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Caderno Processo Penal Sentença e Recursos

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cADERNO PROCESSO PENAL 3
Thiago Ferreira
SENTENÇA E COISA JULGADA
Classificações Doutrinárias das Sentenças
a) Sentença suicida: é aquela em que há uma contradição entre a fundamentação e o dispositivo, sendo nula ou podendo ser corrigida por embargos de declaração;
b) Sentença vazia: é aquela passível de anulação por falta de fundamentação;
c) Sentença autofágica: é aquela que reconhece a imputação, mas declara extinta a punibilidade, a exemplo do perdão judicial.
d) Sentença subjetivamente simples: é aquela proferida por juiz singular;
e) Sentença subjetivamente plúrima: é aquela proferida por órgão colegiado homogêneo, como os Tribunais de Justiça;
f) Sentença subjetivamente complexa: é aquela proferida por órgão colegiado heterogêneo, como o Tribunal do Júri. 
Das Decisões Interlocutórias no Processo Penal
Conceito: são as que decidem questões no curso do processo, sem, contudo, julgar o mérito da causa.
Classificação:
a) Interlocutória Simples: dirimem questões relativas ao desenvolvimento ou regularidade do processo, mas incapazes de encerrar o feito ou qualquer fase procedimental. Ex: recebimento da denúncia ou queixa, concessão de liberdade provisória ou decreto prisional, quebra do sigilo telefônico ou fiscal, determinação de busca e apreensão, instauração do incidente de sanidade mental, entre outros...
b) Interlocutória Mista: são as que implicam o encerramento do processo sem julgamento de mérito, ou as que põe fim a uma fase ou etapa processual. São também conhecidas como decisões com força de definitivas. Dividem-se em: 
· 1) Interlocutória Mista Terminativa: São as que põe fim ao procedimento. Ex. Rejeição da denúncia, Impronúncia, Exceção de Litispendência e Coisa Julgada.
 
· 2) Interlocutória Mista Não Terminativa: São as que põe fim a uma etapa do rito. Ex. Pronúncia, Desclassificação própria na 1ª fase do júri.
Das Decisões Definitivas ou Sentenças no Processo Penal
Conceito: são as que julgam o mérito da causa, colocando fim ao processo. 
Classificação:
a) Sentenças Absolutórias: julgam improcedente a pretensão punitiva estatal. São chamadas de próprias, quando não geram nenhuma consequência para o réu no processo; e impróprias, quando em razão da inimputabilidade do réu, impõem uma constrição à sua liberdade através da Medida de Segurança.
b) Sentenças Condenatórias: julgam procedente a pretensão punitiva estatal, impondo ao agente uma determinada sanção penal.
c) Decisões Terminativas de Mérito: julgam o mérito no sentido lato, ou seja, decidindo acerca da pretensão punitiva Estatal, mas sem avaliar a procedência ou improcedência da imputação.
SENTENÇA PENAL ABSOLUTÓRIA
Fundamentos da absolvição
A sentença absolutória é aquela que julga improcedente a acusação por qualquer das razões mencionadas no art. 386 do CPP, quais sejam:
· Estar provada a inexistência do fato: nesta situação, o juiz criminal constata a partir da prova coligida ao processo que o fato imputado na denúncia ou queixa evidentemente não ocorreu. Esta modalidade de absolvição, consoante a regra do art. 935 do Código Civil, faz coisa julgada no cível, afastando a possibilidade de ingresso posterior de ação de reparação dos danos supostamente causados com a infração penal.
· Não haver prova da existência do fato: trata-se da hipótese em que não foi comprovada a materialidade ou a existência do fato imputado.
· Não constituir o fato infração penal: trata-se do reconhecimento da atipicidade da infração descrita na inicial. Em princípio, também nesta espécie de absolvição criminal não haverá qualquer efeito civil sobre a obrigação de indenizar, que poderá ser normalmente discutida no juízo cível por meio da ação própria.
· Estar provado que o réu não concorreu para a infração penal: trata-se de motivo de absolvição incorporado pela Lei 11.690, de 9 de junho de 2008, ao modificar a redação do art. 386 do CPP. 
· Não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal: a hipótese diverge daquela em que a absolvição fundamenta-se na circunstância de “estar comprovado que o réu não concorreu para a infração penal”, que tem previsão específica no art. 386, IV, do CPP.
· Existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1.º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre a sua existência
· Não existir prova suficiente para a condenação: motivo residual, aplicável quando a prova dos autos revelar-se frágil, impondo-se a absolvição em razão do princípio in dubio pro reo. 
Efeitos da sentença Absolutória:
Como efeito principal da sentença absolutória própria (absolvição sem imposição de medida de segurança) está a liberdade do réu, não importando, para tanto, fatores outros como seus antecedentes, a circunstância de ter ou não transitado em julgado a decisão absolutória e a natureza do crime pelo qual processado. Assim, caso esteja preso, deverá ser imediatamente posto em liberdade, não ficando suspenso este efeito pela superveniência de recurso da acusação. Neste sentido, dispõe o art. 386, parágrafo único, I, do CPP, que na sentença absolutória o juiz “mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade”. E, igualmente, o art. 596 do mesmo diploma ao estabelecer que “a apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja posto imediatamente em liberdade”.
E quando se tratar de sentença absolutória imprópria? Entende-se por absolvição imprópria aquela que, reconhecendo a inimputabilidade do acusado em virtude de doença mental ao tempo do fato, impõe a ele medida de segurança (art. 26, caput, do CP, e art. 386, VI, 2.ª parte e parágrafo único, III, do CPP). Nesta hipótese, duas situações poderão ocorrer:
a) O indivíduo, apesar de inimputável ao tempo do fato, respondeu ao processo em liberdade. Absolvido o réu com a imposição de medida de segurança, deverá continuar em liberdade, salvo se a sua internação em estabelecimento psiquiátrico se mostrar necessária antes mesmo do trânsito em julgado da sentença.
b) O indivíduo, no curso do processo, foi internado em estabelecimento psiquiátrico, encontrando-se nesta condição no momento da sentença. Nesta hipótese, se já estava internado antes, em tese, assim deverá continuar, até que transite em julgado a absolvição imprópria e possa ser executada a medida de segurança. Evidentemente, constatando o magistrado a superveniente cessação dos motivos que justificaram a segregação incidental, deverá autorizar sua desinternação, a fim de que aguarde solto o trânsito em julgado da decisão.
Efeitos Secundários:
Trata-se de outros efeitos que podem ser produzidos pela sentença absolutória em relação a hipóteses específicas, como, por exemplo:
a) Levantamento do sequestro incidente sobre bens do acusado supostamente adquiridos com o produto da infração penal (art. 131, III, do CPP);
b) Cancelamento da hipoteca legal e do arresto determinados sobre o patrimônio lícito do acusado (art. 141 do CPP);
c) Restituição integral da fiança (art. 337 do CPP);
d) Impedimento da propositura de ação civil de indenização quando fundada a absolvição em excludentes de ilicitude (art. 65 do CPP) ou no entendimento do juiz de que comprovada a inexistência do fato, ou de que o réu não concorreu para a infração penal (art. 935 do CC).
Sentença Penal Condenatória
Conceito: A sentença penal condenatória é aquela que reconhece a responsabilidade criminal do acusado em decorrência de infração a uma norma penal incriminadora, imputando-lhe, em consequência, uma pena. Exige, deste modo, comprovação plena acerca da autoria e da materialidade do delito imputado, não bastando um mero juízo de possibilidade ou probabilidade.
Efeitos:
É efeito principal ou primário da sentença condenatória transitada em julgado a aplicação da sanção penal estabelecida nessa decisão, o que abrange a fixação da pena (privativa de liberdade, restritiva de direito e multa) e a imposição de medida de segurança ao acusado que, ao tempo do fato, era semi-imputável nos termos dos arts. 26, parágrafo único e 98, ambos do CP (lembre-se que a medidade segurança, embora não tenha natureza de pena, possui caráter sancionatório).
Requisitos das Sentenças no Processo Penal:
a) RELATÓRIO OU EXPOSIÇÃO: ART. 381, I e II CPP e ART. 81 §3 LEI 9099/95. 
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença.
   § 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do Juiz.
Art. 381.  A sentença conterá:
I - Os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las;
II - A exposição sucinta da acusação e da defesa;
b) MOTIVAÇÃO OU FUNDAMENTAÇÃO: ART. 381, III CPP, ART. 157 CPP e ART. 93, IX CF 
Art. 157.  São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. 
 Art. 381.  A sentença conterá:
III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
c) CONCLUSÃO OU DISPOSITIVO: ART. 381, IV e V CPP. 
Art. 381.  A sentença conterá:
IV - a indicação dos artigos de lei aplicados;
V - o dispositivo;
d) PARTE AUTENTICATIVA: ART. 381, VI CPP. 
Art. 381.  A sentença conterá:
VI - a data e a assinatura do juiz.
Princípio da Correlação e da Consubstanciação:
A correlação implica na exigência de que o fato imputado ao réu, na peça inicial acusatória, guarde perfeita correspondência com o fato reconhecido pelo juiz, na sentença, sob pena de grave violação ao devido processo legal. 
O magistrado está adstrito aos exatos termos do que fora narrado na peça inicial da ação penal, não podendo decidir fora, além ou aquém dos seus limites, sob pena de decisões, respectivamente, extra, ultra ou citra/infra petita (Ne eat judex ultra petita partium), as quais estão eivadas de nulidade absoluta.
A consubstanciação é a exigência de que o réu se defenda dos fatos narrados contra si na peça acusatória, e não da capitulação apontada (narra mihi factum dabo tibi jus – narra-me o fato e te darei o direito). Decorre também do chamado princípio da livre dicção do direito (jura novit curia), ou seja, o juiz conhece o direito, portanto, basta que ele conheça os fatos que saberá aplicar o direito.
Em decorrência dos princípios da correlação e consubstanciação, que se referem à eventual nova capitulação do fato e desclassificação da infração penal, dispõe o CPP nos arts. 383 (emendatio libelli) e 384 ( mutatio libelli). 
Emendatio Libelli – É a correção na classificação do delito em relação à narrativa dos fatos apresentada na peça acusatória, sendo feita de ofício pelo juiz, em regra, no momento da sentença, independente de poder ser aplicada ao réu uma pena mais ou menos grave.
Art. 383.  O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.         
§ 1o  Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei.          
§ 2o  Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão encaminhados os autos.
Como o réu se defende dos fatos narrados na denúncia e não da capitulação feita pela acusação (narra mihi factum dabo tibi jus), subentende-se que a defesa do réu não foi surpresada no processo, não importando, portanto, em cerceamento de defesa.
Ex.: se a narrativa da acusação (causa de pedir) descreve uma subtração com emprego de violência, porém, capitula o delito como furto, na sentença o juiz poderá corrigir a classificação do crime, capitulando como roubo, uma vez que a defesa do réu teve a oportunidade de manifestar-se tanto contra a subtração como quanto o emprego de violência ou grave ameaça.
Mutatio Libelli: é a mudança na classificação do delito em decorrência do surgimento de provas sobre elementos (objetivos ou subjetivos) ou circunstâncias (causas de diminuição ou aumento de pena ou qualificadoras) do fato que não haviam sido mencionadas na denúncia, devendo o MP aditar a peça acusatória.
Diferente do que ocorre com a emendatio libelli, na mutatio libelli a capitulação do delito na peça acusatória corresponde exatamente à narrativa dos fatos. Porém, com o desenrolar da instrução criminal, surge o conhecimento de novas provas sobre o fato que refletem na capitulação do delito e, via de consequência, na defesa até então articulada pelo réu.
Como o réu se defende dos fatos narrados na denúncia e não da capitulação (narra mihi factum dabo tibi jus), a acusação DEVERÁ aditar a denúncia, a fim de que a defesa do réu não seja surpresada no processo, sob pena, portanto, de cerceamento de defesa e consequente nulidade absoluta da sentença (decisão ultra, extra ou citra petita). 
“Art. 384.  Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente.
§ 1o  Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código.
§ 2o  Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento.
§ 3o  Aplicam-se as disposições dos §§ 1º e 2º do art. 383 ao caput deste artigo.
§ 4o  Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento.
§ 5o  Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá.”
Ex.1: se a narrativa da acusação (causa de pedir) descreve uma subtração e classifica o delito no art. 155 do CP, não há nenhum defeito na peça acusatória. Porém, com o desenrolar da instrução criminal, a vítima e as testemunhas em seus depoimentos afirmam que o réu fez uso de uma faca para constranger as vítima. Nesse caso, o conhecimento superveniente das elementares “violência ou grave ameaça” surgido apenas nesse momento, obrigam a acusação a proceder o aditamento da peça acusatória para incluir essas elementares, alterando a classificação jurídica do fato.
Ex2.: “A” é denunciado pelo crime de homicídio culposo previsto do art. 302, do CTB, porque conduzia seu veículo em velocidade muita acima da permitida no local e não conseguiu frear o veículo a tempo de evitar o atropelamento da vítima (culpa por imprudência). Entretanto, no transcorrer da instrução criminal, as testemunhas ressaltam que não podem afirmar que veículo vinha em alta velocidade, mas podem afirmar que a pista estava molhada e o veículo não conseguiu frear a tempo porque todos os pneus estavam “carecas” (negligência). Nesse caso, há uma alteração no elemento subjetivo culpa (de imprudência para negligência), o que igualmente obriga a acusação a proceder o aditamento da peça acusatória para alterar a modalidade de culpa 
IMPORTANTE:
Não se pode confundir “novas provas” acerca de elementares ou circunstâncias do fato, com “fato novo” surgido na instrução criminal.
Com efeito, no aditamento decorrenteda mutatio libelli, o “fato da vida” é o mesmo (imutável), havendo, entretanto, novas evidências sobre esse fato narrado na peça acusatória. “Fato novo”, por outro lado, é o conhecimento de outro crime conexo ao narrado na peça acusatória. Este último pode resultar tanto em aditamento objetivo da peça acusatória, como em uma denúncia em separado pelo MP. 
Independência do juiz na sentença:
Nos termos do art. 385 do CPP, nos crimes de ação penal pública, ainda que o MP opine pela absolvição do réu, o juiz tem liberdade e independência para discordar e condenar, assim como pode reconhecer circunstâncias agravantes não descritas na peça acusatória.
Essa possibilidade de condenação vem sendo justificada com base no princípio da indisponibilidade da ação penal, prevista no artigo 42 do CPP, grande parte da doutrina e vários operadores do direito já não o aplicam mais, reconhecendo sua inconstitucionalidade por violação ao sistema acusatório. 
Obviamente não se aplica às ações de iniciativa privada, uma vez que para estas vige o princípio da disponibilidade da ação, logo, em caso de pedido de absolvição, o juiz deverá decretar a extinção da punibilidade por força da perempção da ação (art. 60, III, in fine, do CPP).
Sentença Absolutória
Previsão legal e motivação:
Art. 386.  O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
I - estar provada a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato infração penal;
IV –  estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal, ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;
VII – não existir prova suficiente para a condenação. 
Efeitos – art. 386, P. único do CPP:
-Decretação da liberdade do réu se estiver preso;
-Aplicação de Medida de Segurança, se for o caso;
-Cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas;
-Levantamento do Sequestro (arts.131,III,e141doCPP);
-Cancelamento da Hipoteca(art.141CPP);
-Restituição da Fiança(art.337CPP);
-Vedação da arguição da exceção da verdade (art.138,§3ºCPe523CPP)
Obs.: A sentença Absolutória faz coisa julgada formal e material.
Absolvição sumária no CPP:
Art. 397.  Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
IV - extinta a punibilidade do agente.”
Art. 415.  O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando:
I – provada a inexistência do fato;
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;
III – o fato não constituir infração penal;
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime.
Sentença Condenatória
Previsão Legal e Requisitos: 
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: 
I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no Código Penal, e cuja existência reconhecer; 
II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; 
III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões; 
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; 
§ 1º. O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta. 
§ 2º. O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade.”
Requisitos formais do dispositivo da sentença condenatória:
· 1º passo => Julgar procedente a pretensão acusatória explicitando o enquadramento jurídico da conduta do réu;
· 2º passo => Dosimetria da pena, aplicando ao condenado a quantidade de pena necessária e suficiente à reprovação e prevenção do crime;
· 3º passo => Aplicar o regime inicial de cumprimento da pena, observando a regra do art. 33, §§ 2º e 3º, do CP;
· 4º passo => Substituir a pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito, se cabível de acordo com a regra do art. 44 do CP;
· 5º passo => Se não cabível a substituição da pena privativa, verificar se cabível a aplicação do sursis, na forma do art. 77 e seguintes do CP;
· 6º passo => Fixar o valor mínimo da reparação do dano sofrido pela vítima (se houver vítima específica), nos termos do art. 387, IV, CPP; 
· 7º passo => Decretar o perdimento, em favor da União, ressalvado o direito do lesado e do terceiro de boa fé, dos instrumentos, produtos ou proveito do crime, na forma do art. 91, II e §1º, e art. 91-A, do CP;
· 8º passo => Decretar a perda do cargo, função pública ou mandato eletivo (nas hipóteses previstas no art. 92, I, alíneas “a” e “b”, do CP); a perda do poder familiar, tutela ou curatela (nas hipóteses do art. 92, II, do CP); inabilitação para dirigir veículo (na hipótese do art. 92, III, do CP);
· 9º passo => Condenar o réu nas custas do processo;
· 10 º passo => Fundamentar quanto a necessidade de manutenção ou decretação da prisão cautelar do réu;
· 11º passo => P. R. I.
Efeitos da condenação:
· Preclusão dos vícios da peça acusatória; 
· Interrupção do prazo prescricional (2º marco interruptivo - art. 117, IV CP) 
· Certeza da obrigação de reparar o dano ( art. 91, I CP); 
· Perda em favor da União dos instrumentos, produto e proveito do crime (art. 91, II CP);
· Reincidência (art. 63 CP); 
· Possibilidade de revogação do Sursis Penal ( art. 81 CP); 
· Revogação do Livramento Condicional (art. 86 CP); 
· Perda de cargo, função pública e mandato eletivo (art. 92, I CP); 
· A incapacidade para o exercício do pátrio poder (poder familiar), tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado (art. 92, II CP); 
· A inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso (art. 92, III CP); 
· Suspensão dos direitos políticos (art. 15, III CF); 
· Perda da Nacionalidade brasileira (art. 75, da Lei 13.445/17 e Impedimento à naturalização arts. 67 e 69, da Lei 13.445/17); 
· Outros efeitos penais e extrapenais espalhados pela legislação extravagante.
Publicação e Intimação da Sentença
Publicação: ato de tornar público um documento, que no caso das sentenças se dá quando entregues ao Escrivão Judiciário que lavrará nos autos o respectivo termo, nos moldes do art. 389, 1ª parte, do CPP;
Assim, Nos termos do CPP, até que haja a publicação não está tecnicamente formalizada a sentença. Portanto, é indiferente a data aposta no documento pelo juiz, tampouco a data da intimação das partes.
De ver-se, entretanto, que nos processo eletrônicos, A publicação ocorre com o lançamento da sentença no sistema, o que é feito pelo próprio magistrado. Não há, portanto, participação do escrivão judiciário nesse processo.
Por outro lado, se a sentença for proferida em audiência, a publicação e a intimação das partes coincidem no tempo, iniciando-se em regra a contagem do prazo recursal.
Uma vez publicada a sentença, torna-se imutável o provimento judicial, só podendo ser alterado mediante provação das partes (recurso de embargos declaratórios), ou de ofício, se for para mera correção de erro material. 
Importante: Nas sessões de julgamentos nos Tribunais, ainda que concluída a votação e anunciado o resultado, o acórdão ainda será lavrado e só então será publicado no DJ. 
Intimação: ato de dar ciência às partes sobre a prática deum ato processual realizado, possibilitando-lhes o exercício de uma faculdade. A intimação da Sentença Criminal se dá: 
Ao Ministério Público e a Defensoria Pública: intimação pessoal mediante entrega dos autos com vista; (Lei n.º 8.625/83, art. 41, IV, LC 80/1994, art. 44, I , 89, I e 128, I, da Lei 1.060/50, art. 5º, §5º e art. 370 § 4º CPP)
Ao Advogado constituído do Réu, do Querelante ou do Assistente de Acusação: pela imprensa oficial; (art. 370 § 1º CPP) 
Ao Réu: ver as regras do artigo 392 CPP, observada, porém, a dupla intimação (réu E advogado) em caso de sentença condenatória;
Atenção: 
1) A dupla intimação (réu E advogado) não se aplica aos acórdãos condenatórios nos Tribunais;
2) SÚMULA 710 STF: No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem.
3) No processo penal os prazos são contados em dias corridos (art. 798 do CPP) e não em dias úteis, mesmo nos Recursos Especiais e Extraordinários.
Coisa Julgada
Conceito: É a qualidade que reveste a sentença tornando-a indiscutível e, por isso, imutável. Fundada na segurança jurídica, “sendo justa ou injusta a sentença, a coisa julgada deve ser respeitada como depositária da verdade” (Mirabete). “Res judicata facit de albo nigrum et de quadrato rotundum” 
Classificação: 
· Coisa Julgada Formal: é a imutabilidade da decisão/sentença no próprio processo pela preclusão das vias impugnativas. 
· Ex.: qualidade das decisões interlocutórias mistas terminativas ao passarem em julgado. 
· Coisa Julgada Material: é a imutabilidade dos efeitos da sentença definitivas ou de mérito, pois definem a relação jurídica material, projetando seus efeitos para fora do processo, ensejando, pois, a exceção da coisa julgada. A coisa julgada formal é pressuposto da coisa julgada material. 
· Ex.: qualidade das sentenças absolutórias e condenatórias passadas em julgado. 
LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA: 
· Limites que dizem respeito a quais partes (capítulos) da sentença ficam acobertados pela imutabilidade/indiscutibilidade, se submetendo dessa forma ao princípio “ne bis in idem”, ou seja, vedando que alguém seja processado duas vezes pelo mesmo fato.
· Nos termos do art. 110, §2º CPP, pode-se afirmar que o “fato principal” (aquele que não mais poderá ser alvo de discussão) é todo fato naturalístico, a realidade histórica independente de qualificação jurídica.
· Problemas: concurso formal, crime continuado, crime permanente, crime habitual, incidentes na execução e condenação ou absolvição fundadas em documento falso.
LIMITES SUBJETIVOS DA COISA JULGADA: 
· Limites que dizem respeito a quem serão as pessoas atingidas pela imutabilidade dos efeitos da sentença; 
· A sentença enquanto ato estatal faz efeito erga omnes, portanto imperativa. Mas a autoridade da coisa julgada, seus efeitos e sua imutabilidade, só atingem quem foi parte no processo (inter partes), em decorrência do princípio do contraditório;
· Problemas: litisconsórcio passivo unitário - art. 580 CPP, coautor ou partícipe que não foi parte no primeiro processo e efeitos civis da condenação penal ao responsável civil pelo acusado
RECURSOS NO PROCESSO PENAL
Teoria Geral dos Recursos e Recursos em Espécie
Conceito de Recurso: Instrumento processual voluntário de impugnação de decisão judicial com previsão em lei federal.
Meios de Impugnação no Processo Penal
Os recursos – são utilizados numa mesma relação jurídico-processual, antes do transito em julgado da decisão impugnada;
Ex.: 
· RESE (art. 581, CPP), 
· Apelação (art. 593, CPP), 
· Embargos de Declaração (art. 382 e 619, CPP); 
· Embargos Infringentes ou de Nulidade (art. 609, P. único, CPP), 
· Recurso Extraordinário (art. 102, III, CR), 
· Recurso Especial (art. 105, III, CR), etc.
As ações autônomas de impugnação – dão origem a uma nova relação jurídico-processual, tem natureza de ação;
Ex.: 
· Habeas Corpus (art. 647, CPP);
· Mandado de Segurança (Lei 12.016/09);
· Revisão Criminal (art. 621, CPP)
Recursos e sua definição doutrinária:
“É o remédio voluntário idôneo a ensejar dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração da decisão impugnada” (José Carlos Barbosa Moreira)
Características: Voluntariedade; Impedem a Coisa Julgada; Prolongam (desdobram) a relação processual.
Classificação dos recursos quanto ao conteúdo:
Total ou pleno: quando se questiona toda a decisão. O órgão ad quem reexaminará toda a decisão.
Parcial ou restrito: quando se questiona apenas parte da decisão. Será reexaminada pelo tribunal apenas a parte impugnada.
Classificação quanto às fontes informativas:
Constitucionais: previstos pela Constituição Federal com a finalidade de levar aos tribunais superiores o conhecimento ou a defesa dos direitos fundamentais do indivíduo.
Legais: previstos no Código de Processo Penal e nas leis processuais especiais.
Regimentais: instituídos nos regimentos dos tribunais.
Princípios (características) que regem os Recursos:
- Duplo Grau de Jurisdição;
- Taxatividade ou Legalidade;
- Unirrecorribilidade;
- Fungibilidade; (579CPP)
- Voluntariedade
- Complementariedade;
- Conversão;
- Reformatio in mellius;
- Proibição da “reformatio in pejus direta e/ou indireta” 
Pressupostos Recursais: Pressupostos recursais são os requisitos de admissibilidade que o recurso deve possuir. (Juízo de Prelibação)
Pressupostos objetivos:
e1) Cabimento, autorização ou previsão legal;
e2) Regularidade formal (578CPP)
e3) Tempestividade
e4) Ausência de fatos impeditivos ou extintivos do direito de recorrer
e5) Preparo (ao querelante nas ações penais privadas).
Pressupostos subjetivos:
e5) legitimidade; (577CPP)
e6) Interesse;
Objetivos:
· Cabimento: É necessário que o recurso seja previsto na lei processual;
· Adequação: É fundamental o emprego do recurso correto;
· Tempestividade: O recurso tem que ser interposto pelo prazo previsto no CPP;
É preciso que o recurso seja cabível para atacar a decisão em relação à qual tenha sido interposto. O cabimento envolve a conjugação de duas condições: a recorribilidade e a adequação.
A recorribilidade significa que a decisão impugnada deve estar sujeita a recursos.
A adequação, por sua vez, traduz-se como a necessidade de que o recorrente utilize a via impugnativa correta para atacar a decisão, entre as previstas em lei.
ROBERTO AVENA
Subjetivos:
· Interesse: Descontentamento da parte ante a decisão proferida. Deve demonstrar sucumbência;
· Legitimidade: Só pode ser interposto por quem tem capacidade para propô-lo 
Efeitos dos Recursos (genéricos):
· Impedir a formação da coisa julgada;
· Efeito devolutivo;
· Efeito suspensivo;
· Efeito regressivo;
· Efeito extensivo; (580CPP)
O efeito devolutivo é regra geral, permitindo que o tribunal superior reveja integralmente a matéria controversa, sobre a qual houve o inconformismo. Naturalmente, cabe à instância superior avaliar, ainda, matéria que lhe permite conhecimento de ofício, sem a impugnação expressa de qualquer das partes (ex.: nulidade absoluta, mormente quando há prejuízo para o réu).
O efeito suspensivo é excepcional, impedindo que a decisão produza consequências desde logo. Há situação a comportar imediata eficácia, como a sentença absolutória, provocando a imediata soltura do réu; outras, no entanto, submetem-se à eficácia contida, como a sentença condenatória, impondo pena privativa de liberdade, que não se executa, senão após o trânsito em julgado (existem hipóteses, também, excepcionais de recolhimento provisório ao cárcere, embora sejam frutos de medidas cautelares e não da sentença propriamente dita).
Aliás, como bem lembram ADA, MAGALHÃES e SCARANCE, não é o recurso que possui efeito suspensivo, pois a decisão sujeita a recurso não tem eficácia, até que a instância superior se manifeste. Ele é o instrumento para prorrogar a condição de ineficácia da decisão (Recursos no processo penal, p. 51).
Pode-se mencionar, ainda, o efeito regressivo, que significa devolver ao mesmo órgão prolator da decisão a possibilidade de seureexame, o que acontece com os embargos declaratórios e outros recursos, como o recurso em sentido estrito e o agravo em execução.
GUILHERME DE SOUZA NUCCI
gG
Recurso em sentido estrito (RESE)É o recurso cabível para impugnar as decisões interlocutórias do magistrado, expressamente previstas em lei. Embora essa seja a regra, o Código de Processo Penal terminou por criar exceções. Exemplos: a) decisão que concede ou nega habeas corpus, considerando-se este uma autêntica ação constitucional; b) decisão que julga extinta a punibilidade do agente, pertinente ao mérito, uma vez que afasta o direito de punir do Estado e faz terminar o processo.
GUILHERME DE SOUZA NUCCI
Recurso exclusivo da acusação. 
Quando o legislador prevê recurso em sentido estrito “RESE” secundu eventum lides 
Quando há previsão de RESE para ambas as situações o nome será RESE pro et contra 
Da decisão que recebe denúncia, não cabe recurso devendo a irresignação ser sanada via habeas corpus
Súmula 707/STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo."
Cabimento: 
1º) Muito embora o art. 581, do CPP faça menção a “decisão, despacho ou sentença”, o Rese é, a rigor, a medida judicial adequada para a impugnação de “decisões interlocutórias” ou “decisões terminativas de mérito”, jamais despachos, uma vez que estes são irrecorríveis;
2º) Há previsão legal também do Rese na legislação penal especial, v.g., art. 294, do CTB; art. 2º, III, do Dec.-Lei 201/67 (Crimes de Responsabilidade de Prefeitos); art. 516, do CPPM; *art. 7º, Parágrafo único, da Lei 1.508/51(Contravenções do jogo do bicho e corrida de cavalo)
3º) O rol de hipóteses de cabimento do recurso em sentido estrito é taxativo, numerus clausus;
4º) A natureza taxativa dos casos de utilização do recurso não afasta, todavia, a possibilidade de interpretação extensiva das hipóteses de cabimento (art. 3º do CPP).
Ex.: Decisão que não recebe aditamento da denúncia; Decisão que indefere requerimento de Prisão Temporária; Decisão que indefere medida cautelar em geral; Decisão que ordena a suspensão do processo na forma do art. 366, do CPP.
5º) É incabível o RESE no JECRIM, por ausência de previsão legal (vide Enunciado Criminal n.º 48 do FONAJE)
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
II - que concluir pela incompetência do juízo;
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
IV – que pronunciar o réu;
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei. 
Do art.581:
· Inciso 3: secundu eventum lides 
· Inciso 4: pro et contra. A decisão q impronuncia o réu cabe apelação 
· Inciso 5: pro et contra 
· Hipóteses de quebra de fiança 581-II está no art341 
· Inciso 8: secundu eventum lides 
· Inciso10: pro et contra 
· Inciso 11: TEM Q SER RESE a suspensão condicional da pena é de responsabilidade de magistrado processante, não do juiz da execução penal 
· Inciso 12: não é RESE, é agravo de execução (197-lei de execuções) 
· Inciso 13: secundu enentum lides 
· Inciso 14: pro et contra 
· Inciso 15: só existe deserção na ação penal privada, quando não for deferido a AJG. Secundu eventum lides 
· Inciso16: decisão de ofício. Pro et contra 
· Inciso 17: AGRAVO EM EXECUÇÃO 
· Inciso 18: pro et contra 
· Inciso 19: AGRAVO EM EXECUÇÃO 
· inciso 20: AGRAVO EM EXECUÇÃO 
· Inciso 21: AGRAVO EM EXECUÇÃO 
· Inciso 22: AGRAVO EM EXECUÇÃO 
· Inciso 23: AGRAVO EM EXECUÇÃO 
· Inciso 24: AGRAVO EM EXECUÇÃO
Artigo Importante: acordo de não persecução penal.
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: 
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime;
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito;
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada.
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; 
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; 
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo;
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. 
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade.
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor.
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal. 
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia.§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento.
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia.
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. 
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo.
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a extinção de punibilidade. 
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código.
Agravo em execução penal Previsto no art. 197 da Lei 7.210/1984 (Lei de Execução Penal – LEP), o agravo é o recurso cabível contra qualquer decisão do juiz da Vara de Execuções Criminais, por exemplo, saída temporária, progressão e regressão de regime, livramento condicional, unificação de penas, sursis, incidentes da medida de segurança, conversões, homologação de faltas graves, trabalho externo etc.
Não há previsão de prazo, forma ou rito na LEP para esta modalidade recursal. Apesar disso, é consolidado o entendimento de que segue as mesmas normas que regem o recurso em sentido estrito, no que forem aplicáveis. Tal entendimento consolidou-se com a edição da Súmula 700 do STF, dispondo que “é de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do juiz da execução penal”
NOBERTO AVENA
Cabimento: Agravo na Execução Penal
Com o advento da Lei de Execuções Penais (Lei 7.210/84), as decisões preferidas em sede de execução penal passou a ser tratado pelo Agravo em Execução: “ Art. 197 LEP. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.”
Assim, não mais estão sujeitas ao recurso em sentido estrito:
1) que conceder, negar ou revogar livramento condicional (art. 581, XII, do CPP); 
2) que decidir sobre a unificação de penas (art. 581, XVII, do CPP); 
3) que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado (art. 581, XIX, do CPP); 
4) que impuser medida de segurança por transgressão de outra (art. 581, XX, do CPP); 
5) que mantiver ou substituir a medida de segurança (art. 581, XXI, do CPP); 
6) que revogar a medida de segurança (art. 581, XXII, do CPP); 
7) que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação (art. 581, XXIII, do CPP); 
8) que converter a multa em detenção ou em prisão simples (art. 581, XXIV, do CPP).
Prazo:
O prazo de recurso no Processo Penal é conhecido como dúplice ou bipartido, pois existe o momento para interposição, que no recurso em sentido estrito é de 5 (cinco) dias, e uma vez interposto o recurso, se admitido, o juiz determinará a intimação do recorrente para apresentar razões em 2 (dois) dias. Uma vez apresentadas as razões, o juiz intimará a parte contrária (recorrida), para apresentar as contrarrazões, também em 2 (dois) dias.
Atenção: 
1º) o ato que inclui ou exclui jurado na lista geral caberá RESE no prazo de 20 dias (art. 586, parágrafo único, do CPP), direcionado ao Presidente do TJ ou TRF.
2º) Será de 15 dias, todavia, o prazo para o ofendido não habilitado como assistente recorrer supletivamente da decisão que declara extinta a punibilidade (art. 584, § 1º, do CPP), a contar do término do prazo para o Ministério Público (art. 598, parágrafo único, do CPP).
Procedimento:
1º) A interposição do recurso pode dar -se por petição ou por termo nos autos e pode processar -se de duas formas: mediante formação de instrumento ou nos próprios autos.
2º) O procedimento do Rese possui o efeito iterativo ou regressivo, o que significa que o órgão monocrático poderá exercer o juízo de retratação. Então, na verdade, uma vez interposto o Rese, o juiz, após apresentadas as razões e contrarrazões, vai receber os autos conclusos para examinar a possibilidade de retratar-se da decisão, devendo fazê-lo dentro de 2 dias.
3º) Na hipótese de manutenção da decisão, o recurso será remetido ao tribunal competente para julgamento. 
Efeitos:
1º) Efeito Regressivo, obriga o juiz que prolatou a decisão recorrida a reapreciar a questão, mantendo ou reformando aquilo que deliberou (art. 589, caput, do CPP). 
2º) Efeito Devolutivo, com a transferência à superior instância da prerrogativa de conhecer da decisão impugnada.
3º) Efeito Suspensivo, por exceção somente nas hipóteses taxativamente elencadas na lei (art. 584, caput, do CPP), o que acarretará a suspensão dos efeitos da decisão impugnada.
Apelação
Conceito: Trata-se de meio ordinário de impugnação de sentenças de condenação ou absolvição e, ainda, de decisões definitivas ou com força de definitivas, possibilitando nova apreciação da causa pelo órgão jurisdicional de segundo grau, devolvendo-lhe a análise das questões fáticas e jurídicas relacionadas ao alegado defeito da decisão (error in judicando ou error in procedendo).
Características: residual x preferível; plena x parcial; principal x supletiva;
Princípios:
· Reformatio in mellius; “tantum devolutum quantum appellatum”
· Proibição da reformatio in pejus;
· Proibição da reformatio in pejus indireta; 
Cabimento da Apelação (CPP):
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular; 
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior; 
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. 
Prazo e Procedimento (CPP):
· O prazo para a interposição da apelação é de 5 dias (art. 593, caput, do CPP), contados da intimação acerca do teor da sentença.
· A apelação pode ser interposta por petição, elaborada por advogado ou defensor, ou por termo nos autos.
· O réu pode apelar por termo nos autos. 
· O procedimento recursal para Apelação possui uma duplicidade de prazo, há o prazo de interposição (5 dias) e um prazo diferenciado para a apresentação das razões recursais (8 dias ou 3 dias para as contravenções). 
· O prazo para as razões recursais é impróprio.
· Apresentadas as razões, o juiz intimará o recorrido para a apresentação de suas contrarrazões e determinará remessa ao tribunal competente.
· Em regra, a apelação sobe ao tribunal nos próprios autos, mas se processará em traslado se houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ou não tiverem todos apelado (art. 601, § 1º, do CPP).
Efeitos:
1º) Efeito Devolutivo, com a transferência à superior instância da prerrogativa de conhecer da decisão impugnada.
2º) Efeito Suspensivo, o recebimento da apelação gera efeito suspensivo (art. 597 do CPP), com as seguintes exceções:
a) a apelação interposta contra a sentença absolutória própria não impedirá que o réu, se preso, seja posto imediatamente em liberdade (art. 596, caput, c/c art. 386, Parágrafo único, do CPP); no caso da sentença absolutória imprópria, entretanto, a medida cautelar de internação pode subsistir, se reconhecida a periculosidade do agente; 
b) em relação à sentença condenatória, o recurso exclusivo do acusado que esteja preso ocasiona o abrandamento do efeito suspensivo, pois “admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória” (Súmula n. 716, do STF).
3º)Efeito Extensivo: art. 580 CPP
 Art. 580.  No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.
Apelação no Juizado Especial
Cabimento (Lei 9099/95):
Nos processos de apuração de infração de menor potencialidade ofensiva que tramitem pelo Juizado Especial Criminal, é cabível a apelação nas seguintes hipóteses:
· contra a decisão que homologa ou deixa de homologar a transação penal (art. 76, § 5º, da Lei 9.099/95);
· contra a decisão que rejeita a denúncia ou a queixa (art. 82, caput, da Lei n. 9.099/95);
· contra a sentença definitiva de condenação ou absolvição (art. 82, caput, da Lei n. 9.099/95).
Prazo e Procedimento (Lei 9099/95):
· O prazo para apelar, em qualquer dessas hipóteses é de 10 dias. 
· No rito sumaríssimo, a apelação deve ser interposta por petição, além do que, deve vir acompanhada das razões.
· O recorrido terá 10 dias para apresentar contrarrazões ao recurso (art. 82, § 2º, do CPP).
· A apelação poderá ser julgada por Turma Recursal composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado (art. 82, caput, da Lei n. 9.099/95).
O procedimento do RESE e da Apelação nos tribunais
1) recebidos pelo tribunal ad quem os autos irão imediatamente com vista ao procurador de justiça ou ao procurador regional da República, que se manifestará no prazo de 5 dias (art. 610 CPP) ou10 dias (art. 613, II CPP);
2) em seguida, o feito irá ao relator sorteado, que elaborará relatório em 5 dias ou 10 dias, passando, após, ao revisor, para exame em igual prazo;
3) o revisor (somente no rito ordinário), pedirá designação de dia para o julgamento;
4) anunciado o julgamento pelo presidente, e apregoadas as partes, com a presença destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição do feito;
5) em seguida, o presidente concederá, pelo prazo de 10 minutos (art. 610 CPP) ou 15 minutos (art. 613, III CPP), a palavra, para fins de sustentação oral, aos advogados ou às partes que a solicitarem e ao procurador de justiça, quando o requerer;
6) terminados os debates, o relator proferirá seu voto, seguindo-se o do revisor e o dos demais integrantes do órgão julgador. A decisão do órgão de segunda instância será tomada por maioria de votos (art. 615, caput, do CPP). 
7) no julgamento das apelações poderá o tribunal, câmara ou turma proceder a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar outras diligências (art. 616 do CPP). 
8) lavrado o acórdão, será conferido na primeira sessão seguinte à do julgamento, ou no prazo de duas sessões (art. 615, § 2º, do CPP).
Embargos no Processo Penal
Embargos Infringentes e Embargos de Nulidade nos TJs ou TRFs.
Os embargos infringentes e os de nulidade são recursos oponíveis contra a decisão não unânime de órgão de segunda instância, nos julgamentos de RESE (leia-se AGRAVO EM EXECUÇÃO) e APELAÇÃO, desde que desfavorável ao réu. (2 x 1)
Art. 609 CPP. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária.   
Parágrafo único.  Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência
Embargos infringentes são aqueles destinados a discutir matéria relativa ao mérito;
Embargos de nulidade são aqueles destinados a discutir matéria processual;
Procedimento:
1. Petição e razões dirigidas ao relator do acórdão embargado 
2. Conclusos ao relator para juízo de admissibilidade com efeito suspensivo
3. Distribuição a novo relator e novo revisor, que não tenham tomado parte na decisão embargada 
4. Vistas ao MP de segunda instância
5. Conclusos ao relator, que apresentará relatório
6. Vistas ao revisor
7. Julgamento com o novo relator e o revisor, bem como os integrantes do órgão fracionário que haviam tomado parte no julgamento anterior, os quais poderão manter ou modificar seus votos (efeito regressivo).
Atenção: 
1) A matéria a ser discutida em sede de embargos estará restrita ao limite da divergência existente na decisão embargada;
2) Muito embora o CPP silencie a respeito do cabimento de Embargos Infringentes nos Recursos Excepcionais, há previsão destes no STF quando houver decisão não unânime em julgamento de Turma ou de Plenário da Corte (art. 333, do RISTF);
3) Seu cabimento, entretanto, em matéria penal, é restrito à defesa do réu e adstrito às Ações Penais Originárias, às ações de Revisão Criminal e ao Recurso Ordinário Constitucional (ROC);
4) Nas decisões não unânimes do Plenário do STF, há ainda, como requisito de admissibilidade, a exigência de ao menos 04 (quatro) votos divergentes. 
Embargos de declaração
Cabimento: Os embargos declaratórios são cabíveis quando o acórdão ou a sentença de primeiro grau (art. 382 do CPP, art. 619 do CPP e art. 83 da Lei n. 9.099/95) encerrarem:
Ambiguidade: quando parte da decisão permite duas ou mais interpretações inconciliáveis;
Obscuridade: falta de clareza da decisão, que se torna, no todo ou em parte, ininteligível;
Contradição: quando alguma das proposições da decisão não se concilia com outra;
Omissão: caracteriza -se pelo silêncio da decisão acerca de matéria que deveria apreciar.
Prazo: No CPP os embargos serão opostos no prazo de 2 dias, contados da intimação, e serão endereçados ao juiz (na hipótese de sentença) ou ao relator (na hipótese de acórdão). No JECRIM o prazo para oposição dos embargos declaratórios é de 5 dias.
Procedimento:
1) A petição deve ser endereçado ao juiz ou ao relator, indicando fundamentada mente, os pontos em que a decisão necessita de complemento ou esclarecimento; 
2) Se intempestivos os embargos ou se não preencherem os requisitos legais, serão indeferidos de plano;
3) Recebidos em primeiro grau o juiz sempre decidirá de plano; 
4) Recebidos em segundo grau o relator os submeterá à apreciação do órgão que proferiu a decisão, independentemente de manifestação da parte contrária; 
5) Providos os embargos, o tribunal ou o juiz esclarecerá ou completará a decisão embargada.
Efeito: A oposição dos embargos acarreta a interrupção do prazo para outros recursos, tanto para embargante quanto para embargado.
Atenção: Embargos de declaração não conhecidos por incabíveis ou porque interpostos fora do prazo legal não suspendem nem interrompem o prazo para a interposição de outro recurso.
Embargos de divergência
Cabimento: em matéria Penal, são recursos oponíveis contra as decisões de Turmas do STJ e STF quando, no julgamento de recursos especiais e extraordinários, divergirem de julgado de outra Turma do mesmo Tribunal (ou seja, divergência entre a 5ª e a 6ª Turma do STJ, ou entre a 1ª e a 2ª Turma do STF), da 3ª Seção do STJ (união da 5ª e 6ª Turmas do STJ) ou do Plenário do STF, na interpretação do direito federal (constitucional ou infraconstitucional).
Prazo: 15 (quinze) dias, perante a Secretaria, e juntados aos autos, independentemente de despacho. Em Igual prazo o relator abrirá vista ao recorrido para contrarrazões (art. 1.043, do CPC c/c art. 266, do RISTJ e art. 330, do RISTF);
Recurso Ordinário Constitucional (ROC)
Conceito: Trata-se de recurso com previsão constitucional e de instância ordinária, ou seja, com efeito devolutivo amplo (tantum devolutum quantum appellatum), portanto, submetendo o reexame tanto da matéria fática como da matéria de direito pela instância superior.
Cabimento: Cabimento – art. 102, II, alíneas “a” e “b” (ao STF); art. 105, II, alíneas “a” e “b” (ao STJ), da CR.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus , o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunçãodecididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão
No âmbito do STF – art. 102, II, alíneas “a” e “b”, CR
1ª Hipótese – Decisões proferidas em ÚNICA INSTÂNCIA pelo Tribunais Superiores (STJ, TSE, STM e TST) em Habeas Corpus ou Mandados de Segurança, quando DENEGATÓRIAS as ordens.
Assim, o Tribunal Superior tem que ter atuado como órgão de competência originária ao julgar o HC ou o MS, e não como órgão recursal;
Além disso, as decisões CONCESSIVAS são IRRECORRÍVEIS através do ROC, mas podem ser impugnadas, dependendo do caso, pelo recurso extraordinário.
2ª Hipótese – Decisões relativas aos crimes políticos (Lei n.º 7.170/93 – LSN).
A competência para julgamento dos crimes políticos é da Justiça Federal (art. 109, IV, da CR). Logo, como o art. 102, II, “b” atribui competência ao STF para julgar o ROC afeto a esses crimes, não fazendo qualquer referência a decisões de única ou última instância, a única conclusão plausível é de que, nesses casos, o STF funciona como órgão de instância ordinária do 2º grau da jurisdição. 
Assim, o ROC sobe direto do juízo monocrático federal (1º grau) para o STF, não passando pelo TRF.
Esse entendimento foi reafirmado pelo STF no julgamento do ROC 1473-SP/2017.
Importante:
A competência do STF como órgão de 2º grau da jurisdição no julgamento do ROC em matéria de crimes políticos, não afeta a competência originária da justiça federal.
Assim, se o autor do crime político não goza de prerrogativa de foro, a competência é do juiz federal monocrático e o ROC segue ao STF; se o autor do crime político goza de prerrogativa de foro, a competência é do respectivo Tribunal (ex: prefeito municipal no TRF) e o ROC segue ao STF. 
E assim por diante...
No âmbito do STJ – art. 105, II, alíneas “a” e “b”, CR
1ª Hipótese – Decisões proferidas em ÚNICA OU ÚLTIMA INSTÂNCIA pelos TJs, TRFs e TJDFT em Habeas Corpus quando DENEGATÓRIA a ordem.
Assim, se o juiz (monocrático) é o coator, o HC será impetrado perante o TJ ou TRF. Uma vez denegada a ordem (decisão de única instância), será facultada a interposição do ROC para o STJ.
Por outro lado, se o delegado de polícia é o coator, o HC será impetrado perante o juiz (monocrático). Uma vez denegada a ordem, será facultada a interposição do RESE (art. 581, X, CPP) ao TJ ou TRF. Negado provimento ao RESE (decisão de última instância), será facultada a interposição do ROC ao STJ.
2ª Hipótese - Decisões proferidas em ÚNICA INSTÂNCIA pelos TJs, TRFs e TJDFT em Mandado de Segurança, quando DENEGATÓRIA a segurança.
Assim, se a ilegalidade ou abuso de poder for atribuída ao juiz, a parte ingressa com MS no TJ ou TRF. 
Uma vez denegada a ordem (decisão de única instância), será facultada a interposição do ROC para o STJ.
Por outro lado, se a ilegalidade ou abuso de poder for atribuída ao delegado de polícia, o MS será impetrado perante o juiz (monocrático). Uma vez concedida ou denegada a ordem, será facultada a interposição de Apelação (art. 14, Lei 12.016/2009) ao TJ ou TRF. Negado provimento a Apelação (decisão de última instância), NÃO CABERÁ A INTERPOSIÇÃO DO ROC ao STJ, mas eventualmente RESP ou RE.
Importante:
Os Habeas Corpus e os Mandados de Segurança no âmbito dos Juizados Especiais Criminais obedecem as mesmas regras dispostas ao ROC endereçado ao STJ, haja vista que a redação do art. 105, II, “a”, da CR, restringe o cabimento do ROC às decisões denegatórias proferidas por Tribunais, e as Turmas Recursais do JECRIM não se equivalem a Tribunais.
Assim, se o juiz do JECRIM é apontado como autoridade coatora, o HC deverá ser impetrado nas Turmas Recursais, competentes para julgar os atos dos juízes do JECRIM.
Se a Turma Recursal, nega a ordem de HC, considerando que não há recurso dessa decisão ao TJ, novo HC deverá ser impetrado no TJ, apontando agora a Turma Recursal como órgão coator. Daí em diante, segue o mesmo caminho do ROC.
Processamento e prazo do ROC:
Para o STF: será interposto perante o Tribunal Superior (STJ, STM, TST ou TSE), por petição dirigida ao Presidente do Tribunal recorrido, acompanhada das razões endereçadas às Turmas do STF. 
Diversos do que ocorre com o ROC para o STJ, quando destinado ao STF, não há prazo regulamentado em lei para a interposição quando referente ao HC, daí, aplica-se a previsão da súmula 319 do STF, ou seja, 05 dias; quando referente ao MS, o prazo é de 15 dias (art. 1.003, §5º, CPC).
Para os crimes políticos, será interposto por petição perante o juízo monocrático, acompanhada das razões endereçadas às Turmas do STF. Nesse caso, prazo é de 03 dias, nos termos do art. 307, do RISTF c/c arts. 563, “a”, e 565, ambos do CPPM. 
Para o STJ: Será interposto perante os TJs, TRFs ou TJDFT, por petição dirigida ao Vice-Presidente do Tribunal recorrido, acompanhada das razões endereçadas às Turmas do STJ. 
O prazo é de 05 dias quando referente ao HC (art. 30, Lei 8.038/90); quando referente ao MS, o prazo é de 15 dias (art. 33, Lei 8.038/90 c/c art. 1.003 §5º, CPC).
Após o regular processamento do recurso, será o ouvido o MP e feito o juízo de admissibilidade pela Vice-Presidência do Tribunal a quo.
No STJ, após distribuído a uma das Turmas Julgadoras (5ª ou 6ª Turma), abre-se vista ao MP que atua no STJ para parecer em 02 dias (em caso de HC) ou 05 dias (em caso de MS).
Recurso Especial e Recurso Extraordinário no Processo Penal
O recurso extraordinário (art. 102, III, da CF) destina-se à impugnação de decisão de única ou última instância que importe em violação da Constituição Federal, ressalvando-se que não é possível sua interposição contra acórdão que defere medida liminar (Súmula 735 do STF). Nesse caso, pode-se afirmar que o seu objetivo primordial é garantir o prevalecimento da ordem constitucional vigente, evitando-se que subsistam decisões atentatórias aos direitos e garantias consagrados na Lei Maior.
Já o recurso especial (art. 105, III, da CF) tem por objetivo submeter ao Superior Tribunal de Justiça decisões dos Tribunais dos Estados e dos Tribunais Regionais Federais, que tenham violado a lei federal ou que lhe tenham dado interpretação diversa da que foi dada por outro tribunal. Visa esse recurso, em última análise, uniformizar a interpretação da lei federal no território nacional.
Tanto o recurso extraordinário quanto o recurso especial destinam-se a decisões de única ou última instância.

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