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Nome: Isabela Valinho Abreu D o e n ç a Agente etiológico Hospedeiros definitivos e intermediários (quando aplicável) Forma de Transmissão Sinais clínicos Diagnóstico Tratamento Medidas de controle E s q u is t o m o s e Schistosoma mansoni Homem (definitivo) e Caramujo do gênero Biomphalaria (intermediário) A transmissão ocorre por meio do contato do homem com a água (doce e parada) infestada de cercárias. As cercárias, por tropismo à luz, calor, som e outros aspectos, nadam até o homem e penetram ativamente pela pele. O homem contaminado libera ovos nas fezes, os quais contaminam água doce e parada e liberam miracídios, que contaminam os caramujos do gênero Biomphalaria. Nos caramujos, os miracídios se multiplicam intensamente e são liberadas as cercárias. Existem formas agudas e crônicas. A forma aguda é mais comum em crianças e o principal sinal é a dermatite cercariana (prurido, eritema, edema, pequenas pápulas e dor). Além da dermatite, existem outras manifestações, de acordo com o estágio do parasito. Existem sinais e sintomas causados pela migração do esquistossomo pelo corpo: processo inflamatório, febre, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia e urticária. Além disso, podem ocorrer manifestações devido à ação espoliadora dos vermes adultos: podem causar anemia. Quando aos ovos, podem causar desde febre, mal estar e hepatite até a formação de granulomas, caracterizando a forma toxêmica. A esquistossomose crônica possui três formas: intestinal, hepática e esplênica. As três levam a fibrose de diferentes regiões e são decorrentes do acúmulo de ovos. O diagnóstico pode ser parasitológico, por meio do método Katz-KatzLutz (EPF) ou por biópsia retal ou hepática. Também pode ser feito o diagnóstico imunológico, por Intradermoreação, teste de ELISA, Hemoaglutinação ou imunofluorescência Praziquantel Tratamento dos doentes, saneamento básico, educação em saúde, evitar banhos em “lagoas da coceira”. Parasitologia – 2022/2 Atividade Avaliativa T e n ía s e Taenia solium e Taenia saginata Homem (definitivo), boi (intermediário da T. saginata) e porco (intermediário da T. solium) A transmissão ocorre por ingestão de carne crua ou malcozida de boi (T. saginata) ou porco (T. solium). Esses hospedeiros intermediários ingerem ovos de tênia do solo contaminado por fezes, os ovos se desenvolvem em cisticercos, os quais podem ser ingeridos pelo homem na carne crua ou malcozida. Normalmente, a infecção é assintomática. Pode provocar: anemia, perda de peso, diarreia e/ou congestão, dor epigástrica, náusea, cefaleia, vertigens e sensação de estômago vazio. O diagnóstico é feito por EPF: observa-se a presença de ovos e/ou proglotes nas fezes. Niclosamida, praziquantel e albendazol. OBS: deve-se observar a saída do escólex. Caso o medicamento não seja capaz de eliminar o escólex, um novo estróbilo pode se formar, promovendo a manutenção da infecção. O controle é feito pela fiscalização de abatedouros, pela vigilância epidemiológica em locais onde ocorrem casos isolados, pela proteção ambiental e pela educação sanitária. C is t ic e rc o s e Taenia solium Homem (acidental) e porco (definitivo) Existem 3 formas de transmissão: heteroinfecção (ingestão acidental de ovos em água ou alimentos contaminados); autoinfecção externa (ingestão de ovos por indivíduos já parasitados, por falta de higiene); autoinfecção interna (movimentos antiperistálticos ou vômitos que levem as proglotes até o estômago). Os sinais e sintomas dependem de onde os cisticercos se implantarão: pode ser no globo ocular, no tecido subcutâneo e músculos ou ainda no sistema nervoso. No globo ocular, pode gerar apenas desconforto visual, mas também pode levar à cegueira. No tecido subcutâneo e nos músculos, forma nodos subcutâneos, geralmente sem outras manifestações. Já no sistema nervoso, causa a neurocisticercose, que é o tipo mais grave e possui diversas formas. É formado um granuloma e a degeneração do parasito com produtos de desintegração gera ação tóxica e irritativa. Por isso, existem formas convulsivas, hipertensivas/ pseudotumorais e psíquicas. O diagnóstico é muito difícil. Pode ser feito por exame de LCR indicando alterações devido à reação inflamatória ou por exames de imagem, na tentativa de observar os nódulos. São tratados os sintomas. Normalmente não se trata com drogas antiparasitárias, porque o interesse não é eliminar o parasito, já que isso poderia piorar o quadro inflamatório. O controle é feito por meio do saneamento básico adequado, não bebendo água de origem desconhecida, não ingerindo alimentos sem lavar. E n t e ro b ía s e Enterobius vermicularis Homem é o único hospedeiro Existem 4 formas de transmissão: Heteroinfecção (um indivíduo contamina o ambiente com as fezes e outro indivíduo ingere Na maioria dos casos é uma infecção assintomática. Pode causar: prurido anal intenso, principalmente à noite; enterite catarral; vaginite, O diagnóstico é clínico e laboratorial. Com a presença das manifestações Mebendazol, pamoato de pirantel ou albendazol. Tratar os infectados, manter as mãos limpas e as unhas cortadas, água ou alimentos contaminados; Autoinfecção externa oral: o indivíduo entra em contato com os ovos liberados nas próprias fezes (levando a mão suja à boca, por exemplo); Autoinfecção externa anal (retro-infecção): o ovo eclode na região perianal e a larva retorna pelo TGI até o intestino; Autoinfecção interna: o ovo eclode dentro do próprio TGI e se torna verme adulto. ooforite e salpingite (devido à relação do trato genital feminino com o reto). clínicas já mencionadas, complementa-se com EPF (baixa sensibilidade), swab anal e/ou fita gomada. lavar roupas de cama do contaminado com água fervente, mudar roupas íntimas frequentemente, tomar banhos diários (de chuveiro e evitar banheira), remover o pó com aspirador de pó e fomentar a educação sanitária. A s c a ri d ía s e Ascaria lumbricoides Homem é o único hospedeiro A transmissão ocorre por ingestão do ovo embrionado em água ou alimentos contaminados. Esse ovo eclode e libera uma larva, que penetra na parede do intestino e chega à corrente sanguínea, onde se locomove até chegar aos pulmões. Nos pulmões, essa larva completa sua maturação, rompe os capilares e sobe pela árvore brônquica. Desse modo, o indivíduo engole novamente a larva, e ela se torna apta a se transformar em verme adulto no intestino delgado. Os vermes adultos se reproduzem e liberam ovos, que são liberados nas fezes e contaminam o solo, o que leva à manutenção da doença. Existem manifestações clínicas decorrentes de 3 aspectos: da migração pulmonar, da infecção intestinal e das possíveis localizações ectópicas. A migração pulmonar pode causar síndrome de Loeffler (febre, tosse com estertores à ausculta e eosinofilia), micro hemorragias, pneumonia eosinofílica e pneumonia bacteriana secundária. A infecção intestinal pode causar desconforto abdominal, dor, má digestão, perda de peso, sensação de coceira no nariz, irritabilidade, sono agitado, bruxismo, reação de hipersensibilidade e volvos. As localizações ectópicas possuem diferentes manifestações, como a obstrução dos canais pancreático e biliar, a eliminação de vermes pela boca e pelo nariz e a inflamação nos olhos ou no ouvido médio. O diagnóstico clínico é difícil, devido à grande variaçãonas manifestações clínicas e à semelhança dessas manifestações com outras patologias. Pode ocorrer, portanto, por visualização direta do parasito ou por EPF. Mebendazol, albenzadol e ivermectina. Tratamento em massa, educação sanitária, saneamento básico, lavagem das mãos, unhas curtas, lavagem de alimentos, não utilizar fezes humanas como adubo, educação em saúde. A n c il o s t o m ía s e Ancylostoma duodenale e Necator americanus Homem é o único hospedeiro A transmissão ocorre por penetração ativa da larva na pele. As larvas fazem o ciclo de Loss e se transformam em vermes adultos no intestino delgado, os quais se reproduzem e liberam ovos. Esses ovos são liberados nas fezes, contaminam o solo, onde eclodem e liberam larvas rabditoides, que sofrem maturação e se tornam larvas filarioides, que penetram em outro indivíduo. Amarelão: anemia, prurido, tosse seca, dor abdominal e subnutrição. Problemas pulmonares. Problemas intestinais: dilacerações, infecções, modificação das pregas intestinais, perda de sangue e anemia. EPF (ovos), eosinofilia e diagnóstico clínico. Albendazol, mebendazol e pantarato de praziquantel. Saneamento básico, uso de calçados, combate à larva no solo (plantio de capim- cidreira), medicamentos. E s t ro n g il o id ía s e Strongyloides stercoralis Homem é o único hospedeiro A transmissão pode ocorrer por penetração na pele ou por ingestão do verme. Pela penetração na pele, a larva cai na corrente sanguínea e faz o ciclo de Loss, é engolida e se transforma em fêmea adulta, no intestino, a qual se reproduz por partenogênese. Nas fezes humanas, são liberadas larvas rabditoides, as quais podem seguir o ciclo direto (tornar-se larvas filarioides, capazes de penetrar na pele dos indivíduos) ou o ciclo indireto (tornar-se verme adulto de vida livre). Também pode ocorrer a autoinfecção: em indivíduos constipados, as larvas não saem nas fezes, então perfuram a parede intestinal e fazem autofecundação. Na maioria dos casos é uma infecção assintomática. Pode causar: eritema, prurido, síndrome de Loeffler, diarreia e constipação alternados, inapetência, náusea, vômitos e eosinofilia. Eosinofilia associada a diarreia persistente alternando com constipação, associados ao EPF negativo. Albendazol e invermectina. Saneamento básico, usar calçados, educação sanitária. T ri c h u rí a s e Trichuris trichiura Homem é o único hospedeiro Ingestão de ovos embrionados. Os ovos são ingeridos, eclodem no intestino delgado, se tornam vermes adultos no intestino grosso, se reproduzem sexuadamente e liberam ovos, que são liberados nas fezes e passam por uma Dor abdominal, flatulência e febre moderada, além de diarreia com perda de peso, podendo levar à desidratação. Ademais, pode apresentar constipação e tenesmo. Os casos mais extremos podem levar ao prolapso retal. EPF (ovo) e eosinofilia Mebendazol, albendazol, ivermectina. Saneamento básico, educação sanitária, cuidados com alimentos e água contaminados. maturação no solo. Após a maturação, são ingeridos e geram a doença. F il a ri o s e l in fá t ic a Wuchereria bancrofti Homem (definitivo) e culex (intermediário) Picada do mosquito culex. A fêmea do Culex ingere microfilárias, que percorrem seu estômago, seu tórax e a maturam, até chegar à probóscida. Esse ciclo dura 15- 20 dias. Após a maturação, a fêmea pica um humano e a larva escapa (não é inoculada) e penetra na pele do hospedeiro por alguma lesão (geralmente pela picada). Após penetrar na pele, ela chega até os vasos linfáticos, onde amadurece em verme adulto. Em 7-8 meses, as fêmeas produzem microfilárias. Assintomático ou manifestações agudas (linfagite), manifestações crônicas (hidrocele - elefantíase) e eosinofilia pulmonar tropical (sintomas parecidos com os de asma). O processo inflamatório é o que leva às possíveis manifestações. A elefantíase ocorre na fase crônica: inflamação + fibrose (hipertrofia do tecido conjuntivo + dilatação dos vasos linfáticos + edema). Infecções secundárias agravam o quadro. Laboratorial: pesquisa de microfilárias no sangue, pesquisa de anticorpos, pesquisa de antígenos, pesquisa em DNA (PCR), pesquisa de vermes adultos nos vasos linfáticos (USG) ou diagnóstico de infecção no vetor. Dietilcarbamazin a (fase aguda), higiene local e antibioticoterapi a (linfedema), tratamento cirúrgico (hidrocele) ou cirurgia plástica (elefantíase – não resolutiva). Tratar os doentes, combater o vetor, melhorar a condição sanitária, quimioterapia preventiva. O n c o c e rí a s e Onchocerca volvulus Borrachudo (intermediário) e homem (definitivo) Picada do inseto borrachudo (Similium sp.). o borrachudo se infecta com microfilárias ao picar o homem parasitado e as microfilárias evoluem na cavidade geral do mosquito. Durante a hematofagia, ocorre a penetração de larvas infectantes na pele (não é penetração ativa, procuram a picada ou alguma lesão). Após penetrar na pele, demoram 4-6 semanas para liberar microfilárias. Após pouco mais de um ano, começa a eliminação de microfilárias. Oncocercoma (dermetite), dermatite oncocercosa (edema e despigmentação), lesões oculares (ceratite punctiforme, pannus e cegueira completa). Biópsia de pele para isolamento de microfilárias, exame oftalmológico, ELISA, USG e ecografia. Ivermectina + doxiciclina Tratar os doentes, combater o vetor, melhorar a condição sanitária.
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