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Modelo MEMORIAIS DE DEFESA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...VARA CRIMINAL 
FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO/SP 
Processo número: 
 
 
 
 
 
 
 RENATO, já qualificado nos autos, vem 
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por sua advogada que esta 
subscreve, no prazo legal, apresentar MEMORIAIS DE DEFESA, nos termos dos 
artigos 403 § 3º, do Código Processo Penal, pelos fatos e fundamentos jurídicos a 
seguir expostos: 
 
I - DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela prática do 
crime de peculato, sendo acusado de utilizar uma viatura da Polícia Federal para levar 
sua amante a um passeio ao litoral paulista na cidade de Peruíbe, a viatura utilizada 
estava com o tanque de combustível pela metade, após o ocorrido o réu retornou ao 
Departamento de Polícia Federal em São Paulo e estacionou a viatura com o tanque 
novamente na reserva. 
II - DO DIREITO 
 I - DAS PRELIMINARES - ARGUIÇÃO DE NULIDADES 
I – CERCEAMENTO DE DEFESA 
A defesa, preliminarmente, vem arguir a 
nulidade ocorrida durante o curso do processo, pois o juiz, diante da notificação de 
RENATO para apresentar sua defesa preliminar, nos exatos termos dos arts. 514 e 
ss.,todos do CPP, pois se trata, no caso, de procedimento especial de funcionário 
público. Portanto, ocorreu cerceamento de defesa (Cf., Súmula 523 do STF), gerando 
nulidade, conforme Súmula n.º 330 do STJ, bem como art. 564, inciso III, alínea “e”, 
“in fine” do CPP, c/c., art. 5.º, inciso LV da CF. Com efeito, deve ser arguida nulidade, 
pois a defesa preliminar é necessária em casos de ausência de inquérito policial. 
II – NULIDADE ABSOLUTA - INVERSÃO DA ORDEM DA INSTRUÇÃO 
O MM. Juízo não observou o devido 
processo legal (vide art. 5º, inciso LIV da CF), conforme art. 400 do CPP, pois o 
interrogatório do acusado deve ser o último ato processual da audiência de instrução, 
em razão de ser autêntico meio de defesa. Portanto, ocorreu nulidade, nos termos do 
art. 564, inciso IV do CPP. Com efeito, deve ser arguida nulidade absoluta. 
III – NULIDADE ABSOLUTA - NÃO OFERECIMENTO DE ANPP 
O MP não ofereceu Acordo de Não 
Persecução Penal, conforme art. 28-A do CPP, de modo que há nulidade. Conforme 
jurisprudência do STJ, por constituir um poder-dever do Parquet, o não oferecimento 
tempestivo do ANPP desacompanhado de motivação idônea constitui nulidade 
absoluta. A ausência de confissão é justificada pela inexistência de Inquérito 
instaurado, de modo que o MP poderia oferecer a proposta em audiência preliminar 
para que o réu, se quisesse, confessasse o fato circunstancialmente. Não há como 
simplesmente considerar ausente o requisito objetivo da confissão sem que, no 
mínimo, o investigado tenha ciência sobre a existência do novo instituto legal (acordo 
de não persecução penal) e possa, uma vez equilibrada a assimetria técnico-
informacional, refletir sobre o custo-benefício da proposta, até porque no caso de 
recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, 
o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 
28 deste Código(art. 28-A §14 do CPP). 
 
 III - NO MÉRITO 
I - ABSOLVIÇÃO POR ATIPICIDADE DO FATO 
 O fato é manifestamente atípico, pois 
no caso ocorreu peculato de uso que não configura crime quando o bem é infungível. 
É pacífico que o mero uso não autorizado de bem infungível, como a viatura de polícia, 
não caracteriza peculato típico, mas apenas ato de improbidade administrativa (vide 
artigo 9.º, inciso IV da Lei n.º 8.429/92). Ademais, é importante salientar que não 
ocorreu peculato do bem fungível, no caso o combustível, pois o acusado abasteceu 
o veículo que já estava com tanque vazio, de modo que não houve lesão ao 
patrimônio público. Consequentemente, é o caso de requerer a absolvição nos exatos 
termos do art. 386, inciso III, do CPP, pois o fato narrado na exordial não constitui 
crime. 
II – SUBSIDIARIAMENTE - DA FIXAÇÃO DA PENA 
I -Do reconhecimento de atenuante genérica 
Em caso de condenação, ad 
argumentandum tantum, deverá pleitear o reconhecimento da atenuante genérica do 
art. 65, inciso III, alínea “d”, do CP, cabendo destacar que a chamada confissão 
qualificada, ou seja, quando, apesar de confessar o fato, o acusado alega a existência 
de causa de exclusão da ilicitude ou da culpabilidade, vem sendo reconhecida pelo 
STJ como suficiente para justificar o seu reconhecimento como atenuante (vide 
Súmula n.º 545 do STJ). 
II– Fixação de regime inicial menos gravoso. 
Em caso de condenação, ad 
argumentandum tantum, deverá pleitear a fixação da pena-base no mínimo legal, haja 
vista que não existem circunstâncias judiciais desfavoráveis, até porque inquéritos 
policiais em curso não podem ser valorados para efeitos de antecedentes criminais, 
conforme Súmula nº 444 do E. STJ e, por consequência, a fixação do regime inicial 
aberto, nos termos do art. 33 §2º, alínea “c” e §3º do CP. 
 
III–Da substituição da pena privativa de liberdade de regime aberto por pena restritiva 
de direitos 
 
 
 
Em caso de condenação, ad 
argumentandum tantum, deverá pleitear a substituição da pena privativa de liberdade 
por restritiva de direitos, nos termos dos arts. 43 e 44, ambos do CP, c/c., art. 5º, 
inciso XLVI da CF. 
 II - DO PEDIDO 
 Ante o exposto requer o denunciado: 
a) Preliminarmente, a declaração da nulidade, nos termos do art. 564, incisos III, “e” e IV, 
do CPP, c/c., súmula 523 do STF. 
b) No mérito, julgamento de IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO PENAL COM A 
CONSEQUENTE ABSOLVIÇÃO do acusado em razão da atipicidade do fato, na 
forma prevista no art. 386, inciso III, do CPP; 
c) Subsidiariamente, aplicação da pena-base no mínimo legal, nos termos do art. 59 
do CP; 
d) Reconhecimento da atenuante do art. 65, inciso III, alínea “d”, do Código Penal; 
e) Aplicação do regime inicial aberto de cumprimento da pena; 
f) Substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. 
 
Termos em que, pede e aguarda deferimento. 
São Paulo 23 de setembro de 2022 
Advogado OAB/... N.º...

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