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CEFC 2023 COMPLETO 2023

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LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
0 
mmLEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
1 
AUTORIDADES 
Governador do Estado do Rio de Janeiro 
Exmº Sr Cláudio Bomfim de Castro e Silva 
Secretário de Estado de Polícia Militar 
Exmº Sr Coronel PM Luiz Henrique Pires 
Subsecretário de Estado de Polícia Militar 
Ilmº Sr Coronel Carlos Eduardo Sarmento da Costa 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Ilmº Sr Coronel PM Marcelo André Teixeira da Silva 
Comandante do CFAP 31 de Voluntários 
Ilmº Sra Coronel PM Simone Duque Romeu 
Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandre Moreira Soares 
 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
2 
APRESENTAÇÃO 
Prezados alunos, o Curso Especial de Formação de Cabos - CEFC é o primeiro curso de 
qualificação profissional do Praça Policial Militar após seu curso de ingresso na instituição – Curso de 
Formação de Soldados (CFSd). 
Deste modo, ao longo dos primeiros seis anos da atuação policial que se dá como Soldado 
PM (primeiro posto enquanto elemento de execução) o Policial Militar ascende ao posto de Cabo PM. 
Nesse período, muitos dos saberes construídos no CFSd foram postos em prática nas mais diversas 
funções que um soldado PM pode exercer na Instituição Polícia Militar. 
Nesta direção, sendo o Soldado PM elemento fundamental na execução da política de 
segurança pública do nosso Estado, o CEFC apresenta-se como um momento interessante para a 
retomada da sua qualificação, agora podendo compartilhar e aperfeiçoar sua experiência profissional. 
Não obstante, sendo o CEFC na modalidade de ensino a distância, o Cabo PM pode usufruir 
da flexibilidade oferecida por essa modalidade, podendo adequar sua rotina ao cronograma do curso. 
Desta forma, o Curso Especial de Formação de Cabos visa atender as necessidades da 
Corporação e busca o melhor rendimento do processo de ensino e aprendizagem dos Cabos Policiais 
Militares, utilizando os recursos instrucionais que a PMERJ disponibiliza para qualificar seu efetivo. 
Para tal, com o suporte do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar do Estado do 
Rio de Janeiro, o CEFC será desenvolvido no ambiente virtual de aprendizagem, por intermédio de 
sua Escola Virtual, inclusive, as avaliações das disciplinas correspondentes ao curso. 
Assim, é fundamental o seu empenho, prezado aluno, pois na modalidade de ensino a 
distância você terá autonomia para o período de estudos, mas também será necessário disciplina e 
dedicação para o êxito dessa jornada, pois alcançar o sucesso depende do seu esforço individual. 
Convém destacar que na era da informação e da tecnologia, é necessário aprimoramento 
constante a fim de garantir uma tropa consciente, respeitosa, pautada em valores morais e 
institucionais, permitindo assim o cumprimento de suas funções com dignidade e excelência. 
Esperamos que nossos policiais sejam cada vez mais qualificados, bem treinados e 
especializados, para cumprirmos nossa missão, buscando cada vez mais a excelência de nossas 
ações. 
Por fim, desejamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos construídos ao longo do 
curso e busque uma reflexão acerca de suas funções diante da sociedade e seus companheiros de 
profissão. Que seja um momento de repensar as práticas e fortalecer seu vínculo profissional, 
ampliando cada vez mais seus conhecimentos para lidar com as particularidades de ser um Policial 
Militar no Estado do Rio de Janeiro. 
Bons estudos! 
Marcelo André Teixeira da Silva – Coronel PM 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Simone Duque Romeu – Cel PM 
Comandante do CFAP 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
3 
DESENVOLVEDORES 
CFAP 
Supervisão e Coordenação Pedagógica 
CAP PM Ped. Patrícia Kalife Paiva 
CAP PM Ped Priscila Medeiros Moura Lima 
CB PM Cíntia Andrade de Araújo 
CB PM Fernanda Belísio Oliveira dos Santos 
CB PM Layla Simões da Silva 
CB PM Eduarda Vasconcellos Dias de Oliveira 
Conteudista 
CAP PM Claúdio Cesar Peres Rodrigues Aguiar dos Santos 
 
CEADPM 
Supervisão Geral EAD 
MAJ PM Rodrigo Fernandes Ferreira 
Equipe Técnica 
SUBTEN PM Willian Jardim de Souza 
2º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos 
CB PM Lucas Almeida de Oliveira 
CB PM Diogo Ramalho Pereira 
CB PM Jorge Pereira Victorino 
Diagramação 
2º SGT PM Alan dos Santos Oliveira 
3º SGT PM Michele Pereira da Silva de Oliveira 
SD PM Daniel Moreira de Azevedo Júnior 
SD PM Alexandre Leite da Silva 
Design Instrucional 
3º SGT PM Michele Pereira da Silva de Oliveira 
Filmagem e Edição de Vídeo 
CB PM Renan Campos Barbosa 
SD PM Alexandre dos Reis Bispo 
Suporte ao Aluno 
1º SGT PM Anderson Inácio de Oliveira 
CB PM Tainá Pereira de Pereira 
 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
4 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................5 
PREVISÃO CONSTITUCIONAL .................................................................................................................................................6 
DIREITO DAS MULHERES ........................................................................................................................................................6 
ÂMBITO DE INCIDÊNCIA ..........................................................................................................................................................7 
CONFIGURAÇÃO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER (ART. 5º) ...........................................8 
FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR (Art. 7º) ................................................................................................9 
CUSTOS PAGOS PELO AGRESSOR (ART. 9º) .....................................................................................................................10 
ATENDIMENTO POLICIAL (ART. 10 ATÉ ART. 12 C) ...........................................................................................................11 
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA (ARTS. 18 AO 24): ................................................................................................14 
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA PARA A VÍTIMA (ART. 23): ..................................................................................15 
CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA. (ART. 24 A) (INCLUÍDO PELA LEI Nº 
13.641/2018) .............................................................................................................................................................................16 
DECRETAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA (ART. 20): ..........................................................................................................16 
COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR (art. 14):...................................................................................................17 
QUESTÕES COMPLEMENTARES: .........................................................................................................................................17 
JURISPRUDÊNCIAS DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SOBRE A LEI 11.340/2006. ..............................................18 
CONCLUSÃO ...........................................................................................................................................................................20 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................................................................................21 
 
 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
5 
INTRODUÇÃO 
Inicialmente devemos entender que a “Lei Maria da Penha”, surge para garantia do disposto 
no artigo 226, parágrafo 8º da CF e como sanção aplicada pela Comissão Interamericana de Direitos 
Humanos ao Estado Brasileiro que foi Condenado, em razão da grave violação de direitos humanos 
da Brasileira Cearense Maria da Penha Fernandes, biofarmacêutica, residenteem Fortaleza que no 
ano de 1983 foi vítima de tentativa de homicídio por duas vezes, primeira com um tiro e a segunda 
por eletrocussão e afogamento, ficando paraplégica, sendo a violência provocada pelo seu marido, à 
época, professor da Faculdade de Economia, Marco Antônio H. Ponto Viveiros, sendo o agressor 
condenado em duas ocasiões, entretanto, não chegou a ser preso. 
Logo após a vergonhosa condenação do Brasil em 2001, pela Organização dos Estados 
Americanos (OEA), tornou-se o País, também, signatário da Convenção sobre a Eliminação de Todas 
as Formas de Discriminação contra as Mulheres (Decreto n. 4.377/2002) e da Convenção 
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do 
Pará – 1994 – Decreto n. 1.973/96). 
Comumente renomada como “Lei Maria da Penha” a lei nº 11.340/2006 que de acordo com a 
ONU, é uma das mais avançadas no mundo para a proteção da mulher, no Brasil, é a principal 
ferramenta legislativa na luta contra a violência doméstica. 
Possui caráter processual e em regra, não tipifica condutas, com exceção do seu artigo 24 A, 
incluído pela Lei 13641/18. Objetivo primacial é criar mecanismos para coibir a violência 
doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da 
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da 
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre 
a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de 
Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saiba mais: 
Quem é Maria da Penha? 
 Quem é Maria da Penha - Instituto Maria da Penha 
https://www.institutomariadapenha.org.br/quem-e-maria-da-penha.html
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
6 
PREVISÃO CONSTITUCIONAL 
 
Você sabia que a Lei Maria da Penha, em seu art. 1º, anuncia o seu fundamento 
constitucional? 
 
“Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra 
a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação 
de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir 
e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República 
Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a 
Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência 
doméstica e familiar”. 
“Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
[...] 
§ “8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, 
criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações”. 
Importante mencionar que a Lei Maria da Penha já teve sua constitucionalidade questionada 
com base no art. 5º, I, da CF, que, no entanto, foi declarada constitucional pelo STF. Segundo o 
Supremo Tribunal Federal, trata-se de hipótese de desigualdade positiva, devendo ser, inclusive, 
incentivada no ordenamento jurídico. 
DIREITO DAS MULHERES 
“Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, 
cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa 
humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar 
sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social”. 
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à 
vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao 
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência 
familiar e comunitária”. 
 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
7 
ÂMBITO DE INCIDÊNCIA 
 Sujeito ativo: Qualquer Pessoa de qualquer gênero. 
 Sujeito passivo: Qualquer pessoa do gênero feminino que por este motivo, sofra violência no 
ambiente doméstico, familiar ou afetiva. 
Obviamente, a lei não se aplica quando a vítima for homem. Aplica-se quando a vítima for 
mulher, quando a violência é praticada no ambiente doméstico, familiar ou afetiva. Mulher, para a lei, 
como regra, é o ser humano do gênero feminino. Entretanto, algumas situações peculiares devem ser 
destacadas: 
a) Lésbica: tem a proteção da Lei; 
b) Transexual: desde que operada, com alteração do nome para o feminino e com laudo 
psicológico atestando a condição de pessoa transexual, é plenamente possível a proteção da Lei. 
 
O Judiciário em todo o País tem enfrentado questões de transexuais 
que não optaram pela cirurgia, e tampouco a alteração de nome, que 
pretendem a aplicação da Lei Maria da Penha. A jurisprudência tem 
revelado certa tendência de permitir a aplicação da Lei desde que, ainda 
que o sexo seja masculino, o gênero, a forma de ser, o psicológico, seja 
feminino (devidamente atestado por profissional da psicologia idôneo); 
 
 
Necessário transcrever a decisão do saudoso Doutor Desembargador George Lopes Leite do 
TJDFT que enfrentou esta problemática, sendo o seu entendimento utilizado em situações 
semelhantes: “O gênero feminino da vítima parte de sua liberdade de autodeterminação, sendo 
apresentado socialmente pelo nome que adota pela forma que se veste e pela maneira como deseja 
ser tratada em suas relações”. (...) A alteração do registro de identidade ou cirurgia de 
transgenitalização são apenas opções postas à sua disposição para que exerça de forma plena e 
sem constrangimentos sua liberdade de escolha, não se tratando de condicionantes para que seja 
considerada mulher. “Além disso, uma vez que se apresenta dessa forma, a vítima também carrega 
consigo todos os estereótipos de vulnerabilidade e sujeição voltados ao gênero feminino, combatidos 
pela lei Maria da Penha” (TJDF. 1ª Turma, SER 2017 16 1007612-7, rel. Des George Lopes, j. 5-4-
2018). 
c) Desnecessidade de demonstração da vulnerabilidade e hipossuficiência da mulher: as 
duas características são ínsitas ao gênero feminino, cabendo o ônus da prova ao suposto agressor 
no sentido de que a vítima não seria mais fraca ou de que teria agido em legítima defesa. 
 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
8 
CONFIGURAÇÃO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 
CONTRA A MULHER (ART. 5º) 
Configura-se violência doméstica e familiar, para 
efeito de aplicação desta Lei, toda ação ou omissão, dolosa 
ou culposa, sobre o gênero mulher, que tenha por resultado a 
morte, lesão (independente da gravidade) ou sofrimento 
(físico, psicológico, sexual, patrimonial ou moral) no 
ambiente: 
I - Doméstico (espaço de convívio entre pessoas com ou sem vínculo familiar, inclusive as 
agregadas). 
➢ Observação importante: Não exige vinculo familiar, então, por exemplo, empregada doméstica, 
enteada, enfermeira, curatelada, tutelada, todas estas situações uma vez agredida por 
motivação de gênero será alcançado pela Lei Maria da Penha. 
II - Familiar (espaço de convívio de pessoas que estejam unidas por vínculo sanguíneo, por 
afinidade ou por consideração – irmãos, cunhada, etc.); 
➢ Observação importante: Vulnerabilidade (questão de gênero); cunhado que agride a cunhada 
(HC nº 172.634-DF - STJ); irmão que agride irmã (REsp 1.239.850-DF, Rel. Min. Laurita Vaz, 
julgado em 16-2-2012); Nora que agride sogra. 
III - Relação de afeto (namoro, noivado, ex-namorado). – Desde que a motivação esteja 
ligada à relação, casamento, etc. Nesta modalidade, independe de coabitação. Além disso, é 
hipótese de violação dos direitos humanos. 
➢ Observação importante: a partir de 2014, o STJ tem se manifestado no sentido de aplicar a Lei 
Maria da Penha em situação de namoro. 
2017 - Súmula 600 do STJ: “Para a configuração da violência doméstica e familiar previstano artigo 
5º da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação entre autor e vítima”. 
No parágrafo único do artigo 5º da lei Maria da Penha preconiza que independe da orientação 
sexual da vítima, sendo ela considerada do gênero feminino terá a proteção garantida pela lei. 
§ único do artigo 5º “As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação 
sexual.”. 
 
Você sabia que a Lei Maria da Penha atribuiu às uniões homoafetivas o caráter 
de entidade familiar, ao prever, no seu artigo 5º, parágrafo único, que as relações 
pessoais mencionadas naquele dispositivo independem de orientação sexual? 
 
(REsp 1183378/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, Julgado em 
25/10/2011,DJE 01/02/2012 
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('RESP'.clas.+e+@num='1183378')+ou+('REsp'+adj+'1183378').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('RESP'.clas.+e+@num='1183378')+ou+('REsp'+adj+'1183378').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('RESP'.clas.+e+@num='1183378')+ou+('REsp'+adj+'1183378').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('RESP'.clas.+e+@num='1183378')+ou+('REsp'+adj+'1183378').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
9 
Podemos concluir que sobre a competência e amplitude espacial da lei Maria da Penha é 
necessário somar a violência que tem como base a questão de gênero + o contexto previsto na lei, 
mas especificamente no artigo 5º. 
FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR (Art. 7º) 
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: 
I - A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde 
corporal; 
II - A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano 
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou 
que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, 
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, 
insulto, chantagem, ridicularizarão, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio 
que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; 
III - A violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a 
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso 
da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a 
impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto 
ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o 
exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; 
IV - A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, 
subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos 
pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas 
necessidades; 
V - A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação 
ou injúria. 
 
 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
10 
 
 
Os crimes podem estar previstos no Código Penal ou em leis 
especiais. Em caso de violência doméstica contra a mulher, a 
tipificação em si estará nestes dispositivos, mas aplicam-se os 
malefícios da Lei Maria da Penha. 
 
 
CONCEITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER 
(ART. 5º +ART. 7º) 
➢ A) baseada em questão de gênero; 
➢ B) praticada contra mulher em contexto familiar, doméstico ou em razão de relação intima de 
afeto; 
➢ C) que resulte, dentre outros, morte, lesão, sofrimento, físico ou psicológico e dano moral ou 
patrimonial. 
CUSTOS PAGOS PELO AGRESSOR (ART. 9º) 
[...] § 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou 
psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os danos 
causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, 
os custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total tratamento das vítimas em 
situação de violência doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao 
Fundo de Saúde do ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem os 
serviços. 
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente e 
disponibilizados para o monitoramento das vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por 
medidas protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor. 
§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não poderá importar ônus de 
qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus dependentes, nem configurar atenuante ou 
ensejar possibilidade de substituição da pena aplicada. 
§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade para 
matricular seus dependentes em instituição de educação básica mais próxima de seu 
domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos 
comprobatórios do registro da ocorrência policial ou do processo de violência doméstica e familiar em 
curso. 
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependentes matriculados ou 
transferidos conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às informações será reservado ao 
juiz, ao Ministério Público e aos órgãos competentes do poder público” 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
11 
ATENDIMENTO POLICIAL (ART. 10 ATÉ ART. 12 C) 
Cumpre destacar o recente art. 10-A acrescentado pela Lei nº 13.505/2017, com direitos da 
mulher no momento do atendimento: 
“Art. 10- A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o 
atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores - 
preferencialmente do sexo feminino - previamente capacitados”. 
 
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência 
doméstica e familiar ou de testemunha de violência 
doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher, 
obedecerá às seguintes diretrizes: 
I - Salvaguarda da integridade física, psíquica e 
emocional da depoente, considerada a sua condição 
peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e familiar; 
II - Garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência doméstica e 
familiar, familiares e testemunhas terão contato direto com investigados ou suspeitos e pessoas a 
eles relacionadas; 
III - Não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos 
âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos sobre a vida privada. 
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemunha de 
delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte procedimento: 
I - A inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse fim, o qual conterá os 
equipamentos próprios e adequados à idade da mulher em situação de violência doméstica e familiar 
ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida; 
II - Quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional especializado em 
violência doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou policial; 
III - O depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, devendo a degravação e 
a mídia integrar o inquérito. 
A Lei apresenta as providências que deverão ser efetuadas pela autoridade policial (Delegado 
de Polícia). O Delegado poderá adotar as medidas previstas no art. 11 na hipótese da iminência ou 
prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, bem como no caso do suposto agressor 
descumprir qualquer medida protetiva de urgência deferida pelo juiz. 
Art.11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade 
policial deverá, entre outras providências: 
I - Garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério 
Público e ao Poder Judiciário; 
II - Encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal; III - 
fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver 
risco de vida; 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
12 
IV - Se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do 
local da ocorrência ou do domicílio familiar; 
V - Informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis, 
inclusive os de assistência judiciária para o eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação 
de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável 
(Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019). 
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro 
da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem 
prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal: 
I - Ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se 
apresentada; 
II - Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas 
circunstâncias; 
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o 
pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência; 
IV - Determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros 
exames periciais necessários; 
V - Ouvir o agressor e as testemunhas 
VI - Ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes 
criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais 
contra ele; 
VI - A - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo e, na 
hipótese de existência, juntar aos autos essa informação, bem como notificar a ocorrência à 
instituição responsável pela concessão do registro ou da emissão do porte, nos termos da Lei nº 
10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do Desarmamento) - (Incluído pela Lei nº 13.880, de 
2019); 
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público. 
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá conter: I - 
qualificação da ofendida e do agressor; 
II - Nome e idade dos dependentes; 
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida; 
IV - Informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência e se da violência 
sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiência preexistente (Incluído pela Lei nº 13.836, 
de 2019). 
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1o o boletim de 
ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida. 
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por 
hospitais e postos de saúde. 
Observação importante: O art. 12 não autoriza o delegado a requerer medida protetiva de 
ofício, mas apenas encaminhar a solicitação feita pela vítima. Ou seja, na fase policial, só a vítima 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
13 
pode requerer ao juiz a aplicação de medidas protetivas de urgência. Já na fase judicial, o 
Ministério Público também poderá requerer, não havendo previsão legal para que o juiz possa decidir 
de ofício, entretanto, a Lei nº 13.827/2019, trouxe possibilidade de o Delegado de Polícia (ou outro 
policial) concretizar medida protetiva de urgência: 
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física ou 
psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o 
agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida: 
I - Pela autoridade judicial; 
I - Pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou 
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado 
disponível no momento da denúncia. 
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo 
máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação 
da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente. 
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva 
de urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso. 
 
 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
14 
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA (ARTS. 18 AO 24): 
Ao receber o expediente com o pedido da vítima, caberá ao juiz, no prazo de 48 horas, 
conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas de urgência; determinar o 
encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para o 
ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução 
de união estável perante o juízo competente; comunicar ao Ministério Público para que adote as 
providências cabíveis; e, determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor. 
 
Vale destacar que as medidas protetivas de urgência poderão ser 
concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e 
de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente 
comunicado. As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou 
cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras 
de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem 
ameaçados ou violados. 
 
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA QUE OBRIGAM O AGRESSOR (ART. 
22): 
Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, 
o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes 
medidas protetivas de urgência, entre outras: 
I - Suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão 
competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003; 
II - Afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida; 
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais: 
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo 
de distância entre estes e o agressor; 
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação; 
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica 
da ofendida; 
IV - Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de 
atendimento multidisciplinar ou serviço similar; 
V - Prestação de alimentos provisionais ou provisórios. 
VI – Comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação; (Incluído pela 
Lei nº 13.984, de 2020). 
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em 
grupo de apoio. (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020) Para garantir a efetividade das medidas 
protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial. 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
15 
 
 
O rol não é taxativo (exemplificativo), ou seja, nada impede de o 
juiz adotar outras medidas que entender pertinentes no caso 
concreto. 
 
 
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA PARA A VÍTIMA (ART. 23): 
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: 
I - Encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção 
ou de atendimento; 
II - Determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, 
após afastamento do agressor; 
III - determinar o afastamento da ofendida dolar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, 
guarda dos filhos e alimentos; 
IV - Determinar a separação de corpos; 
V - Determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica 
mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição, independentemente da 
existência de vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019). 
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de 
propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre 
outras: 
I - Restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida; 
II - Proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra venda e locação de 
propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial; 
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor; 
IV - Prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais 
decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida. 
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos 
incisos II e III deste artigo. 
 
 
Se o agressor não cumprir as medidas protetivas impostas? 
Caberá a decretação de prisão preventiva? Poderá ser denunciado 
pelo crime de resistência? 
 
 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
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CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE 
URGÊNCIA. (ART. 24 A) (INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.641/2018) 
“Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas 
nesta Lei: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. 
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu 
as medidas. 
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança. 
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis” 
 
DECRETAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA (ART. 20): 
“Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão 
preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou 
mediante representação da autoridade policial. Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão 
preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo 
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem”. 
 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
17 
COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR (art. 14): 
“Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça 
Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos 
Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da 
prática de violência doméstica e familiar contra a mulher. Parágrafo único. Os atos processuais 
poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária”. 
“Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução de união 
estável no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 
2019. 
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a 
Mulher a pretensão relacionada à partilha de bens. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019.) 
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuizamento da ação de 
divórcio ou de dissolução de união estável, a ação terá preferência no juízo onde estiver. (Incluído 
pela Lei nº 13.894, de 2019)”. 
QUESTÕES COMPLEMENTARES: 
Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, 
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995 
(JECRIM). 
 
AÇÃO PENAL: nos crimes contra a mulher com violência doméstica e familiar, a lei Maria 
da Penha silencia sobre a ação penal, valendo as regras gerais do Código Penal. 
Todavia, importante destacar que para os crimes de lesão leve e culposa, a Lei nº 
9.099/1995 define se tratar de crimes perseguidos mediante ação penal pública condicionada à 
representação do ofendido. Como a Lei Maria da Penha proíbe a aplicação da Lei nº 9.099/1995, 
logo, para os crimes acima destacados teremos ação penal pública incondicionada quando a vítima 
for mulher no contexto de violência doméstica e familiar. 
 
RENÚNCIA À REPRESENTAÇÃO: Nas ações penais públicas condicionadas à 
representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à 
representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, 
antes do recebimento da denúncia e ouvida o Ministério Público. 
“Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata 
esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente 
designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. 
“Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, 
de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que 
implique o pagamento isolado de multa”. 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
18 
JURISPRUDÊNCIAS DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SOBRE 
A LEI 11.340/2006. 
Nos crimes praticados no âmbito doméstico e familiar, a palavra da vítima tem especial relevância 
para fundamentar o recebimento da denúncia ou a condenação, pois normalmente são cometidos 
sem testemunhas. 
(HC 318976/RS, Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO 
DO TJ/PE), QUINTA TURMA, Julgado em 06/08/2015, DJE 18/08/2015 
A Lei n. 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha, objetiva proteger a mulher da violência 
doméstica e familiar que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, e dano 
moral ou patrimonial, desde que o crime seja cometido no âmbito da unidade doméstica, da família 
ou em qualquer relação íntima de afeto. (HC 310154/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, 
Julgado em 28/04/2015, DJE 13/05/2015) 
A Lei Maria da Penha atribuiu às uniões homoafetivas o caráter de entidade familiar, ao prever, no 
seu artigo 5º, parágrafo único, que as relações pessoais mencionadas naquele dispositivo 
independem de orientação sexual. 
(REsp 1183378/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, Julgado em 25/10/2011, 
DJE 01/02/2012) 
O sujeito passivo da violência doméstica objeto da Lei Maria da Penha é a mulher, já o sujeito ativo 
pode ser tanto o homem quanto a mulher, desde que fique caracterizado o vínculo de relação 
doméstica, familiar ou de afetividade, além da convivência, com ou sem coabitação. (HC 277561/AL, 
Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA. Julgado em 06/11/2014, DJE 13/11/2014) 
A violência doméstica abrange qualquer relação íntima de afeto, dispensada a coabitação. 
(HC 280082/RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA. Julgado em 12/02/2015, DJE 25/02/2015) 
Para a aplicação da Lei n. 11.340/2006, há necessidade de demonstração da situação de 
vulnerabilidade ou hipossuficiência da mulher, numa perspectiva de gênero. 
AgRg no REsp 1430724/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Julgado em 
17/03/2015,DJE 24/03/2015 
A vulnerabilidade, hipossuficiência ou fragilidade da mulher têm-se como presumidas nas 
circunstâncias descritas na Lei n. 11.340/2006. 
(RHC 055030/RJ, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA. Julgado em 
23/06/2015, DJE 29/06/2015) 
A agressão do namorado contra a namorada, mesmo cessado o relacionamento, mas que ocorra 
em decorrência dele, está inserida na hipótese do art. 5º, III, da Lei n. 11.340/06, caracterizando a 
violência doméstica. 
 
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('HC'.clap.+e+@num='318976')+ou+('HC'+adj+'318976').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('HC'.clap.+e+@num='318976')+ou+('HC'+adj+'318976').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=vejahttps://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('HC'.clap.+e+@num='310154')+ou+('HC'+adj+'310154').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
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https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('RESP'.clas.+e+@num='1183378')+ou+('REsp'+adj+'1183378').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
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https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('HC'.clap.+e+@num='277561')+ou+('HC'+adj+'277561').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('HC'.clap.+e+@num='277561')+ou+('HC'+adj+'277561').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('HC'.clap.+e+@num='280082')+ou+('HC'+adj+'280082').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('HC'.clap.+e+@num='280082')+ou+('HC'+adj+'280082').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('AGRESP'.clas.+e+@num='1430724')+ou+('AgRg%20no%20REsp'+adj+'1430724').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('AGRESP'.clas.+e+@num='1430724')+ou+('AgRg%20no%20REsp'+adj+'1430724').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('AGRESP'.clas.+e+@num='1430724')+ou+('AgRg%20no%20REsp'+adj+'1430724').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
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https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('AGRESP'.clas.+e+@num='1430724')+ou+('AgRg%20no%20REsp'+adj+'1430724').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('RHC'.clap.+e+@num='055030')+ou+('RHC'+adj+'055030').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('RHC'.clap.+e+@num='055030')+ou+('RHC'+adj+'055030').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
19 
(REsp 1416580/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA. Julgado em 01/04/2014, DJE 
15/04/2014) 
 
Maria da Penha Maia Fernandes 
 
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('RESP'.clas.+e+@num='1416580')+ou+('REsp'+adj+'1416580').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('RESP'.clas.+e+@num='1416580')+ou+('REsp'+adj+'1416580').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('RESP'.clas.+e+@num='1416580')+ou+('REsp'+adj+'1416580').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('RESP'.clas.+e+@num='1416580')+ou+('REsp'+adj+'1416580').suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
20 
CONCLUSÃO 
O Cabo da Policia Militar no seu ofício diário se depara inúmeras vezes com ocorrências que versam 
sobre violência doméstica e familiar contra a mulher, portanto, é fundamental o pleno conhecimento da lei 
nº 11.340/2006 de forma atualizada, sendo de extrema importância o contínuo estudo sobre a matéria e a 
conscientização que fazemos parte de uma política pública nacional que visa coibir a violência doméstica e 
familiar contra a mulher, estando inseridos no artigo 8º, inciso VII da Lei. 
Podemos concluir que é primacial que o policial militar em qualquer posto ou graduação tenha 
conhecimento da Legislação que protege o gênero feminino e toda a sua complexidade processual de 
modo a se resguardar objetivando agir sempre em conformidade com a lei e consiga efetuar com eficiência 
sua missão. 
 
 
LEI MARIA DA PENHA – CEFC 
21 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. 15. São Paulo: Saraiva, 2021. 
BIANCHINI, Alice. Lei Maria da Penha. 4. São Paulo: Saraiva, 2018. 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal, v. 2 parte especial: Arts. 121 a 154-B: 
crimes contra a pessoa. 21. São Paulo: Saraiva Jur, 2021. 
DIAS, Maria Berenice. A lei Maria da Penha na justiça: a efetividade da lei 11.340/2006 de 
combate à violência doméstica contra a mulher. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007-2008. 
CAPEZ, Fernando. Legislação Penal Especial- 17- Ed São Paulo: Saraiva 2022. 
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Comentadas- vol. 1 e 2. 14 ed. Revista 
atualizada e reformulada - Rio de Janeiro: Forense, 2019. 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
 
0 
 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
 
1 
AUTORIDADES 
Governador do Estado do Rio de Janeiro 
Exmº Sr Cláudio Bomfim de Castro e Silva 
Secretário de Estado de Polícia Militar 
Exmº Sr Coronel PM Luiz Henrique Pires 
Subsecretário de Estado de Polícia Militar 
Ilmº Sr Coronel Carlos Eduardo Sarmento da Costa 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Ilmº Sr Coronel PM Marcelo André Teixeira da Silva 
Comandante do CFAP 31 de Voluntários 
Ilmº Sr Coronel PM Simone Duque Romeu 
Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandre Moreira Soares 
 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
 
2 
APRESENTAÇÃO 
Prezados alunos, o Curso Especial de Formação de Cabos - CEFC é o primeiro curso de 
qualif icação prof issional do Praça Policial Militar após seu curso de ingresso na instituição – Curso de 
Formação de Soldados (CFSd). 
Deste modo, ao longo dos primeiros seis anos da atuação policial que se dá como Soldado PM 
(primeiro posto enquanto elemento de execução) o Policial Militar ascende ao posto de Cabo PM. Nesse 
período, muitos dos saberes construídos no CFSd foram postos em prática nas mais diversas funções que 
um soldado PM pode exercer na Instituição Polícia Militar. 
Nesta direção, sendo o Soldado PM elemento fundamental na execução da política de segurança 
pública do nosso Estado, o CEFC apresenta-se como um momento interessante para a retomada da sua 
qualif icação, agora podendo compartilhar e aperfeiçoar sua experiência prof issional. 
Não obstante, sendo o CEFC na modalidade de ensino a distância, o Cabo PM pode usufruir d a 
f lexibilidade oferecida por essa modalidade, podendo adequar sua rotina ao cronograma do curso. 
Desta forma, o Curso Especial de Formação de Cabos visa atender as necessidades da 
Corporação e busca o melhor rendimento do processo de ensino e aprendizagem dos Cabos Policiais 
Militares, utilizando os recursos instrucionais que a PMERJ disponibiliza para qualif icar seu efetivo. 
Para tal, com o suporte do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar do Estado do Rio de 
Janeiro, o CEFC será desenvolvido no ambiente virtual de aprendizagem, por intermédio de sua Escola 
Virtual, inclusive, as avaliações das disciplinas correspondentes ao curso. 
Assim, é fundamental o seu empenho, prezado aluno, pois na modalidade de ensino a distância 
você terá autonomia para o período de estudos, mas também será necessário disciplina e dedicação para 
o êxito dessa jornada, pois alcançar o sucesso depende do seu esforço individual. 
Convém destacar que na era da informação e da tecnologia, é necessário aprimoramento 
constante a f im de garantir uma tropa consciente, respeitosa, pautada em valores morais e institucionais, 
permitindo assim o cumprimento de suas funções com dignidade e excelência. 
Esperamos que nossos policiais sejam cadavez mais qualif icados, bem treinados e especializados, 
para cumprirmos nossa missão, buscando cada vez mais a excelência de nossas ações. 
Por f im, desejamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos construídos ao longo do 
curso e busque uma ref lexão acerca de suas funções diante da sociedade e seus companheiros de 
prof issão. Que seja um momento de repensar as práticas e fortalecer seu vínculo prof issional, ampliando 
cada vez mais seus conhecimentos para lidar com as particularidades de ser um Policial Militar no Estado 
do Rio de Janeiro. 
Bons estudos! 
Marcelo André Teixeira da Silva – Coronel PM 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Simone Duque Romeu – Cel PM 
Comandante do CFAP 
 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
3 
DESENVOLVEDORES 
CFAP 
Supervisão e Coordenação Pedagógica 
CAP PM Ped. Patrícia Kalife Paiva 
CAP PM Ped Priscila Medeiros Moura Lima 
CB PM Cíntia Andrade de Araújo 
CB PM Fernanda Belísio Oliveira dos Santos 
CB PM Layla Simões da Silva 
CB PM Eduarda Vasconcellos Dias de Oliveira 
Conteudista 
3º SGT PM Ariane Abreu 
CEADPM 
Supervisão Geral EAD 
MAJ PM Rodrigo Fernandes Ferreira 
Equipe Técnica 
SUBTEN PM Willian Jardim de Souza 
2º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos 
CB PM Lucas Almeida de Oliveira 
CB PM Diogo Ramalho Pereira 
CB PM Jorge Pereira Victorino 
Diagramação 
2º SGT PM Alan dos Santos Oliveira 
3º SGT PM Michele Pereira da Silva de Oliveira 
SD PM Daniel Moreira de Azevedo Júnior 
SD PM Alexandre Leite da Silva 
Design Instrucional 
3º SGT PM Michele Pereira da Silva de Oliveira 
Filmagem e Edição de Vídeo 
CB PM Renan Campos Barbosa 
SD PM Alexandre dos Reis Bispo 
Suporte ao Aluno 
1º SGT PM Anderson Inácio de Oliveira 
CB PM Tainá Pereira de Pereira 
 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
4 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................................................................5 
ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL- P/1.....................................................................................................................................................6 
SECRETARIA ...........................................................................................................................................................................................8 
LOGÍSTICA - P/4 ....................................................................................................................................................................................12 
MATERIAL BÉLICO................................................................................................................................................................................55 
APROVISIONAMENTO ..........................................................................................................................................................................59 
APROVISIONADOR ...............................................................................................................................................................................60 
DESPENSEIRO OU ESTOQUISTA ........................................................................................................................................................61 
COZINHEIRO ..........................................................................................................................................................................................61 
AUXILIAR DE COZINHA.........................................................................................................................................................................62 
AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS DE COPA E COZINHA..................................................................................................................62 
DO CONTROLE DA SAÚDE DOS MANIPULADORES .........................................................................................................................63 
DOS UNIFORMES E MATERIAIS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL..........................................................................................................64 
DAS INSTALAÇÕES...............................................................................................................................................................................65 
DOS EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS .................................................................................................................................................69 
DA HIGIENE NA PRODUÇÃO DOS ALIMENTOS .................................................................................................................................70 
DA HIGIENE DOS MANIPULADORES ..................................................................................................................................................72 
DA HIGIENE DOS ALIMENTOS .............................................................................................................................................................74 
DAS ETAPAS DO FLUXO DE PRODUÇÃO DOS ALIMENTOS ...........................................................................................................75 
DA ESTOCAGEM DOS ALIMENTOS.....................................................................................................................................................76 
DA MANIPULAÇÃO DOS ALIMENTOS.................................................................................................................................................78 
DO TRANSPORTE DOS ALIMENTOS...................................................................................................................................................82 
DO CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA ........................................................................................................................................83 
DO CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS E VETORES ....................................................................................................................84 
DOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS .............................................................................................................85 
CONCLUSÃO..........................................................................................................................................................................................89 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................................................................90 
 
 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
5 
INTRODUÇÃO 
 
Em Administração Aplicada à PMERJ, estudaremos um pouco mais das práticas e 
rotinas referentes às seções administrativas de uma Unidade da Polícia Militar do Estado do 
Rio de Janeiro. 
As novas responsabilidades e o aprimoramento se faz primordial para o bom 
desempenho das atividades. O Policial Militar deve estar preparado tanto para o 
cumprimento da atividade-f im (Policiamento Ostensivo), quanto para o desempenho da 
atividade-meio (Serviço Administrativo) que venham a ser demandados durante a carreira 
policial. 
Este material busca trazer um panorama teórico-prático das questões pertinentes a 
Administração Aplicada a PMERJ, de modo a elucidar questões inerentes à prática 
administrativa cotidiana da Corporação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
6 
ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL- P/1 
 
A Seção de Pessoal P/1 é responsável pelo controle de efetivo, escalas, controle de férias e licença 
das praças, bem como todos os assuntos pertinentes. 
Os principais documentos utilizados pela Seção de Pessoal P/1, são os abaixo relacionados: 
 
• Livro de índice nominal 
• LivroLeme 
• Livro de controle de escala 
• Alarde CABOS e SOLDADOS 
• Mapas operacionais 
• Quadro 
• Plano de chamada 
• Plano de Avaliação de condicionamento f ísico TAM/TAF 
• Relação do Pessoal em diversos destinos 
• Calendário de férias e Licença Especial 
• Livro de controle de Apresentação 
• Tabelas e gráf icos 
 
 
Elaborados Nas Subunidades 
 
 
• Quadro fotográf ico 
• Escalas de serviço 
• Pernoites 
• Livro Índice Nominal: De uso permanente destinado a relacionar o pessoal pertencente ou que 
pertenceu a OPM, bem como sua classif icação, conforme exemplo abaixo: 
 
 
Nome 
 
Grau 
hierárquico 
 
RG 
 
Apresentação 
 
Procedência 
 
Classif 
 
Deslig 
 
Destino 
 
João 
Pedro 
 
SD 
 
100.000 
 
03/01/19 
 
CFAP 
 
1ª Cia 
 
08/01/19 
 
APM 
• Livro Leme: De uso permanente para controle da distribuição funcional dos PMs. O posto será 
transcrito a lápis, para os Of iciais, SUBTEN e SGT serão identif icados com o nome de Escala e os 
CABOS e SOLDADOS com RG. (Pouco utilizado atualmente, porém importante). 
• Livro de controle de escalas: Do uso permanente, destina-se a transcrição das escalas de serviços 
elaboradas pelas companhias. 
• Alarde: consta nas alterações do policial. 
 
 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
7 
Ex.: Mês de maio, o SD PM João RG 20.000: Baixou extraordinariamente ao HCPM, no dia 10. 
Atividade f im: Policiamento 
Atividade meio: Atividade interna na OPM. 
 
 
Plano de chamada 
 
• Durante o expediente: Responsabilidade da P/1. 
• Depois do expediente: Responsabilidade do Of icial de Dia. 
• Os meios utilizados: Rádio, telefone, mensageiro. 
• OPM acionadora: A que pertence o policial. 
• Acionada: É aquela área que cobre o endereço do policial. 
 
 
 
As faltas ao serviço serão lançadas a letra F, para dispensa a 
letra D. 
 
 
Bol da PM nº48, de 23 de abril de 1981. 
A f icha do TAF será arquivada juntamente com as que constituem o alarde do PM. 
Se a OPM tiver gabinete dentário as f ichas do TAM f icarão arquivadas. 
 
Relações de Pessoal 
A seção de pessoal deverá organizar relações dos integrantes da OPM referentes aos 
afastamentos temporários. 
 
1- Baixados ao HCPM; 
2- A disposição da justiça civil ou criminal; 
3- Fazendo cursos; 
4- Situação de férias para of iciais e são confeccionados pela Secretaria; 
5- Para as Praças e confeccionada pela P/1. 
 
 
Livro de apresentação 
De uso permanente, para controle dos PPMM que deverão depor na Justiça, IPM, Sindicância. 
 
Escalas de Serviço 
 
As escalas de serviço serão confeccionadas nas companhias com letras de forma e a tinta azul ou 
preta, observando-se as def inições contidas na DGO (Bol Res da PM nº74, de 05 de nov 82). A alteração 
será anotada a tinta vermelha. As companhias, dos órgãos de execução remeterão a 1ª seção 
diariamente, e no dia anterior. 
 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
8 
Tipos de Licença 
LE= licença Especial 
LTIP= Licença para Tratamento Interesse particular. 
LTS= Licença para Tratamento de saúde. 
LTSF= Licença para tratamento da saúde de pessoa da família. 
Controle de Férias 
 
As férias poderão ter início de janeiro a 31 de março do ano seguinte. O calendário de férias será 
elaborado anualmente, até 15 de outubro e publicado em boletim interno, devendo ser encaminhado a 
DGP. 
 Você sabia que as férias têm duração de 30 (trinta) dias ? 
 
 
O Policial Militar que por necessidade do serviço deixar de entrar de férias no mês 
publicado, será incluído em outro mês devendo essa alteração ser publicada. 
 
Licença Especial 
O número de policiais militares em gozo de Licença especial, em cada OPM, não poderá 
ultrapassar a 5% do efetivo pronto, computados separadamente em grupos de: 
 
▪ Of iciais 
▪ Subtenentes e Sargentos 
▪ Cabos e Soldados 
 
A Licença Especial poderá ser gozada do seguinte modo: 
 
• Integral: 6 (seis) meses 
• Parcelada: em dois períodos de 3 (três) meses ou três períodos de 2 (dois) meses. 
 
 
 
 
SECRETARIA 
 
A secretaria é o local onde tramitam os documentos que entram e saem da unidade. A escrituração 
dos livros exigidos é regida pela NI nº 02/82 – EM – PM/1.(Bol PM nº 44 de 06 Mar 96). O controle dos 
documentos será feito através dos seguintes documentos: 
• Protocolo; 
• Boletim Interno; 
• Arquivo; 
• Sistema Eletrônico de Informação (SEI). 
 
O Sistema Eletrônico de Informações (SEI) foi desenvolvido pelo Tribunal Regional Federal da 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
9 
4ª Região (TRF-4) e é regulamentado pela Resolução SEFAZ Nº 222 de 16 de fevereiro de 2018, sendo 
adotado pelo Governo do Rio de Janeiro como sistema of icial para tramitação de documentos por meio 
eletrônico, substituindo a tramitação de documentos em forma f ísica entre os órgãos do Estado e 
utilizado pela PMERJ desde 01 de novembro de 2018, conforme orientação do Boletim PMERJ nº 106 
de 21 de agosto de 2018. Dentre os processos/documentos utilizados pelo sistema estão: 
a- CI Eletrônica; 
b- Of ício Eletrônico; 
c - Nomeação e exoneração de cargo em comissão; 
d- Nomeação e exoneração de cargo efetivo; 
e- Passagens e diárias; 
f- Normativos inf ralegais; 
g- Cessão de imóveis; 
h- Gerir combustíveis; 
i- Licença prêmio; 
j- Auxílio funeral. 
 
 
Os documentos f ísicos utilizados serão arquivados segundo a norma da ABNT NBR 9578:1986, 
visando a utilidade que poderão oferecer futuramente. 
• Por órgão; 
• Por tipo de documento dentro do órgão de origem; 
• Por ordem sequêncial de numeração ou cronológica (datas); 
• Por assunto. 
 
 
Encaminhamento de expediente 
 
Você sabia que em todos os níveis de Encaminhamento de expediente 
serão obedecidos os prazos de: 
- 24 horas para simples encaminhamento; 
- 2 dias para a remessa para outra unidade; 
E que são 8 dias para informação e 30 dias para emissão de 
parecer e prorrogação para decisões? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
10 
Boletim PM 
 
Os boletins das OPM Interno e Reservado são elaborados e 
impressos pela Ajudância Geral da PMERJ. 
 
Boletim interno das OPM 
Os boletins das OPM Interno e Reservado serão impressos pela P/1 
e pela P/2 setor de assuntos sigilosos. 
 
O Boletim Interno divide – se em 5 partes: 
 
1ª - Serviço Diário 
2ª - Operação e Instrução 
3ª - Assuntos Gerais e Administrativos 
4ª- Justiça e Disciplina 
5ª- Comunicação social (destinado fatos e cultura da PMERJ participação de aniversariantes do mês). 
 
 
Alarde 
É o registro de todas as alterações do policial militar, a partir de sua incorporação nos quadros da 
corporação. 
 
O alarde é constituído de três partes: 
• Ficha de identidade; 
• Folhas de alterações; 
• Ficha Disciplinar. 
 
Ficha de Identidade: destina-se a identif icação do Policial Militar contendo todos os seus dados pessoais. 
 
Preenchimento a caneta: unidade, nome, RG, data de praça, CPF, f iliação, data de nascimento, 
naturalidade, cútis, olhos, altura, religião, PASEP, pratica de esporte, nome dos f ilhos, unidade anterior, 
cursos, promoções, medalhas e tipo sanguíneo. 
Preenchimento a lápis: companhia, graduação, bigode, grau de instrução, motorista, motociclista, estado 
civil, nome da esposa, residência. 
Folha de alterações: destina-se ao registro de todas as alterações do Policial Militar, com exceção dos 
corretivos. São exemplos de alterações: 
 
• Promoções; 
• Licenças (LE, LTIP, LTSP, LTSPF) e férias; 
• Afastamento (qualquer tipo); 
• Movimentações. 
 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
11 
Escalas de serviço 
 
O serviço de escala é todo serviço não atribuído permanentemente à 
mesma pessoa e não importa em delegação pessoal ou escolha, devendo 
obedecer às seguintes regras (art 152 do RIS6): 
Para se confeccionar uma escala de serviço podem ser usados dois 
tipos: 
 
• Escala corrida: É a escala que é feita de 2ª feira a domingo. 
• Escala paralela: É a escala que é feita usandoo seguinte critério: 
* Preta - é realizada de 2ª a sexta. 
* Vermelha - é realizada aos sábados e domingos e feriados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Correspondência militar 
 
São of ícios, memorandos requerimento, guia de remessa partes e cópias autenticadas, 
correspondências internas, devendo todos os documentos estar de acordo com o manual de redação de 
documentos of iciais da PMERJ 
 
São classif icadas em: 
1- Ultra-secreta; 
2- Secreta; 
3- Conf idencial; 
4- Reservada. 
 
Quanto à tramitação: 
• Normal: prazo é de 8 dias; 
• Urgente: prazo é de 48 horas; 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
12 
BOL PM nº 18, de 27 de janeiro de 1983 
• Urgentíssima: tramitação deverá ser imediata. 
 
 
 
LOGÍSTICA - P/4 
 
Gestão de Bens Móveis (Almoxarifado) 
Legislação: 
 
 
 
 
Normas para Escrituração, Controle e Contabilidade de Material. Que Coordena os procedimentos 
administrativos a serem seguidos, objetivando a necessária uniformidade na aplicação da legislação em 
vigor, no que se relaciona a administração do material. 
 
Deliberação 278 de 24 de agosto de 2017, que dispõe sobre a apresentação da Prestação de Contas 
Anual de Gestão, no âmbito da Administração Estadual, e dá outras providências. 
Instrução Normativa AGE nº 41 de 26 de Dezembro de 2017, que estabelece Normas de 
organização da documentação relativa a gestão dos bens móveis dos órgãos e entidades da 
Administração Pública Estadual. 
Instrução Normativa AGE nº 42 de 26 de Dezembro de 2017, que estabelece Normas de 
organização da documentação relativa a gestão dos bens móveis dos órgãos e entidades da 
Administração Pública Estadual. 
Decreto Nº 46.223 de 24 de Janeiro de 2018, Regulamenta a gestão de bens móveis, no âmbito 
do poder executivo do Estado do Rio de Janeiro. 
E a RESOLUÇÃO SEPM Nº 1162 DE 19 DE MARÇO DE 2021 publicada no Bol PM 070 de 19Abril2021, 
que veio normatizar o uso de todas as legislações acima mencionadas: 
 
RESOLUÇÃO SEPM Nº 1162 DE 19 DE MARÇO DE 2021 
DISPÕE SOBRE AS NORMAS NO ÂMBITO DA SECRETARIA 
DE ESTADO DE POLÍCIA MILITAR DO RIO DE JANEIRO, 
NO QUE COMPETE À GESTÃO DE BENS MÓVEIS. 
 
O SECRETÁRIO DE ESTADO DE POLÍCIA MILITAR, no uso de suas atribuições legais e 
com base no disposto no Decreto Estadual nº 46.223, de 24 de janeiro de 2018, nas Instruções 
Normativas da Auditoria Geral do Estado nº 41 e nº 42, de 26 de dezembro de 2017, no Decreto 
nº 45, de 20 de dezembro de 2018, no Decreto nº 44.489, de 25 de novembro de 2013, na Portaria 
RAPM – Decreto 431 de 19 de Agosto de 1965, que Regulamenta a Administração da 
 Polícia Militar (RAPM) estabelece regras para a vida econômico-financeira das 
Unidades Administrativas, regula as atribuições dos administradores e define as 
responsabilidades consequentes das funções de cada agente da Administração na esfera 
de suas posições na escala hierárquica, e bem assim as responsabilidades de 
todos os detentores de material, valores ou dinheiro do Estado a cargo da Corporação. 
 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
13 
CGE nº 179, de 27 de março de 2014, no Decreto nº 431, de 19 agosto de 1965 (RAPM), e o 
Processo nº SEI-350104/000155/2021, bem como; 
 
CONSIDERANDO 
- A necessidade de padronizar e aprimorar as rotinas de trabalho relativas à área de gestão de 
bens móveis e; 
- A importância de uma estrutura organizacional fundamentada em técnicas administrativas que 
viabilizem o desenvolvimento de diretrizes básicas nas atividades de fiscalização, conservação, 
avaliação, programação de uso, controle e desfazimento dos bens móveis; 
 
RESOLVE: 
 
Art. 1º - Regulamentar no âmbito da SEPM/PMERJ, na forma abaixo, as normas gerais no que 
tange à gestão de patrimônio dos bens móveis; 
 
CAPÍTULO I 
Das Conceituações Básicas 
 
Art. 2º - Material Permanente: é o material que, em razão do seu uso corrente, não perde 
normalmente sua identidade física e/ou sua durabilidade é superior a 02 (dois) anos. 
Art. 3º - Material de Consumo: é o material que, em razão do uso corrente e da definição da Lei 
nº 4.320/1964, perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua durabilidade limitada à 02 
(dois) anos. 
Art. 4º - Bem Móvel: São bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, 
sem alteração da substância ou da destinação econômica e social. 
Art. 5º - Bem Móvel Cultural: é o bem de interesse para a preservação da memória e referencial 
coletivo, tais como: fotografias, livros, acervos, mobiliário, utensílios, obras de arte, entre outros. 
Art. 6º - Incorporação de Bens Patrimoniais: processo que inclui o cadastro e identificação de bens 
móveis no acervo patrimonial da SEPM/PMERJ, bem como o seu registro patrimonial (número de 
inventário) e valor. 
Art. 7º - Carga: lista de bens com responsabilidade atribuída a um titular de cargo ou função, pela 
existência e conservação do material permanente. 
Art. 8º - Desfazimento de Bens Patrimoniais: processo que exclui do inventário, bens do acervo 
patrimonial da SEPM/PMERJ, baixa de um material permanente verificada em decorrência de 
haver incidido nas seguintes condições: inservibilidade (não sendo suscetível de reparação ou 
recuperação); perda ou extravio; furto ou roubo; movimentação entre UAs e transferências entre a 
SEPM/PMERJ e outros órgãos do Estado e /ou alienação. 
Art. 9º - Baixa Definitiva: ocasião em que bens móveis são classificados como inservíveis e/ou 
irrecuperáveis. 
Art. 10 - Material em Desuso: é todo aquele que não tenha mais utilidade para a SEPM/PMERJ, 
devendo por isso ser remanejado, na forma da legislação pertinente, devendo ser colocado em 
disponibilidade conforme art. 60, do Decreto nº 46.223/2018. 
Art. 11 - Material Obsoleto: é o que, embora em condições de uso, não satisfaz mais às exigências 
técnicas do órgão a que pertence, sendo passível, portanto, do mesmo tratamento previsto no artigo 
anterior, devendo ser colocado em disponibilidade conforme art. 60, do Decreto nº 46.223/2018. 
Art. 12 - Material Imprestável: é aquele sem condições de uso, dadas as alterações em suas 
características físicas, cuja reparação ou recuperação sejam consideradas tecnicamente 
impraticáveis e/ou antieconômicas, devendo por isso, ser descarregado e alienada a matéria-prima 
não aproveitável. 
Art. 13 - Inventário Físico: constatação das existências físicas, no que couber, de bens móveis 
próprios ou de terceiros, sob a responsabilidade das Unidades Administrativas, para fins de 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
14 
controle físico. 
Art. 14 - Controle: ato ou efeito de acompanhar a execução das atividades relativas às 
organizações, de modo a não permitir desvios dos propósitos que lhe forem estabelecidos pela 
legislação pertinente. 
Art. 15 - Valor Contábil Líquido: é o valor pelo qual um bem móvel é contabilizado após a 
dedução da depreciação e das perdas acumuladas por redução ao valor recuperável. 
Art. 16 - Valor Justo: o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela 
transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data 
de mensuração; 
Art. 17 - Termo de Recebimento e Exame de Material (TREM): documento que atesta o 
recebimento do material e sua conformidade com as características técnicas especificadas na sua 
aquisição. 
Art. 18 - Cessão de Uso de Bens Móveis: transferência de posse e troca de responsabilidade, 
gratuita ou onerosa, de caráter temporário, limitado a vida útil do bem móvel, entre órgãos da 
administração direta ou entidades da administração indireta do Poder Executivo Estadual, ou entre 
estes e órgãos de quaisquer dos Poderes,do Ministério Público, do Tribunal de Contas ou de outra 
esfera da federação. 
Art. 19 - Permissão de Uso: ato administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito ou 
oneroso, pelo qual a administração pública faculta a utilização privada de bens móveis públicos, 
para fins de interessepúblico, observados os procedimentos licitatórios, nos termos da legislação 
em vigor. 
Art. 20 - Prestação de Contas: ato pelo qual o agente responsável, em face de dispositivo legal, 
tem a iniciativa de relatar os fatos ocorridos em relação à sua gestão, ao órgão ou a pessoa a quem 
de direito é competente para apreciá-los. 
Art. 21 - Tomada de Contas: ato pelo qual a pessoa ou órgão, que de direito e competente para 
executá-la, realiza quando o agente responsável por bens deixa de cumprir em prazo legal sua 
obrigação de apresentar a Prestação de Contas. 
Art. 22 - Órgão: é a unidade de atuação integrante da estrutura da administração direta e da 
estrutura interna da administração indireta. 
Art. 23 - Unidade Gestora: é a unidade orçamentária ou administrativa que realiza atos de gestão 
orçamentária, financeira e/ou patrimonial. 
Art. 24 - Unidade Administrativa: é a unidade que não dispõe de recursos próprios para gerir suas 
atividades e não possuem autonomia para realizar o registro contábil de seu patrimônio, tais como 
Escolas e Batalhões de Polícia Militar, por exemplo. 
Art. 25 - Subunidade: é a área física da unidade que pode agregar uma ou mais localizações. 
 
CAPÍTULO II 
Das Generalidades 
 
Art. 26 - A contabilidade patrimonial do material compreende todo o movimento de entrada e 
saída do material diretamente gerido pela Unidade Gestora, e elaborado pelas Unidades 
Administrativas (UAs). 
Art. 27 - Os registros contábeis far-se-ão em ordem cronológica obedecendo à ordem natural dos 
dias do calendário, e sistemática, de forma demonstrativa do que entra e do que sai, de modo que 
fique estabelecido o respectivo confronto em função de determinado título, determinadas pessoas 
ou relações de direito. 
Art. 28 - A escrituração obedecerá ao disposto nestas normas considerando-se, para o material 
bélico: os carros de combates, as viaturas, as aeronaves, as embarcações, os bens culturais (obras 
de arte e peças de museu), os instrumentos musicais e os aparelhos médicos, hospitalares e odonto- 
hospitalares. Além do contido nessa Resolução, devem ser obedecidas as legislações e instruções 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
15 
peculiares quanto à identificação do bem (etiqueta, placa ou similar com número de inventário), 
incorporação (em caso de armamento) e forma de desfazimento. 
Art. 29 - Todas as entradas ou saídas de material serão sempre registradas à luz das publicações 
em Boletim Interno da Unidade Administrativa e deverão ser homologadas em Boletim da PM de 
acordo com o art. 25 e pela Diretoria de Abastecimento - DAbst nos casos de material cujo o 
controle dá-se pelo Almoxarifado. 
Art. 30 - Caberá à DAbst/Depósito elaborar planilha de controle de distribuição dos bens contendo 
dados do documento de aquisição, nota fiscal, dados do fornecedor (exceto em caso de doação, 
aqui bastando completar com os dados do doador), valor do bem (vide Art. 36, do Decreto nº 
46.223/2018), data da entrada na DAbst, data da distribuição para as Unidades Administrativas, 
quantidade distribuída e as siglas das Unidades que receberam. A referida planilha deverá ser 
preenchida regularmente a cada entrada e saída (distribuição) do bem. 
Art. 31 - Deverá ser publicada em Bol PM a distribuição do(s) bem(ns) com todos os dados da 
planilha (artigo anterior). 
Art. 32 - Nenhum registro contábil poderá ser efetuado sem que tenha por base documento hábil. 
Art. 33 - Na classificação dos materiais serão observadas as normas estabelecidas pela Diretoria 
de Patrimônio - DPat, distinguindo-se, para efeito contábil, o material permanente e o de consumo. 
 
CAPÍTULO III 
Das Atribuições e Competências 
 
Art. 34 - A estrutura patrimonial para a gestão dos bens móveis é constituída da seguinte forma: 
I - Unidade Gestora SEPM/PMERJ – DPat; 
II - Unidades Administrativas e; 
III - Subunidades. 
Art. 35 - São responsáveis pela gestão dos bens móveis: 
I - Titular da Unidade Gestora - Secretário de Estado de Polícia Militar: é o responsável pela gestão 
dos bens móveis e responderá perante aos órgãos de controle interno e externo do Estado do Rio 
de Janeiro ou autoridade por ele delegada (público em DOERJ); 
II - Gestor de Bens Móveis – Diretor de Patrimônio: é um servidor subordinado ao titular da 
Unidade Gestora, na condição de corresponsável, a quem cabe realizar a gestão dos bens móveis 
(público em DOERJ); 
III - Titular Responsável pela Unidade Administrativa: servidor de cargo efetivo que tenha sido 
designado para a função de Chefe, Comandante, Diretor ou Coordenador a quem cabe 
acompanhar a fiscalização das atividades dos Agentes de Bens Móveis de sua Unidade 
Administrativa, sendo também responsável pela gestão dos bens móveis e responderá interna e 
externamente solidariamente perante o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro – 
TCE/RJ (público em DOERJ); 
IV - Agente de Bens Móveis das Unidades Administrativas: é um servidor subordinado ao Gestor 
de Bem Móveis, indicado pelo Titular Responsável pela Unidade Administrativa e nomeado pelo 
Titular da Unidade Gestora, a quem cabe realizar a gestão dos bens móveis permanentes 
inventariados sob sua responsabilidade (público em DOERJ); 
V – Almoxarife: é um servidor subordinado ao Gestor de Bens Móveis, indicado pelo Titular 
Responsável pela Unidade Administrativa e nomeado pelo Titular da Unidade Gestora, a quem 
cabe realizar a gestão de bens em almoxarifado (bens de consumo e sob sua responsabilidade 
(público em DOERJ); 
VI - Encarregados de Bens Móveis das Subunidades: qualquer policial militar investido dessa 
função, cuja atribuição será a responsabilidade pelos bens móveis colocados sob a sua guarda 
(público em DOERJ); 
VII - Detentor da Carga: qualquer policial militar chefe de seção cuja atribuição será a 
responsabilidade pelos bens móveis localizados em sua seção (público em Boletim Interno e 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À PMERJ – CEFC 
16 
encaminhado à DPat via sistema SEI); 
VIII - Usuário: qualquer servidor que utilize, efetivamente, o bem móvel para o desempenho de 
suas atribuições e seja responsável pela sua guarda e adequada utilização. 
Art. 36 - Compete ao Titular da Unidade Gestora ou autoridade por ele delegada, dentre outras 
tarefas: 
I - regulamentar e estabelecer as normas internas para a gestão dos bens móveis da unidade; 
II - designar o Gestor de Bens Móveis da Unidade Gestora, os agentes das Unidades 
Administrativas e os Encarregados das subunidades, em ato devidamente publicado no DOERJ; 
III - tomar as medidas cabíveis para o ressarcimento dos prejuízos causados ao Estado, quando 
identificadas irregularidades na gestão, uso e guarda dos bens móveis na SEPM/PMERJ, na forma 
prevista nas normas em vigor; 
IV - responder pelo cumprimento dos prazos e formalidades para prestação de contas dos bens 
móveis da Unidade Gestora. 
Art. 37 - Compete ao Gestor de Bens Móveis da Unidade Gestora - Diretoria de Patrimônio da 
SEPM/PMERJ: 
I- assessorar o Titular da Unidade ou autoridade por ele delegada nos assuntos relativos à gestão 
de bens móveis bem como na elaboração de normas internas relativas ao tema; 
II - responder pelo registro patrimonial da gestão dos bens móveis da Unidade Gestora; 
III - organizar os inventários relativos aos bens móveis existentes na Unidade Gestora; 
IV – ratificar e homologar em DOERJ os processos de desfazimento dos bens móveis da Unidade 
Gestora; 
V - instruir os processos de prestações de contas dos bens móveis da Unidade Gestora, na forma 
da legislação vigente; 
VI- informar mensalmente a movimentação, inclusive a depreciação, e promover as consistências 
dos saldos entre os registros efetuados e a existência física dos bens móveis à Coordenadoria 
Setorial de Contabilidade ou setor equivalente na SEPM/PMERJ; 
VII - orientar tecnicamente os agentes das Unidades Administrativas, os Encarregados das 
Subunidades e os usuários; 
VIII - manter em arquivo organizado todos os documentos relativos à gestão dos bens móveis,

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