Buscar

ADM DE ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIIO E MP

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SUMÁRIO 
Apresentação........................................................................................................................................ 4 
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa ................................................................................ 5 
Organização da Disciplina ................................................................................................................... 6 
Introdução ............................................................................................................................................ 8 
Unidade I – Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público............ 9 
Capítulo 1 – Estrutura do Poder Judiciário: Organização e Atribuições Regimentais .................. 9 
Capítulo 2 – Estrutura do Ministério Público: Organização e Atribuições Regimentais .................. 15 
Capítulo 3 – Organização Interna ................................................................................... 22 
Capítulo 4 – Garantias e Vedações dos Membros do Poder Judiciário ...................................... 26 
Capítulo 5 – Garantias e Vedações dos Membros do Ministério Público .................................... 29 
Capítulo 6 – Simetrias Constitucionais entre o Poder Judiciário e o Ministério Público ................. 32 
Capítulo 7 – Garantias e Deveres dos Servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público ......... 33 
Unidade II – Elaboração da Proposta Orçamentária. Fiscalização e Controle ............................... 37 
Capítulo 8 – Elaboração e Tramitação do Orçamento do Poder Judiciário 
e do Ministério Público ............................................................................... 37 
Capítulo 9 – Fiscalização e Controle ............................................................................... 41 
Capítulo 10 – Controle Externo do Poder Judiciário e do Ministério Público ............................... 44 
Capítulo 11 – Prestação de Contas por Parte do Poder Judiciário e do Ministério Público ............. 46 
Unidade III – Gerência na Administração Judiciária e Ministerial ............................................ 49 
Capítulo 12 – Gerência na Administração Judiciária: Intrumentos, Técnicas e 
Características Especiais .......................................................................... 49 
Capítulo 13 – Gerência na Administração Ministerial: Intrumentos, Técnicas 
e Características Especiais ........................................................................ 57 
Capítulo 14 – Processo Judicial: Características e Peculiaridades de Interesse da Administração. 59 
Capítulo 15 – Sistemas de Informação Judiciária ............................................................... 61 
Capítulo 16 – Questões para Discussão .......................................................................... 62 
Referências ...................................................................................................... 63 
 
 
 
 
 
 
3 
Pó
s-
G
ra
du
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 
 APRESENTAÇÃO 
 
Caro aluno, 
 
Bem-vindo ao estudo da disciplina Administração de Órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público. 
Este é o nosso Caderno de Estudos e Pesquisa, material elaborado com o objetivo de contribuir para a realização e o 
desenvolvimento de seus estudos, assim como para a ampliação de seus conhecimentos. 
Para que você se informe sobre o conteúdo a ser estudado nas próximas semanas, conheça os objetivos da disciplina, a 
organização dos temas e o número aproximado de horas de estudo que devem ser dedicadas a cada unidade. 
A carga horária desta disciplina é de 60 (sessenta) horas, cabendo a você administrar o tempo conforme a sua 
disponibilidade. Mas, lembre-se, há uma data-limite para a conclusão do curso, incluindo a apresentação ao seu tutor 
das atividades avaliativas indicadas. 
Os conteúdos foram organizados em unidades de estudo, subdivididas em capítulos de forma didática, objetiva e 
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, que farão parte das atividades 
avaliativas do curso; serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas 
complementares. 
Desejamos a você um trabalho proveitoso sobre os temas abordados nesta disciplina. Lembre-se de que, apesar de 
distantes, podemos estar muito próximos. 
 
A Coordenação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
A
dm
in
is
tr
aç
ão
 d
e 
Ó
rg
ão
s 
do
 P
od
er
 J
ud
ic
iá
ri
o 
e 
do
 M
in
is
té
ri
o 
Pú
bl
ic
o 
 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA 
 
Apresentação: Mensagem da Coordenação. 
 
Organização da Disciplina: Apresentação dos objetivos e da carga horária das unidades. 
 
Introdução: Contextualização do estudo a ser desenvolvido por você na disciplina, indicando a importância desta para 
sua formação acadêmica. 
 
Ícones utilizados no material didático 
 
 
Provocação: Pensamentos inseridos no material didático para provocar a reflexão sobre sua prática e 
seus sentimentos ao desenvolver os estudos em cada disciplina. 
 
 
Para refletir: Questões inseridas durante o estudo da disciplina para estimulá-lo a pensar a respeito 
do assunto proposto. Registre sua visão sem se preocupar com o conteúdo do texto. O importante é 
verificar seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. É fundamental que você reflita 
sobre as questões propostas. Elas são o ponto de partida de nosso trabalho. 
 
Textos para leitura complementar: Novos textos, trechos de textos referenciais, conceitos de 
dicionários, exemplos e sugestões, para lhe apresentar novas visões sobre o tema abordado no texto 
básico. 
 
 
Sintetizando e enriquecendo nossas informações: Espaço para você fazer uma síntese dos textos 
e enriquecê-los com sua contribuição pessoal. 
 
 
 
Sugestão de leituras, filmes, sites e pesquisas: Aprofundamento das discussões. 
 
 
 
Praticando: Atividades sugeridas, no decorrer das leituras, com o objetivo pedagógico de fortalecer o 
processo de aprendizagem. 
 
 
Para (não) finalizar: Texto, ao final do Caderno, com a intenção de instigá-lo a prosseguir com a 
reflexão. 
 
 
 
Referências: Bibliografia consultada na elaboração da disciplina. 
 
 
 
5 
Pó
s-
G
ra
du
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 
 ORGANIZAÇÃO DA DISCIPLINA 
 
Ementa: 
Capacitar gestores e operadores da Administração Judiciária e do Ministério Público para o exercício pleno e integral de 
suas atividades e transmitir um conjunto de conhecimentos e domínio sobre ferramentas que favoreçam o desenvolvimento 
de competências e de habilidades (liderança; planejamento; trabalho em equipe; inovação; organização), com o intuito de 
despertar a vontade de aperfeiçoar a prática da Administração Judiciária e do Ministério Público, visando a assegurar níveis 
de eficiência, eficácia e de efetividade de todos os integrantes do Poder Judiciário e do Ministério Público da Federação. 
 
 
Objetivos: 
• Entender a estrutura e a organização interna da administração de órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público. 
• Conhecer as simetrias constitucionais (garantias e vedações) que existem entre o Poder Judiciário e o Ministério 
Público. 
• Compreender a elaboração da proposta orçamentária, a sujeição ao controle (interno e externo), sem que fira a 
independência institucional. 
• Entender a gerência na Administração Judiciária e o planejamento estratégico, para dar continuidade às metas 
estabelecidas. 
• Oferecer subsídios temáticos específicos necessários à atuação como especialista na área da Administração Pública. 
 
 
Unidade I – Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
Carga horária: 29 horas 
 
Conteúdo Capítulo 
Estrutura do Poder Judiciário: Organização e Atribuições Regimentais 1 
Estrutura do Ministério Público: Organizaçãoe Atribuições Regimentais 2 
Organização Interna 3 
Garantias e Vedações dos Membros do Poder Judiciário 4 
Garantias e Vedações dos Membros do Ministério Público 5 
Simetrias Constitucionais entre o Poder Judiciário e o Ministério Público 6 
Garantias e Deveres dos Servidores do Poder Judiciário e do Ministério 
Público 
7 
 
Unidade II – Elaboração da Proposta Orçamentária. Fiscalização e Controle 
Carga horária: 15 horas 
 
Conteúdo Capítulo 
Elaboração e Tramitação do Orçamento do Poder Judiciário e do Ministério 
Público 
8 
Fiscalização e Controle 9 
Controle Externo do Poder Judiciário e do Ministério Público 10 
Prestação de Contas por Parte do Poder Judiciário e do Ministério Público 11 
 
 
6 
A
dm
in
is
tr
aç
ão
 d
e 
Ó
rg
ão
s 
do
 P
od
er
 J
ud
ic
iá
ri
o 
e 
do
 M
in
is
té
ri
o 
Pú
bl
ic
o 
 ORGANIZAÇÃO DA DISCIPLINA 
 
Unidade III – Gerência na Administração Judiciária e Ministerial 
Carga horária: 16 horas 
 
Conteúdo Capítulo 
Gerência na Administração Judiciária: Instrumentos, Técnicas e 
Características Especiais 
12 
Gerência na Administração Ministerial: Instrumentos, Técnicas e 
Características Especiais 
13 
Processo Judicial: Características e Peculiaridades de Interesse da 
Administração 
14 
Sistemas de Informação Judiciária 15 
Questões para Discussão 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Pó
s-
G
ra
du
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 
 INTRODUÇÃO 
 
Caro aluno, 
O objetivo específico desta disciplina é mostrar ao estudante o modelo de gestão das organizações, contemplando as 
dimensões técnicas tradicionais, como pessoas, planejamento, orçamento, dentre outras e, também, a abrangência social 
da administração, como participação e controle social orientado para os cidadãos, interação, organização, sociedade e, 
principalmente, a produção de resultados ao jurisdicionado. 
Tem por objetivo também qualificar o profissional que atua na administração pública brasileira para atender, com 
qualidade, às necessidades profissionais do Estado brasileiro em seus vários níveis e poderes e da sociedade, com 
adoção de práticas administrativas voltadas para um melhor desenvolvimento da prestação jurisdicional, bem como 
preparar profissionais que pretendem ingressar na carreira pública. 
Cabe destacar que este modelo está calcado sobre valores que direcionam e instrumentalizam a gestão do Judiciário e 
do Ministério Público para o cumprimento de seu papel, ou seja, promover o bem-estar da sociedade, gerando benefícios 
concretos para o país. 
Mostrar, ainda, a competência de cada um desses órgãos, quais sejam de orientar e coordenar ações com vistas à 
adoção de medidas de melhoria dos serviços judiciários prestados aos cidadãos e para isso devem examinar, formular, 
aplicar e coordenar os processos de modernização da administração da Justiça brasileira, por intermédio da articulação 
com os demais órgãos federais, do Poder Judiciário, do Poder Legislativo, do Ministério Público, dos Governos Estaduais, 
agências internacionais e organizações da sociedade civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
A
dm
in
is
tr
aç
ão
 d
e 
Ó
rg
ão
s 
do
 P
od
er
 J
ud
ic
iá
ri
o 
e 
do
 M
in
is
té
ri
o 
Pú
bl
ic
o 
JUSTIÇA COMUM JUSTIÇA FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO JUSTIÇA MILITAR 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – STF 
Ministros atuam no STF, em casos que envolvam lesão ou ameaça à Constituição Federal 
 
Conselho Nacional de Justiça – CNJ 
 
 
Estrutura e Organização Interna do Poder 
Judiciário e do Ministério Público 
 
Capítulo 1 – Estrutura do Poder Judiciário: Organização 
e Atribuições Regimentais 
 
 
 
Não é demais lembrar que a estrutura do Estado brasileiro está dividida em três poderes: o Poder Legislativo, que cria 
as leis; o Poder Executivo, que as executa e administra o país; e, finalmente, o Poder Judiciário, incumbido de julgar as 
leis e de garantir o cumprimento dela. 
 
Outro aspecto interessante é que o Brasil é uma República constituída por entes federativos, denominados União, Estados 
e Municípios. Em face dessa característica, cabe ao Poder Judiciário manter a sua organização em todo território nacional. 
 
O Poder Judiciário tem uma estrutura própria, baseada na hierarquia dos órgãos que o compõem, chamados de instâncias. 
 
Organograma do Poder Judiciário 
 
JUSTIÇA ESPECIALIZADA 
 
1a Instância 
Juízes do Trabalho atuam 
nas: Varas do Trabalho 
 
2a Instância 
Juízes do Trabalho atuam 
nos: Tribunais Regionais 
do Trabalho – TRT 
 
3a Instância 
Ministros atuam no: 
Tribunal Superior do 
Trabalho – TST 
 
 
Fonte: http://nev.incubadora.fapesp.br/portal/segurancajustica/judiciario/organogramadojudiciario, com adaptações (1o jul. 2007) 
 
A primeira instância é o órgão que primeiro irá julgar a ação apresentada. Se, após o veredito, alguma das partes 
do processo pedir um reexame da matéria, a ação poderá ser submetida a uma instância superior e ser novamente 
apreciada por órgãos colegiados. Mas, podem ocorrer casos, de assuntos específicos, apresentados diretamente a 
instâncias superiores. 
 
9 
Unidade I 
3a Instância 
Ministros atuam no: 
Superior Tribunal 
Militar – STM 
2a Instância 
Colegiado de Juízes Civis e 
Militares atuam no: Tribunal 
de Justiça Militar – TJM 
1a Instância 
Juízes do Trabalo atuam 
nas: Varas do Trabalho 
3a Instância 
Ministros atuam no: 
Superior Tribunal de 
Justiça – STJ 
2a Instância 
Juízes Federais atuam 
nos: Tribunais Regionais 
Federais – TRF 
2a Instância 
Desembargadores atuam 
nos: Tribunais de 
Justiça – TJ 
1a Instância 
Juízes Federais atuam 
nas: Seções Judiciárias/ 
Varas 
1a Instância 
Juízes de Direito 
atuam nos: Foros/vagas 
especializadas 
Pó
s-
G
ra
du
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 
JUSTIÇA ELEITORAL 
 
1a Instância 
Juízes Eleitorais e 
Cidadãos atuam nas: 
Juntas Eleitorais 
 
2a Instância 
Juízes Eleitorais atuam 
nos: Tribunais Eleitorais 
– TRE 
 
3a Instância 
Ministros atuam no: 
Tribunal Superior 
Eleitoral – TSE 
 
http://nev.incubadora.fapesp.br/portal/segurancajustica/judiciario/organogramadojudiciario
 
 
São as seguintes as instâncias do Poder Judiciário: 
 
a) o Supremo Tribunal Federal (STF), atuando como o guardião da Constituição Federal. Este órgão é composto 
por 11 ministros, com notável saber jurídico, aprovados pelo Senado e nomeados pelo Presidente da República. 
Entre as suas competências, está a de julgar causas de violação da Constituição; 
 
b) o Conselho Nacional de Justiça, como órgão que controla a atuação administrativa e financeira do Poder 
Judiciário; 
 
c) o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que cuida da guarda da uniformidade da interpretação das leis federais, 
harmonizando as decisões dos tribunais regionais federais e dos tribunais estaduais de segunda instância. 
Também aprecia recursos especiais, cabíveis quando se contraria lei federal. Tem, no mínimo, 33 ministros, 
também nomeados pelo Presidente da República, após aprovação no Senado; 
 
d) a Justiça Federal, constituída pelos Tribunais Regionais Federais (TRFs) e pelos juízes federais. Julga as 
ações provenientes dos estados, nas causas em que for parte a União, autarquia ou empresa pública federal. 
O Conselho da Justiça Federal é o órgão que controla a atuação administrativa e financeira da Justiça Federal; 
 
e) a Justiça do Trabalho, formada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), os Tribunais Regionais do Trabalho 
(TRTs) e os juízes do trabalho. Julga as causas provenientes das relações de trabalho. O Conselho Nacional 
da Justiça do Trabalho é o órgão que controla a atuação administrativa e financeira da Justiça do Trabalho; 
 
f) a Justiça Eleitoral, formada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), 
os Juízes Eleitorais e as Juntas Eleitorais. A Justiça Eleitoral julgaas causas relativas à legislação eleitoral. 
Além disso, tem o papel de administrar, de organizar e de normatizar as eleições no país; 
 
g) a Justiça Militar, composta pelo Superior Tribunal Militar (STM) e os Tribunais e juízes militares. Tem 
competência para julgar os crimes militares, definidos em lei; e; 
 
h) a Justiça Estadual, normalmente, com duas instâncias: o Tribunal de Justiça (TJ) e os juízes estaduais. 
 
As atribuições dos Tribunais de Justiça dos estados estão definidas na Constituição Federal e na Lei de Organização 
Judiciária dos estados. Mas, basicamente, apreciam matérias comuns, que não se encaixem na competência de justiças 
federais especializadas. 
 
A Justiça Federal, mantida pela União, abrange, também, o Distrito Federal e Territórios. Aos estados, incumbe a 
responsabilidade pelas demandas estaduais e aquelas provenientes dos seus respectivos municípios. Como dito, cada 
um desses entes tem sua organização e seu funcionamento previsto na Constituição Federal, na Constituição Estadual 
e nas diversas leis do país. 
 
As normas de organização judiciária estão presentes na Constituição Federal, que é o documento responsável pela 
distribuição de competências para o exercício do poder do estado, impondo normas referentes à competência para 
legislar em tema de organização judiciária. 
 
Assim, cada estado pode organizar a sua justiça, com base no Código de Processo Civil, no Código de Organização 
Judiciária de cada estado e no Regimento Interno do Tribunal de Justiça estadual, definindo a estrutura do Poder 
Judiciário local. 
 
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, tem sua organização e seu funcionamento delineados 
no Código de Organização Judiciária do Estado, instituído pela Lei Estadual nº 7.356, de 1 de fevereiro de 1980, com as 
devidas atualizações (www.tj.rs.gov.br/legisla/cojers.php). 
 
10 
UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
A
dm
in
is
tr
aç
ão
 d
e 
Ó
rg
ão
s 
do
 P
od
er
 J
ud
ic
iá
ri
o 
e 
do
 M
in
is
té
ri
o 
Pú
bl
ic
o 
http://www.tj.rs.gov.br/legisla/cojers.php)
 
 
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi criado pela Emanda Constitucional n0 45, de 30 de dezembro de 2004, que 
incluiu o artigo 103-B na constituição federal brasileira. É o órgão do Poder Judiciário brasileiro encarregado de controlar 
a atuação administrativa e financeira dos demais órgãos daquele poder, bem como de supervisionar o cumprimento dos 
deveres funcionais dos juízes. 
A estrutura do Poder Judiciário está desenhada no art. 92 da Constituição Federal de 1988, com redação dada pela 
Emenda Constitucional no 45/2004: 
a) o Supremo Tribunal Federal; 
b) a Conselho Nacional de Justiça; 
c) o Superior Tribunal de Justiça; 
d) os Tribunais Regionais Federais e juízes federais; 
e) os Tribunais e juízes do trabalho; 
f) os Tribunais e juízes eleitorais; 
g) os Tribunais e juízes militares; 
h) os Tribunais e juízes dos estados e do Distrito Federal e territórios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
Pó
s-
G
ra
du
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 
 
Ministros 
 
PRESIDENTE 
 
Plenário 
Comissões Permanentes de 
Ministros 
 
Colegiado 
Secretaria de Controle 
Interno 
• Conselho de Administração 
• Conselho da Justiça Federal 
• Comissão de Regiemnto Interno 
• Comissão de Jurisprudência 
• Comissão de Documentação 
 
Presidência 
 
Gabinete da Secretaria do Tribunal 
Assessoria de Cerimonial e 
Relações Públicas 
Assessoria de Atendimento 
aos Ministros 
Assessoria Jurídica 
Representações no Rio de 
Janeiro e em São Paulo 
 
Assessoria Especial 
Secretaria de Comunicação 
Social 
 
Secretaria 
Judiciária 
Secretaria 
dos Órgãos 
Julgadores 
 
Secretaria de 
Jurisprudência 
 
Secretaria de 
Documentação 
Secretaria de 
Administração 
e Finanças 
Secretaria 
de Gestão de 
Pessoas 
Secretaria 
de Serviços 
Integrados de 
Saúde 
Secretaria de 
Tecnologia da 
Informação 
 
Secretaria de 
Segurança 
 
 
Superior Tribunal de Justiça – STJ 
 
 
 
 
 
 
 
Assessoria de Modernização 
e Gestão Estratégica 
 
 
 
 
 
Fonte: Emenda Regimental n0 09 de 24/9/2008 
 
 
Organograma do STJ 
Subordinação 
 Vinculação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
Comissão Permanente 
Disciplinar 
Assessoria de Assuntos 
Parlamentares 
Assessoria de Relações 
Internacionais 
A
dm
in
is
tr
aç
ão
 d
e 
Ó
rg
ão
s 
do
 P
od
er
 J
ud
ic
iá
ri
o 
e 
do
 M
in
is
té
ri
o 
Pú
bl
ic
o 
 
 
 
 
 
 
 
Secretaria do Tribunal 
Secretaria-Geral da 
Presidência 
 
Corregedoria-Geral Eleitoral 
 
Ministros 
 
PRESIDÊNCIA 
 
Escola Judiciária Eleitoral 
 UNIDADE I 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:http://www.tse.gov.br/internet/institucional/organograma/organograma.html 
Organograma do TSE 
Subordinação Hierárquica 
 Relação Funcional 
 
A grande novidade, decorrente da Emenda Constitucional no 45/2004, é a inclusão do Conselho Nacional de Justiça na 
estrutura do Poder Judiciário, como órgão de controle das atividades judiciárias. 
 
Curiosamente, Miranda (2005, p. 588) registra “a manutenção da má técnica do legislador constituinte originário, ao 
afirmar que os juízes federais, eleitorais, militares e dos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e dosTerritórios são 
órgãos dos Poder Judiciário”. 
 
Em outras passagens, o constituinte reformador acertou na redação, como no inciso XII do art. 93, ao prever que “a 
atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e nos tribunais...”; no inciso V do art. 
95, ao proibir o magistrado de “exercer a advocacia no juízo ou no tribunal do qual se afastou...”; ou no § 5° do art. 
125, quando afirma que “compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar...”. 
 
Sem dúvida, o legislador constituinte deve ter pretendido se referir a juízos federais, eleitorais, militares e dos Tribunais 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios como órgãos integrantes da estrutura do Poder Judiciário brasileiro. 
Isso, porque os juízes, na qualidade de agentes públicos, não podem ser considerados órgãos, que consistem em divisões 
internas dos entes da Administração Pública direta ou indireta. 
 
Prescreve a Constituição da República, na nova redação do § 1° do art. 92, que o Supremo Tribunal Federal, o Conselho 
Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores tenham sede na Capital Federal. 
 
Quanto ao funcionamento dos juízos e dos tribunais, a Constituição Federal impõe o princípio da publicidade aos atos 
judiciais, no inciso IX do art. 93, ao assegurar que todos os julgamentos dos órgãos de Poder Judiciário serão públicos 
e todas as decisões fundamentadas, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às 
próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do 
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação. 
 
Note-se a preocupação do constituinte reformador com o respeito aos direitos individuais ao prever, na Emenda 
Constitucional n° 45/2004, a possibilidade de sigilo de atos jurisdicionais que possam violar o direito à intimidade das 
partes, corroborando o direito assegurado pelo inciso X do art. 5° da Constituição Federal. 
 
 
13 
Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
Secretaria 
de Gestão da 
Informação 
 
Secretaria de 
Atenção à Saúde 
Secretaria de 
Tecnologia da 
Informação 
Secretaria 
de Gestão de 
Pessoas 
 
Secretaria de 
Administração 
Secretaria de 
Planejamento, 
Orçamento, Finanças e 
Contabilidade 
Secretaria de 
ControleInterno e 
Auditoria 
 
Secretaria 
Judiciária 
Pó
s-
G
ra
du
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 
http://www.tse.gov.br/internet/institucional/organograma/organograma.html
 
 
Além da publicidade, exige-se a motivação das decisões administrativas dos tribunais, que serão tomadas pelo voto da 
maioria absoluta de seus membros, nos termos de inciso X do art. 93 da Carta da República. 
Nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, faculta-se a constituição de Órgão Especial, com o mínimo 
de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas 
da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo 
tribunal pleno. Essa previsão justifica-se em virtude do grande número de membros que determinados tribunais possuem, 
o que retardaria, excessivamente, o julgamento das ações. 
Ressalte-se que a Emenda Constitucional n° 45/2004 passou a exigir que a metade das vagas do Órgão Especial sejam 
preenchidas por antiguidade e a outra metade por eleição, dispositivo que se vislumbrava na Constituição Federal 
originária. 
O inciso XII do artigo sob comento passou a proibir férias coletivas nos juízos e nos tribunais de segundo grau, 
prescrevendo que a atividade jurisdicional será ininterrupta, inclusive com magistrados em plantão permanente nos dias 
em que não houver expediente forense normal. 
O número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população, sendo 
que os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter 
decisório. 
Nos termos do inciso XV do art. 93, ainda, a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
A
dm
in
is
tr
aç
ão
 d
e 
Ó
rg
ão
s 
do
 P
od
er
 J
ud
ic
iá
ri
o 
e 
do
 M
in
is
té
ri
o 
Pú
bl
ic
o 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
Ministério Público Eleitoral – MPE 
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO 
l da República Procurador-Gera Conselho de Assessoramento Superior do MPU 
 
Ministério Público Federal 
Ministério Público do 
Trabalho 
 
Ministério Público Militar 
Ministério Público do DF e 
Território 
Secretaria do MPU 
 UNIDADE I 
 
Capítulo 2 – Estrutura do Ministério Público: Organização 
e Atribuições Regimentais 
 
 
 
No Brasil, o universo das questões levadas a juízo é tão vasto, que os constituintes de 1988 optaram por distribuir 
racionalmente as competências pelos diferentes órgãos e áreas de atuação do Poder Judiciário. A intenção era a de 
evitar conflitos e indefinições no momento de se decidir quem julga o quê. 
Os critérios fixados levam em conta a matéria, que é o assunto discutido em juízo, ou a qualidade da parte envolvida na 
causa. Assim, temos: a Justiça Federal, a Justiça Estadual, a Justiça do Trabalho, a Justiça Militar, a Justiça Eleitoral 
e seus respectivos órgãos e graus de jurisdição. 
Em consequência, a organização do Ministério Público também seguiu essa divisão dos órgãos do Poder Judiciário. 
O Ministério Público brasileiro abrange: 
a) o Ministério Público da União, que é formado pelo Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, 
Ministério Público Militar e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; 
b) os Ministérios Públicos dos Estados. 
 
Ministério Público da União – MPU 
 
Ministério Público do Trabalho 
– MPT 
 
Organograma do Ministério Público 
 
O Ministério Público da União é uma instituição que acomoda quatro ramos (Ministério Público Federal – MPF, Ministério 
Público do Trabalho – MPT, Ministério Público Militar – MPM e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios – 
MPDFT), com áreas de atuação diferentes, organização espacial e administrativa distintas, embora os ramos sejam 
todos regidos pela Lei Complementar no 75, de 20 de maio de 1993. 
 
 
 
 
 
 
 
Organograma do Ministério Público da União 
 
O Ministério Público Eleitoral (MPE) possui uma estrutura peculiar, por causa da Justiça Eleitoral, que é uma Justiça 
federalizada. O MPE não possui quadro institucional próprio, com carreira e integrantes e, também, não possui existência 
física. Possui uma natureza híbrida de dois diferentes Ministérios Públicos: o Federal, que conta com o procurador- 
 
15 
Escola Superior do MPU Auditoria Interna do MPU 
Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
lico Federal 
F 
Ministério Púb 
– MP 
Ministério Público do Distrito 
Federal e Territórios – MPDFT 
Ministério Público Militar – 
MPM 
Ministérios Públicos Estaduais – MPEs 
Pó
s-
G
ra
du
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 
 
 
geral eleitoral e os procuradores regionais eleitorais; e o Estadual, que conta com os promotores eleitorais, que são 
promotores de Justiça, exercendo funções eleitorais delegadas pelo MPF. 
 
As atribuições dos integrantes do Ministério Público Eleitoral podem ser repartidas da seguinte forma: 
 
a) em se tratando de eleições municipais, são os promotores eleitorais (membro do MP do estado) que detêm 
a competência originária para propor ações ou para dar parecer em quaisquer processos movidos contra os 
candidatos a prefeito ou a vereador. Na segunda instância, atua o procurador regional eleitoral (membro do 
MPF), nos recursos interpostos, para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), contra decisões dos juízes de primeiro 
grau. 
 
b) em se tratando de eleições gerais, o foro dos candidatos a governador, a deputado federal e estadual e a 
senador é o Tribunal Regional Eleitoral, local de atuação do procurador regional eleitoral. O TRE é a primeira 
instância, quando as eleições são de caráter geral. Contudo, quando a ação a ser movida for contra candidatos 
à Presidência da República, o foro é o Tribunal Superior Eleitoral, lugar de atuação do procurador-geral eleitoral. 
 
Os quatro ramos possuem alguns órgãos em comuns, tais como: o Conselho de Assessoramento Superior, a Escola 
Superior do Ministério Público da União, a Auditoria Interna do Ministério Público da União e a Secretaria do MPU. 
 
O Ministério Público Federal atua nas causas de competência da Justiça Federal e nas de competência dos Supremo 
Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. 
 
O Ministério Público do Trabalho atua nas matérias decorrentes das relações de trabalho, por conseguinte, atua junto 
à Justiça do Trabalho. 
 
O Ministério Público Militar atua, exclusivamente, em matéria penal criminal, apurando e buscando a punição dos 
autores de crimes militares praticados por integrantes das Forças Armadas no exercício de suas atividades e nas 
infrações cometidas contra o patrimônio das Forças Armadas. 
 
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios atua nas causas correspondentes àquelas em que oficiam os 
Ministérios Públicos dos Estados. Apesar de pertencer ao MPU, o MPDFT cuida de matérias de competência da Justiça 
Estadual. Os membros do MPDFT atuam no Tribunal de Justiça do Distrito Federal. 
 
Importante salientar que não existe uma estrutura física (uma sede) para o Ministério Público da União. O Ministério 
Público da União tem por chefe o procurador-geral da República, que também é o chefe do Ministério Público Federal. 
 
No plano infraconstitucional, a Instituição se encontra regulamentada pela Lei Ordinária no 8.625/1993 (Lei Orgânica 
Nacional do Ministério Público), pela Lei Complementar no 75/1993 (Lei Orgânica do Ministério Público da União) e, no 
âmbito estadual, por suas respectivas Leis Orgânicas, em face da repartição de competências legislativas definidas pela 
Constituição da República (artigos 24, §3º, e 128, § 5º). 
 
Em grande parte dos municípios, existe, pelo menos, um representante do Ministério Público, que poderá ser encontradoem sua sede própria ou no fórum da cidade. No caso do MPU, há o que se chama de atuação na circunscrição judiciária, 
que é delimitada pela Justiça Federal. Às vezes, várias cidades fazem parte de uma circunscrição judiciária. Nos MPs 
estaduais, nem todo município tem representante do MP, a não ser aqueles estados que têm um MP bem estruturado. 
 
Os membros dos Ministérios Públicos Estaduais e do Distrito Federal são chamados de promotores e de procuradores de 
Justiça e os membros do Ministério Público Federal e do Ministério Público do Trabalho, de procuradores da República 
e de procuradores do trabalho. Em quase todas as cidades do país, existem promotores de Justiça. Já os procuradores 
da República ficam nas capitais e, também, em algumas cidades dos Estados, bem como em alguns municípios, com 
atribuição de atender as demais demandas da região. 
 
 
16 
UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
A
dm
in
is
tr
aç
ão
 d
e 
Ó
rg
ão
s 
do
 P
od
er
 J
ud
ic
iá
ri
o 
e 
do
 M
in
is
té
ri
o 
Pú
bl
ic
o 
 
 
Para qualquer reclamação sobre alguma violação de direitos que atinja várias pessoas ou sobre um ato ilícito da 
administração pública, o interessado pode se dirigir à sede do Ministério Público local e registrar uma reclamação 
(protocolar uma representação por escrito). Para que sua denúncia seja aceita, é importante anexar o maior número de 
provas ou de informações possíveis. A partir de então, é possível que seja marcada uma audiência, para ser ouvido pelo 
representante do Ministério Público e, se for o caso, ter o seu depoimento tomado por escrito. 
 
Muitas unidades do Ministério Público já contam, também, com páginas na internet e a comunicação poderá ser feita 
por meio de correio eletrônico. Na maioria dos casos, pelo número do protocolo ou do procedimento no qual prestou 
depoimento, você pode acompanhar a sua representação. 
 
As Promotorias de Justiça são órgãos de administração do MP, com, pelo menos, um cargo de promotor de justiça. 
Elas podem ser judiciais ou extrajudiciais, gerais, cumulativas ou especiais, que tratam, exclusivamente, de assuntos 
específicos, como os direitos da defesa da criança e do adolescente, do meio ambiente, do patrimônio público e outros. 
 
Os promotores e os procuradores devem ser bacharéis em direito, com, no mínimo, três anos de prática jurídica. O 
ingresso no Ministério Público é feito por concurso público. O promotor atua no primeiro grau de jurisdição (varas cíveis, 
criminais e outras), enquanto o procurador age no segundo grau (tribunais e câmaras cíveis e criminais). 
 
No Ministério Público Federal e no Ministério Público do Trabalho, os membros que atuam no primeiro grau de jurisdição 
são, também, denominados procuradores: procuradores da República e procuradores do trabalho, respectivamente. Ao 
atuarem no segundo grau de jurisdição, os membros passam a chamar-se procuradores regionais. Depois de procurador 
regional, os membros ainda podem ser promovidos ao cargo de subprocurador-geral, caso em que são designados para 
atuar junto aos Tribunais Superiores. 
 
O Ministério Público da União, formado pelo Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministério 
Público Militar e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, é chefiado pelo procurador-geral da República, 
nomeado pelo presidente, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal. Em 
2005, foi escolhido, como procurador-geral da República, Antonio Fernando de Barros Silva e Souza, que foi reconduzido 
em 2007, para um mandato de mais dois anos. 
 
O procurador-geral da República pode ser reconduzido por mais de uma vez, conforme interpretação do § 1º do art. 128 
da Constituição Federal: 
 
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o procurador-geral da República, nomeado pelo 
Presidente da República entre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a 
aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de 
dois anos, permitida a recondução (sem grifo no original). 
 
Constitucionalmente, o Ministério Público tem assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado 
o disposto no art. 169, propor, ao Poder Legislativo, a criação e a extinção de seus cargos e de serviços auxiliares, 
provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória, os planos de carreira, bem 
como a sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. 
 
A chefia dos Ministérios Públicos dos Estados é exercida pelo procurador-geral de Justiça. Os integrantes da carreira 
elaboram uma lista tríplice, na forma da Lei Orgânica respectiva, a qual é submetida ao chefe do Poder Executivo, neste 
caso o governador do estado. O escolhido assume um mandato de dois anos, permitida uma recondução, conforme art. 
128, § 3º, da CF/1988. 
 
Para se candidatar ao cargo de procurador-geral de Justiça, o membro da carreira deve preencher os requisitos 
estabelecidos em cada um dos estados. Os critérios variam de estado para estado. Há exigências tais como o tempo na 
carreira, o cargo ocupado, a idade. 
 
 
17 
 UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
Pó
s-
G
ra
du
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 
 
 
Requisitos para nomeação do procurador-geral de Justiça: 
 
Estados Requisitos 
Acre Membros maiores de 35 anos e vitalícios 
Alagoas Membros maiores de 35 e 5 anos na carreira 
Amapá Não informado 
Amazonas Membros maiores de 35, 10 anos na carreira e ser procurador de Justiça ou promotor da 
última entrância 
Bahia Membros com 10 anos ou mais de carreira 
Ceará Membros maiores de 35 anos com 10 anos na carreira 
Espírito Santo Membros maiores de 35 anos e vitalícios 
Goiás Membros vitalícios e em atividade na carreira 
Maranhão Membros com 10 anos na carreira 
Mato Grosso Procuradores de Justiça 
Mato Grosso do Sul Procuradores de Justiça 
Minas Gerais Procuradores de Justiça e 10 anos na carreira 
Pará Procurador de Justiça 
Paraíba Não informado 
Paraná Membros vitalícios e em atividade na carreira 
Pernambuco Procurador de Justiça 
Piauí Membros com 10 anos na carreira 
Rio de Janeiro Membros com, pelo menos, 2 anos na carreira 
Rio Grande do Norte Membros maiores de 35 anos com 10 anos na carreira 
Rio Grande do Sul Procurador de Justiça 
Rondônia Procuradores de Justiça com mais de 2 anos na cargo 
Roraima Procurador de Justiça 
Santa Catarina Membros com 10 anos ou mais de carreira 
São Paulo Procurador de Justiça 
Sergipe Procurador de Justiça 
Tocantis Procurador de Justiça 
Fonte: CNPG/CONAMP/SRJ,2006 
No caso do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, há uma lista tríplice formada e encaminhada ao 
procurador-geral da República, que, por sua vez, a envia ao Presidente da República, que faz a escolha e nomeia o 
procurador-geral de Justiça do DF e Territórios para um mandato de dois anos, permitida uma recondução. 
Segundo a Lei Complementar no 75, de 20 de maio de 1993, art. 25, inciso IV, é atribuição do procurador-geral da 
República nomear e dar posse ao procurador-geral de Justiça do trabalho (chefe do MPT) e ao procurador-geral de 
Justiça Militar (chefe do MPM). 
O ingresso na carreira do Ministério Público dá-se mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a 
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três 
anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação. 
 
Estrutura do Ministério Público Federal 
O Ministério Público Federal, seguindo a divisão dos órgãos do Poder Judiciário perante os quais atua, está organizado 
em unidades administrativas, conforme se vê a seguir: 
 
18 
UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do MinistérioPúblico 
A
dm
in
is
tr
aç
ão
 d
e 
Ó
rg
ão
s 
do
 P
od
er
 J
ud
ic
iá
ri
o 
e 
do
 M
in
is
té
ri
o 
Pú
bl
ic
o 
 
 
1) As Procuradorias da República, sediadas nas capitais dos Estados. 
Pode haver, ainda, unidades descentralizadas do MPF nos municípios em que houver Vara Federal – as Procuradorias 
da República Municipais. 
2) As Procuradorias Regionais da República (PRR), localizadas nos lugares em que têm sede Tribunais Regionais 
Federais. Existem, atualmente, as seguintes Procuradorias Regionais: 
a) PRR da 1ª Região (sediada em Brasília, atua nos processos do TRF 1ª Região, com jurisdição sobre os estados 
do Acre, do Amapá, do Amazonas, da Bahia, do Goiás, do Maranhão, do Mato Grosso, de Minas Gerais, do 
Pará, do Piauí, de Rondônia, de Roraima, do Tocantins e, também, sobre o Distrito Federal); 
b) PRR da 2ª Região (sede no Rio de Janeiro, com jurisdição, também, no Espírito Santo); 
c) PRR da 3ª Região (sede em São Paulo, abrange, também, o Mato Grosso do Sul); 
d) PRR da 4ª da Região (sediada em Porto Alegre, atua, também, nos processos oriundos do Paraná e de Santa 
Catarina); e, finalmente, 
e) PRR da 5ª Região (sede em Recife, abrange, ainda, os estados do Ceará, de Alagoas, da Paraíba, de Pernambuco, 
do Rio Grande do Norte e de Sergipe). 
3) A Procuradoria-Geral da República, sediada em Brasília. É o centro administrativo institucional do MPF, além de 
ser o lugar de lotação do procurador-geral da República e dos subprocuradores-gerais da República. 
A Procuradoria Geral da República é sede, ainda, da Procuradoria-Geral Eleitoral. Nela funcionam, também, os órgãos 
de direção administrativa e institucional de todo o MPF, tais como as secretarias Geral, de Recursos Humanos, de 
Planos e Orçamentos, de Tecnologia da Informação, o Conselho Superior e a Corregedoria-Geral, além da Procuradoria 
Federal dos Direitos do Cidadão e das Câmaras de Coordenação e Revisão. 
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) é um órgão que cuida de questões ligadas a direitos constitucionais 
da pessoa humana cuja defesa cabe ao MPF: liberdade, igualdade, saúde, educação, acesso à justiça, direito à informação 
e à livre expressão, entre outros. 
A PFDC possui representações nos estados, com idênticas atribuições: os procuradores regionais dos direitos do cidadão. 
As Câmaras de Coordenação e Revisão (CCR) são os órgãos responsáveis pelas discussão dos temas com os quais 
trabalha o MPF e pelo estabelecimento de linhas gerais de orientação ao trabalho dos procuradores. Atualmente, 
existem seis CCRs: 
a) 1ª Câmara, trata de matéria constitucional e de infraconstitucional; 
b) 2ª Câmara, trata de matéria criminal e de controle externo da atividade policial; 
c) 3ª Câmara, consumidor e ordem econômica; 
d) 4ª Câmara, meio ambiente e patrimônio cultural; 
e) 5ª Câmara, cuida do patrimônio público e social; e 
f) 6ª Câmara, comunidades iIndígenas e minorias. 
 
 
 
 
 
19 
 UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
Pó
s-
G
ra
du
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 
 
 
 
 
Procuradoria Federal dos Direitos 
do Cidadão 
 
Procuradoria Regional dos 
Direitos do Cidadão 
 
Organograma do Ministério Público Federal 
 
 
Estrutura do Ministério Público do Trabalho 
Compõem o Ministério Público do Trabalho as seguintes unidades administrativas: a Procuradoria-Geral do Trabalho 
(PGT); 24 Procuradorias Regionais do Trabalho (PRT) e 51 Ofícios de Interiorização 1. 
 
Regiões (sede) Circunscrição (área de abrangência) 
PRT 1ª – RJ Rio de Janeiro 
PRT 2ª – SP São Paulo 
PRT 3ª – MG Minas Gerais 
PRT 4ª – RS Rio Grande do Sul 
PRT 5ª – BA Bahia 
PRT 6ª – PE Pernambuco 
PRT 7ª – CE Ceará 
PRT 8ª – PA Pará e Roraima 
PRT 9ª – PR Paraná 
PRT 10ª – DF Distrito Federal e Tocantins 
PRT 11ª – AM Amazonas e Amapá 
PRT 12º – SC Santa Catarina 
PRT 13ª – PB Paraíba 
PRT 14ª – RO Rondônia e Acre 
PRT 15ª – Campinas (São Paulo) São Paulo 
PRT 16ª – MA Maranhão 
PRT 17ª – ES Espírito Santo 
PRT 18ª – GO Goiás 
PRT 19ª – AL Alagoas 
PRT 20ª – SE Sergipe 
PRT 21ª – RN Rio Grande do Norte 
PRT 22ª – PI Piauí 
PRT 23ª – MT Mato Grosso 
PRT 24ª – MS Mato Grosso do Sul 
PGT (sede em Brasília) Nacional 
Fonte: PGT/SRJ, 2006 
 
1 Ofícios de Interiorização: órgãos que integram a estrutura das PRTs e, geralmente, são instalados no interior dos estados. 
 
20 
Procuradorias da República nos 
estados, no DF e nos municípios 
UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
 
Procuradoria Regional Eleitoral 
Procuradorias Regionais da 
República 
Procuradoria Federal dos Direitos 
do Cidadão 
Câmaras de Coordenação e 
Revisão do MPF 
 
Procuradoria-Geral da República 
A
dm
in
is
tr
aç
ão
 d
e 
Ó
rg
ão
s 
do
 P
od
er
 J
ud
ic
iá
ri
o 
e 
do
 M
in
is
té
ri
o 
Pú
bl
ic
o 
 
 
Os membros do Ministério Público do Trabalho são os procuradores do trabalho, procuradores regionais do trabalho 
e subprocuradores-gerais do trabalho. Os primeiros são os membros do MPT que possuem atuação majoritária no 
primeiro grau de jurisdição trabalhista, ou seja, atuam nas Varas do Trabalho. Os procuradores regionais são membros 
que atuam, predominantemente, no segundo grau da jurisdição trabalhista, os Tribunais Regionais do Trabalho. Os 
subprocuradores-gerais do trabalho atuam perante o Tribunal Superior do Trabalho. 
 
 
Estrutura do Ministério Público dos Estados 
O Ministério Público dos Estados tem os seguintes órgãos de administração superior: 
a) Procuradoria-Geral de Justiça; 
b) Colégio de Procuradores de Justiça; 
c) Conselho Superior do Ministério Público; 
d) Corregedoria-Geral do Ministério Público. 
Conta, ainda, com os seguintes órgãos de execução: 
a) Procurador-geral de Justiça; 
b) Conselho Superior do Ministério Público; 
c) Procuradores de Justiça; e 
d) Promotores de Justiça. 
A representação política do Ministério Público dos estados dá-se por meio do Conselho Nacional dos Procuradores- 
Gerais do Ministério Público do Brasil (CNPg) e da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp.). 
A partir da Emenda Constitucional nº 45, foi constituído o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), formado 
pelo procurador-geral da República; quatro membros do Ministério Público da União; três membros do Ministério Público 
dos Estados; dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça; dois 
advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; dois cidadãos de notável saber jurídico 
e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
Pó
s-
G
ra
du
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 
 
 
Capítulo 3 – Organização Interna 
 
 
 
Organização Interna do Poder Judiciário 
Conforme estabelece o art. 99, caput, da Constituição Federal, o Poder Judiciário é dotado de autonomia administrativa 
e financeira: 
 
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira. 
 
A garantia da autonomia orgânico-administrativa manifesta-se na estruturação e no funcionamento dos órgãos, na 
medida em que se atribuem aos tribunais, conforme art. 96 e incisos da CF/1988, a competência privativa para: 
 
a) eleger seus órgãos diretivos, sem qualquer participação de outros poderes; 
 
b) elaborar regimento interno; 
 
c) organizar a estrutura administrativa interna de modo geral (secretarias e serviços auxiliares); 
 
d) prover os cargos de juízes de carreira, na forma prevista na Constituição; 
 
e) propor a criação de novas varas judiciárias; 
 
f) prover, por concurso público, os cargos necessários à administração da Justiça; 
 
g) conceder licença, férias e outros afastamentos aseus membros e aos juízes e servidores que lhes forem 
imediatamente vinculados. 
 
Ainda, segundo o mesmo artigo, compete privativamente ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos 
Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo: 
 
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores; 
 
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem 
vinculados; 
 
c) a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes; 
 
d) a criação ou extinção de tribunais inferiores; 
 
e) a alteração da organização e da divisão judiciárias. 
 
Conforme disposto no art. 125 da Constituição, compete à Justiça Estadual tudo o que não for de competência das 
justiças especiais (trabalhista, eleitoral e militar) e nem da Justiça Federal: 
 
Art. 125. Os estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta 
Constituição. 
 
 
22 
UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
A
dm
in
is
tr
aç
ão
 d
e 
Ó
rg
ão
s 
do
 P
od
er
 J
ud
ic
iá
ri
o 
e 
do
 M
in
is
té
ri
o 
Pú
bl
ic
o 
 
 
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização 
judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça (sem grifo no original). 
A Emenda Constitucional nº 45/2004 deu nova redação aos §§ 3º e 4º do art. 125, permitindo a possibilidade de lei 
estadual, a ser proposta pelo Tribunal de Justiça, criar a Justiça Militar Estadual (que é uma justiça especializada). 
Contudo, a referida emenda acrescentou ao art. 125 dois parágrafos (6º e 7º) de grande importância. O § 6º traz 
a possibilidade de o Tribunal de Justiça poder funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras Regionais, a 
fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo; já no § 7º, consta uma 
obrigatoriedade para os Tribunais de Justiça: a de instalar a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais 
funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos 
e comunitários. 
A Justiça do Distrito Federal e Territórios será organizada e mantida pela a União, nos termos dos artigos 21, XIII; 22, 
XVII, e 33, § 3º, da CF/1988. 
Art. 21. Compete à União: 
 
(...) 
 
XIII – organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito 
Federal e dos Territórios; 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
 
(...) 
 
XVII – organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos 
Territórios, bem como organização administrativa destes; 
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios. 
(...) 
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do governador nomeado na 
forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e de segunda instância, membros 
do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara 
Territorial e sua competência deliberativa. 
O Distrito Federal tem uma peculiaridade. A sua Lei Orgânica estabelece, em seu art. 53, que “São poderes do Distrito 
Federal, independentes e harmônicos entre si, o Executivo e o Legislativo”, não incluindo o Poder Judiciário. 
 
 
Organização Interna do Ministério Público 
O § 1º do art. 127 da CF elenca os princípios institucionais do Ministério Público: 
Art. 127 omissis 
 
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência 
funcional. 
Pedro Lenza (2007, p. 590) assim dispõe sobre os princípios institucionais do MP: 
unidade: sob a égide de um só chefe, o Ministério Público deve ser visto como uma instituição única, 
sendo a divisão existente meramente funcional. Importante notar, contudo, que a unidade encontra- 
 
23 
 UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
Pó
s-
G
ra
du
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 
 
 
se dentro de cada órgão, não se falando em unidade entre o Ministério Público da União (qualquer 
deles) e dos Estados, nem entre os ramos daquele; 
indivisibilidade: corolário com o princípio da unidade, em verdadeira relação de logicidade, é possível 
que um membro do Ministério Público substitua outro, dentro da mesma função, sem que, com isso, 
exista qualquer implicação prática. Isso porque quem exerce os atos, em essência, é a instituição 
Ministério Público e não a pessoa do promotor de justiça ou procurador. 
independência funcional: trata-se de autonomia de convicção, na medida em que os membros 
do Ministério Público não se submetem a qualquer poder hierárquico no exercício de seu mister, 
podendo agir, no processo, da maneira que melhor entenderem. A hierarquia existente restringe-se 
às questões de caráter administrativo, materializada pelo chefe da instituição, mas nunca, como 
dito, de caráter funcional. Tanto é que o art. 85, II, da CF/1988 considera crime de responsabilidade 
qualquer ato do Presidente da República que atentar contra o livre exercício do Ministério Público. 
 
À semelhança do que ocorre com o Poder Judiciário, o § 2º do art. 127 da CF/1988 assegura a autonomia funcional e 
administrativa do Ministério Público: 
Art. 127 omissis 
(...) 
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado 
o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção de seus cargos e de seus 
serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política 
remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. 
 
O Ministério Público, ao cumprir com seus deveres institucionais, não se submeterá a nenhum poder (Legislativo, 
Judiciário e Executivo), órgão ou autoridade pública, pautando sua conduta pela Constituição Federal. 
A autonomia administrativa consiste no poder de autogestão, direção de si próprio. Poder de elaborar sua proposta 
orçamentária, conforme disposto no art. 169. Pode propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção de seus cargos e 
serviços auxiliares. Pode prover seus cargos por meio de concurso público de provas ou de provas e títulos. Também é de 
sua competência propor a política remuneratória e a carreira dos membros do MPU e o plano de carreira dos servidores. 
A Lei nº 10.144, de 26 de julho de 2005, fixou o subsídio das carreiras dos membros do Ministério Público da União. O 
subsídio mensal do procurador-geral da República, desde 1º de janeiro de 2006, passou a ser de R$24.500,00 (vinte e 
quatro mil e quinhentos reais), sendo que as despesas resultantes da aplicação desta Lei correm à conta das dotações 
orçamentárias consignadas ao Ministério Público da União. 
Ainda como prerrogativa do Ministério Público, é facultado à instituição estabelecer sua organização, suas atribuições 
e seu estatuto, devendo ser observadas as garantias e as vedações do art. 128 da CF/1988: 
Art. 128 omissis 
(...) 
5º Leis complementares da União e dos estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos 
procuradores-gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério 
Público, observadas, relativamente a seus membros; 
I – as seguintes garantias: 
 
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial 
transitada em julgado; 
 
 
24 
UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
A
dm
in
is
tr
aç
ão
 d
e 
Ó
rg
ão
s 
do
 P
od
er
 J
ud
ic
iá
ri
o 
e 
do
 M
in
is
té
ri
o 
Pú
bl
ic
o 
 
 
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado 
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada 
ampla defesa; (Redação dadapela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, 
X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
II – as seguintes vedações: 
 
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; 
b) exercer a advocacia; 
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; 
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; 
e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades 
públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional 
nº 45, de 2004) 
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
A Lei Complementar nº 75, de 20 de maio de 1993, em seu artigo 22, reforça a autonomia funcional, administrativa e 
financeira do Ministério Público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
Pó
s-
G
ra
du
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 
 
 
Capítulo 4 – Garantias e Vedações dos 
Membros do Poder Judiciário 
 
 
 
José Afonso da Silva (1992, p. 502) divide as garantias do Poder Judiciário em: institucionais (garantia de autonomia 
orgânico-administrativa e garantias de autonomia financeira) e funcionais ou de órgãos (vitaliciedade, inamovibilidade e 
irredutibilidade de subsídios e imparcialidade dos membros). 
A garantia de autonomia orgânico-administrativa já foi estudada nos pontos organização interna e elaboração e 
tramitação do orçamento. 
Neste tópico, a garantia que será estudada é a funcional ou de órgãos. Essa garantia visa a assegurar a independência 
e a imparcialidade dos membros do Poder Judiciário. 
O art. 95, caput e incisos I, II e III, veiculam as garantias de independência dos órgãos judiciários. Essas garantias 
são: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios. (LENZA, 2007, p. 512) 
A vitaliciedade, na justiça de primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do 
cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial 
transitada em julgado, sendo-lhes asseguradas todas as garantias inerentes ao processo jurisdicional. 
A vitaliciedade nos tribunais, independentemente da forma de acesso (quinto constitucional para escolher advogado 
e membro do Ministério Público para compor o tribunal), dá-se no momento da posse. Não existe, aqui, o instituto do 
estágio probatório, exigido dos juízes de primeiro grau, que, após aprovação em concurso público de provas e títulos, só 
serão estáveis depois de cumprirem o referido estágio. 
A inamovibilidade garante ao juiz a prerrogativa de não ser removido, de uma comarca para outra, sem o seu 
consentimento. Aqui, também, incluem-se as remoções de sede, de cargo, de tribunal, de câmara, de grau de jurisdição. 
Contudo, essa regra não é absoluta. A própria Constituição Federal traz as exceções, conforme previsão do art. 93, VIII 
o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto 
da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada a ampla defesa. 
A irredutibilidade de subsídios garante aos magistrados, o livre exercício de suas atribuições jurisdicionais. O subsídio é 
fixado em parcela única, está sujeito à tributação e deve obedecer ao escalonamento referido no art. 93, V, da CF/1988, 
qual seja: 
 
o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do 
subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais 
magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas 
categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior 
a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio 
mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 
37, XI, e 39, § 4º. 
 
O art. 93 da Constituição também elenca outras garantias e outros deveres dos magistrados, tais como: 
a) ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e 
títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em 
direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; 
 
26 
UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
A
dm
in
is
tr
aç
ão
 d
e 
Ó
rg
ão
s 
do
 P
od
er
 J
ud
ic
iá
ri
o 
e 
do
 M
in
is
té
ri
o 
Pú
bl
ic
o 
 
 
b) promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento; 
c) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de 
merecimento; 
d) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz 
a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver, com tais requisitos, quem aceite o 
lugar vago; 
e) aferição do merecimento, conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e 
de presteza no exercício da jurisdição e pela frequência e pelo aproveitamento em cursos oficiais ou 
reconhecidos de aperfeiçoamento; 
f) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto 
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, 
repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; 
g) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não 
podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; 
h) o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados 
na última ou única entrância; 
i) previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo 
etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola 
nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; 
j) a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes devem observar o disposto no art. 40 da 
CF/1988; 
k) o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; 
l) remoção a pedido ou permuta de magistrados de comarca de igual entrância. 
O parágrafo único do art. 95 traz as garantias de imparcialidade dos órgãos judiciários. São vedações delimitadas em 
um rol taxativo, porque restringem direitos; 
a) exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; 
b) receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; 
c) dedicar-se à atividade político-partidária; 
d) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou 
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; 
e) exercer a advocacia no juízo ou no tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento 
do cargo por aposentadoria ou exoneração. 
Ainda como garantia dos membros do Poder Judiciário, a Constituição Federal, em vários dispositivos, estabelece o foro 
por prerrogativa de função. 
O relator, Ministro Sidney Sanches, em seu voto, na decisão que levou à revogação da Súmula 394 do STF, definiu que 
“a prerrogativa de foro visa a garantir oexercício do cargo ou do mandato e não a proteger quem o exerce e, menos 
 
27 
 UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
Pó
s-
G
ra
du
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 
 
 
ainda, quem deixa de exercê-lo, porque as prerrogativas de foro, pelo privilégio que, de certa forma, conferem, não 
devem ser interpretadas ampliativamente, numa Constituição que pretende tratar igualmente os cidadãos comuns, como 
são, também, os ex-exercentes de tais cargos ou mandatos”. 
Eis o foro por prerrogativa de função dos magistrados: 
 
Autoridade Tipo de crime Quem julga Dispositivo da CF/1988 
Ministro do STF Infração penal comum STF Art. 102, I, “b” 
Ministro do STF Crime de responsabilidade Senado Federal Art. 52, II 
Membros do Conselho 
Nacional de Justiça 
Crime de responsabilidade Senado Federal Art. 52, II 
Membros dos Tribunais 
Superiores (STJ, TSE, TST 
e STM) 
Infração penal comum e 
crime de responsabilidade 
 
STF 
 
Art. 102, I, “c” 
Desembargadores dos 
Tribunais de Justiça dos 
Estados e do DF 
Infração penal comum e 
crime de responsabilidade 
 
STJ 
 
Art. 105, I, “a” 
Membros dos Tribunais 
Regionais Federais 
Infração penal comum e 
crime de responsabilidade 
STJ Art. 105, I, “a” 
Juízes federais 
Infração penal comum e 
crime de responsabilidade 
Tribunal Regional Federal 
da área de jurisdição 
Art. 108, I, “a” 
Juízes da Justiça Militar 
Infração penal comum e 
crime de responsabilidade 
Tribunal Regional Federal 
da área de jurisdição 
Art. 108, I, “a” 
Juízes da Justiça do 
Trabalho 
Infração penal comum e 
crime de responsabilidade 
Tribunal Regional Federal 
da área de jurisdição 
Art. 108, I, “a” 
Juízes estaduais 
Infração penal comum e 
crime de responsabilidade 
Tribunal de Justiça do 
estado 
Art. 96, III 
Juízes do Distrito Federal e 
Territórios 
Infração penal comum e 
crime de responsabilidade 
Tribunal de Justiça do 
Distrito Federal 
Art. 96, III 
Além desses critérios, o inciso III do art. 96 da CF/1988 estabelece que é da competência da Justiça Eleitoral os crimes 
eleitorais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
A
dm
in
is
tr
aç
ão
 d
e 
Ó
rg
ão
s 
do
 P
od
er
 J
ud
ic
iá
ri
o 
e 
do
 M
in
is
té
ri
o 
Pú
bl
ic
o 
 
Capítulo 5 – Garantias e Vedações dos 
Membros do Ministério Público 
 
 
 
Aposentadoria dos membros do Ministério Público 
Por força do disposto no § 4° do art. 129 da Constituição Federal, a aposentadoria dos membros do Ministério Público e 
a pensão de seus dependentes passam a observar o disposto na art. 40, pondo fim à aposentadoria especial, sujeitando- 
os à regra geral aplicável aos demais servidores públicos. 
Para outros esclarecimentos sobre o tema, sugerimos um estudo mais aprofundado sobre a Administração Pública e 
seus servidores. 
 
 
Garantias 
A Constituição Federal, no inciso I do § 5° do art. 128, estabelece as garantias das quais dispõem os membros do 
Ministério Público. São elas: a vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade de subsídio. 
a) Vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada 
em julgado. 
b) Inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do 
Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa. 
c) Irredutibilidade de subsídio. 
A vitaliciedade não se confunde com a estabilidade, conferida aos servidores públicos. Vitaliciedade consiste na 
prerrogativa conferida a magistrados e a membros do Ministério Público de não perderem seu cargo, senão por decisão 
judicial transitada em julgado. Para Miranda (2005, p. 626), “a vitaliciedade também se adquire ao final do estágio 
probatóriom, que, nesse caso, é de dois anos de efetivo exercício na carreira”. 
Por inamovibilidade entende-se o direito do membro ministerial de não ser removido ou promovido senão por iniciativa 
própria. A Constituição Federal, nos termos de Emenda Constitucional n° 45/2004, a excepciona, na hipótese de 
interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, por voto da maioria absoluta 
de seus membros, assegurada ampla defesa. A Constituição originária previa a possibilidade de remoção pelo voto de 
dois terços dos membros do colegiado. 
Finalmente, a irredutibilidade de subsídio é o direito de não sofrer reduções em sua retribuição pecuniária pelo 
exercício das funções inerentes a seu cargo. 
 
 
Subsídio 
A Constituição Federal de 1988, com a nova redação que deu a alguns dispositivos a Emenda Constitucional n° 19, 
de 4 de junho de 1998, traz de volta a modalidade de subsídio, como forma de retribuição pecuniária pelo exercício de 
certos cargos. 
No § 4° de seu art. 39, há umas regras dos agentes públicos e políticos detentores dessa garantias, in vebis: 
 
29 
 UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
Pó
s-
G
ra
du
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 
 
 
O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários 
Estaduais e Municipais serão remunerados, exclusivamente, por subsídio, fixado em parcela única, 
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou 
outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. 
Ainda como garantia dos membros do Ministério Público, a Constituição Federal, em vários dispositivos, estabelece o 
foro por prerrogativa de função: 
 
Autoridade Tipo de crime Quem julga 
Dispositivo da 
CF/1988 
Membros do Conselho Nacional do 
Ministério Público 
Crime de responsabilidade Senado Federal Art. 52, II 
Procurador-geral da República Infração penal comum STF Art. 102, I, “b’ 
Procurador-geral da República Crime de responsabilidade Senado Federal Art. 52, II 
Procurador-geral de Justiça (nos 
Estados) 
Infração penal comum 
Tribunal de Justiça (do 
estado) 
Art. 96, III 
Procurador-geral de Justiça (nos 
estados) 
Crime de responsabilidade Assembleia Legislativa Art. 128, § 4º 
Procurador-geral de Justiça do 
MPDFT 
Infração penal comum e 
crime de responsabilidade 
STJ Art. 105, I, “a” 
Membros do Ministério Público da 
União que oficiem perante tribunais 
Infração penal comum e 
crime de responsabilidade 
STJ Art. 105, I, “a” 
Membros do Ministério Público da 
União (MPF, MPT, MPM e MPDFT*) 
atuando em 1ª instância 
Infração penal comum e 
crime de responsabilidade 
Tribunal Regional Federal 
da área de jurisdição 
 
Art. 108, I, “a” 
Membros do Ministério Público 
estadual 
Infração penal comum e 
crime de responsabilidade 
Tribunal de Justiça do 
estado 
Art. 96, III 
Além desses critérios, o inciso III do art. 96 da CF/1988 estabelece que é da competência da Justiça Eleitoral os crimes 
eleitorais. 
 
 
Vedações 
A Constituição Federal traz, também, vedações aos promotores e procuradores de Justiça, que têm por finalidade 
garantir-lhes imparcialidade no exercício de seu mister. 
Por força do disposto no inciso II do § 5° do art. 128, os membros do Ministério Público estão proibidos de: 
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; 
b) exercer a advocacia; 
* Informativo STF 263/2002. 
HC contra o MPDFT: Competência do TRF 
Tratando-se de habeas corpus contra ato de membro do Ministério Público, a competência para o processo e julgamento do writ é a mesma do tribunal a que couber 
apreciar o julgamento dessa autoridade pela prática de crime comum ou de responsabilidade. Com base nesse entendimento, a Turma deu provimento a recurso extraordinário 
para, assentando a competência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região para julgamento da espécie, cassar Acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito Federalque processara 
e julgara habeas corpus impetrado contra ato de promotora de justiça do Distrito Federal (CF, art. 108, “Compete aos Tribunais Regionais Federais: I – processar e julgar, 
originariamente: a) os juízes federais..., nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;). 
Aplicação, em face do princípio da especialidade, do disposto no art. 128, I, d, da CF, no sentido de que o Ministério Público da União compreende o Ministério Público do 
Distrito Federal e Territórios. A turma afastou, portanto, a incidência na espécie do art. 96, III, da CF, com a consequente competência do Tribunal de Justiça do Distrito Federal 
para julgar o caso concreto – “Compete privativamente: ... III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do 
Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.”. Precedente citado: RE 141.209-SP (RTJ 140/683) (sem grifo no original). 
RE 315.010-DF, rel. Min. Néri da Silveira, 8.4.2002. (RE-315010) 
 
30 
UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
A
dm
in
is
tr
aç
ão
 d
e 
Ó
rg
ão
s 
do
 P
od
er
 J
ud
ic
iá
ri
o 
e 
do
 M
in
is
té
ri
o 
Pú
bl
ic
o 
 
 
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; 
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; 
e) exercer atividade político-partidária; e 
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou 
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. 
Note-se que a Emenda Constitucional n° 45/2004 alterou a redação da alínea “e” do inciso II do § 5° da Constituição 
Federal, que vedava ao membro do Ministério Público o exercício de atividade político-partidária, “salvo exceções 
previstas na lei”. 
A nova redação do dispositivo retirou a possibilidade de o legislador infraconstitucional excepcionar o comando 
constitucional que proíbe ao membro ministerial o exercício de atividade político-partidária, o que ocorria até então. 
Assim, com a entrada em vigência da Emenda Constitucional n° 45, de 8 de dezembro de 2004, ficou vedado aos 
promotores e procuradores de justiça a filiação e a candidatura partidárias. 
Cremos que o dispositivo causará grande corrida aos tribunais, pelo fato de muitos membros do Ministério Público se 
dedicarem a tais atividades. Não nos restam dúvidas de que o atual mandato dos já eleitos deve ser mantido, como 
forma de respeito ao direito adquirido na data da posse. Todavia, a partir de então, caso queiram prosseguir com a vida 
partidária, deverão se desligar do Parquet (Ministério Público). 
A medida tem por objetivo conferir imparcialidade ao membro ministerial, o que se justifica, principalmente, em razão 
do grande rol de atribuições conferidas ao Ministério Público pela Constituição Federal de 1988, evitando-se o uso da 
instituição para o alcance de finalidades políticas e sob a influência de colorações partidárias. 
Quanto à proibição de receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades 
públicas ou privadas, ressalte-se que o dispositivo foi inserido pela Emenda Constitucional n° 45/2004, à semelhança 
do que ocorre com os magistrados. 
Também aos membros ministeriais é vedado exercer a advocacia no juízo ou no tribunal do qual se afastou, antes de 
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração, nos termos do § 6° do art. 128 da 
Constituição Federal. 
Finalmente, é importante salientar que, quando estudamos as vedações impostas aos magistrados, vimos que a 
Constituição da República vedou o exercício de qualquer “outro cargo ou função, salvo uma de magistério”. Assegurou- 
se ao magistrado, portanto, a possibilidade de exercer uma única função de magistério, seja em instituição pública ou 
na iniciativa privada. 
No artigo dedicado às garantias e às vedações dos membros ministeriais, no entanto, a Constituição da República vedou 
ao promotor e ao procurador de Justiça “exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma 
de magistério”. Destarte, além de efetivar-se como membros do Ministério Público, poderão exercer uma função pública 
de magistério e, se for o caso, outra(s) na iniciativa privada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
Pó
s-
G
ra
du
aç
ão
 a
 D
is
tâ
nc
ia
 
 
 
Capítulo 6 – Simetrias Constitucionais entre 
o Poder Judiciário e o Ministério Público 
 
 
 
Em seu diagnóstico do Ministério Público dos estados, Maria Tereza Sadek e Fernão Dias Lima (2006, p. 20) entendem 
que a Emenda Constitucional nº 45/2004 reforçou um simétrico arranjo institucional entre o Ministério Público e o Poder 
Judiciário, conforme demonstra o quadro a seguir. 
SIMETRIAS CONSTITUCIONAIS 
 
PODER JUDICIÁRIO MINISTÉRIO PÚBLICO 
Conselho Nacional de Justiça 
CF/1988, art. 103-B 
Conselho Nacional do Ministério Público 
CF/1988, art. 130-A 
Justiça da União 
CF/1988, art. 106 
Ministério Público da União 
CF/1988, art. 128, I 
Justiça da Estadual 
CF/1988, art. 125 
Ministério Público Estadual 
CF/1988, art. 128, II 
Autonomia Institucional 
CF/1988, art. 99 
Autonomia Institucional 
CF/88, art. 127, § 2º 
Estrutura de carreira 
CF/1988, art. 93, I a III 
Estrutura de Carreira 
CF/1988, art. 129, § 4º 
Garantias e vedações 
CF/1988, art. 95 
Garantias e vedações 
CF/1988, art. 128, § 5º 
Remuneração 
CF/1988, art. 93, V 
Remuneração 
CF/1988, art. 129, § 4º 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
UNIDADE I Estrutura e Organização Interna do Poder Judiciário e do Ministério Público 
A
dm
in
is
tr
aç
ão
 d
e 
Ó
rg
ão
s 
do
 P
od
er
 J
ud
ic
iá
ri
o 
e 
do
 M
in
is
té
ri
o 
Pú
bl
ic
o 
 
 
As carreiras dos servidores do Poder Judiciário da União e do 
Ministério Público da União não são consideradas atividades típicas 
de Estado. E, por não ser atividade típica de Estado, as carreiras 
dos servidores do Poder Judiciário da União e do Ministério Público 
da União são regidas pela Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 
1990. E o que vem a ser atividade típica de Estado? 
 UNIDADE I 
 
Capítulo 7 – Garantias e Deveres dos Servidores 
do Poder Judiciário e do Ministério Público 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Projeto de Lei – PLC nº 97 de 2006 (nº 5.845/2005 na Câmara dos Deputados), que tratava sobre as carreiras dos 
servidores do Poder Judiciário, foi submetido ao Presidente da República para sanção. No entanto, em mensagem 
encaminhada ao Presidente do Senado Federal, o Presidente vetou o art. 23 do PL nº 97/2006. 
Esse artigo enquadrava as atividades dos servidores do Poder Judiciário como “atividades típicas de Estado”. 
A razão do veto foi justificada pelo controvertido alcance da expressão “atividade típica’ na doutrina que se debruça 
sobre o tema. Parte da doutrina entende, de forma restritiva, que, afora os membros do Poder, as atividades exclusivas de 
Estado seriam, apenas, relativas a regulamentação, fiscalização e fomento. Outros doutrinadores identificam atividade 
exclusiva de Estado com carreiras típicas de Estado e entendem que as atividades típicas são, apenas, as exercidas por 
diplomatas, fiscais, administradores civis, procuradores e policiais. 
Apesar do dissenso que se trava acerca do conceito, a atividade exclusiva de Estado deve manter relação estreita com 
a natureza do cargo contemplado e das funções empreendidas pelos seu ocupante, bem como pelo seu posicionamento 
estratégico dentro da administração pública, o que justificaria o tratamento diferenciado em relação aos demais cargos 
públicos. 
Por isso, a atividade de apoio operacional exercida no âmbito do Poder Judiciário da União

Outros materiais