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1 MEMORIAIS As alegações finais são oferecidas, em regra, oralmente, ao final da audiência. Excepcionalmente, todavia, o juiz abrirá prazo para que as partes as ofereçam por escrito, em memoriais. Momento processual: Encerrada a audiência de instrução e julgamento, as partes devem oferecer, nos termos do art. 403, as alegações finais, oralmente. É a regra. No entanto, em algumas situações excepcionais, as alegações orais são inviáveis. Isso ocorre, por exemplo em duas situações: número excessivo de réus e complexidade do feito. Imagine, por exemplo, um processo com dez réus, ou com teses jurídicas complexas. Na primeira hipótese, a audiência seria interminável, pois as alegações poderiam se estender por horas. Na segunda, por outro lado, por ser o tempo exíguo, a defesa poderia ficar prejudicada. Para evitar qualquer prejuízo, o legislador incluiu o parágrafo terceiro ao art. 403 do CPP, com a seguinte redação: O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. Portanto, logo após a audiência de instrução e julgamento, em razão da complexidade do caso ou do grande número de réus, pode o juiz abrir prazo para que as partes ofereçam as alegações por escrito, em memoriais. No exame da OAB é possível ser solicitada esta peça. Neste caso devemos atentar para os seguintes detalhes: Fundamento Legal: O art. 403, § 3º, do CPP é a fundamentação legal dos memoriais. 2 Endereçamento e prazo A peça deve ser endereçada ao juiz da vara em que o processo está tramitando. Portanto, a chance de erro é praticamente zero, pois o próprio enunciado do problema costuma trazer essa informação. O prazo é de cinco dias. Teses de defesa É possível alegar, em memoriais, qualquer tese. Em relação ao procedimento do júri, há uma peculiaridade muito importante, que pode ser objeto de quesito em Exame de Ordem. Veremos, a seguir, em rol não taxativo, algumas das principais teses de defesa. IDENTIFICAÇAO DA PEÇA: o PROBLEMA PODERÁ INFORMAR QUE no fim da audiência de instrução, depois dos memoriais do MP: O MP apresentou memoriais quando o juiz converter os debates orais em memoriais escritos. o MP pediu a condenação ou que o MP ofereceu memoriais e a defesa foi intimada tal dia.. CUIDADO: se o réu acabou de ser citado, a peça é resposta à acusação e NÃO memoriais! CABIMENTO: Existem TRÊS casos em que o juiz pode converter os debates orais em MEMORIAIS, quais sejam: 1) Se houver vários réus; 2) Caso Complexo (artigo 403, parágrafo 3º para os casos 1 e 2); e 3) Novas provas (artigo 404, CPP). Se a questão não disser nada sobre o motivo, usem o art. 403, parágrafo 3º, CPP. PRAZO: 5 dias, a contar da intimação! 3 Exemplo: Você como advogado foi intimado no dia 15/06 (sexta-feira) para apresentar memoriais. Qual o último dia do prazo? Se a intimação foi no dia 15, o início da contagem será no próximo dia útil subsequente, logo o prazo processual começa na SEGUNDA, já que não dá para começar e encerrar a contagem em finais de semana ou feriados nacional, então fica: segunda 18, terça 19, quarta 20, quinta 21, SEXTA 22, que será o ultimo dia do prazo. Segunda + Terça + Quarta + Quinta + Sexta. TESES/PEDIDOS nos Memoriais pela ORDEM: 1) EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE: Art. 107, CP (Rol EXEMPLIFICATIVO) e outras como a reparação do dano no peculato culposo (art. 312, §3º, CP), Pagamento nos crimes tributários e previdenciários (art. 9º da Lei 10.684/03). 2) NULIDADE (art. 564, CPP), que pode ser: a) AB INITIO: “pau que nasce torto nunca se endireita”: à incompetência/ilegitimidade/inépcia/denúncia desacompanhada de exame de corpo de delito ou denuncia baseada só em prova ilícita; OU b) “A PARTIR DE” determinado ato (da resposta à acusação, da audiência de instrução..). Se não houver inciso específico para encaixar a nulidade, use o art. 564, IV, CPP. E SEMPRE olhe se da pra encaixar o 5º, LV, CF (ampla defesa). 3) ABSOLVIÇÃO (art. 386, CPP). CUIDADO: o artigo 397 só é usado para Resposta À Acusação. ATENÇAO: não use o artigo 386 em JÚRI, SÓ SE for em caso de Revisão Criminal! Hipóteses do art. 386 do CPP: 1) reconhecimento da INEXISTÊNCIA do fato(aqui se tem a CERTEZA de que o fato criminoso não existiu). Exemplo: a vítima do crime de homicídio aparece viva.; 2) DÚVIDA sobre a existência do fato; 4 3) Fato atípico; 4) CERTEZA da não autoria (o crime aconteceu, MAS com certeza não foi o réu). Exemplo: ele estava em outro país; 5) DÚVIDA sobre a autoria (veja que, enquanto o inciso IV traz a certeza, o inciso V traz a dúvida); 6) excludente da ilicitude (arts 23, 24, 25 CP) ou da culpabilidade (21, 22, 26, 28 CP); e 7) insuficiência de provas para a condenação (quando não der pra encaixar em nada, usa esse inciso, é o chamado genérico). Os melhores incisos pra usar são: I, IV e VI 1º parte, pois ele fazem coisa julgada cível também, esses são os incisos “ OS MELHORES” ”. Teses subsidiárias: “Em caso de condenação..” 1) DESCLASSIFICAÇÃO para crime menos grave. Exemplo: C e D estão sendo processados por Homicídio, por atirarem para matar N ao mesmo tempo, ao mesmo momento, e N morreu. A perícia não concluiu quem matou, LOGO, desclassifica para tentativa de homicídio. 2) BENEFÍCIOS quanto À PENA: a) pena mínima (com reconhecimento de atenuantes, causas de diminuição, não incidência das agravantes.. você vai pedir de acordo com os dados da questão); b) Regime mais benéfico (art. 33, CP). LEMBRE que: A gravidade em abstrato do crime NÃO pode ensejar regime de pena mais gravoso e que a reincidência não impede o regime semi- aberto.; c) substituição por Pena Restritiva de Direito (art. 44, CP); d) se não for o caso de PRD, tenta encaixar nos SURSIS (art. 77, CP); e) Fixação do valor reduzido para reparação do dano (art. 387, IV, CPP); e f) reconhecimento do direito de recorrer em liberdade. 5 É possível melhorar a tipificação da seguinte forma: do crime mais grave para o mais leve, do consumado para o tentado, doloso pra culposo, tentativa para atos preparatórios. No procedimento sumario vocês devem cumular artigo 403 parágrafo 3º com artigo 394, parágrafo 5º, ambos do CPP, já que no procedimento sumário não há previsão de memoriais! MEMORIAIS 1ª FASE DO JURI- Recebida a denúncia, é aberto o prazo para a resposta à acusação, como ocorre no procedimento comum, mas com fundamento no art. 406 do CPP, e não no art. 396. Em seguida, ocorre a audiência de instrução e julgamento, e, ao final, obtêm-se a sentença. Até aí, nenhuma diferença em relação aos demais procedimentos. No entanto, no rito do júri, destinado ao julgamento de crimes dolosos contra a vida, a sentença que põe fim à primeira fase não pode ser condenatória. Se o juiz ficar convencido da materialidade e da autoria, deve encaminhar o processo ao Tribunal do Júri, onde o acusado será julgado. A decisão que entende pelo julgamento perante o Tribunal do Júri é denominada “decisão de pronúncia”. Contra ela, cabe recurso em sentido estrito (art. 581, IV). Em memoriais, no júri, o objetivo principal é evitar que o caso chegue até a segunda fase, que é o julgamento perante o Conselho de Sentença. Para que isso ocorra, três são as hipóteses de teses defensivas: a) demonstrar que não há, no processo, indícios suficientes de materialidade ou de autoria. Se convencido, o juiz impronunciará o réu, e o caso será afastado do julgamento perante o Tribunal do Júri; 6 b) desclassificar para outro crime, que não seja de competência do júri: porexemplo, de homicídio na forma tentada para lesão corporal. Se o pedido for acatado, o caso também é afastado do Tribunal do Júri; c) absolver sumariamente, nos termos do art. 415 do CPP: a absolvição sumária do art. 415 do CPP não se confunde com a do art. 397. Nesta, o pedido é feito em resposta à acusação; naquela, em memoriais. As teses absolutórias devem ser analisadas na segunda fase, pelo Conselho de Sentença. No entanto, excepcionalmente, pode o juiz da primeira fase absolver sumariamente o réu, desde que presente uma das hipóteses a seguir: I – provada a inexistência do fato; II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; III – o fato não constituir infração penal; IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. Importante frisar que, nas duas primeiras, é preciso PROVAR que o fato não existiu (materialidade), ou que o réu não participou ou não foi o autor do crime (autoria). Na dúvida, o acusado deve ser pronunciado, competindo ao Conselho de Sentença absolvê-lo ou não. FUNDAMENTO LEGAL: MEMORIAIS na 1ª fase do JÚRI: art. 403, parágrafo 3º c/c art. 394, parágrafo 5º, CPP. ATENÇAO” A absolvição sumária do art. 415 do CPP ocorre só depois da instrução (testemunhas, interrogatório, debates, etc.). Você só pede em MEMORIAIS ou RECURSOS, LOGO em Resposta à Acusação no JÚRI vocês não vão usar a absolvição súmaria do 415 do CPP O que deve ser alegado nessa peça?? Nulidade, extinção da punibilidade, uma ou alguma das decisões da primeira fase do Júri, na ORDEM: 1) ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (art. 415, CPP): é a MELHOR decisão possível para o réu, já que faz coisa julgada formal e material; 7 2) IMPRONÚNCIA (art. 414, CPP): usem quando não houver prova da materialidade ou indícios de autoria. Não é tão bom quanto a absolvição Sumária porque não impede a repropositura de nova ação no caso de surgimento de novas provas.; 3) DESCLASSIFICAÇÃO (art. 419, CPP): Quando o crime em tela estiver fora da competência do júri, ou seja, quando não se tratar de crime doloso contra a vida. Deve pedir: DESCLASSIFICAÇÃO E REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO COMPETENTE! Ex. latrocínio para Lesão Corporal seguida de morte.; 4) PRONÚNCIA (art. 413, CPP): É RARO usar isso. Você pode pedir que seja pronunciado por homicídio simples, em vez de homicídio qualificado, como quis o MP, por exemplo. Lembrem que o prazo é de CINCO dias, contados da intimação. Por fim, o CPP veda, no art. 415, parágrafo único, a aplicação do inciso IV no caso de inimputabilidade – a denominada absolvição imprópria -, salvo quando esta for a única tese de defesa. A razão é simples: na absolvição imprópria, há imposição de medida de segurança. Caso o réu queira sustentar a sua inocência, que, se reconhecida, não gera qualquer medida em seu desfavor, a absolvição sumária por inimputabilidade acaba sendo prejudicial. Por isso, o inciso IV só poderá ser aplicado quando a inimputabilidade for a única tese defensiva. A absolvição sumária do art. 415 Para compreender a absolvição sumária do art. 415 do Código de Processo Penal, é preciso entender como funciona o trâmite do processo no rito do júri, que é composto por duas fases. A ABSOLVIÇÃO DO ART. 386 DO CPP No júri, como já explicado acima, a absolvição pleiteada em memoriais deve ser fundamentada no art. 415 do CPP. Nos demais casos, a fundamentação está prevista no art. 386 do CPP, que tem a seguinte redação: Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: 8 I - estar provada a inexistência do fato; II - não haver prova da existência do fato; III - não constituir o fato infração penal; IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; VII – não existir prova suficiente para a condenação. Inexistência do fato ou falta de prova da existência dele (incisos I e II) No inciso I, está provado que o fato não existiu, o que gera efeitos na esfera cível, pois impede a reabertura da discussão em um novo processo. Na segunda hipótese, no entanto (inc. II), não há provas suficientes de existência, mas também não ficou comprovado que não existiu. Por isso, o assunto pode voltar a ser discutido judicialmente, exceto no âmbito criminal. Não constituir o fato infração penal (inc. III) Deve fundamentar a absolvição nas hipóteses de fato atípico. Ausência de prova da participação/autoria do acusado ou prova de sua não participação/autoria (incisos IV e V) 9 Nos incisos I e II, ao tratar da materialidade, o legislador trouxe duas situações: em uma, há a certeza de que o fato não existiu; em outra, há dúvida, que deve prevalecer em favor do réu. Nos incisos IV e V, houve a repetição do posicionamento: no inciso IV, está provado que o réu não participou do crime. No inciso V, todavia, não há provas suficientes para demonstrar a sua participação ou autoria. Como já visto, a diferença entre a certeza e a dúvida influencia em outras esferas, a exemplo da cível, mas sempre deve ser analisada em benefício do réu. Excludentes de ilicitude, de culpabilidade e causas de isenção ou dúvida sobre a sua existência inciso (VI) A “dúvida” mencionada no dispositivo é sobre a existência ou não de causa excludente de ilicitude/culpabilidade. Se o juiz tiver dúvidas, por exemplo, sobre a legítima defesa, deve absolver o acusado. Quanto às hipóteses, não há dificuldade alguma em identificá-las, pois o próprio inciso as elenca: arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal. Ausência de prova suficiente para a condenação (inc. VII) Trata-se de cláusula genérica. Deverá ser utilizada de forma residual, quando a absolvição não se encaixar em nenhum dos outros incisos. Nulidades (art. 564) Preliminarmente, é possível alegar a nulidade de algum dos atos do processo. Por exemplo, a ausência de resposta à acusação, que é indispensável. A nulidade não gera a absolvição, mas a anulação do ato viciado e de todos os posteriores. Extinção da punibilidade (art. 107, CP) Também como tese preliminar, é possível pedir a extinção da punibilidade caso esteja presente uma das situações previstas no art. 107 do Código Penal. A sentença que reconhece a extinção da punibilidade não é 10 absolutória, mas declaratória. Portanto, não se deve pedir a absolvição por prescrição, ou por decadência, mas a declaração de sua ocorrência. Afastamento de agravante ou aplicação de atenuante As agravantes estão previstas no art. 61 do Código Penal. Em memoriais, se for o caso, deve ser pedido o seu afastamento. Da mesma forma, é possível pedir a aplicação de alguma das atenuantes, previstas no art. 65 do CP. Afastamento de qualificadora ou de causa de aumento A defesa não consiste em concentrar esforços somente na absolvição, mas em tudo o que for favorável ao acusado. Em alguns casos, aliás, por força do conjunto probatório, a absolvição nem sequer é possível. Por isso, é preciso estar alerta a todos os aspectos da acusação. Se o réu foi denunciado por roubo em concurso de pessoas (157, § 2º do CP), mas a situação é de roubo simples (157, “caput”), é necessário também pedir o afastamento da causa de aumento. Para alguns profissionais, não se deve discutir os demais aspectos da acusação quando há tese absolutória. Não concordo. Nada impede que, em primeiro plano, seja alegada a tese de absolvição, e, subsidiariamente, a de afastamento de qualificadora, não existindo qualquer prejuízo àdefesa. No modelo de peça, ao final, demonstrarei na prática como isso pode ser feito. Aplicação da pena no mínimo legal O artigo 59 do CP trata sobre a dosimetria da pena. Em memoriais, é possível alegar que as condições previstas no artigo são favoráveis ao acusado (os antecedentes, por exemplo). Concessão de benefício previsto em lei Também é possível pedir, em antecipação, algum benefício a que o réu faça jus em caso de condenação, a exemplo da substituição da pena privativa 11 de liberdade por restritiva de direito (art. 44 do CP), do “sursis” (art. 77) e da aplicação de regime mais brando do que o fechado Atenção: NÃO esqueçam de fundamentar, de colocar os artigos, eles pontuam muito a colocação do artigo, olhem SEMPRE as súmulaas e o art. 5º, CF!! Aprenda a manusear o código! Tente se localizar nele, olhem o índice remissivo, olhem o CP, o CPP, porque se cair algo que vocês não estudaram, irão saber procurar! 12 ALEGAÇOES FINAIS EM FORMA DE MEMORIAL Excelentíssimo Sr Doutor Juiz de Direito da ________Vara Criminal do Foro ______da Comarca da _________________-São Paulo Excelentíssimo Sr Doutor Juiz de Direito da ________Vara do Júri da Comarca da _________________-São Paulo Excelentíssimo Sr Doutor Juiz Federal da ___Vara Criminal Federal da Comarca de _____________________-SP (será um desses três endereçamentos, conforme o problema apresentado) (8 linhas) AUTOR: Justiça Pública RÉU: ........................ PROCESSO nº: (2 linhas) “A", já qualificado, nos autos da referida ação, acima epigrafada, que lhe move a Justiça Pública (querelante/querelado) vem por seu advogado, que esta subscreve, à presença de Vossa Excelência, respeitosamente, oferecer suas ALEGAÇÕES FINAIS, forma de MEMORIAIS com fulcro no artigo 403, § 3º do Código de Processo Penal, oportunidade em que espera ser absolvido (no caso do júri:Impronunciado, Desclassificação ou Absolvição Sumária, se for do Júri ) da imputação que lhe é feita Com a devida venia, a presente ação penal, merece ser julgada improcedente, para ser pelas razões a seguir aduzidas: I- DOS FATOS: (RESUMIR O PROBLEMA) II- DO DIREITO: (com suas palavras elabore uma tese defensiva) Conforme entendimento predominante na jurisprudência: "..................................” ( atenção: se não tiver não coloque) Diante de todo o exposto, postula-se a absolvição do réu com fulcro no artigo 386, inciso ____ do Código de Processo Penal, ou 13 (postula –se a impronúncia, desclassificação ou absolvição sumária nas alegações da primeira fase do júri), por ser medida de JUSTIÇA. Termos em que, pede deferimento São Paulo, de de 2___. Nome do advogado (a) OAB/SP. Nº ** obs.: Não esqueça: Se for caso de Júri, devemos pedir, conforme o caso: Impronúncia, Desclassificação ou Absolvição Sumária. 14 PROBLEMAS 1) “A" está sendo processado segundo denúncia que lhe imputa violação do artigo 121, parágrafo 2o., inciso III, 1a. parte combinado com o artigo 14, II do Código Penal, porque, teria tentado matar "B", mediante aplicação de injeção venenosa. O laudo do Instituto Médico Legal é taxativo, concluindo que a substância ministrada não tinha potencialidade lesiva; ou seja, era inócua. O Ministério Público, apresentou alegações finais, postulando a pronúncia de "A", nos termos da denúncia. QUESTÃO:- Como advogado de "A", pratique o ato processual adequado ao rito processual. 2) João da Silva foi preso em flagrante delito, pois no dia 10 de janeiro do corrente ano, por volta das 10:00 horas, fazendo uso de uma arma de fogo, tentou efetuar disparos contra seu vizinho Antônio Miranda. Foi denunciado pelo representante do Ministério Público como incurso nas sanções do artigo 121 caput, c.c. o artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal, porque teria agido com animus necandi. Segundo o apurado na instrução criminal, uma semana antes dos fatos, o acusado, planejando matar Antônio, pediu emprestada a um colega de trabalho, uma arma de fogo e quantidade de balas suficiente para abastecê-la completamente, guardando-a eficazmente municiada. Seu filho, a quem confidenciara seu plano, sem que o acusado percebesse, retirou todas as balas do tambor do revólver. No dia seguinte, conforme já esperava, João encontrou Antônio em um ponto de ônibus e, sacando da arma, acionou o gatilho diversas vezes, não atingindo a vítima, em face de ter sido a arma desmuniciada anteriormente. Dos autos consta o laudo pericial da arma apreendida, a confissão do acusado e as declarações da vítima e do filho do acusado. Por ser primário, o Juiz de primeiro grau concedeu ao acusado o direito de defender-se solto. As alegações finais de acusação foram oferecidas pelo representante do Ministério Público, requerendo a condenação do acusado nos exatos termos da denúncia. QUESTÃO: Como advogado de João da Silva, elabore a peça profissional pertinente. 3) Carlito, de 20 anos, foi denunciado pela prática do crime previsto no artigo 157, § 2º, I e III, do CP, pois subtraiu, mediante grave ameaça, a quantia de R$ 10 mil reais que estava em poder da vítima José, motoboy da empresa Valores S.A. Iniciada a audiência de instrução e julgamento, Carlito foi o primeiro a ser ouvido, e confessou a prática do crime. No entanto, afirmou desconhecer o fato de a vítima estar transportando a vultosa quantia. Logo em seguida, foi ouvida a vítima, José, que reconheceu o acusado, e relatou estar, no momento do roubo – que ocorreu mediante o emprego de arma de fogo -, transportando até o Banco Dinheiro a quantia pertencente à empresa Valores S.A., para que fosse depositada. Afirmou ainda que, quando o acusado tomou-lhe a mochila onde estava o dinheiro, apenas questionou se havia um celular em seu interior, sem fazer qualquer menção aos R$ 10 mil, pois possivelmente desconhecia a existência do 15 dinheiro. Submetido o revólver utilizado no crime à perícia, ficou comprovado um defeito que impossibilita o seu uso. O Ministério Público, em alegações por escrito, pediu a condenação de Carlito nos termos da denúncia. Como advogado, elabore a peça adequada ao caso. 4) Pedro foi acusado de roubo qualificado por denúncia do Promotor de Justiça da comarca, o dia 10 de maio de 2017. Dela constou que ele subtraiu importância em dinheiro de Antônio, utilizando-se de um revólver de brinquedo. Arrolou, para serem ouvidos, a vítima e dois policiais militares. O Juiz ouviu-o no dia 15 de maio de 2017, sem a presença de defensor, ocasião em que ele confessou, com detalhes, a prática delituosa, descrevendo a vítima e afirmando que o dinheiro fora utilizado na compra de drogas. Afirmou, ainda, que havia sido internado várias vezes para tratamento. O defensor nomeado arrolou três testemunhas na resposta a acusação. A vítima, ao ser ouvida, confirmou o fato e afirmou que não viu o rosto do autor do crime porque estava encoberto e, por isso, não tinha condições de reconhecê-lo. Os dois policiais afirmaram que ouviram a vítima gritando que havia sido roubada, masnada encontraram; contudo, no dia seguinte, houve, no mesmo local, outro roubo, sendo o acusado preso quando estava fugindo e, por isso, ligaram o fato com o do dia anterior; o acusado, por estar visivelmente “drogado”, não teve condições de esclarecer o fato. As testemunhas de defesa nada disseram sobre o fato; confirmaram que o acusado tinha problemas com drogas e, por isso, era sempre internado. Na fase do 402 CPP, nada foi requerido pelas partes. O Promotor de Justiça pediu a condenação, alegando que a materialidade estava provada e que a confissão do acusado, pelos informes que continha, mostrava ser ele o autor do crime. Quanto às penas, entendeu que poderiam ser aplicadas nos patamares mínimos. Intimado o acusado para os fins do artigo 403, §3º, do CPP, seus pais resolveram contratar um advogado para defendê-lo. QUESTÃO: Como Advogado, apresente a peça adequada, com todos os argumentos e pedidos cabíveis na defesa do acusado. 5) Felipe, com 18 anos de idade, em um bar com outros amigos, conheceu Ana, linda jovem, por quem se encantou. Após um bate-papo informal e troca de beijos, decidiram ir para um local mais reservado. Nesse local trocaram carícias, e Ana, de forma voluntária, praticou sexo oral e vaginal com Felipe. Depois da noite juntos, ambos foram para suas residências, tendo antes trocado telefones e contatos nas redes sociais. No dia seguinte, Felipe, ao acessar a página de Ana na rede social, descobre que, apesar da aparência adulta, esta possui apenas 13 (treze) anos de idade, tendo Felipe ficado em choque com essa constatação. O seu medo foi corroborado com a chegada da notícia, em sua residência, da denúncia movida por parte do Ministério Público Estadual, pois o pai de Ana, ao descobrir o ocorrido, procurou a autoridade policial, narrando o fato. Por Ana ser inimputável e 16 contar, à época dos fatos, com 13 (treze) anos de idade, o Ministério Público Estadual denunciou Felipe pela prática de dois crimes de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217- A, na forma do artigo 69, ambos do Código Penal. O Parquet requereu o início de cumprimento de pena no regime fechado, com base no artigo 2º, § 1º, da lei8.072/90, e o reconhecimento da agravante da embriaguez preordenada, prevista no artigo 61, II, alínea l, do CP. O processo teve início e prosseguimento na XX Vara Criminal da cidade de Vitória, no Estado do Espírito Santo, local de residência do réu. Felipe, por ser réu primário, ter bons antecedentes e residência fixa, respondeu ao processo em liberdade. Na audiência de instrução e julgamento, a vítima afirmou que aquela foi a sua primeira noite, mas que tinha o hábito de fugir de casa com as amigas para frequentar bares de adultos. As testemunhas de acusação afirmaram que não viram os fatos e que não sabiam das fugas de Ana para sair com as amigas. As testemunhas de defesa, amigos de Felipe, disseram que o comportamento e a vestimenta da Ana eram incompatíveis com uma menina de 13 (treze) anos e que qualquer pessoa acreditaria ser uma pessoa maior de 14 (quatorze) anos, e que Felipe não estava embriagado quando conheceu Ana. O réu, em seu interrogatório, disse que se interessou por Ana, por ser muito bonita e por estar bem vestida. Disse que não perguntou a sua idade, pois acreditou que no local somente pudessem frequentar pessoas maiores de 18 (dezoito) anos. Corroborou que praticaram o sexo oral e vaginal na mesma oportunidade, de forma espontânea e voluntária por ambos. A prova pericial atestou que a menor não era virgem, mas não pôde afirmar que aquele ato sexual foi o primeiro da vítima, pois a perícia foi realizada longos meses após o ato sexual. O Ministério Público pugnou pela condenação de Felipe nos termos da denúncia. A defesa de Felipe foi intimada no dia 13 de setembro de 2017 (quarta-feira). Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, no último dia do prazo, excluindo a possibilidade de impetração de Habeas Corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10611447/artigo-217-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631608/artigo-69-do-decreto-lei-n-2848-de-17-de-outubro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11269884/artigo-2-da-lei-n-8072-de-25-de-julho-de-1990 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11269741/par%C3%A1grafo-1-artigo-2-da-lei-n-8072-de-30-de-maio-de-1990 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033841/lei-dos-crimes-hediondos-lei-8072-90 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633092/artigo-61-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633010/inciso-ii-do-artigo-61-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10632507/alinea-l-do-inciso-ii-do-artigo-61-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
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