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DIREITO - PENAL_Resumo_Memoriais

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Prévia do material em texto

1 
 
MEMORIAIS 
 
 
As alegações finais são oferecidas, em regra, oralmente, ao final da 
audiência. Excepcionalmente, todavia, o juiz abrirá prazo para que as 
partes as ofereçam por escrito, em memoriais. 
 
 
 
Momento processual: 
 
Encerrada a audiência de instrução e julgamento, as partes devem 
oferecer, nos termos do art. 403, as alegações finais, oralmente. É a regra. 
 
No entanto, em algumas situações excepcionais, as alegações orais 
são inviáveis. Isso ocorre, por exemplo em duas situações: número 
excessivo de réus e complexidade do feito. 
 
Imagine, por exemplo, um processo com dez réus, ou com teses 
jurídicas complexas. 
 
Na primeira hipótese, a audiência seria interminável, pois as 
alegações poderiam se estender por horas. Na segunda, por outro lado, 
por ser o tempo exíguo, a defesa poderia ficar prejudicada. 
 
Para evitar qualquer prejuízo, o legislador incluiu o parágrafo 
terceiro ao art. 403 do CPP, com a seguinte redação: 
 
 
O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de 
acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para 
a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias 
para proferir a sentença. 
 
 
Portanto, logo após a audiência de instrução e julgamento, em razão 
da complexidade do caso ou do grande número de réus, pode o juiz abrir 
prazo para que as partes ofereçam as alegações por escrito, em memoriais. 
 
No exame da OAB é possível ser solicitada esta peça. Neste caso 
devemos atentar para os seguintes detalhes: 
 
 
Fundamento Legal: O art. 403, § 3º, do CPP é a fundamentação 
legal dos memoriais. 
2 
 
 
 
Endereçamento e prazo 
 
 
A peça deve ser endereçada ao juiz da vara em que o processo está 
tramitando. Portanto, a chance de erro é praticamente zero, pois o próprio 
enunciado do problema costuma trazer essa informação. O prazo é de 
cinco dias. 
 
 
 
Teses de defesa 
 
 
É possível alegar, em memoriais, qualquer tese. Em relação ao 
procedimento do júri, há uma peculiaridade muito importante, que pode 
ser objeto de quesito em Exame de Ordem. Veremos, a seguir, em rol não 
taxativo, algumas das principais teses de defesa. 
 
 
IDENTIFICAÇAO DA PEÇA: o PROBLEMA PODERÁ INFORMAR QUE 
 
no fim da audiência de instrução, 
depois dos memoriais do MP: O MP apresentou memoriais 
quando o juiz converter os debates orais em memoriais escritos. 
o MP pediu a condenação ou que o MP ofereceu memoriais e a defesa foi 
intimada tal dia.. 
 
 
CUIDADO: se o réu acabou de ser citado, a peça é resposta à acusação e 
NÃO memoriais! 
 
CABIMENTO: Existem TRÊS casos em que o juiz pode converter os debates 
orais em MEMORIAIS, quais sejam: 
 
1) Se houver vários réus; 
2) Caso Complexo (artigo 403, parágrafo 3º para os casos 1 e 2); e 
3) Novas provas (artigo 404, CPP). 
 
Se a questão não disser nada sobre o motivo, usem o art. 403, parágrafo 
3º, CPP. 
 
PRAZO: 5 dias, a contar da intimação! 
 
3 
 
Exemplo: Você como advogado foi intimado no dia 15/06 (sexta-feira) para 
apresentar memoriais. Qual o último dia do prazo? Se a intimação foi no 
dia 15, o início da contagem será no próximo dia útil subsequente, logo o 
prazo processual começa na SEGUNDA, já que não dá para começar e 
encerrar a contagem em finais de semana ou feriados nacional, então fica: 
segunda 18, terça 19, quarta 20, quinta 21, SEXTA 22, que será o ultimo 
dia do prazo. Segunda + Terça + Quarta + Quinta + Sexta. 
 
 
 
 
 
TESES/PEDIDOS nos Memoriais pela ORDEM: 
 
 
1) EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE: Art. 107, CP (Rol EXEMPLIFICATIVO) e 
outras como a reparação do dano no peculato culposo (art. 312, §3º, CP), 
Pagamento nos crimes tributários e previdenciários (art. 9º da Lei 
10.684/03). 
 
2) NULIDADE (art. 564, CPP), que pode ser: a) AB INITIO: “pau que nasce 
torto nunca se endireita”: à incompetência/ilegitimidade/inépcia/denúncia 
desacompanhada de exame de corpo de delito ou denuncia baseada só em 
prova ilícita; OU b) “A PARTIR DE” determinado ato (da resposta à 
acusação, da audiência de instrução..). 
 
Se não houver inciso específico para encaixar a nulidade, use o art. 
564, IV, CPP. E SEMPRE olhe se da pra encaixar o 5º, LV, CF (ampla 
defesa). 
 
 
3) ABSOLVIÇÃO (art. 386, CPP). 
 
CUIDADO: o artigo 397 só é usado para Resposta À Acusação. 
 
ATENÇAO: não use o artigo 386 em JÚRI, SÓ SE for em caso de Revisão 
Criminal! 
 
Hipóteses do art. 386 do CPP: 
 
1) reconhecimento da INEXISTÊNCIA do fato(aqui se tem a CERTEZA de 
que o fato criminoso não existiu). Exemplo: a vítima do crime de homicídio 
aparece viva.; 
 
2) DÚVIDA sobre a existência do fato; 
 
4 
 
3) Fato atípico; 
4) CERTEZA da não autoria (o crime aconteceu, MAS com certeza não foi o 
réu). Exemplo: ele estava em outro país; 
 
5) DÚVIDA sobre a autoria (veja que, enquanto o inciso IV traz a certeza, o 
inciso V traz a dúvida); 
6) excludente da ilicitude (arts 23, 24, 25 CP) ou da culpabilidade (21, 22, 
26, 28 CP); e 
 
7) insuficiência de provas para a condenação (quando não der pra encaixar 
em nada, usa esse inciso, é o chamado genérico). 
 
Os melhores incisos pra usar são: I, IV e VI 1º parte, pois ele fazem coisa 
julgada cível também, esses são os incisos “ OS MELHORES” ”. 
 
 
 
Teses subsidiárias: “Em caso de condenação..” 
 
 
1) DESCLASSIFICAÇÃO para crime menos grave. Exemplo: C e D estão 
sendo processados por Homicídio, por atirarem para matar N ao mesmo 
tempo, ao mesmo momento, e N morreu. A perícia não concluiu quem 
matou, LOGO, desclassifica para tentativa de homicídio. 
 
2) BENEFÍCIOS quanto À PENA: 
 
a) pena mínima (com reconhecimento de atenuantes, causas de 
diminuição, não incidência das agravantes.. você vai pedir de acordo com 
os dados da questão); 
 
b) Regime mais benéfico (art. 33, CP). 
 
LEMBRE que: A gravidade em abstrato do crime NÃO pode ensejar regime 
de pena mais gravoso e que a reincidência não impede o regime semi-
aberto.; 
 
 
c) substituição por Pena Restritiva de Direito (art. 44, CP); 
 
d) se não for o caso de PRD, tenta encaixar nos SURSIS (art. 77, CP); 
 
e) Fixação do valor reduzido para reparação do dano (art. 387, IV, CPP); e 
 
f) reconhecimento do direito de recorrer em liberdade. 
 
5 
 
 
É possível melhorar a tipificação da seguinte forma: 
 
do crime mais grave para o mais leve, 
do consumado para o tentado, 
doloso pra culposo, 
tentativa para atos preparatórios. 
 
 
No procedimento sumario vocês devem cumular artigo 403 parágrafo 
3º com artigo 394, parágrafo 5º, ambos do CPP, já que no procedimento 
sumário não há previsão de memoriais! 
 
 
 
 
 
MEMORIAIS 1ª FASE DO JURI- 
 
Recebida a denúncia, é aberto o prazo para a resposta à acusação, 
como ocorre no procedimento comum, mas com fundamento no art. 406 
do CPP, e não no art. 396. Em seguida, ocorre a audiência de instrução e 
julgamento, e, ao final, obtêm-se a sentença. Até aí, nenhuma diferença 
em relação aos demais procedimentos. No entanto, no rito do júri, 
destinado ao julgamento de crimes dolosos contra a vida, a sentença que 
põe fim à primeira fase não pode ser condenatória. Se o juiz ficar 
convencido da materialidade e da autoria, deve encaminhar o processo ao 
Tribunal do Júri, onde o acusado será julgado. A decisão que entende pelo 
julgamento perante o Tribunal do Júri é denominada “decisão de 
pronúncia”. Contra ela, cabe recurso em sentido estrito (art. 581, IV). 
 
 
Em memoriais, no júri, o objetivo principal é evitar que o caso 
chegue até a segunda fase, que é o julgamento perante o Conselho de 
Sentença. Para que isso ocorra, três são as hipóteses de teses 
defensivas: 
 
 
a) demonstrar que não há, no processo, indícios suficientes de 
materialidade ou de autoria. Se convencido, o juiz impronunciará o réu, e 
o caso será afastado do julgamento perante o Tribunal do Júri; 
 
 
6 
 
b) desclassificar para outro crime, que não seja de competência do júri: porexemplo, de homicídio na forma tentada para lesão corporal. Se o pedido 
for acatado, o caso também é afastado do Tribunal do Júri; 
 
 
c) absolver sumariamente, nos termos do art. 415 do CPP: a absolvição 
sumária do art. 415 do CPP não se confunde com a do art. 397. Nesta, o 
pedido é feito em resposta à acusação; naquela, em memoriais. As teses 
absolutórias devem ser analisadas na segunda fase, pelo Conselho de 
Sentença. 
 
No entanto, excepcionalmente, pode o juiz da primeira fase absolver 
sumariamente o réu, desde que presente uma das hipóteses a seguir: 
 
 
I – provada a inexistência do fato; 
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 
III – o fato não constituir infração penal; 
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. 
 
 
Importante frisar que, nas duas primeiras, é preciso PROVAR que o 
fato não existiu (materialidade), ou que o réu não participou ou não foi o 
autor do crime (autoria). Na dúvida, o acusado deve ser pronunciado, 
competindo ao Conselho de Sentença absolvê-lo ou não. 
 
 
FUNDAMENTO LEGAL: MEMORIAIS na 1ª fase do JÚRI: art. 403, 
parágrafo 3º c/c art. 394, parágrafo 5º, CPP. 
 
ATENÇAO” A absolvição sumária do art. 415 do CPP ocorre só depois da 
instrução (testemunhas, interrogatório, debates, etc.). Você só pede em 
MEMORIAIS ou RECURSOS, LOGO em Resposta à Acusação no JÚRI 
vocês não vão usar a absolvição súmaria do 415 do CPP 
 
 
 
 O que deve ser alegado nessa peça?? 
Nulidade, extinção da punibilidade, uma ou alguma das decisões da 
primeira fase do Júri, na ORDEM: 
 
 
1) ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (art. 415, CPP): é a MELHOR decisão possível 
para o réu, já que faz coisa julgada formal e material; 
 
7 
 
2) IMPRONÚNCIA (art. 414, CPP): usem quando não houver prova da 
materialidade ou indícios de autoria. Não é tão bom quanto a absolvição 
Sumária porque não impede a repropositura de nova ação no caso de 
surgimento de novas provas.; 
 
3) DESCLASSIFICAÇÃO (art. 419, CPP): Quando o crime em tela estiver 
fora da competência do júri, ou seja, quando não se tratar de crime doloso 
contra a vida. Deve pedir: DESCLASSIFICAÇÃO E REMESSA DOS AUTOS 
AO JUÍZO COMPETENTE! Ex. latrocínio para Lesão Corporal seguida de 
morte.; 4) PRONÚNCIA (art. 413, CPP): É RARO usar isso. Você pode pedir 
que seja pronunciado por homicídio simples, em vez de homicídio 
qualificado, como quis o MP, por exemplo. 
 
 
Lembrem que o prazo é de CINCO dias, contados da intimação. 
 
 
Por fim, o CPP veda, no art. 415, parágrafo único, a aplicação do 
inciso IV no caso de inimputabilidade – a denominada absolvição 
imprópria -, salvo quando esta for a única tese de defesa. A razão é 
simples: na absolvição imprópria, há imposição de medida de segurança. 
Caso o réu queira sustentar a sua inocência, que, se reconhecida, não gera 
qualquer medida em seu desfavor, a absolvição sumária por 
inimputabilidade acaba sendo prejudicial. Por isso, o inciso IV só poderá 
ser aplicado quando a inimputabilidade for a única tese defensiva. 
 
 
A absolvição sumária do art. 415 
 
 
Para compreender a absolvição sumária do art. 415 do Código de 
Processo Penal, é preciso entender como funciona o trâmite do processo no 
rito do júri, que é composto por duas fases. 
 
 
A ABSOLVIÇÃO DO ART. 386 DO CPP 
 
 
No júri, como já explicado acima, a absolvição pleiteada em 
memoriais deve ser fundamentada no art. 415 do CPP. Nos demais casos, 
a fundamentação está prevista no art. 386 do CPP, que tem a seguinte 
redação: 
 
 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, 
desde que reconheça: 
8 
 
 
 
I - estar provada a inexistência do fato; 
 
 
II - não haver prova da existência do fato; 
 
 
III - não constituir o fato infração penal; 
 
 
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; 
 
 
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; 
 
 
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena 
(arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo 
se houver fundada dúvida sobre sua existência; 
 
 
VII – não existir prova suficiente para a condenação. 
 
 
 
Inexistência do fato ou falta de prova da existência dele (incisos I e II) 
 
 
No inciso I, está provado que o fato não existiu, o que gera efeitos na esfera 
cível, pois impede a reabertura da discussão em um novo processo. Na 
segunda hipótese, no entanto (inc. II), não há provas suficientes de 
existência, mas também não ficou comprovado que não existiu. Por isso, o 
assunto pode voltar a ser discutido judicialmente, exceto no âmbito 
criminal. 
 
 
Não constituir o fato infração penal (inc. III) 
 
 
Deve fundamentar a absolvição nas hipóteses de fato atípico. 
 
 
Ausência de prova da participação/autoria do acusado ou prova de sua 
não participação/autoria (incisos IV e V) 
 
 
9 
 
Nos incisos I e II, ao tratar da materialidade, o legislador trouxe duas 
situações: em uma, há a certeza de que o fato não existiu; em outra, há 
dúvida, que deve prevalecer em favor do réu. Nos incisos IV e V, houve a 
repetição do posicionamento: no inciso IV, está provado que o réu não 
participou do crime. No inciso V, todavia, não há provas suficientes para 
demonstrar a sua participação ou autoria. Como já visto, a diferença entre 
a certeza e a dúvida influencia em outras esferas, a exemplo da cível, mas 
sempre deve ser analisada em benefício do réu. 
 
 
Excludentes de ilicitude, de culpabilidade e causas de isenção ou 
dúvida sobre a sua existência inciso (VI) 
 
 
A “dúvida” mencionada no dispositivo é sobre a existência ou não de causa 
excludente de ilicitude/culpabilidade. Se o juiz tiver dúvidas, por exemplo, 
sobre a legítima defesa, deve absolver o acusado. 
 
 
Quanto às hipóteses, não há dificuldade alguma em identificá-las, pois o 
próprio inciso as elenca: arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do 
Código Penal. 
 
 
Ausência de prova suficiente para a condenação (inc. VII) 
 
 
Trata-se de cláusula genérica. Deverá ser utilizada de forma residual, 
quando a absolvição não se encaixar em nenhum dos outros incisos. 
 
 
Nulidades (art. 564) 
 
 
Preliminarmente, é possível alegar a nulidade de algum dos atos do 
processo. Por exemplo, a ausência de resposta à acusação, que é 
indispensável. A nulidade não gera a absolvição, mas a anulação do ato 
viciado e de todos os posteriores. 
 
 
Extinção da punibilidade (art. 107, CP) 
 
 
Também como tese preliminar, é possível pedir a extinção da punibilidade 
caso esteja presente uma das situações previstas no art. 107 do Código 
Penal. A sentença que reconhece a extinção da punibilidade não é 
10 
 
absolutória, mas declaratória. Portanto, não se deve pedir a absolvição por 
prescrição, ou por decadência, mas a declaração de sua ocorrência. 
 
 
Afastamento de agravante ou aplicação de atenuante 
 
 
As agravantes estão previstas no art. 61 do Código Penal. Em memoriais, 
se for o caso, deve ser pedido o seu afastamento. Da mesma forma, é 
possível pedir a aplicação de alguma das atenuantes, previstas no art. 65 
do CP. 
 
 
Afastamento de qualificadora ou de causa de aumento 
 
 
A defesa não consiste em concentrar esforços somente na absolvição, mas 
em tudo o que for favorável ao acusado. Em alguns casos, aliás, por força 
do conjunto probatório, a absolvição nem sequer é possível. Por isso, é 
preciso estar alerta a todos os aspectos da acusação. Se o réu foi 
denunciado por roubo em concurso de pessoas (157, § 2º do CP), mas a 
situação é de roubo simples (157, “caput”), é necessário também pedir o 
afastamento da causa de aumento. 
 
 
Para alguns profissionais, não se deve discutir os demais aspectos da 
acusação quando há tese absolutória. Não concordo. Nada impede que, em 
primeiro plano, seja alegada a tese de absolvição, e, subsidiariamente, a de 
afastamento de qualificadora, não existindo qualquer prejuízo àdefesa. No 
modelo de peça, ao final, demonstrarei na prática como isso pode ser feito. 
 
 
Aplicação da pena no mínimo legal 
 
 
O artigo 59 do CP trata sobre a dosimetria da pena. Em memoriais, é 
possível alegar que as condições previstas no artigo são favoráveis ao 
acusado (os antecedentes, por exemplo). 
 
 
Concessão de benefício previsto em lei 
 
 
Também é possível pedir, em antecipação, algum benefício a que o réu faça 
jus em caso de condenação, a exemplo da substituição da pena privativa 
11 
 
de liberdade por restritiva de direito (art. 44 do CP), do “sursis” (art. 77) e 
da aplicação de regime mais brando do que o fechado 
 
Atenção: NÃO esqueçam de fundamentar, de colocar os artigos, eles 
pontuam muito a colocação do artigo, olhem SEMPRE as súmulaas e o art. 
5º, CF!! 
 
Aprenda a manusear o código! Tente se localizar nele, olhem o índice 
remissivo, olhem o CP, o CPP, porque se cair algo que vocês não 
estudaram, irão saber procurar! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 ALEGAÇOES FINAIS EM FORMA DE MEMORIAL 
 
Excelentíssimo Sr Doutor Juiz de Direito da ________Vara Criminal do Foro 
______da Comarca da _________________-São Paulo 
 
Excelentíssimo Sr Doutor Juiz de Direito da ________Vara do Júri da Comarca da 
_________________-São Paulo 
 
Excelentíssimo Sr Doutor Juiz Federal da ___Vara Criminal 
Federal da Comarca de _____________________-SP 
(será um desses três endereçamentos, conforme o problema apresentado) 
 (8 linhas) 
 
 
AUTOR: Justiça Pública 
RÉU: ........................ 
PROCESSO nº: 
 
 (2 linhas) 
 
 
“A", já qualificado, nos autos da referida ação, 
acima epigrafada, que lhe move a Justiça Pública (querelante/querelado) vem por 
seu advogado, que esta subscreve, à presença de Vossa Excelência, 
respeitosamente, oferecer suas ALEGAÇÕES FINAIS, forma de 
 
 MEMORIAIS 
 
com fulcro no artigo 403, § 3º do Código de Processo Penal, oportunidade em que 
espera ser absolvido (no caso do júri:Impronunciado, Desclassificação ou 
Absolvição Sumária, se for do Júri ) da imputação que lhe é feita 
 
 Com a devida venia, a presente ação penal, merece ser 
julgada improcedente, para ser pelas razões a seguir aduzidas: 
 
 
I- DOS FATOS: 
 
 (RESUMIR O PROBLEMA) 
 
II- DO DIREITO: 
 
(com suas palavras elabore uma tese defensiva) 
 
 Conforme entendimento predominante na jurisprudência: 
"..................................” ( atenção: se não tiver não coloque) 
 
 Diante de todo o exposto, postula-se a absolvição 
do réu com fulcro no artigo 386, inciso ____ do Código de Processo Penal, ou 
13 
 
(postula –se a impronúncia, desclassificação ou absolvição sumária nas alegações 
da primeira fase do júri), por ser medida de JUSTIÇA. 
 
 Termos em que, 
 pede deferimento 
 
 São Paulo, de de 2___. 
 
 Nome do advogado (a) 
 OAB/SP. Nº 
 
 
 
 
 
** obs.: Não esqueça: Se for caso de Júri, devemos pedir, conforme o caso: 
 Impronúncia, Desclassificação ou Absolvição Sumária. 
14 
 
 PROBLEMAS 
 
1) “A" está sendo processado segundo denúncia que lhe imputa violação do 
artigo 121, parágrafo 2o., inciso III, 1a. parte combinado com o artigo 14, II 
do Código Penal, porque, teria tentado matar "B", mediante aplicação de 
injeção venenosa. O laudo do Instituto Médico Legal é taxativo, concluindo 
que a substância ministrada não tinha potencialidade lesiva; ou seja, era 
inócua. 
O Ministério Público, apresentou alegações finais, postulando a pronúncia de 
"A", nos termos da denúncia. QUESTÃO:- Como advogado de "A", pratique o 
ato processual adequado ao rito processual. 
 
2) João da Silva foi preso em flagrante delito, pois no dia 10 de janeiro do 
corrente ano, por volta das 10:00 horas, fazendo uso de uma arma de fogo, 
tentou efetuar disparos contra seu vizinho Antônio Miranda. Foi denunciado 
pelo representante do Ministério Público como incurso nas sanções do artigo 
121 caput, c.c. o artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal, porque teria 
agido com animus necandi. Segundo o apurado na instrução criminal, uma 
semana antes dos fatos, o acusado, planejando matar Antônio, pediu 
emprestada a um colega de trabalho, uma arma de fogo e quantidade de 
balas suficiente para abastecê-la completamente, guardando-a eficazmente 
municiada. Seu filho, a quem confidenciara seu plano, sem que o acusado 
percebesse, retirou todas as balas do tambor do revólver. No dia seguinte, 
conforme já esperava, João encontrou Antônio em um ponto de ônibus e, 
sacando da arma, acionou o gatilho diversas vezes, não atingindo a vítima, 
em face de ter sido a arma desmuniciada anteriormente. Dos autos consta o 
laudo pericial da arma apreendida, a confissão do acusado e as declarações 
da vítima e do filho do acusado. Por ser primário, o Juiz de primeiro grau 
concedeu ao acusado o direito de defender-se solto. As alegações finais de 
acusação foram oferecidas pelo representante do Ministério Público, 
requerendo a condenação do acusado nos exatos termos da denúncia. 
QUESTÃO: Como advogado de João da Silva, elabore a peça profissional 
pertinente. 
 
3) Carlito, de 20 anos, foi denunciado pela prática do crime previsto no 
artigo 157, § 2º, I e III, do CP, pois subtraiu, mediante grave ameaça, a 
quantia de R$ 10 mil reais que estava em poder da vítima José, motoboy da 
empresa Valores S.A. Iniciada a audiência de instrução e julgamento, Carlito 
foi o primeiro a ser ouvido, e confessou a prática do crime. No entanto, 
afirmou desconhecer o fato de a vítima estar transportando a vultosa 
quantia. Logo em seguida, foi ouvida a vítima, José, que reconheceu o 
acusado, e relatou estar, no momento do roubo – que ocorreu mediante o 
emprego de arma de fogo -, transportando até o Banco Dinheiro a quantia 
pertencente à empresa Valores S.A., para que fosse depositada. Afirmou 
ainda que, quando o acusado tomou-lhe a mochila onde estava o dinheiro, 
apenas questionou se havia um celular em seu interior, sem fazer qualquer 
menção aos R$ 10 mil, pois possivelmente desconhecia a existência do 
15 
 
dinheiro. Submetido o revólver utilizado no crime à perícia, ficou 
comprovado um defeito que impossibilita o seu uso. O Ministério Público, 
em alegações por escrito, pediu a condenação de Carlito nos termos da 
denúncia. Como advogado, elabore a peça adequada ao caso. 
 
4) Pedro foi acusado de roubo qualificado por denúncia do Promotor de 
Justiça da comarca, o dia 10 de maio de 2017. Dela constou que ele 
subtraiu importância em dinheiro de Antônio, utilizando-se de um revólver 
de brinquedo. Arrolou, para serem ouvidos, a vítima e dois policiais 
militares. O Juiz ouviu-o no dia 15 de maio de 2017, sem a presença de 
defensor, ocasião em que ele confessou, com detalhes, a prática delituosa, 
descrevendo a vítima e afirmando que o dinheiro fora utilizado na compra 
de drogas. Afirmou, ainda, que havia sido internado várias vezes para 
tratamento. O defensor nomeado arrolou três testemunhas na resposta a 
acusação. A vítima, ao ser ouvida, confirmou o fato e afirmou que não viu o 
rosto do autor do crime porque estava encoberto e, por isso, não tinha 
condições de reconhecê-lo. Os dois policiais afirmaram que ouviram a vítima 
gritando que havia sido roubada, masnada encontraram; contudo, no dia 
seguinte, houve, no mesmo local, outro roubo, sendo o acusado preso 
quando estava fugindo e, por isso, ligaram o fato com o do dia anterior; o 
acusado, por estar visivelmente “drogado”, não teve condições de 
esclarecer o fato. As testemunhas de defesa nada disseram sobre o fato; 
confirmaram que o acusado tinha problemas com drogas e, por isso, era 
sempre internado. Na fase do 402 CPP, nada foi requerido pelas partes. O 
Promotor de Justiça pediu a condenação, alegando que a materialidade 
estava provada e que a confissão do acusado, pelos informes que continha, 
mostrava ser ele o autor do crime. Quanto às penas, entendeu que poderiam 
ser aplicadas nos patamares mínimos. Intimado o acusado para os fins do 
artigo 403, §3º, do CPP, seus pais resolveram contratar um advogado para 
defendê-lo. 
QUESTÃO: Como Advogado, apresente a peça adequada, com todos os 
argumentos e pedidos cabíveis na defesa do acusado. 
 
 
5) Felipe, com 18 anos de idade, em um bar com outros amigos, conheceu 
Ana, linda jovem, por quem se encantou. Após um bate-papo informal e 
troca de beijos, decidiram ir para um local mais reservado. Nesse local 
trocaram carícias, e Ana, de forma voluntária, praticou sexo oral e vaginal 
com Felipe. Depois da noite juntos, ambos foram para suas residências, 
tendo antes trocado telefones e contatos nas redes sociais. No dia seguinte, 
Felipe, ao acessar a página de Ana na rede social, descobre que, apesar da 
aparência adulta, esta possui apenas 13 (treze) anos de idade, tendo Felipe 
ficado em choque com essa constatação. O seu medo foi corroborado com a 
chegada da notícia, em sua residência, da denúncia movida por parte do 
Ministério Público Estadual, pois o pai de Ana, ao descobrir o ocorrido, 
procurou a autoridade policial, narrando o fato. Por Ana ser inimputável e 
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contar, à época dos fatos, com 13 (treze) anos de idade, o Ministério Público 
Estadual denunciou Felipe pela prática de dois crimes de estupro de 
vulnerável, previsto no artigo 217- A, na forma do artigo 69, ambos 
do Código Penal. O Parquet requereu o início de cumprimento de pena no 
regime fechado, com base no artigo 2º, § 1º, da lei8.072/90, e o 
reconhecimento da agravante da embriaguez preordenada, prevista no 
artigo 61, II, alínea l, do CP. O processo teve início e prosseguimento na XX 
Vara Criminal da cidade de Vitória, no Estado do Espírito Santo, local de 
residência do réu. Felipe, por ser réu primário, ter bons antecedentes e 
residência fixa, respondeu ao processo em liberdade. Na audiência de 
instrução e julgamento, a vítima afirmou que aquela foi a sua primeira noite, 
mas que tinha o hábito de fugir de casa com as amigas para frequentar bares 
de adultos. As testemunhas de acusação afirmaram que não viram os fatos e 
que não sabiam das fugas de Ana para sair com as amigas. As testemunhas 
de defesa, amigos de Felipe, disseram que o comportamento e a vestimenta 
da Ana eram incompatíveis com uma menina de 13 (treze) anos e que 
qualquer pessoa acreditaria ser uma pessoa maior de 14 (quatorze) anos, e 
que Felipe não estava embriagado quando conheceu Ana. O réu, em seu 
interrogatório, disse que se interessou por Ana, por ser muito bonita e por 
estar bem vestida. Disse que não perguntou a sua idade, pois acreditou que 
no local somente pudessem frequentar pessoas maiores de 18 (dezoito) anos. 
Corroborou que praticaram o sexo oral e vaginal na mesma oportunidade, de 
forma espontânea e voluntária por ambos. A prova pericial atestou que a 
menor não era virgem, mas não pôde afirmar que aquele ato sexual foi o 
primeiro da vítima, pois a perícia foi realizada longos meses após o ato 
sexual. O Ministério Público pugnou pela condenação de Felipe nos termos 
da denúncia. A defesa de Felipe foi intimada no dia 13 de setembro de 2017 
(quarta-feira). Com base somente nas informações de que dispõe e nas que 
podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, no 
último dia do prazo, excluindo a possibilidade de impetração de Habeas 
Corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. 
 
 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10611447/artigo-217-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631608/artigo-69-do-decreto-lei-n-2848-de-17-de-outubro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11269884/artigo-2-da-lei-n-8072-de-25-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11269741/par%C3%A1grafo-1-artigo-2-da-lei-n-8072-de-30-de-maio-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033841/lei-dos-crimes-hediondos-lei-8072-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633092/artigo-61-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633010/inciso-ii-do-artigo-61-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10632507/alinea-l-do-inciso-ii-do-artigo-61-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40

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