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Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 1 04/02/2022 1) Quais são as modalidades de pcr e quais cursam com ritmo não chocável? 2) Como é montada uma equipe de alta eficácia na PCR? 3) Como se faz uma compressão efetiva? 4) Algoritmo da PCR em ritmo não chocável Fechamento 2 (18/02/2022) 1) Insuficiência respiratória aguda: 2 tipos 2) Conduta para os 5H e 5T Respostas 1) Parada cardiorrespiratória - Parada cardiorrespiratória (PCR) é a cessação súbita, inesperada e catastrófica da circulação sistêmica, atividade ventricular útil e ventilatória. O diagnóstico deve ser feito com a maior rapidez possível e compreende a avaliação de três parâmetros: responsividade, respiração e pulso. A responsividade deve ser investigada com estímulo verbal e tátil. O estímulo verbal deve ser efetuado com voz firme e em tom alto, que garanta que a vítima seja capaz de escutar o socorrista. O estímulo tátil deve ser firme, sempre contralateral ao lado em que se posiciona o socorrista, para evitar que o mesmo seja agredido, involuntariamente, por pacientes semiconscientes. Se não houver resposta, considera-se que a vítima esteja em situação potencialmente letal, devendo ser assegurado atendimento médico de emergência. Esse conceito dá suporte ao chamado por ajuda. O pedido de ajuda inclui a solicitação de desfibrilador e de suporte avançado de vida. No adulto, o pedido de ajuda deve ter prioridade sobre o atendimento da vítima, significando que se o socorrista estiver sozinho, deve abandonar a vítima e acionar o sistema de emergência. Já, na criança e no lactente, como a principal causa é hipóxia, o pedido de ajuda deve suceder o suporte ventilatório, inicial. Após a ativação do serviço de urgência, procede-se à verificação da respiração. A vítima inconsciente apresenta relaxamento da musculatura da base da língua, que cai sobre a entrada da via aérea, o que implica que toda vítima inconsciente tem a via aérea obstruída. Além desse fator, outros, como corpos estranhos, edema das vias aéreas ou secreções, podem contribuir para a obstrução das vias aéreas. Frente a esse conhecimento, a primeira providência para se testar a respiração é a manobra de desobstrução das vias aéreas. Se no intra-hospitalar ou com presença de serviços de urgência, utilizar guedel e cânula rígida para tais necessidades. Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 2 Após a abertura das vias aéreas, o socorrista deve aproximar o rosto da face da vítima e VER se há expansão do tórax, OUVIR se há eliminação de ar pelas vias aéreas e SENTIR se o fluxo expiratório vai de encontro ao seu próprio rosto. Se houver respiração efetiva, não se trata de PCR, sendo provável que outras causas de depressão de nível de consciência estejam presentes. Caso não seja detectada respiração efetiva, a permeabilidade das vias aéreas deve ser investigada, no intuito de descartar a possibilidade de corpo estranho obstruindo a via aérea inferior, não visível à inspeção da cavidade oral. Procede-se à realização de duas ventilações de resgate, que podem ser efetuadas através de dispositivo bolsa-valva-máscara. O pulso deve ser investigado no sítio carotídeo, por ser o último a desaparecer e o primeiro a ser restabelecido numa situação de instalação e reversão de PCR. Além disso, tem a vantagem da proximidade do socorrista. Dez segundos são suficientes para se comprovar a ausência de pulso, com exceção feita aos pacientes hipotérmicos, para os quais um tempo maior (30 a 40 seg) pode ser necessário. Caso o pulso esteja presente, trata-se de parada respiratória isolada. Nesse caso, deve-se garantir o suporte ventilatório provisório até que o acesso definitivo à via aérea (intubação orotraqueal) possa ser providenciado. Lembrar que a presença de respiração DJ{QLFD�RX�³JDVSLQJ´�GHYH�VHU� considerada como ausência de respiração. Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 3 Na ausência de pulso, constata-se o diagnóstico de PCR: não-responde, não-respira e não-tem-pulso. Suporte básico de vida O suporte básico de vida compreende ventilação e massagem cardíaca. Deve ser instituído o mais precocemente possível, e só deve ser interrompido em três situações: para se proceder à desfibrilação, para a realização da intubação orotraqueal e para a infusão de medicação na cânula orotraqueal. Independente da técnica utilizada, é importante que a ventilação seja realizada na frequência de 10 a 12 incursões por minuto e com volume em torno de 8 a 10 ml/kg de peso (na prática, corresponde ao menor volume capaz de expandir o tórax da vítima). Essas precauções visam reduzir a ocorrência de distensão gástrica, regurgitação e aspiração brônquica de conteúdo gástrico. A massagem cardíaca externa compreende compressões torácicas, realizadas sobre a porção central do esterno. Tais compressões empurram o esterno para o interior do tórax, comprimindo o coração contra a coluna e favorecendo o seu esvaziamento. São capazes de restabelecer apenas 10 a 20% do débito cardíaco. O socorrista deve posicionar a região hipotenar das mãos sobre o centro do esterno da vítima, com os braços estendidos, e proceder às compressões. O fulcro do movimento deve ser centrado no quadril e não nos cotovelos ou ombros do socorrista. A frequência de compressões deve ser de 100 por minuto. O emprego da técnica correta de massagem cardíaca externa reduz a ocorrência de fraturas de costela. Devido às calcificações de cartilagens costocondrais, comuns em pessoas de faixa etária mais avançada, na qual a PCR é mais frequente, apesar de o risco ser reduzido com o emprego de técnica correta, ele não é totalmente eliminado. Técnica correta Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 4 também aumenta a eficácia da massagem e torna o procedimento menos cansativo para o socorrista, aumentando sua capacidade de realizá-lo. A eficácia da massagem pode ser avaliada pela palpação de pulsos arteriais centrais (femoral ou carotídeo) concomitantemente às manobras. Devem ser realizadas 30 compressões, abrir a via aérea através da elevação da mandíbula e inclinação da cabeça e fazem-se duas ventilações. A etapa final na sequência diagnóstica de PCR é a definição da modalidade de parada, que exige monitorização do ritmo cardíaco. Este é o momento crucial na escolha do melhor tratamento a ser efetuado, de acordo com o mecanismo de parada (FV/TV sem pulso, AESP ou assistolia). Ênfase na qualidade da reanimação cardiorrespiratória O fator determinante isolado mais importante para que se obtenha o retorno à RCE é a pressão de perfusão coronariana (PPC), resultante da diferença entre a pressão diastólica da aorta e a pressão de átrio direito e responsável, em última instância, pela irrigação do miocárdio. Estima-se que seja necessária uma PPC mínima de 15 mmHg para que ocorra a RCE. No sentido de se otimizar a PPC, algumas ações são fundamentais durante as manobrasde RCP: ��&RPSULPLU�UiSLGR�H�IRUWH��D�XPD�IUHTXrQFLD�GH��QR�PtQLPR������FRPSUHVV}HV�SRU�PLQXWR�H�DSOLFDQGR�XPD�SUHVVmR�VXILFLHQWH�SDUa deprimir o esterno no mínimo 5 cm (equivalente a cerca de 40 kg); ��3HUPLWLU�R�UHWRUQR�FRPSOHWR�GR�WyUD[�DSyV�FDGD�FRPSUHVVmR�� ��0LQLPL]DU�DV�LQWHUUXSo}HV�QDV�FRPSUHVV}HV�WRUiFLFDV�SDUD��QR�Pi[LPR�����VHJ��WHPSR�VXILFLHQWH�SDUD�UHDOL]DU�GHVILEULODomR��checar o ritmo, palpar pulso central, realizar duas ventilações com bolsa-valva-máscara e qualquer outro procedimento que seja estritamente necessário; ��1mR�KLSHUYHQWLODU� Para os pacientes com uma via aérea avançada estabelecida (tubo orotraqueal, máscara laríngea ou combitube), deve-se utilizar o método assincrônico de RCP, onde as compressões torácicas devem ser contínuas (mínimo de 100 por minuto) e associadas a 8 a 10 ventilações por minuto. Após cinco ciclos de compressão e ventilação (ou dois minutos de RCP contínua), deve-se reavaliar o ritmo no monitor (no caso de FV/TV sem pulso e/ou assistolia) ou palpar pulso central (no caso de AESP). Modalidades de parada cardiorrespiratória ��)LEULODomR�YHQWULFXODU A fibrilação ventricular (FV) caracteriza-se pela ausência de atividade elétrica organizada, com distribuição caótica de complexos de várias amplitudes. Esse quadro gera contração incoordenada do miocárdio, resultando na ineficiência total do coração em manter a fração de ejeção sanguínea adequada. Ao eletrocardiograma (ECG), apresenta-se com ondas absolutamente irregulares de amplitude e duração variáveis. Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 5 A principal causa de PCR, no adulto, é a fibrilação ventricular (FV). Esse distúrbio do ritmo cardíaco é ocasionado por mecanismo de reentrada, ocasionando contrações desordenadas e inefetivas das células cardíacas. É o distúrbio do ritmo cardíaco mais comum nos primeiros dois minutos de PCR, no adulto. Evolui, rapidamente, para assistolia, caso não sejam estabelecidas medidas de SBV. A principal causa de FV, em nosso meio, são as síndromes isquêmicas miocárdicas instáveis (SIMI). As taquicardias ventriculares (TV) podem ocasionar PCR e devem ser tratadas como FV. Neste caso, além das SIMIs, devem ser lembradas as miocardiopatias, como a chagásica. A FV/TV é a modalidade de PCR de melhor prognóstico e, em princípio, os esforços de ressuscitação devem continuar até que o ritmo deixe de ser FV/TV (ou porque reverteu para sinusal, ou porque evoluiu para um ritmo terminal). Sob o ponto de vista fisiopatológico, pode-se dividir a evolução temporal da FV em três fases distintas: elétrica, hemodinâmica e metabólica. 1. Primeira fase ± Elétrica: corresponde aos primeiros cinco minutos da situação de PCR em FV. É a mais suscetível à desfibrilação e correlaciona-se com melhor prognóstico; 2. Segunda fase ± Hemodinâmica: etapa crucial para a perfusão cerebral e coronariana, quando compressões torácicas são fundamentais para otimizar a pressão de perfusão coronariana e aumentar o sucesso da desfibrilação e do retorno à circulação espontânea. Engloba o período correspondente entre 5 e 10 minutos após o início do quadro; 3. Terceira fase ± Metabólica: caracterizada pelo desencadeamento de citocinas inflamatórias, radicais livres e lesão celular, ocasionando alterações miocárdicas muitas vezes irreversíveis (Stone Heart) e disfunção neurológica; geralmente após 10 minutos do início da PCR. ��7DTXLFDUGLD�YHQWULFXODU��79��VHP�SXOVR� É a sequência rápida de batimentos ectópicos ventriculares (superior a 100 por minuto) chegando à ausência de pulso arterial palpável por deterioração hemodinâmica. Segundo registros brasileiros, a TV sem pulso corresponde a 5% das PCR em UTI. O ECG apresenta-se com repetição de complexos QRS alargados (maiores que 0,12s) não precedidos de ondas P. Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 6 ��$VVLVWROLD É a ausência de qualquer atividade ventricular contrátil e elétrica em pelo menos duas derivações eletrocardiográficas. Trata-se da modalidade mais presente nas PCR intra-hospitalares. Dois registros de UTI gerais brasileiras utilizando protocolo demonstraram sua prevalência, variando de 76,4% a 85%. 3DUD� D� FRQILUPDomR� GR� GLDJQyVWLFR�� GHYH� VHU� UHDOL]DGR� R� ³3URWRFROR� GD� /LQKD� 5HWD´�� RQGH� VmR� FKHFDGDV� DV� FRQH[}HV� �FDERV��� aumentado o ganho (amplitude) do traçado eletrocardiográfico e trocada a derivação no cardioscópio. É considerado o ritmo final de todos os mecanismos de PCR e o de pior prognóstico. NÃO DESFIBRILAR. A assistolia corresponde à ausência total de qualquer ritmo cardíaco. É a situação terminal. Evidências cada vez mais contundentes apontam que a identificação de assistolia deva corresponder ao término dos esforços. Frente ao seu caráter sombrio, instituição de manobras de ressuscitação, em pacientes terminais, que apresentem PCR em assistolia, é, cada vez mais, considerada fútil. Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 7 Em países desenvolvidos, já se considera o desejo dos pacientes com doenças degenerativas incapacitantes ou em estágio terminal de não serem ressuscitados, na eventualidade de PCR. Tais pacientes geralmente, portam uma identificação em pulseiras ou em carteiras (DNR - ³'2�127�5(686&,7$7(´�± ³12�,1,&,(�5(6686&,7$d2´��H�D�WHQGrQFLD�JHUDO�p�GH�UHVSHLWR�j�GHFLVmR�� O momento de se interromperem os esforços de ressuscitação levanta uma série de considerações éticas. Embora a decisão deva ser individualizada para cada situação, deve-se considerar o término dos esforços quando: 1) o SBV está sendo oferecido de maneira adequada; 2) foi oferecido suporte adequado de oxigênio através de intubação orotraqueal; 3) não se identificou nenhuma causa corrigível; 4) foi identificado que o paciente é portador de uma doença terminal (DNR), o que implica na futilidade das manobras; 5) o ritmo documentado no monitor não deixou de ser assistolia durante todo o atendimento. A principal causa de assistolia é a hipóxia, o que justifica as ofertas de oxigênio e ventilação efetivas, como prioritárias no atendimento. Existem outras causas, comuns também para a situação de AESP. Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 8 Todo cuidado na identificação desse ritmo é pouco, pois até 10% dos ritmos identificados inicialmente como assistolia pelas pás apresentavam como ritmo de base verdadeiro a FV. Isso pode ocorrer porque: Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 9 *Eixo elétrico resultante da FV pode ser, naquele momento, perpendicular à derivação da monitorização pelas pás, gerando um ritmo isoelétrico no monitor (assistolia). *Problemastécnicos, como cabos ou eletrodos desconexos, também podem determinar o erro diagnóstico. *FV fina também pode induzir ao diagnóstico errôneo de assistolia. Assim, para a confirmação diagnóstica da assistolia: deve-se proceder ao protocolo da linha reta, que consiste em checar a conexão dos eletrodos, aumentar o ganho do monitor cardíaco e finalmente checar o ritmo em duas derivações. Confirmada a assistolia, prossegue-se o atendimento Além disso, a assistolia ventricular pode ocorrer temporariamente após a interrupção de uma taquicardia com fármacos, desfibrilação ou cardioversão sincronizada. Quando observar assistolia em um monitor cardíaco -> confirme se o paciente está irresponsivo e não tem pulso -> inicie RCP de alta qualidade. Cuidados adicionais: obtenção de acesso vascular, consideração sobre possíveis causas reversíveis da parada, administração de epinefrina e, possivelmente, inserção de via aérea avançada. Para pacientes intubados: faça monitoração contínua do dióxido de carbono no final da expiração (EtCO2) para avaliar a qualidade das compressões durante o esforço de ressuscitação. ��$WLYLGDGH�(OpWULFD�VHP�3XOVR Também chamada de AESP, é caracterizada pela ausência de pulso na presença de atividade elétrica organizada, o que impõe um alto grau de suspeita por parte do socorrista para se chegar ao diagnóstico. Nesse cenário, o ECG pode apresentar uma ampla variedade de ritmos, desde ritmo normal até ritmo idioventricular com frequência baixa e ritmos taquicárdicos morfologicamente distintos da taquicardia ventricular. NÃO DESFIBRILAR. Tratamento da AESP nunca deve ser realizado por meio de choque, pois já existe uma atividade elétrica ventricular organizada potencialmente capaz de gerar pulso central -> choque poderia desorganizá-la, gerando mais um problema durante o atendimento. Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 10 Sobre o termo AESP, foram agrupados todos os outros possíveis ritmos cardíacos, que podem ser identificados numa PCR, excluídos apenas FV/TV sem pulso e a assistolia. Pode compreender ritmos bradicárdicos ou taquicárdicos, com complexo QRS estreito ou alargado, sinusal, supraventricular ou ventricular. O importante é identificar que, apesar de existir um ritmo organizado no monitor, não existe acoplamento do ritmo com pulsação efetiva (com débito cardíaco). O importante é garantir o SBV e tentar identificar a provável etiologia da PCR. São as mesmas etiologias que devem ser procuradas na assistolia, mas, nesta situação, sua busca deve ser muito mais intensa, pois, somente se uma causa puder ser identificada e corrigida, é que a vítima pode ser retirada da PCR. As causas potencialmente corrigíveis de AESP/ Assistolia são: hipovolemia, hipóxia, pneumotórax hipertensivo, hipotermia e tamponamento cardíaco. Causas como acidose pré-existente, distúrbios do potássio e intoxicação são de complexidade intermediária. Já outras causas, como tromboembolismo pulmonar e infarto agudo do miocárdio, são de resolução mais complexa. A identificação dessas causas deve ser pautada, exclusivamente, pela história fornecida por acompanhantes, sobre as condições em que a vítima foi encontrada, e por dados de exame físico sumário, executado pelo socorrista. Exames subsidiários, como radiografia de tórax, não devem ser utilizados no diagnóstico. Medicações podem assumir papel proeminente em tal situação, como é o caso do bicarbonato de sódio nas situações de hipercalemia, intoxicação por tricíclico ou acidose pré-existente. Como a principal causa de AESP é a hipovolemia, uma prova de volume deve ser tentada, sempre. Uma atitude clínica importante no tratamento da AESP é a determinação da sua causa e aplicação do tratamento específico. Atividade elétrica sem pulso (AESP) requer a ausência de atividade mecânica detectável no coração (i. e., ausência de pulso) com alguma forma de atividade elétrica organizada no coração (i. e., um ritmo). Disritmias mais típicas observadas em pacientes com AESP: ritmos com complexos QRS estreitos e alargados. A. Bradicardia sinusal. B. Ritmo juncional. C. Fibrilação atrial com resposta ventricular lenta. D. Bloqueio AV de terceiro grau. E. Bradicardia idioventricular. F. Ritmo idioventricular. G. Ritmo idioventricular acelerado. H. Ritmo idioventricular acelerado. I. Taquicardia atrial. J. Taquicardia sinusal com morfologia de bloqueio de ramo AESP tem mau prognóstico, a menos que a causa subjacente possa ser rapidamente identificada e tratada de modo adequado. Atendimento de emergência: RCP de alta qualidade, obtenção de acesso vascular, busca agressiva de possíveis causas reversíveis para a parada, administração de epinefrina e consideração sobre a inserção de via aérea avançada. Ultrassonografia à beira do leito (UBL) pode ser útil na identificação de causas mecânicas de AESP. Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 11 MEDICAMENTOS: Primeira droga a ser administrada na AESP e na assistolia pode ser a epinefrina (1 mg/ dose, a cada 3-5 minutos) ou a vasopressina (40 U, dose única): *vasopressina pode ser aplicada como primeira droga ou em substituição à primeira ou segunda dose da epinefrina. (MEDCURSO: vasopressina não é mais recomendada como alternativa à epinefrina no tratamento da PCR) Nas recomendações atuais do tratamento da AESP e da assistolia, o uso de atropina não é mais indicado por ser considerada medida terapêutica fútil. Desfibrilação O acesso a um desfibrilador condiciona imediata monitoração e potencial aplicação do choque na presença de FV e TV sem pulso. As pás do desfibrilador devem ser posicionadas corretamente, de modo a proporcionar que a maior corrente elétrica possível atravesse o miocárdio. Isso é obtido colocando-se uma pá à direita, em situação infraclavicular e paraesternal, e a outra pá à esquerda, no ápice cardíaco na linha axilar média, evitando-se o mamilo. Nos portadores de marcapassos implantados na região infraclavicular direita, a alternativa é posicionar uma pá no precórdio e a outra na região dorsal infraescapular esquerda, denominada posição ântero-posterior. A recomendação das cargas varia de acordo com o tipo de desfibrilador: Monofásicos ± 360J e bifásicos - 120 a 200J, dependendo das especificações do fabricante. Entretanto, deve-se sempre utilizar carga máxima e dar preferência aos bifásicos por resultarem em maior taxa de RCE com menor lesão miocárdica. A desfibrilação é constituída pela aplicação de corrente elétrica contínua, no tórax, através do coração, em seu maior eixo, cuja finalidade é promover a despolarização simultânea do maior número possível de células cardíacas. Espera-se que, como o nó sinusal é o primeiro a se despolarizar, ele assuma o comando, quando as células se repolarizarem após a desfibrilação. Para que a desfibrilação seja efetiva, o choque deve percorrer o miocárdio em toda a sua extensão, o que depende, em última análise, da impedância torácica (resistência oferecida pelo tórax à passagem da corrente elétrica). A impedância pode ser diminuída pela correta posição das pás, uso de gel condutor, aplicação de pressão sobre as pás e choques sucessivos (Figura 5). Os choques sucessivos são de energia crescente (200-300-360 Joules), quando se utiliza padrão de onda monofásico. Urgência MEDICINA FEMANatália T5 12 FV / TV sem pulso São tratadas com desfibrilação elétrica, aplicando-se um choque de 200J bifásico ou de 360J monofásico. O não retorno do ritmo cardíaco normal caracteriza a refratariedade da FV à desfibrilação e as manobras de RCP (compressão torácica e ventilação) sequenciadas devem ser mantidas por 2 minutos ou cinco ciclos de 30:2 após cada tentativa de desfibrilação, ocasião em que o ritmo deve ser checado. O insucesso do primeiro choque pode recomendar a realização de intubação orotraqueal (IOT) para garantir a qualidade da ventilação caso esta não esteja adequada com bolsa-valva-máscara. Convém reforçar que a IOT não deve justificar a interrupção das compressões torácicas, a despeito de sua dificuldade de realização. Pelas novas diretrizes, a IOT deve ser instituída o mais precocemente possível se houver a disponibilidade de capnografia quantitativa em forma de onda, que será detalhada mais adiante. A implantação de acesso intravenoso (IV) ou intraósseo (IO) para administração de fármacos, além da monitorização contínua do ritmo cardíaco, é também efetuada nesse momento. AESP A sequência do atendimento da AESP assemelha-se à realizada na assistolia e como as demais também deve manter especial atenção à potencial causa do evento, relembrando a regra mnemônica dos 5Hs e 5Ts (Tabela 2). Nessa abordagem secundária, devem-se realizar avaliações e tratamentos específicos. Diferentemente da FV/TV sem pulso e da assistolia, o pulso deve ser checado a após 2 min ou 5 ciclos (30:2) de RCP. Assistolia A assistolia deve ter seu diagnóstico confirmado em mais de uma derivação, conforme protocolo da linha reta. Checar o ritmo após 2 min ou 5 ciclos (30:2) de RCP. Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 13 Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 14 Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 15 j Sequência da RCP na assistolia e AESP ACLS: ��$YDOLH�D�responsividade. Se o paciente estiver irresponsivo -> avalie rapidamente a respiração enquanto, em simultâneo, avalia o pulso durante não mais do que 10 segundos -> pulso estiver ausente ou se você não tiver certeza de que o pulso está presente -> inicie as compressões torácicas. ��/LJXH�R�DEA��'HSHQGHQGR�GD�PDUFD��LVVR�p�IHLWR�DR�VH�SUHVVLRQDU�R�ERWmR�³/LJDU´�RX�OHYDQWDQGR�D�WHla ou a tampa do monitor. ��$EUD�R�SDFRWH�FRQWHQGR�DV�DOPRIDGDV�DGHVLYDV��6H�R�JHO�GRV�HOHWURGRV�HVWLYHU�VHFR��XVH�XP�QRYR�FRQMXQWR�GH�DOPRIDGDV��&RQHFte os eletrodos aos cabos do DEA (se não estiverem pré-conectados) e seguidamente aplique as almofadas no tórax do paciente nas localizações especificadas pelo fabricante do DEA. A maioria dos modelos necessita que o cabo do DEA seja conectado ao mesmo antes da utilização. ��Analise o ritmo do ECG. 6H�GLYHUVDV�³DQiOLVHV´�FRQILUPDUHP�D�SUHVHQoD�GH�ritmo chocável -> DEA irá sinalizar que está indicada a administração de um choque. Escute os comandos de voz. Os responsáveis pelas compressões torácicas e pelas ventilações deverão trocar de posições durante a análise do ritmo. ��$IDVWH�WRGRV�GD�iUHD�TXH�FLUFXQGa o paciente. Certifique-se de olhar ao seu redor. Garanta que todos estejam afastados do paciente, da cama e de qualquer equipamento conectado ao paciente. Garanta que o oxigênio não esteja fluindo sobre o tórax do paciente. ��6H�D�iUHD�HVWLYHU�VHJXUD�H�o DEA aconselhar um choque, certifique-se de que todos os membros da equipe estejam afastados e então pressione o botão de choque para administrar a energia ao paciente quando o DEA o indicar. Após a administração do choque, reinicie imediatamente a RCP, começando com as compressões torácicas. Após cerca de 2 minutos de RCP, reanalise o ritmo. Continue a prestar cuidados, tal como indicado pelos comandos de voz e tela do DEA Se uma verificação de ritmo revelar ritmo não chocável -> continue a RCP de alta qualidade + acesso vascular + administre epinefrina a cada 3 a 5 minutos. Considere a colocação de via aérea avançada e o uso de capnografia após intubação. Como a hipoxemia é uma possível causa reversível de parada cardíaca, a colocação da via aérea avançada teoricamente é mais importante durante uma parada cardíaca associada a AESP ou assistolia do que aquela associada a TVSP/FV e pode ser necessária para atingir a oxigenação ou a ventilação adequada. Reavalie o ritmo cardíaco do paciente: *Se estiver presente um ritmo organizado, verifique o pulso -> se estiver presente um pulso, inicie os cuidados pós-parada cardíaca. *Se o ritmo não chocável persistir -> retome a RCP de alta qualidade. Pesquise e trate as causas reversíveis da parada ou os fatores que possam complicar os esforços de ressuscitação durante cada período de 2 minutos de RCP Se AESP estiver presente e se um equipamento de ultrassom e um ultrassonografista qualificado estiverem disponíveis: pode ser útil na identificação de potenciais causas tratáveis de parada cardíaca e na orientação das decisões terapêuticas do paciente. Por exemplo, a ultrassonografia pode ser usada para reconhecer tamponamento cardíaco e pneumotórax, para identificar a presença de tumores ou coágulos, para avaliar a contratilidade miocárdica durante a RCP e para avaliar o volume ventricular. O uso da ultrassonografia cardíaca ou não cardíaca não deve interferir nos protocolos-padrão de tratamento da parada cardíaca. Continue com a RCP durante 2 minutos antes de realizar outra verificação do ritmo. Lembre-se de alternar os responsáveis pelas compressões torácicas a cada 2 minutos para evitar a fadiga do profissional. Se não houver resposta às intervenções adequadamente realizadas após um período razoável: considere a cessação dos esforços após consulta dos membros da equipe de ressuscitação. Os exemplos de fatores que são considerados ao decidir terminar os esforços de ressuscitação intra-hospitalares incluem os seguintes: ��7HPSR�GHFRUULGR�HQWUH�R�FRODSVR�GR�SDFLHQWH�H�D�5&3�� ��5LWPR�FDUGtDFR�LQLFLDO�GR�SDFLHQWH�QR�PRPHQWR�GD�SDUDGD�� ��7HPSR�GHFRUULGR�HQWUH�R�FRODSVR�H�D�SULPHLUD�WHQWDWLYD�GH�GHVILEULODomR��VH�HVWDYD�SUHVHQWH�ULWPR�chocável). Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 16 ��([LVWrQFLD�GH�FLUFXQVWkQFLDV�HVSHFLDLV��S��H[���OHVmR�WUDXPiWLFD��DVPD��JUDYLGH]��LQWR[LFDomR��KLSRWHUPLD��OHVmR�GH�VXEPHUVão, lesão elétrica/relâmpago). ��3UHVHQoD�GH�GRHQoD�FRPyUELGD�� ��5HVSRVWD�GR�SDFLHQWH�jV�PHGLGDV�GH�UHVVXVFLWDomR��LQcluindo parâmetros fisiológicos como capnografia quantitativa com forma de onda, pressão diastólica de relaxamento arterial, monitoração da pressão arterial e saturação venosa central de oxigênio SANAR: 1. Ritmo não passível de choque é detectado na análise do ritmo. 2. Reiniciar a RCP imediatamente durante 2 minutos. 3. Pegar dois acessos venosos periféricos calibrosos ou acesso intraósseo. 4. Iniciar epinefrina o mais precoce possível e repeti-la a cada 3-5 minutos.5. Via aérea avançada + capnografia pode ser considerada, sem atrasar os passos da RCP. 6. Checar cabos, monitor, ganho e derivações e se está tudo correto, sem alterar ou atrasar nada na RCP. Colocar o ganho do aparelho no máximo. Mudar a derivação para nova análise do ritmo. 7. Após 2 minutos de RCP, analisar o ritmo. ��&RQILUPDU�VH�DVVLVWROLD���$(63� ��6H�PDQWLGD��5&3�LPHGLDWDPHQWH�GHSRLV�� 8. Manter epinefrina a cada 3-5 minutos. 9. Analisar o ritmo a cada 2 minutos e seguir ciclo dos tópicos 7-8-9. 10. Em toda a sequência da RCP, pensar nas causas reversíveis e fornecer o tratamento sempre que detectada. ¾ Esforços de Ressuscitação: É importante que os esforços de ressuscitação sejam realizados com o paciente sobre uma superfície firme e com o leito na horizontal. No ambiente extra-hospitalar, o atendimento deve ser iniciado no local em que o paciente foi encontrado, a não ser que a equipe não tenha espaço suficiente para ressuscitar o paciente ou na presença de condições que possam ser perigosas para os profissionais ou para o paciente. No hospital, um membro da equipe deve garantir que seja colocada uma prancha rígida sob o paciente. Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 17 Obs.: Estudos de simulação demonstraram que, mesmo com o uso de uma prancha rígida, a compressão do colchão pode amortecer até 40% da profundidade das compressões medida em pacientes com parada cardíaca intra-hospitalar (PCIH); assim, podem ser necessárias compressões torácicas mais profundas em ambiente de PCIH para compensar o movimento do colchão, caso este não possa ser neutralizado com o uso de uma prancha rígida. A RCP deve ser continuada pelos cuidadores que identificaram a parada do paciente. O líder da equipe atribui as funções a cada membro à medida que estes se reúnem, caso as funções não estejam predefinidas. Várias tarefas são executadas em simultâneo enquanto os membros da equipe convergem e se posicionam em torno do paciente para iniciar ou prosseguir os esforços de ressuscitação. Por exemplo: O carro de parada é posicionado na cabeceira do paciente para facilitar o acesso a desfibrilador, oxigênio, equipamento de aspiração, fármacos e suprimentos, bem como para se conseguir visualizar o monitor de ECG. O paciente é controlado com um monitor cardíaco e outro contínuo de EtCO2 (se disponível), as almofadas combinadas são aplicadas no peito desnudo do paciente, uma fonte de oxigênio é conectada a um dispositivo de máscara com saco (DMS) e o equipamento de aspiração é preparado. Informações pertinentes sobre o paciente devem ser rapidamente obtidas junto do cuidador, tais como idade, peso (o que permite a previsão das doses de fármacos dependentes do peso), tempo estimado da parada, circunstâncias relacionadas com a parada e existência do documento de DNAR. o Comunicação em circuito fechado: É importante que o líder, os membros da equipe e o responsável pelos registros do evento comuniquem-se de forma clara ao longo de todo o esforço de ressuscitação. Como muitas vezes existe um grande número de pessoas presentes durante um código, conversas paralelas entre os membros da equipe que possam distrair os outros devem ser evitadas. Para evitar a sobrecarga de informações e ajudar a garantir que o que é verbalizado pelo líder da equipe é o mesmo que é ouvido pelos membros, o líder deve declarar as suas instruções uma de cada vez, usando termos que são conhecidos e partilhados por todos os membros. Deve-VH�XWLOL]DU�R�QRPH�GRV�PHPEURV�GD�HTXLSH��FDVR�HVWH�VHMD�FRQKHFLGR��3RU�H[HPSOR��³$XEUHH��SRU�IDYRU��FDUUHJXH� R�GHVILEULODGRU�SDUD�����MRXOHV´� Para evitar a necessidade de instruções repetitivas, os membros da equipe devem informar claramente quando os procedimentos e a administração de fármacos estão concluídos. Por exemplo, se um membro foi orientado para obter o acesso IV ou administrar um fármaco, deve responder dizendo algo como: ³(VWDEHOHFLGR�DFHVVR�,9�QD�YHLD�DQWHFXELWDO�HVTXHUGD´� Para os indivíduos que estiverem emitindo e recebendo mensagens, esta prática proporciona uma oportunidade para reconhecer e corrigir possíveis erros, além de ajudar a garantir a acurácia do registro das intervenções realizadas, do momento em que estas são realizadas e da resposta do paciente pelo responsável dos registros do evento. Como uma prática segura inclui a verificação de ordens, é importante que os membros da equipe solicitem esclarecimentos de quaisquer ordens que não sejam claras. Os membros também devem verbalizar qualquer alteração no estado do pulso, no ritmo cardíaco, na oxigenação ou na ventilação do paciente ao líder da equipe. Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 18 Dica: Independentemente das suas funções no esforço de ressuscitação ou de seu nível de certificação ou licenciatura, é importante verbalizar suas preocupações de forma respeitosa e questionar uma intervenção, caso saiba que um erro está sendo cometido ou que está prestes a ocorrer. o Ritmos não chocáveis: Se uma verificação de ritmo revelar ritmo não chocável: 1. Continue a RCP de alta qualidade 2. Estabeleça acesso vascular 3. Administre epinefrina a cada 3 a 5 minutos: 4. Considere a colocação de via aérea avançada sem atrasar a reanimação e o uso de capnografia após intubação Æ Como a hipoxemia é uma possível causa reversível de parada cardíaca, a colocação da via aérea avançada teoricamente é mais importante durante uma parada cardíaca associada a Atividade Elétrica Sem Pulso ou Assistolia do que aquela associada a TVSP/FV e pode ser necessária para atingir a oxigenação ou a ventilação adequada. 5. Reavalie o ritmo cardíaco do paciente após 2 min: - Se estiver presente um ritmo organizado Æ verifique o pulso. - Se estiver presente um pulso Æ inicie os cuidados pós-parada cardíaca. - Se o ritmo não chocável persistir Æ retome a RCP de alta qualidade. Obs.: Lembre-se de alternar os responsáveis pelas compressões torácicas a cada 2 minutos para evitar a fadiga do profissional. 6. Pesquise e trate as causas reversíveis da parada ou os fatores que possam complicar os esforços de ressuscitação durante cada período de 2 minutos de RCP. Obs.: Se AESP estiver presente e se um equipamento de ultrassom e um ultrassonografista qualificado estiverem disponíveis, esta tecnologia pode ser útil na identificação de potenciais causas tratáveis de parada cardíaca (ex.: tamponamento cardíaco e pneumotórax) e na orientação das decisões terapêuticas do paciente. 7. Se não houver resposta às intervenções adequadamente realizadas após um período razoável, considere a cessação dos esforços após consulta dos membros da equipe de ressuscitação. Os exemplos de fatores que são considerados ao decidir terminar os esforços de ressuscitação intra-hospitalares incluem os seguintes: - Tempo decorrido entre o colapso do paciente e a RCP. - Ritmo cardíaco inicial do paciente no momento da parada. - Tempo decorrido entre o colapso e a primeira tentativa de desfibrilação (se estava presente ritmo chocável). Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 19 - Existência de circunstâncias especiais (p. ex., lesão traumática,asma, gravidez, intoxicação, hipotermia, lesão de submersão, lesão elétrica/relâmpago). - Presença de doença comórbida. - Resposta do paciente às medidas de ressuscitação, incluindo parâmetros fisiológicos como capnografia quantitativa com forma de onda, pressão diastólica de relaxamento arterial, monitoração da pressão arterial e saturação venosa central de oxigênio. o Tratamento Específico das causas reversíveis de PCR: Æ Hipovolemia: A hipovolemia é uma casa de PCR muito associada ao trauma. Apesar disso, algumas condições clínicas também podem cursar com perda de volume sanguíneo como rompimento de grandes aneurismas ou hemorragias digestivas. O tratamento consiste em primeiro lugar conter o sangramento, além de reposição volêmica e de hemoderivados. Æ Hipóxia: A hipóxia é causa frequente de PCR, podendo muitas vezes estar associada com outra condição que falaremos mais a frete que é o pneumotórax hipertensivo. Para o tratamento, é necessário estabelecer uma via aérea avançada, investigar de maneira guiada patologias de base e tratar se for necessário, como no caso de uma asma grave ou de uma pneumonia por exemplo. Æ Hipo/Hipercalemia: Comumente a hipercalemia, distúrbios hidroeletrolíticos podem causar PCR, como em grandes queimados, pacientes com diabetes, doença renal crônica ou rabdomiólise. Análise de eletrólitos podem ser feitas com máquinas beira leito. Para hipercalemia, deve-se usar gluconato de cálcio a 10%, de 10 a 20mL IV. O gluconato de cálcio serve como estabilizador de membrana e pode auxiliar no arrefecimento de uma potencial arritmia deflagrada pela hipercalemia. Já na hipocalemia não há evidência para a reposição de potássio, mas especialistas sugerem a reposição de KCl a 19,1%, 2mEq/min durante 10 minutos, dando um total de 8mL, já que 1mL=2,5mEq. Æ H+ (acidose): O tratamento da acidose na PCR é controverso, visto que o bicarbonato tem alto pode deletério. A reposição de bicarbonato é mais indicada em casos de paciente sabidamente com acidose grave ou com valores de pH menores que 6,9 (menores que 7,1 em algumas fontes). Acredita-se que o melhor tratamento para acidose seja a realização de uma RCP de alta qualidade. Æ Hipotermia: Geralmente associado com paciente afogados, visto que a água possui função espoliadora de calor muito maior que a do ar. O tratamento adequado, sobretudo quando associada ao afogamento é com a RCP por meio da circulação extracorpórea. Se não disponível, utilizar de diferentes técnicas para prover aquecimento ao paciente, como cristaloides aquecidos, aquecedores e o que mais estiver disponível. Æ Trombose coronariana (IAM): Causa bastante frequente de PCR. O tratamento intra parada é bastante complexo. Pode-se realizar a intervenção coronariana percutânea (ICP) durante a RCP, utilizando-se de dispositivos mecânicos para realizar a RCP se for o caso. Se não possível realizar durante a RCP, deve ser uma das metas principais nos cuidados pós-parada, visto que esse paciente possui uma grande instabilidade Æ Tromboembolismo pulmonar (TEP): O tromboembolismo pulmonar está associado a PCR principalmente naqueles casos de trombo impactado em trechos mais proximais das artérias pulmonares. O diagnóstico pode ser feito pela alta suspeição clínica, de escores e com o uso de ultrassonografia a beira leito para identificação de sinais como alterações pulmonares e de ventrículo direito. Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 20 O tratamento consiste na trombólise associada com RCP prolongada, visto que pacientes que retornaram com até 90 minutos de RCP associada com a fibrinólise tiveram boa função neurológica (diretriz europeias, ERC). Vale ressaltar que a decisão de fibrinólise deve ser tomada precocemente, quando um bom resultado ainda é possível. Æ Tóxicos (intoxicação exógena): Pouco lembrada, a intoxicação exógena é causa bastante importante de PCR, sobretudo em jovens. Seu tratamento consiste na reversão da intoxicação utilizando antídotos específicos. A emulsão lipídica pode ser utilizada em casos de intoxicações por anestésicos locais, tricíclicos ou de drogas lipossolúveis. O modo de usar é a emulsão lipídica IV a 20%, 1,5mL/Kg em 1 minuto. Pode ser reaplicada mais 2 vezes, não ultrapassando a dose de 12mL/Kg. Para outras drogas é indicado seus antídotos específicos como no caso da naloxona no caso da intoxicação por opioide. Æ Tamponamento cardíaco: O tratamento do tamponamento cardíaco consiste em uma rápida identificação (geralmente com uso de USG) seguido de pericardiocentese que pode reverter imediatamente a PCR. No trauma, a toracotomia de ressuscitação é a escolha. Æ Pneumotórax hipertensivo: Uma vez diagnosticado o pneumotórax hipertensivo, deve se realizar a descompressão (punção de alívio) do tórax. Caso não possua agulha específica para tal, jelco 14 deve ser suficiente para atingir a cavidade torácica. Após a punção, é necessário realizaU�D�GUHQDJHP�GR�WyUD[�HP�VHOR�G¶iJXD� o Transferência do Paciente: A responsabilidade da equipe de ressuscitação pelo paciente continua até que o atendimento seja transferido para uma equipe de cuidados de saúde com competência igual ou superior. Transfira o paciente com oxigênio, monitoração de ECG e equipamento de ressuscitação e certifique-se de que profissionais treinados o acompanham. Quando transferir o atendimento, forneça informação bem-organizada, concisa e completa. Assegure-se de que a família foi atualizada sobre os eventos. o Cuidados pós parada cardíaca: As melhores práticas incluem uma abordagem de equipe multidisciplinar que abarca profissionais de cardiologia, cardiologia intervencionista, eletrofisiologia cardíaca, cuidados intensivos e neurologia. Os componentes da síndrome pós-parada cardíaca são: Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 21 Æ Oxigenação e ventilação: Imediatamente após o RSCE, repita a avaliação primária e em seguida realize um exame físico completo e avalie os sinais vitais. Reavalie a eficácia das manobras e intervenções iniciais das vias aéreas. Aplique oxímetro de pulso e avalie a saturação de oxigênio. Para evitar hipóxia durante o período imediatamente após o RSCE, pode ser usada a maior concentração de oxigênio disponível até que a saturação da oxi-hemoglobina arterial ou a pressão parcial de oxigênio arterial possa ser medida. Quando estiverem disponíveis recursos para dosear a fração de gás inspirado que corresponde ao oxigênio (FiO2) e para monitorar a saturação de oxi-hemoglobina, é razoável diminuir o FiO2 quando a saturação da oxi-hemoglobina for 100%, desde que se possa manter um nível de saturação periférica de oxigênio (SpO2) igual ou superior a 94%. Avalie e monitore a eficácia das ventilações com capnografia. A ventilação mecânica pode ser necessária quando a respiração espontânea está ausente ou é inadequada e para minimizar a lesão pulmonar aguda e a potencial toxicidade do oxigênio. Evite a hiperventilação, que aumenta a pressão intratorácica e pode potencialmente agravar a instabilidade hemodinâmica. As diretrizes de ressuscitação de 2015 afirmam que é razoável manter a pressão parcial de dióxido de carbono (PaCO2) dentro de uma margem fisiológica normal, tendo em conta qualquer correção da temperatura, a menos que existam fatores relativos aos pacientes que exijam tratamento mais individualizado. Se tolerado, eleve a cabeceira do leitoa 30 graus para reduzir a incidência de edema cerebral, aspiração e pneumonia associada ao ventilador. Obtenha uma radiografia de tórax para confirmar a posição da via aérea avançada e identifique potenciais causas respiratórias ou complicações da ressuscitação, tais como pneumotórax, fraturas de costela, fraturas esternais, pneumonite, pneumonia ou edema pulmonar. A administração de fibrinolíticos pode ser considerada para o paciente pós-parada cardíaca com parada resultante de embolia pulmonar conhecida ou presumida. Æ Cuidados Cardiovasculares: A frequência cardíaca e a pressão arterial são extremamente variáveis logo após o RSCE. Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 22 Após o RSCE, todos os pacientes devem receber monitoração contínua do ECG e deve ser obtido um ECG de 12 derivações logo que possível para determinar se uma elevação aguda do segmento ST está presente. A angiografia coronária é razoável em pacientes pós-parada cardíaca, para quem a angiografia coronária está indicada independentemente de o paciente estar em coma ou vigilante. Estabeleça acesso IV com solução salina ou solução de Ringer lactato, caso isso não tenha ainda sido feito. Os fluidos hipotônicos devem ser evitados porque podem aumentar o edema, incluindo edema cerebral. Insira uma sonda nasogástrica e um cateter urinário para monitorar o balanço hídrico. As diretrizes atuais consideram razoável evitar e corrigir imediatamente a hipotensão (i. e., pressão sistólica inferior a 90 mmHg, pressão arterial média inferior a 65 mmHg) durante os cuidados pós-parada cardíaca. A administração de fluidos em bólus IV/IO, cerca de 1 a 2 litros de solução salina normal ou solução de Ringer lactato, pode ser necessária para restaurar o volume intravascular, bem como a administração de fármacos vasoativos pode ser necessária para manter a perfusão se a hipotensão persistir. Æ Cuidados Neurológicos: O controle direcionado de temperatura (CDT), anteriormente conhecido como hipotermia terapêutica, é recomendado para pacientes adultos que não têm uma resposta significativa aos comandos verbais após RSCE Æ Recomenda-se selecionar e manter uma temperatura constante entre 32 °C e 36 °C e é razoável manter o CDT durante pelo menos 24 horas após uma parada cardíaca, depois de alcançar a temperatura-alvo. O resfriamento rotineiro dos pacientes após o RSCE em ambiente pré-hospitalar com infusão rápida de fluidos intravasculares frios não está recomendado. As manifestações clínicas de lesão cerebral pós-parada cardíaca incluem coma, convulsões, mioclonias, graus variados de disfunção neurocognitiva (variando desde déficits de memória até estado vegetativo persistente) e morte cerebral. Como as convulsões após uma parada cardíaca podem ser causadas pela lesão cerebral pós-parada cardíaca, bem como podem agravar essa mesma lesão cerebral, um eletroencefalograma deve ser imediatamente realizado e interpretado e, em seguida, deve ser monitorado com frequência ou de modo contínuo em sobreviventes comatosos de parada cardíaca. Se estiverem presentes convulsões, os mesmos regimes anticonvulsivantes usados no tratamento do estado epiléptico associado a outras etiologias podem ser considerados. A evidência atual NÃO suporta a administração rotineira de fármacos anticonvulsivantes em pacientes sem atividade convulsiva após a parada cardíaca. Equipe de ressuscitação Durante o esforço de ressuscitação, a equipe interdisciplinar trabalha em conjunto para prestar cuidados coordenados ao paciente. O trabalho em equipe ajuda a garantir que as várias necessidades do paciente sejam atendidas ao longo do esforço de ressuscitação. Independentemente do local onde ocorre a parada cardíaca, os principais objetivos da ressuscitação são restaurar a circulação espontânea, recuperação neurológica significativa e preservar a função dos órgãos vitais. O tamanho de uma equipe de ressuscitação, também denominada equipe de código, e as capacidades de cada membro da equipe são variáveis. As tarefas essenciais que devem ser coordenadas durante o esforço de ressuscitação incluem: � compressões torácicas � monitoração do ECG e desfibrilação � manejo das vias aéreas � administração de medicação e acesso vascular � e documentação dos eventos do código O American College of Critical Care Medicine recomenda que a pessoa que dá apoio à família seja um membro reconhecido da equipe de código x No ambiente pré-hospitalar, os técnicos em emergência médica (TEMs) e os paramédicos geralmente trabalham em equipes de dois a quatro. Este número varia dependendo do ambiente em que os TEMs ou paramédicos trabalham. Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 23 x Por exemplo, em uma equipe de bombeiros que atende uma chamada de emergência, pode haver dois TEMs e dois paramédicos no veículo. Embora a equipe possa variar, uma ambulância que chega a um cenário geralmente tem dois TEMs, um TEM e um paramédico, ou um TEM e uma enfermeira registrada. x A tripulação de um helicóptero normalmente é composta por uma enfermeira registrada e um paramédico. No ambiente hospitalar, uma equipe de ressuscitação predefinida deve estar disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana. É essencial que as instituições de saúde tenham políticas e procedimentos estabelecidos para a ativação da equipe de código. Tal como é importante saber previamente como usar um equipamento em caso de emergência, você deve conhecer os procedimentos da instituição para a ativação da equipe. É importante saber, aprender e praticar o procedimento de código da sua instituição e aprender o que é esperado de você como membro da equipe de ressuscitação. A prática frequente (p. ex., mensal), utilizando métodos como os códigos de fantasia baseados em simulações, é necessária para minimizar os erros, manter as capacidades e otimizar o desfecho do paciente. ĺ�2 líder da equipe deve ter capacidade de coordenação da equipe de ressuscitação ĺ�As manobras de ressuscitação requerem trabalho de equipe. &DGD�PHPEUR�ĺ�GHYH�FRQKHFHU�VXDV�UHVSRQVDELOLGDGHV�H�VHU�FDSD]�GH�DQWHFLSDU�DV�LQVWUXo}HV�GR�OtGHU�� j Responsabilidade do líder de equipe Em todos os esforços de ressuscitação deve haver alguém que assuma a responsabilidade pela supervisão das ações da equipe de código. Se mais de uma pessoa tentar tomar decisões acerca do atendimento do paciente, gera-se confusão e é mais provável resultar em caos. o LÍDER DA EQUIPE: ou diretor de código; Indivíduo responsável pelo esforço de ressuscitação. No ambiente hospitalar, o líder da equipe normalmente é um médico com experiência no tratamento de parada cardíaca. Idealmente, o líder da equipe orienta os membros da equipe de código e possui raciocínio rápido e dinâmico, considerando várias questões ao mesmo tempo. Dado que a investigação mostrou que os líderes de equipe que efetivamente executam tarefas em caso de emergência têm menos probabilidade de ser eficientes, o líder da equipe deve ter uma posição mais distanciada para observar e guiar o esforço de ressuscitação. Como líder da equipe, é essencial que suas ações, atitudes, palavras e capacidades sejam profissionais durante todo o esforço de ressuscitação. Durante um código, é necessário um estilo de liderança autocrática modificada que permita os comentários da equipe e a partilha de conhecimento. É melhor falar em tom calmo e confiante com os membros da sua equipe, usando termosque são conhecidos e compartilhados por todos. De modo geral, falar num tom normal e composto tem efeito calmante sobre os presentes. Um bom líder valoriza os membros da sua equipe, promove um ambiente no qual todos se sentem confortáveis para falar e encoraja a troca respeitosa de ideias. Durante o esforço de ressuscitação, o líder da equipe: �� (QFDUUHJD� XP� PHPEUR� D� UHDOL]DU� DV� REVHUYDo}es primária e secundária e comunicá-lo de suas conclusões. ��5HFROKH�XPD�KLVWyULD�FRQFLVD�GR�HYHQWR�H�GR�DWHQGLPHQWR�SUHVWDGR��TXDQGR�DSOLFiYHO��3RU�H[HPSOR��R�SULPHLUR�DWHQGHGRU� transmite as informações aos paramédicos que estão chegando. Os paramédicos retransmitem as informações ao enfermeiro ou médico do departamento de emergência. No hospital, o enfermeiro que estava prestando atendimento retransmite a informação importante ao líder da equipe. ��(QFDUUHJD�D�HTXLSH�GH�UHDOL]DU�FRPSUHVV}HV�WRUiFLFDV�GH�alta qualidade e avalia a qualidade das compressões torácicas, incluindo a posição das mãos, a profundidade das compressões cardíacas, a frequência e a proporção de compressões para ventilações �� 2ULHQWD� D� HTXLSH� SDUD� DGPLQLVWUDU� R[LJHQRWHUDSLD� DGHTXDGD� Do paciente ao longo do esforço de ressuscitação. ��,QVWUXL�D�HTXLSH�HP�UHDOL]DU�GHVILEULODomR��TXDQGR�LQGLFDGD��H�JDUDQWH�TXH�VHMD�UHDOL]DGD�FRP�VHJXUDQoD�H�GH�IRUPD�FRUUHWD� ��,QVWUXL�D�HTXLSH�HP�HVWDEHOHFHU�DFHVVR�YDVFXODU��,9�RX�,2�� ��2UGHQD�D�DGPLQLstração dos fármacos corretos, bem como as doses e a via de administração, para a disritmia. ��&RQVLGHUD�D�FRORFDomR�GH�YLD�DpUHD�DYDQoDGD�� VH�D�GHFLVmR� WRPDGD� IRU�D�LQVHUomR�GH�YLD�DpUHD�DYDQoDGD��QRPHLD�XP� membro qualificado da equipe para inseri-la e instrui a equipe a confirmar o posicionamento adequado do dispositivo. ��&RQVLGHUD�RV�UHVXOWDGRV�ODERUDWRULDLV�EDVDLV�H�RXWURV�GDGRV�UHOHYDQWHV��VH�QHFHVViULR�� ��2UGHQD�D�UHDYDOLDomR�GD�UHVSRVWD�GR�SDFLHQWH�jV�LQWHUYHQo}HV�� ��0RQLWRUD�R�GHVHPSHQKR�GRV�PHmbros da equipe. ��*DUDQWH�D�QRWLILFDomR�GD�IDPtOLD�VREUH�RV�HYHQWRV�GD�UHVVXVFLWDomR�� Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 24 ��5HVROYH�SUREOHPDV��LQFOXLQGR�D�DYDOLDomR�GDV�SRVVtYHLV�FDXVDV�GH�SDUDGD�H�R�UHFRQKHFLPHQWR�GR�PDX�IXQFLRQDPHQWR�GH equipamentos e deslocamento ou mau posicionamento dos tubos ou acessos). �� &RQVLGHUD� SURWRFRORV� HVSHFLDLV� GH� UHVVXVFLWDomR� �S�� H[��� DVPD�� DQDILOD[LD�� JUDYLGH]�� LQJHVWmR� GH� Wy[LFRV�� WUDXPD�� KLSRWHUPLD�DFLGHQWDO��LQFLGHQWH�GH�VXEPHUVmR��FKRTXH�HOpWULFR�RX�UHOkPSDJR���TXDQGR�DSURSULDGR����2ULHQWD�RV�FXLGDGRs pós-parada cardíaca, quando existe RSCE. ��'HFLGH�TXDQGR�LQWHUURPSHU�RV�HVIRUoRV�GH�UHVVXVFLWDomR��FRQVXOWDQGR�RV�PHPEURV�GD�HTXLSH���TXDQGR�QmR�H[LVWH�UHVSRVWD� aos esforços de ressuscitação após um período razoável de tempo. ��3URSRUFLRQD�D�RSRUWXQLGDde para os membros da equipe participarem de uma reunião ou reflexão de equipe sobre os esforços de ressuscitação após o evento. Lembre-se de que, durante uma parada cardíaca, as prioridades são a RCP de alta qualidade e, se estiver presente ritmo chocável, a desfibrilação. A obtenção de acesso vascular, a administração de fármacos e a inserção de via aérea avançada são de importância secundária. ĺ�ULWPR identificado no monitor cardíaco orienta a sequência de procedimentos a serem realizados a seguir. Por exemplo, se o paciente está em parada cardíaca e o monitor cardíaco mostra ausência de atividade elétrica, o ritmo é uma assistolia. Caso o monitor mostre ritmo organizado apesar da ausência de pulso central durante a avaliação do paciente, o ritmo é AESP. A desfibrilação não é indicada na assistolia ou na AESP. Se o monitor mostrar FV ou TVSP, a desfibrilação está indicada. Durante o esforço de ressuscitação, tenha em mente que a alteração do ritmo cardíaco ou do pulso do paciente (i. e., ausência de pulso para presença de pulso) em geral altera a sequência terapêutica recomendada (o algoritmo). Ex: ��VH�D�GHVILEULODomR�GD�7963�)9�UHVXOWDU�HP�ULWPR�RUJDQL]DGR�QR�PRQLWRU��GHYH-se avaliar o pulso ĺ�6H�R�SDFLHQWH�WLYHU�SXOVR��R�DOJRULWPR�DOWHUD��GDGD�D�DOteração de ritmo e a presença de pulso. ĺ�6H�R�ULWPR�RUJDQL]DGR�GR�PRQLWRU�QmR�JHUDU�SXOVR��H[LVWH�$(63�H�R�WUDWDPHQWR�FRQWLQXD�QR�DOJRULWPR�GH�SDUDGD�FDUGtDFD��QR� entanto, a sequência terapêutica é alterada do segmento do algoritmo dedicado aos ritmos chocáveis para o segmento dos ritmos não chocáveis. ĺ�&DVR�R�ULWPR�RUJDQL]DGR�GR�PRQLWRU�JHUH�SXOVR��GHYHP�VHU�LQVWLWXtGDV�PHGLGDV�GH�VXSRUWH�SDUD�D�PDQXWHQomR�GR�ULWPR�GH�SHUIXsão. Esta prática é denominada cuidados pós-ressuscitação ou atendimento pós-parada cardíaca. Avalie os sinais vitais do paciente após o retorno do pulso. ĺ�&DVR�D�GHVILEULODomR�GD�7963�UHVXOWH�HP�)9��RX�YLFH-versa), não há alteração do algoritmo porque a TVSP e a FV são tratadas da mesma maneira. j Responsabilidades dos Membros da Equipe Cada membro da equipe de ressuscitação deve ter funções e responsabilidades claras, conhecer suas limitações, estar bem informado sobre os algoritmos de ressuscitação atuais, ter prática nas capacidades de ressuscitação e estar preparado para questionar outros membros da equipe caso ocorra uma ação que possa ser inadequada. o OS ENFERMEIROS que respondem à parada cardíaca devem estar familiarizados com a organização do carro de código/de parada e a localização de todos os itens ali contidos. o No ambiente préhospitalar, OS PARAMÉDICOS devem estar familiarizados com a localização de todos os fármacos e dos equipamentos de ressuscitação em suas bolsas e veículos de emergência, se aplicável. o O MEMBRO DA EQUIPE RESPONSÁVEL PELA RCP deve ser capaz de realizar RCP corretamente e de administrar compressões torácicas com a frequência, a força e a profundidade adequadas, na localização correta. o O membro da equipe responsável pela monitoração do ECG e pela desfibrilação deve saber: ��2SHUDU�XP�'($�H�XP�GHVILEULODGRU�PDQXDO� �� &RORFDU� DGHTXDGDPHQWH� DV� Sás manuais e as almofadas combinadas do desfibrilador. �� &RQVLGHUDU� DV� SUHFDXo}HV� GH� VHJXUDQoD� QHFHVViULDV� GXUDQWH� D� UHDOL]DomR� GD� WHUDSLD� HOpWULFD�� ��5HVROYHU�SUREOHPDV�UHODFLRQDGRV�FRP�IDOKDV�GR�HTXLSDPHQWR�� o O membro da equipe responsável pelo manejo das vias aéreas deve saber: ��UHDOL]DU a manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo ou de elevação da mandíbula sem a manobra de extensão do pescoço. ��(VWLPDU�FRUUHWDPHQWH�R�WDPDQKR�H�LQVHULU�YLDV�DpUHDV�RUDLV�H�QDVDLV�� Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 25 ��$SOLFDU�FRUUHWDPHQWH�H�HQWHQGHU�DV�LQGLFDo}HV��FRQWUDLQGLFDo}HV��YDQWDJHQV��GHVYDQWDJHQV��FRPSOLFDo}HV��WD[DV�GH�IOX[R� em litros e concentrações de oxigênio dispensado dos dispositivos de administração de oxigênio, incluindo a cânula nasal, a máscara facial simples, a máscara de bolso, a máscara não reinalante e o dispositivo bolsa-válvula-máscara (DBM). ��$VSLUDU�DV� YLDV� DpUHDV� VXSHULRUHV� VHOHFLRQDQGR�R� GLVSRVLWLYR� H� R� FDWHWHU� GH�DVSLUDomR� DGHTXDGRV� XWLOL]DQGR� D� WpFQLFD� correta. ��$V� LQGLFDo}HV��FRQWUDindicações, vantagens, desvantagens, complicações, equipamentos e técnicas de inserção de via aérea avançada, se esta for uma técnica condizente com sua prática profissional. ��&RQILUPDU�D�FRORFDomR�GH�YLD�DpUHD�DYDQoDGD�� ��8VDU�R�FDSQyJUDIR��R�GHWHFWRU�de dióxido de carbono exalado e o detector esofágico. ��)L[DU�DGHTXDGDPHQWH�D�YLD�DpUHD�DYDQoDGD�� o O membro da equipe responsável pelo acesso vascular e administraçãode fármacos deve estar familiarizado com a localização dos fármacos de emergência, fluidos IV e outros suprimentos que possam ser usados durante os esforços de ressuscitação. Este membro da equipe prepara e rotula os fármacos e fluidos IV utilizados durante o código, conforme indicado pelo líder da equipe. Também deve saber: ��4XH�D�IRVVD�DQWHFXELWDO�p�R�ORFDO�GH�HVFROKD�SDUD�SXQomR�GR�DFHVVR�YDVFXODU�HP�FDVR�GH�DXVrQFLD�GH�FDWHWHU�,9�QR�momento da parada cardíaca. ��2�SURFHGLPHQWR�SDUD�D�REWHQomR�GH�DFHVVR�,2�HP�SDFLHQWHV�DGXOWRV�� ��$�LPSRUWkQFLD�GD�DGPLQLVWUDomR�GH�XP�EyOXV�,9�GH����P/�GH�IOXLGR�H�GD�HOHYDomR�EUHYH�GR�PHPEUR�DSyV�D�DGPLQLVWUDomR� de cada fármaco durante a parada cardíaca. ��$V�YLDV�GH�DGPLQLVWUDomR�H�GRVHV�FRUUHWDV�GRV�IiUPDFRV�GH�UHVVXVFLWDomR�SDUD�DGPLQLVWUDomR�,9��,2�H�WUDTXHDO� Durante o colapso circulatório ou parada cardíaca, o local preferido para a punção de um acesso vascular é a veia mais acessível e de maior calibre que não necessite de interrupção dos esforços de ressuscitação. ĺ�(P�FDVR� GH�DXVrQFLD� GH�DFHVVR� ,9� DQWHV�GD� SDUDGD�� REWHQKD�DFHVVR� ,9� HP�XPD�YHLD�SHULIpULFD�² preferencialmente a veia antecubital ou jugular externa. ĺ�'XUDQWH a parada cardíaca, administre os fármacos IV rapidamente por injeção em bólus. ĺ�$SyV�FDGD�IiUPDFR��DGPLQLVWUH����P/�GH�IOXLGR��VROXomR�VDOLQD��HP�EyOXV�,9�H�HOHYH�EUHYHPHQWH�R�PHPEUR�GXUDQWH�H�DSyV�D� administração do fármaco para auxiliar a chegada do(s) fármaco(s) à circulação central ĺ�(P�FDVR�GH�LPSRVVLELOLGDGH�GH�REWHQomR�GR�DFHVVR� ,9�SHULIpULFR�GXUDQWH�D�SDUDGD�FDUGtDFD��FRQVLGHUH�D� LQIXVmR� ,2�DQWHV�GD� obtenção do acesso venoso central. Para aumentar a taxa de fluxo durante uma infusão IO, pode ser necessário o uso de uma bolsa pressurizada ou bomba de infusão. As diretrizes atuais de ressuscitação referem que um profissional devidamente qualificado pode considerar a colocação do acesso venoso central na jugular interna ou subclávia durante a parada cardíaca, a menos que existam contraindicações (Link et al., 2015). j Funções de Apoio Existem muitas funções de apoio em um esforço de ressuscitação. No hospital, um supervisor de enfermagem muitas vezes assume a responsabilidade de entrar em contato com o médico assistente do paciente, limitando o número de pessoas presentes apenas àquelas necessárias (i. e., controle dos espectadores), garantindo que esteja disponível uma cama de cuidados críticos e coordenando a transferência do paciente para a unidade de terapia intensiva (UTI). Outro enfermeiro normalmente assume a responsabilidade de trazer a papeleta do paciente para a beira do leito ou consultar a papeleta eletrônica para a obtenção de informações pertinentes (p. ex., estado do código, alergias, resultados laboratoriais mais recentes) e transmitir essa informação ao líder da equipe. Os funcionários de apoio são necessários para remover o excesso de mobiliário ou equipamentos da sala (p. ex., mesa de cabeceira, cadeira de rodas), para auxiliar o companheiro de quarto do paciente (se aplicável) e para a continuação da prestação de cuidados aos outros pacientes da enfermaria. A assistência pastoral, os assistentes sociais ou outros enfermeiros são necessários para o apoio à família. A utilização de um intérprete da linguagem profissional pode ser necessária para explicar a situação do paciente aos familiares. Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 26 Qualidade da RCP AMERICAN HEART ASSOCIATON Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 27 Fechamento 2 ± 18/02 1) Insuficiência respiratória aguda é uma deficiência de oxigenação, eliminação de dióxido de carbono, ou ambas, potencialmente fatal. Insuficiência respiratória pode ocorrer por deficiência nas trocas gasosas, diminuição da ventilação, ou ambas. As manifestações comuns incluem dispneia, uso de músculos acessórios da respiração, taquipneia, taquicardia, diaforese, cianose, consciência alterada e, se não tratada, eventualmente embotamento, parada cardíaca e morte. O diagnóstico é clínico, suplementado por GSA e radiografia de tórax. O tratamento costuma ser em unidade de terapia intensiva e envolve correção da causa subjacente, suplementação de oxigênio e, se necessário, assistência ventilatória. Insuficiência respiratória é a incapacidade de os pulmões executarem sua função básica: a troca gasosa (captar O2 e eliminar CO2). Vale ressaltar que a captação de O2 e a eliminação de CO2 podem ser comprometidas de forma independente. A definição arbitrária de insuficiência respiratória inclui uma das seguintes condições: (1) PaO2 < 60 mmHg; e/ou (2) PaCO2 > 50 mmHg (exceto para pacientes retentores crônicos de CO2). o Definição A insuficiência respiratória (IR) é a incapacidade do organismo em captar oxigênio e eliminar CO2 de maneira suficiente para suprir a demanda metabólica dele. o Epidemiologia/etiologia É a causa mais frequente de internação hospitalar e óbitos em crianças menores de 1 ano de idade. A mortalidade entre adultos é de cerca de 40%. A IR pode ter origem em alterações pulmonares e de vias aéreas, de sistema nervoso central (SNC), de sistema cardiovascular, nervos periféricos, da parede torácica ou da pleura. o Classificação Tipo 1 ± hipoxêmica A insuficiência respiratória do tipo 1 se caracteriza pela redução da PaO2 abaixo de 60 mmHg, mensurada através da gasometria. A saturação de oxigênio não é utilizada como parâmetro, porque há muitos falso-positivos, como no caso de intoxicação por CO e da presença de metahemoglobina). Como a ventilação está preservada, o CO2 é eliminado normalmente. Assim, a origem deste tipo de IR está no prejuízo da difusão do oxigênio do alvéolo para o sangue, que pode ocorrer na dissociação entre ventilação e perfusão, na quebra da membrana alveolar e na redução na fração inspirada de O2 (FiO2). Ocorre comprometimento da troca gasosa mesmo com volume minuto normal ou até aumentado. A hipoxemia surge por má distribuição da ventilação alveolar ou pela perda total da ventilação de alguns alvéolos, causando má oxigenação do sangue alveolar, que se mistura com sangue proveniente do restante do parênquima pulmonar. Causas 1) Hipoxemia da hipoventilação (descrita acima); 2) Hipoxemia do ar rarefeito: baixa fração inspirada de O2 que pode ocorrer em grandes altitudes ou ambientes contaminados por gases que se misturam com o ar atmosférico (menor concentração de O2 - o ar atmosférico tem 21% de O2, portanto, a FiO2 é 21%, e frações inferiores causam hipoxemia); 3) Distúrbio V/Q (dissociação entre ventilação e perfusão): Ocorre em todas as pneumopatias que afetam a distribuição do ar entre os alvéolos (crise asmática, DPOC, pneumonia, doença pulmonar intersticial, embolia pulmonar congestão, SDRA); A redução da ventilação e manutenção da perfusão, que ocorre, por exemplo, na atelectasia pulmonar gera um shunt, o qual culmina em hipoxemia, já que o sangue que passa pelo capilar não é oxigenado por encontrar os alvéolos fechados. O conteúdo de O2 no sangue é dependente da saturação de hemoglobina, já que a porcentagem de O2 livre no sangue é desprezível, logo, para que haja boa oxigenação tecidual a %SaO2 deve ser > 90% (= PaO2 acima de 60 mmHg). Quando alguns alvéolos recebem pouca ventilação (V) mas continuam bem perfundidos (Q), esse sangue será mal oxigenado e vai se misturar com o sangue bem oxigenadode alvéolos que estão normo ou hiperventilados. No entanto, por mais que haja uma PO2 alveolar mais alta em alguns alvéolos, a saturação não pode aumentar mais do que 100%, então a mistura entre o sangue com %SaO2 → para compensar Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 28 �������VDQJXH�FRP��6D2������OHYD�D�SURGXomR�GH�VDQJXH�KLSR[rPLFR�QDV�YHLDV�SXOPRQDUHV�ĺ�TXDQWR�PDLRU�R�Q��GH�DOYpRORV� mal ventilados e normoperfundidos (baixa relação V/Q), mais grave será a hipoxemia. 4) Shunt arteriovenoso pulmonar: É a passagem de sangue venoso da artéria pulmonar por áreas sem ventilação (V/Q = 0), que chega às veias pulmonares com PvO2 em torno de 40 mmHg e SvO2 em torno de 75% (pressão e saturação venosas de oxigênio) e TXH�VH�PLVWXUD�FRP�VDQJXH�SURYHQLHQWH�GH�iUHDV�FRP�YHQWLODomR�ĺ�VDQJXH�VKXQWDGR��D�KLSR[HPLD�FRPHoD�RFRUUHU�FRP�VKXQW�!���� que significa mais de 5% do sangue passando sem receber O2 dos alvéolos). Ɣ�6KXQW�SDUHQTXLPDWRVR�SXOPRQDU: é a causa mais comum de shunt, causado por preenchimento total de alguns alvéolos por líquido ou pelo colabamento (edema agudo de pulmão e SDRA); Ɣ�6KXQW�YDVFXODU�SXOPRQDU��SURYRFDGR�SRU�SDVVDJHP�GR�VDQJXH�SRU�YDVRV�TXH�FRPXQLFDP�GLUHWDPHQWH�DV�DUWpULDV e veias pulmonar bypassando os alvéolos (síndrome Osler-Weber-Rendu e síndrome hepatopulmonar). Quebra da membrana alvéolo-capilar por: j Edema intersticial (insuficiência cardíaca, edema agudo de pulmão, síndrome da angústia respiratória aguda SARA); j Inflamação intersticial (pneumonia); j Fibrose (fibrose pulmonar idiopática). Redução da FiO2 Ocorre em situações como grandes incêndios, em que o oxigênio é consumido pelas chamas, e em altitudes elevadas, em que o ar é rarefeito. Fisiopatologia: Como há pouca renovação do ar alveolar devido a hipoventilação e consumo contínuo do O2 pelos capilares, isso OHYD�D�Ļ�32��DOYHRODU�H�FRQVHTXHQWHPHQWH�Ļ�3D2��DUWHULDO��KLSR[HPLD�� Tipo 2 ± hipercápnica Este tipo de IR é definido pela presença de PaCO2 > 45 mmHg e acidemia (pH< 7,35). São necessárias as duas alterações, porque se não houver alteração de pH, o paciente pode ser apenas um retentor crônico de CO2. Aqui o gradiente alvéolo-arterial de oxigênio é normal e o principal distúrbio é ventilatório. Assim, a incapacidade do ar em entrar e sair do alvéolo leva ao acúmulo de CO2 no sangue e, consequentemente, à redução do pH. De forma geral, a IR do tipo 2 é secundária à hipoventilação alveolar, que pode ser gerada por: j Redução do drive respiratório Lesão no centro respiratório no bulbo ± TCE ou AVC hemorrágico, gerando herniação. j Obstrução de vias aéreas Queda da base da língua, bronquite, enfisema. j Doenças neuromusculares (tórax e diafragma) Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), miastenia gravis. Para diferenciar os dois tipos é necessário mensurar o gradiente alvéolo-capilar: Pressão alveolar de O2 (PAO2) ± PaO2. Sendo: j < 15 mmHg (normal) ± hipercápnica; j > 15 mmHg (elevada) ± hipoxêmica. Causas Quando se pensa em insuficiência ventilatória aguda, o problema pode estar no drive ventilatório, na origem medular dos nervos frênicos ou intercostais, na própria inervação diafragmática ou intercostal, na musculatura respiratória, na caixa torácica e nas vias aéreas superiores. 1) Perda do drive ventilatório bulbar: hipertensão intracraniana com herniação transtentorial; trauma de tronco encefálico; lesão expansiva cerebelar ou de tronco encefálico; paralisia bulbar progressiva (ELA). poliomielite bulbar; overdose de drogas depressoras do sistema respiratório; 2) Lesão da origem medular do nervo frênico: síndrome de Guillain-Barré; 3) Doença muscular ou da placa motora: miastenia grave; paralisia periódica hipocalêmica ou hipercalêmica; polimiosite; distrofia muscular; 4) Obstrução de vias aéreas superiores: corpo estranho na traqueia; microaspiração (conteúdo gástrico, hemoptise maciça); traqueomalácia ou laringomalácia; edema de glote; tumor de traqueia ou laringe; infecção submandibular ou do espaço retrofaríngeo; difteria; 5) Fadiga muscular respiratória: crise asmática muito grave; DPOC descompensada; pneumonia grave; edema Urgência MEDICINA FEMA Natália T5 29 Fisiopatologia: Durante a hipoventilação, o ar alveolar não é renovado e o CO2 é continuamente trazido pelos capilares, isso leva D� UHWHQomR� GH�&2��� FDXVDQGR� DFLGRVH� UHVSLUDWyULD�� 2� UHVXOWDGR� p� Ĺ� GD� 3&2�� DOYHRODU� H� FRQVHTXHQWHPHQWH� Ĺ� GD� 3&2�� DUWHULDO� (hipercapnia). Quando a hipercapnia se instala lentamente progressiva, os rins retêm HCO3 - para compensar e manter o pH do sangue e dos líquidos normais (esse processo acontece em retentores crônicos de CO2 - DPOC, síndrome de Pickwick). Quando o paciente entra em acidose respiratória aguda, não há tempo de fazer essa retenção de bases (bicarbonato), causando uma Ļ�GR�S+��%(��EDVH�H[FHVV��QRUPDO��+&2��QRUPDO�H�Ĺ�3D&2���(VVH�SDFLHQWH�SRGH�HYROXLU�SDUD�D�VtQGURPH�GD�&DUERQDUFRVH��DFLGRVH� OLTXyULFD�JUDYH��UHGXomR�GR�VHQVyULR��HGHPD�FHUHEUDO�SRU�Ĺ�GD�3IC e instabilidade hemodinâmica) que caso não seja imediatamente resolvida pode levar a óbito. Situações em que o paciente apresenta BE elevado, isso significa que já existe uma acidose crônica, que está descompensada se o pH está diminuído, e uma acidose aguda se o pH e o BE estão diminuídos. o Critérios diagnósticos PaO2 < 60 mmHg e/ou PaCO2 > 50 mmHg (exceto para pacientes retentores crônicos de CO2). o Quadro clínico - Taquipneia, respiração paradoxal e uso de musculatura acessória; - Alterações no nível de consciência; - Cianose, sudorese, taquicardia; - Sibilos (sugere broncoespasmo, exacerbação de DPOC, obstrução por corpo estranho, congestão ou embolia pulmonar); - Estertores crepitantes (sugere preenchimento alveolar - quadro pneumônico ou congestão pulmonar) - Ļ�09�ORFDOL]DGR��GHUUDPHV�SOHXUDLV�RX�SQHXPRWyUD[� 2)