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1 FACULDADE ESTÁCIO DE MACAPÁ CURSO DE BACHAREL EM ENFERMAGEM KEILIANE SODRÉ PIMENTA MARIA DE DEUS PEREIRA DA COSTA RIVLETA CRISTINA SOUSA DE JESUS SIMONI SOUZA DUARTE TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO (TCE) MACAPÁ 2020 2 FACULDADE ESTÁCIO DE MACAPÁ CURSO DE BACHAREL EM ENFERMAGEM KEILIANE SODRÉ PIMENTA MARIA DE DEUS PEREIRA DA COSTA RIVLETA CRISTINA SOUSA DE JESUS SIMONI SOUZA DUARTE TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO (TCE) Trabalho de pesquisa apresentado ao curso de Bacharelado em enfermagem da Faculdade Estácio de Macapá como requisito para conclusão da disciplina de alta complexidade. Prof° Donato Farias Costa MACAPÁ 2020 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO..............................................................................4 1.1 CONCEITO...................................................................................4 1.2 ESTATÍSTICAS............................................................................5 1.3 ETIOLOGIA..................................................................................6 1.4 TIPOS DE TCE...........................................................................7 2. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS.....................................................15 2.1 FISIOPATOLOGIA.......................................................................15 2.2 CLASSIFICAÇÃO DO TCE.........................................................17 2.3 SINAIS E SINTOMAS DE TCE LEVE..........................................20 2.4 SINAIS E SINTOMAS DE TCE MODERADO..............................20 2.5 SINAIS E SINTOMAS DE TCE GRAVE.......................................21 2.6 SINAIS E SINTOMAS DE TCE CRÍTICO.....................................26 3. TRATAMENTO ............................................................................30 3.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PRÉ-HOSPITALAR.............30 3.2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTRA-HOSPITALAR..........34 3.3 MEDICAMENTOS PRESCRITOS................................................37 3.4 TRATAMENTO CIRÚRGICO PARA O TCE................................38 4. PROFILAXIA ...............................................................................40 4.1 PREVENÇÃO DE TCE EM AMBIENTES DE LAZER..................40 4.2 PREVENÇÃO DE TCE NA PRÁTICA ESPORTIVA....................41 4.3 PREVENÇÃO DO TCE NO AMBIENTE DE TRABALHO...........42 4.4 PREVENÇÃO DO TCE NO TRÂNSITO......................................42 4.5 PREVENÇÃO DO TCE NO AMBIENTE DOMÉSTICO...............44 5. REFERÊNCIAS...........................................................................45 4 1.INTRODUÇÃO 1.1 CONCEITO O traumatismo crânio-encefálico é qualquer lesão decorrente de um trauma externo, que tenha como consequência alterações anatômicas do crânio, como fratura ou laceração de couro cabeludo, bem como o comprometimento funcional das meninges, encéfalo ou seus vasos, resultando em alterações cerebrais, momentâneas ou permanentes, de natureza cognitiva ou funcional (MENON et al., 2010). O TCE é um trauma que não apresenta origem degenerativa, e pode causar diminuição ou alteração de consciência, resultando em alterações que afetam diretamente o funcionamento físico, cognitivo, comportamental ou emocional da vítima. Os comprometimentos específicos nos componentes de desempenho, tais como as sequelas físicas motoras (hemiparesia e dupla hemiparesia com hipertonia alfa e/ou espasticidade, desordens de equilíbrio e coordenação, alterações sensitivas e sensoriais, distúrbios da fala, linguagem e deglutição) e sequelas cognitivas (habilidades de pensamento como: atenção, organização, planejamento, tomada de do e resolução de problemas, noções de julgamento e segurança, raciocínio, percepção de seus limites e déficits de memória remota recente) estão diretamente relacionados com a localização das lesões. Muitas funções cerebrais são desempenhadas por mais de uma área, sendo que em alguns casos as áreas íntegras do cérebro assumem as funções perdidas em decorrência da lesão em outra área, permitindo uma recuperação parcial do indivíduo, mas algumas funções como a visão e o controle motor, por exemplo, são controladas por regiões específicas do cérebro e se forem gravemente lesadas podem levar uma perda permanente da função. O crânio é formado por ossos espessos que protegem o cérebro que é rodeado por nervos, vasos sanguíneos e líquido céfalorraquidiano, como o traumatismo crânio- encefálico é gerado por uma força externa aplicada contra a calota craniana de forma direta e esta estrutura não pode expandir por ser uma estrutura rígida e inflexível o cérebro pode ser lesionado mesmo que a ferida não penetre o crânio. Estas lesões sofridas podem ser, tanto no ponto de impacto quanto no lado oposto, podendo provocar laceração, cisalhamento, ruptura de nervos, vasos sanguíneos, e tecidos localizados no cérebro ou ao seu redor. 5 1.2 ESTATÍSTICAS O TCE é uma das causas mais frequentes de morbidade e mortalidade em todo o mundo, com impacto importante na qualidade de vida. Embora ocorra em questão de segundos, seus efeitos perduram por longos períodos sobre a pessoa, seus familiares e a sociedade. Poucos eventos na vida de um indivíduo podem precipitar mudanças tão acentuadas em papéis, relações e objetivos de suas vítimas, já que os sobreviventes podem apresentar déficits, temporários ou permanentes, no funcionamento físico, cognitivo, comportamental, emocional, social e/ou profissional (BURLEIGH; FABER; GILLARD, 1998; GHAJAR, 2000; LEZAK; HOWIESON; LORING, 2004; TESTANI-DUFOUR; CHAPEL-AIKE; GUELDNER, 1992). De acordo com o DATASUS (www.datasus.gov.br), no Brasil, em 2011, foram realizadas 547.468 internações devido a causas externas de TCE, variadas e destas resultaram 12.800 óbitos representando 2,34% da taxa de mortalidade no ano (Tabela 1). Dados recentes demonstram que o traumatismo craniano tem grande impacto na saúde por assumir notória importância na morbidade e mortalidade do trauma, representando 15% a 20% das mortes em pessoas com idade entre 5 e 35 anos e 6 assumindo um percentual de 60 mil mortes anuais de pacientes. Atinge principalmente indivíduos em idade economicamente produtiva numa faixa etária em torno de 15 a 24 anos, mantendo uma relação maior entre o sexo masculino e sustentando uma incidência 2:1 em relação às mulheres. É importante salientar que a associação com bebidas alcoólicas ocorre em 72% dos casos de TCE e que mais de 50% dos óbitos por acidente de motocicleta são decorrentes de TCE. O uso de cinto de segurança comprovadamente é capaz de diminuir em até 60% a ocorrência não só do TCE grave como também da mortalidade. O uso do capacete ao andar com motos reduz a mortalidade em até 30%. 1.3 ETIOLOGIA As causas de TCE estão relacionadas dentro do grupo de patologias ocorridas por causas externas (MASCARENHAS et al., 2010), sendo as principais: Outros fatores etiológicos que podemos destacar são os acidentes em parques de diversão, playgrounds, piscinas e construções, que tem poucos casos divulgados em estatísticas, mas que estão presentes na atualidade. É importante destacar que crianças também apresentam um grande percentual de casos de TCE, e que as causas muitas vezes acontecem por conta de deslizes dos responsáveis, sendo que 7 essas crianças que sofrem um Traumatismo craniano estão na maioria das vezes brincando sem a supervisão dos seus pais. 1.4 TIPOS DE TCE O traumatismo crânio-encefálico está dividido em seis tipos: trauma craniano fechado, trauma com abaulamento, trauma craniano aberto, fraturas de crânio, lesões cerebrais difusas e leões cerebrais focais. 1 - Trauma cranianofechado: se caracteriza por uma fratura sem desvio na estrutura óssea, ou por apresentar ausência de ferimentos no crânio, fratura linear, contusão, laceração, hemorragias e edema, com lesão do parênquima cerebral. Figura A: fratura sem desvio de estrutura 2 - Trauma com abaulamento: na fratura com abaulamento, o osso fraturado se encontra afundado no crânio, podendo causar compressão cerebral e aumento da pressão intracraniana. Geralmente esse tipo de TCE está presente em pacientes que sofreram acidente de trânsito, e necessitam de cirurgia urgentemente para alívio dos sintomas da hipertensão intracraniana (HIC). 8 Figura B: fratura com abaulamento 3 - Trauma craniano aberto: é uma fratura exposta, e geralmente ocorre uma laceração do couro cabeludo e músculos pericrânios, existindo comunicação direta entre a parte externa do crânio com o parênquima cerebral. Figura C: fratura exposta e laceração de couro cabeludo 4 - fraturas cranianas: são comuns, porém não causam por si só lesão cerebral. Aumentam a possibilidade de o paciente possuir um hematoma intracraniano. Especificidades: ➔ Fraturas lineares não deprimidas: são observadas nos exames radiológicos; não requerem tratamento específico e a conduta deve ser direcionada para a Lesão Cerebral associada. As fraturas que cruzam os leitos arteriais ou as linhas de sutura são suspeitas de hemorragia epidural; 9 Figura 1: fratura linear não deprimida ➔ Fraturas de crânio com afundamento: podem ou não se constituir em uma emergência cirúrgica, sendo que a conduta está direcionada à lesão cerebral associada; Figura 2: afundamento de crânio ➔ Fraturas abertas de crânio: são aquelas que apresentam comunicação direta entre a laceração do couro cabeludo e o parênquima cerebral em consequência do rompimento da duramater, e geralmente há a exposição de partes do encéfalo e estruturas intracranianas, esse tipo de fratura é comum em acidentes que acontecem graves colisões. 10 Figura 3: lesão de couro cabeludo ➔ Fratura de base de crânio: muitas vezes não se apresenta ao exame radiológico. O diagnóstico é dado pelos achados clínicos como extravasamento de líquido cefalorraquidiano pelo ouvido (otorreia) ou pelo nariz (rinorreia). Figura 4: dissecação de crânio com fratura de base 5 - lesões cerebrais difusas: são produzidas quando movimentos rápidos de cabeça (aceleração e desaceleração) determinam interrupção concomitante da função cerebral em muitas áreas cerebrais, causando a ruptura dos axônios dos neurônios e provocando o cancelamento da atividade neurológica de um neurônio com o outro. Especificidades: 11 ➔ Concussão: é qualquer lesão no cérebro que perturba seu funcionamento normal de forma temporária ou permanente. Os abalos são normalmente causados por um golpe ou choque na cabeça. Os abalos podem acontecer em qualquer situação, mas mais frequentemente ocorrem em esportes de colisão, como futebol, rúgbi, basquete e acidentes de trânsito. Figura 5: concussão por golpe ➔ Lesão Axonal Difusa (LAD): ocorre quando a desaceleração rotacional gera forças que resultam em rupturas generalizadas de fibras axoniais e da bainha de mielina. Figura 6: mecanismo de LAD 12 ➔ Hemorragia Meníngea Traumática: ocorre devida à rotura de vasos superficiais no espaço subaracnóideo, após grande aceleração angular. Ocorre em 39% dos TCEs graves. Figura 7: hemorragia meníngea pós trauma 6 - Lesões cerebrais focais: são aquelas cujo dano macroscópico é circunscrito a área bem delimitada e compreendem as contusões, as hemorragias e os hematomas. Devido ao efeito de massa, essas lesões podem requerer tratamento cirúrgico de urgência. Especificidades: ➔ Contusões Cerebrais: São 45% das lesões traumáticas primárias e frequentemente estão acompanhadas de outras lesões como hematomas extradurais e/ou subdurais. Resultam de traumas sobre vasos pequenos ou diretamente sobre o parênquima cerebral, com extravasamento de sangue e edema na área afetada, com necrose e isquemia secundárias. Principalmente frontais, nos giros orbitários e lobos temporais.Podem ocorrer no local do golpe (no local do impacto), com ou sem fratura associada, ou no contragolpe (diametricamente oposto ao local do golpe). A tomografia computadorizada (TC) do crânio normalmente aparece como lesões espontaneamente hiperdensas (sangue), entremeadas com áreas hipodensas (edema e/ou isquemia) . 13 Figura8: áreas hipodensas com presença de edema ➔ Hematoma Extradural Agudo (Heda): Coleção de sangue entre a dura-máter e a tábua óssea. Representa 2% das internações, afetando a proporção de 4 homens para 1 mulher, raro antes dos 2 anos e após os 50 anos. Secundários a fraturas que levam a sangramentos arteriais sendo 70% das vezes é hemisférico. Constitui-se em uma emergência neurocirúrgica, onde no exame de 84% das vezes aparece como uma lente biconvexa de alta densidade (branca) adjacente ao crânio. Figura 9: Heda de alta densidade ➔ Hematoma Subdural Agudo: Coleção de sangue no espaço subdural, decorrente do rompimento de veias-ponte ou de vasos corticais. Em 50% dos casos há lesões associadas: edema cerebral, lesão axonal difusa (LAD) e contusões. Constituem até 60% dos hematomas pós-traumáticos. Mais comum em lesões que envolvem rápida movimentação da cabeça como as quedas e as agressões. TC de crânio evidencia massa em forma de meia lua, 14 espontaneamente hiperdensa, adjacente à tábua interna que frequentemente se localiza na convexidade do encéfalo, mas 21 pode ser também inter- hemisférico ou na fossa posterior. Como há várias lesões coexistentes, o prognóstico é ruim, mesmo após a descompressão cirúrgica. Figura 10: massa em forma de meia lua ➔ Hematoma Subdural Crônico (HSDC): A grande maioria dos portadores de HSDC é de idosos (31% entre 60 e 70 anos) e homens (3 por 1). Causa mais frequente é o trauma de crânio por queda, sendo que 50% desses pacientes têm antecedentes de alcoolismocrônico, TC de crânio apresenta caracteristicamente imagem em lente côncavo-convexa, hipo ou isoatenuante em relação ao parênquima cerebral. Não é incomum haver áreas de maior atenuação associadas que evidenciam sangramentos recentes. Figura 11: HSDC em formato de lente côncava - convexa 15 ➔ Hematoma Intracerebral: Representa 20% dos hematomas intracranianos e são associados frequentemente a contusões lobares extensas. Causa primária: rotura de vasos intraparenquimatosos, principalmente nos lobos frontais e temporais. Ocorre frequentemente em doentes que usam drogas anticoagulantes. Figura 12: hematoma intracerebral 2. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 2.1 FISIOPATOLOGIA Para compreendermos melhor a origem do surgimento dos sinais e sintomas que são característicos do TCE, precisamos compreender o seu processo fisiopatológico, que nos permite compreender como a cinemática do trauma age para causar os danos cerebrais e sistêmicos. Múltiplos são os fatores que determinam as lesões causadas pelo TCE. Há mecanismos que começam a agir tão logo o TCE ocorre, bem como outros que vão se estender por dias, semanas ou meses após o evento. Há ainda fatores sistêmicos que podem agravar o quadro neurológico, levando a um pior prognóstico. Assim, pode-se dividir as lesões cerebrais em primárias e secundárias (GOODMAN, 1999). As lesões primárias são aquelas que ocorrem no momento do trauma, sendo subdivididas em diretas e indiretas. 16 lesões primárias diretas: são aquelas que ocorrem diretamente ao parênquima cerebral, no exato momento do trauma, onde o crânio se choca violentamente contra uma superfície rígida provocando a lesão. São lesões primárias diretas: • Fraturas cranianas;• Afundamento craniano; • Laceração de couro cabeludo; • Contusão cerebral; • Hematoma subgaleal. Lesões primárias indiretas: são aquelas causadas por forças inerciais, como ocorre, por exemplo, no movimento de aceleração e desaceleração brusca durante uma colisão automobilística. São lesões primárias indiretas: • Cisalhamento; • Hematoma subdural; • Hematoma subaracnóide; • Concussão; • Lesão axonal difusa. As lesões secundárias são reações orgânicas que acontecem a partir do impacto inicial das lesões primárias. Essas lesões são subdivididas em eventos crânio-encefálicos e eventos sistêmicos. Eventos crânio-encefálicos: são reações que acometem diretamente o sistema nervoso central, e ocorrem horas após o trauma. • Resposta inflamatória; • Edema cerebral; • isquemia cerebral; • Hipóxia cerebral; • Aumento da pressão intracraniana. 17 Eventos sistêmicos: são aqueles que ocorrem em decorrência dos eventos crânio - encefálicos, porém, deixam de ser localizados somente no SNC para ganhar outros sistemas do organismo e ocorrem dias após o trauma. • Coagulopatias; • Anemia; • DHEAB (distúrbio do equilíbrio hidroeletrolítico e ácido base); • Sépse; • Febre. No paciente com ferimentos por projétil de arma de fogo ou arma branca que penetram o crânio, a lesão primária ocorre em virtude do trauma direto ao encéfalo, por outro lado, nos traumatismos fechados, caracterizados quando não ocorre contato com o conteúdo intracraniano, as lesões primárias podem resultar da movimentação cerebral associada à energia cinética do acidente. Nas lesões decorrentes de forças de aceleração e desaceleração não é necessário o impacto do crânio contra estruturas externas. Como o encéfalo e a caixa craniana possuem densidades diferentes, quando submetidos às mesmas forças inerciais, respondem de forma desigual, esse descompasso de movimentos pode promover a ruptura de veias cerebrais que desembocam nos seios durais, bem como o impacto e laceração do parênquima contra as estruturas rígidas do crânio. Somado a esse mecanismo com a região central do encéfalo é relativamente fica em virtude da presença do tronco encefálico, as regiões periféricas do cérebro e cerebelo tendem a apresentar maior amplitude de movimento. Essa diferença na amplitude dos movimentos entre a região central e a periférica do encéfalo gera o estiramento de axônios e de vasos sanguíneos cerebrais, o que pode resultar desde uma disfunção temporária até ruptura dessas estruturas. As lesões secundárias decorrem de agressões que se iniciam após o momento do acidente, que se somam para inviabilizar a sobrevivência de células encefálicas poupadas pelo trauma inicial. 2.2 CLASSIFICAÇÃO DO TCE 18 Após compreendermos como o trauma acontece, vamos entender como o TCE é classificado para podermos empregar através de sua classificação as manifestações clínicas. Para a classificação de gravidade do TCE utiliza-se a Escala de Coma de Glasgow – ECG (TEASDALE; JENNETT, 1974). Esta é uma escala mundialmente aceita, já que constitui um método fácil para avaliar não só a gravidade do TCE, mas também da deterioração do quadro neurológico à medida que se deve repetir a aplicação da escala ao longo do atendimento clínico (Tabela 2). Permite, portanto, a construção de um parâmetro mensurável sobre a evolução do quadro clínico do paciente. Além disso, esta escala uniformiza o atendimento, dando aos profissionais uma maneira simples e rápida de comunicação ao citar a “nota” dada ao paciente após cada avaliação. Seguindo esta escala, o TCE pode ser classificado como leve (13 a 15 pontos), moderado (9 a12 pontos) ou grave (3 a 8 pontos). Pela gradação obtida com a aplicação da Escala de Glasgow, pode-se ter uma indicação dos cuidados assistenciais requeridos pela pessoa com TCE. No atendimento às crianças, devido às dificuldades de exame inerentes a cada idade, algumas adaptações foram realizadas para a aplicação da Escala de Coma de Glasgow (DAVIS et al.,1987; JAMES; ANAS; PERKIN, 1985; MORRAY et al., 1984). 19 Após a avaliação inicial do paciente, podem ser acrescentados dados referentes à manutenção ou não da consciência e da memória, assim como a duração destes sintomas. Isso nos permite classificar as manifestações clínicas de acordo com o grau de gravidade que este paciente apresenta após a avaliação (Tabela 4). 20 2.3 SINAIS E SINTOMAS DE TCE LEVE Um trauma craniano leve geralmente requer observação, porém não envolve riscos graves para o paciente, e geralmente se recuperam sozinhos rapidamente, o paciente com TCE leve possui score entre 14 ou 15 na ECG, assim, pode apresentar as seguintes manifestações clínicas momentâneas: 2.4 SINAIS E SINTOMAS DE TCE MODERADO O TCE classificado como moderado é aquele em que o paciente apresenta score entre 9 ou 13 na ECG, geralmente esse indivíduo requer observação médica para avaliação de seu estado clínico geral e podem evoluir para algumas sequelas, sendo seus sinais e sintomas mais acentuados, como 21 2.5 SINAIS E SINTOMAS DE TCE GRAVE O traumatismo crânio-encefálico grave requer atenção médica imediata, onde o paciente geralmente se encontra desacordado, e com graves lesões intra e extra cerebrais que podem levar ao óbito em minutos. Geralmente essas manifestações clínicas possuem características específicas que indicam que esse paciente teve uma lesão grave que deve ser tratado emergentemente, onde o paciente apresenta score entre 5 e 8 na ECG. Vamos detalhar cada sinal e sintoma e suas peculiaridades. • Deformidades no crânio: essas deformidades na caixa craniana surgem em decorrência do impacto direto da cabeça com uma superfície rígida que devido a alta velocidade se choca com o crânio e estruturas, provocando afundamentos ou abaulamentos na base do crânio. • Alterações pupilares: Durante o trauma qualquer estrutura crânio-encefálica pode sofrer lesão e essas lesões podem resultar em alterações acentuadas na função da pupila, onde através do exame físico podemos observar essas mudanças em sua função fisio-motora, como citada abaixo: Anisocoria: é caracterizada como uma desigualdade entre os tamanhos da pupila, onde uma se encontra dilatada e a outra contraída, geralmente esse tipo de pupila é encontrada em pacientes que apresentam compressão do III par de nervo craniano ou herniação uncal ipsilateral. 22 Figura B: anisocoria pós TCE Isocoricas e puntiformes: é caracterizada como pupilas em tamanhos iguais e reagentes à luz, porém, menor que o tamanho normal, geralmente encontrada em pacientes com lesão pontina ou lesão das vias simpáticas no hipotálamo. Figura C: pupilas puntiformes Midríase: esse tipo de pupila é caracterizada como a total dilatação bilateral do órgão, geralmente encontrada em pacientes que sofreram lesão de mesencéfalo. Figura D: paciente com dilatação pupilar bilateral 23 Nistagmo pós trauma: são oscilações repetidas e involuntárias rítmicas de um ou ambos os olhos em algumas ou todas as posições de mirada, e geralmente são encontrados em pacientes que apresentam lesão cerebelar ou vestibular. Desvio conjugado do olhar: As paralisias do olhar conjugado afetam o movimento horizontal (olhar para o lado) com mais frequência. O olhar fixo para cima é menos afetado e o conjugado para baixo é menos afetado ainda. As pessoas podem observar que não conseguem olhar em certas direções, é como se os olhos ficassem congelados e não conseguissem comandar voluntariamente os movimentos que normalmente conseguem fazer. Geralmente é encontrado em pacientes com lesão cortical, lesão de nervo oculomotor ou atividade convulsiva. Figura F: paralisia do olhar conjugado 24 Sinal de Horner: afeta um lado da face, fazendo a pálpebra cair, pupila ficar contraída e diminuição do suor, geralmente causada por lesão hipotalâmicaou herniação transtentorial. Figura G: paciente com sinal de Horner • Paralisia: Dependendo da área cerebral afetada, temos os déficits de força, acometendo por exemplo um único membro do corpo (monoparesia, se parcial, monoplegia, se completa), braço e perna do mesmo lado (hemiparesia/ hemiplegia), pernas (paraparesia/ paraplegia) ou todos os quatro membros (tetraparesia/ tetraplegia). • Rinorraquia e otorréia liquórica: A rinorraquia é a expulsão do líquido cefalorraquidiano do nariz, Já a otorréia liquórica é a saída de LCR pelos ouvidos. Pode ocorrer devido a um evento pós-traumático, como uma fratura ou espontaneamente. É uma condição rara e muito grave, que pode levar o paciente à morte devido a complicações como infecções no sistema nervoso; entre eles meningite e abscessos de pus no cérebro. • Crises convulsivas: Os traumatismos craniencefálicos possuem uma ampla gama de lesões e sintomas, como as convulsões pós-traumáticas que ocorrem entre 7 e 10 dias após o trauma e não indicam necessariamente um maior risco de epilepsia pós- traumática se tratada adequadamente, com uso de drogas antiepilépticas nesse período, por exemplo. A epilepsia é uma crise convulsiva generalizada, onde o indivíduo desmaia, e começa a ter abalos generalizados, sem nenhuma consciência, geralmente revirando os olhos e com hipersalivação acompanhando o quadro. Este tipo de crise, tecnicamente chamado de crise convulsiva generalizada-tônico-clônica, é o caso mais urgente e grave que pode acontecer no manejo das convulsões, uma vez que deve ser prontamente atendido, para evitar lesões cerebrais futuras. 25 • Coma: Por definição, coma é quando a pessoa fica inconsciente por disfunção ou lesão cerebral e não é capaz de despertar e responder a estímulos, geralmente o paciente desliga, é a completa falta de respostas. Essa falta de resposta acontece devido a lesão grave que o paciente sofreu em regiões nobres do cérebro, como córtex, mesencéfalo e cerebelo, essas regiões ficam com déficit ou ausência de atividade excitatória resultando no coma ou estupor. • Resposta inflamatória: devido o tecido cerebral ter sofrido uma lesão grave durante o trauma o organismo começa a responder como mecanismo de proteção através dos processos inflamatórios, ocorrendo edema cerebral, rubor regional, febre, dor e liberação da cascata de eventos e citocinas. • Sinal de guaxinim: este achado clínico é caracterizado pela presença de grandes anéis escuros ao redor dos olhos formando equimose periorbital que se assemelha a círculos escuros em torno dos olhos de um guaxinim. A causa mais comum de sua aparição é devido a fratura basal do crânio, este tipo de fratura envolve a quebra de ossos que compõem a base do crânio como, osso temporal, occiptal, esfenoidal ou etmoidal, podendo levar horas ou dias para aparecer. Figura H: paciente com equimose periorbital • Sinal de Battle: este sinal é caracterizado como um hematoma que aparece depois de um trauma craniano com lesão em ossos da base do crânio, após a lesão começa um extravasamento de sangue que se deposita na região temporal, criando um hematoma atrás da orelha, geralmente este sinal indica que o paciente sofreu um TCE importante e assim como o sinal de guaxinim, ele aparece dias ou horas após o trauma. 26 Figura I: fratura de ossos basais, sinal de Battle. 2.6 SINAIS E SINTOMAS DE TCE CRÍTICO Para os casos em que o paciente evoluiu para o estágio crítico do TCE, as chances de recuperação são poucas e se houver melhora do quadro o paciente desenvolve graves sequelas para o resto de sua vida que variam desde epilepsias até o estado vegetativo. Um paciente é neurocrítico quando apresenta insuficiência de um ou mais sistemas, com acometimento do estado neurológico apresentando score entre 3 e 4 na ECG, estes têm como característica principal a necessidade de vigilância constante do seu quadro de saúde por parte de toda a equipe multiprofissional. Esse paciente se torna moribundo e as chances evoluir para uma melhora são poucas, geralmente evoluem para morte cerebral, sendo mantido apenas por medicamentos e aparelhos, nesse momento a enfermagem pode cogitar junto da família as possibilidades de doação de órgãos, pois o paciente começa a apresentar manifestações clínicas que podem ser sinal de que o cérebro vai entrar em falência, como: • Pupilas fixas e arreagentes: um forte indicador de que esse paciente está evoluindo para o estado crítico é o resultado da avaliação da pupila, onde ela se encontra fixa e não reagente à luz, ou seja, ela permanece no mesmo lugar sem movimento algum e quando a luz é focada sobre ela não ocorre nenhum tipo de reação que normalmente ocorre (contrição), geralmente é encontrada em pacientes que estão com morte cerebral. 27 • Aumento da pressão intracraniana (PIC): é caracterizada como a pressão exercida na área da superfície interna da caixa craniana, pelo conteúdo desse compartimento (parênquima encefálico, sangue e líquor), resultando em isquemia cerebral aguda. O paciente que apresenta edema cerebral, ou disfunção da produção do líquor em decorrência do TCE, pode vir a evoluir para o aumento da PIC, que geralmente trás consigo sinais característicos que indicam aumento da pressão intracraniana, são um trio de manifestações clínicas chamados de Tríade de Cushing, composto por bradicardia, hipertensão e dispnéia. • Isquemia cerebral: é caracterizada como a interrupção de oxigênio para uma determinada região cerebral, no TCE, geralmente causada pela coagulação sanguínea devido a diminuição da perfusão cerebral, fazendo o sangue formar trombos e serem levados pela corrente sanguínea para outras regiões do corpo, podendo causar coagulopatias sistêmicas. • Hipóxia cerebral: essa condição é caracterizada pela diminuição acentuada de O2 no cérebro, prejudicando sua função podendo ser um grande indicador de morte cerebral, devido a circulação sanguínea na área cerebral ter sido lesada pela morte de células da glia, a circulação começa a ser escassa e com isso surge a hipóxia, que além de atingir a região cerebral, vai consequentemente atingir outros sistemas do organismo, como o respiratório, surgindo insuficiência respiratória aguda, com presença de bradipnéia e cianose de extremidades. • Necrose tecidual do tipo liqueifação: A necrose é o principal mecanismo de morte celular no TCE, ao contrário da apoptose, na qual a célula comanda ativamente o processo de sua destruição, na necrose existe uma falência energética e a morte ocorre pela incapacidade da célula se manter em homeostase, dessa maneira, é um processo menos organizado e que envolve uma resposta infamatória de maior intensidade ao seu redor. Portanto, após o tecido ter sido lesionado, ter sofrido isquemia e hipóxia, o organismo encontra como solução a morte por necrose destas células desvitais, onde a região se apresenta com consistência mole e com presença de secreção exudativa, sendo chamada de necrose de liqueifação. • Infecções neurológicas: O paciente que apresenta infecções neurológicas decorrentes do TCE, podem ter duas explicações principais para o seu surgimento, a primeira é que essa infecção pode ter origem devido ao trauma aberto, onde através 28 da fratura ocorre a invasão de microrganismos no SNC e desencadeando o processo infeccioso, ou a segunda explicação pode ser devido a necrose que ocorreu em decorrência da morte celular e propiciou o surgimento da infecção. As infecções neurológicas decorrentes do trauma craniano mais comuns são as encefalites e meningites. • Sépse: Quando o paciente tem um trauma que o deixa em estado crítico, o seu organismo sofre uma série de eventos que o deixa debilitado, e esse estado de diminuição da atividade orgânica propicia a entrada de microrganismos inovadores oportunistas que começam a colonizar esse indivíduo,porém, não é somente no SNC que eles podem se desenvolver, mas podem ganhar a corrente sanguínea e colonizar em outros órgãos e sistemas provocando assim uma infecção generalizada. • Ausência de reflexos: geralmente é presente na morte encefálica (ME), onde no exame físico o paciente não apresenta os reflexos que indicam função cerebral ativa, são testados alguns reflexos como: reflexo oculomotor, reflexo córneo palpebral, reflexo vestíbulo calórico, reflexo óculo cefálico e reflexo de tosse, e todos são negativos e sem resposta que deduzam função encefálica, porém, há a presença de somente um reflexo que é o de Babinsk, indicando que esse paciente é crítico. • Ausência de circulação cerebral: A ausência de atividade sanguínea cerebral indica ME, geralmente quando o cérebro sofreu uma grave lesão ele não consegue mais manter suas funções por conta própria e resulta na ausência completa de função. 29 • Sinais vitais insuficientes: quando o paciente é crítico, é incapaz de manter seus sinais vitais por conta própria, portanto, a respiração, os batimentos cardíacos e o tônus muscular são insuficientes para colocar em homeostase o restante das funções do organismo, portanto, é necessário entrar em cena a ajuda de medicamentos e aparelhos que auxiliam em manter a função do organismo enquanto o patinete não consegue manter por si só. • Posição de Decorticação e Descerebração: Em pacientes com lesões neurológicas graves e críticas há o surgimento das posturas patológicas. Na literatura, o núcleo rubro (localizado no mesencéfalo) é frequentemente citado como uma estrutura de referência que ajuda a determinar o local onde ocorreu a lesão, ou seja, se a lesão afetou as vias motoras entre o córtex e o núcleo rubro, o paciente irá apresentar postura de decorticação, caso as vias motoras tenham sido lecionadas após passarem pelo núcleo rubro, então o paciente apresentará a postura de descerebração. Na postura de decorticação, o paciente se apresenta com flexão dos braços, pulsos e dedos com adução na extremidade superior e extensão, rotação e flexão plantar na extremidade inferior. Já na postura de descerebração o paciente apresenta rigidez, extensão, adução e rotação interna dos membros superiores e extensão dos membros inferiores. Figura 3: fisiopatologia das posturas patológicas do TCE 30 3.TRATAMENTO 3.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PRÉ – HOSPITALAR O tratamento de uma vítima com TCE inicia na cena do trauma, que exige nesse momento organização e conduta de qualidade, é importante que ocorra transporte correta da vítima e uma admissão adequada no hospital, esses passos contribuirão para realizar um diagnóstico correto, estabelecer um prognóstico e uma conduta terapêutica eficaz. A abordagem do tratamento deve ser global, tendo como objetivo alcançar o maior grau de funcionalidade, proporcionando a esses indivíduos maior nível de independência, sendo esse paciente acompanhado por uma equipe multiprofissional, porém, o primeiro contato com o tratamento é através do atendimento pré-hospitalar prestado pela equipe de enfermagem, que são compostos por etapas chamadas de XABCDE do trauma, que fazem parte da avaliação primária que a equipe de enfermagem presta à vítima no local do ocorrido. Vamos detalhar cada etapa a seguir. • Etapa X: esta etapa consiste no controle de sangramentos e hemorragias, os ferimentos da face e do couro cabeludo podem sangrar bastante por essa região ser altamente inervada por vasos sanguíneos, mas em geral o sangramento pode ser controlado com técnicas de hemostasia. É importante o profissional ter domínio nessas técnicas para um melhor atendimento, portanto, não se deve aplicar pressão sobre um Traumatismo craniano aberto ou com afundamento, deve ser aplicado curativos e bandagens nos ferimentos abertos para lesões de partes moles. Devemos manter a cabeça e os ombros da vítima levemente elevados para controlar o sangramento e a pressão, sendo importante não tentar impedir a saída de sangue ou LCR pelos ouvidos ou nariz, deve-se cobrir com gaze estéril para absorver o fluxo, mas não para fazê-lo interromper. Lembrando que essa etapa deve vir primeiro que a etapa A quando o paciente está apresentando um processo hemorrágico grave e que precise de contenção imediatamente, para então prosseguir com o manejo de vias aéreas. 31 • Etapa A: A prioridade é desobstruir as vias aéreas e manter a oxigenação adequada, e para isso usamos a técnica de Chin-lift que consiste em posicionar os dedos de uma das mãos do examinador sob o mento, que é suavemente tracionado para cima e para frente, enquanto o polegar da mesma mão deprime o lábio inferior, para abrir a boca, a outra mão do examinador é posicionada na região frontal para ficar a cabeça da vítima. Outra manobra que pode ser utilizada é a de jaw-thrust que consiste na elevação da mandíbula, onde usaremos as duas mãos posicionando os dedos médios e indicadores no ângulo da mandíbula, projetando-a para frente, enquanto os polegares deprimem o lábio inferior, abrindo a boca e permitindo a pesquisa de corpos estranhos como próteses dentárias, sangramentos, enfim, tudo que possa obstruir as vias aéreas superiores. 32 Nesse momento crucial, o monitoramento das vias aéreas, a respiração, o pulso e o estado mental para detectar qualquer deterioração é de total relevância, é importante também posicionar a cabeça da vítima lateralmente se ela vomitar para não obstruir as vias aéreas. Além do uso de técnicas manuais, se necessário, em casos mais graves devemos usar as técnicas mecânicas, como cânulas oro ou nasofaríngea, ou intubação endotraqueal. Figuras: cânulas e intubação endotraqueal. Lembrando também que nesta etapa, é realizado a imobilização da coluna cervical em posição neutra, para evitar agravos e danos neurológicos maiores. 33 • Etapa B: Nesta etapa será avaliado se o paciente que sofreu o TCE está respirando e qual o tipo de respiração está apresentando, ou seja, será realizado o exame físico do tórax e avaliação respiratória, dependendo do resultado deste exame físico vamos iniciar imediatamente o fornecimento de oxigênio. Tabela 1: frequência respiratória e tipo de atendimento Se o paciente estiver em apnéia realizar ventilação assistida e iniciar a RCP (reanimação cardiopulmonar). • Etapa C: neste momento, vamos verificar pulso, perfusão, cor, temperatura e débito cardíaco, ou seja, vamos avaliar se após o trauma o paciente apresenta sinais de comprometimento ou falência do sistema circulatório. Vamos procurar e conter grandes sangramentos e desconsiderar pequenos. • Etapa D: esta etapa assim como as outras é extremamente importante, porém, ela trás consigo o resultado do estado geral do paciente, pois será avaliado o nível de consciência através da escala de coma de Glasgow (ECG), que irá medir a função cerebral e determinar a gravidade do paciente que sofreu o TCE. Está escala é importante pois além determinar o nível de consciência, pode nos ajudar a detectar a hipóxia precocemente e tratar potenciais agravamentos neurológicos. O objetivo do seu uso é fornecer uma metodologia de atendimento que aponte tanto a profundidade do dano neurológico quanto a duração clínica de inconsciência e coma. Abaixo temos a tabela que mostra os parâmetros avaliados e a conclusão da avaliação desses parâmetros. 34 • Etapa E: nesta última etapa do atendimento pré-hospitalar, será realizada a exposição das zonas afetadas, portanto, vamos despir completamente (se necessário) o paciente, buscando lesões, hematomas e outros, lembrando sempre de preservar o pudor da vítima não esquecendo de explicar à ela o motivo do procedimento. Além disso, nesta etapa vamos realizar o controle de temperatura para evitar hipotermia, principalmente quando o pacienteteve lesões com grandes perdas sanguíneas, atentando também em manter o paciente calmo e confortável diante da situação que está vivendo naquele momento, até que chegue ao tratamento hospitalar. 3.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTRA-HOSPITALAR Os momentos iniciais após o impacto, tanto no local do trauma quanto no hospital representa uma fase crítica na fisiopatologia da lesão cerebral, quando medidas de receptação apropriadas em um tempo adequado podem melhorar o prognóstico neurológico significante. Portanto, atraso ou falha na instituição dessas medidas pode resultar em insultos cerebrais secundários com consequências devastadoras na recuperação tardia das funções neurológicas. Portanto, ao admitir o paciente, vítima de TCE na unidade de emergência, o enfermeiro tem como funções 35 principais, a obtenção de sua história, efetuar diagnóstico, e traçar intervenções de enfermagem. Para obter a história de como aconteceu o trauma, é necessário que o enfermeiro levante informações junto ao paciente (dependendo do estado neurológico), família ou testemunhos, fazendo os seguintes questionamentos: quando ocorreu a lesão? O que provocou a lesão? Um projétil de alta velocidade? Um objeto que colidiu com a cabeça? Uma queda? Qual foi a direção e força do impacto?. Essas perguntas ajudam o enfermeiro a priorizar o atendimento conforme a gravidade do evento. De acordo com o mecanismo de lesão é possível dizer que tipo de lesões e gravidade os quais a vítima de TCE está exposta e, assim, tratá-la de forma mais específica e rápida, minimizando eventuais sequelas do acidente. Além da obtenção da história do trauma, o enfermeiro deve fazer a anamnese do paciente para coletar informações pessoais de sua vida, como, doenças pré-existentes, onde mora, com quem mora, onde trabalha etc. O diagnóstico de enfermagem é um processo essencial para esse paciente vítima de TCE, pois almeja planejar os melhores cuidados de acordo com a sua necessidade real. Sendo considerado uma das etapas mais importantes da SAE (sistematização da assistência de enfermagem), e é a base principal para estruturar adequadamente o atendimento, proporcionando um tratamento que tenha como resultado final a recuperação do indivíduo. Após a aplicação do diagnóstico de enfermagem devemos traçar as intervenções Para que esse paciente possa ser tratado de acordo com suas necessidades. As intervenções de enfermagem tratam- se de uma ação autônoma da enfermeira, baseada em regras cientificas, que são executadas para beneficiar o cliente, seguindo o caminho predito pelo diagnóstico de enfermagem com o estabelecimento de metas a serem alcançadas. A tabela abaixo trás os principais diagnósticos de enfermagem e intervenções que são aplicados em um paciente vítima de TCE moderado a crítico. DIAGNÓSTICOS INTERVENÇÕES Troca de gases prejudicada Controle da ventilação mecânica, controle de medicamentos, controle de vias aéreas, monitorização respiratória, 36 controle da dor, manter em posição de fowler, fisioterapia respiratória, oxigenoterapia, monitorização ácido – base. Risco de desequilíbrio Hidroeletrolítico Monitorar níveis anormais de eletrólitos séricos, monitorar pressão sanguínea, temperatura e padrão respiratório, monitorar níveis de gasometria arterial, monitorização hídrica, monitorização de SSVV, administrar terapia endovenosa. Padrão respiratório ineficaz Manter posição de fowler, avaliar gasometria, observar sinais de cianose periférica e de extremidades, garantir aporte ventilatório e adequada oxigenação, monitorar respiração mecânica, realizar exercícios respiratórios a cada 12h, monitorar saturação de O2. Risco de perfusão tissular cerebral ineficaz Monitorar circulação cerebral com exames de neuroimagem e hemograma, oximetria de pulso a cada 2h, mensuração da intensidade da dor, aplicar ECG cada 8h, monitorar expressões e coloração facial, manter paciente em fowler, monitorar balanço hidroeletrolítico, promoção da perfusão cerebral, oxigenoterapia. Risco de infecção Realizar curativos a cada 12h ou quando a cobertura estiver saturada, usar técnica asséptica para fazer curativo, trocar acessos à casa 48h, analisar sinais flogísticos em feridas traumáticas e cirúrgicas, observar locais de inserção de 37 cateteres, monitorar drenagem vesical, atentar para sinais sistêmicos de infecção (febre acima de 38°C, edema, hiperemia, e dor nas lesões). 3.2 MEDICAMENTOS PRESCRITOS O tratamento medicamentoso para o paciente com TCE, será aplicado de acordo com a classificação do trauma que ele apresenta, e de acordo com a sintomatologia presente. Portanto, abaixo está listado as principais medicações administradas de acordo com a gravidade do trauma crânio-encefálico: TCE leve e moderado: • Tylex (paracetamol + fosfato de codeína) → é indicado para o alívio de dores de grau moderado a intenso, como nas decorrentes de traumatismo. É uma combinação de dois analgésicos, codeína e paracetamol, que proporciona alívio de dores de intensidade leve a intensa. • Dipirona → também indicado no tratamento das dores e febre • Metoclopramida → Este medicamento é destinado ao tratamento de distúrbios da motilidade gastrintestinal, náuseas e vômitos de origem central e periférica, se o paciente apresentar vômitos ou náuseas após o trauma este medicamento é indicado. • Hirudoid (polissulfato de mucopolissacarídeo) → é indicado para processos inflamatórios localizados como Manchas roxas (hematomas) que aparecem após traumas ou contusões, ou após cirurgias; Inflamação nas veias superficiais (flebites ou tromboflebites) após injeção de medicamentos ou punção de uma veia para colher exames de sangue. • Ranitidina → proteção para o estômago, quando o paciente faz uso de outros medicamentos, funciona como um revestimento que protege a mucosa estomacal. • Dramin B6 → pacientes que tiveram TCE leve ou moderado podem apresentar tontura por alguns dias, e o dramin B6 pode ser administrado para esses casos. • Valproato → É uma medicação segura para uso como estabilizador do humor, principalmente para aqueles que apresentam irritabilidade após o trauma. 38 • Agomelatina → O uso de 25mg toda noite proporciona uma maior eficiência no sono com efeito duradouro, para aqueles que apresentam ansiedade pós trauma. TCE grave e crítico: O tratamento medicamentoso desses pacientes é extenso e complexo, pois o paciente apresenta manifestações clínicas graves como aumento da PIC, edema cerebral, diminuição dos SSVV, diminuição da perfusão cerebral e periférica, distúrbios ácido base, insuficiência respiratória aguda entre outras sintomatologias severas. Listamos abaixo (tabela 2), alguns fármacos que são mais conhecidos e usados, no paciente com traumatismo crânio-encefálico grave: 3.2 TRATAMENTO CIRÚRGICO PARA O TCE A decisão sobre a necessidade de tratamento cirúrgico deve se basear na análise conjunta das condições clínicas do pacientes, como nível de consciência, avaliação pupilar, medidas de PIC, juntamente com a avaliação de seu exames de imagem. Pacientes com deterioração, sobretudo progressiva, do nível de consciência ou déficit focal progressivo devem ser considerados candidatos a procedimento cirúrgico de urgência. 39 A indicação do tratamento cirúrgico visa aliviar o aumento da PIC e da consequente compressão do parênquima cerebral adjacente. De modo geral, lesões focais como hematomas extra-axiais ou hemorragias contusionais devem ser removidas em caráter de urgência, sobretudo em pacientes nos quais exames de imagem denotarem efeito de massa significativo. Desta maneira, lesões focais com volume superior a 30 cc no espaço supratentorial ou 16 cc na fossa posterior, ocasionando desvio das estruturas da linha medianamaior que 5 mm, devem ser submetidas a procedimento cirúrgico. Além do desvio das estruturas da linha mediana, o apagamento das cisternas liquóricas basais também servem como indicativo de efeito compressivo ao parênquima cerebral e, portanto, favorecem a indicação de cirurgia. Em pacientes com extensos hematomas intracranianos e rebaixamento do nível de consciência é fundamental o tempo decorrente entre o trauma e o procedimento cirúrgico. É importante também atentar para a concomitância de lesões difusas como LAD, e Tumefação cerebral, principalmente hemisférica, comumente associada a HSDA. Em pacientes com contusões focais, a avaliação quanto à necessidade de intervenção cirúrgica rege também os mesmos parâmetros dos hematomas extra- axiais, devendo-se considerar quadro neurológico e volume das lesões, assim como sua localização e a refratariedade ao tratamento clínico da HIC. O procedimento cirúrgico consiste na realização de craniotomia (abertura de flap ósseo), remoção do hematoma e hemostasia do foco de sangramento. Nos casos das contusões focais, tecido cerebral desvitalizado é também removido. Em pacientes em coma com sinais de outras lesões associadas é recomendada a realização de monitoração da PIC no pós-operatório, sendo extremamente controvérsia a realização de craniotomias descompressivas nos casos de tumefação refratária. O tratamento cirúrgico dos HSDC está indicado sempre que houver sinais ou sintomas decorrentes de HIC ou de compressão ao parênquima cerebral. Consiste na realização de trepanação com saída do hematoma liquefeito (petro-oleoso), seguida de exaustiva lavagem da cavidade com solução fisiológica, com intuito de se remover as substâncias pró-fibrinolíticas encontradas no interior da cápsula. A colocação de dreno no espaço subdural por período de 24 a 48 horas é recomendado, sobretudo nos pacientes nos quais não se observa expansão imediata do parênquima cerebral. http://www.medicinanet.com.br/pesquisas/craniotomia.htm 40 4.PROFILAXIA Como podemos perceber ao longo do trabalho, o TCE causa graves problemas de saúde e acomete várias vítimas todos os anos, sabemos que as vezes mesmo tomando os devidos cuidados e seguindo normas de segurança, o imprevisível pode acontecer, portanto, é importante evitar exposição à riscos desnecessários, mas é possível prevenir e controlar algumas situações que podem levar o indivíduo a sofrer um Traumatismo crânio-encefálico. Listamos abaixo os principais lugares e situações que podem resultar em TCE, e como deve ser sua prevenção. 4.1 PREVENÇÃO DE TCE EM AMBIENTES DE LAZER Os ambientes onde as pessoas costumam frequentar para se divertir ou relaxar com sua família, pode ser um perigo mortal, portanto, é importante se cuidar e cuidar de sua família com algumas medidas preventivas para que a diversão não acabe em tragédia, podemos citar: • Conferir a profundidade antes de mergulhar em piscinas, rios, açudes ou lagos, pois as vezes a fundura engana e ao mergulhar com velocidade na água pode haver colisão direta do crânio com o fundo da piscina ou do local onde se mergulhou, esse cuidado deve ser redobrado em locais que possuem rios com águas escuras onde não conseguimos ver o fundo e o que pode ter lá. • Nunca mergulhar de cabeça, pois esse tipo de mergulho é extremamente perigoso, além da possibilidade de ocorrer um TCE grave devido a colisão com o fundo da piscina, pode ocorrer trauma de coluna que podem levar à paraplegia ou tetraplegia, devido a uma interrupção parcial ou total das conexões nervosas do cérebro para os membros. • Ao sair da piscina sempre ficar atento à quedas, geralmente o chão próximo da piscina deve ser de piso antiderrapante que ao ser molhado não fica escorregadio, e com isso evita que o indivíduo sofra uma queda da própria altura e tenha um TCE, esse cuidado deve ser intensificado com crianças que costumam ser uma grande parcela de vítimas de traumas. 41 • Ao utilizar brinquedos aquáticos em casa ou em parques como toboágua, escorregador ou trampolim, devemos observar a estrutura e segurança do mesmo, pois podem ser grandes causadores de traumas dos mais leves até os mais graves. 4.2 PREVENÇÃO DE TCE NA PRÁTICA ESPORTIVA • Ao praticar esportes com skates, patins ou bicicleta é importante utilizar sempre os materiais de proteção como o capacete, pois acidentes graves acontecem até mesmo com quem pratica profissionalmente, e pelo fato do TCE ser um problema grave e muitas vezes imprevisível, é necessário o uso capacete em treinos, campeonatos ou somente para diversão, pois o importante é prevenir o indivíduo, o uso do capacete e outros itens de proteção devem ser usados rigorosamente em crianças e adolescentes que são mais relutantes em não aderir ao seu uso. • Usar equipamentos de proteção adequados na prática de esportes como judô, caratê, box entre outros, e treinar as atividades com profissionais experientes e em locais seguros e adequados minimiza os riscos de acontecer um TCE, pois um soco na cabeça com força e com jeito, pode muito bem causar graves sequelas neurológicas e até mesmo levar o esportista ao óbito. • Os esportes que envolvem colisões a alta velocidade como, por exemplo, futebol americano, rúgbi, hóquei no gelo e lacrosse apresentam as maiores taxas de concussões, portanto, vem a importância de prevenção do TCE durante as práticas, envolvendo o uso não somente de capacete e itens de proteção, mas o uso do senso e do respeito entre os esportistas. • O traumatismo craniano com concussão cerebral é um evento comum em partidas de futebol, podendo ser decorrente das trombadas entre jogadores, ao cabecear bolas em alta velocidade ou secundárias a quedas, com impacto direto na cabeça, rosto ou pescoço, e pelo fato de não ser utilizada nenhuma proteção na cabeça dos jogadores o TCE se torna difícil de prevenção, porém, um importante passo para sua prevenção é a consciência e o conhecimento sobre o trauma que deve ser discutido. • Sabemos que as crianças e os jovens são bastante energéticos e amam praticar alguns esportes como futebol, basquete ou até mesmo brincadeiras nas ruas com seus amigos, com isso, vem as preocupações com os riscos de traumas não somente no crânio, mas em qualquer parte do corpo que podem levar à uma hospitalização, 42 por isso, devemos conscientizar e orientar nossas crianças e jovens para terem os devidos cuidados uma com os outros no momento das brincadeiras e práticas esportivas, para evitar que vidas seja ceifadas pelo TCE. 4.3 PREVENÇÃO DO TCE NO AMBIENTE DE TRABALHO • A maioria dos acidentes de trabalho com vítimas apresentando TCE ocorrem em construções, portanto é indispensável usar os EPI's para sua segurança e proteção. • Em uma obra, temos vários funcionários trabalhado ao mesmo tempo para dinamizar e acelerar o processo de construção, e isso faz com que acidentes possam acontecer em questão de segundos, pois materiais e ferramentas podem cair de uma elevada altura e atingir alguém que esteja trabalhando e, por isso, é obrigatório o uso de capacetes durante o trabalho em lugares em obra. • Os cabos de segurança assim como o capacete são obrigatórios, pois quedas de alturas altas ou baixas podem levar esse indivíduo a sofrer algum tipo de trauma inclusive o TCE. • As atividades de derrubada, corte e transporte de madeira, atividades em telhado, coleta de lixo, construção de estradas e rodovias, atividade de motorista, carpintaria de interiores e atividades com estruturas de madeiras também são profissões que envolvem grande risco de acontecer um TCE, sendo essencial trabalhar o conhecimento a cerca dos riscos. 4.4 PREVENÇÃO DE TCE NO TRÂNSITO • O trânsito é o maior causador de TCE no mundo, sendo que as medidas preventivas tomadas atualmente ainda não são o suficiente para evitá-lo. Medidas simples podem salvar vidas e poupara de outras pessoas, como o uso do capacete ao andar de moto, aqui no Brasil é proibido andar sem capacete nas ruas podendo gerar multas e até suspensão da CNH, e pior que isso, são as consequências que podem acontecer após um acidente de trânsito sem a utilização deste precioso item de segurança, podendo ocasionar um TCE grave ou até mesmo a morte do condutor e passageiro. 43 • Fazer revisão geral do carro antes de sair para longas distâncias pode ajudar na prevenção de acidentes, é importante fazer uma revisão da suspensão a cada 10 mil quilômetros e fazer o alinhamento e balanceamento do veículo de forma periódica ou após troca de pneus. • Nunca esquecer o cinto de segurança, como sabemos, o cinto de segurança é um dispositivo de defesa dos ocupantes do veículo, e em casos de colisão ele desempenha função de proteção do motorista, não permitindo que haja projeção dos ocupantes do veículo para fora e nem que batam a cabeça contra o pára-brisa ou outras partes duras do veículo que possam resultar em traumas graves como o TCE. • As crianças devem ser colocadas no banco de trás fixadas na cadeirinha, este dispositivo tem a mesma função do cinto de segurança, porém, foi formulado para evitar turmas graves em crianças e bebês que são mais frágeis é susceptíveis para o desenvolvimento de sequelas neurológicas graves ou óbito após um acidente. • O consumo de bebidas alcoólicas e drogas ao dirigir deve ser evitado, pois além do condutor causar danos a si próprio, pode colocar em risco a vida de pedestres e outros condutores ao seu redor. • É importante não ultrapassar o limite de velocidade permitida em cada pista, a imprudência no trânsito Brasileiro é observada em todos os lugares e é esse desrespeito consigo e com os outros que resultam em graves acidentes e graves sequelas provenientes de traumas como ocorre no TCE. • A imprudência vem na maioria das vezes do motorista do veículo, porém, o pedestre também pode ser o causador do acidente, por isso, é necessário utilizar a faixa de pedestres ao atravessar a rua, não esquecendo de erguer a mão antes de atravessar. • Outra coisa importante para evitar acidentes e traumas no trânsito, é respeitar as placas e sinalização nas ruas, consiste em uma medida simples que evita diversos acidentes diariamente, porém, há sempre alguém que não respeita e esse indivíduo pode sofrer um acidente grave a qualquer momento, ou até mesmo ir a óbito por imprudência consigo e com as outras pessoas ao seu redor, e por isso, as placas e sinalização devem ser bem visíveis e compreensíveis para evitar esse tipo de problema. 44 4.5 PREVENÇÃO DE TCE NO AMBIENTE DOMÉSTICO • por mais que nossa casa seja um lugar confortável e agradável, ainda sim o perigo mora junto de nós, são grandes os números de vítima de TCE sofridos dentro de casa, principalmente por idosos e crianças pequenas. Isso nos faz perceber que todo cuidado é pouco, e medidas simples podem prevenir um Traumatismo grave, como por exemplo, usar o corrimão ao descer ou subir escadas. • Usar piso antiderrapante nos banheiros, cozinha e áreas externas que podem as vezes ter mais contato com água, pois um chão muito liso pode levar a uma queda da própria altura e resultar em traumas, principalmente em idosos que são as maiores vítimas. • Para alcançar lugares altos, usar escada de pés antiderrapante ao chão, para evitar desequilíbrio e quedas que possam resultar em traumas. • Manter sempre uma lanterna ou velas de emergência na eventualidade de faltar energia, isso reduz as chances de sofrer uma queda ou outro acidente no escuro. • Jamais deixar uma criança supervisionando a outra e sair para algum lugar, isso é um perigo extremo que muitos responsáveis não tem noção, pois uma criança sem atenção de um adulto acham que podem fazer o que quiser, acham que tem liberdade para fazer coisas perigosas como subir em algo para pegar alguma coisa que lhe agrade ou chame atenção, e acabar caindo e sofrendo um Traumatismo. • Antes de passar pano, encerar ou lavar o chão de algum cômodo, avisar as pessoas da casa para evitar possíveis quedas e acidentes que possam resultar em TCE ou qualquer outro tipo de trauma, principalmente em casas onde tem idosos e crianças pequenas. • Colocar grades de segurança em janelas, escadas e lajes, pois evita acidentes e quedas de grandes alturas evitando acidentes graves e mortes. 45 5.REFERÊNCIAS • ANDRADE, Almir, Et al. Mecanismos de lesão cerebral no traumatismo cranioencefálico. São Paulo, 2009. Disponível em: https://www.google.com/url?q=https://www.scielo.br/pdf/ramb/v55n1/v55n1a20.pdf&s a=U&ved=2ahUKEwicksKN6J3tAhUtH7kGHbZ6BQsQFjADegQICRAB&usg=AOvVa w0QFHvIg0h72q1cQwtseetx . Acesso em: 23 nov. 2020. • CLÍNICA DA SERRA. Como se prevenir o traumatismo cranioencefálico. Minas gerais, 2017. Disponível em: http://clinicadaserra.com.br/index.asp?fator_paginas=1&cod_secao=5429&m=4&c=3 51&cod_pagina=23160 . Acesso em: 23 nov. 2020. • HAFEN, Q. Brent, et al. Primeiros socorros para estudantes. Sétima edição. São Paulo, manole, 2010. Pag. 221-229. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=LUUfgTAfwNsC&pg=PA227&dq=Traumatismo +craniano&hl=pt- BR&sa=X&ved=2ahUKEwj7hJPi6Z3tAhUmGbkGHTiwCEMQ6AEwAHoECAEQAQ . Acesso em: 22 nov. 2020. • MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com traumatismo craniano. Brasília, 2015. 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