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x Refere-se a passagem retrógrada de alimentos do conteúdo gástrico ou estomacal, incluindo ácido e bile para o esôfago, podendo vir ou não acompanhado de vômito. O refluxo ocorre quando há o funcionamento inadequado do esfíncter esofágico inferior, responsável por impedir o retorno do conteúdo gástrico para o esôfago. O revestimento gástrico protege o estômago dos efeitos de seu próprio ácido. Como o esôfago não tem um revestimento protetor semelhante, os ácidos gástricos e as enzimas que retornam (refluxo) para o esôfago podem causar sintomas e, em alguns casos, danos. A etiopatogenia da DRGE é relativa a diversos fatores, pois a exposição crônica da mucosa esofágica ao conteúdo gastroduodenal é conseguinte do defeito de um ou mais mecanismos de defesa do esôfago, podendo ser por conta da barreira antirrefluxo, dos mecanismos de depuração ou até mesmo dos mecanismos de resistência que estão presentes no epitélio esofágico. A seriedade da DRGE resulta da quantidade de conteúdo refluído para dentro do esôfago, além da permanência da secreção em contato com a mucosa podem acontecer episódios isolados de refluxo que não se caracterizam como uma doença. distinção entre o refluxo gastroesofágico (RGE) e a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) tem de ser feita pela história e exames clínicos minuciosos, que podem vir a determinar se o lactente carece ou não de intervenção terapêutica. OBS: EM NEONATOS A RGE é um evento quase global em bebês prematuros, sendo um diagnóstico comum na unidade de terapia intensiva neonatal, nos primeiros seis meses de vida do lactente, os vômitos e regurgitações ocorrem com maior periodicidade, caracterizando como um quadro de refluxo fisiológico, o desenvolvimento fisiológico do esfíncter esofágico faz com que ocorra regurgitamentos mais de uma vez ao dia em crianças e em recém-nascidos. Quando uma pessoa está em pé ou sentada, a gravidade ajuda a prevenir o refluxo do conteúdo do estômago para o esôfago, o que explica por que o refluxo pode piorar quando a pessoa afetada está deitada. Porque o refluxo é mais intenso após as refeições? o Também é mais provável que o refluxo ocorra logo após as refeições, quando o volume e a acidez do conteúdo do estômago estão mais elevados e o esfíncter é menos propenso a funcionar adequadamente. 3 Laryssa Tôrres- 4º período Classificação do refluxo gastroesofágico: o Fisiológico- O RGE fisiológico é mais comum em crianças de baixa idade, como recém nascidos, e tem como principais sintomas as regurgitações ou também conhecidas como "gorfadas". Em casos de crianças maiores e adultos, pode acontecer no período pós prandial, que seria após se alimentar. o Patológico- (DRGE), ocorre quando as regurgitações e vômitos não melhoram após 6 meses de vida, como também podem ocorrer com a falta de resposta ao tratamento medicamentoso e às medidas posturais e, consequentemente manifestam sinais e sintomas de esofagite. o Ácido e não ácido. o Alto e baixo. A barreira antirrefluxo é formada pelo esfíncter esofágico inferior, diafragma e ângulo de his, que impedem o refluxo gástrico. Quando há o relaxamento do EEI não relacionados com a deglutição há predisposição de DRGE. A distensão gástrica (aumento da região abdominal) é o principal estímulo para o relaxamento do EEI, em LACTENTES, o volume alimentar é maior, causando distensão, além disso eles ficam mais tempo na posição horizontal, favorecendo refluxo pela ausência de gravidade. em lactentes, os sintomas mais comuns são regurgitações persistentes. Geralmente associada a vômitos, recusa alimentar, diminuição de peso, alterações no sono, disfagia, apneia, seno mais evidentes com 4 meses. → Sintomas típicos: ✓ Pirose e regurgitação. ✓ Sintomas atípicos: ✓ Vômito, náusea ✓ Sinal de alarme: ✓ Sangramento, disfagia, idade. 4 Laryssa Tôrres- 4º período Se inicia a partir da história clínica, em crianças de baixa idade regurgitações sem sintomas associados indicam RGE fisiológico. No caso de outras manifestações como choro constante, irritabilidade, broncoespasmo persistente, entre outros, caracteriza a presença de refluxo gastroesofágico patológico. Exame de PHMETRIA e IMPEDANCIOMETRIA podem ser usados para diagnosticar refluxo ácido e não ácido respectivamente. Os exames mais indicados e adequados são a endoscopia digestiva alta com biópsia, que é indicada em casos de sintomas de SINAL DE ALARME. o tratamento não medicamentoso, baseia-se em mudar a posição da criança quando está acordada, diminuir o volume de alimentação oferecida ou até mesmo considerar o uso de espessantes. Já em bebês que ainda são amamentados, a indicação é a retirada do leite e ovo da dieta da mãe, uma vez que esses alimentos estão muito relacionados à ocorrência dos sintomas, o lactente também pode manter- se na posição vertical após a mamada e após, posição dorsal com elevação da cabeça. Em crianças e adolescentes a mudança no estilo de vida também é necessária e recomenda-se a melhora nos hábitos alimentares, fracionar as refeições e consequente perda de peso, evitar se alimentar muito tarde, elevar a cabeça ao dormir. Quanto aos medicamentos domperidona para melhora do refluxo, consequente à melhora do vômito Por sua vez, o uso de medicamentos inibidores da bomba de prótons (IBP) como lansoprazol, esomeprazol, rabeprazol, pantoprazol para diminuir a acidez. . 5 Laryssa Tôrres- 4º período Inflamação da mucosa do estômago, com presença de neutrófilos. → ✓ AINES ✓ Helicobacter pylori ✓ Álcool ✓ Bile ✓ Lesões por estresse → ✓ A luz gástrica é naturalmente acida com pH próximo de 1, podendo danificar a mucosa gástrica. ✓ Existem mecanismos do nosso corpo que protegem a mucosa dessa acidez. ✓ A Mucina, evita que o alimento toque o epitélio. ✓ A camada de muco promove a formação de outra camada inerte de fluido e tem Ph neutro, como resultado da secreção de íons de bicarbonato pelas células epiteliais da superfície. → Processos que causam gastrite: ✓ AINEs in9bem a síntese das prostaglandinas E2 e I2, do COX- 1, que estimulam os mecanismos protetores da mucosa, retirando a proteção e consequentemente aumentando a acidez. ✓ Pacientes infectados por H.pylori, podem ter lesão gástrica, pois a bactéria secreta urease, inibindo os transportadores de bicarbonato pelo íons de amônio. → Pacientes com gastropatia induzida por AINEs podem ser assintomáticos ou apresentar dor epigástrica persistente, a qual responde a antiácidos ou inibidores de bomba de próton. → ✓ Ocorre em pacientes com trauma grave, queimaduras doenças cranianas, pacientes que realizaram cirurgia de grande porte. Relacionada com a isquemia. A regulação do Oxido nítrico e o aumento da endotelina-1 contribuem para lesão isquêmica ✓ As úlceras de estresse, são mais comuns em indivíduos com choque, sepse ou trauma grave. ✓ úlceras de curling, ocorrem no duodeno proximal e estão associadas a queimaduras graves ou traumas ✓ Úlceras de curshing, Úlceras gástricas, duodenais e esofágicas que surgem em pessoas com doença intracraniana. A causa mais comum é a infecção pelo H. pylori. 6 Laryssa Tôrres- 4º período Bactérias gram-negativas, são bacilos em forma de aspiral, presentes na amostra de biópsia. Sua infecção não possui sintomas suficientes para que haja um alerta para cuidados médicos. → Epidemiologia: ✓ a infecção por H. pylori está associada à pobreza,à superpopulação doméstica, à educação limitada, à etnia afro-americana ou méxico-americana, à residência em áreas rurais e ao nascimento fora dos Estados Unidos. ✓ Humanos são os transportadores primários, o que sugere que a transmissão é primeiramente feita através da via fecal-oral. → Patogenia: ✓ Mais frequente como uma gastrite antral, com produção de ácido normal ou elevada. Quando a inflamação permanece limitada ao antro, o aumento da produção de ácido resulta em um risco maior de úlcera péptica duodenal. ✓ A gastrite associada a placas de atrofia da mucosa, redução da massa de células parietais e da secreção de ácido, metaplasia intestinal e risco aumentado de adenocarcinoma gástrico. ✓ O H.pylori possui uma enzima chamada urease, que converte ureia em amônia e bicarbonato, o que eleva o pH local. → Diagnóstico: MÉTODOS DIAGNÓSTICOS DISPONÍVEIS PARA A INFECÇÃO POR H. PYLORI Métodos invasivos Métodos não invasivos Endoscopia com histologia(biópsia) teste rápido da urease cultura e exame direto Teste respiratório com uréia marcada Teste do antígeno fecal Sorologia → Tratamento: Combinação de antibióticos e inibidores da bomba de prótons. ✓ Gastrite autoimune: ✓ A gastrite autoimune está associada à perda de células parietais, as quais são responsáveis pela secreção de ácido gástrico e fator intrínseco. ✓ A ausência da produção de ácido estimula a liberação de gastrina, resultando na hipergastrinemia e hiperplasia das células G antrais, produtoras de gastrina. A falta do fator intrínseco impede a absorção ileal de vitamina B12, levando, por fim, à deficiência de vitamina B12 e à anemia megaloblástica de início lento (anemia perniciosa). → Eosinofílica Esta forma de gastrite é caracterizada por lesão tecidual associada a densos infiltrados de eosinófilos na mucosa e na muscular, geralmente nas regiões antral e pilórica. A lesão também pode se apresentar em outras áreas dentro do trato GI e está associada a eosinofilia periférica e níveis séricos de IgE elevados. Reações alérgicas são uma das causas da gastrite eosinofílica, com o leite de vaca e proteínas da soja 7 Laryssa Tôrres- 4º período sendo os alérgenos mais comuns em crianças. → Gastrite Linfocítica Esta doença afeta preferencialmente mulheres e produz sintomas abdominais não específicos. Ela é idiopática, mas aproximadamente 40% dos casos são associados a doença celíaca, sugerindo uma patogenia mediada pelaimunidade. → Gastrite Granulomatosa: Este termo descritivo é aplicado a qualquer gastrite que contenha granulomas bem formados, ou agregados de macrófagos epitelioides. Ele abrange um grupo diverso de doenças com características clínicas e patológicas que variam amplamente. Muitos casos são idiopáticos. Esses fármacos são potentes inibidores da bomba de H+,K+- ATPase. Esta enzima, localizada na membrana secretora apical da célula parietal, tem um papel fundamental na secreção de H+ (prótons). Esses fármacos podem inibir por completo a secreção ácida e ter uma ação prolongada. → Esomeprazol → Lansoprazol → pantoprazol 8 Laryssa Tôrres- 4º período Os alérgenos são proteínas de baixo peso molecular que podem induzir uma resposta imunológica após exposições sequenciais. → Tipo I: tem início poucos minutos após o contato com um alérgeno solúvel. A sensibilização é considerada a etapa inicial da reação de hipersensibilidade do tipo I. Este processo ocorre após o primeiro contato entre o alérgeno e o indivíduo. 1- Etapa de sensibilização: As células dendríticas captam o alérgeno nas barreiras epiteliais, e transportam até as células T CD4+( linfonodos regionais), essas células estimulam uma resposta Th2 específicos que leva a geração de plasmócitos produtores de IgE. O IgE se liga ao alérgeno nos receptores Fc localizados na membrana dos mastócitos. 2- Fase de ativação: No segundo contato, os s alérgenos se ligam nas IgE que estão nas membranas dos mastócitos, ativando essas células promovendo a liberação de substâncias, que podem ser histaminas, mediadores lipídicos, enzimas e citocinas. Com a liberação dos mediadores, há formação de eritema (vermelhidão) e de pápula (inchaço). As manifestações clínicas das respostas alérgicas variam de acordo com a via pela qual há o contato com o alérgeno. → Quando a porta de entrada do alérgeno se dá pela corrente sanguínea, moléculas como histaminas, citocinas e mediadores lipídicos, levam ao extravazamento vascular e à vasodilatação, gerando 9 Laryssa Tôrres- 4º período exsudação plasmática e recrutamento de leucócitos → Se o alérgeno adentrar no organismo através das vias respiratórias, pode ocorrer o desencadeamento de uma broncoconstrição ocasionada pela ação de mediadores lipídicos. Quando inalados, os antígenos podem provocar, nas vias aéreas superiores, a obstrução nasal, rinorréia e edema. Nas vias inferiores, pode ocorrer broncoconstrição e secreção de muco. Essas manifestações podem levar a falta de ar, tosse, espirros e coceira → Por outro lado, se a entrada do alérgeno se der por ingestão, citocinas como IL-4 e IL-13, além de mediadores lipídicos, podem levar à hipermotilidade intestinal Quase qualquer alimento ou aditivo alimentar pode causar uma reação alérgica, mas os gatilhos mais comuns incluem • Em recém-nascidos e crianças jovens: leite, soja, ovos, amendoim e trigo • Em crianças mais velhas e adultos: oleaginosas e frutos do mar Em geral, a alergia alimentar é mediada por IgE, linfócitos T, ou ambos: • A alergia mediada pela IgE (p. ex., urticária, asma, anafilaxia) tem um início agudo, geralmente se desenvolve durante a infância e ocorre mais frequentemente em pessoas com forte história familiar de atopia. • A alergia mediada por linfócitos T (p. ex., gastroenteropatias por proteínas dietéticas, doença celíaca) se manifesta gradualmente e é crônica; ela é mais comum em lactentes e crianças. • As alergias mediadas tanto por IgE quanto por linfócitos T (p. ex., dermatite atópica, gastroenteropatia eosinofílica) tendem a ser de início tardio ou crônicas. → Sinais e sintomas: Os sinais e sintomas das alergias alimentares variam de acordo com o alérgeno, mecanismo e idade do paciente. → A manifestação mais comum em recém-nascidos é a dermatite atópica isolada ou com sintomas gastrointestinais (p. ex., náuseas, vômitos, diarreia). → As crianças costumam superar essas manifestações e reagir cada vez mais a alérgenos inalados, com sintomas de asma e rinite; essa progressão é chamada marcha atópica. → Quando a alergia alimentar persiste em crianças mais velhas e adultos, as reações tendem a ser mais graves (p. ex., urticária explosiva, angioedema e, até mesmo, anafilaxia). Em alguns pacientes, alimentos (especialmente trigo e camarão) só desencadeiam anafilaxia se eles fizerem exercícios físicos logo depois da ingestão; o mecanismo é desconhecido. → Reações mediadas por linfócitos T tendem a envolver o trato gastrintestinal, causando sintomas como dor abdominal subaguda ou crônica, náuseas, cãibras e diarreia. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dermatol%C3%B3gicos/abordagem-ao-paciente-dermatol%C3%B3gico/urtic%C3%A1ria https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/asma-e-doen%C3%A7as-relacionadas/asma https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/imunologia-dist%C3%BArbios-al%C3%A9rgicos/dist%C3%BArbios-al%C3%A9rgicos,-autoimunes-e-outras-rea%C3%A7%C3%B5es-de-hipersensibilidade/anafilaxia https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/s%C3%ADndromes-de-m%C3%A1-absor%C3%A7%C3%A3o/doen%C3%A7a-cel%C3%ADacahttps://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/s%C3%ADndromes-de-m%C3%A1-absor%C3%A7%C3%A3o/doen%C3%A7a-cel%C3%ADaca https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dermatol%C3%B3gicos/dermatite/dermatite-at%C3%B3pica-eczema https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dermatol%C3%B3gicos/dermatite/dermatite-at%C3%B3pica-eczema https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dermatol%C3%B3gicos/dermatite/dermatite-at%C3%B3pica-eczema 10 Laryssa Tôrres- 4º período → Diagnóstico: Testes de IgE sérica específicos para alérgenos Testes cutâneos Tentativa de dieta de eliminação (isolada ou após testes cutâneos ou testes de IgE específicos para alérgenos) Testes (p. ex., testes de IgE sérica específicos para alérgenos, testes cutâneos) e dietas de eliminação são mais úteis no diagnóstico de reações mediadas pela IgE. → Tratamento da alergia alimentar: Dieta de eliminação de alimentos Às vezes, cromolina via oral Às vezes, corticoides para enteropatia eosinofílica O tratamento de alergias alimentares consiste em eliminar o alimento que desencadeia a reação alérgica. Assim, o diagnóstico e tratamento se sobrepõem. Cromolina oral tem sido usada para diminuir a reação alérgica com sucesso aparente. Anti-histamínicos são de pouco valor, exceto em reações agudas gerais com urticária e angioedema. Corticoterapia prolongada é útil para a enteropatia eosinofílica sintomática. O principal nutriente que gera a intolerância alimentar é o açúcar do leite, conhecida como lactose. De acordo com a Graziella Schettino, o organismo não consegue fazer a digestão desse açúcar, e com isso, gera sintomas como desconfortos e dores abdominais. Sintomas de alergia Alimentar Sintomas de intolerância alimentar Urticária e vermelhidão na pele; Coceira intensa na pele; Dificuldade para respirar; Inchaço no rosto ou língua; Vômitos e diarreia. Dor no estômago; Inchaço da barriga; Excesso de gases intestinais; Sensação de queimação na garganta; Vômitos e diarreia. Características dos sintomas Características dos sintomas Surgem imediatamente mesmo quando ingere pouca quantidade do alimento e os testes feitos na pele são positivos. Podem demorar mais de 30 minutos para aparecer, sendo mais graves quanto maior for a quantidade de alimento ingerido, e os testes de alergia feitos na pele não apresentam alteração 11 Laryssa Tôrres- 4º período → Doença inflamatória intestinal crônica. De etiologia desconhecida, não curável por tratamento clínico ou cirúrgico, transmural. A doença de Crohn pode ocorrer em qualquer área do trato GI, mas os locais mais comumente envolvidos, na apresentação, são o íleo terminal, a válvula ileocecal e o ceco. → A presença de áreas múltiplas, separadas e nitidamente delineadas da doença, resultando em lesões salteadas, é característica da doença de Crohn e pode ajudar na diferenciação da colite ulcerativa. → Manifestações extra intestinais associadas ou isoladas podem ocorrer e atingem mais frequentemente pele, articulações, olhos, fígado e trato urinário. Diagnostico: → O diagnóstico da doença de Crohn resulta da análise de dados clínicos (de anamnese, exame físico e proctológico completo), endoscópicos, radiológicos, laboratoriais e histológicos. → O exame proctológico, quando positivo, é diagnóstico de uma ou mais fissuras anais. → O emprego da ultrassonografia de abdome e da tomografia computadorizada (TC) deve ocorrer preferencialmente durante as crises ou exacerbações, na presença de massa abdominal ou suspeita de abscesso. → A ressonância magnética (RM) pode ser empregada em pacientes alérgicos a contraste iodado e em mulheres → A RM de alta resolução tem boa acurácia para detectar fístulas anais da doença de Crohn → Radiografias abdominais simples devem ser realizadas para a avaliação de pacientes com quadro de abdome agudo ou com suspeita de megacólon tóxico. → A colonoscopia é utilizada para confirmar a suspeita clínica de doença de Crohn e para a obtenção de biópsias. Manifestações clínicas: → Sintomas de diarreia crônica, dor abdominal, perda ponderal e sangramento retal direcionam a anamnese. Os sinais clínicos incluem desnutrição, palidez cutâneo-mucosa, dor, massa abdominal, distensão ou fistulização na parede abdominal. → A dilatação aguda e tóxica do cólon (megacólon tóxico) pode representar uma apresentação incomum, porém aguda e de elevada gravidade (B). A apresentação na forma de diarreia 12 Laryssa Tôrres- 4º período requer diagnóstico diferencial com colites infecciosas (virais ou bacterianas) e com parasitoses intestinais. → A apresentação de ileíte aguda requer diagnóstico diferencial com a apendicite aguda. → A aferição da atividade da doença de Crohn pode ser de difícil realização em decorrência de diferentes padrões de localização da doença, bem como presença de complicações (D). Não há nenhum indicador padrão da atividade da doença estabelecido. Variáveis mais ou menos objetivas, como suspensão da corticoterapia ou atividade sem indicação cirúrgica, podem ser utilizadas. A doença é considerada em remissão quando o CDAI é inferior a 150; leve a moderada quando o CDAI oscila entre 150 e 219; moderada a grave entre 220 e 450; e grave ou fulminante quando os valores são superiores a 450. Tratamento: → Para pacientes assintomáticos ou em remissão e que nunca foram submetidos a tratamento cirúrgico, não há indicação para qualquer tratamento. → As recomendações para intervenção medicamentosa ou cirúrgica resultam da localização da doença, intensidade da apresentação. → O objetivo inicial do tratamento clínico é produzir remissão da atividade da doença. → Pacientes sintomáticos e em corticoterapia ou com febre, vômitos, dor abdominal ou com suspeita de obstrução intestinal ou em desnutrição evidente devem ser internados. → O tratamento cirúrgico da doença de Crohn por meio de ressecção ou enteroplastia está indicado para as complicações e quando caracterizada intratabilidade clínica ou doença refratária. → Para os pacientes com doença perianal, a drenagem de abscessos está sempre indicada, bem como as operações de fistulotomia ou drenagem por seton. → A proctectomia está indicada para os casos de supuração importante associados à retite grave e incontinência anal. Retocolite: → doença na colite ulcerativa é limitada ao cólon e ao reto. Manifestações extra intestinais comuns da colite ulcerativa sobrepõem-se às da doença de Crohn e incluem poliartrite migratória, sacroileíte, espondilite anquilosante, uveíte e lesões na pele. → Macroscopicamente, a colite ulcerativa sempre envolve o reto e se 13 Laryssa Tôrres- 4º período estende proximalmente e de modo contínuo para envolver parte ou todo o cólon. Adoença do cólon inteiro é chamada de pancolite → O intestino delgado é normal, embora inflamações leves da mucosa do íleo distal, chamadas de ileíte por refluxo, possam estar presentes em casos graves de pancolite Aspectos Clínicos → A colite ulcerativa é um distúrbio recorrente, caracterizado por ataques de diarreia sanguinolenta,com material mucoide viscoso, dor abdominal inferior e cólicas que são temporariamente aliviadas pela defecação. Estes sintomas podem persistir por dias, semanas ou meses antes de desaparecerem. → O aparecimento inicial dos sintomas também foi relatado como ocorrendo logo após a interrupção do tabagismo em alguns pacientes, e o fumo pode aliviar parcialmente os sintomas.14 Laryssa Tôrres- 4º período → Breve resumo: Protozoários são seres eucariontes, unicelulares e heterótrofos. Alguns podem ser de vida livre e outros podem ser parasitas e abitarem dentro do corpo dos humanos. → Classificação: É baseada no modo de locomoção: sarcodíneos, ciliados, flagelados e esporozoários. Sarcodíneos são protozoários que prologam seu citoplasma, criando os psedópodes para sua locomoção e alimentação, fazem parte do filo Rhizopoda. Introdução: As parasitoses intestinais constituem um tipo de endoparasitismo. Os parasitos que vivem no trato gastrintestinal do homem pertencem aos filos Protozoa, Platyhelminthes, Nematoda, Acantocephala. As condições de vida, moradia e saneamento básico são, em grande parte, determinantes da transmissão de tais parasitos. Epidemiologia: A prevalência de parasitoses é alta em locais nos quais as condições de vida e de saneamento básico são insatisfatórias ou inexistentes. O desconhecimento de princípios de higiene pessoal e de cuidados na preparação dos alimentos facilita a infecção e predispõe a reinfecção em áreas endêmicas. Na América Latina e Caribe, cerca de 200 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza; 2,4 bilhões não têm saneamento básico; um bilhão de adultos é analfabeto; 110 milhões de crianças na idade escolar estão fora da escola, dentre as quais 60% são meninas; um bilhão de pessoas não tem acesso à água potável; 790 milhões não têm nutrição adequada.3 O acentuado êxodo rural e o acelerado crescimento das favelas associados a esses fatores aumentam as chances de exposição a inúmeras doenças, dentre elas as parasitoses As parasitoses intestinais constituem um problema de saúde pública, principalmente nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. São frequentemente tratadas na Atenção Primária à Saúde. Amebíase, Entamoeba: → Infecção causada pelo protozoário Entamoeba histolytica. Este pode colonizar o lúmen intestinal do indivíduo acometido de maneira → assintomática, como em 90% dos casos, ou pode se manifestar de forma grave. A infecção está associada aos hábitos de higiene e manifesta-se geralmente com quadros de diarreia e dor abdominal. A infecção por E.histolytica é uma das principais causas de morte por protozoário no mundo acometendo cerca de 10% da população mundial. 15 Laryssa Tôrres- 4º período Taxonomia: Pertence ao reino protozoa e gênero entamoeba. Pode apresentar 2 formas evolutivas: Cisto multinucleado ou trofozoíto móvel e uninucleado. Os cistos são encontrados na água e alimentos contaminados com fezes, são resistentes a acidez gástrica e assumem a forma de trofozoítos no intestino grosso. Os trofozoítos são uninucleados e possuem uma dupla camada na sua membrana externa, onde é encontrado o glicocálix., são extremamente móveis. A E. histolytica pode ser patogênica ou não patogênica. Os trofozoítos patogênicos são caracterizados pela emissão constante de pseudópodos e pela presença de hemácias no citoplasma da célula. Ciclo biológico: o ciclo biológico da E. histolytica envolve quatro estágios: cisto, metacisto, trofozoíto e pré-cisto 1. o parasito desenvolve-se quando o indivíduo ingere cistos maduros presentes em água, alimento e mãos sujas. 2. Os cistos são resistentes ao suco gástrico, e somente no intestino delgado começam a sofrer modificações, mais especificamente na região ileocecal. 3. Nesse local, ocorre o processo de desencistamento (saída do metacisto por uma fenda na parede cística) O metacisto sofre, então, diversas divisões celulares, formando oito trofozoítos metacísticos uninucleares. 4. Chegando ao intestino grosso, essas estruturas se desenvolvem e originam os trofozoítos, que ali permanecem aderidos. 5. Por um processo ainda não muito bem esclarecido, tais formas sofrem desidratação, formando os pré-cistos. 6. Por último, esses agentes recém-formados secretam uma membrana cística, dando origem ao cisto, que será 16 Laryssa Tôrres- 4º período eliminado nas fezes, continuando o ciclo. Fisiopatologia: → Um dos fatores que diferencia a cepa patogênica da não patogênica e que, por isso, influencia seu mecanismo patológico, é a presença da lectina de aderência, encontrada na superfície da cepa patogênica. LECTINA DE ADERÊNCIA- trata-se de uma adesina essencial para a função citolítica, de aderência e reconhecimento da E. histolytica, pela célula-alvo. Ao entrar em contato com a superfície epitelial intestinal, a lectina é inibida pela galactose ali presente, estimulando uma resposta T supressora, inibindo a formação de uma resposta celular efetiva. Por outro lado os trofozoítos podem se aderir ao epitéio, e invadir a mucosa e submucosa do cólon Levando a citólise, processo no qual as membranas epiteliais são destruídas e, os restos celulares fagocitados pela E. histolytica, e formando úlceras caracterizadas por serem profundas e delimitadas por uma mucosa sadia. Ocorre, então, um afastamento das células, formando um espaço intercelular denominado foco de adesão. O processo inflamatório estabelecido e intensificado na região infectada atrai ainda mais células imunes, como neutrófilos, macrófagos, aumentando ainda mais o processo ulcerativo da parede intestinal. Esse processo de lesão progressiva produz áreas de necrose e úlceras distribuídas ao longo da parede intestinal, sendo mais comumente encontradas na região cecal, no sigmoide e no reto, caracterizando a colite crônica. Esse processo contínuo e invasivo pode permitir aos trofozoítos alcançaremos vasos sanguíneos e acometer órgãos como fígado e pulmão. Aspectos clínicos: → A doença pode manifestar-se de maneira aguda (amebíase aguda) ou crônica (colite crônica). A amebíase não costuma cursar com febre, e os sintomas que aparecem com maior frequência são: disenteria, enterorragia (presença de sangue vivo nas fezes), tenesmo (vontade de evacuar, mas a sensação de não ocorrer esvaziamento completo ou nem evacuação) , dor abdominal em cólica, perda de peso, anorexia, náuseas, vômitos e mal-estar geral. A amebíase intestinal, se não tratada, pode cursar com complicações como perfuração intestinal, peritonite, apendicite e hemorragias. No pulmão, pode ocorrer a denominada amebíase pleuropulmonar, caracterizada por dor torácica, tosse e expectoração, podendo ocorrer também derrame pleural. → Diagnóstico diferencial: A pesquisa de trofozoítos e cistos nas fezes continua sendo o método mais empregado para o diagnóstico. Contudo, para aumentar a sensibilidade do exame, é preconizada a coleta múltipla de fezes, ou seja, obtenção de material fecal em pelo menos 3 dias diferentes. Casos as fezes estejam líquidas, o método direto é o mais recomendado para a observação de trofozoítos, que permanecem viáveis entre 15 e 30 minutos A colite causada pela amebíase deve ser diferenciada daquela decorrente de outros agentes, tais como Shygella e Campylobacter. Na maioria das vezes, o exame parasitológico 17 Laryssa Tôrres- 4º período de fezes é suficiente para essa diferenciação. Abscessos hepáticos causados por trofozoítos são confundidos, clinicamente, com abscessos piogênicos e tumorações hepáticas. Em caso de lesão pulmonar, a broncopneumonia deve ser considerada no diagnóstico diferencial Tratamento: Todos os pacientes infectados por E.histolytica devem ser tratados independente da presença ou ausência de sintomas. Sabe-se que a colonização da E. histolytica é maior no ceco, cólon ascendente, cólon descendente e reto; portanto, os fármacos utilizados para tratamento da doença devem alcançar essas regiões. As infecçõesintraluminais podem também ser tratadas com fármacos: Giardíase: Infecção intestinal causada por Protozoário flagelado (giárdia lamblia) O parasito pode habitar o intestino delgado de mamíferos (como cães, gatos e bovinos), aves, répteis e anfíbios. → Epidemiologia: A giardíase está presente em todo o planeta, mas predomina nos países em desenvolvimento, principalmente nos locais onde as condições de saneamento básico são precárias. No Brasil, estima-se que sua incidência varie de 4,0 a 30%, número que depende do estudo, da faixa etária e da região pesquisada. A doença é mais comum em crianças, principalmente aquelas de até 6 anos, o que aumenta a disseminação do parasito em locais propiciadores de aglomeração de pessoas, como instituições educacionais (creches). Entretanto, outros indivíduos têm predisposição para adquirir a doença, como aqueles que dispõem de alguma imunodeficiência (p. ex., infectados pelo vírus da imunodeficiência humana – HIV) e os portadores de fibrose cística, por apresentarem características que protegem o parasito das defesas do hospedeiro. Morfologia: Giardia lamblia/duodenalis/intestinalis está incluída na ordem ;çDiplomonadida (protozoários de flagelos binucleados), se apresenta de 2 formas: 18 Laryssa Tôrres- 4º período TROFOZOÍTO tem forma de pera, dispõe de 2 faces, dorsal( convexa e lisa) e ventral (côncava) que possui uma estrutura (disco ventral, suctorial ou adesivo) com a função de fixar o trofozoíto à mucosa duodenal. Apresenta 2 núcleos, 4 pares de flagelos. CISTO formato oval, possui de 2 a 4 núcleos, é resistente a variações de temperatura e umidade e alguns produtos químicos. Ciclo biológico: • O ciclo inicia-se, principalmente, pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados, e um número limitado de cistos (cerca de 10 a 100) é suficiente para causar doença. • O processo de desencistamento inicia-se no estômago, devido ao estímulo do baixo pH; no entanto, esse processo se completa no duodeno e no jejuno. • Cada cisto libera uma forma oval com 8 flagelos chamado excitozoíto. cada excitozoíto sofre 2 divisões sem replicar o material genético e depois este divide-se e origina 4 trofozoítos binucleados. • Estes, colonizam o intestino onde se aderem a mucosa por meio do disco adesivo. • O ciclo se completa com o encistamento do parasito e sua eliminação junto as fezes. • O ceco é considerado o principal sítio de encistamento. Patologia: o número de parasitos presentes no intestino delgado, o tipo de cepa do protozoário e a interação do protozoário com outros microrganismos, como fungos e bactérias, além de fatores do próprio hospedeiro relacionados principalmente com a capacidade de defesa imune. Em estudos histopatológicos, verificam-se algumas mudanças, principalmente na arquitetura da mucosa, que pode encontrar-se normal ou apresentar-se com atrofia parcial. Também é possível ocorrer hiperplasia das criptas, o que pode reduzir a superfície disponível para absorção dos nutrientes. quando em contato com macrófagos da mucosa intestinal, desencadeia o processo de ativação dos linfócitos T, os quais ativam os linfócitos B, que produzem as imunoglobulinas IgA e IgE. O IgE se conecta aos mastócitos e faz liberação de substâncias, como a histamina. Portanto, o conjunto dessas reações levam ao edema da mucosa e à contração dos músculos lisos, o que culmina no aumento da motilidade intestinal, que explicaria também o aumento da renovação dos enterócitos. Acredita-se também que a prostaglandina possa estar envolvida no aparecimento da síndrome diarreica. Esse fato seria explicado pela liberação de prostaglandinas por mastócitos e monócitos ativados pela reação imune, aumentando diretamente a motilidade intestinal. Aspectos clínicos: a maioria dos casos, a giardíase é assintomática ou oligossintomática, podendo manifestar-se com amplo espectro 19 Laryssa Tôrres- 4º período clínico em populações infantis e em adultos jovens. A sintomatologia pode surgir de maneira abrupta ou gradual e permanecer por um longo período de tempo, caracterizando doença crônica. Esta pode ocorrer em episódios contínuos ou periódicos. O principal sintoma ligado a essa enfermidade é a diarreia, a qual pode ser aguda e autolimitante, com duração de poucos dias, ou ter caráter crônico, provocando piores consequências, como a síndrome de má absorção. Normalmente, a diarreia é do tipo aquoso, explosiva e com odor fétido, podendo ser acompanhada de gases e distensão abdominal. A forma disentérica, caracterizada pela presença de muco e sangue nas fezes, raramente acontece. A diarreia aguda da giardíase pode confundir-se com as diarreias bacterianas e virais; contudo, na giardíase, a doença tem maior duração, além de provocar perda de peso. A enfermidade também pode apresentar outros sintomas menos comuns, dentre eles perda de peso, flatulência, náuseas, anorexia, fadiga, calafrios, esteatorreia (fezes gordurosas), plenitude gástrica pós- prandial (sensação de cheio), eructações e anemia. Em pacientes imunossuprimidos: Nesses indivíduos, a doença costuma cursar com diarreia explosiva, presença de muco e sangue nas fezes, aumento na produção de gases e desnutrição calórico-proteica de maior intensidade. Diagnóstico: ´Pesquisa de cistos ou trofozoítos nas fezes; coleta do fluido duodenal e biopsia duodenal por meio de endoscopia; O exame parasitológico de fezes (EPF) apresenta baixa sensibilidade, o que pode ser explicado pela eliminação intermitente dos cistos nas fezes → Fezes formadas: realiza-se a pesquisa de cistos por exame direto a fresco. → Fezes diarreicas: realiza-se a pesquisa de trofozoítos. Como eles perecem rapidamente nas fezes, é recomendável a coleta do material já em laboratório e seu exame imediato. Em casos de amostras de fezes sequencialmente negativas, como em pacientes com diarreia crônica ou com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), recomenda-se a realização da coleta do fluido duodenal e da biopsia duodenal por meio de endoscopia. Geralmente, utiliza-se uma amostra fresca, visualizando-se os trofozoítos em lâminas ou pelo método chamado entero-test (teste do barbante), no qual o muco obtido da amostra duodenal é examinado microscopicamente. Tratamento; O tratamento das infecções por protozoários intestinais se faz, na maioria das vezes, com o uso de nitroimidazólicos, entre eles: secnidazol, metronidazol (Esse medicamento é rapidamente absorvido, distribuindo-se amplamente, sendo metabolizado pelo fígado e excretado pelos rins e vias biliares) e tinidazol. 20 Laryssa Tôrres- 4º período Apresentam simetria bilateral e corpo achatado dorso- ventralmente, apresentam sistema digestório incompleto. Podem ser de vida livre, ectoparasitas e endoparasitas. ausência de sistema circulatório e respiratório. Geralmente são seres monóicos, e realizam autofecundação. -Cestodas: São endoparasitas, possuem corpo alongado, não possuem cílios, apresentam corpo segmentado, e não possuem tubo digestivo e epiderme, alimentam-se por difusão dos nutrientes pré-digeridos pelo hospedeiro. Principal representante é a Taenia (conhecido como solitária, monóico, estruturas de autofecundação), sendo ela: Tenia saginata, verme que infecta bovinos e causa a teníase, e a Taenia solium, que infecta suínos podendo também causar teníase e cisticercose. -Trematodas: não apresentam segmentação, tem sistema digestório incompleto (ausência de ânus). Principal representante é o Schitossoma Mansoni, causador de esquistossomose. Apresentam simetria bilateral, corpo em formato cilíndrico, não segmentado, apresenta sistema digestório completo, são dióicos,e o macho é menor que a fêmea, não há sistema circulatório. O sistema nervoso normalmente é composto por cérebro formado por gânglios nervosos interligados. Principal representante é o Ascaris lumbricoides, enterobius vermiculares (oxiuríase), Strongyloides stercoralis, Ancylostoma duodenale e Necator, causadores Anciloatomíase(amarelão). Não há representantes. 21 Laryssa Tôrres- 4º período Ascaridíase: Ascaris Lombricoides No Brasil, essa parasitose está presente em todas as regiões e é frequente em crianças, especialmente naquelas de idade escolar, sejam elas de origem urbana ou rural. Este alto índice está intimamente ligado a fatores socioeconômicos, sanitário-ambientais e de educação e pode produzir consequências prejudiciais no que tange ao desenvolvimento físico e cognitivo desses infantes. Corpo alongado, cilíndrico, fino e com extremidades afiladas, cobertura lisa, com 2 linhas claras, coloração branco-marfim, ou rosado. Na porção anterior tem-se a boca, em seguida esôfago, o intestino, e o reto perto da proximidade posterior. A fêmea é maior que o macho medindo de 35- 40cm. Ademais, há dismorfismo sexual na espécie, com a fêmea exibindo sua extremidade posterior cônica e retilínea e o macho apresentando-a um pouco mais afunilada e encurvada para a superfície ventral. Os ovos imediatamente expelidos são brancos. Entretanto, tais estruturas absorvem pigmentos biliares das fezes e adquirem logo uma coloração marrom- acastanhada, podendo ser férteis ou inférteis. O patógeno se alimenta dos macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) já digeridos em sua forma monomérica no lúmen intestinal do hospedeiro. Os ovos liberados nas fezes para o ambiente, que evolui para L3 (estagio 3, filarioide), que ao serem digesridos juntos com alimentos contamiados, adentram o intestino. ao chegarem no intestino delgado, o ovo se rompe, e as larvas L3, migram para o intestino grosso, e atravessam a parede intestinal e alcançam a circulação (a nível do ceco) em seguida migram em direção aos pulmões, que evoluem para L4, na qual rompem os capilares pulmonares e alcançam os alvéolos e la amadurecem para L5. Em seguida, migram em direção a faringe, sendo ré-deglutidas, retornando para o intestino , onde se fixam e amadurecem e se reproduzem. 22 Laryssa Tôrres- 4º período É comum a apresentação de alterações cutâneas como manchas esbranquiçadas e circulares no corpo, conhecidas popularmente como “pano branco” ✓ Hepatomegalia, hiperglobulinemia, mal-estar geral, febre ✓ Abscesso hepático, Hepatite ✓ Síndrome de Löffler: febre, tosse (escarro com cristais de Charcot-Leyden), broncospasmo, dispneia, sibilos, dor retroesternal, hemoptise, edema pulmonar, opacidades “migratórias” à radiografia de tórax e, em alguns casos, insuficiência respiratória ✓ Pneumonia: febre alta, mal-estar, tosse produtiva, dor pleurítica, taquipneia, fadiga ✓ Abdome proeminente, dor abdominal em cólica, diarreia, náuseas, vômitos, anorexia, desnutrição ✓ •Obstrução mecânica: distensão abdominal, parada de eliminação de flatos e fezes, peristalse de luta, vômitos fecaloides, intensa dor abdominal, isquemia intestinal, perfuração intestinal com peritonite fecal, intussuscepção, vólvulo ✓ •Apendicite aguda: dor difusa ou periumbilical, que posteriormente se localiza no quadrante inferior direito do abdome, progressiva, associada a febre, náuseas, vômito. Peritonite fecal em caso de supuração. diagnóstico da ascaridíase é obtido encontrando-se ovos do helminto no exame parasitológico de fezes, o que é relativamente fácil de executar qualquer que seja a técnica de exame empregada, devido à grande capacidade de oviposição da fêmea do A. lumbridoides, de cerca de 200.000 ovos por dia. No hemograma, é possível detectar eosinofilia, principalmente na fase larvária da doença, em geral não ultrapassando 20% na contagem diferencial. 23 Laryssa Tôrres- 4º período Esquitosomosse Schitossoma Mansoni As esquistossomoses são doenças crônicas que afetam, aproximadamente, 200 milhões de pessoas em todo o mundo, sobretudo nos países endêmicos, localizados na África, no Sudeste Asiático e na América Latina. No Brasil, existem cerca de seis milhões de portadores desta helmintíase. Por ter relação com estados de vulnerabilidade social e com situações de más condições sanitárias, são moléstias que fazem parte do grupo das doenças tropicais negligenciadas. Assim, torna-se um grande desafio a ser enfrentado coletivamente Os metozoários adultos habitam o sistema porta-hepático, com destaque na veia mesentérica inferior A fêmea, em fase adulta, tem característica mais alongada e pode ser encontrada em uma fenda do corpo do macho, denominada canal ginecóforo. São dióicos, os patógenos alimentam-se de sangue, consumindo diariamente uma quantidade significativa de hemácias, não possui ânus. Fase 1- vertebrado/humano: -Os vermes adultos vivem nos vasos do sistema porta hepático do hospedeiro vertebrado, na qual reproduzem-se sexuadamente, e a fêmea coloca cerca de 300 ovos (dentro desses ovos formados contém o miracídio) por dia, que amadurecem e alguns alcançam a corrente sanguínea e outros chegam ao lúmen intersticial -E alguns ovos são eliminados nas fezes. Que ao entrar em contato com a água, os ovos eclodem e liberam os miracídios (larvas, ciliadas) -Eles ocorrem em locais onde não há rede de esgotos tratados e as fezes contaminadas são lançadas indevidamente em rios e lagos Fase 2- Invertebrado/caramujo: -O miracídio ao penetrar nas partes moles do molusco, o miracídio perde parte de suas estruturas. 24 Laryssa Tôrres- 4º período -E transforma-se em esporocisto (saco alongado com células germinativas) que são transformadas em cercarias. -A cercária, segunda fase de vida livre do helminto, atravessa a parede do esporocisto, migrando para as partes moles mais externas do caramujo. Essa larva tem corpo e cauda, e é adaptada à vida aquática. As cercárias são atraídas pelo calor do corpo e pelos lipídios da pele humana, -Esta se acopla à pele por meio de suas duas ventosas. -A cercária perde sua cauda, e após atravessar a pele do hospedeiro se transforma em esquistossômulo. -Os esquistossômulos alcançam o sistema porta, uma vez aí alojados, são nutridos e desenvolvem-se, evoluindo para formas unissexuadas, machos e fêmeas. -Migram até a artéria mesentérica, onde faram a reprodução reiniciando o ciclo. Esquistossomose mansônica aguda Coincidindo com a oviposição (fase postural), 2 a 6 semanas após a infecção, surge, abruptamente, febre elevada que pode chegar a 40°C, de característica irregular e remitente, acompanhada de calafrios e sudorese profusa, mal-estar geral, lassidão, astenia, queixas respiratórias – tosse não produtiva (eventualmente com crise asmatiforme), broncospasmo e raramente dispneia –, anorexia, náuseas e vômitos (que podem ser intensos), mialgias e cefaleia. o lado desses sinais e sintomas, costuma sobrevir diarreia, precedida de cólicas, com numerosas evacuações, que podem conter muco. Ao exame físico, notam-se emagrecimento, desidratação, abdome distendido e doloroso à palpação, hepatoesplenomegalia dolorosa, linfonodomegalia, taquicardia e hipotensão arterial sistêmica. Em geral, a icterícia aparece, somente, nas formas clínicas mais graves. Forma crônica: crônica encontra-se com maior frequência a forma hepatointestinal. Com maior frequência, podem ser encontrados sintomas dispépticos, caracterizados por anorexia, sensação de plenitude gástrica, náuseas, vômitos, pirose e flatulência. A apresentação clínica geral pode associar-se a dor abdominal em cólica, difusa ou localizada na fossa ilíaca direita, acompanhada por pontuais episódios diarreicos – fezes líquidas ou pastosas, frequentemente de três a cinco evacuações por dia, ou disentéricas(fezes líquidas, com a presença de muco e sangue) – associados a tenesmo. Ao exame físico, podem ser encontrados alguns achados, como emagrecimento e hepatomegalia, com o fígado palpável de 2 a 6 cm abaixo do rebordo costal direito e a alguns centímetros abaixo do apêndice xifoide, tipicamente indolor e com superfície irregular, em que é possível palpar uma borda fina e de consistência aumentada muito característica. Parasitológico de fezes e sorológico, biopsia em casos específicos Entre elas, a mais utilizada é a técnica de Kato-Katz, a qual possibilita a visualização e a contagem dos ovos por grama de fezes, fornecendo um indicador quantitativo que permite avaliar a intensidade da infecção e a eficácia do tratamento (Gomes et al., 2012.). Há também a técnica de Lutz ou Hoffman, Pons e Janer (HPJ), que usa métodos de sedimentação espontânea. Em geral, observam-se ovos contendo miracídios bem formados e viáveis. 25 Laryssa Tôrres- 4º período Estrongiloidíase e Ancilostomose Strongyloides stercoralis, e Necator americanus A estrongiloidíase é a infecção causada pelo nematoide Strongyloides stercoralis, uma doença tropical negligenciada, de ocorrência mundial. Taxonomia: A fêmea intestinal (parasitária) é ovípara, mede entre 1,7 e 2,5 mm de comprimento e apresenta coloração que varia de transparente a branca. Tal forma evolutiva amadurece no intestino delgado, onde realiza a oviposição. Necator: Quando adulto, o nematódeo é cilíndrico e tem a extremidade dorsal curvada. Na cápsula bucal, estão presentes dois pares de lâminas cortantes. Os ovos presentes nas fezes contaminadas e sob condições favoráveis (umidade, calor, sombra) eclodem um a dois dias após serem lançados no ambiente. As larvas rabditoides crescem nas fezes e/ou no solo e, depois de cinco a dez dias, tornam-se larvas filarioides Ao entrar em contato com o hospedeiro humano, seja pela cútis ou por ingestão, as larvas penetram e são transportadas através dos vasos linfáticos, ganhando a corrente sanguínea, chegando ao coração e depois aos pulmões, onde alcançam os alvéolos pulmonares, ascendem pelos brônquios para a faringe e são engolidas. As larvas, então, alcançam o intestino delgado, onde habitam e amadurecem, tornando-se vermes adultos, os quais vivem no lúmen do intestino delgado Estrongiloidíase: As alterações patológicas intestinais podem ser divididas em (Moraes et al., 2008): -Enterite catarral: associada a infecções brandas, congestão da mucosa, presença de muco, pontos hemorrágicos e infiltrado submucoso inflamatório mononuclear -Enterite edematosa: vista em infecções mais abundantes, caracteriza-se por edema submucoso, achatamento das vilosidades intestinais e presença de formas parasitárias na lâmina própria 26 Laryssa Tôrres- 4º período -Enterite ulcerativa: observada nas hiperinfecções, a inflamação crônica leva a atrofia e fibrose da parede intestinal. Visualizam-se erosões e ulcerações na mucosa, por vezes associada a conteúdo hemorrágico. Ancilostomose: Nesse momento, o helminto se modifica para seguir o curso do ciclo, migrando para o intestino, local em que a resposta eosinofílica é mais prevalente. Alterações intestinais são produtos da inflamação causada pela fixação do parasito na mucosa entérica por meio de seus dentes e pela secreção de enzimas anticoagulantes. Isso explica a perda de sangue e a hipoproteinemia, a qual contribui para que o hospedeiro torne-se mais suscetível a infecções Estrongiloidíase: -Nas infecções agudas, pode ocorrer rash cutâneo eritematoso papular ou hemorrágico, localizado e pruriginoso após a penetração larval. -As manifestações pulmonares, junto de eosinofilia, podem surgir alguns dias depois, como tosse seca, irritação traqueal discreta e, mais raramente, hemoptise e broncospasmo. -Há diarreia com dor abdominal, ou constipação intestinal, após semanas, antes da eliminação fecal das larvas. -Os vermes adultos no intestino delgado causam duodenite, e a infecção está associada a dor epigástrica, semelhante à doença ulcerosa péptica. Também podem apresentar náuseas, vômitos, diarreia, hiporexia e perda de peso. Ancilostomose: -Doença aguda; Ao penetrar a pele do hospedeiro, o parasito causa prurido local, eritema e rash papuloso, sintomas conhecidos como “coceira do solo” em algumas oportunidades, náuseas, vômitos, irritação da faringe, tosse, dispneia e rouquidão. O quadro de síndrome de Löeffler, caracterizada por tosse não produtiva, febre baixa, dor torácica discreta, dispneia leve, astenia e, em alguns casos, náuseas e vômitos. Nessas situações costumam ser observadas hipereosinofilia e alterações na telerradiografia de tórax. -Doença crônica; A perda paulatina de sangue, em decorrência das necessidades de consumo do helminto, é uma das principais características da doença crônica. Em decorrência da perda sanguínea, é possível observar anemia acompanhada da deficiência de ferro e hipoalbuminemia como manifestações clínicas de maior importância. Estrongioloidíase: A maioria dos casos de estrongiloidíase é assintomática e, em alguns casos, é indicada apenas pela elevação da contagem sanguínea de eosinófilos. A estrongiloidíase não complicada pode ser diagnosticada por exame parasitológico de fezes (Método HPJ), coprocultura (Harada-Mori) e extração de larvas (métodos de enriquecimento, como Baermann-Moraes e Rugai, Mattos & Brisola). Ancilostomosse: Parasitológico de fezes e sorológico, Em relação aos ovos, pela sua pequena densidade, as técnicas mais sensíveis são as de flutuação, em que se destacam: método de Willis, que é a flutuação por solução saturada de cloreto de sódio; método de Faust 27 Laryssa Tôrres- 4º período Oxiuríase ou Enterobíase Enterobius vermicularis Os parasitos adultos são encontrados aderidos à mucosa ou livre e comumente na região cecal, no íleo e no cólon. Alimentam-se de microrganismos e materiais existentes nestes locais. A fêmea do nematoide migra para o ânus do hospedeiro, geralmente no período noturno, para depositar seus ovos. Em geral, os parasitos são meromiários, de coloração branca, filiformes e pequenos Quando grávidas, as fêmeas liberam seus ovos na região perianal do hospedeiro. Estes são maturados em 4 a 6 horas, na temperatura da superfície do corpo (cerca de 30°C). O intenso prurido perianal causado faz com que o paciente coce a região, facilitando a transferência dos ovos infectantes para a boca, através das mãos contaminadas (autoinfecção). Ao serem ingeridos, os ovos eclodem no intestino delgado, liberando larvas que irão se desenvolver até a forma adulta, enquanto se movem para o ceco. Por fim, os vermes copulam e dão início a um novo ciclo. É importante ressaltar que os ovos podem ficam aderidos no ambiente, como nas roupas de cama da pessoa infectada. Tal fato promove uma intensa disseminação do helminto e a possibilidade de novas infecções Os parasitos aderem à mucosa intestinal, causando um leve processo inflamatório, do tipo catarral, com possíveis pontos hemorrágicos. Geralmente, não há lesão anatômica, uma vez que não há penetração do verme na mucosa. Quando essa ocorre, pode provocar eosinofilia. Tal condição deve-se à resposta imunológica Th2 provocada, na qual a interleucina-4 (IL-4) e a 28 Laryssa Tôrres- 4º período interleucina-5 (IL-5) são produzidas, estimulando também a produção de imunoglobulina E (IgE) pelos linfócitos B. Tem como sintoma mais comum o prurido na região perianal com periodicidade regular, que pode se tornar muito intenso, principalmente durante a noite – o que pode originar significativa dificuldade para dormir –, devido à migração dos parasitos fêmeas. Tal situação pode levar a uma irritação na região anal com proctite e vulvovaginite, pelo deslocamento das larvas para a região genital feminina, o que ocasiona prurido vulvar,desconforto vaginal e granulomas no útero, nos ovários e nas tubas uterinas. Pode ocorrer corrimento vaginal com características semelhantes a nata, além de os lábios se apresentarem eritematosos e edemaciados O diagnóstico é clínico, para a maioria dos casos, considerando o prurido anal como principal manifestação da enfermidade (quando esta é sintomática). Entretanto, o diagnóstico laboratorial pode ser realizado pelo método da fita transparente, ou celofane, conhecido também como método de Graham. O método de Graham deve ser realizado durante a manhã, antes da higiene na região anal. Quando presentes, os ovos irão aderir-se à fita gomada. Depois de descolada da pele, a fita será preparada em uma lâmina para análise microscópica. Além da abordagem laboratorial, pode-se também realizar: a inspeção (1) do introito anal, a fim de identificar os vermes móveis – as fêmeas são finas e brancas, semelhantes a pedaços de fios de algodão. 29 Laryssa Tôrres- 4º período Teníase T. solium, T. saginata O verme adulto é grande, achatado e esbranquiçado, e consiste de três partes: a cabeça (escólex), o pescoço e um corpo segmentado, todas recobertas por um tegumento através do qual o patógeno absorve nutrientes e elimina suas excreções. O escólex é equipado com ganchos e/ou ventosas (dependendo da espécie), estruturas que possibilitam à tênia ligar-se ao intestino do hospedeiro. o organismo humano, o verme adulto pode chegar a alcançar vários metros de comprimento: em geral, em torno de 2 a 7 m na teníase solium e menor ou igual a 5 m na forma saginata. -Ovos são eliminados nas fezes, contaminando o meio ambiente (solo, pastagens, água), onde os ovos conseguem sobreviver por dias a meses. -O gado bovino e os porcos se tornam infectados por suas respectivas espécies de Taenia, ao ingerirem vegetação contaminada com ovos ou proglotes grávidas. -No intestino de tais animais, as oncosferas eclodem e ganham acesso à circulação sanguínea, através da qual chegam à musculatura esquelética e cardíaca. -Nessa região, a forma larvária tecidual, o cisticerco, segue o seu desenvolvimento, adquire o protoescólex e torna-se infectante para o ser humano cerca de 60 dias depois. -Caso um ser humano venha a ingerir cisticercos, o ciclo de vida da teníase pode completar-se. Nesse contexto, após a sua ingestão, o cisticerco se fixa à mucosa intestinal pelos ganchos e ventosas do protoescólex (liberado do cisto), permanecendo no local até se desenvolver (cerca de 3 meses). -Os seres humanos se tornam infectados por meio da ingestão de carne crua ou malcozida com cisticercos. Quando presentes, os principais sintomas são: náuseas, vômitos, anorexia, diarreia, epigastralgia, cólicas abdominais, perda de peso, insônia e manifestações cutâneas de hipersensibilidade (prurido e urticária). Pode haver ainda constipação intestinal, irritabilidade, cefaleia e vertigens, além da possível oclusão de orifícios e ductos naturais do sistema digestório, ocasionando apendicite aguda, colangite ou pancreatite aguda Parasitológico de fezes com presença de ovos ou proglotes nas fezes, presença de eosinofilia periférica e elevação dos níveis de IgE 30 Laryssa Tôrres- 4º período Anti helmínticos: -Os Anti-helmínticos são medicamentos que tratam dos helmintos, vermes multicelulares com sistemas digestório, excretor, nervoso e reprodutor. -Os helmintos são divididos, do ponto de vista filogenético, em três classes: nematódeos (vermes cilíndricos), trematódeos (fascíolas) e cestódeos (tênias). Benzamidazois: Albendazol, mebendazol, tiabendazol, ligam-se a Beta-tubulina e inibem polimerização da tubulina, e como consequência inibe a captação de glicose dependente de microtúbulo. → Albendazol: Adultos e crianças com ou acima de 2 anos, dose única de 400 mg por via oral (de 2 a 3 dias para Áscaris, ancilostoma e 2 semanas para oxiúros), administrado em jejum para parasitas intralumiais e junto a refeições gordurosas para parasitas teciduais. → Farmacocinética: Medicamento de via oral, rápida e boa metabolização , rápida e boa distribuição ligado a proteínas plasmáticas e com excreção urinária. → Efeitos adversos: Por até 3 dias isento de efeitos colaterais. Uso prolongado efeitos colaterais leves, gastrointestinais, necessário monitorar função renal e sanguínea. → Mebendazol: -Menos de 10% é absorvido -Alta ligação a proteínas -Eliminação renal e metabolização hepática. → Efeitos adversos: -Uso por poucos dias isento de efeitos colaterais -Tem efeitos gastrointestinais leves -Contraindicado na gravidez → Tiabendazol: -Tem possibilidade de administração cutânea. → Efeitos adversos: -É mais tóxico -Contraindicado na gravidez e doença renal ou hepática grave. Ivermectina: -Farmaco preferencial para estrongiloidíase -Age paralisando os nematódeos, ao intensificar os sinais dos nervos periféricos. -Para estrongiloidíase o tratamento é feito com 200mcg/kg, uma vez ao dia durante 2 dias. → Farmacocinética: -Administrado por via oral -Rápida absorção 31 Laryssa Tôrres- 4º período -Ampla distribuição -Excreção renal e metabolização hepática. → Efeitos adversos: São infrequentes e podem ser vômitos, tontura, naúseas, dor abdominal. Praziquantel: -Age aumentando a permeabilidade ao cálcio da membrana celulatr dos tramatodos e cestodos, resultando em paralisia e morte. -Eficaz para esquitossomas de todas as espécies. Farmacocinética: -Rápida absorção -Administração por via oral -Ampla distribuição -Contraindicado na gravidez. Tabela de medicamentos: 32 Laryssa Tôrres- 4º período 33 Laryssa Tôrres- 4º período Defecação insatisfatória, caracterizada por reduzido número de defecações e dificculdade para evacuar. De acorod com os critérios de Roma, não deve-se concentrar apenas no número de evacuações, mas também na qualidade da fezes. → A dificuldade para evacuar deve- se a: ✓ Fezes endurecidas ✓ Esforço para evacuar ✓ Sensação de evacuação incompleta ✓ Necessidade de usar manobras para facilitar a evacuação → Caracteristicas das fezes; ✓ Calibre das fezes- podem ser finas, volumosas, ou fezes de cabra. ✓ Peso fecal- peso normal pode variar de 35 a 450 g para homens e 5 a 335 g para mulheres. ✓ Consistência-pode ser determinada através da força para evacuar. ✓ Frequência- o normal é evacuar 1 vez ao dia, sendo raro menos de 5 evacuações por semana → Para avaliar as fezes utiliza-se a escala de Bristol: O o idela é que as fezes estejam entre o tipo 3 e tipo 4, sendo o último o padrão mais saudável. → A constipação pode ser classificada em: Primária, sencundária ou orgânica, idiopática ou funcional. → Constipação primária: Provocada por situações inerentes aos hábitos de vida, sendo preservada a anatomia do órgão. 34 Laryssa Tôrres- 4º período HÁBITOS DE CAUSAM CONSTIPAÇÃO: INGESTÃO ALIMENTAR INADEQUADA SEDENTARISMO PERDA DO REFLEXO DA EVACUAÇÃO POSTURA VIAGENS → Constipação secundária: Ocasionada por uma doença sistêmica. 1. Doenças do cólon: condição que promove estreitamento do cólon ou bloqueio mecânico pode levar a constipação. 2. Constipação acompanhada de hemorragia é inidicativo de câncer do cólon ou reto. 3. Lesões extralumiais, como cisto ovarioano, miomas podem levar a constipação pela compressão extrínseca. 4. Lesões no reto ou ânus (abscessos, fístulas, tumores), levam a constipação pois causam dor, e a pessoa evita evacuar. 5. Doenças neurológicas: 6. Hirschsprung- ausência ou redução dos plexos nervosos em segmentos do intestino, que leva a estenose funcional. 7. Doença de chagas- destruição dos plexos neuronais do músculo do intestino.8. Distúrbio endócrinos ou metabólicos- metabólicos geram diminuição de água no organismo, e redução do peristaltismo 9. Medicamentos: 10. Uso abusivo de medicamentos pode levar a constipação, como laxativos, pois lesam as estruturas nervosas do cólon. 11. Distúrbios psiquiátricos:Pacientes que sofrem de depressão, ansiedade, ou disturbios mais graves. Constipação idiopática: Não há alteração estrutural ou metabólica ou na rotina do paciente. Geralemente o problema é crônico. Divide-se em 3: constipação com transito normal, constipação com trânsito lento e onbstrução anorretal. 1. Com trânsito normal- o número de evacuações é normal, porém os pacientes apresentam dificuldade ou fezes endurecidas. 2. Com trânsito lento- tempo prolongado tempo no trânsito das fezes no cólon, pode ser devido a disfunção na musculatura, ou na inervação. 3. Obstrutiva- falência do mecanismo de coordenação da evacuação, em vez da musculatura relaxar ela se contrai durante a evacuação, resultando no acúmulo de bolo fecal. → Avaialção organica: Quadro clínico, anamnese detalhada. → exame físico- verificando a boca, estado dos dentes, lesões na cavidade. Inspeção da região perianal, para averiguar fístulas, hemorragias, DST, ou sinais de abuso sexual. → Toque retal fornece informações sobrw tônus dos esfincteres, calibre do canal, presença de lesões, tumores. → Exames bioquímicos- hemograma para avaliação da glicemia em jejum para ver a função da tireoide Colonoscopia-em casos em malignidade → Avaliação funcional: 35 Laryssa Tôrres- 4º período determinação do tempo do trânsito colônico, manometria anorretal sevre para distinguir entre hirschsprung e idiopática. Avaliação psicológica: traumas emocionais, conflitos, abuso sexual. 1. Personalizar o tratamento baseando- se na história clínica. 2. Baseia-se em melhorar os sintomas, melhoria alimentar aumento da ingestão de fíbras, estabelecer rotina evacuatória. 36 Laryssa Tôrres- 4º período Dilatação das veias do plexo venoso, formando emaranhados vasculares, cheios de sangue e móveis. Podem acometer o plexo hemorraodário interno ou externo. → Plexo hemorraidário interno- localiza-se no espaço submucoso do canal anal, acima da linha pectínea, formado por uma rede de vasos sanguíneos. → Plexo hemorraidário externo- localiza-se no espaço subcutâneo do canal anal, abaixo da linha pectínea, vascularizado pelos ramos terminais das artérias retais. → Causas: esforço evacuatório, A pressão aumentada nas veias da área anorretal leva a hemorroidas. Essa pressão pode resultar de gestação, trabalho pesado frequente ou esforço repetido durante a defecação (p. ex., decorrente de constipação). Em relaçao a localização do mamilo hemorraidário, e com relaçao a presença de prolápso. Podem ser: interno, externos ou mistos no canal anal. Mamilo hemorraidário interno- acima da linha pectínea, e é classificado quanto a presença de prolápso para o exterior do canal anal. → Grau 1. Não prolaba pelo canal anal na evacuação ou aos esforços → Grau 2. Prolaba através do canal anal, durante esforço evacuatório, exteriorizando-se pelo ânus, e retrai ao parar o esforço. → Grau 3. Prolaba aos esforços e a evacuação e não retorna 37 Laryssa Tôrres- 4º período espontaneamente, necessitando ser colocado digitalmente para o interior. → Grau 4. Permanentemente prolabado para o lado externo do ânus, sem possibilidade de ser recolocado. Mamilo homorraidário externo- abaixo da linha pectínea. Mamilo hemorraidário misto- neste caso existem tantos mamilos internos como externos. Pode ser assintomática, ou sintomática, alguns sintomas principais são: → Sangramento- principal sinal, pode ser observado no papel higiênico, gotejando ou em jato no vaso sanitário durante ou após a evacuação. Cor vermelho-rutilante. → Está associado a passagem de fezes endurecidas pelo canal anal que traumatizam o mamilo. → Essa perda frequênte de sangue nas fezes pode acarretar anemia ferropriva. → É importante saber identificar se a causa do sangarmento é por tumores colorretais ou pelas hemorróidas. → Desconforto anal- após evacuações, pode haver pressão anal, e causar desconforto. 1. Clínico. Através de anamneses, exame físico, inspeção da região anal, avaliação dos hábitos diários, alimentação, existência de cirurgias no trato digestivo,doenças gatrointestinais. 2. Nas enfermidades agudas e dolorosas, como na trombose hemorroidária, o exame proctológico deverá limitar-se ao mí- nimo necessário para confirmar o diagnóstico, sem agravar o sofrimento do paciente. Depende dos sintomas e da gravidade, ou seja, se não apresenta sintomas, não necessita de tratamento específicos, somente cuidados higiênicos, alimentares. Indicado para pacientes com sintomas discretos, gestantes com hemorróida, doentes terminais, cardiopatas graves. Medidas higiênico-dietéticas. Orientar os hábitos eva- cuatórios do paciente, tais como o fato de evacuar sempre que sentir desejo. Provocar amolecimento das fezes e diminuição do tempo de trânsito intestinal, evitando o trauma local e o esforço evacuatório. É importante a proibição do uso de laxa- tivos, em especial dos catárticos. Orientar a utilização de uma dieta rica em fibras (farelos, germe de trigo etc.) na dose diária de 20 a 30 g, também incluindo verduras cruas e cozidas, legu- mes, frutas (mamão, laranja com bagaço etc.). Indicar a inges- tão abundante de líquidos (aproximadamente 2 l/dia) e evitar bebidas alcoólicas, pimentas e condimentos pela ação irritante sobre a mucosa do canal anal. → Cuidados locais. Deve-se proibir a utilização de papel higiênico para limpeza anal, substituindo-o por banhos de as- sento com água morna. → Medicac ̧ão tópica. É indicada para aliviar o desconforto local, fazendo- se uso de pomadas e/ou supositórios à base de anestésicos e anti- inflamatórios. → Drogas vasoativas. A administração oral de drogas vasoativas na doença hemorroidária está indicada 38 Laryssa Tôrres- 4º período para complementar o tratamento clínico e, muitas vezes, também, nas crises de agudização. O tratamento cirúrgico tem como objetivo a realizac ̧ão de um procedimento que seja de execução simples, que acarrete mínima ou nenhuma dor, que permita uma evacuação fisio- lógica, tenha baixa morbidade e mínima mortalidade. → Tratamento para hemorróidas internas: 1. Escleroterapia- Consiste na in- jeção perivasal de óleo fenolado a 5%, cranialmente ao mamilo, provocando sua fixação à submucosa, por fibrose, que impede a estase sanguínea no plexo hemorroidário varicoso. 2. crioterapia- ssa técnica consiste na aplicação sobre o mamilo hemorroi- dário interno de nitrogênio líquido, à temperatura de –196oC negativos, por meio de uma haste metálica, durante 2 min, provocando sua necrose por congelamento. 3. fotocoagulação- Econsiste em raios infravermelhos, que devem ser 4. aplicados ao redor do mamilo interno que se pretende tratar, como uma coroa em seu ápice, produzindo vários pontos de necrose que ocasionam uma fibrose até a submucosa, a qual impedirá o aporte sanguíneo ao plexo vascular varicoso. 5. Ligadura elástica- Consta de um aparelho aplicador de anéis de borracha que traciona o mamilo hemorroidário interno para dentro dele, permitindo colocar em sua base um anel elástico, sempre longe da linha pectínea (5 mm), provocando sua necrose por isquemia.39 Laryssa Tôrres- 4º período A obstrução intestinal do trato GI pode ocorrer em qualquer nível, mas o intestino delgado está mais frequentemente envolvido por causa de sua luz relativamente estreita. → Podemos classificar: 1. Mecânica- há uma barreira física, com peristaltismo presente. 2. Reflexa ou funcional- não há barreira física, há um distúrbio da força propulsória, peristaltismo ausente. Subdivide-se em 2: íleo adinâmico, deficiência resultante do relaxamento, íleo dinâmico, deficiência resultante do espasmo. → Podemos classificar como simples ou com estrangulamento: Relacionado ao comprometimento da irrigação. 1. Simples- não apresenta risco a vitalidade da alça, porque não há restrição do fluxo sanguíneo 2. Com estrangulamento- apresenta risco para a vitalidade da alça porque há restrição do fluxo sanguíneo. 3. Obstrução em alça fechada- quando o mesmo segmento está obstruído em dois pontos. → Podemos classificar de acordo com o ponto em que se estabeleceu a barreira física: obstrução alta do delgado, obstrução baixa do delgado, obstrução do cólon. 1. Alta- próximo ao ângulo de Treitz 2. Baixa: ocorre no cólon. → Questionamentos; → Como saber se há obstrução? 1. Qualquer fraqueza ou defeito na parede abdominal pode permitir a Teremos que fazer o diagnóstico diferencial entre as causas de dor abdominal em cólica. Somente as estruturas de musculatura lisa produzem dor em cólica: estômago, intestinos, ureter, trompas, útero. As causas mais comuns são aderências, hérnias, intussuscepção e vólvulos. Tumores, infarto, doença de Crohn, também podem levar ao estreitamento. 40 Laryssa Tôrres- 4º período protrusão de uma bolsa de peritônio revestida por serosa chamada de saco herniário. 2. Hérnias adquiridas tipicamente ocorrem anteriormente, através dos canais inguinal e femoral, umbigo ou em locais onde há cicatrizes cirúrgicas 3. Causa mais frequente de obstrução intestinal. 4. A obstrução geralmente ocorre devido à protrusão visceral (herniação externa) e está mais frequentemente associada a hérnias inguinais. 5. A pressão no colo da bolsa pode prejudicar a drenagem venosa da víscera aprisionada. A estase e edema resultantes aumentam o volume da alça herniada, levando a um aprisionamento permanente (encarceramento) e, ao longo do tempo, comprometimento arterial e venoso (estrangulamento) e infarto. Os procedimentos cirúrgicos, infecções ou outras causas de inflamação peritoneal, tais como a endometriose, podem resultar no desenvolvimento de aderências entre os segmentos do intestino, a parede abdominal ou locais de cirurgia. Essas pontes fibrosas podem criar alças fechadas através das quais outras vísceras podem deslizar e ficar aprisionadas, resultando em herniação interna. Torção da alça intestinal, Essas pontes fibrosas podem criar alças fechadas através das quais outras vísceras podem deslizar e ficar aprisionadas, resultando em herniação interna. Logo, o vólvulo apresenta-se com características de obstrução e infarto. Ele ocorre mais frequentemente em grandes alças redundantes do cólon sigmoide, seguido em frequência pelo ceco, intestino delgado, estômago e, raramente, cólon transverso. Pelo fato de ser raro, o vólvulo pode ser esquecido clinicamente. A intussuscepção ocorre quando o segmento do intestino, comprimido por uma onda de peristaltismo, se encaixa no segmento distal mais próximo. Uma vez aprisionado, o segmento invaginado é empurrado pelo peristaltismo e puxa o mesentério junto com ele. Geralmente é causada por uma massa intraluminal ou tumor, que serve como ponto inicial da tração. A intussuscepção é rara em crianças mais velhas e em adultos, e geralmente é causada por uma massa intraluminal ou tumor, que serve como ponto inicial da tração. Os enemas de contraste podem ser utilizados, tanto diagnóstica quanto terapeuticamente, para a intussuscepção idiopática em bebês e crianças, nos quais os enemas de ar também pode reduzi-la eficazmente. No entanto, a intervenção cirúrgica é necessária quando uma massa está presente, como geralmente é o caso em crianças mais velhas e adultos. → Obs; O diagnóstico de obstrução intestinal é clínico. Com a ajuda dos métodos de imagem, podemos obter informações sobre o tipo de alça envolvida, a extensão do comprometimento, assim como o melhor acesso para uma abordagem cirúrgica confortável do ponto de obstrução. ✓ Os sinais e sintomas clássicos de dor, vômito, parada de eliminação de gases e fezes e distensão correspondem à obstrução do meio do delgado e são influenciados pelo ponto de obstrução e tempo de 41 Laryssa Tôrres- 4º período doença. A dor é a clássica, em cólica, representando o esforço do intestino para vencer a barreira física. ✓ O período de exacerbação dolorosa é o melhor momento para auscultar o abdome e perceber o peristaltismo com suas características especiais. ✓ Os vômitos são inicialmente reflexos, consequentes à intensidade da dor. Posteriormente, representam o mecanismo pelo qual o organismo tenta se livrar da sobrecarga de conteúdo intestinal que não consegue progredir. Na obstrução alta, a dor não é tão intensa, porque, estando próxima ao ângulo de Treitz, ao menor esforço o conteúdo fa- cilmente reflui para o estômago e é eliminado. Os vômitos são incoercíveis e biliosos. A distensão é insignificante, porque há poucas alças envolvidas e são facilmente esvaziadas com o vômito. A proximidade do Treitz deixa grande extensão do tubo digestivo com gases e fezes, e o paciente poderá eliminar gases e fezes mesmo já estando obstruído. Na obstrução baixa, a dor é típica. Pelo vômito, o paciente elimina conteúdo das partes mais baixas do delgado, podendo chegar ao vômito fecaloide. O fato de o local da obstrução situar-se na parte distal do intestino delgado faz com que o aparecimento dos episódios de vômito leve algum tempo para acontecer. O intervalo entre o início da dor e o aparecimento do vômito orienta o diagnóstico do ponto de obstrução. Importante que o paciente informe o lugar exato do início da dor, seu deslocamento, sua intensidade, irradiação característica e se existe um lugar onde é mais intensa. O abdome deve ser amplamente exposto de maneira que os orifícios herniários sejam visíveis. Devemos usar todos os nossos sentidos procurando colher o máximo de informação. Na inspeção, observar a presença de distensão, tipo de respiração, abaulamento da parede, deformidade, pe- ristaltismo visível, cicatrizes cirúrgicas. 42 Laryssa Tôrres- 4º período Aplicado a infecções hepáticas causadas por um grupo de vírus conhecidos, como vírus hepatotrófico (A,B,C,D e E), que possui afinidade pelo fígado. Infecções sistêmicas podem envolver o fígado: 1- Mononucleose infecciosa( Epstein- Bar) 2- Infecção por citomegalovírus (recém- nascidos) 3- Febre amarela. ✓ Doença benigna, período de incubacação de 3 a 6 semanas. ✓ Não causa hepatite crônica e raramente fulminante. ✓ Baixa taxa de fatalidade. ✓ Tende a ser leve ou assintomática. Os sintomas podem ser fadiga, perda de hapetite, e frequentemente desenvolvem icterícia. → Modo de transmissão: Se dá por alimentos ou água contaminados e é eliminado nas fezes em 2 a 3 semanas antes e 1 semana após o surgimento da icterícia. Contato com indivíduos contaminados nesse período, ou contaminação fecal-oral é principal causa de disseminação. Pode ser detectado no soro e na saliva. Anticorpos IgM aparecem no sangue no início dos sintomas, sendo marcador confiável
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