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Neoliberalismo_tensões e conflitos (1)

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Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Formação Econômica do Mundo Contemporâneo.
Rafael Moura. 
Laís dos Santos Menezes.
2023.1.
Neoliberalismo (Harvey) - Capítulo 3
Subtítulo: Tensões e contradições
Neste subtítulo do capítulo 3, Harvey, ressalta os pontos de conflito da teoria geral do Estado neoliberal. Ele destaca e cita, 5 grandes áreas de controvérsia. Que são: a interpretação do poder de monopólio, o fracasso de mercado, o acesso às mesmas informações, a mudança tecnológica e os problemas políticos. 
Segundo Harvey, em primeiro lugar, há o problema da interpretação do poder de monopólio. A maioria dos teóricos neoliberais não considera isso problema, eles defendem a livre concorrência e acreditam que aumenta a eficiência do mercado, desde que não atrapalhe a entrada de novos competidores. Entretanto, a livre concorrência gera monopólios e oligopólios, que por concentrar muito poder e abusarem dos preços, por exemplo, geralmente acabam prejudicando a eficiência de mercado. Ele ainda concluiu que os casos chamados “monopólios naturais” apresenta mais problemas, que ocorre quando é mais barato atender o consumidor por um único prestador do serviço e não pela competição entre fornecedores, porém por mais que possa haver regulação parcial, as possibilidades de lucros abusivos e outras irregularidades, são bem concretas.
A segunda grande controvérsia tem a ver com o fracasso de mercado. As empresas e indivíduos evitam arcar com as suas dívidas e obrigações com o mercado, tirando os seus passivos. Um caso clássico é o da poluição, que por mais que empresas despejam resíduos tóxicos no meio ambiente, elas não arcam com os custos e danos causados, por exemplo, empresas que atuam aqui no Brasil, como a Vale, que com suas irregularidades ocasionou diversos desastres ambientes em Brumadinho e Mariana. Entretanto, alguns acreditam que o estado não deve intervir e outros que medidas devem ser tomadas porque “a cura” irá custar mais do que os lucros da doença. Porém, ao invés de utilizar intervenção estatal, teóricos acreditam que seria combatida por mecanismos de mercado e que o mercado se ajustaria de uma forma que resolvesse esses casos.
A terceira grande controvérsia é sobre o acesso às mesmas informações. Teóricos neoliberais presumem que todos os que atuam no mercado tenham acesso às mesmas informações, porém é praticamente impossível alcançar essa condição. Presumir que todos os indivíduos terão acesso as mesmas informações de mercado, é uma ideia inocente, melhores informações lhe trazem vantagens sobre como e quando realizar decisões valiosas, por isso que muitas ideias tem os seus direitos patenteados e só aceitam compartilhar em troca de pagamentos com valores altos. 
A quarta grande controvérsia é sobre a mudança tecnológica que se sustenta da competição para buscar novos produtos, novos métodos de produção e novas formas organizacionais. Essa teoria pode sair do controle quando setores especializados em inovações tecnológicas vão precisar criar novos produtos e novas maneiras de realizar coisas que ainda não existem no mercado, um exemplo disso, seria a criação de produtos farmacêuticos para doenças inventadas, por exemplo, a criação de gomas comestíveis, que prometem reduzir o peso, apetite e combater queda de cabelo, por mais que seja comprovado pela Anvisa que não há eficácia, ainda continua sendo comercializada.
E a quinta e última controvérsia é sobre os problemas políticos. Umas das contradições é sobre o individualismo e o desejo de uma vida coletiva, embora os indivíduos sejam livres para escolher, não se pressupõe as suas escolhas, por exemplo instituições coletivas fortes (como sindicatos) em vez de associações voluntárias fracas (como instituições de caridade), aliás os indivíduos não devem administrar se o Estado deve intervir ou ser eliminado do mercado. E os teóricos neoliberais defendem à liberdade desde que suas ideias e negociações não sejam interferidas, podendo utilizar mecanismos de manipulação não democráticos, como o autoritarismo.