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E-Book Completo_Cuidado de Enfermagem em Emergência e Traumas_CENGAGE_V2(VERSÃO DIGITAL) pdf

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CUIDADO DE ENFERMAGEM
EM EMERGÊNCIA E TRAUMAS
CUIDADO DE 
ENFERMAGEM EM 
EMERGÊNCIA E TRAUMAS
ORGANIZADORA ANA GABRIELA SILVA
ORGANIZADORA ANA GABRIELA SILVA
Cuidado de Enferm
agem
 em
 Em
ergência e Traum
as
GRUPO SER EDUCACIONAL
O cuidado de enfermagem em emergência e traumas é um tema complexo 
e fundamental na formação do pro�ssional da saúde. Os temas tratados 
aqui são apresentados de forma didática e detalhada para que o pro�ssion-
al de enfermagem tenha um conhecimento amplo e sólido para que possa 
atender nas emergências.
Em quatro unidades, a obra fará uma introdução à emergência e aos trau-
mas, focando nos traumas craniofacial, torácico e abdominal, e também 
nas emergências clínicas: hemorragia, queimaduras, intoxicação exógena 
e AVCI ou AVCH. Finalizando este livro, falaremos sobre as principais 
emergências clínicas que afetam o sistema circulatório. 
Apoiado por ilustrações explicativas, este livro é de fundamental 
importância para seus estudos! Aproveite os ensinamentos!
gente criando futuro
I SBN 9786555581447
9 786555 581447 >
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CUIDADO DE 
ENFERMAGEM EM 
EMERGÊNCIA E 
TRAUMAS
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Silva, Ana Gabriela.
 Cuidado de enfermagem em emergência e traumas / Ana Gabriela Silva. – São Paulo: 
Cengage, 2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555581447
 1. Enfermagem. 2. Saúde - enfermagem. 3. 
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Ana Gabriela Silva
Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São João del-Rei (2020). Especialista em Programa 
de Saúde da Família pela Faculdade Batista de Minas Gerais (2019). Especialista em Urgência e 
Emergência pela Faculdade Batista de Minas Gerais (2019). Mestre em Ciências pela Universidade 
Federal de São João del-Rei (2017). Bacharel em Enfermagem pela Universidade Federal de São João 
del-Rei.
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Introdução à emergência e traumas ..........................................................................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1 Introdução à emergência ................................................................................................................... 11
2 Estrutura organizacional, planejamento e funcionamento das emergências ....................................13
3 Biomecânica do trauma ..................................................................................................................... 15
4 Acolhimento e classificação de risco .................................................................................................. 24
5 Suporte básico de vida ....................................................................................................................... 25
6 Pré-hospitalar..................................................................................................................................... 27
7 Avaliação do nível de consciência no paciente grave .........................................................................30
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................33
UNIDADE 2 - Traumas craniofacial, torácico e abdominal .............................................................35
Introdução.............................................................................................................................................36
1 Traumatismo cranioencefálico e traumatismo raquimedular ...........................................................37
2 Paciente vítimas de trauma de tórax ................................................................................................. 46
3 Pacientes vítimas de trauma abdominal ............................................................................................ 49
4 Cuidados de enfermagem aos pacientes sob ventilação mecânica ...................................................52
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................55
UNIDADE 3 - Emergências clínicas: hemorragia, queimaduras, intoxicação exógena 
e AVCI ou AVCH ..............................................................................................................................57
Introdução.............................................................................................................................................58
1 A hemorragia ..................................................................................................................................... 59
2 As queimaduras ................................................................................................................................. 61
3 Intoxicação exógena ........................................................................................................................... 69
4 Acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) e acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH) ......73
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................75
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................76
UNIDADE 4 - Principais emergências clínicas que afetam o sistema circulatório .............................77
Introdução.............................................................................................................................................78
1 Sistemacirculatório............................................................................................................................ 79
2 Parada cardiorrespiratória ................................................................................................................. 79
3 Crise hipertensiva .............................................................................................................................. 82
4 Desequilíbrios hidroeletrolíticos e ácido-base ................................................................................... 85
5 Estado de choque ............................................................................................................................... 93
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................98
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................99
Vamos apresentar neste livro os cuidados que a equipe de enfermagem deve 
empreender em emergências e nas situações de trauma. O livro é estruturado em 
quatro unidades e apresenta uma linguagem clara e didática para abordar os principais 
temas que o profissional deve conhecer.
Na primeira unidade, vamos fazer uma introdução à emergência e traumas, 
apresentando o conceito de emergência para em seguida abordar como ocorre o trauma 
e quais são as suas consequências para o corpo. Outro tema discutido nesta unidade será 
a maneira como realizar a classificação de risco, qual deve ser o suporte básico de vida e 
como avaliar o nível de consciência de vítimas na emergência. Finalizando esta unidade, 
mostremos como se dá o atendimento no local do acidente e como conduzir a avaliação 
da vítima a fim de identificar o que ocorreu e quais as possíveis consequências. 
Continuando na abordagem sobre os cuidados na emergência, vamos discutir nesta 
segunda unidade os traumas craniofacial, torácico e abdominal. Apresentaremos aqui as 
estruturas e os órgãos que estão presentes no crânio, na face, no tórax e no abdômen, 
além de mostrar os principais tipos de trauma que podem ocorrer em cada uma dessas 
regiões. Os cuidados de enfermagem a esses pacientes e as possíveis complicações que 
podem surgir após esses traumas serão explicados também aqui. Vamos finalizar a segunda 
unidade explicando a associação existente entre a anatomia e a fisiopatologia da lesão. 
A unidade que trata das emergências clínicas: hemorragia, queimaduras, 
intoxicação exógena e AVCI ou AVCH abordará os principais tipos de hemorragias e os 
principais cuidados a fim de controlar e tratar essa condição. Focaremos também nas 
queimaduras, apresentando os tipos, fisiopatologia e como elas podem ser classificadas 
de acordo com a profundidade e a extensão da área afetada. E os temas que fecham 
a unidade são a intoxicação exógena e o acidente vascular isquêmico e hemorrágico. 
Na sequência, vamos falar sobre as principais emergências clínicas que afetam o 
sistema circulatório. A importância do sistema circulatório e os principais cuidados a serem 
prestados aos pacientes com parada cardiorrespiratória, crises hipertensivas, desequilíbrio 
eletrolíticos e ácido-base serão temas desta quarta unidade. Além disso, explicaremos 
sobre os diferentes tipos de choque e as possíveis complicações que cada um pode causar. 
Este livro é essencial para os estudos na área da enfermagem e traz um conteúdo 
abrangente, didático e com ilustrações explicativas. Bons estudos!
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Introdução à emergência e traumas
Você está na unidade Introdução à Emergência e Traumas. Conheça aqui o conceito de 
emergência e saiba como ocorre o trauma e quais são as suas consequências para o corpo. 
Aprenda também como realizar a classificação de risco, qual deve ser o suporte básico de 
vida e como avaliar o nível de consciência de vítimas na emergência. Compreenda ainda 
como ocorre o atendimento no local do acidente e como conduzir a avaliação da vítima a 
fim de identificar o que ocorreu e quais as possíveis consequências.
Bons estudos!
Introdução
11
1 INTRODUÇÃO À EMERGÊNCIA
A emergência é uma situação grave de saúde que necessita de um atendimento imediato, 
ou seja, que não pode esperar devido ao risco iminente de morte. As emergências são comuns 
em ambiente pré-hospitalar, principalmente porque se tratam de acidentes ou patologias que 
ocorrem de forma súbita como o infarto e o acidente vascular cerebral, por exemplo.
1.1 Aspectos ético e legais no atendimento às emergências
A Urgência e Emergência (UE) faz parte da assistência à saúde com uma crescente demanda de 
serviços nas últimas décadas devido ao aumento de acidentes, violência e complicações agudas 
de saúde, por exemplo, que necessitam assistência imediata. O atendimento do serviço de UE 
é multidisciplinar, estando o profissional de enfermagem inserido como um dos profissionais 
responsáveis pela assistência.
Diante disso, o enfermeiro precisa estabelecer os limites ético e legais na prática de urgência 
e emergência.
O Código de Ética de Enfermagem orienta que a profissão é comprometida com a saúde e a 
qualidade de vida do indivíduo e do coletivo e atua sempre na promoção, prevenção, recuperação 
e reabilitação da saúde seguindo os princípios éticos da profissão. Os arts. 26 e 33 dizem, por 
exemplo, que não cabe ao enfermeiro negar assistência de enfermagem e que é proibido prestar 
uma assistência que compete a outro profissional, mas com uma importante exceção: quando 
há casos de emergência. Isso reafirma o compromisso ético e técnico do profissional durante o 
atendimento de urgência e emergência junto à equipe multiprofissional em que está inserido 
(CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, 2017).
FIQUE DE OLHO
O termo ética é de origem grega, com duas origens possíveis: éthos, traduzida como 
costume, e éthos que significa propriedade do caráter (DE LIMA, 2002). A primeira traduz a 
base latina da moral e a segunda orienta o termo ética, utilizado atualmente. No entanto, 
os termos moral e ética são distintos. A moral é definida conforme um grupo e se modifica 
constantemente de acordo com o local e as mudanças observadas neles. O tratamento dado 
às mulheres no Oriente Médio e no Ocidente, por exemplo, é moralmente distinto um do 
outro. A ética, por outro lado, é um comportamento individual e reflete uma conduta que 
deve ser aplicada a todos, sem distinção de grupos. Seria o caso de respeitar leis, agir com 
justiça e não prejudicar o outro.
12
Apesar do Código de Ética de Enfermagem ser abordado incialmente em disciplina especifica 
durante a formação profissional e após consolidada a formação o profissional ter acesso ao 
código de ética, ainda é elevado o número de processos éticos relacionados à enfermagem. 
As penalidades são diversas e vão desde multas, advertência verbal e censura, chegando até a 
cassação do registro profissional em alguns casos.
O art. 13, por sua vez, prevê que o enfermeiro deve avaliar criteriosamente sua capacidade 
técnica, científica, ética e legal e deve assumir encargos e atribuição apenas quando for capaz de 
realizar o desempenho seguro. Esse artigo visa uma assistência segura, sem danos decorrentes 
de imprudência, negligência ou imperícia, por parte do enfermeiro. Os termos imprudência, 
negligência ou imperícia são termos referentes à modalidade de culpa e que podem levar a riscos 
ou danos à saúde do outro (DANIEL et al., 2013).
É comum, durante a assistência de EU, não ter a presença do médico devido a situações de 
necessidade de suporte básico de vida, pacientes anteriores que sofrem agravamentos no quadro 
clínico ou demanda maior que o número de profissionais. Diante disso, fica o profissional de 
enfermagem responsável pelos cuidados iniciais. A enfermagem, neste caso, tem autonomia e as 
suas ações devem proporcionar melhorias do quadro clínico e não causar danos maiores durante 
a assistência na UE.
O paciente temdireito a:
• solicitar e receber o atendimento pré-hospitalar;
• exigir sigilo sobre sua condição e tratamento recebido;
• denunciar quem não lhe prestou socorro ou violou seus direitos. 
• negar a receber atendimento pré-hospitalar. 
Por este motivo, ainda antes de iniciar o atendimento, é importante ter o consentimento do 
paciente, podendo ele ser implícito ou explícito (NAEMT, 2018).
Consentimento implícito
ocorre sem necessariamente o paciente dar a autorização, como no caso do socorrista atender 
uma vítima inconsciente, desorientada, com um ferimento grave podendo este ser menor de 18 
anos ou não, mas que não tem condições de expressar tal consentimento.
Consentimento explícito
ocorre quando a vontade é expressa diretamente pelo indivíduo que necessita de socorro, em 
situações que ele está consciente, orientado.
13
2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, PLANEJAMENTO 
E FUNCIONAMENTO DAS EMERGÊNCIAS
A estrutura hospitalar de atendimento de urgência e emergência é regulamentada pela 
Portaria 354/2014. Essa portaria tem como objetivo estabelecer as boas práticas para organização 
e funcionamento desse serviço.
A infraestrutura física do serviço de urgência e emergência deve ser de acordo com a 
demanda, complexidade e o perfil assistencial da unidade que presta o atendimento. O serviço 
deve contar com:
• uma área externa coberta para entrada de ambulâncias;
• sala de recepção e de espera;
• banheiro para os usuários;
• sala de arquivo para prontuários;
• sala de classificação de risco;
• área para higienização;
• consultórios;
• sala para assistente social;
• sala de procedimentos (sutura, recuperação, hidratação e administração de medicamen-
tos);
• área de nebulização;
• sala de reanimação e estabilização;
• sala de observação;
• posto de enfermagem;
• banheiro completo (sanitário e chuveiro);
• área de depósito de resíduos sólidos;
• depósito de materiais de limpeza;
• vestiário para os profissionais;
• farmácia;
14
• almoxarifado
As unidades de serviço de UE que possuem estrutura física como centro cirúrgico ou que 
prestam atendimento ortopédico precisam de uma estrutura adequada à parte para essas áreas, 
além da estrutura física comum (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).
As instalações precisam ainda de sistema de energia elétrica de emergência para os 
equipamentos de suporte à vida e os circuitos de iluminação de urgência. É importante a 
instalação de sistema de abastecimento de gás medicinal (oxigênio, ar comprimido) para salas de 
observação, nebulização, reanimação e estabilização, além do dimensionamento físico adequado 
para as portas e as salas capaz de permitir o acesso de macas e cadeiras de rodas, de maneira 
adequada, sem transtornos.
Em relação aos materiais e equipamentos necessários, o Ministério da Saúde recomenda que 
se tenha:
• estetoscópio adulto e infantil;
• esfigmomanômetro adulto e infantil (vários tamanhos);
• otoscópio adulto e infantil;
• oftalmoscópio;
• espelho laríngeo;
• ventilador manual e reservatório adulto e infantil;
• desfibrilador;
• marcapasso externo;
• monitor cardíaco;
• oxímetro de pulso;
• eletrocardiógrafo;
• equipamentos para aferição de glicemia capilar;
• aspiradores;
• bombas de infusão com bateria e equipo universal;
• cilindro de oxigênio portátil e rede canalizada de gases, definido de acordo com o porte 
da unidade;
• cama hospitalar com rodas e grades laterais;
15
• máscara para ventilador adulto e infantil;
• ventilador mecânico adulto e infantil;
• foco cirúrgico portátil;
• foco cirúrgico com bateria;
• negatoscópio;
• máscaras, sondas, drenos, cânulas, pinças e cateteres para diferentes usos;
• laringoscópio adulto e infantil;
• material para traqueostomia;
• equipos de macro e microgotas;
• material para pequena cirurgia;
• colares de imobilização cervical de todos os tamanhos;
• prancha longa para imobilização do paciente em caso de trauma;
• prancha curta para massagem cardíaca;
• equipamentos necessários para reanimação cardiorrespiratória;
• medicamentos para assistência em urgências e emergências;
• poltrona removível destinada ao acompanhante
3 BIOMECÂNICA DO TRAUMA
O trauma ocorre em três fases, o pré-impacto, o impacto e pós-impacto.
Pré-impacto
são os eventos que antecedem o trauma. É o caso, por exemplo, da ingestão de álcool, do 
consumo de drogas, da presença de doenças preexistentes e da idade do paciente, por exemplo. 
Assim, no pré-trauma, é importante sempre avaliar a situação que o antecedeu.
Impacto
é o evento traumático propriamente dito, ou seja, o atropelamento, a queda, a colisão de 
automóveis e o ferimento por arma de fogo, por exemplo. 
16
Pós-impacto
ocorre quando o indivíduo absorve a força e isso leva a uma lesão ou várias lesões decorrentes 
do impacto. 
A importância da coleta de informações sobre as fases de pré e do impacto são relevantes 
para a tomada de ações pré-hospitalar, que podem minimizar as sequelas e até salvar a vida 
do indivíduo. Elas podem ser colhidas já no próprio cenário da cena de impacto: a presença de 
deformidades no volante do automóvel que sugere um trauma no tórax, por exemplo, ou o para-
brisas quebrado em formato circular que indica impacto na cabeça e pode gerar uma lesão na 
cervical e/ou traumatismo craniano, ou, ainda, as deformidades baixas no painel que podem 
indicar lesões e/ou fraturas nos membros inferiores.
3.1 Traumas por colisões
Os traumas ocorrem devido à energia mecânica. Essa energia não é criada e nem destruída, 
mas sim transferida de um objeto para o corpo, por exemplo. As principais formas da energia 
são a mecânica, a térmica, a elétrica e a química. Uma lesão pode ser causada por uma dessas 
formas de energias ou, então, pela combinação delas e também por meio de um grau variável 
de gravidade, que pode ser pequeno ou extenso - este último, podendo, inclusive, causar várias 
lesões no corpo (os indivíduos politraumatizados).
O deslocamento de um tecido ou órgão do corpo para longe do local do impacto é um 
exemplo de transferência de energia, sendo chamada de cavitação. Ela pode ser temporária, 
quando ocorre apenas o estiramento do tecido que, ainda assim, se mantém conservado para 
retornar à condição normal, ou pode ser permanente devido a uma laceração. A cavitação ocorre 
normalmente em situações de impacto em que há uma mudança rápida da velocidade do corpo 
(NAEMT, 2018).
A redução brusca da velocidade do corpo, devido a uma grande aceleração ou até mesmo 
a desaceleração brusca, por exemplo, pode levar a diferentes tipos de lesões, dependendo da 
região afetada. O impacto da cabeça contra o para-brisa em uma colisão frontal, por exemplo, 
leva à uma soma de forças composta pela velocidade do veículo que colidiu frontalmente e pela 
velocidade da pessoa no outro veículo. Assim, o que ocorre, em seguida, é uma redução da 
velocidade, mas não para o cérebro, que continua se movimentando até bater contra o próprio 
crânio. Quando isso acontece, pode ocorrer duas lesões: uma entre a cabeça e o para-brisa e a 
outra entre o crânio e o cérebro. Esse impacto pode gerar ao traumatismo craniano e hemorragia 
por exemplo (NAEMT, 2018).
Outra parte do corpo que sofre com o impacto é a cervical (pescoço). A coluna é flexível e não 
suporta grandes impactos sem que ocorra uma angulação, devido à hiperextensão e hiperflexão 
17
que podem causar fraturas vertebrais e lesões na medula espinhal. Este tipo de lesão pode levar 
a lesões irreversíveis, como a tetraplegia, por exemplo (NAEMT, 2018).
O impacto no tórax normalmente é absorvido pelo esterno, mas ele pode fraturar e ocasionar 
perfuração pulmonar. Além disso, pode ocorrer cavitação dos órgãos presentes nessa parte do 
corpo. Lesões pulmonares ou hemorragias nessa região, quando não identificadas rapidamente, 
podem levar o agravamento da lesão ou até o óbito. O pneumotórax, por exemplo, é a passagem 
de ar dos pulmões para a cavidade torácica, que acarreta a pressão dos pulmões e pode levar a 
sua ruptura quando nãoidentificado rapidamente (NAEMT, 2018).
No abdômen, a desaceleração brusca pode causar o cisalhamento dos rins, baço, intestinos e 
do fígado. Isso pode levar à hemorragia que, se não for tratada rapidamente, gera complicações 
como o choque hipovolêmico e até mesmo a morte. Durante o impacto, pode ainda ocorrer 
fraturas que podem lacerar bexiga e vasos sanguíneos e ainda comprimir órgãos da região 
abdominal (NAEMT, 2018).
As colisões mais graves são as frontais, que aumentam a velocidade do impacto. Porém, os 
outros tipos de colisões também podem ser graves, como é o caso:
Impacto traseiro em um veículo parado e outro em movimento: pode ocorrer a hiperextensão 
do pescoço, levando a lesões na cervical.
Figura 1 - Colisão frontal de dois veículos 
Fonte: Tomacco, Shutterstock (2020).
#ParaCegoVer: O desenho mostra uma batida frontal de dois veículos, um carro vermelho 
conduzido por um homem e o outro carro amarelo conduzido por uma mulher. A imagem mostra 
na parte central a força da colisão.
Nos acidentes em que a vítima utiliza algum meio de contenção, como o cinto de segurança, 
por exemplo, a força do impacto é absorvida principalmente pela região da pelve e tórax, 
18
reduzindo a gravidade da lesão. Porém, se ele estiver ajustado errado, ficando acima da pelve, 
a transferência de força é para os tecidos moles do abdômen e pode resultar em lesões desses 
órgãos. Um dispositivo que auxilia na segurança é o air-bag que absorve parte da energia que 
seria transferida ao corpo do indivíduo, pois aumenta a distância entre a parada do corpo. Porém, 
ele não absorve a energia total, embora reduza os dados.
Já nas colisões de motocicletas, as lesões costumam ser mais graves devido ao arremesso 
do corpo do indivíduo, que pode levar à compressão (aperto), ao cisalhamento (deformidade de 
uma estrutura) e à cavitação. Porém, esses danos podem ser minimizados com o uso de capacete 
e roupa apropriada.
Nas colisões com pedestres, a gravidade das lesões é influenciada diretamente por alguns 
fatores:
• a velocidade do veículo; 
• o tamanho do veículo; 
• a idade do pedestre; 
• a altura do pedestre. 
Quando o impacto do indivíduo se dá o capô e no para-brisas do veículo, a lesão pode 
aparecer no tronco e na cabeça. Quando o impacto é com o solo, a lesão é na coluna. Se houver o 
arremesso do pedestre, o trauma pode ser ainda maior devido à projeção do corpo contra o solo.
Os traumas podem ocorrer de duas formas:
Fechados: quando não há abertura de tecidos visíveis durante o exame físico. Isso ocorre 
devido a concentração de energia em uma pequena área, como em quedas, colisões e agressões 
por exemplo.
Abertos: quando há uma exposição de tecidos através de cortes ou fraturas expostas, por 
exemplo.
Fechados
quando não há abertura de tecidos visíveis durante o exame físico. Isso ocorre devido a 
concentração de energia em uma pequena área, como em quedas, colisões e agressões por exemplo. 
Abertos
quando há uma exposição de tecidos através de cortes ou fraturas expostas, por exemplo.
19
3.2 Quedas e explosões
As quedas de alturas são outro tipo de acidente que pode levar ao trauma. Na queda da 
própria altura, por exemplo, o corpo pode bater contra objetos próximos e a cabeça pode se 
projetar diretamente no chão, causando um traumatismo craniano.
No entanto, quanto maior for a altura da queda, maior serão as chances de lesões. Além 
disso, o tipo de solo e a resistência da superfície também influencia diretamente na gravidade da 
lesão decorrente da queda, assim como a parte do corpo que absorver o primeiro impacto. Se a 
pessoa cair de pé, por exemplo, os membros inferiores serão os mais afetados. Mas, por outro 
lado, se for a cabeça, a região da cervical e da cabeça serão as mais afetadas (NAEMT, 2018).
As explosões são outro mecanismo que pode levar a trauma. Elas costumam ocorrer na 
própria violência social ou, ainda, em transporte ou armazenamento de materiais explosivos, por 
exemplo. Três tipos de lesões são as mais comuns decorrentes de explosões:
Lesão primária
é o resultado direto da onda de pressão da explosão. Esse tipo afeta principalmente órgãos 
ocos e os que têm gases, como o pulmão (causando contusão, edema e/ou pneumotórax) e o 
tímpano (que pode ser rompido levando à surdez).
Lesão secundária
ocorre quando há arremesso de objetos que atinge o corpo. Esse tipo é influenciado pelo 
tamanho do objeto arremessado e o local que foi atingindo, determinando assim a gravidade da 
lesão, como, por exemplo estilhaços da explosão contra o corpo da pessoa.
Lesão terciária
ocorre quando o próprio indivíduo é arremessado pela força da explosão. Trata-se do caso 
mais grave, pois, dependendo da proporção da explosão, o corpo pode ser mutilado.
É importante lembrar que todos os três tipos de explosão são influenciados pela distância. 
Quanto mais distante a pessoa estiver do local da explosão, menor será o impacto que ela terá, 
uma vez que o deslocamento de ar transfere força no deslocamento até o indivíduo, o que faz 
com que ele seja atingido por uma energia menor (NAEMT, 2018).
3.3 Lesões decorrentes de esportes
O esporte também pode causar traumas, especialmente devido à desaceleração, à compressão, 
à hiperextensão e à hiperflexão do corpo, por exemplo. A gravidade será decorrente da falta de 
20
equipamento de proteção e do tipo de esporte praticado. Os mais graves são os esportes que 
envolvem alta velocidade como o ciclismo, o skate e as corridas automobilísticas, que podem sofrer 
uma queda brusca de velocidade, causando lesões semelhantes às automobilísticas. Quando for 
esportes que envolvem grandes alturas, as lesões serão semelhantes à queda de altura.
3.4 Fraturas
O esqueleto humano é a estrutura de sustentação do corpo sobre o qual se apoiam todos 
os tecidos. Para que as pessoas possam se mover, o esqueleto se articula em vários lugares e 
os músculos que envolvem os ossos fazem com que estes se movam. Esses movimentos são 
controlados pela vontade e coordenados por nervos específicos.
Assim, existem diferentes formas de lesões nessas estruturas. Os ossos podem se quebrar 
(fratura) ou, ainda, desencaixar em alguma articulação (luxação). Os músculos e os tendões que 
os ligam também podem ser distendidos ou rompidos. Neste sentido, a fratura pode ser definida 
como a perda, total ou parcial, da continuidade de um osso causada por uma pancada muito 
forte, uma queda ou um esmagamento.
Há dois tipos de fraturas: a fratura fechada e a fratura aberta. A fratura fechada ou simples 
é aquela que o osso quebrado não é visível e deixa a pele intacta, apesar do choque. No 
entanto, a vítima sente dor ou grande sensibilidade na região afetada, assim como incapacidade 
de movimentá-la, adormecimento ou formigamento da região e inchaço e pele arroxeada, 
acompanhada de uma deformação aparente do membro machucado. Quando isso acontece, o 
membro acidentado deve ser colocado em posição tão natural quanto possível, sem desconforto 
para a vítima.
Durante o atendimento pré-hospitalar, deve-se seguir alguns protocolos:
• verificar se o ferimento não interrompeu a circulação sanguínea; 
• imobilizar o osso ou articulação atingida com uma tala ou com apoio de papelão, benga-
la, galho de árvore, revista dobrada, travesseiro, manta dobrada; 
• amarrar as talas com tiras de pano, de forma que fiquem firme, mas sem apertar; 
• manter o local afetado em nível mais elevado que o resto do corpo; 
• aplicar compressas de gelo para diminuir o inchaço, a dor e a progressão do hematoma. 
• verificar se o ferimento não interrompeu a circulação sanguínea; 
• imobilizar o osso ou articulação atingida com uma tala ou com apoio de papelão, benga-
la, galho de árvore, revista dobrada, travesseiro, manta dobrada; 
• amarrar as talas com tiras de pano, de forma que fiquem firme, mas sem apertar; 
21
• manter o local afetado em nível mais elevado que o resto do corpo; 
• aplicar compressas de gelo para diminuir o inchaço, a dor e a progressão dohematoma.
Figura 2 - Fratura fechada na região do pulso 
Fonte: Zay Nyi Nyi, Shutterstock (2020).
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma deformidade na pele da região do pulso, mas sem 
exposição óssea para fora do tecido.
Já a fratura aberta ou exposta ocorre quando o osso ferido atravessa a pele. As fraturas 
expostas exigem cuidados especiais e, tão logo identificados, devem seguir algumas orientações 
(NAEMT, 2018):
• cobrir o local com um pano limpo, lenço ou gaze;
• fixar firmemente o curativo no lugar, utilizando uma bandagem forte, uma gravata, tira 
de roupa ou cinto;
• manter a vítima deitada;
• aplicar talas, conforme descrito para as fraturas fechadas, sem tentar puxar o membro ou 
fazê-lo voltar a sua
• posição natural;
• transportar a vítima somente após imobilizar a parte fraturada, a menos que exista um 
risco iminente de danos
• secundários, como explosão no local.
22
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Além disso, é importante sempre desconfiar de fratura, mesmo quando a parte suspeita não 
possuir aparência ou função normal. Nesses casos deve-se proceder da seguinte maneira:
• evitar movimentar o local fraturado;
• retirar todos os objetos que possam interferir na circulação, especialmente se a fratura 
for em braço, dedo ou perna, como relógios, anéis e calçados, o que pode ocasionar 
edema (inchaço) no membro atingido;
• proteger a área com um pano limpo, principalmente em caso de fratura exposta e san-
gramento (independente se for intenso ou de pouco fluxo) e enrolar com uma atadura;
• evitar comprimir o osso;
• não fixar a área fraturada com tiras, em função do edema e também como forma de não 
forçar o osso para dentro, o que pode romper vasos sanguíneos e causar intensa dor;
• proteger a cabeça da vítima de maneira que ela não possa realizar movimentos, se hou-
ver suspeita de fratura no crânio ou coluna cervical, tendo o cuidado também de evitar a 
sua elevação.
Em caso de fratura de bacia, o risco de ter hemorragia interna deve ser avaliado, uma vez 
que pode ter rompido vasos sanguíneos importantes, como a artéria femoral e a veia femoral. 
Portanto, é importante observar se há presença de sinais e sintomas que possam levar ao estado 
de choque.
A imobilização provisória é o socorro mais indicado no tratamento de fraturas ou suspeitas 
de fraturas. Quando executada de forma adequada, a imobilização alivia a dor, diminui a lesão 
tecidual, o sangramento e a possibilidade de contaminação de uma ferida aberta.
Além disso, as roupas da vítima devem ser removidas para que o socorrista possa visualizar o 
23
local da lesão e poder avaliá-lo mais corretamente. As extremidades devem ser alinhadas, sem, 
no entanto, tentar reduzir as fraturas expostas. Nas fraturas com deformidade em articulações 
(como ombros e joelhos), é importante que o socorrista imobilize o membro na posição que ele 
for encontrado, sem mobilizá-lo (NAEMT, 2018).
3.4 Luxações ou deslocamento
A luxação ocorre quando as extremidades ósseas que formam uma articulação ficam 
deslocadas, permanecendo desalinhadas e sem contato entre si. No entanto, é bastante difícil 
distinguir a luxação de uma fratura.
O desencaixe de um osso da articulação (luxação) pode ser causado por uma pressão intensa, 
que deixará o osso numa posição anormal, ou também por uma violenta contração muscular. 
Com isto, poderá haver uma ruptura dos ligamentos. Os sinais e sintomas mais comuns de uma 
luxação são:
• dor intensa;
• deformidade grosseira no local da lesão;
• impossibilidade de movimento. 
Assim, sempre que os ossos de uma articulação ou junta saírem do lugar, o socorrista deverá 
proceder como no caso de fraturas fechadas, imobilizando a região lesada, sem o uso de tração 
(NAEMT, 2018).
3.5 Entorses
A entorse pode ser definida como uma separação momentânea das superfícies ósseas, ao 
nível da articulação. A lesão provocada pela deformação brusca geralmente produz o estiramento 
dos ligamentos na articulação ou perto dela. Os músculos e os tendões podem ser estirados em 
excesso e rompidos por movimentos repentinos e violentos. Uma lesão muscular poderá ocorrer 
por três motivos distintos:
FIQUE DE OLHO
Em algumas situações pode ser necessária a automobilização. Ela é uma técnica muito 
simples, que consiste em fixar o membro inferior fraturado ao membro sadio, ou o membro 
superior fraturado ao tórax da pessoa. É uma conduta bem aceita em situações que 
requeiram improvisação, isso ocorre muito em fraturas nos dedos da mão.
24
• distensão; 
• ruptura; 
• contusão profunda. 
A entorse manifesta-se por um dor de grande intensidade, acompanhada de inchaço e 
equimose no local da articulação. O socorrista deve evitar a movimentação da área lesionada, 
pois o tratamento da entorse também consiste em imobilização e posterior encaminhamento 
para avaliação médica.
O objetivo básico da imobilização provisória consiste em prevenir a movimentação dos 
fragmentos ósseos fraturados ou luxados. A imobilização diminui a dor e pode ajudar a 
prevenir também uma futura, lesão de músculos, nervos, vasos sanguíneos, ou ainda, da pele 
em decorrência da movimentação dos fragmentos ósseos. Se a lesão for recente, esfrie a área 
aplicando uma bolsa de gelo ou compressa fria, pois isso reduzirá o inchaço, o hematoma e a dor.
4 ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
A triagem no serviço antes do atendimento é composta pelo acolhimento e pela avaliação e 
classificação de risco. A avaliação e a classificação de risco têm como objetivo principal priorizar o 
atendimento de acordo com a gravidade do quadro apresentado, tornando o atendimento mais 
rápido, seguro e humano.
O sistema de classificação utilizado na triagem dos indivíduos é o Protocolo de Manchester. 
Ele é ordenado e estratificado por cinco cores:
Vermelho
casos que precisam de atendimento imediato, como a parada cardiopulmonar, o politrauma 
e o choque, por exemplo.
Laranja
casos que necessitam de atendimento praticamente imediato, de no máximo 10 minutos 
devido ao risco de morte, como, por exemplo, dor aguda no peito, dor de cabeça aguda sem 
causa aparente (risco de AVC ou aneurisma).
Amarelo
casos que apresentam urgência mas podem esperar até 50 minutos, como o trauma 
moderado e as queimaduras menores, por exemplo. Os idosos também podem se enquadrar 
25
nessa classificação.
Verde
casos de urgência menor, sem risco eminente de morte, com possibilidade de espera de até 
120 minutos, como, por exemplo, uma dor abdominal difusa, diarreias, traumas menores.
Azul
casos de urgência menor que podem aguardar até 240 minutos e serem resolvidas em 
unidades básica de saúde, como acontece, por exemplo, com as escoriações, uma dor de garganta 
e um resfriado.
5 SUPORTE BÁSICO DE VIDA
Nas emergências, antes de iniciar qualquer cuidado, é importante sempre avaliar as condições 
de segurança para a vítima e também para quem for prestar a assistência. Nestes casos, é preciso 
sinalizar o local e chamar o resgate – isso se a assistência inicial já não foi prestada por esse 
serviço. A avaliação da vítima deve ser feita de uma forma rápida e completa para identificar 
inicialmente as principais lesões que a colocam em risco de morte.
A avaliação da emergência é dividida em primária e secundária:
• Avaliação primária
deve ser realizada rapidamente para identificar as funções vitais e o risco de morte.
• Avaliação secundária
é realizada em busca de lesões e problemas que podem agravar as condições do paciente.
Na avaliação primária, quem estiver realizando a assistência deve aproximar da vítima, 
identificar-se, explicando que está ali para ajudar. Enquanto tranquiliza a vítimas, nos casos em 
FIQUE DE OLHO
O Protocolo de Manchester é realizado sempre para priorizar os casos mais graves. Ele só 
pode ser realizado pelo enfermeiro ou médico, o técnico ou auxiliar de enfermagem durante 
a triagem utilizando o protocolo de Manchester só pode atuar no acolhimento do indivíduo 
e aferição dos sinais vitais.
26
que ela está consciente,deve perguntar o que houve, isso ajuda a avaliar o estado neurológico e 
as vias áreas, pois se a pessoa estiver com problema na fala, dificuldade respiratória ou confusa 
ela não irá responder a pergunta, por exemplo.
Então, inicialmente deve seguir o CABD, sendo o C a circulação que é avaliada pela verificação 
do pulso, A verificação das vias aéreas se elas estão pérvias, B se a respiração está ocorrendo 
adequadamente e D é a avaliação do estado neurológico.
A verificação do pulso é importante verificar se ele está rítmico, cheio e forte, pois alteração em 
qualquer um desses parâmetros pode ser um indicativo de hemorragia ou a ausência indica a parada 
cardíaca. O pulso pode ser verificado na região radial, femoral, carotídeo e braquial, sendo este último 
mais usado quando a vítima é criança. Quando o pulso estiver presente, segue a avaliação primária, 
mas quando estiver ausente deve iniciar as manobras para o atendimento de parada cardíaca. A 
frequência cardíaca do adulto normal é de 60 a 100 batimentos por minuto (NAEMT, 2018).
A avaliação das vias aéreas verifica a respiração e a permeabilidade das vias é o passo 
seguinte do suporte básico de vida. Nos politraumatizados não se devem realizar a hiperextensão 
da cervical para avaliação da permeabilidade das vias aéreas, pois as chances de existirem um 
trauma nessa região são grandes. Assim, o recomendando é que realize a elevação do queixo 
e a tração da mandíbula para avaliar a permeabilidade da via aérea, preservando o movimento 
cervical e consequentemente evitando lesões decorrentes da manobra.
A avaliação das vias aéreas tem como objetivo avaliar se está tem a oxigenação adequada 
para os tecidos e órgãos. Quando a vítima conseguir conversar, isso indica que a ventilação 
está adequada, pois uma pessoa só consegue conversar se os pulmões estiverem ventilando. A 
ventilação e a circulação são fundamentais para preservar os órgãos, principalmente o cérebro, 
sendo a sua manutenção imprescindível para a manutenção da vida e também para evitar 
sequelas após o atendimento (NAEMT, 2018).
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
27
Por fim, a avaliação do estado neurológico, verificando se a vítima está alerta, reage a voz, 
reage a dor ou se não reage. Essa avaliação deve ser feita utilizando a escala de coma de Glasgow, 
oferecendo assim informações mais precisas. O estado neurológico é importante principalmente 
para avaliar a progressão da vítima durante o atendimento, pois ela pode alterar o nível de 
consciência durante o atendimento, decorrente do agravamento do quadro clínico.
Ao finalizar a avaliação primária, se a vítima não precisar de nenhum cuidado, como massagem 
cardíaca e/ou ventilação, tem início, então, a avaliação secundária.
A avaliação secundária procura identificar lesões que não são evidentes na abordagem 
primária. Por isso, é necessária a realização de uma inspeção que verifica a cor da pele, a simetria 
das estruturas e as eventuais hemorragias. Por meio da palpação verifica-se ainda a deformidade, 
a rigidez e a flacidez das estruturas. É importante lembrar que os tecidos têm sua consistência 
própria e nesse momento a busca é por alteração do que é considerado fisiológica.
6 PRÉ-HOSPITALAR
O atendimento pré-hospitalar é o atendimento emergencial feito em ambiente extra-
hospitalar, ou seja, fora do hospital. Ele é caracterizado por prestar assistência em situações 
de agravos como acidentes, quedas ou cenas de violência, garantindo atendimento precoce e 
adequado. Conforme a legislação brasileira (Portaria nº 342/2013 e Portaria nº 1010/2012) há 
dois tipos de atendimento pré-hospitalar: o fixo e o móvel.
• Atendimento móvel
é prestado pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU);
• Atendimento fixo
é prestado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Tais serviços têm como função fazer o atendimento das urgências e emergências e, quando 
necessário, encaminhar o indivíduo para unidade de internação – no caso, um hospital.
As emergências são consideradas agravos à saúde que implicam em sofrimento intenso com 
risco iminente de morte e que necessita de atendimento imediato. A urgência, por outro lado, é 
um agravo à saúde com risco potencial, cuja assistência precisa ser mediata.
6.1 Equipe
A Portaria nº 1.010/2012 trata sobre a equipe que compõe o SAMU. Na Central de Regulação 
devem estar presentes: médicos com capacidade técnica em regulação de urgências, técnico 
28
auxiliar de regulação médica e radio operador.
Já nas unidades móveis, as equipes podem variar de acordo com o tipo da unidade. No 
suporte básico de vida terrestre, que são as ambulâncias destinadas a cuidados mínimos e ao 
transporte, a tripulação deve ser de, no mínimo, dois profissionais: o condutor e o técnico ou 
auxiliar de enfermagem.
Já no suporte avançado de vida terrestre, que são ambulâncias equipadas com materiais 
complexos, como respirador artificial, por exemplo, a tripulação deve ser de, no mínimo, três 
profissionais: o condutor, o enfermeiro e o médico.
Esses dois transportes são os mais comuns no atendimento em emergências rotineiras. A 
diferença entre elas costuma ser a tripulação e os equipamentos disponibilizados, o que depende 
da gravidade e complexidade do atendimento: o suporte básico, por exemplo, não consegue 
atender procedimentos complexos, enquanto o suporte avançado já está mais preparado para 
realizar procedimentos mais cuidadosos e complexos.
Já no transporte aeromédico, como os helicópteros por exemplo, três profissionais devem 
compor a tripulação: o condutor, o enfermeiro e o médico. O transporte aquático, por sua vez, 
as embarcações também são divididas em básica e avançada. O suporte básico de vida deve ser 
composto pelo condutor e pelo técnico ou auxiliar de enfermagem. Já o suporte avançado é 
composto pelo condutor, pelo enfermeiro e pelo médico.
A portaria ainda prevê a existência da motolância, que deve ser conduzida por um profissional 
técnico de enfermagem ou um enfermeiro, dependendo da necessidade de atendimento. E o 
veículo de intervenção rápida, que é um carro comum adaptado com equipamentos médicos 
básicos, deve ser tripulado pelo condutor, um médico e um enfermeiro. Esses dois últimos são 
utilizando em situações que demandam um atendimento rápido, com o objetivo de aumentar as 
chances de sobrevida do paciente. 
6.2 A Central de Regulação de Urgências
A Central de Regulação de Urgência é uma estrutura física que conta com recursos tecnológicos 
e recursos humanos. Trata-se do elemento ordenador e orientador da atenção pré-hospitalar, 
realizando a ligação com o nível hospitalar.
São duas competências da estrutura:
• tomar decisões técnicas sobre os pedidos de socorro; 
• tomar decisões gestoras dos meios disponíveis, ou seja, qual será deslocado para o cha-
mado e com quais recursos disponíveis. 
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O médico regulador precisa conhecer com precisão as habilidades da equipe como um todo, 
para que possa sempre melhorar a capacidade técnico-cientifica da equipe. Além disso, o médico 
regulador também deve, com base nas informações recebidas:
• julgar e decidir sobre a gravidade de cada chamado de urgência e emergência;
• deslocar os recursos necessários para o atendimento;
• monitorar e orientar atendimentos realizados por outra pessoa habilidade ou a própria 
equipe nas intervenções;
• dar seguimento ao atendimento.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Nos casos em que não há necessidade de deslocamento da equipe do SAMU, o médico 
regulador deve explicar a decisão para quem demandou o socorro, orientando o que precisa ser 
feito e direcionando a respeito da assistência necessária.
Para poder atuar, a Central de Regulação precisa ainda:
• utilizar a telemedicina;
• manter a gravação contínua de todos os comunicados;
• fazer o preenchimento correto das fichas médicas para a triagem do atendimento;
• seguir os protocolos institucionais da forma correta tanto os de instituições particulares 
como os do setor público.
São essasmedidas que irão definir o passo a passo do atendimento e auxiliar a decisão mais 
precisa do médico regulador, fazendo com que ele tenha uma visão mais fidedigna do problema.
30
Os protocolos de atendimento devem ser elaborados pelo médico regulador e/ou pelo 
profissional intervencionista. Como o SAMU conta com uma equipe multidisciplinar é importante 
que todos participem da elaboração desses protocolos. Isso porque sempre que houver a 
necessidade do profissional intervencionista realizar algum procedimento autorizado, ele possa 
executar de forma segura. Além disso, tudo deve ser registrado, de forma clara, nos protocolos 
correspondentes, com a assinatura do médico regulador, e na ficha de atendimento pré-hospitalar.
O médico regulador do sistema público de emergências também deve ser obrigatoriamente 
consultado pela atenção pré-hospitalar da rede privada sempre que um paciente for conduzido 
ao setor público. Por isso, ele deve ter acesso à Central de Internações com o objetivo de decidir 
para onde direcionar os pacientes, conforme a sua necessidade e a disponibilidade dos serviços 
de saúde.
O setor privado que atua na atenção pré-hospitalar precisa contar, obrigatoriamente, com 
médicos reguladores e de intervenção, o que pode ser exigido inclusive nos códigos municipais 
de saúde. Estas centrais privadas estão submetidas ao regulador público sempre que suas ações 
ultrapassarem os limites das instituições privadas não-conveniadas ao Sistema Único de Saúde, 
incluindo os casos de medicalização de assistência domiciliar não-emergencial.
7 AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA NO 
PACIENTE GRAVE
A avaliação do nível de consciência no paciente grave ocorre por meio da aplicação da Escala 
de Coma de Glasgow (ECG). Trata-se de uma escala neurológica que se constitui de um método 
confiável e objetivo para avaliar o nível de consciência de uma pessoa. É, portanto, uma avaliação 
inicial e contínua após um traumatismo craniano.
A pontuação obtida na avaliação neurológica utilizando a ECG emite um prognóstico do 
paciente e a gravidade da lesão neurológica. O método avalia três fatores: a abertura ocular, a 
resposta verbal e a resposta motora.
A resposta ocular é avaliada em quatro pontuações:
• 4 - para vítima com abertura ocular espontânea; 
• 3 - para vítima com a abertura dos olhos pelo comando verbal; 
• 2 - para vítima com a abertura ocular por estímulo doloroso; 
• 1 - não há abertura ocular. 
31
Já a resposta verbal é avaliada em cinco pontuações:
• 5 - quando a vítima está orientada; 
• 4 - para vítima confusa ou desorientada; 
• 3 - para vítimas com fala aleatória; 
• 2 - para sons como gemidos, grunhidos, sem articulação da fala; 
• 1 - ausência completa de sons. 
Por fim, a reposta motora é avaliada em seis pontos:
• 6 - a vítima obedece a comandos verbais de forma ordenada;
• 5 - quando a vítima reconhece o local do estímulo doloroso;
• 4 - a vítima retira de forma inespecífica a área que recebe o estímulo à dor;
• 3 - a vítima apresenta um padrão flexor à dor, como a decorticação;
• 2 - a vítima apresenta um padrão extensor à dor, que é a descerebração;
• 1 - a vítima não apresenta nenhuma resposta motora.
A soma da pontuação pode apresentar um total de 15 pontos e um mínimo de 3 pontos. O 
ECG, portanto, indica o somatório:
13 a 15 pontos
Traumatismo Crânio Encefálico (TCE) leve;
9 a 12 pontos
TCE moderado;
Menor que 8
TCE grave.
Recentemente, a ECG sofreu atualização, fazendo com que fosse avaliada também a 
reatividade pupilar ao final da avaliação tradicional. Assim, quando as pupilas estiverem com 
reação bilateral (ambas as pupilas reagem ao estímulo de luz) são pontuadas em 0, reatividade 
unilateral (somente um olho tem reação da pupila ao estímulo de luz) -1 e inexistente -2 em cima 
do valor obtido pela avaliação convencional (SANTOS et al., 2016).
32
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer o que é emergência e os aspectos éticos e legais relacionados com esse 
tema;
• aprender sobre a estrutura organizacional, o planejamento e o funcionamento da 
emergência;
• estudar sobre a biomecânica do trauma;
• conhecer o acolhimento e a classificação de risco em situações de emergência;
• aprender sobre o suporte básico de vida e o atendimento pré-hospitalar;
• conhecer a avaliação do nível de consciências dos pacientes.
PARA RESUMIR
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN). Resolução Cofen nº 564/2017. Disponí-
vel em: . Acesso em: 9 abr. 2020.
DE LIMA, H. C. V. Ética e direito. São Paulo: Edições Loyola, 2002.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 342, de 4 de março de 2013. Redefine as diretrizes 
para a implantação do Serviço de Unidade de pronto atendimento (UPA). Disponível em: 
. Acesso em: 11 abr. 2020.
_____. Portaria nº 354, de 10 de março de 2014. Publica a proposta de Projeto de Reso-
lução Boas Práticas para Organização e Funcionamento de Serviços de Urgência e Emer-
gência. Disponível em: . Acesso em: 11 abr. 2020.
_____. Portaria nº 1.010, de 21 de maio de 2012. Redefine as diretrizes para a implan-
tação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e sua Central de Re-
gulação das Urgências, componente da Rede de Atenção às Urgências. Disponível em: . 
Acesso em: 2 abr. 2020.
NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS (NAEMT). Atendimento 
pré-hospitalar ao traumatizado. Rio de Janeiro: Elsevier Editora, 2018.
RODRIGUES, D. et al. Legislação e ética do enfermeiro em assistência de urgência e emer-
gência. 2013. Revista Eletrônica de Enfermagem do Centro de Estudos de Enfermagem e 
Nutrição, ago-dez 2013. Disponível em: . Acesso em: 1 abr. 2020.
SANTOS, W. C. et al. Avaliação do conhecimento de enfermeiros sobre a escala de coma 
de Glasgow em um hospital universitário. Einstein, vol.14 n.2, São Paulo, apr./jun. 2016. 
Disponível em: . Acesso em: 9 ab. 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 2
Traumas craniofacial, torácico e ab-
dominal 
Olá,
Você está na unidade Traumas craniofacial, torácico e abdominal. Conheça aqui as 
estruturas e órgãos que estão presentes no crânio, face, tórax e abdômen e os principais 
tipos de trauma que podem ocorrer em cada uma dessas regiões. Compreenda também 
os cuidados de enfermagem a esses pacientes e as possíveis complicações que podem 
surgir após esses traumas. Descubra ainda qual é a associação existente entre a anatomia 
e a fisiopatologia da lesão.
Bons estudos!
Introdução
37
1 TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO E 
TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR 
Os traumas cranioencefálico e raquimedular são responsáveis por um grande número de 
incapacitações, internações prolongadas e óbitos. Normalmente, esses dois tipos de traumas são 
frequentes em acidentes automobilísticos, mas podem ocorrer também em outras situações de 
emergência, como nas quedas de grandes alturas.
Durante o resgate desses pacientes, alguns cuidados para evitar o agravamento das lesões 
devem ser tomados, como:
• uso do colar cervical; 
• imobilização da cabeça e cervical; 
• movimentação em bloco (para evitar o agravamento das lesões medulares na região 
torácica e lombar). 
As vítimas com esses traumas devem ser atendidas rapidamente para identificar as lesões 
primárias e prevenir as lesões secundárias que podem agravar o quadro clínico e gerar sequelas 
permanentes. 
1.1 Anatomia do cérebro 
O cérebro está protegido pelo crânio que é uma estrutura óssea. O crânio tem pequenas 
aberturas para a passagem de vasos sanguíneos, nervos e da medula espinhal. Por esse motivo, 
a caixa craniana tem protrusões e irregularidades que, durante um impacto, podem lesionar o 
cérebro e causar lacerações.
O cérebro, e também a medula espinhal, são circundados pelas chamadas meninges. 
Tratam-se de membranas separadas que servem de barreira contra microrganismos ou qualquer 
substância estranha ao cérebro.
São elas:
Meninge dura-máter
É mais externa das três, sendo o revestimento que fica em contato com o crânio, sem espaço 
entre ela e o osso. Assim, em casos dehemorragia ou abcessos pode ocorrer um uma compressão 
dessa meninge. Além disso, é comum, em impactos na região do osso temporal, ocorrer fratura 
do osso e rompimento da artéria meníngea média, causando hematoma epidural e um aumento 
na pressão intracraniana (DANGELO; FATTINI, 2000). 
38
Meninge pia-máter
É aquela que fica aderida diretamente ao cérebro. Logo acima dela tem a membrana aracnoide 
que é rica em vasos sanguíneos, fazendo com que os traumas resultem em sangramento. 
Entretanto, essas lesões não chegam a criar uma pressão, devido ao espaço existente para 
espalhar, mas podem causar lesões graves no cérebro, dependendo da região atingida pela 
hemorragia.
O cérebro ocupa cerca de 80% do total da caixa craniana. Ele é dividido em três regiões:
Cerebelo
é responsável pelo controle da coordenação motora e do equilíbrio.
Telencéfalo
é subdividido em hemisfério direito e esquerdo. O esquerdo é responsável pela linguagem e 
considerado o hemisfério dominante na maioria das pessoas. Os hemisférios são ainda redivididos 
em quatro lobos. O lobo frontal é responsável pelas emoções, pela função motora e pela expressão 
da fala. O lobo parietal é responsável pela função sensorial e orientação espacial. O lobo temporal 
regula a memória e a área de recepção da fala. E o lobo occipital é responsável pela visão.
Tronco cerebral
contém o mesencéfalo, que é responsável pela estimulação e alerta da pessoa e a medula 
tem os centros respiratórios.
Figura 1 - Anatomia do telencéfalo 
Fonte: Songkram Chotik-anuchit, Shutterstock (2020).
#ParaCegoVer: A imagem mostra as regiões do cérebro humano. 
39
1.2 Fisiopatologia do traumatismo cranioencefálico
O traumatismo cranioencefálico (TCE) pode ocorrer devido a dois tipos de lesões: a lesão 
primária ou a lesão secundária.
Lesão primária
é a que ocorre diretamente no cérebro e nas suas estruturas vasculares, como, por exemplo, 
as contusões e as hemorragias.
Lesões secundárias
são as que ocorrem devido a lesões contínuas decorrentes da lesão primária, como, por 
exemplo, sangramento persistente
Dentre as lesões secundárias, a pressão intracraniana e a herniação de massa encefálica são as 
principais preocupações na emergência. Isso porque a vítima necessita de transporte rápido até um 
centro hospitalar, monitorização contínua e, na maioria dos casos, intervenção cirúrgica, para evitar 
agravamento (NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS, 2018). 
Outro problema do TCE é o edema cerebral que ocorre no local da lesão primária. O edema 
ocasiona o acúmulo de fluídos intracelular lesionando os neurônios, provocado por uma resposta 
inflamatória. A progressão desse edema pode levar à lesão mecânica e isquêmica agravando 
ainda mais a lesão do TCE. Não é incomum o edema estar associado a hematomas intracranianos, 
como hipóxia e hipotensão. 
Hipotensão
é uma alteração comum em lesões secundária do TCE que ocorre devido à hemorragia 
proveniente da baixa de suprimento sanguíneo para o cérebro. 
Hipóxia
é a falta de oxigênio no cérebro, causada pela falta de suprimento sanguíneo. O cérebro 
sofre danos irreversíveis quando permanece por cinco minutos sem oxigênio, sendo fundamental 
manter a oxigenação nas vítimas de TCE. 
FIQUE DE OLHO
O cérebro é formado por um tecido que não tem capacidade de reparar grandes danos, 
por isso os traumas são considerados graves e permanentes. Além disso, uma região como 
o tronco encefálico ao ser lesionadas pode causar a morte da vítima devido a parada 
respiratório irreversível.
40
O suplemento inadequado da glicose também influencia e agrava o quadro do paciente com 
TCE. Os neurônios não armazenam glicose, por isso é necessário um fornecimento contínuo e 
equilibrado. A ausência pode ocasionar danos permanentes nos neurônios isquêmicos e o excesso 
pode lesionar os neurônios. Os danos causados pela hipoglicemia são maiores e mais rápidos que 
a hiperglicemia, por isso ela recebe mais atenção durante o atendimento e avaliação do paciente. 
A convulsão é uma outra consequência do TCE, causada devido à hipóxia, à hipoglicemia 
e ao desbalanço nos eletrólitos do corpo. Ela pode ocorrer devido ao TCE, como uma causa 
secundária e ela pode ser agravada quando não corrigida as causas secundárias, piorando ainda 
mais o quadro de hipoglicemia. Isso por ser consumida durante as crises de alta taxa de glicose 
(NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS, 2018). 
1.3 Lesões associadas ao traumatismo cranoencefálico
Durante um TCE podem ocorrer diversos tipos de lesões com um grau variado de gravidade. A 
concussão cerebral, por exemplo, ocorre quando o indivíduo tem uma alteração temporária das 
funções neurológicas, como:
• olhar vago; 
• resposta verbal e motora lenta; 
• incapacidade de concentração; 
• fala incoerente; 
• perda da coordenação morta; 
• incapacidade de memorizar.
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O diagnóstico só pode ser concluído com o exame de tomografia computadorizada, exame de 
rotina para pacientes com TCE. 
Já o hematoma epidural é caracterizado pelo acúmulo de sangue entre o crânio e a dura-
máter. Trata-se de uma consequência comum nos pacientes de TCE, sendo comum os pacientes 
permanecem lúcidos e orientados durante um tempo após o traumatismo. No entanto, com 
a progressão da hemorragia apresentam perda rápida da consciência e, quando questionados 
sobre o que estão sentindo, as vítimas relatam dor de cabeça. 
O hematoma subdural, por sua vez, ocorre quando há acúmulo de sangue na dura-máter, 
comprimindo o cérebro, sendo mais frequente que o hematoma epidural. A extensão da lesão 
determinará a gravidade, porém é frequente que ocorra de forma secundária ao TCE, não 
sendo diagnóstico no primeiro momento (NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL 
TECHNICIANS, 2018). 
Durante o TCE ainda podem ocorrer contusões cerebrais, um dano direto no cérebro 
decorrente do impacto e que pode chegar a acometer vasos sanguíneo. Eles são normalmente 
originados por um trauma contuso, como, por exemplo, lesões por arma de fogo, mas podem 
ocorrer também devido a impactos com objetos perfurantes. A detecção das contusões não é 
imediata: costuma ocorrer de 12 a 24 horas após o trauma, uma vez que o exame de tomografia 
pode apontar uma situação normal e, quando repetido, horas mais tarde, mostrar a alteração 
(NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS, 2018). 
1.4 Anatomia vertebral
A coluna vertebral inicia na base do crânio até o final do tronco, apoiando sua base na pelve. 
Ela é responsável pelo movimento do corpo e fornece a sustentação para a medula e os nervos 
(DANGELO; FATTINI, 2000).
A medula é uma continuação do cérebro, iniciando na base tronco cerebral e terminando na 
segunda vértebra lombar. Ela fica envolta pelas meninges e pelo líquido céfalo raquidiano e tem 
como principal função a absorção de impacto durante movimentos rápidos e intensos do corpo 
humano. É nela que estão presentes os:
Tratos nervosos ascendentes
que levam os impostos sensoriais até o corpo.
Tratos nervosos descendentes
que levam os impulsos do cérebro para restante do corpo. 
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Além disso, temos os nervos que se ramificam ao longo da coluna, sendo 31 pares de nervos 
raquianos (DANGELO; FATTINI, 2000). 
A coluna vertebral é formada por um conjunto de vértebras, formado por 33 delas, das quais:
7 vértebras cervicais;
12 vértebras torácicas;
5 vértebras lombares;
1 sacro com 5 vértebras fusionadas;
1 cóccix com 4 vértebras fusionadas.
As menores vértebras são as cervicais, seguidas pelas torácicas. Ao todo, elas apresentam um 
forame vertebral que é o canal da coluna vertebral (DANGELO; FATTINI, 2000).
Figura 2 - Representação da coluna cervical 
Fonte: Magic mine, Shutterstock (2020).
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma visão lateral da coluna cervical, representando, por 
cores, cada conjunto de vértebras, de acordo com a sua localização anatômica. 
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1.5 Traumatismo raquimedular
As lesões na coluna podemocorrer por compressão ou achatamento, que pode gerar 
fragmentos de ossos que se alojam próximo à medula ou subluxação (deslocamento da coluna 
em relação ao alinhamento normal). Ambos podem resultar na secção da medula espinhal, o que 
resulta em uma lesão irreversível (BRASIL, 2012). 
A medula pode sofrer concussão que leva a uma perda temporária das funções. Normalmente, 
essa concussão ocorre devido a um ferimento ou sangramento espinhal, que é o que provoca a 
perda temporária das funções devido ao choque medular. O choque medular é uma condução 
neurológica que resulta da perda sensorial e motora, ocorrendo uma flacidez na musculatura 
e uma paralisia em toda a inervação abaixo da região que ocorreu a lesão. Ou seja: se a região 
lesionada for na vértebra T10, toda a inervação lombar e a T11 e T12 perdem a sua função 
temporária (BRASIL, 2012). 
Figura 3 - Concussão medular 
Fonte: bsd, Shutterstock (2020).
#ParaCegoVer: A imagem mostra o deslocamento da vértebra espinhal que pode ocorrer a 
partir um trauma, em que uma vértebra desloca para frente e outra para trás. 
As lesões na medula, na altura da vértebra cervical C4 e C6, podem causar tetraplegia, se 
ocorrer o rompimento total. E as lesões na vértebra torácica T6 e lombar L1 causa a paraplegia. A 
diferença entre elas é que a lesão em C4 paralisa todos os movimentos, inclusive o de rotação da 
cabeça, enquanto a lesão em C6 o movimento de rotação permanece. As lesões em T6 causam 
perda dos movimentos da região mamilar para baixo, enquanto a lesão em L1 os movimentos 
perdidos são apenas dos membros inferiores. 
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O edema, outra lesão ou uma complicação que pode surgir na região da medula, pode levar 
a uma compressão, que pode acarretar na isquemia do tecido. Nesse caso, pode ser necessário 
uma intervenção cirúrgica para reduzir a compressão evitando que o tecido seja lecionado.
Além disso, pode ocorrer ainda a transecção da medula. Se for completa, pode levar à perda 
total dos movimentos da região afetada e de todos os nervos abaixo dela. Mas se for incompleta, 
pode ser que não tenha perda total das funções motas e sensoriais, existindo, assim, uma chance 
de recuperação. Na lesão incompleta, ela ainda pode ocorrer como síndrome medular anterior, 
síndrome medular central e síndrome de Brown-Séquard. 
Síndrome medular anterior
a lesão decorre de um fragmento de osso ou pressão da artéria espinhal, levando à perda da 
função motora e sensorial de dor, temperatura e propriocepção. No entanto, alguns movimentos, 
posição e vibração são preservados. 
Síndrome medular central
a lesão leva à uma hiperextensão da cervical, o que resulta em fraqueza ou parestesia nos 
membros superiores e até a um grau variável de disfunção na eliminação urinária. 
Síndrome de Brown-Séquard
a lesão decorre da penetração de algo na medula, levando à uma hemi-transfecção e gerando 
a perda das funções do lado afetado (direito ou esquerdo) e o lado oposto perde a sensação de 
dor e temperatura (BRASIL, 2012). 
A lesão medular é grave, mas pode ser agravada ainda mais devido a um choque neurogênico, 
que é uma lesão secundária. Ele ocorre devido ao rompimento da medula espinhal, ocorrendo 
a perda do controle simpático e levando ao relaxamento das paredes dos vasos sanguíneos. 
Isso aumenta o tamanho do compartimento vascular e reduz a resistência vascular, levando à 
hipotensão. Nesse tipo de choque não ocorre alteração significativa na frequência cardíaca 
(BRASIL, 2012). 
1.6 Cuidados de enfermagem na TCE e raquimedular 
A enfermagem deve realizar a admissão do paciente e observar quais foram as alterações 
neurológicas presente. O exame físico completo também deve ser realizado e, neste sentido, é 
importante verificar se o paciente pode ou não ser mudado de posição. Pacientes com traumatismo 
raquimedular devem ser movimentados somente em casos necessários, como a higiene, e essa 
movimentação precisa ser em bloco para não ocorrer agravamento do quadro clínico.
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Nas primeiras 24h após a admissão é imprescindível que o paciente seja monitorado e 
qualquer alteração seja comunicada ao médico, uma vez que podem aparecer danos secundários 
das lesões.
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Os principais diagnósticos de enfermagem quanto a alterações respiratórias relacionados a 
essas lesões são:
• desequilíbro na ventilação-perfusão evidenciada por dispneia;
• cianose em extremidades;
• hipóxia e taquicardia;
• desobstrução ineficaz de vias aéreas relacionada a disfunção neuromuscular;
• secreções retidas evidenciada por dispneia;
• ruídos adventícios respiratórios;
• agitação e cianose;
• padrão respiratório ineficaz relacionado por lesão na medula espinal;
• dano no músculo esquelético;
• disfunção neuromuscular;
• dor e ansiedade evidenciado;
• dispneia e ventilação minuto diminuída.
Já em relação ao sistema cardíaco observa-se:
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• débito cardíaco diminuído relacionado à contractilidade;
• pré-carga;
• frequência e volume de ejeção alterados e evidenciado por DC;
• fração de ejeção e índice de volume sistólico diminuídos;
• agitação, arritmias, dispneia, hipocoloração e cianose em extremidades;
• pele fria e pegajosa;
• perfusão capilar periférica prolongada;
• pulsos periféricos resistência vascular sistêmica e pulmonar diminuídos e variações nas 
leituras de PA.
Os diagnósticos relacionados ao sistema neurológico, por sua vez, são:
• dor relacionada à lesão traumática;
• dor crônica relacionada a atrofia muscular;
• risco de confusão aguda relacionada à cognição prejudicada;
• processo infeccioso;
• medicamentos;
• mobilidade reduzida.
O trauma ainda afeta a regulação da temperatura, prejudica a mobilidade física e pode levar à 
inatividade relacionada a prejuízo musculoesquelético e neuro sensorial (NANDA, 2018).
2 PACIENTE VÍTIMAS DE TRAUMA DE TÓRAX
O tórax comporta órgãos importantes e que podem ser lecionados facilmente durante um 
acidente. Em acidentes automobilísticos, por exemplo, são comuns ocorrerem lesões devido a 
choque contra volante. Além disso, podem ocorrer lesões perfurantes, acometendo os pulmões 
e causando pneumotórax que, quando são não tratados rapidamente, podem levar o paciente 
ao óbito.
2.1 Anatomia do tórax
O tórax é delimitado pela caixa torácica, uma estrutura óssea que circunda e protege os 
pulmões e o coração. Essa caixa é formada por 12 pares de costelas (DANGELO; FATTINI, 2000).
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Os pulmões fazem parte do sistema respiratório e são responsáveis pelas trocas gasosas. 
Estão localizados um ao lado direito e o outro ao lado esquerdo da caixa torácica. Os pulmões são 
sustentados pelo músculo diafragma, que está localizado na sua base inferior. O ar com o oxigênio 
é conduzido pelas vias áreas superiores e pela traqueia, estrutura com anéis cartilaginosos que 
permitem a sua abertura constante, durante a inspiração até os alvéolos onde é realizada a troca 
do oxigênio pelo gás carbônico que é, então, conduzido pelas mesmas vias para o exterior do 
corpo por meio da expiração.
O coração, outro órgão presente no tórax, faz parte do sistema circulatório e é responsável 
pela circulação, pela manutenção das trocas gasosas e pela chegada de oxigênio em todos os 
órgãos e tecidos. Além desses órgãos, existem vários vasos sanguíneos que fazem a irrigação 
deles, como a artéria pulmonar, aorta, veia cava inferior, veia cava superior. Esses vasos são 
calibrosos devido ao grande fluxo sanguíneo que transportam (DANGELO; FATTINI, 2000). 
2.2 Fisiopatologia do tórax
Nas lesões, dois componentes fisiológicos importantes são a respiração e a circulação. A 
respiração ocorre devido a ventilação que permite a troca gasosa nos pulmões e a condução do 
oxigênio para os tecidos e a eliminação do gás carbônico. Na inspiração ocorre a contração dos 
músculos respiratórios e na expiração ocorre o relaxamento dos músculos. Esses movimentos 
são controlados pelos quimiorreceptores presentes no tronco encefálico e nas artérias aorta e 
carótida. Eles são responsáveispor identifica a necessidade de aumentar ou reduzir a ventilação 
pulmonar devido a quantidade de oxigênio e dióxido de carbono circulante (NATIONAL 
ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS, 2018).
A circulação é controlada por estímulos próprios que mantem a sua capacidade contrátil 
continua. Os barorreceptores que são responsáveis pelo controle respiratório, também controlam 
a pressão arterial, direcionando se há necessidade de aumentar os batimentos cardíacos por 
exemplo (NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS, 2018).
As lesões que ocorrem no trauma do tórax podem ser penetrantes devido a objetos 
pontiagudos, fratura dos ossos da costela ou por arma de fogo, por exemplo. Essas lesões 
podem levar ao pneumotórax, quando ocorre perfuração pulmonar. Nesse tipo de lesão ocorre a 
passagem do ar de dentro dos pulmões para a cavidade torácica gerando um aumento da pressão 
e impedindo a troca gasosa. 
Outra lesão que pode ocorrer é a contusão pulmonar, que apresenta hematoma pulmonar e 
alteração no padrão de ventilação pulmonar (NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL 
TECHNICIANS, 2018). 
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Figura 4 - Pneumotórax do pulmão esquerdo 
Fonte: BlueRingMedia, Shutterstock (2020).
#ParaCegoVer: A imagem mostra o tórax de um indivíduo onde houve um trauma no pulmão 
esquerdo. 
O coração também pode sofrer traumas por perfurocortante e contusão cardíaca. Isso ocorre 
normalmente devido a lesões nas células do músculo cardíaco, que pode influenciar diretamente 
na contratilidade muscular. Pode ocorrer ainda a ruptura valvar, ocasiona em insuficiência 
cardíaca congestiva e leva à taquipneia e até o sopro cardíaco. A ruptura cardíaca decorrente da 
contusão é rara, mas é fatal para as vítimas (NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL 
TECHNICIANS, 2018). 
O coração pode sofrer lesões que permitem ao acúmulo de sangue na região do pericárdio 
(membrana que circunda o coração) levando a um tamponamento cardíaco. Isso leva o aumento 
da pressão do pericárdio e impede o retorno venoso para o coração. Em alguns casos pode ocorrer 
a alteração na atividade elétrica e ausência do pulso cardíaco. A lesão pode ocorrer também em 
vasos calibrosos como por exemplo a aorta. A ruptura de grandes vasos normalmente é fatal, pois 
a hemorragia é intensa e o atendimento pré-hospitalar não tem tempo e recursos que impeçam 
a morte da vítima. 
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2.3 Cuidados de enfermagem a pacientes com traumas no tórax
Durante os cuidados de enfermagem deve-se manter permeabilidade das vias aéreas, aspirar 
secreções das vias áreas sempre que necessário. Além disso, deve realizar o monitoramento da 
oxigenação por oximetria de pulso. Em casos que de oxigenação prejudicada por ser utilizado 
máscara de oxigênio. Os sinais vitais também devem ser observados e avaliados. Observando a 
pressão arterial e as alterações presentes, que podem estar relacionadas ao trauma. O aumento 
ou a redução da pressão arterial também pode ocorrer, devendo ser monitorada constantemente 
para avaliar possíveis alterações. 
Durante o atendimento é importante avaliar a permeabilidade das vias áreas, realizando a 
desobstrução se necessário. Além disso, a enfermagem deve avaliar se houve fratura das costelas 
e se há algum movimento irregular, presença de crepitações ou alteração do padrão regular 
respiratório. Isso pode influenciar diretamente na oxigenação dos tecidos e evitar complicações 
decorrentes da ventilação ineficaz. 
Em vítimas com danos cardíacos pode ocorrer alterações na frequência cardíaca e na pressão 
arterial. Isso pode ser afetado diretamente a danos ao coração, mas pode ocorrer também 
alteração devido a problemas respiratório que levam a danos secundários ao sistema cardíaco. 
A presença de hemorragia pode ocasionar hipovolemia e complicando a situação cardíaca da 
vítima, sendo a enfermagem responsável por controlar a hemorragia, quando possível. Em 
alguns casos a intervenção cirúrgica é necessária para controle da hemorragia e a manutenção da 
homeostase do organismo. 
3 PACIENTES VÍTIMAS DE TRAUMA ABDOMINAL
Os traumas abdominais podem lesionar diversos órgãos do sistema digestivo e urinário 
presentes na cavidade abdominal. A região abdominal tem uma avaliação limitada no atendimento 
pré-hospitalar, pois são necessários recursos adicionais como por exemplo tomografia para 
visualização das lesões abdominais.
FIQUE DE OLHO
O equilíbrio entre o sistema respiratório e o sistema circulatório é importante para manter o 
equilíbrio do organismo. Um trauma que ocasiona a parada respiratória pode levar a parada 
cardíaca quando a primeira não for tratada rapidamente. Mas a parada cardíaca está sempre 
associada a parada respiratória, pois não há circulação do sangue para a realização da troca 
gasosa nos pulmões.
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3.1 Anatomia abdominal
O abdômen é uma cavidade que acomoda diversos órgãos do sistema digestivo e urinário. 
Os órgãos acomodados no abdômen que fazem parte do sistema digestivo são o estômago, o 
intestino delgado, o intestino grosso, o fígado e o pâncreas. Esse sistema ele é contaminado e 
colonizado por bactérias que são fisiológicas e necessárias para o seu funcionamento. Além disso, 
o pH é variável ao longo dele, no estômago é ácido e no intestino é básico, sendo importante essa 
variação para a digestão alimentar. O fígado e o pâncreas são órgãos acessórios que auxiliam na 
produção de substâncias como a bile para a digestão alimentar e o metabolismo desses alimentos 
para todo o organismo (DANGELO; FATTINI, 2000). 
Os órgãos do sistema urinário são os rins e a bexiga. Ele é um sistema estéril, que participa da 
filtragem do sangue para retirar as impurezas do corpo, como no caso da ureia, creatina e corpos 
cetônicos produzidos durante as reações metabólicas do corpo. A bexiga faz o armazenamento 
da urina produzida nos rins para que ela possa ser então expelida para fora do organismo com os 
resíduos que foram filtrados do sangue. 
O baço também está presente na cavidade abdominal, porém ele pertence ao sistema 
linfático, realizando a remoção de glóbulos vermelhos. Ele está situado no lado esquerdo no 
quadrante superior do abdômen. As mulheres ainda têm outro órgão na região abdominal que 
é o útero. Ele tem grande importância e deve receber atenção e cuidados, principalmente em 
mulheres que estão grávidas. 
3.2 Fisiopatologia abdominal
Os órgãos presentes no abdômen podem ser divididos em oco, sólido e vascular, divisão serve 
apenas para explicar a fisiopatologia do trauma abdominal. Os órgãos sólidos como o fígado e o baço 
e os órgãos vasculares como a aorta e a veia cava apresentam um sangramento intenso quando são 
lesionados. Já os órgãos ocos como o intestino, vesícula biliar e bexiga urinária, quando se rompem, 
podem derramar conteúdo na cavidade peritoneal. Esses conteúdos, principalmente do intestino 
são um problema, pois a cavidade abdominal é estéril e fica contaminada. Outro problema também 
é a presença de secreção ácida que pode ser oriunda desses órgãos que pode gerar a inflamação do 
peritônio, peritonite, e a sepse, que é uma infecção sistêmica que muitas vezes pode levar ao óbito 
(NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS, 2018). 
As lesões abdominais podem ocorrer por objetos penetrantes ou por trauma fechado 
(contusão). Quando ocorre a contusão, ela é mais grave e tem maior chance de deformidade no 
fígado e no baço, que são órgãos maciços, mas que tem grande chance de se romper devido à 
pressão, causado um grande sangramento abdominal.
As fraturas pélvicas também podem ocorrer e geram uma grande perda de sangue. 
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Normalmente elas estão associadas a lesões de bexiga e intestino, estruturas que estão próximas 
a pelve e são facilmente lesionadas (NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL 
TECHNICIANS, 2018).
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Nas gestantes, o maior risco é o trauma causado no útero, pois pode ocorrer hemorragia 
extensa, devido à irrigação placentária. Ele normalmente protege a criança durante

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