como os alunos lidam com os conteúdos mais complexos que geram maiores dificuldades no processo de ensino-aprendizagem. Diante do exposto, objetivou-se com este estudo propor a utilização de jogos lúdicos no ensino de geografia evidenciando a sua importância para o Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 14 processo de ensino-aprendizagem e caracterizar como recurso didático-pedagógico de ensino. METODOLOGIA O presente estudo descritivo de natureza qualitativa e como procedimento metodológico de coleta de dados realizou-se a pesquisa bibliográfica tendo como aporte teórico as contribuições dos estudiosos Lopes (2005); Passini (2007); Huizinga (2008); Kaercher (2009); Morais (2013) e Francisco (2020) buscando abordagens sobre o tradicionalismo no ensino de geografia, novas metodologias no seu ensino, o uso da ludicidade como suporte pedagógico e maneiras de transformar os jogos utilizados no dia a dia em instrumentos de aprendizagem de maneira didática. Entretanto, esse tipo de pesquisa fornece uma gama de informações permitindo a utilização de dados dispersos em diversas publicações, auxiliando na construção e nas definições do quadro conceitual que abrange o objeto de estudo proposto (GIL, 1994). Realizou-se uma revisão integrativa fundamentada no Manual de Revisão Bibliográfica Sistemática Integrativa (2014), que é composta por cinco distintas etapas, tais como o estabelecimento do problema, a seleção da amostra, a caracterização dos estudos, as análises e discussão dos resultados e a apresentação (BEYEA; NICOLL, 1998) e conduzida pelas questões norteadoras: de que forma os jogos lúdicos podem influenciar no ensino de geografia e Educação, tecnologias e sociedade 15 qual a sua importância? Como o ensino tradicional tem afetado os alunos? os jogos lúdicos podem ser utilizados como materiais didáticos? a ludicidade garante aos professores melhorias na forma de lecionar os conteúdos? A investigação e o levantamento de artigos em periódicos especializados, trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses foram concretizados nas bases de dados SciELO, Scopus, Web of Science e Google acadêmico com abordagens na íntegra sobre a temática em questão referente à revisão integrativa nos últimos 27 anos. Como palavras-chave para a busca utilizou-se “jogos lúdicos”, “recursos didático-pedagógicos” e “ensino de geografia” em português e “playful games”, “didactic-pedagogical resources” and “geography teaching” em inglês. A seleção dos artigos foi realizada por meio da leitura do título e do resumo, e uma vez apropriada realizaram-se a apreciação, bem como as análises dos documentos de maneira descritiva visando reunir os conhecimentos adquiridos sobre a temática abordada na revisão integrativa. O ENSINO DE GEOGRAFIA A geografia é uma ciência que tem como objeto principal de estudo o espaço geográfico que corresponde ao palco das realizações humanas e recebe diferentes significados: de uma forma genéricaa palavra geo significa Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 16 Terra e grafia a descrição da Terra. Essa descreve todos os elementos contidos na superfície do planeta como a atmosfera, a hidrosfera, a litosfera e a biosfera ou esfera da vida (onde se desenvolve a vida), além da interação desses elementos com os seres vivos (FRANCISCO, 2020). De acordo com o autor supracitado, é muito mais abrangente do que se costuma presumir e na maioria das vezes é conceituada de forma rasa e sem parar para estudar todas as suas nuances. Por conseguinte, o ensino de geografia deve ser construído baseado na sensibilidade, na capacidade de perceber o mundo aliando o conhecimento científico e tecnológico valorizando o respeito aos indivíduos e à natureza que os cercam e, principalmente, valorizando a vivência dos alunos e o ambiente no qual está inserido. Para ensinar a geografia é necessário que o professor se encante e encante o aluno com uma práxis pedagógica que o faça descobrir e compreender a geografia como ciência, arte e vida (MORAIS, 2013). Com isso, a compreensão do mundo em que se vive vai além de uma descrição simplista dos estados que o compõem, mas depende, dentre outros elementos, da capacidade de distinguir as relações entre fenômenos de diversas naturezas, compreender a lógica de cada um e as implicações a partir das relações no mundo. Por isso, abordar as novas metodologias utilizadas em sala de aula Educação, tecnologias e sociedade 17 favorece melhor aprendizado por parte dos alunos e facilita aos professores na hora de ministrar os conteúdos. A Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2018, p. 35) reforça quê: Estudar geografia oportuniza compreender o mundo em que se vive, na medida em que esse componente curricular aborda as ações humanas construídas nas distintas sociedades existentes e regiões do planeta. Ao mesmo tempo em que, a educação geográfica contribui para a formação do conceito de identidade, expresso de diferentes formas: na compreensão perceptiva da paisagem, que ganha significado à medida que, ao observá-la, nota-se a vivência dos indivíduos e da coletividade; nas relações com os lugares vividos; nos costumes que resgatam a nossa memória social; na identidade cultural; e na consciência de que somos sujeitos da história, distintos uns dos outros e, por isso, convictos das nossas diferenças. De modo geral, a geografia é importante no estudo e na vida dos alunos e é por meio dessa ciência que o ser humano se localiza no espaço onde mora, pois não basta ter os conhecimentos científicos e habilidades é necessário saber como transportar e/ou transmiti-los para a realidade do aluno. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) mencionam que é frequente o abandono de conteúdos Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 18 fundamentais de geografia como as categorias de nação, lugar, território e espaço geográfico para modismos que buscam a sensibilização dos alunos para temáticas atuais sem a preocupação de promover à compreensão de fatores que delas são as causas ou decorrências e a memorização têm sido praticada no ensino da geografia (BRASIL, 2001, p. 35). Portanto, visando medidas para melhorar o ensino foram elaborados nos PCNs de geografia terceiro e quarto ciclo do Ensino Fundamental propostas objetivando que os alunos construam um conjunto de conhecimentos, referentes aos conceitos, procedimentos e atitudes, relacionadas à geografia. O ensino de geografia vem mudando sensivelmente, embora ainda longe de atingir a maior parte do professorado, ou seja, se não houver uma mudança que modifique o jeito de ministrar às aulas, nesse contexto, o ensino continua desacreditado, pois os alunos no geral não têm mais paciência para ouvir os professores tornando necessário fazer com que os alunos percebam a importância do espaço geográfico na constituição de sua individualidade e da sociedade da qual faz parte (KAERCHER, 2009). Portanto, a geografia possibilita que os alunos ampliem hábitos e construam valores expressivos para a vida em sociedade e com isso, os conteúdos aplicados devem levar a compreensão e a construção de uma identidade com o lugar onde vivem, interagindo as Educação, tecnologias e sociedade 19 vivências e acontecimentos locais com os processos globais. É importante que a escola e os professores valorizem as experiências dos alunos adquiridas fora do contexto escolar para que o debate sobre os conteúdos abordados em sala de aula façam sentido para a compreensão e a interação dos alunos. O LÚDICO NO ENSINO DE GEOGRAFIA A palavra ludicidade, embora bastante utilizada no contexto da educação, não existe no dicionário da língua portuguesa e nem tampouco em outras línguas. Além disso, não dispomos de nenhuma outra palavra que encapsule toda a gama de significados que lhe são atribuídos e a discursão sobre os múltiplos conceitos da palavra vem da origem semântica do latim Ludos, que significa jogo, exercício ou imitação (LOPES, 2005; HUIZINGA, 2008). E ainda não se limita apenas aos jogos, as brincadeiras e aos brinquedos, ela está relacionada a toda atividade livre e prazerosa, podendo ser realizada em grupo ou individual. Portanto, são atividades de caráter livre para que uma brincadeira seja considerada lúdica ela deve ser de escolha da criança participar ou não dela (BROUGÈRE, 2010). Por ser um conceito complexo, a ludicidade é percebida de formas distintas em contextos históricos. Na contemporaneidade, de maneira análoga, o lúdico é entendido pelos pesquisadores que o estudam a partir de Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 20 diferentes enfoques antropológico, sociológico e psicopedagógico. As visões sobre o jogo e o lúdico se multiplicam, a depender do enfoque científico abordado e da visão e formação do autor estudado. No entanto, na sua maioria o jogo estar na gênese do pensamento, da descoberta de si mesmo, da possibilidade de experimentar, de criar e de transformar o mundo (ROJAS, 2002). Com isso, essa investigação surge pela necessidade de descrever a incorporação do lúdico na prática do professor e os benefícios para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos, limitando-se a identificar as facilidades e dificuldades. Reforçando esse pensamento, Passini (2007, p. 120) relata quê: Os jogos podem ser adaptados para explicação de conceitos trabalhados, como reforço ou como avaliação. Por exemplo: é possível construir um dominó com a combinação de explicitação de noções com o respectivo vocabulário; no “super trunfo”, além da forma sugerida pelo produtor, podem-se desafiar os alunos a formar grupos como regiões de língua, grupos de países exportadores e/ou importadores de determinados produtos, índices de desenvolvimento humano (IDH) etc. Portanto, os jogos comuns podem ser adaptados para serem utilizados no contexto escolar e os alunos se deparam com desafios que exigem deles uma rápida Educação, tecnologias e sociedade 21 tomada de decisões a fim de desvendar o objetivo e o ensinamento dos jogos oportunizando desenvolver suas habilidades cognitivas, a vivência em novas situações, bem como os preparam para superar novos desafios. Durante as aulas de geografia boa parte dos alunos não lhes dá o devido valor e não buscam seu próprio posicionamento diante dos conhecimentos abordados. Com isso, muitos passam do pressuposto de que a geografia é uma disciplina de menor necessidade para a vida do aluno, quando comparada às outras matérias, isso é elemento de uma cultura que só se enfoca no imediatismo do ensino, e não ver que a mesma não serve apenas para reter nomes de rios, regiões, países, altitudes e etc. Nessa primeira década do século XXI, a geografia mais do que nunca coloca os seres humanosno centro de preocupações, por isso pode ser considerada sobre uma reflexão sobre a ação humana em todas as suas dimensões, na realidade, ela é um instrumento de poder para aqueles que detêm os seus conhecimentos (CASTROGIOVANNI, 2007). Na verdade, o estudo da geografia nos torna um ser crítico com a realidade em que se vive e proporciona a oportunidade de entender melhor o mundo. Nas aulas tradicionais, a geografia é vista apenas como uma disciplina com necessidade de memorização, diminuindo a sua importância para os alunos, distanciando de seu principal papel e ficando na mão de poucos o conhecimento de seu verdadeiro significado. Por isso, que a busca por Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 22 novas metodologias e modelos didáticos pedagógicos podem mudar a forma que a disciplina é apresentada e uma dessas metodologias que é bastante eficaz é a introdução da ludicidade em sala de aula (CASTROGIOVANNI, 2007). O professor deve utilizar recursos didáticos que estimulem os alunos (aulas práticas, utilização de maquetes, fotografias aéreas, imagens de satélite, recursos lúdicos, entre outros) evitando aulas tradicionais. A utilização de metodologias puramente teóricas nas aulas de geografia promove o desinteresse por parte dos alunos em relação à disciplina (BRASIL, 2001). Portanto, uma alternativa viável para que as aulas se tornem mais dinâmicas, estimulantes e despertem a criatividade dos alunos é a utilização da educação lúdica como recurso metodológico. A organização dos alunos com relação aos jogos e o ponto aonde a diferença desse meio de lecionar busca desenvolver e compreender sua psique, auxiliando no processo de ensino e aprendizagem inserindo jogos lúdicos nos mais diferentes conteúdos possibilitando uma exploração nas diversas áreas ficando acessível a toda comunidade escolar. Os jogos e brincadeiras são elementos valiosos no processo de apropriação do conhecimento, pois permitem o desenvolvimento de competências no âmbito da comunicação, das relações interpessoais, da liderança e do trabalho em equipe, utilizando a relação entre Educação, tecnologias e sociedade 23 cooperação e competição em um contexto formativo (MIRANDA; GONZAGA; COSTA 2016). Brasil (2008) corrobora com esse pensamento e menciona quê: O jogo oferece o estímulo e ambiente propício que favorecem o desenvolvimento espontâneo e criativo dos alunos, permite o professor ampliar seu conhecimento de técnicas ativas de ensino, desenvolver capacidades pessoais e profissionais para estimular nos alunos a capacidade de comunicação e expressão, mostrando-lhes uma nova maneira, lúdica, prazerosa e participativa de relacionar-se com o conteúdo escolar, levando uma maior apropriação dos conhecimentos envolvidos. Por conseguinte, as atividades lúdicas possibilitam a assimilação de novos conhecimentos e desenvolve o processo de ensino-aprendizagem alcançando o sucesso e resultando na satisfação de professores e estudantes. Nesse mundo de transformações e grande desenvolvimento tecnológico, os alunos tendem a si desconcentrar e perdem o “foco” rapidamente tornando-se relevante o uso de novas metodologias, como é o caso do lúdico. Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 24 O JOGO COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO NAS AULAS DE GEOGRAFIA A assiduidade e o envolvimento dos alunos com as aulas são fatores determinantes no (in)sucesso do processo ensino-aprendizagem. Percebe-se ainda nos dias atuais que o ensino de geografia continua seguindo o modelo tradicional. Em decorrência desses problemas, o sistema educacional apresenta falhas. Então, novas metodologias devem ser utilizadas para tentar envolver os alunos, como a prática no uso da ludicidade em sala de aula. O ensino deveria possibilitar aos alunos a compreensão de como ocorre à transformação no mundo de forma abrangente para que possam identificar com fundamentos as informações adquiridas com as inovações. Pois a partir desse argumento saberá interagir com o mundo e relacionar a geografia com o seu cotidiano. Nesse sentido, Segundo Bettio e Martins (2002) reforçam quê: Até o momento atual, a própria escola não mudou, os modelos didáticos evoluíram, porém a maneira como o aluno era impulsionado para um novo estágio continuou a mesma. A avaliação, de uma maneira cruel, avalia pessoas diferentes de maneiras iguais. Para que o modelo de avaliação pudesse ser modificado, seria necessário adequar todo o sistema de ensino, onde pessoas diferentes deveriam ser Educação, tecnologias e sociedade 25 ensinadas e avaliadas de maneiras distintas, pois números não definem pessoas, conhecimento sim. Considerando que fornecer conhecimentos relevantes possa servir de aporte cultural para o jovem participar ativamente da sociedade moderna, as novas estratégias de ensino tem que ser orientadas no sentido de permitir que o aluno tenha um aprendizado significativo, ou seja, algo que o faça perceber um sentido nas coisas que aprende relacionável entre si e que possam ter uma aplicação para o seu dia a dia. Nesse viés, Nunes (2004) relata quê: No geral, o elemento que separa o jogo pedagógico de outro de caráter apenas lúdico é este: desenvolve- se o jogo pedagógico com a intenção de provocar a aprendizagem significativa, estimula a construção de um novo conhecimento e principalmente de despertar o desenvolvimento de uma habilidade operatória, ou seja, o desenvolvimento de uma aptidão ou capacidade cognitiva e apreciativa especifica que possibilita a compreensão e a intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e culturais e que o ajude construir conexões. De modo geral, não se avalia as condições individuais de aprendizagem, mas o comprometimento do aluno frente às atividades propostas pelo professor. Sabe- se que o grande problema na educação tem sido despertar Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 26 no aluno o interesse pelos conteúdos que são ministrados e não se apropriarem do receio dos alunos em serem reprovados. Por isso, a utilização de jogos lúdicos como recurso didático-pedagógico no ensino de geografia pode se tornar tão relevante. Nessa linha de pensamento, Jiménez e Gaite (1995, p. 83): (...) jogos de simulação são para a Geografia, e as ciências sociais em geral, como as experiências de laboratório para as ciências experimentais. O Geógrafo não consegue reproduzir no laboratório os fatos e fenômenos que estuda, o reproduzem recorrendo à simulação e ao jogo. Isto permite abordar com simplicidade certos temas de caráter complexo, (...) sendo adequadas ao processo de ensino – aprendizagem (...). A história dos jogos na disciplina de geografia vem se desenvolvendo ao longo dos anos e o que se percebe é que assim como as demais disciplinas, o ensino tradicional tem se desgastado muito, isso no mundo atual, moderno e informativo. Com isso, o professor não é mais o provedor de conhecimento e sim o mediador da aprendizagem entre o aluno e os conteúdos abordados. De acordo com Medeiros; Santos; Patricio (2018): Jogos como o jogo da velha abordando os problemas ambientais e urbanos, o caça-palavras com o Educação, tecnologias e sociedade 27 conteúdo aspectos geográficos do Brasil e as transformações das paisagens, o jogo da memória com o conceito dos biomas, palavras cruzadas desenvolvendo o meio sustentável, além do bingo geográfico deixa a aula mais dinâmica, é interessante destacar que esses jogos produzidos e desenvolvidos pelos discentes são pertinentes a qualquer assunto, bem como a qualquer disciplina, adaptando à sua necessidade e à sua realidade. Os jogos desenvolvidos nas aulas tem que ser idealizados tanto pelos professores, quanto pelos alunos valorizando o “fazer” associando ao aprendizado,a produção dos mesmos não pode demandar muitos custos para poder ser inseridos na realidade de qualquer aluno. De acordo com a visão dos professores, o aprender é muito mais eficaz quando associado à prática. Nesse mesmo pressuposto Francisco (2019) menciona quê: Os jogos devem ser realizados de modo que haja compatibilidade com o ensino da geografia, uma boa forma de se confeccionar jogos e promover a Educação Ambiental é por meio da utilização dos 3 R`s reduzir, reutilizar e reciclar. Essas metodologias visam à interação e à conscientização ambiental dos estudantes. Primeiramente, elucide o que é essa política em seguida desenvolva os jogos como: boliche (com garrafas pets), dama (com tampinhas de garrafa) e portas-objeto (com latinhas). Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 28 Mendonça (2001) demonstra o caráter heterogêneo da geografia, por se alinhar as ciências da natureza, humanas e etc. Por isso, a geografia é uma das disciplinas curriculares com maior potência na aplicação dos jogos e brincadeiras em atividades de articulação entre os conteúdos escolares e a vida cotidiana dos alunos, pois propõe trabalhar o espaço de convívio imediato abordando os aspectos físicos, econômicos e sociais. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os jogos lúdicos auxiliam no processo de ensino- aprendizagem demonstrando que quando inseridos como recurso didático-pedagógico no ensino de geografia torna mais fácil aprender um conteúdo e desperta maior interesse dos alunos. Nesse sentido, a utilização de jogos na escola toma fôlego como uma das estratégias possíveis para a construção do conhecimento proporcionando melhor desempenho e envolvimento dos alunos nas atividades realizadas no espaço escolar. Quando existe a aplicação de atividades sem suporte lúdico é necessário maior esforço para alcançar a atenção dos alunos e para obter um retorno sobre o conteúdo com que se desejou trabalhar. Os materiais didáticos fazem parte do cotidiano dos alunos, mas sabe-se que muitas das vezes, quando disponíveis nas escolas provêm de lugares tão distantes Educação, tecnologias e sociedade 29 que não condizem com a realidade dos alunos. O ensino da geografia assim como as demais disciplinas vem desenvolvendo novas metodologias que busquem levar lado a lado o método tradicional com novos modelos de repassar os conteúdos para seus alunos. O uso de jogos lúdicos na disciplina de geografia traz para o ambiente escolar um apreender prazeroso e satisfatório favorecendo o convívio de múltiplas trocas de conhecimento, buscando tornar o papel do professor mais qualificativo e aprimorado, oportunizando a construção dos conceitos geográficos que se fazem importantes e necessários para a formação de cidadãos críticos e conscientes frente à realidade vivida e melhorias no processo de ensino-aprendizagem. REFERÊNCIAS BETTIO, R.W.; MARTINS, A. Jogos Educativos aplicados a e-Learning: mudando a maneira de avaliar o aluno. IV Jornada Catarinense de Tecnologia Educacional. Anais... Florianópolis, SC. 2002. Disponível em <http://www.abed.org.br/seminario2003 /texto21.htm >. Acesso em: 18. Janeiro. 2021. BEYEA, S.; NICOLL, L. H. Writing an integrative review. AORN Journal, v. 67, n. 4, p. 877-880. 1998. DOI: 10.1016/s0001-2092(06)62653-7 Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 30 BRASIL. Ministério da Educação. 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Os educadores, tem pela frente desafios para encontrar formas de utilizar softwares educacionais no processo de ensino-aprendizagem e ampliar as práticas pedagógicas; além de compreender o processo de formação de conceitos científicos, pois as tecnologias de informação e Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 36 comunicação já estão potencializadas na sociedade e a maioria dos alunos faz uso desse recurso para diversos fins. No âmbito da matemática, os educadores tem outro desafio, pois muitos alunos consideram a disciplina difícil, que tira a tranquilidade, devido à quantidade de situações que envolvem os números (DINIZ, 2011; OLIVEIRA, 2015). A tecnologia marca sua presença e, tendo em vista a necessidade essencial do ser humano de estar em constante processo de crescimento, as diferentes formas de formação para os educadores contemplando o uso da informática em educação têm apontado possibilidades de transpor fronteiras, de realizar uma renovação no pensar pedagógico e de acrescentar novos significados aos conteúdos curriculares (RAMOS, 2014). Diante da necessidade de mudanças na educação, Martines (2008) enfatiza: É importante refletir sobre a questão da formação continuada em ambiente informatizado para professores. Essa proposta, ao mesmo tempo em que possibilita adquirir conhecimentos teóricos, promove a apropriação de informações sobre a utilização das ferramentas disponíveis nos programas, que servirão de instrumento para a elaboração de projetos de aprendizagens para o ensino da matemática, além de promover discussões com o objetivo de promover um diálogo entre a teoria e a prática, desenvolver atividades com a utilização de multimídias e de diferentes metodologias, que possam estimular os Educação, tecnologias e sociedade 37 educadores a participar da formação continuada, colocando-os diante do compromisso de acompanhar a evolução tecnológica e auxiliar os professores de matemática das suas escolas na formação de conceitos básicos. Assim, cabe às Secretarias municipal e estadual, instituições escolares promover espaço para que o professor se prepare para acompanhar seus alunos na era cibernética (SIVERIS, 2008, p. 39-40). Outro ponto debatido é o da informática como um problema ou solução para educação. Esse tem sido um tema de debate recorrente nas últimas duas décadas no Brasil, e, há um pouco mais de tempo, em outros lugares do mundo. Talvez ainda seja possível lembrar dos discursos sobre o perigo que a utilização da informática poderia trazer para a aprendizagem dos alunos. Um deles era a questão do aluno só apertar teclas e obedecer a orientação dada pela máquina. Isso contribuiria, ainda mais, para torná-lo um mero repetidor de tarefas. Por outro lado, ocorre mais recentemente, argumentos que apontam “o computador” como a solução para os problemas educacionais. Entretanto, diferente do que acontece quando se trata de apontar os perigos, nem sempre aparece de forma explícita para qual problema o computador é a solução. Nem sempre é feita a pergunta: “qual é o problema?” ou “qual é o problema para o qual o computador é a resposta?” Em Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 38 particular, essa pergunta também faz sentido na educação matemática. (BORBA, 2019). Buscou-se neste trabalho apresentar o uso de softwares educacionais como ferramenta de auxílio no processo ensino aprendizagem da Matemática. METODOLOGIA Esta pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica com enfoque descritivo, sendo efetivada com base em publicações científicas selecionadas na base de dados Google Acadêmico, compreendendo o período de 2007 a 2020. O levantamento bibliográfico foi realizado entre os meses de novembro de 2019 a março de 2020. Para seleção dos artigos, foram utilizados os seguintes descritores: “educação”, “informática”, “matemática”, que foram combinados entre si, para evitar a perda de publicações relevantes. Utilizou-se como critérios de inclusão: artigos no idioma português e inglês, publicados a partir de 2007, com temática envolvendo: “ informática na educação de matemática”. Podendo as publicações ser pesquisa quantitativa, qualitativa, exploratória, revisão bibliográfica, ou estudo de caso. Na busca inicial foram analisados os títulos e posteriormente os resumos dos artigos para a seleção de prováveis publicações de interesse. Assim, foram catalogados 20 artigos científicos referentes à temática Educação, tecnologias e sociedade 39 estudada, sendo que desse total, na primeira seleção (análise dos títulos) obteve-se 15 artigos potencialmente relevantes, após a segunda seleção (análise dos resumos) restaram apenas 10 artigos, foram lidos na íntegra e analisados de forma criteriosa. A análise dos dados foi pautada na temática informática na educação de matemática, onde foram verificadas as concordâncias e discrepâncias apontadas pela literatura consultada. Após a identificação das ideias definidas de cada autor, foi feita uma análise crítica dos artigos e os resultados foram organizados e apresentados por meio de figuras referente as atividades propostas, como exemplos dos softwares; e assim feito a explicação para utilização em sala de aula. A organização dos dados seguiu um tópico central: Uso de Software Educacional para o Ensino da Matemática, com os seguintes subtópicos: a) GeoGebra, b) Microsoft Excel e c) PhET Simulações Interativas. Tais programas recomendados por vários autores, considerados referência no ensino da matemática. Nos tópicos dos softwares, foram construídos, exemplificações práticas, da utilização deles. Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 40 RESULTADO E DISCUSSÃO Uso De Software Educacional Para O Ensino Da Matemática Para Siveris (2008) a dificuldade que se coloca aos educadores matemáticos é encontrar um modo de se utilizarem de softwares educacionais nas aprendizagens matemáticas como recurso para dinamizar, diferenciar e ampliar as práticas pedagógicas e compreender o processo deformação de conceitos científicos, pois a tecnologia já está potencializada na sociedade e a maioria dos alunos utiliza as tecnologias de informação e comunicação para diversos fins. Existem vários softwares no mercado que podem auxiliar o professor no processo de ensino-aprendizagem da matemática a partir das tecnologias digitais, e estes são exemplificados o uso nos livros didáticos, tais como: GeoGebra, Microsoft Excel e PhET Simulações Interativas. Eles estão abaixo descritos e exemplificados para demonstração de seu uso. Geogebra O Geogebra é um software grátis que pode ser baixado em computadores e smartphones, prático para ser Educação, tecnologias e sociedade 41 utilizado em aulas da disciplina de matemática em vários níveis. Este software foi: Criado por Markus Hohenwarter, o GeoGebra é um software gratuito de matemática dinâmica desenvolvido para o ensino e aprendizagem da matemática nos vários níveis de ensino (do básico ao universitário). O Geogebra reúne recursos de geometria, álgebra, tabelas, gráficos, probabilidade, estatística e cálculos simbólicos em um único ambiente. Assim, o GeoGebra tem a vantagem didática de apresentar, ao mesmo tempo, representações diferentes deum mesmo objeto que interagem entre si. Além dos aspectos didáticos, o GeoGebra é uma excelente ferramenta para se criar ilustrações profissionais para serem usadas no Microsoft Word, no Open Office ou no LaTeX. Escrito em JAVA e disponível em português, o GeoGebra é multiplataforma e, portanto, ele pode ser instalado em computadores com Windows, Linux ou Mac OS. (BORTOLOSSI, 2010). A seguir, uma situação de uso do GeoGebra no estudo de trigonometria, construindo gráficos das funções seno e cosseno para alunos do ensino médio. Segue abaixo o passo a passo para execução da atividade. • Acesse o site www.geogebra.org e clique em “Baixar aplicativos”, para tê-lo instalado no computador, Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 42 ou em “Start calculator”, para usá-lo on-line. Optando por utilizar a versão on-line, você deve clicar no botão “Álgebra”; a tela que abrirá está na Figura 1. Figura 1: Primeira tela do GeoGebra. São Luis-MA, 2020. Fonte: autor Depois de acessar o programa, faça os exercícios a seguir. Construa o gráfico das funções f(x) = sen x e g(x) = cos x, como a seguir. Para isso siga os passos: • 1º passo: No campo Entrada de comando (situado na parte esquerda da tela) digite a função: f(x) = sem x e tecle “Enter. Em seguida, no mesmo campo digite g(x) = cos x e tecle “Enter”. Educação, tecnologias e sociedade 43 Figura 2: Tela do gráfico da função seno e cosseno. São Luis-MA, 2020. Fonte: autor • 2º passo: Do lado direito da Barra de ferramentas (parte superior da tela), clique na Barra de estilos, depois, em “Exibir ou esconder a malha” e selecione a malha quadriculada. Para colocar o eixo x na escala de p radianos, clique sobre o eixo x com o botão direito do mouse e selecione com o botão esquerdo do mouse a opção “Janela de Visualização”. Clique na aba “Eixo X” e selecione em “Unidade” a opção p. A opção “Distância” não deve estar selecionada. Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 44 Figura 3: Tela do gráfico da função seno e cosseno com eixo x na escala de p radianos São Luis-MA, 2020. Fonte: autor Diante da apresentação acima, podemos perceber a facilidade que o aluno encontrará para responder questões como essas abaixo. De acordo com a construção, responda às questões. a) Qual é a imagem das funções f e g? b) Qual é o período das funções f e g? c) Quantos pontos de intersecção existem entre as funções f e g no intervalo [0, 2π]? Microsoft Excel O Excel é um software de fácil utilização, que permite uma aprendizagem interativa e mais rica. As tabelas são compostas por linhas e colunas, em que cada Educação, tecnologias e sociedade 45 coluna representa uma letra e a intersecção entre uma linha e uma coluna, chamada de célula, excelente para trabalhar com a Matemática (GAROFATO 2018). Ele é distribuído pela Microsoft em um pacote de aplicativo chamado office, composto pelos principais aplicativos usados nos computadores com o sistema operacional Windows. Figura 4. Tela principal do Excel. São Luis-MA, 2020 Fonte: autor Para GAROFATO (2018), a aprendizagem cognitiva contribui para o desenvolvimento do raciocínio lógico e da criatividade dos alunos. Por isso ele destaca que: O uso do Excel tem de ser dinâmico, desafiador e capaz de despertar o interesse e o crescimento intelectual. Nesse ponto, o programa permite inúmeras possibilidades de uso em diferentes níveis Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 46 e ciclos de aprendizagem, com maior interação e colaboração. Além do computador, professores e alunos podem trabalhar com celulares e tablets, o que permite mobilidade e personalização do ensino através de estações por rotações. (GAROFATO 2018, p. 2) Essa ferramenta também abre espaço para criar novas práticas de ensino, através de criações de gráficos, contas, simulações, em diferentes etapas do ensino. Segue abaixo duas situações problemas realizada nesse aplicativo que poderá ser usada tanto no ensino fundamental como no ensino médio dentro do conteúdo de Matemática financeira. Cálculos de empréstimos com Excel Uma pessoa faz um empréstimo de R$ 15.000,00 a uma taxa de juros de 8% ao mês pelo prozo de 9 meses. Qual o montante (valor total) a ser devolvido? 1ª Solução: Sem conhecer a fórmula de juros compostos Primeiro introduza os dados em três colunas conforme o exemplo abaixo. Observe que o montante inicial (mês 0) é R$ 15.000,00. Educação, tecnologias e sociedade 47 Figura 5. Tela do Excel com dados do problema inseridos. São Luis- MA, 2020 Fonte: autor Após isso temos que calcular os juros do primeiro mês, ou seja, 8% de 15.000,00 e colocar esse resultado na célula D3. Proceda assim, na célula D3 digite “ = E2*0,08”. Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 48 Figura 6. Tela principal do Excel com cálculo do juro no 1º mês. São Luis-MA, 2020 Fonte: autor O próximo passo é somar os juros com o montante do mês anterior gerando do novo montante. Assim E3 digite “ =D3+E2”. Educação, tecnologias e sociedade 49 Figura 7. Tela principal do Excel com cálculo do montante no 1º mês. São Luis-MA, 2020. Fonte: autor Agora basta usar a função de copiar a fórmula arrastando a célula D3 até D11 e a célula E2 até E11. Figura 8. Tela do Excel com cálculos dos juros e montante no final do período. São Luis-MA, 2020. Fonte: autor Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 50 O montante a ser devolvido é o valor da célula E11 = R$ 29.985,00. 2ª Solução: Conhecendo a fórmula de juros compostos Numa célula, no caso A1 digite a fórmula a título de informação. Introduzimos os valores de capital, taxa e prazo e na célula A7, montante na célula B7 "=B3*(1+B4)^B5” que é a formula para cálculo do montante. Figura 9. Tela do Excel com cálculo do juro usando a fórmula de juros compostos. São Luis-MA, 2020 Fonte: autor Saldo da caderneta de poupança O professor pode sugerir aos alunos construir uma tabela para fazer simulações de investimentos. O Educação, tecnologias e sociedade 51 investimento mais utilizado no pais é a caderneta de poupança. Suponha um investimento de R$ 1.000,00 a uma taxa de 0,5% a.m.. Qual o montante (FV) daqui a dois anos? Figura 10. Tela do Excel com cálculo do saldo da caderneta de poupança. São Luis-MA, 2020 Fonte: autor Mesclando as células A1 até D1, por exemplo, escrevemos um nome para tabela, no caso “Juros compostos” ou “Saldo da poupança”. Nas células A3 escreva “fórmula”. Mescle as células B3 até D3 e escreva a fórmula do montante FV de juros compostos que é utilizado para calcular o saldo da poupança. Em A5 escreva “Taxa de juros” e B5 “0,005”. Em A6 “Período N” e em B6 “24” pois são 24 meses e a taxa é de 0,5% ao mês. Em A7 “Capital PV” que é o capital inicial ou principal ou ainda Valor Atual. B7 Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 52 “1000”. Em A9 digite “Montante FV” e em B9 temos que digitar uma função, que no caso é a fórmula do montante, então “B9 = B7*(1+B5)^B6”. E está pronto. Agora pode-se variar os valores de PV, N e i para ver se a fórmula realmente funciona. PhET Simulações interativas O PhET Simulações interativas é um projeto da Universidade do Colorado Boulder. É um trabalho que apresentar recursos educacionais abertos sem fins lucrativos que cria e hospeda explicações exploráveis. Foi fundada em 2002 pelo ganhador do Nobel Carl Wieman. O PhET começou com a visão de Wieman de melhorar a maneira como a ciência é ensinada e aprendida. Sua missão declarada é "Avançar na alfabetização e educação em ciênciase matemática em todo o mundo através de simulações interativas gratuitas"possibilitando aos usuários fazerem doações para apoiar o grupo de estudo (GUTTENPLAN, 2011). A sigla "PhET" originalmente significava "Physics Education Technology", mas o PhET logo se expandiu para outras disciplinas. O projeto agora planeja, desenvolve e lança mais de 125 simulações interativas gratuitas para uso educacional nas áreas de física, química, biologia, ciências da terra e matemática. As simulações foram traduzidas para mais de 65 idiomas diferentes, incluindo espanhol, Educação, tecnologias e sociedade 53 chinês, alemão e árabe; e em 2011, o site PhET recebeu mais de 25 milhões de visitantes. (GUTTENPLAN, 2011) No site https://phet.colorado.edu/en/simulation/graphing- quadratics é possível fazer diversos cursos de como usar os simuladores, além de informações gerais e acesso aos mesmos. Apresenta-se a seguir uma situação de uso do PhET em matemática em uma das simulações, o Graphing Quadratics, que possibilita ao aluno uma visão geral do gráfico da função do 2º grau com todas as suas características. O uso desse simulador ajudará o discente a visualizar o significado dos coeficientes a, b e c da função do 2º grau = + +2y ax bx c , atribuindo valores diferentes para esses coeficientes e visualizando o gráfico no simulador. Simulação 1: 0, 0 e 0a b c https://phet.colorado.edu/en/simulation/graphing-quadratics https://phet.colorado.edu/en/simulation/graphing-quadratics Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 54 Figura 11. Tela do Graphing Quadratics com a construção do gráfico da função com coeficientes = = − =1, 5 e 6a b c . São Luis-MA, 2020 . Fonte: autor. Simulação 2: 0, 0 e 0a b c Figura 12. Tela do Graphing Quadratics com a construção do gráfico da função com coeficientes 1, 4 e 5a b c= − = − = . São Luis-MA, 2020. Educação, tecnologias e sociedade 55 Fonte: autor. Através do simulador, além do gráfico da função, pode se observar o eixo de simetria, as raízes da função, as coordenadas do vértice e a lei de formação da função clicando nos ícones da página. CONSIDERAÇÕES FINAIS A mudança na escola começa a partir de uma mudança pessoal e profissional, capaz de levantar uma escola que incentive a imaginação, a leitura prazerosa, a escrita criativa, favoreça a iniciativa, a espontaneidade, o questionamento, que se torne um ambiente onde promova e vivencie a cooperação, o diálogo, a partilha e a solidariedade. Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 56 Existe um leque de oportunidades para o trabalho com novas maneiras de fazer e ensinar, estimulando as novas descobertas de aprendizagem entre professor e aluno simultaneamente. O trabalho trouxe algumas dessas ferramentas de auxílio no processo ensino aprendizagem na matemática, GeoGebra, Microsoft Excel e PhET Simulações Interativas, bem como exemplos práticos para facilitar a utilização pelos professores desses programas. A aplicação de softwares pode oportunizar mudanças significativas nos modelos educacionais, para isso, precisa-se favorecer um ambiente de cooperatividade, conhecendo e entendendo as limitações do professor e alunos, para buscar separa-las. Utilizar uma linguagem que gere comunicação efetiva, atraindo o interesses dos alunos buscando resultados positivos para todos envolvidos no ensino-aprendizagem. REFERÊNCIAS BORBA, Marcelo de Carvalho. Informática e educação matemática. Marcelo de Carvalho Borba, Miriam Godoy Penteado. – 6. Ed. – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019. BORTOLOSSI, H. J. GeoGebra. Software de Matemática Dinâmica Gratuito. Educação, tecnologias e sociedade 57 DANTE, Luiz Roberto. Matemática : contexto & aplicações : ensino médio / Luiz Roberto Dante. -- 3. ed. -- São Paulo : Ática, 2016. DINIZ, Sirley Nogueira de Faria. O uso das novas tecnologias em sala de aula. Florianópolis, 2011. Disponível em: http://www.geogebra.im-uff.mat.br/. Acessado em 22/05/2019. 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Com isso, o uso dessas tecnologias no processo de ensino torna a comunicação mais simples e dinâmica, fomentando a produção e o acesso à informação, bem como a reconfiguração da noção sobre tempo e o espaço (SILVA et al., 2020). O uso das TDIC como proposta didática e metodológica surge como uma nova ferramenta a Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 60 disposição de professores e contribuem para o processo de ensino-aprendizagem da leitura e escrita e, consequentemente, minimizam as dificuldades e diferenças na aquisição dos conteúdos trabalhados em sala de aula nas diversas áreas do conhecimento facilitando as relações sociais entre alunos e professores (REDIG; COUTO JUNIOR, 2011; COSTA; SOUZA, 2017). Logo, o professor ao oferecer suportes tecnológicos que potencializam os processos de ensino da leitura e escrita, quando manuseados de forma adequada terá a oportunidade no uso de novos veículos de comunicação social e promover a ponte entre as práticas educativas em um ambiente familiar e comum, onde se encontram alunos nas redes sociais cada vez mais imersos auma cultura de palavras abreviadas. A respeito da leitura e da escrita, a escola tem papel principal no desenvolvimento do processo de ensino e, consequentemente, na formação do leitor. De modo geral, as práticas leitura e escrita colaboram na formação dos indivíduos de maneira significativa, influenciando-o nas distintas formas de enfrentar a vida. Por conseguinte, a escola é a responsável por organizar, criar e adequar em sua grade curricular propostas e estratégias de leituras que são favoráveis à formação de leitores competentes para atuarem no contexto da vida social (VIANA, 2017). O domínio da língua tem estreita relação com a plena participação social. O homem comunica-se e interage, defende suas posições e produz conhecimento por Educação, tecnologias e sociedade 61 meio da linguagem (BRASIL, 1997). Por conseguinte, buscou-se discutir as estratégias didático-pedagógicas que possam ampliar e mostrar novos horizontes ou práticas de ensino que visam contribuir em sala de aula nos processos de ensino da leitura e escrita por meio do uso da rede social Facebook. As redes sociais estão cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas facilitando o contato com um grande número de gêneros textuais tornando a formação e o domínio de linguagem cada vez mais diversificada. As TDIC interferem e mediam os processos informacionais e comunicativos (OLIVEIRA; MOURA; SOUSA, 2015). Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi investigar as contribuições do uso das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) e do Facebook nos processos de ensino da leitura e escrita. METODOLOGIA Foi realizado um estudo com a coleta de dados por meio de pesquisa bibliográfica baseadas nas contribuições de Sholl-Franco e Aranha (2015); Kleiman (2000); Porto e Santos (2014); Couto Júnior (2013); Imbernón (2010); Almeida (2008); Lévy (1999); Bitencourt (2012); Sousa; Miota e Carvalho (2011); e Recuero (2009) visando discutir sobre a contribuição e o uso das TDIC e do Facebook como ferramentas didático-pedagógicas no processo de ensino- Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 62 aprendizagem da leitura e escrita nas escolas. Para tanto, esse tipo de pesquisa é realizado por meio de materiais já elaborados e disponíveis constituídos de livros e artigos científicos publicados em periódicos especializados e é importante para o levantamento de informações básicas sobre os aspectos direta e indiretamente vinculados à temática (VERGARA, 2000). Refere-se a uma revisão integrativa baseada no Manual de Revisão Bibliográfica Sistemática Integrativa (2014) constituída de cinco diferentes etapas como o estabelecimento do problema; a seleção da amostra; a caracterização dos estudos; as análises e discussão dos resultados; e a apresentação (BEYEA; NICOLL, 1998) e têm como questões norteadoras: como utilizar as TDIC e o Facebook para melhorar o processo ensino-aprendizagem? As TDIC e o Facebook facilitam o interesse dos alunos pelos conteúdos? A busca e o levantamento de artigos em periódicos, trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses foram realizados nas bases de dados SciELO, Scopus, Web of Science e Google acadêmico com abordagem na íntegra sobre a temática em questão referente à revisão integrativa nos últimos 23 anos. As palavras-chave utilizadas para a busca foram “tecnologias digitais de informação e comunicação”, “redes sociais” e “leitura e escrita” em português e “Digital information and communication technologies”, “social networks” and “reading and writing” em inglês. Educação, tecnologias e sociedade 63 Os artigos foram selecionados por meio da leitura do título e do resumo e quando adequados realizaram-se as leituras e análises de forma descritiva oportunizando reunir os conhecimentos adquiridos sobre a temática abordada na revisão integrativa. AS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TDIC) A cada dia novas tecnologias voltadas para as mídias digitais surgem e ao mesmo tempo em que são grandes aliadas que facilitam a vida das pessoas, também são consideradas vilãs no conflito de gerações entre alunos e professores. Ao analisá-las, previamente, pode-se observar que as tecnologias possuem potencial competidor pelo foco de atenção dos alunos. Por outro lado, se utilizadas de forma objetiva, organizada, planejada, as TDIC podem estimular diferentes áreas cerebrais e facilitar o processo da aprendizagem escolar. Nesse contexto, Sousa; Miota; Carvalho (2011, p. 22) reforçam que as mídias digitais oferecem recursos que favorecem a didática: [...] as teorias e práticas associadas à informática na educação vêm repercutindo em nível mundial, justamente porque as ferramentas e mídias digitais oferecem à didática, objetos, espaços e instrumentos capazes de renovar as situações de interação, Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 64 expressão, criação, comunicação, informação, e colaboração, tornando-a muito diferente daquela tradicionalmente fundamentada na escrita e nos meios impressos. Observam-se os benefícios possíveis da informática aplicada de forma correta e estratégica podendo assim criar novos espaços e instrumentos tornando o aprendizado mais atraente, eficiente e acurado. Os tempos atuais determinam da sociedade uma cultura ampla em que a educação tem papel primordial exigindo-se dos professores mais preparo e que tenham informação ampla e compreendam dentre outras coisas, a situação econômica, política e social que o país vem enfrentando. O uso das TDIC têm revelado significativos ganhos cognitivos, no sentido de trabalhar com diferentes tipos de inteligência para a construção do conhecimento. Com isso, o processo de aprendizagem por meio dessas tecnologias se dá quando o sujeito é capaz de construir mentalmente representações usando uma ou mais mídias combinadas podendo reforçar a assimilação de um conteúdo por mais de um estímulo, por exemplo: animação + texto, áudio + ilustrações, impresso, fotografia + website + áudio, etc (SHOLL-FRANCO; ARANHA, 2015). Portanto, é necessário que exista um diálogo entre diferentes formas de mídia para que se tenha o melhor aproveitamento possível no uso dessas ferramentas. Educação, tecnologias e sociedade 65 Quando se fala em informação e comunicação, as possibilidades tecnológicas são recursos alternativos da era moderna que facilitam o processo de ensino-aprendizagem e, consequentemente, a educação com a inserção dessas tecnologias nas escolas possibilitando e aprimorando o uso desses recursos pelos alunos e a facilidade no acesso a realização de múltiplas tarefas (OLIVEIRA; MOURA; SOUSA, 2015). A LEITURA E A ESCRITA NAS ESCOLAS A leitura e a escrita fazem parte do processo que se chama educação escolar e é um instrumento importante para que se possa adquirir novas concepções e aprendizagens. Entretanto, têm sido compreendidas como um ato de decodificação de palavras. A sociedade contemporânea está rodeada de tecnologias e cultura, onde o professor necessita conhecer e utilizar as estratégias didático-pedagógicas para auxiliá-lo nos processos de ensino da leitura e escrita, bem como procurar desenvolver o máximo nos alunos o domínio e a compreensão dessas estratégias e/ou tecnologias (BRASIL, 1997). Por outro lado, o aluno ao fazer a leitura sem a motivação, a crítica e o uso da imaginação, quando ler torna-se apenas um ato de conhecimento levando as consequências de que não irá conseguir intervir e muitos menos refletir sobre o que está lendo. A ideia é que se Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 66 devem formar leitores capazes de ler, criticar e que estejam aptos para se pronunciarem em um contexto da realidade em que vivem (KLEIMAN, 2000). Por isso, o professordeve utilizar estratégias metodológicas que possibilitem um ensino mais eficiente e que atenda as necessidades do aluno contemporâneo com o uso dessas tecnologias. É desafiador para os professores mudar a sua forma de trabalhar em sala de aula e pôr em prática o ensino por meio de novas estratégias tecnológicas (uso de tecnologias). Assim, Imbernón (2010, p. 36) afirma que: Para que o uso das TDIC signifique uma transformação educativa que se transforme em melhora, muitas coisas terão que mudar. Muitas estão nas mãos dos próprios professores, que terão que redesenhar seu papel e sua responsabilidade na escola atual. Mas outras tantas escapam de seu controle e se inscrevem na esfera da direção da escola, da administração e da própria sociedade. Portanto, pode-se dizer que a responsabilidade de implantar o uso das TDIC no processo de ensino- aprendizagem não é apenas do professor, mas também é da escola, da administração e da própria sociedade contemporânea. Educação, tecnologias e sociedade 67 FACEBOOK COMO FERRAMENTA AUXILIADORA NOS PROCESSOS DE ENSINO DA LEITURA E ESCRITA Facebook O Facebook foi criado em fevereiro de 2004 pelos alunos Mark Zuckerberg, Dustin Moskovitz e Chris Hughes da Universidade de Harvard e tinha como principal objetivo a configuração de um espaço, onde as pessoas pudessem se comunicar dividindo opiniões e partilhando fotografias, ou seja, um espaço fechado e limitado apenas para os participantes da rede, onde os sujeitos se encontram virtualmente com a finalidade de procurar interação, informação e novos conhecimentos sociais, tudo em torno de uma mesma interface, o ciberespaço (universo das redes digitais). Ferramenta essa tida como uma das mais populares redes sociais da história. Seu nome origina-se do apelido do livro artesanalmente preparado que passava de mão em mão entre os calouros das universidades americanas e que servia para conhecer os colegas da instituição (TEIXEIRA, 2012). Um ano depois da criação do Facebook, essa ferramenta contava com mais de 5 milhões de membros ativos e tornou-se a rede social comum a todos que tinham interesse em participar e ainda: Seus usuários têm a possibilidade de estabelecer o diálogo em tempo real através do chat, compartilhar Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 68 e discutir vídeos, sons, imagens e textos por meio de links, criar e postar álbuns de fotos, utilizar inúmeros aplicativos que propiciam ainda mais a aproximação entre os sujeitos, agendar encontros de universitário ou qualquer outro tipo de comemoração (eventos), dentre outras (COUTO JÚNIOR, 2013, p. 29). O Facebook faz parte do cotidiano do ser humano em especial os que não apenas utilizam a internet, mas que a tem como objeto de estudo, sendo considerada uma ferramenta capaz de unir milhões de pessoas dos mais diversos lugares do mundo e apresenta o recurso das mensagens que chegam instantaneamente a qualquer lugar promovendo a interação entre os sujeitos (PORTO; SANTOS, 2014). Recuero (2009) afirma que as redes sociais propiciam um espaço de comunicação que estabelece vínculos entre as informações e os seres humanos tecendo uma rede de colaboração e interatividade. Por outro lado, Porto e Santos (2014, p. 31) destacam em sua obra os motivos de uso do Facebook e a relação com a literatura: As razões que levam as pessoas, designadamente os jovens, a usar o Facebook são amplamente discutidas na literatura. De entre o conjunto de razões invocadas, destaca-se como principal manter as relações já existentes, ou seja, manter o contato com os amigos, sendo também usado para solidificar relações que de outro modo se perderiam. Educação, tecnologias e sociedade 69 Por conseguinte, as pesquisas evidenciam que os jovens são motivados a aderir às redes sociais para manter contato com os amigos e reforçar os laços com novos conhecidos e que a intenção não é tanto para conhecer novas pessoas e sim manter a amizade já existente. A utilização do Facebook na Educação A utilização adequada da rede social Facebook na educação é, sem dúvidas, um avanço no processo de ensino-aprendizagem e deve ser trabalhada com atenção. Caso contrário, professores e alunos poderão ter problemas, devido à internet ser um lugar onde se encontram pessoas de todos os tipos. Assim, para que seja utilizado com fins educativos pressupõe-se que é importante a participação dos professores, alunos e da família para que se possa fazer bom uso dessa ferramenta tecnológica proporcionando assim aos alunos e professores uma maneira lúdica de aprender e ensinar. Com o uso das redes sociais, os professores podem dirimir dúvidas de alunos a qualquer hora, de qualquer lugar, bem como promover atividades em grupo para aumentar a interação entre os alunos e compartilhar conhecimentos e experiências (CARITÁ et al., 2011). Nesse sentido, fez-se necessário uma reformulação nos métodos e práticas educacionais, pois os existentes podem-se considerar já ultrapassados e não conseguem na maioria das Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 70 vezes alcançarmos os objetivos didáticos da disciplina trabalhada em sala de aula. Assim, o professor ao fazer uso da rede Facebook na prática pedagógica da Língua Portuguesa pode criar uma nova estratégia de ensino. Portanto, os brasileiros são ativos produtores de informação e participantes das redes sociais e assim surge a oportunidade para que os professores utilizem essas tecnologias em favor da construção de novas estratégias de ensino da leitura e escrita (LEMOS; LÉVY, 2010). Principais potencialidades pedagógicas do Facebook No caso do Facebook há categorias de aplicativos que podem ser muito úteis no processo de ensino- aprendizagem da leitura e escrita que auxiliam em aproximar conteúdos das experiências reais vividas na vida cotidiana e na escola. Ferreira; Corrêa; Torres (2013) descreveram em sua pesquisa as principais potencialidades pedagógicas da rede Facebook, as quais contribuem para os processos de ensino da leitura e escrita: • Quizzes – aplicativos para a elaboração de questionários de múltipla escolha que permitem ao usuário aprender por meio de perguntas e respostas. • FlashCards – um tipo de jogo de informação que permite a associação de imagens e significados. O sistema gera testes aleatórios de pares semânticos muito úteis na aquisição de vocabulário. Educação, tecnologias e sociedade 71 • PodClasses – páginas no Facebook que reúnem links para conteúdos de áudio. Recurso muito útil no desenvolvimento da habilidade de listening. • SlideShare – compartilha apresentações do PowerPoint. Permite disponibilizar aulas e tutoriais. • Docs – este aplicativo permite gerenciar arquivos do Office, além de ter um formato específico para fazer fichas de aprendizagem e outros programas para uso com o Facebook. • Udutu Teach – em conjunto com o Udutu Learn são ferramentas que o professor pode utilizar para trabalhar com alunos e distribuir objetos de aprendizagem criados com a ferramenta Udutu. A própria página on-line do Facebook dispõe de um conjunto de ferramentas que podem ser utilizadas como estratégias para melhorar os processos de ensino da leitura e da escrita como exemplos têm-se (FERREIRA; CORRÊA; TORRES, 2013): • Grupos – dispositivo que permite o agrupamento de usuários que tenham os mesmos interesses. Esse recurso é muito interessante, pois permite criar um grupo para cada turma, onde os alunos poderão trocar informações entre si. • Eventos – essa ferramenta funciona com um calendário. Pode ser utilizado pelo professor para criar lembretes de provas, de aulas especiais, agendar atividades extraclasses entre outros usos. Silva Junior, Araújo Lima & Charaf Eddine 72
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