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PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA EPIDEMIOLOGIA Evento súbito, inesperado→ paciente estável, mesmo internado, diferente de um paciente internado, internado, em estado grave, com drogas vasopressoras (pois já se espera que esse último evolua para morte). ● A parada cardiorrespiratória (PCR) permanece como uma das emergências cardiovasculares de grande prevalência e com morbidade e mortalidade elevadas. ● A doença cardíaca isquêmica, principal determinante da PCR, continua liderando as causas de morte no mundo. ● O reconhecimento precoce das causas desencadeantes, orientando a intervenção para cada cenário clínico, com ênfase nos cuidados após o retorno à circulação espontânea, trouxe melhorias nos resultados, contribuído ao prognóstico dos pacientes. → esse reconhecimento precoce permite que você atue nisso após o paciente está estabilizado ● O principal ritmo de PCR em ambiente extra-hospitalar é a Fibrilação Ventricular (FV) e a Taquicardia Ventricular Sem Pulso (TVSP), chegando a quase 80% dos eventos, com bom índice de sucesso na reversão, se prontamente tratados. Quando a desfibrilação é realizada precocemente, em até 3 a 5 minutos do início da PCR, a taxa de sobrevida é em torno de 50% a 70%. ● Em ambiente intra-hospitalar, o ritmo de PCR mais frequente é Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP) ou assistolia, com pior prognóstico e baixas taxas de sobrevida, inferiores a 17% → maior dificuldade de reversão ➔ É necessário um desfibrilador para verificar se o ritmo é chocável ou não. Só utilizar o desfibrilador em casos chocantes. No caso intrahospitalar, primeiro irá reconhecer que é uma parada cardiorrespiratória, depois você irá pedir ajuda, depois começa o RCP (possibilitando o fluxo sanguíneo para os órgãos Jamil� chahou� nobres), depois fará a desfibrilação se o ritmo for chocável, assim, manterá esse paciente em observação, num suporte de vida avançado e depois disso terá os cuidados pós PCR e alta. No caso extra hospitalar, primeiro você irá buscar ajuda, começar a massagem cardíaca, usar o desfibrilador caso seja necessário, manter o paciente se recuperando com o suporte de vida avançado e posteriormente os cuidados pós PCR. ➔ Suspeita de opioide → utiliza o antidoto COMPRESSÕES TORÁCICAS Substitui o batimento cardíaco que não está acontecendo. Se não ocorre uma massagem cardíaca eficaz, se torna mais difícil o coração voltar a bater sozinho ● Os aspectos principais a serem observados nas compressões são frequência, profundidade, retorno do tórax a cada compressão e interrupção mínima. ● Para a oxigenação adequada dos tecidos, é essencial minimizar as interrupções das compressões torácicas e maximizar a quantidade de tempo em que as compressões torácicas geram fluxo de sangue. ● A Fração das Compressões Torácicas (FCT) é a proporção de tempo em que as compressões são realizadas durante uma PCR (de 60 a 80%). ● No atendimento realizado por um leigo, estudos recomendam a realização de compressões torácicas contínuas, aumentando substancialmente a sobrevida de indivíduos que sofreram PCREH. → deve ser iniciada por qualquer pessoa ● As manobras de RCP devem ser ininterruptas, exceto quando a vítima se movimentar; durante a fase de análise do ritmo cardíaco pelo desfibrilador; durante o posicionamento de via aérea avançada; e quando ocorrer exaustão do socorrista. Jamil� chahou� ● Caso faça a ventilação, é necessário parar, POR NO MÁXIMO, 10 segundos e volta a massagem cardíaca → quanto menor a interrupção, mais eficaz a reanimação. Jamil� chahou� Posição da mão → Se ocorrer a interrupção são 30 compressões para 2 ventilações] Jamil� chahou� Necessário mudar o socorrista de 2 em 2 minutos para não cansar. No carrinho do hospital se encontra essa placa, pois é necessário uma estrutura rígida embaixo do paciente durante a massagem. VENTILAÇÃO ● Abertura das Vias Aéreas. ● As ventilações são aplicadas após 30 compressões torácicas durante a RCP, seguindo a sequência C-A-B (30:2). ● Duração de apenas 1 segundo a cada ventilação, fornecendo quantidade de ar suficiente para promover a elevação do tórax. ● A hiperventilação é contraindicada, pois pode aumentar a pressão intra-torácica, diminuindo a pré-carga e o Débito Cardíaco (DC), e comprometendo a sobrevida. → Paciente NÃO pode hiperventilar, pois isso aumenta a mortalidade, dificulta o paciente a voltar devido a alcalose respiratória. ● Há ainda o risco de hiperinsuflação gástrica, podendo desencadear vômitos, broncoaspiração e limitação da mobilidade do diafragma. ● Pode-se considerar tanto a ventilação com bolsa máscara quanto uma estratégia de via aérea avançada (IOT ou dispositivo de via aérea extra glótica). ● Quando uma via aérea avançada estiver instalada, o primeiro socorrista deve administrar compressões torácicas contínuas e o segundo socorrista, aplicar uma ventilação a cada 6 segundos (cerca de 10 ventilações por minuto), de maneira assíncrona às compressões torácicas, que devem ser contínuas. ● O uso de oxigênio a 100% é razoável durante as manobras de RCP. ● Não se devem pausar as compressões para aplicar as ventilações, em caso de via aérea avançada instalada Jamil� chahou� A Partir do momento que o paciente foi entubado, não precisará mais ter uma sincronia da ventilação com a massagem. → não precisará mais interromper as compressões, pois o ar estará entrando independente das compressões. Jamil� chahou� Bolsa-válvula-máscara → utilizado na ventilação Jamil� chahou� RELEMBRANDO: Fibrilação ventricular (FV): atividade elétrica desorganizada que não é capaz de promover contração ventricular efetiva. → RITMO CHOCÁVEL Fibrilação ventricular (FV). Perceba o ritmo caótico, sem distinção de ondas e intervalos no eletrocardiograma Taquicardia ventricular sem pulso (TVSP): atividade elétrica organizada do miocárdio que não permite tempo suficiente para preenchimento ventricular e não gera fluxo significativo de sangue ou pulso. → RITMO CHOCÁVEL Atividade elétrica sem pulso (AESP): abrange um grupo heterogêneo de ritmos elétricos organizados que deveriam gerar pulsos, mas que não são capazes de gerar contração ventricular. Também existem outras possibilidades, como quando a contração ventricular é muito fraca para produzir um débito cardíaco adequado, ou quando há atividade elétrica/mecânica, mas não há conteúdo intravascular! Essa última situação ocorre em casos de choque hipovolêmico-hemorrágico grave. Atividade elétrica sem pulso (AESP). Atividade elétrica organizada. Assistolia: ausência de atividade elétrica ventricular detectável. Jamil� chahou� DESFIBRILAÇÃO ● Desfibrilação precoce é o tratamento para vítimas em FV e TV sem pulso (TVSP). → SÃO OS RITMOS QUE TÊM MELHOR PROGNÓSTICO ● Pode ser realizada com um equipamento manual ou o DEA. → No caso do equipamento manual, é necessário saber avaliar o monitor e saber qual o tipo do ritmo ● O tempo ideal para a aplicação do primeiro choque compreende os primeiros 3 a 5 minutos da PCR. A RCP deve ser iniciada pelas compressões torácicas, imediatamente após o choque. ● A cada 2 minutos, reanalisar o ritmo e avaliar a necessidade de novo choque. → nesse tempo, continua a massagem cardíaca e depois checa para ver o ritmo ● Deve-se utilizar a máxima energia do aparelho – 360 J, no desfibrilador monofásico, e de 120 a 200 J, no desfibrilador bifásico, conforme orientação do fabricante. ● Se o socorrista desconhece as orientações do fabricante, o choque deve ser administrado com a energia máxima disponível no aparelho. ● Durante a desfibrilação, as fontes de oxigênio devem ser desconectadas do paciente. → Todo mundo afasta, o médico choca e posteriormente volta ● Choques subsequentes devem ocorrer com energia equivalente ou superior. ● Há duas possibilidades de posicionamento para as pás: anterolateral, em que as pás devem ser posicionadas na projeção do ápice cardíaco e abaixo da clavícula direita, ou antero posterior. → a posição antero posterior é mais complicada DEA Desfibrilador manual Jamil� chahou� DROGAS ● O momentopara administrar o vasopressor não tem sido estabelecido, devendo-se considerar seu início após o estabelecimento do acesso venoso. ● O momento de uso é assim que possível nos ritmos não chocáveis (AESP/assistolia) e após primeiro choque na FV/TV. ● Em qualquer ritmo de PCR, a primeira droga a ser utilizada deve ser a adrenalina. Embora o nível de evidência seja limitado, recomenda-se a administração de adrenalina 1 mg a cada 3 a 5 minutos. ● A vasopressina pode ser considerada mas não oferece vantagem em relação à adrenalina. → não é superior a adrenalina e é mais cara ● Caso haja persistência de FV ou TVSP, apesar da RCP, desfibrilação e vasopressor, indica-se um antiarrítmico, podendo este ser amiodarona ou lidocaína. → amiodarona é a principal utilizada, é feita em pacientes que estão refratários ao choque, utiliza até 450mg ● O sulfato de magnésio não deve ser utilizado de maneira rotineira. Estudos demonstram benefício do uso para FV ou TVSP associada a prolongamento do intervalo QT por drogas ou TV polimórfica do tipo Torção das Pontas (TdP). ➔ Nos ritmos não chocáveis, a única coisa a se fazer é massagem e drogas. ➔ Nos ritmos chocáveis não se deve postergar o choque para fazer as drogas. ➔ A droga é feita na região periférica, é necessário levantar o braço do paciente para que a droga chegue mais rápido no coração Jamil� chahou� NNT → NÚMERO NECESSÁRIO DE TRATADOS Jamil� chahou� TRATANDO AS CAUSAS REVERSÍVEIS ● Diagnóstico e tratamento das causas reversíveis de PCR são fundamentais na abordagem de todos os ritmos. ● No caso de FV/TVSP refratária, considerar como causa potencial a Síndrome Coronária Aguda (SCA). Estudos têm demonstrado benefícios com estratégias de reperfusão precoce. ● AESP e assistolia podem ser causadas por condições reversíveis e tratadas com sucesso, se estas condições forem detectadas. ● Na AESP, quando existe a suspeita de um Tromboembolismo Pulmonar (TEP), a administração empírica de trombolíticos deve ser considerada. Jamil� chahou� CESSAÇÃO DE ESFORÇOS ● Não existe recomendação clara sobre o momento de cessação dos esforços durante a RCP. ● A determinação de cessar esforços é difícil e deve se basear em consenso entre os membros da equipe. ● Alguns instrumentos de monitorização, como a ecografia durante a RCP e o valor da capnografia, podem vir a ser utilizados como parâmetros para auxiliar tal decisão. CUIDADOS PÓS RESSUSCITAÇÃO ● A lesão cerebral e a instabilidade cardiovascular são as principais determinantes de sobrevida após PCR. ● A síndrome pós-ressuscitação abrange o dano cerebral, a disfunção miocárdica, a isquemia sistêmica facilitada pelo mecanismo de isquemia-reperfusão e também as causas precipitantes do evento. Jamil� chahou� ● A instalação e a gravidade da lesão causada pela síndrome pós-ressuscitação são consequências diretas das causas desencadeantes da PCR, do local do evento, do tempo de RCP e das condições de saúde pregressas do paciente. ● A Modulação Terapêutica da Temperatura (MTT) tem como finalidade conter a síndrome pós-PCR, diminuindo o consumo de oxigênio cerebral, e limitando a lesão ao miocárdio e os danos sistêmicos. ○ Hipotermia → diminui metabolismo cerebral, para voltar a pressão é importante evitar o hiperresfriamento - necessário utilizar bloqueador neuromuscular ● Pelo fato de a MTT ser a única intervenção que demonstrou melhora da recuperação neurológica, ela deve ser considerada para qualquer paciente que seja incapaz de obedecer comandos verbais após o RCE. Modulação Terapêutica da Temperatura: ❖ As evidências apontam que adultos que permanecerem comatosos no RCE após PCR no ritmo de TV/FV fora do ambiente hospitalar devem ser resfriados a 32°C a 36°C por 12 a 24 horas (Classe de Recomendação I; Nível de Evidência B). ❖ A MTT pode beneficiar sobreviventes de PCR fora do hospital a partir de outros ritmos, como assistolia ou AESP, ou PCR intra hospitalares (Classe de Recomendação IIb; Nível de Evidência B). ❖ A temperatura central deve ser monitorada continuamente por termômetro esofágico, cateter vesical ou cateter de artéria pulmonar. O uso de termômetros convencionais (axilares, retais ou orais) não se mostrou adequado e seguro. ❖ O resfriamento deve ser iniciado prontamente, preferencialmente no local do evento ou até 6 a 12 horas após o RCE. ❖ Objetivo é atingir a temperatura-alvo o mais rapidamente possível, recomendando-se associação de métodos. ❖ O resfriamento inicial pode ser facilitado por bloqueio neuromuscular e sedação, o que impede os tremores. ❖ Evitar o hiperresfriamento (temperatura < 32°C). A infusão de soluções geladas deve ser interrompida nesta fase. ❖ A queda nos níveis de temperatura pode induzir à bradicardia e à poliúria, contribuindo para deterioração do estado hemodinâmico, facilitando hipovolemia e distúrbios hidroeletrolíticos. ❖ Mioclonias e convulsões devem ser prontamente identificadas e tratadas. O diagnóstico diferencial deve ser feito com Eletroencefalograma (EEG), e não há evidência para sustentar o uso preventivo de anticonvulsivantes. ❖ Reaquecimento = o ganho de temperatura deve ser gradativo, idelamentemende de 0,25°C a 0,5°C a cada hora. Alterações hemodinâmicas, hidroeletrolíticas e nas taxas metabólicas são esperadas nesta fase, e atenção deve ser dada à contenção da hipertermia rebote, que está associada à pior evolução neurológica. ❖ O controle posterior da temperatura deve se estender ao menos por 72 horas para a prevenção ativa da ocorrência de febre. Jamil� chahou� ❖ RECUPERAÇÃO ● Cuidados intensivos ● Monitorização constante (parâmetros ventilatórios, circulatórios e neurológicos) ● Avaliação de reabilitação multimodal (fono, fisio, cardio, neuro, psicologia/psiquiatria, terapia ocupacional, serviço social) ● Tratamento para prejuízos físicos, cognitivos e psicossociais ● Orientação de cuidadores CASO CLÍNICO: Jamil� chahou� Chega pra você uma parada cardíaca na Sala de Emergência de um hospital lotado. Este paciente chama-se Sr. João, tem 75 anos e utiliza como medicação de uso contínuo a Metformina, o Anlodipino e a Losartana para tratar Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica. Era obeso e possuía antecedentes familiares relevantes para coronariopatia. Aguardava atendimento médico por uma dor no peito. Você é o único médico, e apesar de ter presenciado outras reanimações cardiopulmonares, agora é a sua vez. Você precisa agir. A vida “depende” de você. Quais são as prioridades? Quais são os materiais necessários? Como fazer bem feito? As principais recomendações fortes em contexto de parada cardiorrespiratória giram em torno de: 1) Compressões de alta qualidade, pois é necessário nutrir adequadamente órgãos nobres, com o mínimo de interrupções possíveis; 2) Checagem de ritmo e, quando indicado (ou seja, nos ritmos chocáveis), desfibrilar precocemente o doente. Jamil� chahou�
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