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Resposta - Atividade 2- apelação e razões recursais

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA... 
PULAR 5 LINHAS 
 
Processo n. ... 
Erivaldo, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com procuração anexa, vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a decisão de fls., interpor o 
presente RECURSO DE APELAÇÃO, com base no art. 593, inciso I, do Código de Processo Penal. 
Assim, requer que seja recebido e processado o recurso, já com as razões anexas, remetendo-se 
os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de... 
Termos em que 
Pede deferimento. 
Local..., data... 
Advogado.../ OAB... 
RAZÕES DE RECURSAIS: 
Apelante: Erivaldo 
Apelado: Ministério Público 
Processo n° ... 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE... 
COLENDA CÂMARA, 
Doutor Procurador de Justiça. 
Erivaldo, por seu advogado ao final assinado, vem apresentar as competentes. 
Pular 2 linhas 
RAZÕES RECURSAIS 
Pular 2 linhas 
 
 
I – DOS FATOS 
A presente ação trata de Erivaldo, ora apelante, que se viu processado pelo crime previsto no art.157, 
§2º, incisos II e VII e §3º, inciso II c/c., artigos 29 e 70, do Código Penal. Segundo a denúncia, no dia 
dos fatos a Polícia, após ser informada por Marina que acabará de sofrer um assalto por dois rapazes 
usando boné na cor vermelha, ambos vestindo blusa preta, indicando, ainda, o fenótipo dos 
roubadores. A polícia localizou os dois rapazes, de nomes, Marcos e Erivaldo manuseando um 
aparelho celular da mesma marca do aparelho da vítima e apresentando, aparentemente, as 
mesmas características físicas indicadas por Marina. A polícia prendeu os suspeitos e procedeu com 
à busca pessoal. Nenhum dos bens de Marina foi encontrado em poder dos dois, também não foi 
encontrada a arma que supostamente foi utilizada para intimidar as vítimas. 
Durante a instrução, Erivaldo não fora intimado para a audiência, de modo que não compareceu. Ao 
final o apelante foi condenado à pena de 33 anos de reclusão a ser cumprida em regime inicial 
fechado. 
 
II – DO DIREITO 
A) DAS PRELIMINARES - ARGUIÇÃO DE NULIDADES 
I - Cerceamento de defesa 
Visto que ocorreu a violação ao Direito de Presença aos Atos Processuais do Apelante, conforme o 
art. 5°, LV, da CF c/c, a Súmula 523 do STF) e o Pacto de São José da Costa Rica (art. 8.º, 2, “d”, 
“e” e “f”). O interrogatório é meio de defesa, de modo que é direito do acusado estar presente a todos 
os atos processuais, sob pena de nulidade, em razão da falta de intimação para comparecimento ao 
ato processual. Ademais, o indeferimento da juntada de documento é ilícito, haja vista o disposto no 
art. 231 do CPP, de modo que os documentos, no procedimento comum, podem ser juntados a 
qualquer tempo. Portanto, nulidade absoluta, nos termos do art. 564, inciso IV do CPP. 
II - Nulidade – Inversão da ordem da instrução 
O MM. Juízo não observou o devido processo legal (vide art. 5º, inciso LIV da CF), conforme art. 400 
do CPP, pois o interrogatório do acusado deve ser o último ato processual da audiência de instrução, 
em razão de ser autêntico meio de defesa. Portanto, ocorreu nulidade, nos termos do art. 564, inciso 
IV do CPP. 
B) DO MÉRITO - ABSOLVIÇÃO POR AUSÊNCIA DE PROVAS 
Absolvição por insuficiência de provas para a condenação –Princípio do In Dubio pro Reo-(art. 
386,incisoVII, do CPP), como corolário da presunção de inocência previsto no artigo 5º, inciso LVII 
da CF. No mais, o conhecido princípio da dúvidas e faz presente como principal fundamentação da 
peça, pois não fica demonstrada a autoria do delito e para haver condenação é necessária a certeza 
da autoria, haja vista que o agente não estava na posse do celular da vítima, e uma cédula de 
dinheiro é um bem comum, não indicando a realização do roubo. Ademais, a vítima não conseguiu 
efetivamente reconhecer os acusados. Nesse sentido, ninguém pode ser condenado com base em 
meras conjecturas ou probabilidades. Assim, apesar de o acusado ter sido preso logo após o crime, 
os bens subtraídos não foram encontrados com ele. Não bastasse, a vítima não o reconheceu 
efetivamente como sendo o autor do roubo, de modo que, neste caso, não existindo prova suficiente 
para a condenação, devem ser absolvidos pelo princípio do in dubio pro reo. 
 
C) SUBSIDIARIAMENTE – AFASTAMENTO DO LATROCÍNIO 
I – Afastamento das majorantes 
Subsidiariamente, retirada das causas de aumento do uso de emprego de arma branca e do 
concurso de duas ou mais pessoas por ausência de demonstração da utilização da arma e dos 
requisitos para configuração do concurso de pessoas. 
Ad argumentandum tantum, não deve incidir a majorante do art. 157 §2º, inciso VII do CP, pois a 
grave ameaça foi supostamente realizada apenas com mera simulação de arma, e, conforme pacífico 
entendimento jurisprudencial e doutrinário quando o agente por meio de gesto simula arma de fogo 
isso não autoriza a majoração da pena, mas apenas o reconhecimento da forma simples de roubo. 
A majoração só deve existir se há maior potencialidade lesiva da conduta, que só existe quando a 
arma é verdadeira, seja ela branca ou de fogo. Nesse sentido, a Súmula 174 do STJ foi devidamente 
cancelada. 
Ademais, a suposta arma branca não foi apreendida, pois sequer encontrada com os agentes, de 
modo que não foi submetida a exame pericial (vide artigos 158, c/c., 175, ambos do CPP). Ademais, 
nenhuma testemunha presenciou o fato, de modo que não é possível a aplicação do art. 167 do CPP. 
É imperioso ressaltar que a majorante só foi incluída pela Lei n.º 13.964/19, entrando em vigor depois 
da prática da conduta, pois a legislação anterior só punia o emprego de arma de fogo, conforme 
alteração inicial da Lei n.º 13.654 de 23 de abril de 2018, de modo que essa “novatio legis in pejus” 
não pode retroagir para alcançar fatos do passado, conforme artigo 5º, inciso XL da CF. 
Outrossim, caso Vossa Excelência entenda manter a forma qualificada do roubo (latrocínio), é 
importante mencionar que isso tem o condão de afastar a possibilidade de aplicação das causas de 
aumento de pena do §2º do art. 157 do CP, haja vista que as penas das formas qualificadas do §3º 
já são muito maiores, e a posição dos parágrafos impede o reconhecimento das majorantes no 
latrocínio. 
II – Da fixação da pena-base 
Caso Vossas Excelências entendam por manter a condenação pelo crime imputado, é fundamental 
retificar a pena-base, pois no caso, não há circunstâncias judiciais do art. 59 do CP a serem 
consideradas, pois aumento da pena-base em virtude das circunstâncias judiciais desfavoráveis (art. 
59 CP) depende de fundamentação concreta e específica que extrapole os elementos inerentes ao 
tipo penal. E, no caso, a mera alegação da gravidade do latrocínio não pode prosperar, haja vista 
que isso já foi considerado pelo legislador no preceito secundário do art. 157 §3º do CP, de modo 
que não há como se afastar do mínimo legal, neste caso. 
III – Fixação de regime inicial menos gravoso 
Ad argumentandum tantum, em caso de condenação apenas por roubo simples, ou roubo simples 
em concurso com homicídio culposo, pelas razões jurídicas apresentadas, deverá pleitear e fixação 
da pena-base no mínimo legal, haja vista que não existem circunstâncias judiciais desfavoráveis, 
bem como a fixação do regime inicial menos gravoso, em razão da pena mínima do roubo, e da 
ausência de circunstâncias que aumentem a reprimenda penal, com fulcro no artigo 33 §§2º, alíneas 
“b” e “c” e 3º, do CP, OU no caso de manutenção das majorantes, a fixação do regime inicial 
semiaberto nos termos do artigo 33 §2º, alínea “b” do CP, bem como da Súmula n.º 440 do STJ. 
III – DO PEDIDO 
Ante o exposto, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência requerer que seja REFORMADA 
A DECISÃO DE 1º GRAU, com o consequente 
PROVIMENTO do presente recurso, para o fim... 
a) requerer o conhecimento do recurso, bem como seu provimento, para: 
b) preliminarmente, a declaração das nulidades,nos termos do art. 564, inciso IV, do CPP, c/c., 
súmula 523 do STF. 
c) no mérito, julgamento de IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO PENAL COM A CONSEQUENTE 
ABSOLVIÇÃO do acusado em razão de não existir provas da autoria do fato, na forma prevista no 
art. 386, inciso V e/ou VII, do CPP; 
d) subsidiariamente, o afastamento da forma qualificada do roubo (latrocínio), e a desclassificação 
para roubo simples; 
e) subsidiariamente, o afastamento das majorantes referentes ao emprego de arma branca e 
concurso de pessoas; 
f) subsidiariamente, ainda, aplicação da pena-base no mínimo legal, nos termos do art. 59 do CP; 
g) subsidiariamente, aplicação do regime inicial menos gravoso, em caso de desclassificação do 
latrocínio para roubo simples. 
Local..., 18 de outubro de 2022. 
Advogado. OAB n. ...

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