Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

SEMANA 07 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
 
 
Sumário 
META 1 .............................................................................................................................................................. 8 
DIREITO PENAL: CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ............................................................................... 8 
1. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ......................................................................................................................... 9 
1.1 Causas de Extinção da Punibilidade ....................................................................................................................... 11 
1.1.1 Morte do Agente ............................................................................................................................................. 11 
1.1.2 Anistia .............................................................................................................................................................. 12 
1.1.3 Graça e Indulto ................................................................................................................................................ 12 
1.1.4 Abolitio Criminis ............................................................................................................................................... 15 
1.1.5 Decadência....................................................................................................................................................... 17 
1.1.7 Prescrição ......................................................................................................................................................... 19 
1.1.7 Perempção ....................................................................................................................................................... 33 
1.1.8 Renúncia .......................................................................................................................................................... 34 
1.1.9 Perdão Aceito ou Perdão do Ofendido ............................................................................................................ 34 
1.1.10 Retratação ..................................................................................................................................................... 34 
1.1.11 Perdão Judicial ............................................................................................................................................... 34 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................... 39 
META 2 ............................................................................................................................................................ 46 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA ......................................................................... 46 
1. JURISDIÇÃO .................................................................................................................................................. 47 
1.1 Princípios da jurisdição ........................................................................................................................................... 47 
2. COMPETÊNCIA ............................................................................................................................................. 49 
2.1 Critérios de fixação da competência ...................................................................................................................... 49 
2.2 Regras de Competência em Algumas Espécies de Crimes: .................................................................................... 55 
3. COMPETÊNCIA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL ......................................................................................... 60 
3.1 Reflexos da Nova Decisão do STF Acerca da Investigação Criminal ....................................................................... 74 
3.2 Crimes Dolosos Contra Vida X Foro por Prerrogativa de Função ........................................................................... 75 
3.3 Concurso de Agentes e Foro por Prerrogativa ....................................................................................................... 76 
4. CRIMES POLÍTICOS ....................................................................................................................................... 84 
4.1 Infrações Penais Praticadas em Detrimento de Bens, Serviços ou Interesses da União ou de suas Entidades 
Autárquicas ou Empresa Pública .................................................................................................................................. 86 
4.2 Os Crimes Previstos em Tratado ou Convenção Internacional, Quando, Iniciada a Execução no país, o Resultado 
Tenha ou Devesse ter Ocorrido no Estrangeiro, ou Reciprocamente .......................................................................... 95 
4.2.1 As causas relativas a Direitos Humanos a que se Refere o § 5º deste artigo .................................................. 98 
4.3 Crimes contra a Organização do Trabalho; ............................................................................................................ 98 
4.4 Crimes Contra o Sistema Financeiro e a Ordem Econômico-Financeira ................................................................ 99 
4.5 Crimes Cometidos a Bordo de Navios e Aeronaves ............................................................................................. 100 
4.6 Crimes Relativos a disputa Sobre Direitos Indígenas ........................................................................................... 101 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 116 
META 3 .......................................................................................................................................................... 126 
DIREITO CONSTITUCIONAL: ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .............................................................................. 126 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 126 
1.1 Aspectos Gerais .................................................................................................................................................... 126 
2. DIVISÃO ESPACIAL DE PODER .................................................................................................................... 127 
2.1. Formas de governo .............................................................................................................................................. 127 
2.1.2. Sistemas de governo ..................................................................................................................................... 128 
2.2 Formas De Estado ................................................................................................................................................. 130 
2.2.1 Estado Unitário .............................................................................................................................................. 130 
2.2.2 Estado Composto ........................................................................................................................................... 130 
3. FEDERAÇÃO ............................................................................................................................................... 131 
3.1 Espécies De Federalismo...................................................................................................................................... 132 
3.1.1 Federalismo Dualista, Ou Cooperativo, Ou De Integração ............................................................................ 132 
3.1.2 Federalismo Simétrico E Assimétrico ............................................................................................................. 132 
3.1.3 Federalismo De Equilíbrio .............................................................................................................................. 132 
3.1.4 Federalismo Orgânico .................................................................................................................................... 132 
3.2 Características Da Federação ............................................................................................................................... 133 
3.3 Classificação Do Federalismo ............................................................................................................................... 133 
3.3.1 Quanto À Formação ....................................................................................................................................... 133 
3.3.2 Quanto Ao Tipo .............................................................................................................................................. 134 
3.4 Vedações Constitucionais Aos Entes Autônomos ................................................................................................ 134 
3.4.1 República Federativa Do Brasil ...................................................................................................................... 135 
3.4.2 A União .......................................................................................................................................................... 137 
3.4.3 Estados-Membros .......................................................................................................................................... 138 
3.4.4 Auto-Organização E Autolegislação ............................................................................................................... 138 
3.4.5 Autogoverno .................................................................................................................................................. 139 
3.4.6 Autoadministração ........................................................................................................................................ 141 
3.5 Vedações Ao Poder Constituinte Decorrente ....................................................................................................... 144 
3.6 Bens Do Estado-Membro ..................................................................................................................................... 148 
3.7 Distrito Federal ..................................................................................................................................................... 148 
3.7.1 Autonomia Do Distrito Federal ...................................................................................................................... 148 
3.7.2 Competências Do Distrito Federal ................................................................................................................. 149 
3.8 Municípios ............................................................................................................................................................ 149 
3.8.1 Bens Públicos Dos Municípios ........................................................................................................................ 152 
3.8.2 Competência Dos Municípios ........................................................................................................................ 152 
4. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA ................................................................................................................ 156 
4.1 Conceito ............................................................................................................................................................... 156 
4.2 Critérios Que Norteiam A Distribuição De Competências Na CF .......................................................................... 156 
4.3 Modelos Da Repartição De Competências ........................................................................................................... 157 
5. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONSTITUCIONAL ........................................................................................ 158 
5.1 Classificação das competências brasileiras: ......................................................................................................... 158 
5.2 Requisitos Para A Delegação Da Competência Legislativa Privativa Da União ..................................................... 159 
5.3 Competência Exclusiva Da União (Art. 21, Cf/88) – Competência Material ......................................................... 160 
5.4 Competência Privativa Da União Para Legislar: .................................................................................................... 162 
5.5 Competência Comum Da União, Estados, Distrito Federal E Municípios: ............................................................ 164 
5.6 Competência Concorrente Da União, Estados E Distrito Federal: ........................................................................ 165 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
 
 
5.7 Alguns Precedentes Do STF Quanto À Competência ............................................................................................ 169 
7. INTERVENÇÃO ............................................................................................................................................ 179 
7.1 Intervenção Federal Espontânea .......................................................................................................................... 180 
7.2 Intervenção Federal Provocada ............................................................................................................................ 180 
7.3 Órgãos Que Receberam A Incumbência Constitucional De Iniciar O Processo De Intervenção .......................... 181 
7.4 Decreto Interventivo ............................................................................................................................................ 184 
7.5 Controle Político ................................................................................................................................................... 185 
7.6 Controle Jurisdicional ........................................................................................................................................... 186 
7.7 Intervenção Nos Municípios ................................................................................................................................. 186 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 188 
META 4 .......................................................................................................................................................... 196 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: PRISÕES (PARTE I) ......................................................................................... 196 
1. PRISÃO PROVISÓRIA .................................................................................................................................. 196 
2. PRISÃO EM FLAGRANTE ............................................................................................................................. 197 
2.1 Hipóteses de prisão em flagrante......................................................................................................................... 197 
2.1.1 Flagrantepróprio ou real ............................................................................................................................... 197 
2.1.2 Flagrante impróprio ou quase flagrante ........................................................................................................ 200 
2.1.3 Flagrante presumido ou ficto ......................................................................................................................... 201 
2.1.4 Outras denominações .................................................................................................................................... 202 
2.2 Apresentação espontânea do agente................................................................................................................... 206 
2.3 Sujeitos do flagrante ............................................................................................................................................ 207 
2.3.1 Sujeito ativo ................................................................................................................................................... 207 
2.3.2 Sujeito passivo ............................................................................................................................................... 207 
2.4 Crimes que admitem a prisão em flagrante ......................................................................................................... 211 
2.4.1 Crimes de ação privada ou de ação pública condicionada à representação ................................................. 211 
2.4.2 Homicídio e lesão culposa na direção de veículo automotor ........................................................................ 211 
2.4.3 Infrações de menor potencial ofensivo ......................................................................................................... 212 
2.4.4 Crimes permanentes ...................................................................................................................................... 212 
2.4.5 Crime continuado .......................................................................................................................................... 212 
2.4.6 Crime habitual ............................................................................................................................................... 212 
2.5 Auto de prisão em flagrante ................................................................................................................................. 213 
2.5.1 Quem deve presidir a lavratura do auto de prisão ........................................................................................ 214 
2.5.2 Procedimento para a lavratura do auto de prisão ......................................................................................... 215 
2.5.3 Nota de culpa ................................................................................................................................................. 217 
2.5.4 Providências que devem ser tomadas pelo juiz ao receber a cópia da prisão em flagrante ......................... 217 
2.5.5 Relaxamento da prisão .................................................................................................................................. 218 
2.6 Conversão do flagrante em prisão preventiva ..................................................................................................... 219 
2.7 Concessão de liberdade provisória ....................................................................................................................... 221 
2.8 Audiência de custódia .......................................................................................................................................... 222 
3. PRISÃO PREVENTIVA .................................................................................................................................. 230 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 240 
META 5 .......................................................................................................................................................... 244 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: PRISÕES (PARTE II) ........................................................................................ 244 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
 
 
4. PRISÃO DOMICILIAR .................................................................................................................................. 258 
4.1 Prisão Domiciliar X HC Coletivo ............................................................................................................................ 262 
4.2 Prisão Domiciliar (CPP) X Regime Domiciliar (LEP) ............................................................................................... 263 
4.3 Desencarceramento, Prisão domiciliar e Covid-19 ............................................................................................... 264 
5. PRISÃO EM FACE DE DECISÃO CONDENATÓRIA PROFERIDA POR TRIBUNAL DE SEGUNDO GRAU 
(SUCESSIVAS VIRAGENS JURISPRUDENCIAIS DA SUPREMA CORTE) ............................................................. 267 
6. PRISÃO TEMPORÁRIA ................................................................................................................................ 272 
6.1 Hipóteses de cabimento ....................................................................................................................................... 272 
6.2 Procedimento ....................................................................................................................................................... 273 
6.3 Prazos ................................................................................................................................................................... 274 
7. O ATO DA PRISÃO EM RESIDÊNCIA ............................................................................................................ 276 
7.1 Emprego de força ................................................................................................................................................. 277 
7.2 Uso de algemas .................................................................................................................................................... 277 
8. DAS MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS ...................................................................................................... 279 
9. MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO ........................................................................................... 280 
10. PRISÃO ESPECIAL ..................................................................................................................................... 289 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 292 
META 6 – REVISÃO SEMANAL ........................................................................................................................ 296 
DIREITO PENAL: CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ........................................................................... 296 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA ....................................................................... 298 
DIREITO CONSTITUCIONAL: ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .............................................................................. 300 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
 
 
 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 07 
META DIA ASSUNTO 
1 SEG DIREITO PENAL: Causas de Extinção da Punibilidade 
2 TER DIREITO PROCESSUAL PENAL: Jurisdição e Competência 
3 QUA DIREITO CONSTITUCIONAL: Organizaçãodo Estado 
4 QUI DIREITO PROCESSUAL PENAL: Prisões (Parte I) 
5 SEX DIREITO PROCESSUAL PENAL: Prisões (Parte II) 
6 SÁB/DOM [Revisão Semanal] 
 
 
ATENÇÃO 
 
Gostou do nosso material? 
 
Lembre de postar nas suas redes sociais e marcar o @dedicacaodelta. 
 
Conte sempre conosco. 
 
Equipe DD 
 
 
 
Prezado(a) aluno(a), 
 
Caso possua alguma dúvida jurídica sobre o conteúdo disponibilizado no curso, pedimos que utilize a sua 
área do aluno. Há um campo específico para enviar dúvidas. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
8 
 
META 1 
 
DIREITO PENAL: CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
 
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA 
CF/88 
⦁ Art. 5º, XLII, XLIII e XLIV 
⦁ Art. 21, XVII 
⦁ Art. 48, VIII 
⦁ Art. 53, §§3º a 5º 
⦁ Art. 84, XII 
 
CÓDIGO PENAL: 
⦁ Art. 2º (abolitio criminis) 
⦁ Art. 100 a 120 
⦁ Art. 121, §5º (perdão judicial no homicídio) 
⦁ Art. 129, §8º (perdão judicial na lesão corporal) 
⦁ Art. 312, §3º 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
⦁ Art. 25 (retratação no processo penal) 
⦁ Art. 28, 30, 36, 41 
⦁ Art. 49 e 60 
⦁ Art. 92 a 94 
⦁ Art. 366 e 386 
 
OUTROS DIPLOMAS LEGAIS 
⦁ Art. 16 da Lei Nº 11.340 (retratação na Lei Maria da Penha) 
 
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER! 
 
⦁ Art. 107, CP (importantíssimo) 
⦁ Art. 109 a 112, CP 
⦁ Art. 116 e 117, CP 
 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
9 
 
SÚMULAS RELACIONADAS AO TEMA 
Súmula 497-STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na 
sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação. 
Súmula 146-STF: A prescrição da ação penal regula-se pela pena concretizada na sentença, quando não há 
recurso da acusação. 
Súmula 220-STJ: A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva. 
Súmula 191-STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a 
desclassificar o crime. 
Súmula 592-STF: Nos crimes falimentares, aplicam-se as causas interruptivas da prescrição, previstas no 
Código Penal. 
Súmula 438-STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com 
fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal. 
Súmula 18-STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não 
subsistindo qualquer efeito condenatório. 
 
1. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
 
A punibilidade consiste em consequência da infração penal. Conforme doutrina amplamente 
majoritária, não é seu elemento, razão pela qual o crime e a contravenção penal permanecem íntegros com 
a superveniência de causa extintiva de punibilidade. Desaparece do mundo jurídico somente o poder de punir 
do Estado, embora continue existindo o ilícito penal. 
Extinção da punibilidade nos crimes acessórios, complexos e conexos: a extinção da punibilidade 
do crime principal não se estende ao crime acessório; a extinção da punibilidade da parte (um dos crimes) 
não alcança o todo (crime complexo); a extinção da punibilidade do crime conexo não afasta a qualificadora 
da conexão. 
Princípio da consunção: nesse caso, a extinção da punibilidade do crime-fim atinge o direito de punir 
do Estado em relação ao crime-meio (STJ, RHC 31.321/PR). 
As causas de extinção da punibilidade podem recair sobre: 
 
1) A pretensão punitiva: eliminam todos os efeitos penais de eventual sentença condenatória. 
Espécies: decadência, perempção, renúncia do direito de queixa, perdão aceito, retratação do 
agente e perdão judicial. 
 
2) A pretensão executória: retiram unicamente o efeito principal da condenação (a pena), 
subsistindo os efeitos secundários da sentença condenatória, salvo em relação à abolitio criminis 
e à anistia. Espécies: graça, sursis e livramento condicional. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
10 
 
3) Ambas as pretensões: os efeitos dependem do momento em que ocorrem. Espécies: morte do 
agente, anistia, abolitio criminis e prescrição. 
 
Podem ser encontradas primordialmente no rol descrito no artigo 107 do Código Penal, embora não 
seja este um rol taxativo, havendo outras causas de extinção da punibilidade, como por exemplo: 
 
⦁ Suspensão condicional do processo 
⦁ Transação penal 
⦁ Composição Civil dos Danos 
⦁ Reparação do dano antes da sentença no peculato culposo (art. 312, §3º, CP) 
⦁ Cumprimento integral do Acordo de não persecução penal 
 
Condições objetivas de punibilidade: Em alguns casos, para ocorrer a punibilidade, NÃO basta a 
prática de um crime e a ausência de alguma causa de extinção da punibilidade, mas devem ser verificadas 
situações objetivas exteriores à conduta. Ex: Crimes contra a ordem tributária. 
 
A condição objetiva de punibilidade é um elemento exterior ao fato delituoso, não integrante do 
tipo penal, independente do dolo ou culpa do agente, que deve advir para a formação de um injusto culpável 
e punível, ou seja, são condições exigidas por lei para que o fato se torne punível, que estão fora do injusto 
penal, vinculadas à superveniência de determinado acontecimento. Trata se de uma condição incerta e 
futura. Relaciona-se ao Direito Penal. 
 
Exemplo1: Sentença declaratória da falência, que concede a recuperação judicial e a que concede a 
recuperação extrajudicial (art. 180 da Lei nº 11.101/05); 
Exemplo2: Decisão final do procedimento administrativo de lançamento nos crimes materiais contra 
a ordem tributária previstos no art. 1º, I a IV da Lei nº 8.137/90 (Súmula Vinculante 24 STF) 
 
Simplificando: 
 
– está ligada ao Direito Penal; 
– cuida-se de condição exigida pelo legislador para que o fato se torne punível; 
– se a condição objetiva de punibilidade não foi implementada não há fundamento de direito para o 
ajuizamento de uma ação penal. 
 
Vamos aprofundar para uma dissertativa? 
 
Qual a diferença entre condição objetiva de punibilidade e condição de procedibilidade? 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
11 
 
Conforme ensinamentos do Professor Luiz Flávio Gomes, condição objetiva de punibilidade é aquela situação 
criada pelo legislador por razões de política criminal destinada a regular o exercício da ação penal sob a ótica 
da sua necessidade. Não está contida na noção de tipicidade, antijuridicidade ou culpabilidade, mas é parte 
integrante do fato punível. Ex: constituição definitiva do crédito tributário para que seja instaurada a ação 
penal por crime de sonegação. Já a condição de procedibilidade é o requisito que submete a relação 
processual à existência ou validez. Ex: representação do ofendido nas ações públicas condicionadas. 
 
1.1 Causas de Extinção da Punibilidade 
 
Extinção da punibilidade 
Art. 107, CP - Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação 
privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
 
1.1.1 Morte do Agente 
 
* Pegadinha de prova: Cuidado para não confundir com morte do ofendido!!! 
Decorre do princípio da intranscendência da pena, segundo o qual a pena não pode passar da pessoa 
do condenado. Os efeitos extrapenais subsistem, de sorte que os herdeiros respondem até o limite da 
herança; 
● Comprovação: Certidão de óbito; 
 
Lembrando que se o inquérito policial arquivado com base numa certidão de 
óbito falsa, não faz coisa julgada material. 
 
● Concurso de pessoas: NÃO se estende aos demais concorrentes;● NÃO impede ação civil por danos contra os herdeiros; 
● NÃO desautoriza os familiares a ajuizarem revisão criminal. 
OBS.: CPP, Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois 
de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
12 
 
1.1.2 Anistia 
 
É o esquecimento jurídico da infração, concedido por lei ordinária. 
● Atinge fatos e não pessoas; 
● Competência do Congresso Nacional; 
● Ato do Poder Legislativo de renúncia ao Poder-dever de punir em virtude de necessidade ou 
conveniência política; 
 
I. Espécies: 
● Própria: Concedida ANTES do trânsito em julgado; 
● Imprópria: APÓS o trânsito em julgado; 
● Especial: Concedida a crimes políticos; 
● Comum: Aplicada a crimes comuns; 
● Geral ou plena: Aplica-se a todos os agentes; 
● Condicionada: É imposta a prática de algum ato como condição para concessão. 
 
II. Efeitos: Ex tunc – Cessam os efeitos penais, mas não os civis. Isso significa que: 
● Na anistia, o fato praticado deixa de ser considerado crime. Por esse motivo, na Lei de Lavagem 
de Capitais, se o crime antecedente ao delito de lavagem for anistiado, o crime de lavagem não 
subsistirá!!! 
● Não gera reincidência. 
 
III. Inaplicabilidade: Vedação constitucional prevista no art. 5º, XLIII 
● Crimes hediondos; (Não esqueça que o rol de crimes hediondos foi alterado pelo pacote 
Anticrime!) 
● Tortura; 
● Tráfico de entorpecentes; 
● Terrorismo. 
 
Art. 5º, XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou 
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
 
1.1.3 Graça e Indulto 
 
● Indulto: É uma forma de clemência. NÃO diz respeito a fatos, como na anistia, mas sim às pessoas, 
no plural. Diz-se que induto é a graça coletiva; 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
13 
 
● Graça: Benefício concedido a pessoa determinada. 
 
I) Competência: Presidente da República (por decreto), permitida a delegação para Ministros de Estado; 
Advogado Geral da União; Procurador Geral da República. 
 
 
II) Formas: 
● Total: Abrange todas as sanções; 
● Parcial: Quando houver redução ou substituição da sanção penal 
● Condicionados: impõe condições para ser beneficiado. Ex.: ressarcimento do dano. 
● Incondicionados: não impõem qualquer requisito. 
 
III) Efeitos: Extingue a pena, mas permanecem os efeitos penais secundários e os efeitos extrapenais. 
Súmula 631 do STJ: “O indulto extingue os efeitos primários da condenação 
(pretensão executória), mas não atinge os efeitos secundários, penais ou 
extrapenais”. 
 
Obs.: O réu condenado que foi beneficiado com graça ou indulto, se cometer novo crime, será reincidente. 
 
IV) Momento da concessão: Em regra, após o trânsito em julgado da sentença, pois se refere à pena 
imposta. 
 
V) Inaplicabilidade: 
● Crimes hediondos; 
● Tortura; 
● Tráfico de entorpecentes; 
● Terrorismo. 
 
STF-HC 118.213/SP: Não é possível o deferimento de indulto a réu condenado por 
tráfico de drogas, ainda que tenha sido aplicada a causa de diminuição de pena 
prevista no art. 33, §4° da Lei 11.343/2006 à pena a ele imposta, circunstância que 
não altera a tipicidade do crime. 
STF-HC 123.381/PE: o período de prova do sursis não é computado para o 
preenchimento do requisito temporal para a concessão de indulto. 
STF-HC 628.658/RS: pode ser concedido indulto aos inimputáveis ou semi-
imputáveis que cumprem medida de segurança. 
Súmula 535 do STJ: a prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de 
comutação de pena ou indulto. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
14 
 
 
 JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 139 DO STJ - DO INDULTO E DA COMUTAÇÃO DE PENA 
 
1) O instituto da graça, previsto no art. 5º, XLIII, da Constituição Federal, engloba o 
indulto e a comutação de pena, estando a competência privativa do Presidente da 
República para a concessão desses benefícios limitada pela vedação estabelecida 
no referido dispositivo constitucional. 
 
2) A sentença que concede o indulto ou a comutação de pena tem natureza 
declaratória, não havendo como impedir a concessão dos benefícios ao 
sentenciado, se cumpridos todos os requisitos exigidos no decreto presidencial. 
3) O deferimento do indulto e da comutação das penas deve observar estritamente 
os critérios estabelecidos pela Presidência da República no respectivo ato de 
concessão, sendo vedada a interpretação ampliativa da norma, sob pena de 
usurpação da competência privativa disposta no art. 84, XII, da Constituição e, 
ainda, ofensa aos princípios da separação entre os poderes e da legalidade. 
4) A análise do preenchimento do requisito objetivo para a concessão dos 
benefícios de indulto e de comutação de pena deve considerar todas as 
condenações com trânsito em julgado até a data da publicação do decreto 
presidencial, sendo indiferente o fato de a juntada da guia de execução penal ter 
ocorrido em momento posterior 
à publicação do referido decreto. 
5) A superveniência de condenação, seja por fato anterior ou posterior ao início do 
cumprimento da pena, não altera a data-base para a concessão da comutação de 
pena e do indulto. 
6) O indulto e a comutação de pena incidem sobre as execuções em curso no 
momento da edição do decreto presidencial, não sendo possível considerar na base 
de cálculo dos benefícios as penas já extintas em decorrência do integral 
cumprimento. 
7) Para a concessão de indulto, deve ser considerada a pena originalmente imposta, 
não sendo levada em conta, portanto, a pena remanescente em decorrência de 
comutações anteriores. 
8) O cumprimento da fração de pena prevista como critério objetivo para a 
concessão de indulto deve ser aferido em relação a cada uma das sanções 
alternativas impostas, consideradas individualmente 
9) Compete ao Juízo da Execução Fiscal a apreciação do pedido de indulto em 
relação à pena de multa convertida em dívida de valor. 
Segundo pensa Márcio Cavalcante, do Dizer o Direito, essa tese está superada. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
15 
 
Isso porque o STF, ao julgar a ADI 3150/DF, decidiu que, a Lei nº 9.268/96, ao 
considerar a multa penal 
como dívida de valor, não retirou dela o caráter de sanção criminal que lhe é 
inerente por força do art. 5º, XLVI, “c”, da CF/88. Como consequência, por ser uma 
sanção criminal, a legitimação prioritária para a execução da multa penal é do 
Ministério Público perante a Vara de Execuções Penais (ADI 3150 e AP 470/MG, 
Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 12 e 13/12/2018). 
O Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019) acolheu esse entendimento e alterou a 
redação do art. 59 do CP para dizer expressamente que a competência para 
executar a multa é do juízo da vara de execuções penais: Art. 51. Transitada em 
julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da 
execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas 
à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas 
interruptivas e suspensivas da prescrição. Logo, se a multa, convertida em dívida 
de valor, estiver sendo executada no juízo da execução penal, caberá a ele 
apreciar o pedido de indulto. 
10) Não dispondo o decreto autorizador de forma contrária, os condenados por 
crimes de natureza hedionda têm direito aos benefícios de indulto ou de 
comutação de pena, desde que as infrações penais tenham sido praticadas antes 
da vigência da Lei n. 8.072/1990 e suas modificadoras.11) É possível a concessão de comutação de pena aos condenados por crime 
comum praticado em concurso com crime hediondo, desde que o apenado tenha 
cumprido as frações referentes aos delitos comum e hediondo, exigidas pelo 
respectivo decreto presidencial. 
12) É possível a concessão de indulto aos condenados por crime de tráfico de drogas 
privilegiado (§4º do art. 33 da Lei n. 11.343/2006), por estar desprovido de natureza 
hedionda. 
13) O indulto humanitário requer, para sua concessão, a necessária comprovação, 
por meio de laudo médico oficial ou por médico designado pelo juízo da execução, 
de que a enfermidade que acomete o sentenciado é grave, permanente e exige 
cuidados que não podem ser prestados no estabelecimento prisional. 
14) O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), 
mas não atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais. (Súmula n. 631/STJ) 
 
1.1.4 Abolitio Criminis 
 
Ocorre quando lei nova deixa de considerar fato como crime, havendo uma supressão formal e 
material do fato criminoso do campo de incidência do direito penal. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
16 
 
Efeitos: 
● Cessa a execução e efeitos penais da sentença condenatória 
● NÃO cessam os efeitos extrapenais. 
● NÃO gera reincidência 
 
Obs.1: A extinção da punibilidade se dará mesmo após o trânsito em julgado da sentença. 
Obs.2: Como fato praticado deixa de ser considerado crime, se houver abolitio criminis em relação ao crime 
antecedente ao delito de lavagem, o crime de lavagem não subsistirá!!! 
Obs.3: Cuidado para não confundir abolitio criminis com princípio da continuidade normativo típica. Nesse 
caso, há apenas a revogação formal do tipo, de modo que a conduta continua sendo típica, porém abarcada 
em tipo penal diverso. O princípio da continuidade normativa ocorre “quando uma norma penal é revogada, 
mas a mesma conduta continua sendo crime no tipo penal revogador, ou seja, a infração penal continua 
tipificada em outro dispositivo, ainda que topologicamente ou normativamente diverso do originário.” (Min. 
Gilson Dipp, em voto proferido no HC 204.416/SP). 
 
ATENÇÃO PARA JULGADO RECENTE! 
A revogação da contravenção de perturbação da tranquilidade (art. 65 da LCP) pela Lei nº 14.132/2021 não 
significa que tenha ocorrido abolitio criminis em relação a todos os fatos que estavam enquadrados na 
referida infração penal. 
 
 
A Lei nº 14.132/2021 acrescentou o art. 147-A ao Código Penal, para prever o crime 
de perseguição, também conhecido como stalking: 
 
Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe 
a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, 
de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou 
privacidade. 
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Antes da Lei nº 14.132/2021, a conduta acima explicada era fato atípico? 
NÃO. Antes da criação do crime do art. 147-A, a conduta era punida como 
contravenção penal pelo art. 65 do Decreto-lei 3.688/41, que tinha a seguinte 
redação: 
 
Art. 65. Molestar alguém ou perturbar-lhe a tranquilidade, por acinte ou por 
motivo reprovável: Pena – prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
17 
 
duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 
 
A Lei nº 14.132/2021 revogou a contravenção de molestamento (art. 65 do DL 
3.688/41), punindo de forma mais severa essa conduta, que pode trazer graves 
consequências psicológicas à vítima. 
 
A revogação da contravenção de perturbação da tranquilidade pela Lei nº 
14.132/2021 não significa que tenha ocorrido abolitio criminis em relação a todos os 
fatos que estavam 
enquadrados na referida infração penal. 
 
De fato, a parte final do art. 147-A do Código Penal prevê a conduta de perseguir 
alguém, reiteradamente, por qualquer meio e “de qualquer forma, invadindo ou 
perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade”, circunstância que, a toda 
evidência, já estava contida na ação de “molestar alguém ou perturbar-lhe a 
tranquilidade, por acinte ou por motivo reprovável”, quando cometida de forma 
reiterada, porquanto a tutela da liberdade também abrange a tranquilidade. 
 
No caso concreto apreciado pelo STJ, o acusado, mesmo depois de processado e 
condenado em primeira instância pela contravenção penal do art. 65 da LCP, voltou 
a tentar contato com a mesma vítima ao lhe enviar três e-mails e um presente. Desse 
modo, houve reiteração. 
 
 
Com a entrada em vigor da Lei nº 14.132/2021, ele pediu o reconhecimento de que 
teria havido abolitio criminis. O STJ, contudo, não aceitou. Isso porque houve 
reiteração, de modo que a sua conduta se amolda ao que passou a ser punido pelo 
art. 147-A do CP, inserido pela Lei nº 14.132/2021. Logo, houve evidente 
continuidade normativo-típica. Vale ressaltar, contudo, que o STJ afirmou que esse 
réu deveria continuar respondendo pelas sanções da contravenção do art. 65 do 
Decreto-Lei nº 3.688/1941 (e não pelo art. 147-A do CP). Isso porque a lei anterior 
era mais benéfica. STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no REsp 1863977-SC, Rel. Min. 
Laurita Vaz, julgado em 14/12/2021 (Info 722). 
 
1.1.5 Decadência 
 
Código Penal 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
18 
 
Art. 103 - SALVO disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de 
queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, 
contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º 
(ação privada subsidiária da pública) do art. 100 deste Código, do dia em que se 
esgota o prazo para oferecimento da denúncia 
 
Perda do direito de propor, mediante queixa, ação penal privada ou ação privada subsidiária, ou de 
oferecer representação nos crimes de ação penal pública condicionada. 
 
∘ Prazo de 06 meses do dia do conhecimento de quem foi o autor do fato. 
∘ Regra: dia em que souber quem é o autor do crime; 
∘ Exceção: ação privada subsidiária da pública – dia em que se esgotar o prazo para 
oferecimento da denúncia pelo MP 
∘ Caso a vítima seja menor de 18 anos, não haverá o termo inicial da contagem do prazo. Até os 18 
anos, a vítima é representada pelo seu representante legal. Caso o representante não ingresse com 
a representação, a vítima poderá representar a partir do momento em que completar 18 anos, 
correndo a partir desse momento o prazo de 6 meses. 
 
2.1.6 Perempção 
 
PEREMPÇÃO, que é a desídia processual, com consequente extinção da punibilidade; 
 
 Art. 60. Nos casos em que SOMENTE se procede mediante queixa, considerar-se-
á PEREMPTA a ação penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo 
durante 30 dias seguidos; 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não 
comparecer em juízo, para prosseguir no 
processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem 
couber fazê-lo, ressalvado o disposto 
no art. 36 (CADI); 
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer 
ato do processo a que deva estar 
presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar 
sucessor. 
 
Obs.: A Perempção aplica-se única e exclusivamente a ação penal privada EXCLUSIVA. Muita atenção aos 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
19 
 
prazos na lei, cai muito! 
 
1.1.7 Prescrição 
 
 
É a perda da pretensão punitiva ou da pretensão executória. Esta perda ocorre em razão de o titular 
ter perdido o direito de punir ou deexecutar. Elimina os efeitos penais do crime. 
Por ser matéria de ordem pública, a prescrição deve ser conhecida de ofício pelo magistrado, 
podendo ocorrer em qualquer fase do processo. 
 
Decadência x prescrição: 
 
DECADÊNCIA PRESCRIÇÃO 
Atinge diretamente o direito de ação e 
indiretamente o direito de punir ou executar a 
punição. 
Atinge diretamente o direito de punir ou de 
executar uma punição e indiretamente o direito 
de ação. 
Ocorre em ação penal privada ou em ação penal 
pública condicionada à representação. 
Poderá ocorrer em qualquer ação, seja pública ou 
privada, condicionada ou incondicionada. 
Somente ocorre antes da ação penal. Pode ocorrer a qualquer momento. 
Não se suspende, nem se interrompe. Admite causas suspensivas e interruptivas. 
 
Conforme a CF, são imprescritíveis: (art. 5º, XLIV) 
⦁ Racismo (Lei 7.716); 
⦁ Ações de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional ou contra o estado 
democrático de direito. 
⦁ Injúria racial (Info 1036). 
 
Modalidades de prescrição: 
 
(1) Prescrição da pretensão punitiva: antes do trânsito em julgado para ambas as partes. Extingue o direito 
de punir / de condenar do Estado. 
(2) Prescrição da pretensão executória: após o trânsito em julgado para ambas as partes. Extingue o 
direito de executar a pena imposta. Os efeitos penais secundários continuam vigentes. 
 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA: 
Os marcos iniciais estão no artigo 112 do CP. 
 
A prescrição da pretensão punitiva poderá se dividir em: 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
20 
 
 
 
a. Prescrição da pretensão punitiva propriamente dita / em abstrato: ocorre enquanto ainda não houver 
sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação. Se regula pela pena em abstrato 
cominada ao delito; 
 
— Previsão legal: art. 109, CP 
— Termo inicial da PPP em abstrato: dia em que se consumou o delito. Adota-se, em regra, a 
Teoria do Resultado. (art. 111, CP) 
 Art. 109, CP - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o 
disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa 
de liberdade cominada ao crime, verificando-se: 
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a 
doze; 
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a 
oito; 
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a 
quatro; 
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não 
excede a dois; 
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. 
 
 
 
Espécies de 
Prescrição 
 
Prescrição da Pretensão 
Punitiva: 
Ocorre antes do trânsito 
em julgado e faz 
desaparecer todos os 
efeitos de eventual 
condenação – penais e 
extrapenais. Esta espécie de 
prescrição se divide em 4 
subespécies: 
 a.1) PPP propriamente dita (art.109, CP); 
 a.2) PPP retroativa (art. 110, §1º, CP); 
 
a.3) PPP superveniente ou intercorrente 
(art. 110, §1º, CP); 
 
a.4) PPP virtual ou antecipada ou por 
prognose ou em perspectiva - 
jurisprudência; 
 
Prescrição da Pretensão Executória (art. 110, caput, CP): 
Ocorre depois do trânsito em julgado e impede a execução da sanção. Os demais 
efeitos da condenação permanecem, pouco importando se penais ou extrapenais. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
21 
 
Art. 111, CP - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final (PPPA), 
começa a correr: 
I - do dia em que o crime se consumou; 
 
LEVA-SE EM CONSIDERAÇÃO NÃO SE LEVA EM CONSIDERAÇÃO 
Qualificadora Circunstâncias judicias (art. 59 CP) 
- O valor de uma circunstância judicial não tem 
previsão legal. 
Causas de aumento e diminuição 
Atenção: tratando-se de amento ou diminuição 
variável (p. ex. 1/3 a 28/3), considerar o maior 
aumento e a menor diminuição. 
Agravantes e atenuantes 
Atenção: A atenuante da menoridade e da 
senilidade reduz o prazo prescricional pela metade 
(art. 115 CP). 
 Concurso de crimes (art. 119 CP) 
 
b. Prescrição da pretensão punitiva retroativa: Leva esse nome por ser analisada da seguinte maneira: 
após a publicação da sentença condenatória, deve-se pegar a pena em concreto fixada, verificar o prazo 
prescricional definido para ela no artigo 109, e voltar no tempo para ver se ele foi ultrapassado entre a 
data do recebimento da denúncia e a publicação da sentença ou acórdão condenatório, ou seja, é uma 
análise retroativa baseada na pena em concreto. 
(Por expressa previsão legal, não há aqui o intervalo entre a consumação e o recebimento da 
denúncia.) 
Art. 110, §1o, CP - A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em 
julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena 
aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à 
da denúncia ou queixa. 
 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
22 
 
 
 
Características da PPP Retroativa: 
✔ Pressupõe sentença ou acórdão penal condenatório; 
✔ Leva em conta a pena efetivamente imposta na sentença; 
✔ Pressupõe trânsito em julgado para acusação no que se relaciona à pena aplicada; 
✔ Os prazos prescricionais são os mesmos do art. 109, do CP; 
✔ Conta-se a PPP Retroativa da publicação da sentença condenatória até o recebimento da 
inicial; 
 
c. Prescrição da pretensão punitiva superveniente / intercorrente: utiliza o mesmo método da prescrição 
retroativa, porém, contada “para frente”. Havendo a publicação da sentença condenatória, pega-se a 
pena em concreto fixada e verifica-se o transcurso ou não do lapso temporal previsto no artigo 109 entre 
a publicação da sentença ou do acórdão condenatório e a data do trânsito em julgado para ambas as 
partes. 
 
 
 
Prescrição da pretensão punitiva virtual (antecipada ou em perspectiva ou prognose): Sem previsão legal. 
Faz-se uma análise hipotética considerando as circunstâncias que seriam levadas em conta quando o juiz 
fosse graduar a pena, para que se chegue a uma provável condenação, sendo tal pena virtualmente 
considerada como base para se averiguar uma possível prescrição, de modo que, caso presente essa 
possibilidade, não haveria interesse do Estado em dar andamento a uma ação penal que levaria à extinção 
da punibilidade. Alega-se a ausência do interesse de agir. Não é admitida. Entendimento sumulado pelo STJ, 
enunciado 438. 
Súmula 438, STJ - É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com 
fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal. 
 
 
● Termo inicial da prescrição da pretensão punitiva: Artigo 111 do CP. Adota-se a teoria do resultado. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
23 
 
- Crime consumado – regra geral: data da consumação; 
- Tentativa – regra geral: data da cessação da atividade criminosa; 
- Crimes permanentes e habituais: data da cessação da permanência; 
- Bigamia e falsificação ou alteração de assentamento do registro civil: Data do conhecimento do 
fato. 
- Crimes contra a dignidade sexual contra criança e adolescente ou que envolvam violência contra 
criança e adolescente, data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se já houver sido 
proposta ação penal. 
- Crime do artigo 2º, I da Lei nº 8.137/90 praticado com fraude: data em que a fraude é praticada, 
e não a data em que ela é descoberta. Trata-se de crime formal e instantâneo de efeitos 
permanentes. 
- Crime do artigo 1º, I da Lei nº 8.137/90: data da constituição do crédito tributário (lançamento 
definitivo). Crime material. 
● Causas suspensivasda prescrição da pretensão punitiva: Art. 116 do CP. O lapso temporal anterior é 
contabilizado quando cessar a causa. 
 
Causas impeditivas da prescrição 
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: 
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o 
reconhecimento da existência do crime; 
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; (Redação dada pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais 
Superiores, quando inadmissíveis; e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução 
penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a 
prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro 
motivo. 
 
ANTES DO PACOTE ANTICRIME APÓS O PACOTE ANTICRIME 
I - enquanto não resolvida, em outro processo, 
questão de que dependa o reconhecimento da 
existência do crime; 
II - enquanto o agente cumpre pena no 
estrangeiro 
I - enquanto não resolvida, em outro processo, 
questão de que dependa o reconhecimento da 
existência do crime; 
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; 
III - na pendência de embargos de declaração ou de 
recursos aos Tribunais Superiores, quando 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art2
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
24 
 
inadmissíveis; e 
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o 
acordo de não persecução penal. 
 
∘ Inciso I – Apesar de o presente inciso referir-se apenas à questão prejudicial obrigatória, prevalece na 
doutrina a aplicação dessa causa suspensiva de prescrição também para as questões prejudiciais 
facultativas, desde que o Juiz decida atacá-las. 
 
Para relembrar... (arts. 92 a 94 do CPP) 
 
DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS 
Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de 
controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o 
curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia 
dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição 
das testemunhas e de outras provas de natureza urgente. 
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando 
necessário, promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a 
citação dos interessados. 
 Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão 
sobre questão diversa da prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, 
e se neste houver sido proposta ação para resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde 
que essa questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a lei 
civil limite, suspender o curso do processo, após a inquirição das testemunhas e 
realização das outras provas de natureza urgente. 
§ 1o O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoavelmente 
prorrogado, se a demora não for imputável à parte. Expirado o prazo, sem que o 
juiz cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará prosseguir o processo, 
retomando sua competência para resolver, de fato e de direito, toda a matéria da 
acusação ou da defesa. 
§ 2o Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso. 
§ 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública, incumbirá ao 
Ministério Público intervir imediatamente na causa cível, para o fim de promover-
lhe o rápido andamento. 
 Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos dos artigos anteriores, será 
decretada pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
25 
 
∘ Inciso II – A prescrição ficará suspensa enquanto o agente cumpre pena no exterior. (Atenção com 
as pegadinhas aqui, pois o Pacote Anticrime substituiu a palavra “estrangeiro” por “exterior”) 
 
∘ Inciso III – A terceira causa suspensiva foi inserida pelo Pacote Anticrime e impede o curso do prazo 
prescricional na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, 
quando inadmissíveis. Com isso, evita-se que os embargos (no geral, incapazes de modificar 
substancialmente a decisão) e os recursos de índole extraordinária sejam utilizados como 
instrumentos meramente protelatórios para se alcançar a prescrição por meio do adiamento do 
julgamento final. 
 
Trata-se de causa suspensiva irretroativa, aplicando-se somente a fatos cometidos após sua entrada 
em vigor! 
 
∘ Inciso IV – Esta causa suspensiva também foi inserida pelo Pacote Anticrime, e incide enquanto não 
cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal (previsto no art. 28-A, CPP). 
 
∘ §único – esta causa suspensiva somente é aplicada em relação prescrição da pretensão executória, 
no sentido de que, após passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante 
o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. 
 
Obs.: Embora o rol do art. 116 não comporte analogia, não se trata de um rol taxativo, haja vista que existem 
outras causas suspensivas em nosso ordenamento jurídico. Como por exemplo: 
 
· Art. 366 do CPP, que regula a citação por edital no processo penal, suspendendo-se o curso 
prescricional durante este lapso. Lembrando que o STJ entende, conforme súmula 415, que este 
período de suspensão é regulado pelo máximo da pena cominada). 
· Art. 386 do CPP, que regula a suspensão do prazo prescricional em caso de carta rogatória, quando 
o acusado se encontra no estrangeiro. 
· Art. 53, §§ 3º a 5º da CF/88, que disciplina a suspensão do processo contra parlamentares. 
· Suspensão condicional da pena: 
 
Durante a suspensão condicional da pena não corre o prazo prescricional. STF. 2ª 
Turma. Ext 1254/Romênia, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 29/4/2014 (Info 
744). 
 
Facilitando: 
Causas suspensivas da prescrição: 
- questões prejudiciais 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
26 
 
- suspensão condicional do processo parlamentar 
- suspensão condicional da pena 
- suspensão condicional do processo 
- revel citado por edital 
 
Atenção!! STJ: Transação penal não suspende o curso do prazo prescricional. 
 
- Transação Penal: prescrição continua a correr. 
- Suspensão condicional da pena e do processo: prescrição NÃO corre. 
 
Impende rememorar, nesse sentido, que, “em observância ao princípio da legalidade, 
as causas suspensivas da prescrição demandam expressa previsão legal” (AgRg no 
REsp n. 1.371.909/SC, relator Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, 
julgado em 23/8/2018, DJe de 3/9/2018). 
 
Cabe destacar que a Lei n. 9.099/1995, ao tratar da suspensão condicional do processo, instituto diverso, 
previu, expressamente, no art. 89, § 6º, que “não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do 
processo”. 
Da mesma forma, semelhante previsão consta do art. 366 do Código de Processo Penal, que, ao cuidar da 
suspensão do processo, impõe, conjuntamente, a suspensão do curso do prazo prescricional. 
Assim, a permissão de suspensão do curso do prazo prescricional sem a existência de determinação legal 
consubstancia flagrante violação ao princípio da legalidade”. 
● Causas interruptivas da prescrição da pretensão punitiva: Art. 117 do CP. Diante da ocorrência de 
uma delas, o prazo prescricional é reiniciado por inteiro e valerá contra todos os autores e partícipes 
do delito. 
 
✔ Incisos I a IV – interrompem a prescrição da pretensão punitiva 
✔ Incisos V e VI – interrompem a prescrição da pretensão executória (estudaremos adiante) 
 
Causas interruptivas da prescrição 
Art. 117 -O curso da prescrição interrompe-se: 
I - Pelo recebimento da denúncia ou da queixa; 
II - Pela pronúncia; 
III - pela decisão confirmatória da pronúncia; 
IV - Pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; 
V - Pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
VI - pela reincidência. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9268.htm#art1
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
27 
 
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da 
prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes 
conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a 
interrupção relativa a qualquer deles. 
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o 
prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
CAIU EM PROVA – Vunesp - entre as causas que interrompem a prescrição, estão o início ou a continuação 
do cumprimento da pena. (item correto). 
 
Considerações importantes: 
 
● O que vale é o RECEBIMENTO da denúncia ou queixa. Oferecimento ou rejeição não. 
● Embora o artigo fale em sentença de pronúncia, entende-se que a desclassificação imprópria nos casos 
do tribunal do júri (desclassifica para outro crime, também de competência do júri) também interrompe 
a prescrição. A desclassificação própria, impronúncia ou absolvição sumária não. Cuidado com a 
interpretação da súmula 191 do STJ. 
● No caso de crimes conexos que sejam objeto do mesmo processo, havendo sentença condenatória para 
um dos crimes e acórdão condenatório para o outro delito, tem-se que a prescrição da pretensão punitiva 
de ambos é interrompida a cada provimento jurisdicional (art. 117, § 1º, do CP). STJ. 5ª Turma. RHC 
40.177-PR, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/8/2015 (Info 568) (fonte: Dizer o 
direito). 
● O termo inicial no caso de fuga do preso é da data da recaptura, por ser uma infração disciplinar de 
natureza permanente. 
● O cumprimento da pena imposta em outro processo, ainda que em regime aberto ou prisão domiciliar, 
impede o curso da prescrição executória. (STF info 670) 
 
● Acórdão que confirma ou reduz a pena interrompe a prescrição? 
 
• SIM. É a posição atual da 1ª Turma do STF, que foi confirmada pelo Plenário do STF em abril de 2020. 
O acórdão confirmatório da sentença implica a interrupção da prescrição. 
A prescrição é, como se sabe, o perecimento da pretensão punitiva ou da pretensão executória pela 
inércia do próprio Estado. 
No art. 117 do Código Penal que deve ser interpretado de forma sistemática todas as causas 
interruptivas da prescrição demonstram, em cada inciso, que o Estado não está inerte. Não obstante a 
posição de parte da doutrina, o Código Penal não faz distinção entre acórdão condenatório inicial e 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
28 
 
acórdão condenatório confirmatório da decisão. Não há, sistematicamente, justificativa para 
tratamentos díspares. 
A ideia de prescrição está vinculada à inércia estatal e o que existe na confirmação da condenação é a 
atuação do Tribunal. Consequentemente, se o Estado não está inerte, há necessidade de se interromper 
a prescrição para o cumprimento do devido processo legal. 
STF. 1ª Turma. RE 1237572 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 26/11/2019. 
STF. 1ª Turma. RE 1241683 AgR/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 4/2/2020 (Info 965). 
 
Nos termos do inciso IV do artigo 117 do Código Penal, o acórdão condenatório sempre interrompe a 
prescrição, inclusive quando confirmatório da sentença de 1º grau, seja mantendo, reduzindo ou 
aumentando a pena anteriormente imposta. 
STF. Plenário. HC 176473/RR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/04/2020. 
 
 
● Prazos prescricionais: fixados no artigo 109 do CP. 
 
● Redução do prazo prescricional: 
- Se o agente for menor de 21 na data do fato ou maior de 70 anos na data da sentença, o prazo prescricional 
será reduzido pela metade. 
 
● Prescrição dos atos infracionais: a prescrição será regulada pelos mesmos prazos. Porém, há de se 
salientar que sempre incidirá a redução do prazo pela metade, prevista no artigo 115 do CP, vez que são 
praticados por pessoas inevitavelmente menores de 21 anos. 
 
 Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso 
era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, 
maior de 70 (setenta) anos 
 
Veja a jurisprudência sobre o tema: 
 
Para que incida a redução do prazo prescricional prevista no art. 115 do CP, é 
necessário que, no momento da sentença, o condenado possua mais de 70 anos. 
Se ele só completou a idade após a sentença, não terá direito ao benefício, mesmo 
que isso tenha ocorrido antes do julgamento de apelação interposta contra a 
sentença. Existe, no entanto, uma situação em que o condenado será beneficiado 
pela redução do art. 115 do CP mesmo tendo completado 70 anos após a 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
29 
 
"sentença" (sentença ou acórdão condenatório): isso ocorre quando o condenado 
opõe embargos de declaração contra a sentença/acórdão condenatórios e esses 
embargos são conhecidos. Nesse caso, o prazo prescricional será reduzido pela 
metade se o réu completar 70 anos até a data do julgamento dos embargos. Nesse 
sentido: STF. Plenário. AP 516 ED/DF, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o acórdão 
Min. Luiz Fux, julgado em 5/12/2013 (Info 731). STF. 2ª Turma. HC 129696/SP, Rel. 
Min. Dias Toffoli, julgado em 19/4/2016 (Info 822). Cuidado! O STJ entende que é 
possível aplicar a redução do art. 115 do CP no momento do acórdão (ou seja, após 
a sentença), se a sentença foi absolutória e o primeiro decreto condenatório foi a 
apelação. Ex: João tinha 68 anos quando foi prolatada a sentença; a sentença foi 
absolutória; o MP apelou e o TJ reformou a sentença, condenando o réu; ocorre 
que, no momento do acórdão condenatório, João já tinha mais de 70 anos; neste 
caso, será possível aplicar a redução pela metade do prazo prescricional, conforme 
previsto no art. 115 do CP. Nesse sentido: "a redução do prazo prescricional à 
metade, com base no art. 115 do Código Penal, aplica-se aos réus que atingirem a 
idade de 70 anos até a primeva condenação, tenha ela se dado na sentença ou no 
acórdão, situação que não ocorreu na hipótese”. STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no 
AREsp 491.258/TO, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 07/02/2019. 
Assim, o termo "sentença", mencionado no art. 115 do CP, deve ser entendido 
como "primeira decisão condenatória, seja sentença ou acórdão proferido em 
apelação" (STJ. 6ª Turma. HC 316.110/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado 
em 25/06/2019). 
 
● Prescrição das medidas de segurança: 
- STF: não pode ser superior a 40 anos. (Alteração promovida pelo Pacote Anticrime) 
- STJ: A prescrição da medida de segurança imposta em sentença absolutória imprópria é regulada 
pela pena máxima abstratamente prevista para o delito. (Info 535/2014) 
 
 Em provas objetivas, utilize o entendimento do STF! No entanto, em uma prova 
discursiva, é importantíssimo mencionar a divergência jurisprudencial e o 
entendimento do STJ! 
 
● Pena de multa: 
- Se fixada isoladamente: 2 anos. 
- Se fixada cumulada ou alternativamente com pena privativa de liberdade: será regulada pelo prazo 
prescricional da pena privativa de liberdade. 
 
Caiu em prova - Vunesp- A prescrição da pena de multa ocorrerá sempre em dois anos. (item incorreto). 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
30 
 
 
● Crime do artigo 28 da lei de drogas: em 2 anos, conforme art. 30 da Lei 11.343/2006. 
 
● Substituição da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos: deve ser analisada a pena privativa 
de liberdade fixada antes da conversão para se chegar ao prazo prescricional. 
 
● Causas de aumento ou diminuição para o cálculo em abstrato: utilizar a fração que mais aumente ou 
que menos diminua, ou seja, pensar sempre na pior das hipóteses. 
● Atenuantes e agravantes: não são consideradas. 
 
● Concurso de crimes: Art. 119 do CP: No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá 
sobre a pena de cada um, isoladamente 
 
● Crime continuado: Súmula 497 do STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se 
pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação. 
 
Em resumo: a fração de aumento decorrente de concurso formal ou crime continuado deve ser 
desconsiderada. O Cálculo deve ser só sobre a pena principal. 
Via de regra, deve ser feita, basicamente, a seguinte análise: 
 
a. Verificar a pena em abstrato ou em concreto a depender da hipótese, com as respectivas causas 
de aumento (fração que mais aumenta) ou diminuição (fração que mais diminui); 
b. Colocar essa pena da “tabela” do artigo 109 do CP e verificar seu prazo prescricional; 
c. Verificar se não é caso de prazo especial (pena de multa isolada ou artigo 28 da Lei de Drogas); 
d. Verificar se é cabível a redução do art. 115 do CP; 
e. Verificar se transcorreu o prazo prescricional obtido pelos passos anteriores dentro de algum dos 
intervalos do artigo 117 do CP. 
 
 
Juris recente!!! 
O inadimplemento da pena de multa impede a extinção da punibilidade mesmo que já tenha sido cumprida 
a pena privativa de liberdade ou a pena restritiva de direitos? 
Regra: SIM 
 
Se o indivíduo for condenado a pena privativa de liberdade e multa, o inadimplemento da sanção pecuniária 
obsta (impede) o reconhecimento da extinção da punibilidade. Em outras palavras, somente haverá a 
extinção da punibilidade se, além do cumprimento da pena privativa de liberdade, houver o pagamento da 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
31 
 
multa. 
Exceção: se o condenado comprovar que não tem como pagar a multa. 
 
Se o condenado comprovar a impossibilidade de pagar a sanção pecuniária, neste caso, será possível a 
extinção da punibilidade mesmo sem a quitação da multa. Bastará cumprir a pena privativa de liberdade e 
comprovar que não tem condições de pagar a multa 
 
Foi a tese fixada pelo STJ: 
Na hipótese de condenação concomitante a pena privativa de liberdade e multa, o 
inadimplemento da sanção pecuniária, pelo condenado que comprovar impossibilidade de fazê-
lo, não obsta o reconhecimento da extinção da punibilidade. STJ. 3ª Seção. REsp 1785861/SP, 
Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 24/11/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 931). 
 
d. Prescrição da Pretensão Executória: A Prescrição da Pretensão Executória é prescrição de pena em 
concreto (regula-se pela pena aplicada na sentença) e pressupõe sentença condenatória com trânsito 
em julgado para ambas as partes (decisão irrecorrível). 
 
Se o Ministério Público não recorreu contra a sentença condenatória, tendo havido apenas recurso da defesa, 
qual deverá ser o termo inicial da prescrição da pretensão executiva? O início do prazo da prescrição 
executória deve ser o momento em que ocorre o trânsito em julgado para o MP? Ou o início do prazo deverá 
ser o instante em que se dá o trânsito em julgado para ambas as partes, ou seja, tanto para a acusação como 
para a defesa? 
O início da contagem do prazo de prescrição somente se dá quando a pretensão executória pode ser exercida. 
Se o Estado não pode executar a pena, não se pode dizer que o prazo prescricional já está correndo. 
Assim, mesmo que tenha havido trânsito em julgado para a acusação, se o Estado ainda não pode executar a 
pena (ex: está pendente uma apelação da defesa), não teve ainda início a contagem do prazo para a 
prescrição executória. É preciso fazer uma interpretação sistemática do art. 112, I, do CP. 
STF. Plenário. AI 794971 AgR, Relator(a) p/ Acórdão: Marco Aurélio, julgado em 19/04/2021. 
STJ. 3ª Seção. AgRg no REsp 1.983.259-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado 26/10/2022. 
Fonte: Dizer o direito. 
 
Aqui, SOMENTE AQUI, se o réu for reincidente, aumenta-se o prazo prescricional em 1/3, conforme 
o artigo 110 do CP e Súmula 220/STJ. 
 
 Súmula 220/STJ: A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão 
punitiva. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
32 
 
Art. 110, caput, do CP - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença 
condenatória (para acusação e defesa) regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos 
prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado 
é reincidente. 
 
Obs1: Do mesmo modo que a PPP em abstrato, a PPP retroativa e a PPP superveniente, a prescrição 
executória, havendo concurso de crimes, incide sobre cada delito isoladamente (art. 119, do CP). 
 
Art. 119, CP - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá 
sobre a pena de cada um, isoladamente. 
 
Obs2: A PPE extingue a pena aplicada, sem rescindir a sentença condenatória (que continua produzindo 
efeitos penais e extrapenais). 
 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA 
Rescinde eventual sentença condenatória, não 
operando efeitos penais e extrapenais. 
Não rescinde condenação, produzindo efeitos 
penais e extrapenais. 
Extingue o direito de punir. Extingue o direito de executar a pena imposta. 
Não gera reincidência. Gera reincidência. 
A sentença não serve como título executivo. A sentença serve como título executivo. 
 
● Termo inicial: art. 112, CP: A prescrição depois do trânsito em julgado é prescrição de pena efetivamente 
imposta, que pressupõe trânsito em julgado para ambas as partes. Porém tem termo inicial no trânsito 
em julgado para a acusação, verificando-se dentro dos prazos estabelecidos pelo art. 109, do CP, os 
quais são aumentados de 1/3 se o condenado é reincidente. 
 
Art. 112, CP - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: 
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação 
(regra), ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento 
condicional; 
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção 
deva computar-se na pena. 
 
● Causas Interruptivas da PPE: art. 117, V e VI do CP. 
 
Art. 117, CP - O curso da prescrição interrompe-se: 
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
VI - pela reincidência. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
33 
 
§1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição 
produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que 
sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a 
qualquer deles. 
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o 
prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. 
 
Atente-se à recente jurisprudência sobre o tema: 
O cumprimento de pena imposta em outro processo, ainda que em regime aberto 
ou em prisão domiciliar, impede o curso da prescrição executória 
De acordo com o parágrafo único do art. 116 do Código Penal, “depois de passada 
em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo emque o condenado está preso por outro motivo”. Ao interpretar o referido 
dispositivo legal, o STJ pacificou o entendimento de que o cumprimento de pena 
imposta em outro processo, ainda que em regime aberto ou em prisão domiciliar, 
impede o curso da prescrição executória. Assim, não há que se falar em fluência do 
prazo prescricional, o que impede o reconhecimento da extinção de sua 
punibilidade. O fato de o prazo prescricional não correr durante o tempo em que o 
condenado está preso por outro motivo não depende da unificação das penas. STJ. 
5ª Turma. AgRg no RHC 123523-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 13/04/2020 
(Info 670). 
 
1.1.7 Perempção 
 
Sanção processual imposta ao querelante omisso na ação penal exclusivamente privada, impedindo 
o seu prosseguimento. 
Não são todas as ações penais privadas que comportam perempção. No caso da ação penal privada 
subsidiária da pública, o MP retomará a titularidade da ação (ação penal indireta). 
Dar-se-á caso ocorra uma das seguintes hipóteses: 
● O querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos, salvo se 
houver motivo justo; 
● Falecimento do querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, e ninguém compareceu para dar 
seguimento ao processo, dentro do prazo de 60 dias; 
● O querelante deixar de comparecer, injustificadamente, a qualquer ato do processo a que deva estar 
presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; 
● Quando o querelante for pessoa jurídica e se extinguir sem deixar sucessor. 
● Quando houver recurso da defesa e o querelante não apresentar contrarrazões recursais 
(entendimento jurisprudencial). 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/439fca360bc99c315c5882c4432ae7a4?categoria=11&subcategoria=101
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/439fca360bc99c315c5882c4432ae7a4?categoria=11&subcategoria=101
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
34 
 
 
- Caso haja dois querelantes e um deles seja desidioso, haverá perempção apenas para este, não sendo o 
outro prejudicado. 
 
1.1.8 Renúncia 
 
Ato voluntário do ofendido desistindo do direito de propor a ação penal privada. A renúncia em 
relação a um dos autores se estenderá a todos, se houver concurso de pessoas. 
 
1.1.9 Perdão Aceito ou Perdão do Ofendido 
 
● É ato voluntário para obstar o prosseguimento da ação penal privada. 
● Pode haver recusa do querelado, tratando-se de ato bilateral. Logo, o que extingue a 
punibilidade NÃO é o perdão, mas o perdão aceito. 
● Deve ser exercido APÓS a propositura da ação penal privada, mas ANTES do trânsito em 
julgado da sentença penal condenatória. 
● Se um dos ofendidos conceder o perdão, NÃO prejudicará o direito dos outros, no caso de 
haver ofensa a mais de uma pessoa. 
 
1.1.10 Retratação 
 
É ato de retirar o que foi dito. 
● Por ser ato pessoal, a retratação por um dos querelados NÃO se aplica aos demais. 
● Deve ser irrestrita e incondicional. 
● Aplicável nos casos de calúnia, difamação, falso testemunho. 
 
1.1.11 Perdão Judicial 
 
Possibilidade de o juiz deixar de aplicar a sanção penal ao autor do crime, se evidenciadas certas 
circunstâncias que demonstrem a desnecessidade de pena. 
 
Requisitos para aplicar o perdão judicial: 
1) As consequências podem ser físicas ou morais 
2) A gravidade deve ser aferida no caso concreto. 
 
Obs.: Natureza jurídica da sentença concessiva de perdão judicial: 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
35 
 
Súmula 18, STJ: a sentença concessiva do perdão judicial e declaratória da extinção 
da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório. 
 
RECURSO ESPECIAL. HOMICÍDIO CULPOSO NO TRÂNSITO. ART. 302, CAPUT, DA LEI 
N. 9.503/1997. PERDÃO JUDICIAL. ART. 121, § 5º, DO CÓDIGO PENAL. VÍNCULO 
AFETIVO ENTRE RÉU E VÍTIMA. NECESSIDADE. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 
1. O texto do § 5º do art. 121 do Código Penal não definiu o caráter das 
consequências, mas não deixa dúvidas quanto à forma grave com que essas essas 
devem atingir o agente, ao ponto de tornar desnecessária a sanção penal. 
2. Não há empecilho a que se aplique o perdão judicial nos casos em que o agente 
do homicídio culposo - mais especificamente nas hipóteses de crime de trânsito - 
sofra sequelas físicas gravíssimas e permanentes, como, por exemplo, ficar 
tetraplégico, em estado vegetativo, ou incapacitado para o trabalho. 
3. A análise do grave sofrimento, apto a ensejar, também, a inutilidade da função 
retributiva da pena, deve ser aferido de acordo com o estado emocional de que é 
acometido o sujeito ativo do crime, em decorrência da sua ação culposa. 
4. A melhor doutrina, quando a avaliação está voltada para o sofrimento psicológico 
do agente, enxerga no § 5º a exigência de um vínculo, de um laço prévio de 
conhecimento entre os envolvidos, para que seja "tão grave" a consequência do 
crime ao agente. A interpretação dada, na maior parte das vezes, é no sentido de 
que só sofre intensamente o réu que, de forma culposa, matou alguém conhecido 
e com quem mantinha laços afetivos. 
5. Entender pela desnecessidade do vínculo seria abrir uma fenda na lei, que se 
entende não haver desejado o legislador, pois, além de difícil aferição - o tão 
grave sofrimento -, serviria como argumento de defesa para todo e qualquer caso 
de delito de trânsito, com vítima fatal. 
6. O que se pretende é conferir à lei interpretação mais razoável e humana, sem 
jamais perder de vista o desgaste emocional (talvez perene) que sofrerá o acusado 
dessa espécie de delito, que não conhecia a vítima. Solidarizar-se com o choque 
psicológico do agente não pode, por outro lado, conduzir a uma eventual 
banalização do instituto, o que seria, no atual cenário de violência no trânsito - que 
tanto se tenta combater -, no mínimo, temerário. 
7. Recurso especial a que se nega provimento. 
(REsp 1455178/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado 
em 05/06/2014, DJe 06/06/2014) 
 
STJ-Resp 1.455.178/DF: O perdão judicial não pode ser concedido ao agente do 
homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB) que, embora 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
36 
 
atingido moralmente de forma grave pelas consequências do acidente, não tinha 
vínculo afetivo com a vítima nem sofreu sequelas físicas gravíssimas e 
permanentes. 
 
JURISPRUDÊNCIAS SOBRE O TEMA 
 
→ Em caso de inatividade processual decorrente de citação por edital, ressalvados 
os crimes previstos na Constituição Federal como imprescritíveis, é constitucional 
limitar o período de suspensão do prazo prescricional ao tempo de prescrição da 
pena máxima em abstrato cominada ao crime, a despeito de o processo 
permanecer suspenso.STF. Plenário. RE 600851, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 
04/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 438) (Info 1001). 
→ A comunicabilidade da interrupção do prazo prescricional alcança tão somente 
os corréus do mesmo processo. Dessa forma, havendo desmembramento, os feitos 
passam a tramitar de forma autônoma, possuindo seus próprios prazos, inclusive 
em relação à prescrição. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 121.697/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 
19/10/2021. 
→ O recebimento da denúncia é previsto como causa de interrupção do prazo 
prescricional (art. 117, I, do CP). 
Situação1: se a denúncia foi recebida por juízo absolutamente incompetente, pode-
se dizer que houve interrupção do prazo de prescrição? 
 
NÃO. Doutrina e jurisprudência são uniformes no sentido de que o recebimento da 
denúncia por magistrado absolutamente incompetente não interrompe o curso do 
prazo prescricional. Assim, mesmo que, posteriormente, a denúncia seja recebida 
pelo juízo competente, aquele primeirorecebimento feito pelo magistrado 
absolutamente incompetente não servirá como marco interruptivo da prescrição. 
Ex: se um juiz de 1ª instância recebe denúncia formulada contra réu que detém foro 
por prerrogativa de função no Tribunal (STJ. Corte Especial. APn 295-RR, Rel. Min. 
Jorge Mussi, julgado em 17/12/2014). 
Situação 2: se o vício fosse de incompetência relativa, haveria interrupção da 
prescrição? A denúncia recebida por juízo relativamente incompetente interrompe 
a prescrição se depois for ratificada pelo juízo competente? 
 
SIM. Pelo princípio da convalidação, o recebimento da denúncia por parte de Juízo 
territorialmente incompetente tem o condão de interromper o prazo prescricional. 
Se a denúncia foi recebida pelo juízo relativamente incompetente em 2010 e depois 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
37 
 
foi ratificada em 2011, considera-se que houve interrupção em 2010. A 
convalidação posterior possui natureza declaratória, servindo apenas para 
confirmar a validade daquela primeira decisão. Repetindo: o recebimento da 
denúncia por parte de Juízo territorialmente incompetente tem o condão de 
interromper o prazo prescricional (STJ. 5ª Turma. RHC 40.514/MG, Rel. Min. Laurita 
Vaz, julgado em 08/05/2014).STJ. Corte Especial. APn 295-RR, Rel. Min. Jorge Mussi, 
julgado em 17/12/2014 (Info 555). 
ATENÇÃO!! Conforme o STJ, a queixa-crime apresentada perante juízo 
incompetente OBSTA (impede) a decadência, se tiver sido observado o prazo de seis 
meses previsto no CPP. 
→ Redução do prazo prescricional para condenados maiores de 70 anos e momento 
de aferição: 
Para que incida a redução do prazo prescricional prevista no art. 115 do CP, é 
necessário que, no momento da sentença, o condenado possua mais de 70 anos. 
Se ele só completou a idade após a sentença, não terá direito ao benefício, mesmo 
que isso tenha ocorrido antes do julgamento de apelação interposta contra a 
sentença. 
Existe, no entanto, uma situação em que o condenado será beneficiado pela 
redução do art. 115 do CP mesmo tendo completado 70 anos após a “sentença” 
(sentença ou acórdão condenatório): isso ocorre quando o condenado opõe 
embargos de declaração contra a sentença/acórdão condenatórios e esses 
embargos são conhecidos. Nesse caso, o prazo prescricional será reduzido pela 
metade se o réu completar 70 anos até a data do julgamento dos embargos. Nesse 
sentido: STF. Plenário. AP 516 ED/DF, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o acórdão 
Min. Luiz Fux, julgado em 5/12/2013 (Info 731). 
STF. 2ª Turma. HC 129696/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/4/2016 (Info 
822). 
Cuidado! O STJ entende que é possível aplicar a redução do art. 115 do CP no 
momento do acórdão (ou seja, após a sentença), se a sentença foi absolutória e o 
primeiro decreto condenatório foi a apelação. Ex: João tinha 68 anos quando foi 
prolatada a sentença; a sentença foi absolutória; o MP apelou e o TJ reformou a 
sentença, condenando o réu; ocorre que, no momento do acórdão condenatório, 
João já tinha mais de 70 anos; neste caso, será possível aplicar a redução pela 
metade do prazo prescricional, conforme previsto no art. 115 do CP. Nesse 
sentido:“a redução do prazo prescricional à metade, com base no art. 115 do 
Código Penal, aplica-se aos réus que atingirem a idade de 70 anos até a primeva 
condenação, tenha ela se dado na sentença ou no acórdão, situação que não 
ocorreu na hipótese”. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
38 
 
STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no AREsp 491.258/TO, Rel. Min. Antonio Saldanha 
Palheiro, julgado em 07/02/2019. 
Assim, o termo “sentença”, mencionado no art. 115 do CP, deve ser entendido 
como “primeira decisão condenatória, seja sentença ou acórdão proferido em 
apelação” (STJ. 6ª Turma. HC 316.110/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado 
em 25/06/2019). 
 
 
Artigos relacionados para leitura: Arts. 100 ao 120 do CP. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
- Direito Penal – Parte Geral – Volume 1 – 13ª edição – Cleber Masson; 
- Sinopse nº1 – Direito Penal – Parte geral – 7ª edição – Alexandre Salim e Marcelo André de Azevedo; 
- Manual de Direito Penal – Parte geral – 7ª edição – Rogério Sanches Cunha. 
- Site Dizer o Direito – www.dizerodireito.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.dizerodireito.com.br/
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
39 
 
QUESTÕES PROPOSTAS 
 
1 - 2021 - FGV - PC-RJ - FGV - 2021 - PC-RJ - Inspetor de Polícia Civil 
Hécate, contando com 7 anos de idade, é molestada sexualmente por Zelus, seu primo, então com 18 anos. 
A vítima não revela os fatos a seus pais ou a terceiros, por se sentir envergonhada. Somente ao completar 18 
anos de idade, a vítima decide noticiar o crime. 
Sobre a oportunidade da notícia, é correto afirmar que: 
 
A-o crime não está prescrito, pois o prazo em abstrato é de vinte anos; 
B-o crime está prescrito, pelo transcurso integral do prazo prescricional; 
C-o crime não está prescrito, pois o prazo só começa a correr quando a vítima completa 18 anos; 
D-o crime está prescrito, pois o prazo é contado pela metade, em razão da idade do agente; 
E-o crime não está prescrito, pois completar a maioridade constitui causa interruptiva. 
 
2 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Agente de Polícia - Prova Anulada 
Acerca dos crimes contra a pessoa, julgue o item que se segue. 
O crime de ameaça praticado por marido contra a sua esposa é processado por ação penal pública 
incondicionada, dispensando-se a representação da vítima. 
 
Certo 
Errado 
 
3 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova Anulada 
Quanto às disposições constitucionais aplicáveis ao direito penal, julgue o item subsequente. 
Não é possível a concessão de indulto a condenados por crime comum que sejam igualmente condenados 
em definitivo por crimes hediondos. 
 
Certo 
Errado 
 
4 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil 
Rita é trabalhadora rural no interior do nordeste brasileiro e, já sendo mãe solo de três filhos, todos menores 
de seis anos de idade, um deles portador de microcefalia, descobre que está grávida pela quarta vez. Não 
bastasse isso, Rita ainda descobre que o bebê dessa gestação também é portador de microcefalia. 
Desesperada, pois já vive abaixo da linha da pobreza, Rita percebe que não terá como sustentar e dar a 
atenção necessária à outra criança que vai nascer, razão pela qual pratica um aborto. 
Nessa hipótese, a respeito da situação de Rita, é correto afirmar que é possível alegar 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
40 
 
A-que Rita agiu no exercício regular de um direito, o que exclui a ilicitude da conduta. 
B-a tese de que Rita agiu em legítima defesa, o que exclui a ilicitude da conduta. 
C-que não houve dolo na conduta de Rita, o que exclui a tipicidade da conduta. 
D-uma causa supralegal de inexigibilidade de conduta diversa, o que exclui a culpabilidade. 
E-o perdão judicial, que vai isentar Rita de pena. 
 
5 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil 
Nos termos da lei, ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime. A esse 
fenômeno, denomina-se abolitio criminis. Acerca do tema, assinale a alternativa correta. 
 
A-A abolitio criminis descriminaliza conduta antes tipificada pela lei penal. Não se trata, contudo, de hipótese 
de extinção de punibilidade, mas de novatio legis in mellius, que deve retroagir a todos. 
B-A abolitio criminis descriminaliza conduta antes tipificada pela lei penal. Tem como efeito a extinção de 
punibilidade e retroage a todos, fazendocessar os efeitos penais de eventual sentença condenatória. Os 
efeitos civis, contudo, permanecem. 
C-A abolitio criminis descriminaliza conduta antes tipificada pela lei penal. Como se trata de novatio legis in 
mellius, faz cessar todos os efeitos, penais e civis, de eventual sentença condenatória. 
D-Em hipótese de abolitio criminis, o indivíduo que porventura esteja cumprindo pena privativa de liberdade 
pelo delito objeto da descriminalização da conduta, deverá ser imediatamente posto em liberdade. Todavia, 
perderá sua primariedade. 
E-Em hipótese de abolitio criminis, aquele que já cumpriu pena pelo delito objeto da descriminalização nada 
poderá aproveitar, pois sua extinção de punibilidade já se deu pelo efetivo cumprimento de sua pena. 
 
6 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador 
Nos termos do artigo 107 do Código Penal, extingue-se a punibilidade 
 
A-pela anistia, mas não pela graça ou indulto. 
B-pelo perdão aceito, nos crimes de ação penal pública. 
C-pela prescrição e decadência, mas não pela perempção. 
D-pela retroatividade de lei que não mais considera o fato criminoso. 
E-pela retratação do agente, em qualquer delito contra o patrimônio. 
 
7 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia 
A respeito do perdão constitucional anistia, assinale a alternativa correta. 
 
A-Lei posterior poderá revogar lei anterior concessiva de anistia. 
B-A lei que conceder anistia será imune ao controle de constitucionalidade. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
41 
 
C-Via de regra, o beneficiário da anistia não poderá recusá-la. Contudo a recusa torna-se possível caso a 
anistia seja condicionada, bastando que o destinatário recuse as condições impostas. 
D-Deve se operar a anistia antes do trânsito em julgado da sentença penal, não se admitindo a sua concessão 
após o trânsito em julgado da sentença penal em respeito ao instituto da coisa julgada. 
E-A anistia guarda relação com as pessoas envolvidas, ao passo que a graça e o indulto são destinados a fatos. 
 
8 - 2018 - VUNESP - PC-BA - VUNESP - 2018 - PC-BA - Investigador de Polícia 
Acácio, no dia 19 de fevereiro de 2018 (segunda-feira), foi vítima do crime de difamação. O ofensor foi seu 
vizinho Firmino. Trata-se de crime de ação privada, cujo prazo decadencial (penal) para o oferecimento da 
petição inicial é de 6 meses a contar do conhecimento da autoria do crime. Sobre a contagem do prazo, qual 
seria o último dia para o oferecimento da queixa-crime? 
 
A-17 de agosto de 2018 (sexta-feira). 
B-18 de agosto de 2018 (sábado). 
C-19 de agosto de 2018 (domingo). 
D-20 de agosto de 2018 (segunda-feira). 
E-21 de agosto de 2018 (terça-feira). 
 
9 - 2015 - VUNESP - PC-CE - VUNESP - 2015 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil de 1a Classe 
No tocante às disposições previstas no Código Penal relativas à prescrição penal, causa de extinção da 
punibilidade, é correto afirmar que 
 
A-no caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo 
tempo total da pena 
B-depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu 
recurso, a prescrição regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime 
C-antes de transitar em julgado a sentença final, a prescrição começa a correr do oferecimento da denúncia. 
D-depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu 
recurso, a prescrição regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial 
data anterior à da denúncia ou queixa. 
E-nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação da 
pena resultante da conexão. 
 
10 - 2014 - IBFC - PC-RJ - IBFC - 2014 - PC-RJ - Papiloscopista Policial de 3ª Classe 
Acerca da prescrição, assinale a alternativa que NÃO corresponde ao entendimento sumulado pelo Superior 
Tribunal de Justiça: 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
42 
 
A-É admissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena 
hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal. 
B-A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime. 
C-A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva. 
D-A prescrição penal é aplicável às medidas socioeducativas impostas aos adolescentes infratores. 
E-O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo de pena cominada em abstrato no 
tipo penal incriminador. 
 
11 - 2014 - Aroeira - PC-TO - Aroeira - 2014 - PC-TO - Escrivão de Polícia Civil 
É causa extintiva da punibilidade do agente, a 
 
A-obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico. 
B-emoção ou a paixão. 
C-coação física irresistível. 
D-retroatividade de lei que deixa de considerar o fato como criminoso. 
 
12 - 2013 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE - 2013 - PC-DF - Agente de Polícia 
Em relação ao direito penal, julgue os próximos itens. 
A abolitio criminis faz cessar todos os efeitos penais, principais e secundários, subsistindo os efeitos civis. 
 
Certo 
Errado 
 
13 - 2013 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE - 2013 - PC-DF - Escrivão de Polícia 
Acerca do direito penal, julgue os itens subsecutivos. 
 
Na contagem dos prazos de prescrição e decadência, e assim também na contagem do prazo de cumprimento 
da pena privativa de liberdade, deve-se incluir o dia do começo. 
 
Certo 
Errado 
 
14 - 2013 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE - 2013 - Polícia Federal - Escrivão da Polícia Federal 
Julgue o item subsequente , relativo à aplicação da lei penal e seus princípios. 
A contagem do prazo para efeito da decadência, causa extintiva da punibilidade, obedece aos critérios 
processuais penais, computando-se o dia do começo. Todavia, se este recair em domingos ou feriados, o 
início do prazo será o dia útil imediatamente subsequente 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
43 
 
Certo 
Errado 
 
15 - 2013 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE - 2013 - Polícia Federal - Escrivão da Polícia Federal 
Julgue os itens subsequentes, relativos à aplicação da lei penal e seus princípios. 
Suponha que, no curso de determinado inquérito policial, tenha sido editada nova lei que, então, deixou de 
tipificar o fato, objeto da investigação, como criminoso. Nesse caso, o inquérito policial deve ser 
imediatamente encerrado, porquanto se opera a extinção da punibilidade do autor. 
 
Certo 
Errado 
 
16 - 2013 - FUNCAB - PC-ES - FUNCAB - 2013 - PC-ES - Escrivão de Polícia 
João, que morava com o irmão do seu pai, subtraiu R$ 1.000,00 da carteira dele. Assim, a ação penal será: 
 
A-pública incondicionada. 
B-pública condicionada à representação. 
C-privada simples. 
D-privada personalíssima. 
E-privada subsidiária da pública. 
 
17 - 2013 - FUNCAB - PC-ES - FUNCAB - 2013 - PC-ES - Escrivão de Polícia 
No tocante às causas de extinção da punibilidade, pode-se dizer que a anistia: 
 
A-é individual, opera efeitos ex nunc, pode ocorrer antes da sentença final. 
B-é geral ou parcial, opera efeitos ex nunc, pode ocorrer depois da sentença final. 
C-opera efeitos ex tunc, pode ser condicionada ou incondicionada, geral ou parcial. 
D-pode ser aplicada aos crimes de tortura. 
E-atualmente pode ser aplicada aos crimes hediondos. 
 
18 - 2013 - VUNESP - PC-SP - VUNESP - 2013 - PC-SP - Escrivão de Polícia Civil 
A hipótese do art. 121, § 5.º do CP, doutrinariamente denominada de perdão judicial, aplica-se ao homicídio 
 
A-cometido por relevantevalor moral. 
B-culposo. 
C-privilegiado (caso de diminuição de pena). 
D-cometido sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. 
E-cometido por relevante valor social. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
44 
 
 
19 - 2012 - MS CONCURSOS - PC-PA - MS CONCURSOS - 2012 - PC-PA - Investigador de Polícia 
O fundamento da imputabilidade é a capacidade de entender e de querer. Somente o somatório da 
maturidade e da sanidade mental confere ao homem a imputabilidade penal e o seu reconhecimento 
depende da capacidade para conhecer a ilicitude do fato. Diante disso, é correto afirmar que: 
 
I – A pena pode ser reduzida de 1 (um) a 2/3 (dois terços), se o agente, em virtude de perturbação de saúde 
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o 
caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 
II – Conforme o critério psicológico, a inimputabilidade só ocorre quando o agente, ao tempo do crime, 
encontra-se privado de entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com este 
entendimento, neste sistema, não há necessidade que a incapacidade de entender ou querer derive de uma 
causa mental preexistente. 
 
III – A inimputabilidade decorre da simples presença de causa mental deficiente, e não há qualquer indagação 
psicológica a respeito da capacidade de autodeterminação do agente. 
 
IV – A expressão “imputabilidade diminuída" indica a ausência de responsabilidade, uma vez que o semi-
imputável é penalmente responsável. 
 
V – Na inimputabilidade a única sanção cabível é a medida de segurança, ao passo que na semi-
imputabilidade o magistrado pode aplicar pena reduzida ou medida de segurança, conforme a necessidade 
do agente. 
 
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s): 
 
A-II, somente. 
B-I, II, III e V, somente. 
C-I, II, III e IV, somente . 
D-III e IV, somente. 
E-I, II e V, somente. 
 
20 - 2012 - FGV - PC-MA - FGV - 2012 - PC-MA - Escrivão de Polícia 
Com relação à causa de extinção da punibilidade pela prescrição, assinale a afirmativa correta. 
 
A-Oferecida a denúncia ou a queixa, o prazo prescricional é interrompido. 
B-A reincidência aumenta em 1/3 o prazo da prescrição. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
45 
 
C-A publicação da sentença condenatória interrompe o prazo da prescrição para todos os acusados, inclusive 
para aqueles que foram absolvidos e o Ministério Público apelou. 
D-Estando o acusado preso preventivamente, não há que se falar em prescrição da pretensão punitiva. 
E-Segundo o entendimento majoritário dos Tribunais Superiores, com o advento da Lei n. 10.741/03 
(Estatuto do Idoso), incide a regra do Art. 115 do Código Penal (redução do prazo prescricional de metade) 
quando o acusado possui 60 anos quando da sentença. 
 
 
Respostas1 
 
 
 
1 1: C 2: E 3: E 4: D 5: B 6: D 7: C 8: A 9: D 10: A 11: D 12: C 13: C 14: E 15: C 16: B 17: C 18: B 19: B 20: C 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
46 
 
META 2 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 
 
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA 
CF/88 
⦁ Art. 5º, XXXVII 
⦁ Art. 5º, XXXVIII 
⦁ Art. 5º, LIII 
⦁ Art. 102, I 
⦁ Art. 105, I, “a” 
⦁ Art. 109, inc. IV a XI 
⦁ Art. 124 e 125, §§1º, 4º e 5º 
⦁ Art. 144, §1º 
CPP: 
⦁ Art. 1º a 3º 
⦁ Art. 3º-A a 3º-F 
⦁ Art. 70 a 91 
⦁ Art. 95, II e 108 
⦁ Art. 113 
⦁ Art. 383, §2 
⦁ Art. 394, §3º 
⦁ Art. 399, §2º 
⦁ Art. 567 
CP: 
⦁ Art. 5º 
⦁ Art. 6º, CP 
⦁ Art. 149-A, §1º, IV, do CP 
OUTROS DIPLOMAS LEGAIS 
⦁ Art. 9º, Código Penal Militar 
⦁ Art. 70, Lei 11.343/06 
⦁ Art. 2º, III, Lei 9613/98 
⦁ Art. 239, 241-A e 241-B, ECA 
 
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER! 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
47 
 
⦁ Art. 5º, XXXVII, CF/88 
⦁ Art. 5º, XXXVIII, CF/88 
⦁ Art. 5º, LIII, CF/88 
⦁ Art. 109, IV a XI, CF/88 (alta incidência nas provas!) 
⦁ Art. 3º-B, XIV, CPP 
⦁ Art. 3º-C e 3º-D (importantíssimo!) 
⦁ Art. 70 a 73 (Leitura indispensável! Alta incidência nas provas!) 
⦁ Art. 76 a 82 (Leitura indispensável! Alta incidência nas provas!) 
⦁ Art. 6º, CP (análise comparativa com o art. 70 do CPP) 
⦁ Art. 9º do Código Penal Militar 
 
1. JURISDIÇÃO 
 
Jurisdição é o poder de julgar (que é inerente a todos os juízes). É a possibilidade de aplicar a lei 
abstrata aos casos concretos que lhe sejam apresentados, o poder de solucionar lides. 
Ocorre que um juiz não pode julgar todos os casos, de todas as espécies, sendo necessária uma 
delimitação de sua jurisdição. Essa de limitação é chamada de competência, tema que será analisado 
adiante. 
 
1.1 Princípios da jurisdição 
 
Os autores divergem um pouco sobre quais os princípios que dizem respeito especificamente à 
jurisdição. Apontaremos os mais importantes para fins de prova. 
Por princípio da inércia temos que não cabe ao Estado-juiz prestar a jurisdição de forma espontânea. 
Principalmente no processo penal, no qual sua imparcialidade é fundamento do devido processo legal. O 
ideal é que o juiz receba o pedido das partes, e a partir deles inicie ou não o processo, utilizando de seus 
poderes para tornar eficaz a providência pedida. 
Outro princípio é o da imparcialidade, segundo o qual o magistrado deve estar igualmente afastado 
das partes que se contrapõem no processo (acusação e defesa). Também com base nesse princípio é que não 
se pode permitir que o magistrado tenha poderes instrutórios. Segundo Lopes Junior existe uma “íntima 
relação e interação entre esses institutos, daí por que viola a garantia da imparcialidade, entre outros, a 
atribuição de poderes instrutórios para o juiz (poderes para produzir a prova de ofício), decretação de ofício 
de prisões provisórias, medidas cautelares reais etc.” 
O princípio da indeclinabilidade pressupõe que o juiz não poderá negar a jurisdição, ou seja, que por 
ser o único autorizado a dizer o direito, não poderá manter-se inerte diante do exercício do direito de ação. 
Não poderá se recusar e nem delegar a outro. 
Pelo princípio da investidura fundamenta-se que a função jurisdicional somente pode ser exercida 
por pessoas habilitadas, isto é, por magistrados regularmente investidos no cargo. Assim, a jurisdição é 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
48 
 
considerada um pressuposto processual de existência do processo, é dizer, o processo decidido por uma 
pessoa não investida de jurisdição é um não processo, e não produz qualquer efeito no mundo jurídico. 
O princípio da indelegabilidade pressupõe que o juiz não pode delegar, ou seja, transferir a outrem 
a sua parcela de jurisdição. 
 O princípio do juiz natural é um instrumento de preservação da imparcialidade no julgamento, 
através da prefixação do órgão por ele responsável. 
O princípio da improrrogabilidade informa que o juiz não pode invadir a área de atuação de outro, 
salvo nas hipóteses expressamente previstas em lei de prorrogação de competência em certos casos de 
conexão. 
O princípio da inevitabilidade (ou irrecusabilidade) veicula que as partes não podem recusar o juiz, 
salvo nos casos de suspeição, impedimento ou incompetência. 
Com guarida constitucional (art. 5º, inciso LIV, da Carta Magna Federal), o Princípio do devido 
processo legal aduz que "ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal". 
O princípio da unidade: a jurisdição é única, pertencente ao Poder Judiciário, diferenciando-se apenas no 
tocante à sua aplicação e grau de especialização, podendo ser civil- federal ou estadual; penal - federal ou 
estadual;militar - federal ou estadual; eleitoral ou trabalhista. 
 
Vamos aprofundar um pouco sobre o Princípio do Juiz Natural? 
 
O PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL possui 2 principais desdobramentos: 
 
1. NÃO HAVERÁ JUÍZO OU TRIBUNAL DE EXCEÇÃO. 
Tribunal de exceção é um tribunal criado após a prática do delito, especificamente para julgá-lo. 
Cuidado! Justiças especializadas não são tribunais de exceção. 
ART. 5º XXXVII CF: CF Art. 5º, XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
 
2. NINGUÉM SERÁ PROCESSADO NEM SENTENCIADO SE NÃO PELA AUTORIDADE COMPETENTE. 
CF Art. 5º LIII ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente; 
 
 Pergunta-se: Diante do princípio do Juiz Natural, como fica a mudança de competência promovida por 
lei posterior? 
 R: Lei posterior que modifica a competência tem aplicação imediata aos processos em andamento 
na primeira instância (art.2º CPP). No entanto, caso já haja sentença de mérito, a causa prosseguirá na 
jurisdição em que foi prolatada, salvo se suprimido o Tribunal que deveria julgar o recurso. (STF – HC 76.510). 
 Pergunta-se: Convocação de juízes de 1ª instancia para atuar nos Tribunais viola o princípio do juiz 
natural? 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
49 
 
 R.: De acordo com o entendimento dos Tribunais Superiores, a convocação de juízes de 1º grau para 
substituir desembargadores não viola o princípio do juiz natural, desde que a convocação seja feita na forma 
da lei, haja critérios objetivos pré-determinados para a escolha do juiz, e o órgão competente para o 
julgamento do recurso seja composto em sua maioria por desembargadores efetivos. 
 
2. COMPETÊNCIA 
 
A competência é “a medida e o limite da jurisdição, dentro dos quais o órgão jurisdicional poderá 
aplicar o direito objeto ao caso concreto” (LIMA, 2017, p. 329). 
Um juiz não pode julgar todos os casos, de todas as espécies, sendo necessária uma delimitação de 
sua jurisdição. Essa delimitação do poder jurisdicional dos juízes e dos tribunais denomina-se 
“competência”. 
 
2.1 Critérios de fixação da competência 
 
● Competência ratione materiae: fixada em virtude da natureza da infração penal. Ex. crimes militares 
e crimes eleitorais. 
● Competência ratione personae: Estabelecida em razão do sujeito ativo do crime, em virtude do 
cargo que exerce ou função que desempenha. 
● Competência territorial ou ratione loci: É competência territorial, sendo em regra fixada pelo local 
da consumação do delito. 
● Competência funcional: é aquela que leva em conta a distribuição dos atos processuais praticados. 
Ela envolve três critérios: 
 
1. Fase do processo: quando dois juízes atuam em fases distintas do feito, a exemplo do juiz que instrui e 
sentencia a causa criminal e daquele responsável pela fase de execução penal, consoante o art. 65 da Lei de 
Execução Penal; 
 
2. Objeto do juízo: quando há distribuição de tarefas dentro de um mesmo processo, a exemplo do que 
ocorre no Tribunal do Júri, em que o juiz-presidente é responsável pela resolução das questões de direito, 
pela prolação da sentença e pela dosimetria da pena, ao passo que compete aos jurados a votação dos 
quesitos; 
3. Grau de jurisdição: também conhecido como competência funcional vertical, resulta no duplo grau de 
jurisdição, com o oferecimento de recursos, ou na competência originária dos Tribunais, em casos de foro 
por prerrogativa de função. Já a competência relativa permite prorrogação, caso não seja arguida a tempo a 
incompetência do foro, afinal de contas ela interessa sobretudo às partes. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
50 
 
 O desrespeito às normas de competência relativa, segundo posicionamento doutrinário prevalente, 
leva apenas à nulidade relativa dos atos decisórios (não são anulados os atos instrutórios, conforme melhor 
interpretação conferida ao art. 567 do CPP). 
No Processo Penal, é hipótese de competência relativa a competência territorial (ratione loci). 
Ressalte-se, porém, que, no Processo penal, a competência territorial pode ser reconhecida de ofício pelo 
juiz, motivo pelo qual a Súmula n° 33 do STJ, que apregoa que "A incompetência relativa não pode ser 
declarada de ofício", só tem aplicabilidade no Processo Civil. 
Contudo, de acordo com entendimento majoritário da doutrina, o magistrado só poderá declarar-se 
de ofício incompetente até a absolvição sumária (art. 397, CPP), ao passo que a defesa deverá alegar a 
matéria até o prazo final de apresentação da resposta escrita à acusação, que é de dez dias (art. 396, CPP), 
sob pena de preclusão. 
Para se alcançar o juiz competente para julgar determinado processo penal, devem ser seguidos os 
critérios que determinam a competência previstos no art. 69 do CPP, quais sejam, o lugar da infração (inciso 
I), o domicílio ou residência do réu (II), a natureza da infração (III), a distribuição (IV), a conexão ou 
continência (V), a prevenção (VI) e a prerrogativa de função (VII), os quais passam a ser analisados de 
acordo com a fase em que o feito estiver, um órgão jurisdicional diverso exercerá a competência em relação 
a ele. 
 
Obs.: Recentemente, o Pacote Anticrime introduziu no CPP (arts. 3º-A a 3º-F) uma nova espécie de competência 
funcional por fase do processo, qual seja, a divisão funcional entre o juiz das garantias, cuja competência tem 
início com a deflagração da investigação criminal e se estende até o recebimento da peça acusatória, e o juiz da 
instrução e julgamento, cuja competência tem início tão logo recebida a denúncia (ou queixa) e se estende, pelo 
menos em tese, até o trânsito em julgado de eventual sentença condenatória ou absolutória. 
 
 
 
 Sinopse Processo Penal – vol. 7 – Leonardo B.M. Alves 
O STF vem mitigando bastante as diferenças entre competência absoluta e competência relativa. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
51 
 
Assim, por exemplo, ao reconhecer a incompetência (absoluta) da justiça militar em hipótese de 
crime que deveria ser julgado pela justiça federal, entendeu que caberia a este tribunal somente anular a 
decisão condenatória. Nesse sentido, asseverou-se que se deveria deixar ao juízo que o Supremo estaria a 
considerar competente a decisão de anular, ou não, os demais atos do processo, pois, do contrário, haveria 
um salto jurisdicional. Destarte, destacou-se caber ao juiz federal decidir acerca da subsistência, ou não, dos 
atos já praticados. 
Acrescentou-se ainda que, atualmente, a divisão de competência em absoluta ou relativa deveria ter 
como única consequência remeter os autos ao juízo competente, pois a jurisdição seria una. Registrou-se 
tratar-se de tendência decorrente da translatio iudicii (reassunção do processo e remessa dos autos ao juízo 
competente, nos casos em que é declarada a incompetência do juízo - absoluta ou relativa). Conclui-se que 
o juízo competente, ao receber o processo, absorveria a causa e a julgaria e, se entendesse necessário, 
poderia renovar os atos processuais (Informativo n° 755 do STF). 
 
 Pergunta-se: Quais são as consequências da incompetência absoluta e relativa? 
 
De acordo com o art. 567 do CPP, tem-se que “a incompetência do juízo anula somente os atos 
decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente”. Diante 
da redação do dispositivo em questão, grande parte da doutrina entende que o art. 567 do CPP, aplica-se 
apenas às hipóteses de incompetência relativa, na medida em que, nas hipóteses de incompetência absoluta, 
teríamos a anulação dos atos decisórios e também dos atos probatórios. 
O recebimento da denúncia (STF e STJ!) é um ato decisório, porque interrompe a prescrição, então 
não podemos encarar o recebimento da denúncia como um merodespacho, de impulso processual. 
Não obstante o entendimento doutrinário, a jurisprudência sempre entendeu que, mesmo para os 
casos de incompetência absoluta no processo penal, somente os atos decisórios seriam nulos, enquanto os 
atos probatórios poderiam ser ratificados, remetendo-se os autos ao juiz competente. No entanto, a partir 
do julgamento do HC nº 83.006/SP, o STF passou a admitir a possibilidade de ratificação pelo juízo 
competente inclusive quanto aos atos decisórios. 
Explica Renato Brasileiro: 
 
Como se percebe, prevalece nos Tribunais o entendimento de que os atos 
probatórios não devem ser anulados no caso de reconhecimento de 
incompetência, sendo possível que até mesmo os atos decisórios sejam ratificados 
perante o juízo competente. A questão, a nosso ver, está a merecer nova reflexão 
por parte da jurisprudência a partir da inserção do princípio da identidade física do 
juiz no processo penal – vide nova redação dada ao art. 399, § 2º, do CPP, por força 
da Lei nº 11.719/08 (o juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença). Ora, 
se doravante o juiz que presidir a instrução deve proferir a sentença, como se pode, 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
52 
 
então, admitir que a prova colhida perante juízo incompetente seja reaproveitada 
perante seu juízo natural? 
 
Súmula 706-STF: É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência 
penal por prevenção. 
 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR 
 
 Estudar e entender a competência significa em grande medida conhecer as regras que determinam 
a fixação da circunscrição policial responsável pela investigação pré-processual, ou seja, o que é chamado na 
prática policial de Delegacia ou Distrito Policial da área. 
A análise do Código de Processo Penal revela que ela se divide em duas modalidades: 
a) competência pelo lugar da infração; 
b) competência pelo domicílio ou residência do réu. 
Em relação à primeira, cumpre deixar claro que o CPP adotou a teoria do resultado (consumação do 
delito). É o que determina o artigo 70 do CPP: 
 
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. 
§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a 
competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato 
de execução. 
§ 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será 
competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia 
produzir seu resultado. 
 § 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a 
jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais 
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
 
Para entender o momento consumativo do delito, é preciso estudar o artigo 14, inciso I, do Código 
Penal. Referido mandamento legal afirma que o crime se tem por consumado "quando nele se reúnem todos 
os elementos de sua definição legal”. 
Importante saber também que o crime passa pelas fases de cogitação, preparação e consumação (é 
o chamado iter criminis). 
Assim, o juízo competente para julgar a infração é o do local onde o crime se consumou 
(consequentemente, a autoridade policial com atribuição para investigar é a da circunscrição de consumação 
do delito). 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
53 
 
Há exceção à regra criada pela jurisprudência e apontada com precisão por Guilherme de Souza 
Nucci: Deve-se respeitar uma ressalva corretamente feita pela jurisprudência. 
O homicídio, embora seja crime material, cuja conduta de lesionar a integridade física pode ocorrer 
em determinada cidade e o resultado morte, em outra, deve ser apurado e o agente processado no lugar da 
ação ou omissão. 
Se a regra do art. 70 do CPP fosse fielmente seguida, o correto seria a ocorrência do trâmite 
processual no local onde se deu a morte da vítima; entretanto, seguindo-se o princípio da busca da verdade 
real, torna-se mais segura a colheita da prova no lugar da conduta. 
O Superior Tribunal de Justiça relativiza a regra do artigo 70 do Código de Processo Penal de maneira 
mais ampla na tese 6 da edição 72 da sua jurisprudência em teses: 
6) A competência é determinada pelo lugar em que se consumou a infração (art. 70 do CPP), sendo 
possível a sua modificação na hipótese em que outro local seja o melhor para a formação da verdade real. 
 
APROFUNDANDO: 
 
Crimes Plurilocais de Homicídio (Teoria Do Esboço Do Resultado): 
 Crime plurilocal é aquele em que a conduta ocorre em um local e o resultado em outra comarca. 
Tiros são desferidos em Campinas, mas a vítima morre em hospital de São Paulo. Pela regra do art. 70, seria São 
Paulo a consumação e a competência. No entanto, para a jurisprudência, nesse caso, não aplica a regra do art. 
70 (teoria do resultado), prevalecendo que o foro competente será o do local da conduta (teoria da atividade), 
por dois motivos: 
● Questões probatórias: no Tribunal do Júri a prova se concentra na audiência de julgamento, portanto não 
conseguiria ouvir as testemunhas de outra comarca no dia do julgamento. 
● Questões de política criminal: o julgamento deve ser feito no lugar em que ocorreu a conduta, que é onde 
o crime teve repercussão. 
 
ATENÇÃO: A doutrina (Fernando de Almeida Pedroso) chama de Princípio do Esboço do Resultado, uma vez que 
o resultado do delito é esboçado no local da conduta. 
 
Em regra, o CPP acolhe a teoria do resultado, considerando como lugar do crime o local onde o delito se 
consumou (crime consumado) ou onde foi praticado o último ato de execução (no caso de crime tentado), nos 
termos do art. 70 do CPP. Excepcionalmente, no caso de crimes contra a vida (dolosos ou culposos), se os atos 
de execução ocorreram em um lugar e a consumação se deu em outro, a competência para julgar o fato será do 
local onde foi praticada a conduta (local da execução). Adota-se a teoria da atividade. STF. 1ª Turma. RHC 
116200/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/8/2013 (Info 715). 
 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
54 
 
O artigo 71 do CPP determina que, em se tratando "de infração continuada ou permanente, praticada 
em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção". 
Cumpre deixar claro que o artigo 63 da Lei 9.099/95 traz exceção à regra citada, vez que afirma que 
o foro competente é o lugar do crime (segundo o artigo 64 do Código Penal, "considera-se praticado o crime 
no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado" - teoria da ubiquidade). 
A outra modalidade de competência em razão do lugar é a ditada pelo domicílio ou residência do 
réu. Trata-se de critério subsidiário em relação ao primeiro estudado. Assim, só será utilizado em duas 
hipóteses: a) quando não for conhecido o lugar da consumação da infração; ou b) no caso de ação penal 
privada exclusiva, se assim desejar o querelante. Vejamos os artigos 72 e 73 do CPP: 
 
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo 
domicilio ou residência do réu. 
§ 1° Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
§ 2° Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será 
competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. 
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de 
domicilio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. 
 
CAIU EM PROVA RECENTE: 
 
INSTITUTO AOCP- 2021 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil 
Conforme o Código de Processo Penal atualmente vigente, assinale a alternativa INCORRETA. 
A) Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do 
ofendido. 
B) A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver 
mais de um juiz igualmente competente. 
C) Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em 
circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para 
não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a 
separação. 
D) O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, 
deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o 
novo endereço ao juízo. 
E) A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente farse-á por publicação 
no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o 
nome do acusado. 
 
 
 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-aocp-2021-pc-pa-escrivao-de-policia-civil
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
55 
 
R: letra A. Observe que a lei trata da residencia do réu e não do ofendido ou vítima. 
 
 
2.2 Regras de Competência em Algumas Espécies de Crimes: 
 
a) Crimes Formais: 
 
Crime formal (consumação antecipada) é aquele onde o resultado é mero exaurimento. 
 Imagine, por exemplo, uma ligação extorsionária. A vítima, que está no Curitiba, recebe uma ligação 
do presídio de São José dos Pinhais e é constrangida a entregar o dinheiro em Araucária. Qual será o foro 
competente? Curitiba, São José dos Pinhais ou Araucária? 
 O crime de extorsão consuma-se no local em que a vítima é constrangida, pouco importando o local 
em que o pagamento foi feito. A competência será do juízo de Curitiba. 
 
b) Crimes plurilocais x crimes à distância 
 
Cuidado para não confundir crime plurilocal com crime de espaço máximo: 
 
Crime plurilocal 
Crime à distância ou de 
Espaço máximo 
a) conduta e resultado em locais diferentes; 
b) dentro do território nacional. 
* Aplica-se a Teoria do Resultado 
a) execução em um país e resultado em outro; 
b) envolve dois países. 
* Aplica-se a Teoria da Ubiquidade (art. 6º, CP) 
c/c art. 70, §1º e 2º, CPP) 
 
 
Em síntese: Delitos praticados integralmente no território brasileiro: aplicável a regra do art. 70 do 
Código de Processo Penal. 
Delitos em que a ação ou omissão ocorra no território de uma nação e o resultado tenha sido 
produzido ou devesse ter sido produzido no território de outra: aplicável a regra do art. 70, §§ 1.º e 2.º, c/c 
o art. 6.º do Código Penal. 
 
Esquematizando: 
 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR 
Critério principal lugar da consumação do delito 
Critério subsidiário domicílio ou residência do réu 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
56 
 
 
 
CRITÉRIO SUBSIDIÁRIO (DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU) 
APLICAÇÃO DO CRITÉRIO SUBSIDIÁRIO Quando não for conhecido o lugar da consumação 
Se o crime for de ação penal privada exclusive (ainda que 
conhecido o lugar da consumação) 
 
 
OUTRAS HIPÓTESES RELACIONADAS À COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR 
Em caso de tentativa Lugar da prática do último ato de execução 
Se, iniciada a execução no território nacional, a 
infração se consumar for a dele 
Lugar em que tiver sido praticado, no brasil, o último ato 
de execução 
Quando o último ato de execução for praticado for 
a do território nacional 
Lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha 
produzido ou devia produzir seu resultado 
Quando incerto o limite territorial entre duas ou 
mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por 
ter sido a infração consumada ou tentada nas 
divisas de duas ouu mais jurisdições 
Prevenção 
Infração continuada ou permanente, praticada em 
território de duas ou mais jurisdições 
Prevenção 
 
 
JÁ CAIU EM PROVA: 
 
INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador (adaptada) 
Sobre jurisdição e competência, integralmente de acordo com o que prescreve o Código de Processo Penal: 
Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a 
competência firmar-se-á pela prevenção. 
R: Correto 
 
 
INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador (adaptada) 
A respeito das competências por prevenção e prerrogativa de função, é correto afirmar que: 
Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente 
competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do 
processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa. (Correto) 
 
 
 
 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-aocp-2019-pc-es-investigador
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-aocp-2019-pc-es-investigador
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
57 
 
 
 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA (NATUREZA DA INFRAÇÃO PENAL) 
 
No que toca a competência ratione materiae, impende afirmar que organicamente a justiça pode ser 
dividida em especial e comum, sendo aquela a Militar e a Eleitoral e esta a Federal e a Estadual. 
 
 JUSTIÇA MILITAR 
 
O art. 124 da Constituição dispõe que cabe à Justiça Militar julgar os crimes militares definidos em 
lei. Crimes militares são aqueles descritos no Código Penal Militar. Tais crimes se subdividem em: 
a) Próprios – aqueles previstos no Código Penal Militar que não encontram descrição típica semelhante na 
legislação comum. Ex.: insubordinação, deserção etc. O art. 64, II, do Código Penal esta belece que a 
condenação por crime militar próprio não gera reincidência perante a Justiça Comum. 
b) Impróprios – aqueles previstos no Código Penal Militar que encontram descrição típica semelhante na 
esfera comum. Ex.: estupro, roubo, furto etc. 
Os crimes contra a vida de civis cometidos por policiais militares estaduais em serviço são julgados 
pela Justiça Comum, mais especificamente pelo Tribunal do Júri. É o que prevê o art. 125, § 4o, da 
Constituição Federal, com a redação que lhe foi dada pela Emenda n. 45/2004. O crime contra a vida de outro 
militar é de competência da Justiça Castrense (militar). 
De acordo com o art. 9º, § 2º, do Código Penal Militar, com a redação dada pela Lei n. 13.491/2017, 
os crimes dolosos contra a vida e cometidos por militares das Forças Armadas contra civil serão da 
competência da Justiça Militar da União, se praticados no contexto: 
I - do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo 
Ministro de Estado da Defesa; 
II - de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão mili tar, mesmo que não 
beligerante; 
III – de atividade de natureza mi litar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou de 
atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição Federal. 
O art. 9º, II, do Código Penal Militar, com a redação dada pela Lei n. 13.491/2017, prevê que também 
são de competência da Justiça Militar os crimes previstos no próprio Código Militar e os previstos na 
legislação penal, quando praticados: 
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação ou 
assemelhado; 
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração militar, 
contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DEPOLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
58 
 
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em 
formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou 
reformado, ou civil; 
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou reformado, 
ou assemelhado, ou civil; 
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração 
militar, ou a ordem administrativa militar. 
As alíneas a e c são as mais importantes. A primeira trata dos crimes praticados entre militares. A 
segunda trata dos crimes praticados contra civil, bastando que o policial militar esteja em serviço. 
Importante alteração foi feita pela Lei n. 13.491/2017. Antes da referida Lei, a Justiça Militar só 
julgava crimes previstos no Código Penal Militar. Com a alteração, passou também a julgar crimes previstos 
na legislação penal comum quando cometidos por policial militar em serviço (ex.: abuso de autoridade, 
disparo de arma de fogo em via pública, tortura, assédio sexual etc.). 
A aprovação dessa Lei gerou a perda de eficácia de algumas súmulas do Superior Tribunal de Justiça: 
a) Súmula 172: “compete à Justiça Comum processar e julgar militar por crime de abuso de 
autoridade, ainda que praticado em serviço”; 
b) Súmula 75: "compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar o policial militar por crime de 
promover ou facilitar a fuga de preso de estabelecimento penal". 
Tais crimes eram julgados pela Justiça Comum porque não previstos no Código Militar, contudo, 
conforme já mencionado, com a reforma trazida pela Lei n. 13.491/2017, a Justiça Militar passou a ter 
competência para julgar crimes previstos na legislação penal comum quando cometidos por policial militar 
em serviço. 
A Súmula 6 do Superior Tribunal de Justiça determina que “compete à Justiça Comum Estadual 
processar e julgar delito decorrente de acidente de trânsito envolvendo viatura de Polícia Militar, salvo se 
autor e vítima forem policiais militares em situação de atividade". 
Tal súmula perdeu grande parte de sua importância, pois, atualmente, se a vítima do crime de 
trânsito for civil, mas o militar estiver em serviço, a competência será da Justiça Militar. Ex.: crimes de 
homicídio culposo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor (arts. 302 e 303 do CTB – Lei n. 
9.503/97). 
Importante salientar que a Justiça Militar não julga crimes comuns conexos (art. 79, I, do CPP). Assim, 
se houver conexão entre um crime cometido por um policial militar em serviço e um delito cometido por um 
civil, haverá separação de processos, ou seja, o primeiro será julgado pela Justiça Castrense e o último pela 
Justiça Comum. 
De acordo com a Súmula 90 do Superior Tribunal de Justiça: "Compete à Justiça Estadual Militar 
processar e julgar o policial militar pela prática do crime militar, e à Comum pela prática do crime comum 
simultâneo àquele”. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
59 
 
No passado, o militar que cometesse crime com a arma da corporação, mesmo não estando em 
serviço, era julgado pela Justiça Especial. A Lei n. 9.299/96, todavia, revogou o dispositivo do Código Penal 
Militar que permitia tal abrangência, de modo que, atualmente, o julgamento é feito na Justiça Comum. 
Quando um crime é previsto no Código Penal Militar e ao mesmo tempo na legislação comum, e a 
conduta é praticada por policial em serviço, além de ser a competência da Justiça Militar, o dispositivo a ser 
aplicado é o da lei especial, ou seja, o do Código Militar. 
 
Composição da justiça militar 
 
A Justiça Militar subdivide-se em: a) Federal – para julgar os membros das Forças Armadas 
(Marinha, Exército e Aeronáutica); b) Estadual - para julgar os integrantes das polícias militares estaduais 
(incluindo os membros do Corpo de Bombeiros e Policiais Rodoviários Estaduais). 
Em primeira instância, o julgamento é feito pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça. Aos 
juízes compete processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis. Aos conselhos 
incumbe o processo e julgamento dos demais crimes militares. Tais conselhos são compostos por juízes 
militares e pelo juiz de direito juiz concursado), a quem incumbe a presidência do colegiado. 
Em segunda instância, o julgamento é feito pelo Superior Tribunal de Justiça Militar no caso de 
recursos provenientes da Justiça Militar Federal. Por outro lado, no caso de recursos advindos da Justiça 
Militar Estadual, os julgamentos serão feitos pelos Tribunais de Justiça Militares, nos Estados onde houver, 
ou pelo próprio Tribunal de Justiça Estadual, onde não houver tribunal especializado. 
 
Com relação à justiça militar estadual há várias súmulas que especificam a competência. 
 
Súmula 297 do STF: oficiais e praças das milícias dos estados no exercício da função policial 
civil não são considerados militares para efeitos penais, sendo competente a justiça comum 
para julgar os crimes cometidos por ou contra eles. 
Súmula 47 do STJ: compete à justiça militar processar e julgar crime cometido por militar 
contra civil, com emprego de arma pertencente à corporação, mesmo não estando em 
serviço (sem efeito). 
Súmula 53 do STJ: compete à justiça comum estadual processar e julgar civil acusado da 
prática de crime contra as instituições militares estaduais. 
Súmula 78 do STJ: compete à justiça militar processar e julgar policial de corporação 
estadual, ainda que o delito tenha sido praticado em outra unidade federativa. 
 
 
JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO JUSTIÇA MILITAR DOS ESTADOS 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
60 
 
A competência da Justiça Militar da União tem 
como critério unicamente a matéria, julga os 
crimes militares definidos em lei. Competência 
fixada pelo critério “ratione materiae”. 
 
Em sentido mais amplo, a Justiça Militar dos 
Estados possui dois critérios para fixação sua 
competência: ratione materiae e ratione personae. 
Fixada com base em dois critérios. **A condição de 
militar estadual deve ser aferida com base a sua 
condição no “momento do delito”, e não do 
processo criminal. 
Não tem competência civil. Tem competência civil. 
Órgãos jurisdicionais: 
- Conselho de Justiça; 
- Juiz Federal da JMU; 
Órgãos jurisdicionais: 
- Juiz de Direito do Juízo Militar; 
- Conselho de Justiça. 
Juízo “Ad quem”: STM Juízo “Ad quem”: TJM (MG, SP e RS) ou TJ, nos 
demais Estados. 
 
 
3. COMPETÊNCIA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL 
 
A Justiça Federal é considerada uma justiça comum, mas seu status é constitucional, já que as 
hipóteses estão previstas no art. 109 da CF. 
Ressalta-se que se trata de rol TAXATIVAMENTE previsto. Veja a jurisprudência sobre o tema: 
 
O fato de o delito ter sido cometido por brasileiro no exterior, por si só, não atrai a 
competência da justiça federal. STF. 1ª Turma. HC 105461/SP, Rel. Min. Marco 
Aurélio, julgado em 29/3/2016 (Info 819). 
 
Inf. 936, 1ª T. STF (2019): 
O fato de o delito ter sido cometido por brasileiro no exterior, por si só, não atrai 
a competência da Justiça Federal. Em regra, compete à Justiça Estadual julgar o 
crime praticado por brasileiro no exterior e que lá não foi julgado em razão de o 
agente ter fugido para o Brasil, tendo o nosso país negado a extradição para o 
Estado estrangeiro. Somente será de competência da Justiça Federal caso se 
enquadre em alguma das hipóteses do art. 109 da CF/88. STF. 1ª Turma. RE 
1.175.638 AgR/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/4/2019 (Info 936). 
 
Aqui, analisaremos: 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
61 
 
Art. 109, IV Crimes políticos, infrações em detrimento de bens,serviços ou 
interesse da união ou suas entidades autárquicas e empresas públicas. 
Art. 109, V 
 
 
Crimes previstos em tratado ou convenção internacional desde que 
iniciada a execução no país o resultado tenha ou devesse ter ocorrido 
no estrangeiro ou reciprocamente. 
Art. 109, V-A Crimes relativos a direitos humanos. 
Art. 109, VI Crimes contra a organização do trabalho e quando a lei dispuser, 
contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira. 
Art. 109, IX Crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves. 
Art. 109, XI Crimes relativos à disputa de direitos indígenas. 
 
 Obs.1: Cuidado para não confundir competência da Justiça Federal com atribuições investigatórias 
da Polícia Federal. As atribuições da Polícia Federal são mais amplas, observe o §1º do art. 144 da CF. Como 
exemplo de crimes que podem ser investigados pela PF e julgados pela JE, temos tráfico interestadual e roubo 
de cargas. 
 
CF Art. 144, §1º. A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, 
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: I - apurar 
infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, 
serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas 
públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual 
ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; 
 
 Obs.2: A Justiça do Distrito Federal é a competente para julgar o crime de falso testemunho 
praticado em processos sob sua jurisdição 
 
O TJDFT faz parte do Poder Judiciário da União. Mesmo assim, se for praticado falso 
testemunho em processo que ali tramita, a competência será da Justiça do Distrito 
Federal (e não da Justiça Federal comum). Isso porque a Justiça do Distrito Federal 
possui competência para julgar crimes, não havendo interesse direto e específico 
da União a atrair o art. 109, IV, da CF/88. STJ. 3ª Seção. CC 166732-DF, Rel. Min. 
Laurita Vaz, julgado em 14/10/2020 (Info 681). 
 
 
 Súmulas correlatas à competência da Justiça Federal: 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c802ceaa43e6ad9ddc511cab5f34789c?categoria=12&subcategoria=127&criterio-pesquisa=e
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c802ceaa43e6ad9ddc511cab5f34789c?categoria=12&subcategoria=127&criterio-pesquisa=e
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
62 
 
 
Súmula 522 do STF: Salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando então a competência 
será da justiça federal, compete à justiça dos estados o processo e julgamento dos crimes 
relacionados a entorpecentes. 
 
 
JÁ CAIU EM PROVA: 
 
FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Inspetor de Polícia Legislativa 
(adaptada) 
Considerando o entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça, a 
competência para: 
o processo e julgamento dos crimes relativos a entorpecentes é da justiça dos estados, 
salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando, então, a competência será da 
Justiça Federal. 
R: Correto. 
 
 
Súmula 38 do STJ: Compete a Justiça estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, 
o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou 
interesse da União ou de suas entidades. 
Súmula 62 do STJ: Compete a Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação 
na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada. 
Súmula 498 do STF: Compete à justiça dos Estados, em ambas as instâncias, o processo e o 
julgamento dos crimes contra a economia popular. 
Súmula 73 do STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, 
o crime de estelionato, da competência da justiça estadual. 
Súmula 104 do STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de 
falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino. 
Súmula 107 do STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de estelionato 
praticado mediante a falsificação de guias de recolhimento das contribuições 
previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal. 
Súmula 140 do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o 
indígena figura como autor ou vítima. 
Súmula 147 do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra 
funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função. 
Súmula 165 do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de falso testemunho 
cometido no processo trabalhista. 
 
 
 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2018-camara-legislativa-do-distrito-federal-inspetor-de-policia-legislativa
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
63 
 
Súmula 208 do STJ: Compete à Justiça Federal julgar Prefeito municipal por desvio de verba 
sujeita a prestação de contas perante órgão federal. 
Súmula 209 do STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de 
verba transferida e incorporada ao patrimônio Municipal. 
Súmula 224 do STJ: Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o juiz estadual a 
declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar o conflito. 
Súmula 528 do STJ: Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do 
exterior pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional. 
 
 Confira recente julgado acerca do tema: 
 
Não compete à Justiça Federal processar e julgar o desvio de valores do auxílio 
emergencial pagos durante a pandemia da covid-19, por meio de violação do sistema 
de segurança de instituição privada, sem que haja fraude direcionada à instituição 
financeira federal. 
STJ. 3ª Seção. CC 182.940-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 27/10/2021. 
Grifo nosso. 
 
Destaque-se também a competência da justiça federal determinada pela Emenda Constitucional nº 
45, que acrescentou ao art. 109, V-A, nos casos de crimes praticados com grave violação dos direitos 
humanos. 
 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL 
 
A justiça eleitoral possui competência para o julgamento de crimes eleitorais e aqueles que lhes são 
conexos ou continentes. 
A Constituição Federal não fornece detalhes sobre a competência da Justiça Eleitoral, remetendo a 
matéria à lei complementar (art. 121 da CF). Tecnicamente, os juízes e tribunais eleitorais só possuem 
jurisdição penal, pois as demais matérias a seu cargo são meramente administrativas, não havendo conflito 
de interesses. A atuação do juiz eleitoral envolve o recrutamento de eleitores, controle de atividade dos 
partidos políticos, eventos eleitorais, sejam permanentes, como as eleições, ou extravagantes, como o 
referendo. 
Quanto aos crimes eleitorais, qual o órgão competente para julgar crime eleitoral conexo com crime 
doloso contra a vida? 
 
 NA JURISPRUDÊNCIA: 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
64 
 
Em caso de conexão entre crime de competência da Justiça comum (federal ou 
estadual) e crime eleitoral, os delitos serão julgados conjuntamente pela Justiça 
Eleitoral 
Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem 
conexos. Cabe à Justiça Eleitoral analisar, caso a caso, a existência de conexão de 
delitos comuns aos delitos eleitorais e, em não havendo, remeter os casos à Justiça 
competente. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, 
julgado em 13 e 14/3/2019 (Info 933). 
 
A Justiça Eleitoral é competente para processar e julgar os crimes eleitorais e os 
comuns que lhe forem conexos. Em caso de conexão ou continência entre crime 
comum e delito eleitoral, todos devem ser julgados conjuntamente perante a 
Justiça Especializada.A interpretação do precedente formado no Inq. 4435 AgR-Quarto/DF, oriunda da 
leitura de votos dos Ministros que saíram vencedores no julgamento, indica que a 
ação de usar dinheiro, de origem criminosa, doado para campanha eleitoral, está 
prevista como delito de competência da Justiça Especializada, encaixando-se na 
figura típica descrita no art. 350, do Código Eleitoral. 
Assim, havendo reconhecimento da incompetência absoluta da Justiça Federal, a 
ação penal deve ser remetida à Justiça Especializada, mas com anulação apenas 
dos atos decisórios praticados e sem prejuízo da sua ratificação pelo juízo 
competente. (HC 612.636-RS, Quinta Turma, por maioria, julgado em 05/10/2021.) 
 
 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL 
 
Por fim, cumpre afirmar que a Justiça Estadual é composta por juízes estaduais e pelo respectivo 
Tribunal de Justiça. Sua competência é residual (o que não for da competência das justiças especiais e nem 
da federal, será da competência da justiça estadual). 
 
 
OBS: Amigo concurseiro policial, iremos aprofundar o tema visando as questões discursivas em sua prova. 
Avante! 
 
 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA (FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO) 
 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/075b051ec3d22dac7b33f788da631fd4?categoria=12&subcategoria=127
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/075b051ec3d22dac7b33f788da631fd4?categoria=12&subcategoria=127
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/075b051ec3d22dac7b33f788da631fd4?categoria=12&subcategoria=127
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
65 
 
A última espécie de competência é a ratione personae. Ela é fixada em razão da relevância do cargo 
ou função do réu e impõe que este seja processado e julgado por tribunal constitucionalmente competente. 
Acerca do tema, Reinaldo Rossano Alves sintetiza: 
Em matéria penal, os Tribunais, além de exercerem sua competência recursal, revendo as lides penais 
decididas em 1ª instância, processam e julgam, originariamente (a ação nasce no próprio pretório), 
determinadas ações, em razão do cargo ocupado pelo agente. 
O estudo do tema impõe a análise dos dispositivos constitucionais que informam a competência 
criminal originária dos tribunais. 
O Supremo Tribunal Federal tem sua competência ratione personae ditada pelo artigo 102, 1, 'b'e'c' 
da CF: 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, 
cabendo-lhe: 
I-processar e julgar, originariamente: 
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros 
do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; c) nas 
infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalva do o disposto no art. 52, I, 
os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de 
missão diplomática de caráter permanente; 
 
A competência originária criminal do Superior Tribunal de Justiça vem grafada no artigo 105, 1, 'a', 
da CF17: 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de 
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito 
Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos 
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros 
dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União 
que oficiem perante tribunais; 
 
A competência criminal originária dos Tribunais Regionais Federais vem grafada no artigo: 
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: 
I - processar e julgar, originariamente: a) os juízes federais da área de sua jurisdição, 
incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de 
responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência 
da Justiça Eleitoral; 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
66 
 
Compete ao Tribunal de Justiça julgar os prefeitos municipais (nos termos do artigo 29, X, da CF), 
juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios e membros do Ministério Público (artigo 96, III, da CF). 
Quanto ao prefeito, é importante salientar que a jurisprudência pacificou o entendimento de que ele 
será julgado pelo Tribunal de Justiça apenas quando praticar crime de competência da Justiça comum 
Estadual. Caso cometa crime de competência da Justiça Federal, será ele julgado pelo Tribunal Regional 
Federal. Se praticar delito de competência da Justiça Eleitoral, deve ser julgado pelo Tribunal Regional 
Eleitoral (inteligência da Súmula 702 do STF). 
Ainda acerca da competência por prerrogativa de função, cumpre afirmar que a competência ratione 
personae definida pela Constituição Federal deve prevalecer sobre a de qualquer outro órgão jurisdicional 
(mesmo sobre a do tribunal do júri). 
Assim é que se um prefeito municipal cometer um homicídio, deve ele ser julgado pelo Tribunal de 
Justiça e não pelo júri (se o foro por prerrogativa de função for estabelecido pela Constituição Estadual, 
contudo, prevalecerá a competência do júri, caso a autoridade pratique crime doloso contra a vida - Súmula 
721 do STF e Súmula Vinculante 45). 
Mais uma observação importante: o tribunal constitucionalmente competente deve julgar o detentor 
do foro privilegiado e os coautores e partícipes do delito por ele perpetrado (Súmula 704 do STF). Apesar da 
súmula, os tribunais superiores têm relativizado esse comando (julgando apenas a autoridade detentora do 
foro e remetendo os réus que não têm foro para o juízo de piso). 
 
Foro privativo no STF e ausência de duplo grau de jurisdição: Vale ressaltar, ainda, que as 
autoridades com foro por prerrogativa de função no STF ficam sujeitas a julgamento por uma única instância, 
de forma que não gozam de duplo grau de jurisdição. 
Esse modelo vai de encontro com tratados internacionais sobre direitos humanos de que o Brasil é 
signatário. Tanto a Convenção Americana de Direitos Humanos, quanto o Pacto Internacional de Direitos 
Civis e Políticos asseguram o “direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior”. Isso não ocorre 
com quem tem foro privilegiado no STF. Após o julgamento pela Corte, não há recurso para outro Tribunal. 
 
DICA: Não significa que ele não possa recorrer (pode opor embargos e alguns recursos), o que não pode é 
revisão de toda matéria de fato, sobre o julgamento. 
 
O direito ao foro por prerrogativa de função inicia-se com a diplomação do Deputado Federal ou 
Senador e somente se encerra com o término do mandato. Assim, pelo entendimento que era 
tradicionalmente adotado pelo STF, se determinado indivíduo estivesse respondendo a uma ação penal em 
1ª instância, caso ele fosse eleito Deputado Federal, no mesmo dia da sua diplomação, cessaria a 
competência do juízo de 1ª instância e o processo criminal deveria ser remetido ao STF para ali ser julgado. 
 
Vale ressaltar que a diplomação é o ato pelo qual a Justiça Eleitoral atesta quem são os candidatos eleitos e 
os respectivos suplentes. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
67 
 
 
No entanto, em recente julgado, o STF entendeu que as normas da Constituição de 1988 que 
estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função devem ser INTERPRETADAS RESTRITIVAMENTE, 
aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados DURANTE O EXERCÍCIO DO CARGO E EM RAZÃO 
DELE. 
Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado comoDeputado 
Federal, não se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o 
cargo de parlamentar federal. 
Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito não 
apresentar relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado. 
Vamos compreender os principais argumentos para uma prova discursiva? 
 
(1) CF prevê um sistema de foro extremamente ampliado que alcança inúmeros agentes público, tão 
alargado que gera consequências graves e indesejáveis para a justiça: a) AFASTA OS TRIBUNAIS 
SUPERIORES, EM ESPECIAL DO STF enquanto Suprema Corte, do seu VERDADEIRO PAPEL DE 
TRIBUNAIS DE TESES JURÍDICAS e não, de julgamento de provas e fatos. Tal atribuição é melhor 
desempenhada pelo juízo de 1º grau que tem melhores condições de conduzir a instrução 
processual. Isso contribui para a ineficiência do sistema de justiça criminal. 
 
(2) O modelo de foro por prerrogativa tal qual delineado IMPEDE O GOZO DE GARANTIAS 
IMPORTANTES COMO O DIREITO AO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO, previsto em alguns diplomas 
internacionais de que o Brasil é signatário como CADH. 
 
(3) Foro por prerrogativa de função é garantia para resguardar a função exercida e não, o agente 
público nela investido de forma que sua INCIDÊNCIA DEVE FICAR ADSTRITA AS INFRAÇÕES 
COMUNS PRATICADAS APÓS A DIPLOMAÇÃO E EM RAZÃO DO CARGO. 
 
Foi fixada, portanto, a seguinte tese: 
 
O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante 
o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. 
STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018. 
 
Veja a jurisprudência sobre o tema: 
 
O crime de corrupção passiva praticado por Senador da República, se não estiver 
relacionado com as suas funções, deve ser julgado em 1ª instância (e não pelo STF). 
Não há foro por prerrogativa de função neste caso. O fato de o agente ocupar cargo 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
68 
 
público não gera, por si só, a competência da Justiça Federal de 1ª instância. Esta é 
definida pela prática delitiva. Assim, se o crime não foi praticado em detrimento de 
bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas 
públicas (inciso IV do art. 109 da CF/88) e não estava presente nenhuma outra 
hipótese do art. 109, a competência para julgar o delito será da Justiça comum 
estadual. STF. 1ª Turma. Inq 4624 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 
8/10/2019 (Info 955). 
 
Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Deputado 
Federal não se relacionam ao exercício do mandato, a competência para julgá-los 
não é do STF, mas sim do juízo de 1ª instância. Isso porque o foro por prerrogativa 
de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e 
relacionados às funções desempenhadas (STF AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto 
Barroso, julgado em 03/05/2018). A apropriação indébita se consuma no ato da 
inversão da propriedade do bem. Se a inversão da propriedade ocorreu com a 
transferência dos recursos da conta bancária da empresa vítima, com sede em 
Brasília/DF, efetuada pelo Diretor da entidade, tem-se que a competência para 
apurar este delito é do juiz de direito de 1ª instância do TJDFT. STF. 1ª Turma. Inq 
4619 AgR-segundo/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/2/2019 (Info 931). 
 
 
CRIMES COMETIDOS POR DEPUTADO FEDERAL OU SENADOR 
SITUAÇÃO COMPETÊNCIA 
Crime cometido antes da diplomação como 
Deputado ou Senador 
Juízo de 1ª instância 
Crime cometido depois da diplomação 
(durante o exercício do cargo), mas o delito não 
tem relação com as funções desempenhadas. 
Ex: embriaguez ao volante. 
 
 
Juízo de 1ª instância 
Crime cometido depois da diplomação 
(durante o exercício do cargo) e o delito está 
relacionado com as funções desempenhadas. 
Ex: corrupção passiva. 
 
 
STF 
 
 
MOMENTO DA FIXAÇÃO DEFINITIVA DA COMPETÊNCIA DO STF 
 
 Pergunta-se: Se o parlamentar federal (Deputado Federal ou Senador) está respondendo a uma ação 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/faf02b2358de8933f480a146f4d2d98e?categoria=12&subcategoria=127&assunto=296
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/faf02b2358de8933f480a146f4d2d98e?categoria=12&subcategoria=127&assunto=296
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/faf02b2358de8933f480a146f4d2d98e?categoria=12&subcategoria=127&assunto=296
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
69 
 
penal no STF e, antes de ser julgado, ele deixar de ocupar o cargo (exs: renunciou, não se reelegeu etc), 
cessa o foro por prerrogativa de função e o processo deverá ser remetido para julgamento em 1ª 
instância? 
 
O STF decidiu estabelecer uma regra para situações como essa: 
● Se o réu deixou de ocupar o cargo antes de a instrução terminar: cessa a competência do STF e o 
processo deve ser remetido para a 1ª instância. 
● Se o réu deixou de ocupar o cargo depois de a instrução se encerrar: o STF permanece sendo 
competente para julgar a ação penal. 
 
Assim, o STF estabeleceu um marco temporal, fim da instrução - a partir do qual a competência para 
processar e julgar ações penais – seja do STF ou de qualquer outro órgão jurisdicional – não será mais afetada 
em razão de o agente deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo (exs: renúncia, não reeleição, 
eleição para cargo diverso). Ou seja: trata-se de um marco temporal para a perpetuação da jurisdição. 
Quando se considera encerrada a instrução, para os fins acima explicados? 
Considera-se encerrada a instrução processual com a publicação do despacho de intimação para 
apresentação de alegações finais. Nesse momento fica prorrogada a competência do juízo para julgar a ação 
penal mesmo que ocorra alguma mudança no cargo ocupado pelo réu. 
Desse modo, mesmo que o agente público venha a ocupar outro cargo ou deixe o cargo que ocupava, 
qualquer que seja o motivo, isso não acarretará modificação de competência. 
Ex: Pedro, Deputado Federal, respondia ação penal no STF; foi publicado despacho intimando o MP 
para apresentação de alegações finais; uma semana depois, o réu foi diplomado Prefeito; mesmo Pedro 
tendo deixado de ser Deputado Federal, o STF continuará sendo competente para julgar o processo criminal 
contra ele. 
 
Por que se escolheu esse critério do encerramento da instrução? 
Por três razões: 
 
1ª. Trata-se de um marco temporal objetivo, de fácil aferição, e que deixa pouca margem de 
manipulação para os investigados e réus e afasta a discricionariedade da decisão dos tribunais de 
declínio de competência; 
2ª. Este critério privilegia o princípio da identidade física do juiz, ao valorizar o contato do magistrado 
julgador com as provas produzidas na ação penal; 
3ª. Já existia precedente do STF já adotando este marco temporal. 
 
Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para 
apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais 
afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
70 
 
que seja o motivo. 
Assim, se o Deputado Federal ou Senador estiver respondendo um processo criminal no STF e chegar 
ao fim o seu mandato, cessa a competência do STF para julgar esta ação penal, salvo se a instrução 
processual já estiver concluída, hipótese na qual haverá a perpetuação da competência e o STF deverá 
julgar o réu mesmo ele não sendo mais um parlamentar federal. 
Veja a recente jurisprudência sobre o tema: 
 
Depois de anos sendo investigado em inquérito que tramitava noSTF, o Ministro 
Relator declinou a competência para apurar os crimes porque os fatos ocorreram 
antes de o investigado ser Deputado Federal; logo, aplica-se o entendimento 
firmado na AP 937 QOO fato de as investigações estarem perto do fim e de já terem 
demorado anos não servem como argumento jurídico válido para prorrogar a 
competência do STF. Apesar da efetiva evolução das investigações, sob a 
supervisão do STF, não houve oferecimento de denúncia contra o agravante nem 
encerramento da instrução processual penal. Logo, o marco temporal relativo à 
data de apresentação das razões finais não foi alcançado. Além disso, quanto ao 
segundo argumento da defesa, o STF esclareceu que é possível a imediata remessa 
dos autos às instâncias competentes, inclusive antes da publicação do acórdão ou 
do trânsito em julgado, quando constatado o risco de prescrição. STF. 2ª Turma. 
Pet 7716 AgR/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 18/2/2020 (Info 967). 
 
 Pergunta-se: Como fica no caso de agente político que perdeu o foro em razão do fim do mandato, mas 
foi reeleito? 
 
Nessa hipótese, temos que analisar se houve intervalo entre os mandatos. Isso porque, segundo o 
STF, o intervalo entre dois mandatos afasta foro por prerrogativa de função em relação a fato praticado no 
período anterior, de modo que só é possível que o foro por prerrogativa de função seja mantido se a 
reeleição para o 2º mandato seja consecutiva e imediata. 
 
Vamos ver as decisões sobre o tema: 
 
Na hipótese em que o delito seja praticado em um mandato e o réu seja reeleito 
para o mesmo cargo, a continuidade do foro por prerrogativa de função restringe-
se às hipóteses em que os diferentes mandatos sejam exercidos em ordem 
sequencial e ininterrupta. No caso concreto, os fatos atribuídos ao paciente, então 
Prefeito de Buritizal/SP, datam do ano de 2011, ou seja, teriam supostamente 
ocorrido durante o mandato 2008-2012. Não eleito para o mandato subsequente, 
o réu apenas veio a ocupar novo cargo de Prefeito em 2017-2020. Diante desse 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/313f422ac583444ba6045cd122653b0e?categoria=12&subcategoria=127&ano=2020
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/313f422ac583444ba6045cd122653b0e?categoria=12&subcategoria=127&ano=2020
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/313f422ac583444ba6045cd122653b0e?categoria=12&subcategoria=127&ano=2020
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/313f422ac583444ba6045cd122653b0e?categoria=12&subcategoria=127&ano=2020
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c600b4b49faa3a2a165242e90ca21ac3?categoria=12&subcategoria=127&assunto=296
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c600b4b49faa3a2a165242e90ca21ac3?categoria=12&subcategoria=127&assunto=296
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
71 
 
quadro fático, constata-se que houve a quebra da necessária e indispensável 
continuidade do exercício do mandato político para fins de prorrogação da 
competência. Logo, ele será julgado pelo juízo de 1ª instância. STJ. 5ª Turma. HC 
539002/SP, Rel. Min. Leopoldo de Arruda Raposo (Desembargador convocado do 
TJ/PE), julgado em 21/11/2019. 
 
A prorrogação do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, 
não se aplicando em caso de eleição para um novo mandato após o agente ter 
ficado sem ocupar função pública. Prefeito cometeu o crime durante o exercício 
do mandato e o delito está relacionado com as suas funções: a competência para 
julgá-lo será, em regra, do Tribunal de Justiça. Se esse Prefeito, antes de o processo 
terminar, for reeleito para um segundo mandato (consecutivo e ininterrupto), 
neste caso, o Tribunal de Justiça continuará sendo competente para julgá-lo. Por 
outro lado, se o agente deixar o cargo de Prefeito e, quatro anos mais tarde, for 
eleito novamente Prefeito do mesmo Município, nesta situação a competência 
para julgar o crime será do juízo de 1ª instância. A prorrogação do foro por 
prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, não se aplicando em caso de 
eleição para um novo mandato após o agente ter ficado sem ocupar função pública. 
STF. 1ª Turma. RE 1185838/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 14/5/2019 (Info 
940). 
 
A competência penal originária do STF para processar e julgar parlamentares 
alcança os congressistas federais no exercício de mandato em casa parlamentar 
diversa daquela em que consumada a hipotética conduta delitiva, desde que não 
haja solução de continuidade. Desse modo, mantem-se a competência criminal 
originária do STF nos casos de “mandatos cruzados” exclusivamente de 
parlamentar federal. 
STF. Plenário. Inq. 4342 QO/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 1º/4/2022 (Info 
1049). 
 
Veja ainda outra decisão que corrobora o exposto: 
 
O STJ é incompetente para julgar crime praticado durante mandato anterior de 
Governador, ainda que atualmente ocupe referido cargo por força de nova eleição. 
Ex: João praticou o crime em 2010, quando era Governador; em 2011 foi eleito 
Senador; em 2019 assumiu novamente como Governador; esse crime praticado em 
2010 será julgado em 1ª instância (e não pelo STJ). Como o foro por prerrogativa 
de função exige contemporaneidade e pertinência temática entre os fatos em 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/aa8fdbb7d8159b3048daca36fe5c06d2?categoria=12&subcategoria=127&assunto=296
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/aa8fdbb7d8159b3048daca36fe5c06d2?categoria=12&subcategoria=127&assunto=296
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/aa8fdbb7d8159b3048daca36fe5c06d2?categoria=12&subcategoria=127&assunto=296
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
72 
 
apuração e o exercício da função pública, o término de um determinado mandato 
acarreta, por si só, a cessação do foro por prerrogativa de função em relação ao ato 
praticado nesse intervalo. STJ. Corte Especial. QO na APn 874-DF, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 15/05/2019 (Info 649). 
 
Obs.: Se o crime for cometido durante a CAMPANHA PARA A REELEIÇÃO, e o agente for efetivamente 
reeleito, a competência permanecerá sendo a do STF/STJ. Veja: 
 
STF é competente para julgar crime eleitoral praticado por Deputado Federal 
durante a sua campanha à reeleição caso ele tenha sido reeleito. Pedro, Deputado 
Federal, recebeu doação ilegal de uma empresa com o objetivo de financiar a sua 
campanha para reeleição. Esta doação não foi contabilizada na prestação de 
contas, configurando o chamado “caixa 2” (art. 350 do Código Eleitoral). Pedro foi 
reeleito para um novo mandato de 2019 até 2022. O STF será competente para 
julgar este crime eleitoral? SIM. O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas 
aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções 
desempenhadas. O STF entende que o recebimento de doação ilegal destinado à 
campanha de reeleição ao cargo de Deputado Federal é um crime relacionado com 
o mandato parlamentar. Logo, a competência é do STF. Além disso, mostra-se 
desimportante a circunstância de este delito ter sido praticado durante o mandato 
anterior, bastando que a atual diplomação decorra de sucessiva e ininterrupta 
reeleição. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado 
em 13 e 14/3/2019 (Info 933). 
 
 Pergunta-se: O entendimento que reduz o alcance do foro por prerrogativa de função vale para outras 
hipóteses de foro privilegiado ou apenas para os Deputados Federais e Senadores? 
R.: Vale para outros casos de foro por prerrogativa de função. Foi o que decidiu o próprio STF no 
julgamento do Inq 4703 QO/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 12/06/2018 no qual afirmou que o 
entendimento vale também para Ministros de Estado. 
Alémdisso, o STJ também decidiu que a restrição do foro deve alcançar Governadores e Conselheiros 
dos Tribunais de Contas estaduais. Explico. O art. 105, I, “a”, da CF/88 prevê que compete ao STJ julgar os 
crimes praticados por Governadores de Estado e por Conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados: 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes 
e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos 
Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/84c578f202616448a2f80e6f56d5f16d?categoria=12&subcategoria=127&assunto=296
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/84c578f202616448a2f80e6f56d5f16d?categoria=12&subcategoria=127&assunto=296
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
73 
 
do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais 
Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos 
Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; 
 
A Corte Especial do STJ, seguindo o mesmo raciocínio do STF, limitou a amplitude do art. 105, I, 
“a”, da CF/88 e decidiu que: 
 
O foro por prerrogativa de função no caso de Governadores e Conselheiros de 
Tribunais de Contas dos Estados deve ficar restrito aos fatos ocorridos durante o 
exercício do cargo e em razão deste. 
 
Assim, o STJ é competente para julgar os crimes praticados pelos Governadores e pelos 
Conselheiros de Tribunais de Contas somente se estes delitos tiverem sido praticados durante o exercício 
do cargo e em razão deste. 
 
STJ. Corte Especial. APn 857/DF, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha, 
julgado em 20/06/2018. 
STJ. Corte Especial. APn 866/DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
20/06/2018. 
 
O art. 105, I, “a”, da CF/88 prevê que os Desembargadores dos Tribunais de Justiça são julgados 
criminalmente pelo STJ. O entendimento acima exposto (que restringiu o foro para crimes relacionados com 
o cargo) é aplicado também para os Desembargadores dos Tribunais de Justiça? Se um Desembargador 
praticar crime que não esteja relacionado com o exercício de suas funções (ex: lesão corporal contra a 
esposa), ele será julgado pelo juízo de 1ª instância? 
R.: NÃO. Os Desembargadores dos Tribunais de Justiça continuam sendo julgados pelo STJ mesmo 
que o crime não esteja relacionado com as suas funções. 
É uma espécie de “exceção” ao entendimento do STJ que restringe o foro por prerrogativa de função. 
O STJ entendeu que haveria um risco à imparcialidade caso o juiz de 1º instância julgasse um 
Desembargador (autoridade que, sob o aspecto administrativo, está em uma posição hierarquicamente 
superior ao juiz). 
Veja as palavras do Min. Relator Benedito Gonçalves: 
 
(....) 
A partir desta forma de colocação do problema, pode-se argumentar que, caso 
Desembargadores, acusados da prática de qualquer crime (com ou sem relação 
com o cargo de Desembargador) viessem a ser julgados por juiz de primeiro grau 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
74 
 
vinculado ao Tribunal ao qual ambos pertencem, se criaria, em alguma medida, 
um embaraço ao juiz de carreira.” 
 
O caso concreto enfrentado pelo STJ envolvia um Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado 
do Paraná que estava sendo acusado de ter, supostamente, praticado lesão corporal contra a mãe e a irmã. 
Este Desembargador deve ser julgado pelo STJ (e não pelo Juiz de Direito de 1ª instância). 
 
RESUMINDO 
Por enquanto, podemos apontar as seguintes conclusões e dúvidas: 
 
● REGRA: as autoridades listadas no art. 105, I, “a”, da CF/88 somente são julgadas pelo STJ em caso de 
crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. Ex: membro 
do Tribunal de Contas pratica violência doméstica contra a sua esposa. Será julgado pelo Juiz de Direito 
de 1ª instância. 
 
● EXCEÇÃO: os Desembargadores dos Tribunais de Justiça são julgados pelo STJ mesmo que o crime não 
esteja relacionado com as suas funções. Ex: Desembargador pratica violência doméstica contra sua 
esposa. Será julgado pelo STJ (e não pelo juiz de 1ª instância). 
 
3.1 Reflexos da Nova Decisão do STF Acerca da Investigação Criminal 
 
Antes, diante da interpretação literal do foro, o STF entendia que toda a investigação de autoridade 
com foro no STF deveria ser supervisionada pelo Ministro-relator, exigindo desde a autorização prévia para 
a instaurar e autorização para promover o indiciamento. 
Agora, diante da redução teleológica, só subsistirá a supervisão judicial do Ministro se o crime for 
depois da diplomação e com nexo funcional. Tratando-se de infração penal praticada antes da diplomação, 
ou durante o mandato, mas despida de nexo funcional, o STF não intervirá em nada, sendo a condução das 
investigações livre pela Polícia Civil ou Federal, sem necessidade de autorização para instauração, autorização 
para indiciar, etc. 
 
Investigações criminais envolvendo Deputados Federais e Senadores DEPOIS da AP 937 QO 
Situação Atribuição para investigar 
Se o crime foi praticado antes da diplomação ● Polícia (Civil ou Federal) ou MP. 
● Não há necessidade de autorização do 
STF 
● Medidas cautelares são deferidas pelo 
juízo de 1ª instância (ex: quebra de sigilo) 
Se o crime foi praticado depois da diplomação 
(durante o exercício do cargo), mas o delito 
não tem relação com as funções 
desempenhadas. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
75 
 
Ex: homicídio culposo no trânsito. 
Se o crime foi praticado depois da diplomação 
(durante o exercício do cargo) e o delito está 
relacionado com as funções desempenhadas. 
Ex: corrupção passiva. 
● Polícia Federal e Procuradoria Geral da 
República, com supervisão judicial do 
STF. 
● Há necessidade de autorização do STF 
para o início das investigações. 
 
Fonte: Dizer o Direito 
 
3.2 Crimes Dolosos Contra Vida X Foro por Prerrogativa de Função 
 
Tratando-se de crime doloso contra a vida, a própria Constituição Federal afirma que a competência 
será do tribunal do júri. Contudo, a CF, igualmente, outorga a competência de determinados tribunais para 
o julgamento de algumas pessoas. 
Assim, pelo princípio da especialidade, a competência dos tribunais, prevista na Constituição 
Federal, irá prevalecer sobre a competência do tribunal do júri. Salienta-se que se a competência estiver 
prevista na Constituição Estadual, irá prevalecer a competência constitucional do júri. 
Ou seja: 
 
● Competência prevista na Constituição Federal – prevalece o foro da CF em detrimento ao Tribunal do 
Júri. 
● Competência prevista na Constituição Estadual – prevalece o Tribunal do Júri (que tem assento 
constitucional), em detrimento ao disposto na Constituição Estadual. 
Nesse sentido: 
 
Súmula vinculante 45-STF: A competência constitucional do tribunal do júri 
prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente 
pela Constituição Estadual. 
 
Por exemplo: 
· Governador que mata dolosamente uma pessoa será julgado pelo STJ; 
· Promotor do RJ será julgado pelo TJ/RJ; 
· Delegado Geral de Polícia de MG será julgado pelo tribunal do júri; 
· Deputado estadual será julgado pelo TJ, conforme entendimento do STJ. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
76 
 
 
3.3 Concurso de Agentes e Foro por Prerrogativa 
 
Imagine, por exemplo, que João pratica um crime em concurso com um Deputado Federal. Diante 
disso, indaga-se: 
 
1) O julgamento ocorrerá no STF ou haverá acisão dos processos? 
 
Havendo conexão ou continência os processos poderão ser reunidos e julgados perante o STF, de 
modo que não há violação ao juiz natural, nem a ampla defesa e nem ao devido processo legal. 
 
Súmula 704 do STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do 
devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu 
ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. 
 
2) A reunião dos processos no STF é obrigatória ou facultativa? 
 
Em que pese a separação dos processos seja a regra geral, compete ao STF decidir, 
FACULTATIVAMENTE, pelo desmembramento ou não dos processos. 
 
O desmembramento de inquéritos ou de ações penais de competência do STF deve 
ser a regra geral, admitida exceção nos casos em que os fatos relevantes estejam 
de tal forma relacionados, que o julgamento em separado possa causar prejuízo 
relevante à prestação jurisdicional. STF. Plenário. Inq 3515 AgR/SP, Rel. Min. Marco 
Aurélio, julgado em 13/2/2014 (Info 735) 
 
3) A reunião dos processos no STF sempre poderá ocorrer independentemente da natureza do delito? 
 
Tratando-se de crime doloso contra vida não será possível a reunião dos processos, uma vez que a 
conexão e a continência são regras infraconstitucionais de mudança de competência. Assim, não podem se 
sobrepor à competência constitucional do Tribunal do Júri para o julgamento dos crimes dolosos contra a 
vida. 
 
Hipóteses de foro por prerrogativa de função previstas na CF/88: 
 
AUTORIDADE FORO COMPETENTE 
● Presidente e Vice-Presidente da República STF 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
77 
 
● Deputados Federais e Senadores 
● Ministros do STF 
● Procurador-Geral da República 
● Ministros de Estado 
● Advogado-Geral da União 
● Comandantes da Marinha, Exército e 
Aeronáutica 
● Ministros do STJ, STM, TST, TSE 
● Ministros do TCU 
● Chefes de missão diplomática de caráter 
permanente 
● Governadores 
● Desembargadores (TJ, TRF, TRT) 
● Membros dos TRE 
● Conselheiros dos Tribunais de Contas 
● Membros do MPU que oficiem perante 
tribunais 
 
STJ 
● Juízes Federais, Juízes Militares e Juízes do 
Trabalho 
● Membros do MPU que atuam na 1ª instância 
TRF ou TRE 
● Juízes de Direito 
● Promotores e Procuradores de Justiça 
TJ 
● Prefeitos TJ, TRF ou TRE 
 
 
DISTRIBUIÇÃO 
. 
Trata-se de sorteio levado a efeito entre juízes igualmente competentes para análise do feito. Ela é 
tratada no artigo 75 do CPP: 
Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição 
judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente. 
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da 
decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa 
prevenirá a da ação penal. 
 
JÁ CAIU EM PROVA: 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
78 
 
VUNESP - 2018 - PC-BA - Escrivão de Polícia (adaptada) 
A competência delimita o poder jurisdicional e será firmada, dentre outras formas: 
Pela distribuição. (Correto) 
 
 
CONEXÃO E CONTINÊNCIA 
 
Conexão e continência são causas de prorrogação de competência e não de fixação desta. A conexão 
pressupõe a prática de mais de um delito e a especial ligação entre eles, determinando a lei que sejam os 
crimes apurados num mesmo processo para facilitar o deslinde da causa. É regida pelo artigo 76 do CPP: 
Art. 76. A competência será determinada pela conexão: 
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por 
várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o 
lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; 
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou 
para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; 
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias ele mentares 
influir na prova de outra infração. 
 
A doutrina divide a conexão em: a) intersubjetiva; b) objetiva; c) instrumental ou probatória. 
 
A conexão intersubjetiva (prevista no inciso I do artigo 76 do CPP) se sub divide em: 
a) por simultaneidade (quando duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por 
várias pessoas reunidas); 
b) por concurso (quando as infrações forem praticadas por várias pessoas em concurso, embora diverso o 
tempo e o lugar); 
c) por reciprocidade (quando as infrações forem praticadas por várias pessoas, umas contra as outras). 
 
A conexão objetiva (prevista no inciso II do artigo 76 do CPP) se subdivide em: 
a) teleológica (quando uma infração visa facilitar a prática de outra); e 
b) consequencial (quando uma infração for praticada para conseguir impunida de ou vantagem em relação 
a outra). 
 
A conexão instrumental ou probatória ocorre quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas 
circunstâncias elementares influir na prova de outra infração (inciso III do artigo 76 do CPP). 
 
 Já a continência é regulada pelo artigo 77 do CPP: 
 
 
 
 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-pc-ba-escrivao-de-policia
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
79 
 
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: 
I -- duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; 
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts, 51, § 1º, 53, segunda parte, 
e 54 do Código Penal. 
 
O inciso I do artigo 77 do CPP trata da continência por cumulação subjetiva. Já o inciso II do mesmo 
artigo regula a continência por cumulação objetiva (caso haja concurso formal, erro na execução ou resultado 
diverso do pretendido com duplo resultado). 
 
JUÍZO PREVALENTE 
 
O CPP prescreve regras importantes acerca de qual deve ser o juízo prevalente em caso de conexão 
ou continência (vez que, em regra, a observância de uma ou outra imporá unidade de processo e julgamento). 
Acerca do tema, indispensável a leitura do artigo 78 do CPP: 
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as 
seguintes regras: 
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, 
prevalecerá a competência do júri; 
II - no concurso de jurisdições da mesma categoria: 
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; 
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as 
respectivas penas forem de igual gravidade; 
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; 
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação; 
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. 
 
Assim é que, invertendo a ordem do artigo acima transcrito, se houver concurso entre a jurisdição 
comum e a especial, prevalecerá esta (apenas caso a especial seja a Justiça Eleitoral, porque alhures se verá 
que caso exista conexão entre crime de competência da Justiça Militar e outro de competência da justiça 
comum, ocorrerá a separação de processos – porque a Justiça Militar só julga crimes militares). 
No concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação (o inciso III do 
artigo transcrito prescinde de maiores explicações, porque reafirma a prevalência da competência ratione 
personae). 
No concurso de jurisdições de mesma categoria, devem ser observados os critérios do inciso II do 
artigo 78 do CPP, na ordem das alíneas. 
Por fim, no concurso entre a competência do júri e outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a 
competência do júri (órgão de matriz constitucional, conforme artigo 5o, XXXVIII, da CF).PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
80 
 
SÍNTESE DOS INCISOS I, III E IV, DO ARTIGO 78 DO CPP 
CONEXÃO OU CONTINÊNCIA (JURISDIÇÃO) JUÍZO PREVALENTE 
Comum x Especial ESPECIAL 
Menor graduação x Maior graduação MAIOR GRADUAÇÃO 
Comum x Tribunal do Júri TRIBUNAL DO JÚRI 
 
 
SÍNTESE DO INCISO II, DO ARTIGO 78 DO CPP 
CONEXÃO OU CONTINÊNCIA DE JURISDIÇÃO DE 
MESMA CATEGORIA 
JUÍZO PREVALENTE 
SE AS INFRAÇÕES TÊM PENAS DIFERENTES DO LUGAR ONDE FOI PRATICADO A INFRAÇÃO MAIS 
GRAVE (MAIOR PENA MÁXIMA EM ABSTRATO) 
 
SE AS INFRAÇÕES TÊM PENAS IDÊNTICAS DO LUGAR ONDE FOI PRATICADO O MAIOR NÚMERO 
DE INFRAÇÕES 
 
SE A GRAVIDADE E A QUANTIDADE DE INFRAÇÕES 
FOREM IDÊNTICAS 
PREVENÇÃO 
 
 
 
SEPARAÇÃO DE PROCESSOS 
 
Apesar da existência de conexão ou continência, a lei estabelece algumas hipóteses em que deverá 
ocorrer a separação de processos. Essa separação pode ser obrigatória ou facultativa. 
 
1) OBRIGATÓRIA (art. 79 do CPP): 
I- no concurso entre a jurisdição comum e a militar; 
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. 
 
Nessas duas hipóteses, a separação dá-se desde o início, ou seja, são iniciadas duas ações autônomas. 
Já nas hipóteses seguintes, o processo inicia-se uno, havendo posterior desmembramento, 
 
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum correu, sobrevier o caso 
previsto no art. 152. 
 
Assim, havendo dois ou mais réus, se sobrevier doença mental a qualquer deles durante o tramitar 
da ação, ficará esta suspensa em relação ao doente, prosseguindo em relação aos demais. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
81 
 
: 
§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver co-réu foragido que não possa ser 
Julgado a revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461. 
 
a) Se houver corréu foragido que não possa ser julgado à revelia. 
 
Se o acusado for citado por edital e não comparecer em juízo para oferecer resposta escrita, nem 
nomear defensor, o processo ficará suspenso em relação a ele, nos termos do art. 366 do Código de Processo 
Penal. O processo, porém, prosseguirá em relação aos demais que tenham comparecido. 
 
b) Quando ocorrer a hipótese do art. 461. 
 
Após a reforma da Lei n. 11.689/2008, que alterou todo o procedimento do júri, a regra do antigo 
art. 461 foi substituída por aquelas do art. 469, § 1º.. No rito do júri, havendo dois ou mais réus com 
defensores diversos, caso não coincida a escolha dos jurados, e não seja obtido o número mínimo de sete 
deles para formar o Conselho de Sentença, torna-se impossível o julgamento de todos na mesma data. 
Assim, o processo será desmembrado, julgando-se apenas um deles de acordo com a ordem 
estabelecida no art. 469, § 2º. 
Observação: Ocorre também separação obrigatória do processo quando há dois ou mais réus e é 
aplicada a suspensão condicional do processo em relação a um deles, hipótese em que a instrução continua 
quanto aos demais (art. 89 da Lei n. 9.099/95). 
 
2) FACULTATIVA (art. 80 do CPP): 
 a) Quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes. 
 
Desde que tal fato possa prejudicar o tramitar da ação. 
 
b) Em razão do número excessivo de réus. 
c) Para não prolongar a prisão provisória de qualquer dos réus. 
d) Por qualquer outro motivo relevante. 
 
Em todas as hipóteses, o juiz decidirá a respeito da separação, levando em conta a sua conveniência 
para o bom andamento da ação penal. 
 
 
JÁ CAIU EM PROVA: 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
82 
 
INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador (adaptada) 
Jurisdição é o poder atribuído, constitucionalmente, ao Estado para aplicar a lei ao caso concreto, compondo 
litígios e resolvendo conflitos. Sobre a temática da competência jurisdicional é correto afirmar que. 
Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de 
tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão 
provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação 
R: Correto 
 
 
Por fim, cumpre transcrever o artigo 81, o qual trata da chamada perpetuatio jurisdicionis 
(perpetuação da competência). 
 
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no 
processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a pro ferir sentença absolutória 
ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará 
competente em relação aos demais processos. 
Parágrafo único: Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou 
continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o acusado, 
de maneira que exclua a competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente. 
 
AVOCAÇÃO 
 
É possível que, apesar da conexão ou continência, tenham sido instaurados processos diferentes, em 
razão de algum equívoco. Avocar significa chamar para si. Assim, o juiz prevalente oficia aos demais 
solicitando a remessa dos autos, para a sua reunião. É claro que os outros juízes podem discordar, hipótese 
em que deverão suscitar o conflito de jurisdição. 
A avocação somente é possível se nenhum dos processos estiver com sentença definitiva. 
Nesse sentido também a Súmula 235 do Superior Tribunal de Justiça: “A conexão não determina a 
reunião dos processos, se um deles já foi julgado”. 
 
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos diferentes, 
a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os 
outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos 
processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das penas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-aocp-2019-pc-es-investigador
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
83 
 
PREVENÇÃO 
 
É a prática de algum ato do processo ou mesmo anterior a este por algum juiz com competência para 
tal. Está incrustada no artigo 83 do CPP: 
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais 
juízes igualmente competentes ou com Jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos 
outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior 
ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78,II, c). 
Acerca do tema, Gustavo Badaró esclarece que "prevenção vem do latim prae-venire, que significa 
chegar antes. Prevenção é, portanto, a concentração, em um órgão jurisdicional, da competência que 
abstratamente já pertencia a mais de um órgão, inclusive a ele próprio, por ter atuado, previamente, no 
processo". 
 
DESCLASSIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
 
Se iniciado o processo, perante um juiz, houver desclassificação para infração de competência de 
outro, vários caminhos poderão ser seguidos, dependendo da hipótese concreta, uma vez que o Código de 
Processo Penal traça várias regras distintas a respeito: 
 
a) Em se tratando de um só crime apurado na ação penal, com a desclassificação, o juiz deverá remeter o 
processo ao juízo competente para o julgamento (art. 74, § 2o, do CPP). 
b) Se a desclassificação ocorrer na fase da pronúncia, o art. 419 do Código de Processo Penal estabelece 
que o processo será remetido ao juízo competente. 
 
Em tal hipótese, reza o art. 74, § 3o, do mesmo diploma que deverá ser observado o disposto no art. 
410. Este último dispositivo foi alterado pela Lei n. 11.689/2008, passando a dispor que o juizdeverá 
determinar a inquirição das testemunhas e a realização de eventuais diligências requeridas pelas partes. 
É evidente, também, que deverá interrogar o réu. Em suma, a instrução deverá ser refeita, até 
mesmo em face da nova redação do art. 399, § 22, do Código de Processo Penal, que diz que a sentença deve 
ser prolatada por juiz que tenha presidido a audiência. 
Importante salientar que a desclassificação tanto pode se dar para crime menos grave (de tentativa 
de homicídio para lesão corporal grave, p. ex.), como para delito mais grave (de homicídio para latrocínio). O 
que importa é que o juiz, ao entender que não se trata de crime de competência do júri, determina a remessa 
dos autos ao juízo competente. 
 
c) É possível que o júri não condene o réu pela prática de crime doloso contra a vida e também não o 
absolva dessa imputação, desclassificando a infração para outra de competência do juízo singular, 
hipótese em que o juiz suspenderá a votação e proferirá ele próprio a sentença (art. 492, § 1o, do CPP). 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
84 
 
Ex.: desclassificação de tentativa de homicídio para lesão corporal grave. Contudo, se a 
desclassificação for para infração de menor potencial ofensivo (p. ex., tentativa de homicídio para lesões 
leves), o juiz não deve pro ferir a sentença de imediato, devendo, antes disso, aplicar as regras da Lei n. 
9.099/95, como a composição civil, a coleta da representação, a transação penal e, somente se estas normas 
despenalizadoras não forem aplicadas com sucesso, é que deverá prolatar a sentença de mérito, condenando 
ou absolvendo o réu. 
 
Há, por outro lado, regras específicas para as hipóteses de conexão ou continência quando ocorre 
desclassificação ou absolvição em relação ao crime que havia dado competência ao juiz: 
 
a) No rito comum, mesmo tendo havido tal desclassificação ou absolvição, o juiz continua competente para 
julgar a outra infração penal ou o corréu. 
 
Ex.: cabendo ao Tribunal de Justiça julgar crime praticado pelo prefeito em coautoria com outra 
pessoa em razão de o primeiro gozar de prerrogativa de foro, caso venha o Tribunal a absolvê-lo, continuará 
competente para julgar a outra pessoa 
 
b) Se a pessoa estava sendo processada por um crime doloso contra a vida e por crime comum conexo, 
caso o juiz, na fase da pronúncia, desclassifique o crime doloso contra a vida para delito não abrangido 
pela competência do júri, deverá remeter os autos ao juízo competente, para apreciar ambos os delitos. 
Recebendo o processo, o juiz deverá observar o rito do art. 410 do Código de Processo Penal, com as 
alterações da Lei n. 11.689/2008. 
 
c) Se o réu estiver sendo julgado por crime doloso contra a vida e por crime comum conexo e houver 
absolvição em relação ao primeiro, caberá aos jurados apreciar a responsabilidade do acusado em relação 
ao outro, uma vez que, ao julgarem o mérito da infração de competência do júri, entenderam-se 
competentes para a análise das demais. 
 
Em caso de desclassificação do crime doloso contra a vida, porém, o crime conexo de natureza 
diversa, será julgado pelo juiz presidente (art. 492, § 2). 
 
 
Trataremos a partir de agora dos temas mais importantes veiculados pela jurisprudência dos Tribunais 
Superiores. 
 
4. CRIMES POLÍTICOS 
 
● Antes da CF/88 – competência da Justiça Militar (art. 30, Lei 7170/83). 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
85 
 
● Com da CF/88 – competência da Justiça Federal 
 
⇨ O art. 30 da Lei nº 7.170/83 afirma que os crimes contra a Segurança Nacional são de competência 
da Justiça Militar. Este dispositivo não foi recepcionado pelo art. 109, IV, da CF/88, ou seja, a regra 
ali exposta não é mais válida. Assim, com a CF/88, os crimes previstos na Lei de Segurança Nacional 
passaram a ser de competência da Justiça Federal comum (Juiz Federal de 1ª instância). 
 
Requisitos para ser crime político 
1. Estar previsto na Lei de Segurança Nacional – Lei 7170/83 
2. Ter motivação política 
 
Inf. 885, 1ª T. STF – 2017: 
O réu ingressou clandestinamente em uma Usina Hidrelétrica e alterou a posição 
da chave da bomba de alta pressão de óleo. O MPF denunciou o agente pela prática 
do delito de sabotagem, previsto no art. 15 de Lei de Segurança Nacional (Lei nº 
7.170/83), que consiste em crime político. 
 
O STF entendeu que não houve crime político considerando que: 
1) Não houve lesão real ou potencial a um dos bens jurídicos listados no art. 1º da Lei nº 7.170/83 
(requisito objetivo); e 
2) O agente não tinha motivação política (requisito subjetivo). 
 
Além disso, o Tribunal entendeu que se tratava de crime impossível, considerando que essa 
alteração da posição da chave não tinha condão de provocar qualquer embaraço ao funcionamento da 
Usina. STF. 1ª Turma. RC 1473/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14/11/2017 (Info 885). 
Para que se configure crime político, além de a conduta estar enquadrada em um dos tipos previstos 
na Lei nº 7.170/83, exige-se também que fique comprovada a motivação política do agente. Assim, para que 
seja crime político, exige-se um especial fim de agir do réu (“dolo específico”), que é a motivação política do 
agente. 
Desse modo, pode-se dizer que para que uma conduta seja enquadrada em um dos tipos penais 
previstos na Lei de Segurança nacional, isto é, para que seja considerada crime político, exige-se o 
preenchimento de requisitos de ordem objetiva (art. 2º, II c/c art. 1º) e de ordem subjetiva (art. 2º, I): 
 
1) Requisito de ordem objetiva - lesão real ou potencial a um dos bens jurídicos listados no art. 1º da 
Lei nº 7.170/83. 
 
2) Requisito de ordem subjetiva - o agente deve ter motivação e objetivos políticos em sua conduta. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
86 
 
(...) O Supremo Tribunal Federal, a partir de interpretação sistemática da Lei nº 
7.170/83, assentou que, para a tipificação de crime contra a segurança nacional, 
não basta a mera adequação típica da conduta, objetivamente considerada, à figura 
descrita no art. 12 do referido diploma legal. 2. Da conjugação dos arts. 1º e 2º da 
Lei nº 7.170/83, extraem-se dois requisitos, de ordem subjetiva e objetiva: i) 
motivação e objetivos políticos do agente, e ii) lesão real ou potencial à integridade 
territorial, à soberania nacional, ao regime representativo e democrático, à 
Federação ou ao Estado de Direito. (...) STF. Plenário. RC 1472, Rel. Min. Dias Toffoli, 
julgado em 25/05/2016. 
 
4.1 Infrações Penais Praticadas em Detrimento de Bens, Serviços ou Interesses da União ou de suas 
Entidades Autárquicas ou Empresa Pública 
 
Salienta-se que a lesão deve ser direta e imediata. Assim, tratando-se de uma lesão indireta/reflexa, 
a competência será da Justiça Comum Estadual. Nesse sentindo, a Súmula 107 do STJ: 
 
Súmula 107 STJ - Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de 
estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das 
contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal. 
 
Algumas hipóteses de julgamento: 
 
1) Por vislumbrar malferimento a bens, serviços e interesses da União e da Aneel, compete à Justiça 
Federal julgar crime relacionado ao apagão ocorrido no Estado do Amapá (STJ. CC 177.048, 3ª Seção, 
julgado em 12.03.2021). 
 
2) Fraude eletrônica em detrimento de correntista da Caixa Econômica Federal, cuja agência está 
localizada em São Paulo e os saques fraudulentos são realizados em Curitiba: 
 
Poderá caracterizar um furto qualificado pelo emprego de fraude (art. 155, §4º, II do CP) ou um 
estelionato (art. 171 do CP). No estelionato, a vítima é enganada e ela mesma entrega a vantagem para o 
agente. No furto mediante fraude, geralmente,através de um vírus o agente consegue captar a senha da 
vítima e passa a movimentar a conta. 
No exemplo acima, trata-se um furto qualificado mediante fraude. Para a jurisprudência, como a 
fraude foi usada para burlar o sistema de vigilância do banco, quem suportará o prejuízo financeiro é a 
instituição bancária. 
Sujeito passivo é a instituição bancária, pois ela que teve o sistema de segurança violado. Assim 
sendo, a competência é da Justiça Federal. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
87 
 
Qual foro competente? O delito de furto consuma-se no local em que a coisa é retirada da esfera de 
disponibilidade da vítima, ou seja, a competência territorial será determinada em virtude do local onde 
mantida a conta corrente. (Art. 70 CPP). Portanto, no exemplo, será julgado em São Paulo. 
 
3) Roubo contra casa lotérica: 
 
A competência será da Justiça Estadual, pois se trata de uma pessoa jurídica de direito privado. Na 
verdade, é uma permissionária de serviço público. 
 
4) Roubo contra agência dos correios: 
 
Se o crime for praticado em detrimento de uma franquia dos Correios, a competência será da Justiça 
Estadual; se o crime for cometido contra o próprio ente da Administração Indireta Federal ou um carteiro, a 
competência será da Justiça Federal (STJ HC 39200). 
Fique atento à jurisprudência: 
 
Compete à Justiça Federal julgar crime contra a vida em desfavor de policiais 
militares, consumado ou tentado, praticado no contexto de crime de roubo 
armado contra órgãos, autarquias ou empresas públicas da União 
Compete à Justiça Estadual julgar o crime de homicídio praticado contra policiais 
militares estaduais, ainda que no contexto do delito federal de contrabando (STJ. 
3ª Seção. CC 153.306/RS, Rel. p/ Acórdão Min. Maria Thereza de Assis Moura, 
julgado em 22/11/2017). Ex: o sujeito ativo trazia cigarros importados em seu 
veículo e, para fugir de uma blitz, atirou e matou um dos policiais militares. Situação 
diversa, entretanto, é aquela em que o crime contra a vida em desfavor de 
agentes estatais, consumado ou tentado, é praticado no contexto de crime de 
roubo armado contra órgãos, autarquias ou empresas públicas da União. Isso 
porque, nesta hipótese, a íntima relação entre a violência, elementar do crime de 
roubo, e o crime federal (roubo armado) atrai a conexão. Ex: o sujeito ativo 
cometeu roubo contra os Correios; depois de consumado, passou a ser perseguido 
por policiais militares e atirou contra eles, matando um e ferindo o outro. O roubo 
e os delitos de homicídio serão julgados conjuntamente pela Justiça Federal. STJ. 
3ª Seção. CC 165117-RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 23/10/2019 (Info 
659). 
 
5) Crime cometido em detrimento da FUNASA: 
 
A FUNASA é uma Fundação Pública Federal. De acordo com o STF, trata-se de uma espécie de 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/39e98420b5e98bfbdc8a619bef7b8f61?categoria=12&subcategoria=127&assunto=292
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/39e98420b5e98bfbdc8a619bef7b8f61?categoria=12&subcategoria=127&assunto=292
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/39e98420b5e98bfbdc8a619bef7b8f61?categoria=12&subcategoria=127&assunto=292
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
88 
 
autarquia federal, por isso a competência será da Justiça Federal. 
 
6) Crime cometido em detrimento da OAB: 
 
O STF entende que a OAB possui natureza jurídica sui generis, cabendo à Justiça Federal processar e 
julgar os crimes contra a OAB. 
7) Crime contra o Banco do Brasil: 
 
A competência será da Justiça Estadual, tendo em vista que o Banco do Brasil é uma sociedade de 
economia mista. 
Nesse sentindo, a Súmula 42 do STJ: 
 
Súmula 42 - Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis 
em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu 
detrimento. 
 
8) Crimes contra bens tombados: 
 
Deve-se analisar o responsável pelo tombamento do bem. Desta forma, quando o bem tiver sido 
tombado pela União a competência será da Justiça Federal. 
Por outro lado, a competência será da Justiça Estadual quando o bem tiver sido tombado pelo 
Município, pelo Estado ou pelo DF. 
 
9) Crime cometido contra consulado estrangeiro: 
 
A competência será da Justiça Estadual. 
 
10) Desvio de verba federal: 
 
Se as verbas federais ainda estiverem sujeitas à prestação de contas, a competência será da Justiça 
Federal. 
 
Súmula 208 do STJ - Compete à Justiça Federal processar e julgar Prefeito Municipal 
por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal (TRF). 
 
Por outro lado, quando não há mais prestação de contas, estando a verba incorporada, a 
competência será da Justiça Estadual. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
89 
 
Súmula 209/STJ - Compete à Justiça Estadual processar e julgar Prefeito por desvio 
de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal. 
 
11) Falsificação de moeda estrangeira: 
 
A competência será da Justiça Federal, tendo em vista que atinge o Banco Central do Brasil (autarquia 
federal) a quem incumbe fiscalizar a circulação de moeda estrangeira no Brasil. 
 
 Cuidado com o recente julgamento do STJ: 
 
Os crimes relacionados com pirâmide financeira envolvendo criptomoedas são, 
em princípio, de competência da Justiça Estadual. Ausentes os elementos que 
revelem ter havido evasão de divisas ou lavagem de dinheiro em detrimento de 
interesses da União, compete à Justiça Estadual processar e julgar crimes 
relacionados a pirâmide financeira em investimento de grupo em criptomoeda. A 
captação de recursos decorrente de “pirâmide financeira” não se enquadra no 
conceito de atividade financeira, razão pela qual o deslocamento do feito para a 
Justiça Federal se justifica apenas se demonstrada a prática de evasão de divisas ou 
de lavagem de dinheiro em detrimento de bens e serviços ou interesse da União. 
STJ. 3ª Seção. CC 170392-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 10/06/2020 
(Info 673). 
 
12) Crime cometido contra (ou por) funcionário público federal: 
Quando o crime tiver sido praticado em razão da função, a competência será da Justiça Federal. 
 
Súmula 147/STJ - Compete à justiça federal processar e julgar os crimes praticados 
CONTRA (E POR) funcionário público federal, quando relacionados com o exercício 
da função. 
 
Atente-se que é indispensável o nexo funcional entre o crime e as funções exercidas pelo funcionário 
público. Inclusive, o STJ tem jurisprudência nesse sentido: 
 
Compete à Justiça Estadual julgar homicídio praticado por Policial Rodoviário 
Federal após desavença no trânsito ocorrida no seu deslocamento de casa para o 
trabalho.Policial Rodoviário Federal, durante o trajeto de sua casa para o trabalho, 
envolveu-se em uma desavença no trânsito com o condutor de um veículo que 
dirigia sem respeitar a sinalização e em alta velocidade. O Policial efetuou disparos 
que resultaram na morte do condutor. A competência para julgar essa acusação de 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/987b75e2727ae55289abd70d3f5864e6?categoria=12&subcategoria=127&ano=2020
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/987b75e2727ae55289abd70d3f5864e6?categoria=12&subcategoria=127&ano=2020
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/15f99f2165aa8c86c9dface16fefd281?categoria=12&subcategoria=127&assunto=292
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/15f99f2165aa8c86c9dface16fefd281?categoria=12&subcategoria=127&assunto=292
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/15f99f2165aa8c86c9dface16fefd281?categoria=12&subcategoria=127&assunto=292
PREPARAÇÃO EXTENSIVAAGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
90 
 
homicídio é da Justiça Estadual. A competência da Justiça Federal pressupõe a 
demonstração concreta das situações veiculadas no art. 109 da CF/88. A mera 
condição de servidor público não basta para atraí-la, na medida em que o interesse 
da União há de sobressair das funções institucionais, não da pessoa do agente. A 
infração penal cometida pelo réu no deslocamento até o local de trabalho não 
guarda qualquer vinculação com o exercício das funções de Policial Rodoviário 
Federal. STF. 1ª Turma.HC 157012/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 
10/12/2019 (Info 963). 
 
13) Crime contra o meio ambiente: 
 
Por muitos anos, vigorou a Súmula 90 do STJ - Compete a justiça federal processar e julgar os crimes 
praticados contra a fauna (CANCELADA) 
A Súmula foi cancelada, pois com a CF/88 e a nova Lei de Crimes ambientais firmou-se o 
entendimento de que a preservação do meio ambiente é de interesse de toda a coletividade e não apenas 
da União. 
Em regra, são crimes de competência da Justiça Estadual. 
 
Exceções que levam para Justiça Federal: 
● Quando o crime ambiental for praticado no interior de bem da União, competência da Justiça 
Federal. Exemplo: Pesca proibida (período) em mar territorial, que é bem da União. 
 
● Crime ambiental praticado no Rio Real (divisa de Sergipe e Bahia). É da JF, pois rio que faz divisa ou 
fronteira é bem da União. 
 
● Extração ilegal de recursos minerais. Como recursos minerais são bens da União, a competência será 
da Justiça Federal, ainda que sejam extraídos em propriedade particular. 
 
● Cativeiro de animais da fauna exótica: Para o STF e STJ, é competência da JF, pois estaria atentando 
contra um serviço de fiscalização do IBAMA (autarquia federal). 
 
Para ser crime da competência da JC Federal: 
a. Tem que envolver animais silvestres, ameaçados de extinção, espécimes exóticas, ou 
protegidos por compromissos internacionais assumidos pelo Brasil 
b. Tem que ter caráter transnacional. 
 
STF, Plenário. RE/RG 835558-SP – 2017: 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
91 
 
Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime ambiental de caráter 
transnacional que envolva animais silvestres, ameaçados de extinção e espécimes 
exóticas ou protegidas por compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. 
 
● Crimes ambientais relacionados com organismos geneticamente modificados. Ex: Cultivo de soja 
transgênica em desacordo com a legislação vigente. Crime de competência da JF. STJ CC 41301. 
 
● Crimes praticados em unidade de conservação federal. Veja a jurisprudência sobre o tema: 
 
Se o crime ambiental for cometido em unidade de conservação criada por decreto 
federal, a competência para julgamento será da Justiça Federal tendo em vista 
que existe interesse federal na manutenção e preservação da região. Logo, este 
delito gera possível lesão a bens, serviços ou interesses da União, atraindo a regra 
do art. 109, IV, da Constituição Federal. STJ. 3ª Seção. CC 142.016/SP, Rel. Min. 
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 26/08/2015. Por outro lado, não haverá 
competência da Justiça Federal se o crime foi praticado dentro de área de 
proteção ambiental criada por decreto federal, mas cuja fiscalização e 
administração foi delegada para outro ente federativo. Conflito conhecido para 
declarar a competência do Juízo de Direito da Vara Criminal e Tribunal do Júri de 
São Sebastião/DF, o suscitado. STJ. 3ª Seção. CC 158.747/DF, Rel. Min. Sebastião 
Reis Júnior, julgado em 13/06/2018. 
 
OBS: Floresta Amazônica, Serra do Mar, Pantanal Mato-grossense, Zona Costeira e Mata Atlântica fazem 
parte do Patrimônio Nacional, que não se confunde com o patrimônio da União. Por isso, os crimes 
praticados nos locais citados serão julgados e processados pela Justiça Estadual. 
 
OBS.: O mero financiamento da Caixa Econômica Federal não atrai a competência para a Justiça Federal. 
Diferente seria se a CEF atuasse como EXECUTORA ou FISCALIZADORA das obras, hipótese em que atrairia a 
competência para a Justiça Federal. 
 
Não compete à JF julgar crime ambiental ocorrido em programa Minha Casa Minha 
Vida pelo simples fato de a CEF ter atuado como agente financiador da obra 
Compete à Justiça estadual o julgamento de crime ambiental decorrente de 
construção de moradias de programa habitacional popular, nas hipóteses em que 
a Caixa Econômica Federal atue, tão somente, na qualidade de agente financiador 
da obra. O fato de a CEF atuar como financiadora da obra não tem o condão de 
atrair, por si só, a competência da Justiça Federal. Isto porque para sua 
responsabilização não basta que a entidade figure como financeira. É necessário 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ddb1b62e0c8c0b8b020fb2a35cee6494?categoria=12&subcategoria=127&assunto=292
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ddb1b62e0c8c0b8b020fb2a35cee6494?categoria=12&subcategoria=127&assunto=292
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
92 
 
que ela tenha atuado na elaboração do projeto ou na fiscalização da segurança e 
da higidez da obra. STJ. 3ª Seção.CC 139197-RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado 
em 25/10/2017 (Info 615). 
 
● A Justiça Federal é competente para processar e julgar os crimes ambientais e contra a vida 
decorrentes do rompimento da barragem em Brumadinho/MG (RHC 151.405-MG, 6ª Turma, julgado 
em 19/10/2021) 
 
14) Crimes de Contrabando e Descaminho 
 
Os crimes de contrabando e descaminho atraem o interesse direto da União, motivo pelo qual são 
julgados pela justiça Federal. 
Fique atento à jurisprudência: 
 
Justiça Federal é competente para julgar venda de cigarro importado, permitido 
pela ANVISA, desacompanhada de nota fiscal e sem comprovação de pagamento 
do imposto de importação 
Compete à Justiça Federal a condução do inquérito que investiga o cometimento 
do delito previsto no art. 334, § 1º, IV, do Código Penal, na hipótese de venda de 
mercadoria estrangeira, permitida pela ANVISA, desacompanhada de nota fiscal e 
sem comprovação de pagamento de imposto de importação. STJ. Plenário. CC 
159680-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 08/08/2018 (Info 
631). Compete à Justiça Federal o julgamento dos crimes de contrabando e de 
descaminho, ainda que inexistentes indícios de transnacionalidade na conduta. 
STJ. 3ª Seção. CC 160748-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 
26/09/2018 (Info 635). 
 
15) Crimes contra a fé pública: 
 
Há algumas regras para determinar a competência nos crimes contra a fé pública. A seguir veremos 
cada uma delas. 
 
● FALSIFICAÇÃO – a competência é fixada de acordo com O ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA EMISSÃO DO 
DOCUMENTO. 
 
· Ex.1: a falsificação de CNH será julgada pela Justiça Estadual, uma vez que é emitida pelo 
DETRAN. 
· Ex.2: falsificação de CPF, será julgada e processada pela Justiça Federal, uma vez que é emitido 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f449d27f42a9b2a25b247ac15989090f?categoria=12&subcategoria=127&assunto=292
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f449d27f42a9b2a25b247ac15989090f?categoria=12&subcategoria=127&assunto=292
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f449d27f42a9b2a25b247ac15989090f?categoria=12&subcategoria=127&assunto=292
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
93 
 
pela Receita Federal. 
· Ex.3: Falsificação de diploma de curso superior de estabelecimento de ensino particular – Justiça 
Federal (pois envolve o Ministério da Educação). 
 
Obs.1: Diferentemente ocorre com a falsificação de documento relativo a estabelecimento particular de 
ensino, em que a competência é da JustiçaEstadual, conforme Súmula 104, STJ. 
 
S. 104, STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de 
falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de 
ensino. 
 
Obs.2: Cuidado com a falsificação de carteira de arrais-armador, emitido pela Marinha do Brasil para que se 
possa pilotar pequenas embarcações, pois a competência será da Justiça Federal e não da Justiça Militar. 
 
Nesse sentindo, a Sumula Vinculante 36: 
 
SV 36 - Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado pelos 
crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se tratar de falsificação 
da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de Habilitação de Arrais-
Amador (CHA), ambas expedidas pela Marinha do Brasil. 
 
● USO DE DOCUMENTO FALSO 
 
A competência será determinada com base na PESSOA PREJUDICADA PELO USO, pouco importando 
o órgão emissor do documento. 
Imagine, por exemplo, que João, em uma blitz do órgão municipal de trânsito, apresentou sua 
Carteira de Habilitação falsificada. O agente de trânsito, percebendo a falsificação, chamou um PM e João foi 
preso em flagrante por uso de documento falso (art. 304 do CP). Trata-se de competência da Justiça Estadual. 
Isso porque o uso do documento falso foi utilizado para iludir o serviço de segurança viária realizado pelo 
Município. Logo, não há nenhum interesse federal no crime praticado, não sendo competência da Justiça 
Federal por não se enquadrar em nenhuma das hipóteses do art. 109 da CF/88. 
Diferentemente seria se João apresentasse documento falso numa blitz realizada pela Polícia 
Rodoviária Federal, hipótese em que atrairia a competência da Justiça Federal. 
 
Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de 
documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado 
o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
94 
 
● USO DE DOCUMENTO FALSO PELO MESMO AUTOR DA FALSIFICAÇÃO: 
 
Nesse caso, devemos aplicar o Princípio da Consunção, tendo em vista que o crime de uso de 
documento falso é mero exaurimento da falsificação anterior. Assim, a competência será determinada de 
acordo com o ÓRGÃO QUE EXPEDE O DOCUMENTO, independentemente da pessoa prejudicada pelo seu 
uso. 
 
● FALSIFICAÇÃO OU USO DE DOCUMENTO FALSO COMO CRIME MEIO PARA A PRÁTICA DE UM CRIME 
FIM. 
 
Nesse caso, também se aplica o Princípio da Consunção, tendo em vista que que o crime de falso é 
apenas um meio para a prática de outro crime posterior (crime fim). Nesse sentido, a competência será 
determinada de acordo com o SUJEITO PASSIVO DO CRIME FIM. 
 
Atenção1 : Contravenções Penais: 
Quem processa e julga as contravenções praticadas contra a União, Autarquia e Empresa Pública 
Federal? Serão julgadas pela Justiça ESTADUAL, sempre, mesmo que conexas com crime de competência 
da federal, conforme art. 109, IV da CF. 
Exceção: contravenção praticada por agente com foro por prerrogativa de função. A contravenção 
então poderá ser julgada na justiça federal. 
Ex.: Juiz federal → TRF. 
Nesse sentido a Súmula 38 STJ: 
 
CF Art. 109, IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento 
de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou 
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da 
Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
 
Súmula: 38/STJ - Compete a justiça estadual comum, na vigência da Constituição 
de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento 
de bens, serviços ou interesse da união ou de suas entidades. 
 
Atenção 2: Execução Penal 
● A competência é fixada com base na natureza do estabelecimento prisional. 
● É irrelevante saber de qual Justiça proveio a condenação. 
a. condenado federal – estabelecimento prisional estadual – JC Estadual 
b. condenado estadual – estabelecimento prisional federal – JC Federal 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
95 
 
Súmula 192, STJ: Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das 
penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando 
recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual. 
 
4.2 Os Crimes Previstos em Tratado ou Convenção Internacional, Quando, Iniciada a Execução no país, o 
Resultado Tenha ou Devesse ter Ocorrido no Estrangeiro, ou Reciprocamente 
 
Requisitos 
1. Crimes com previsão em Tratados ou convenções internacionais 
2. Crime à distância – iter criminis com origem ou destino no Brasil 
3. Internacionalidade do resultado – o crime tem que ser internacional 
 
Exemplos de crimes possíveis: 
 
a) Tráfico transnacional de drogas (art. 70, da Lei nº 11.343/2006); 
Há dispensa da efetiva transposição de fronteira. Basta o intuito de transferência da droga para outro 
país. 
Exige a dupla imputação: a droga tem que ser ilícita nos 2 países envolvidos. 
Ex. Tráfico internacional: flagrante no embarque de aeroporto internacional com bilhete de voo para 
outro país 
 
b) Tráfico internacional de arma de fogo (art. 18 da Lei nº 10.826/2003); 
c) Tráfico internacional de pessoas (art. 149-A, §1º, IV, do CP) 
d) Envio ilegal de criança ou adolescente para o exterior (art. 239 do ECA). 
Obs.: pornografia infantil praticada por meio da internet. 
● Art. 241 – A, ECA 
● Art. 241- B, ECA 
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou 
divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou 
telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito 
ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão, de 3 (três) a 
6 (seis) anos, e multa. (...) 
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou 
outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica 
envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e 
multa. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
96 
 
Segundo entendimento pacífico da jurisprudência, o fato de o delito ter sido cometido pela rede 
mundial de computadores não atrai, por si só, a competência da Justiça Federal. Para que o delito cometido 
por meio da internet seja julgado pela Justiça Federal, é necessário que se amolde em umas das hipóteses 
elencadas no art. 109, IV e V, da CF/88. 
É preciso analisar se houve internacionalidade da conduta, possibilidade de transposição de 
fronteiras. 
 
· Ex. Justiça Estadual - troca de e-mails entre 2 brasileiros, no Brasil. 
· Ex. Justiça Federal - colocar fotos em site aberto. 
 
Vamos entender a explicação? 
 
O STF fixou a seguinte tese no Informativo 805 (com repercussão geral): Compete à Justiça Federal 
processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo 
criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e 241-B do ECA), quando praticados por meio da rede mundial de 
computadores (internet). STF. Plenário. RE 628624/MG, Rel. orig. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. 
Edson Fachin, julgado em 28 e 29/10/2015 (repercussão geral) (Info 805). 
O STJ, interpretando a decisão do STF, afirmou que, quando se fala em “praticados por meio da rede 
mundial de computadores (internet)”, o que o STF quer dizer é que a postagem de conteúdo pedófilo-
pornográfico deve ter sido feita em um ambiente virtual propício ao livre acesso. Por outro lado, se a troca 
de material pedófilo ocorreu entre destinatários certos no Brasil, não há relação de internacionalidade e, 
portanto, a competência é da Justiça Estadual. 
Assim, o STJ afirmou que a definição da competência parajulgar o delito do art. 241-A do ECA passa 
pela seguinte análise: 
 
1) Se ficar constatada a internacionalidade da conduta: Justiça FEDERAL. Ex: publicação do material 
feita em sites que possam ser acessados por qualquer sujeito, em qualquer parte do planeta, desde 
que esteja conectado à internet. 
 
2) Nos casos em que o crime é praticado por meio de troca de informações privadas, como nas 
conversas via Whatsapp ou por meio de chat na rede social Facebook: Justiça ESTADUAL. Isso 
porque tanto no aplicativo WhatsApp quanto nos diálogos (chat) estabelecido na rede social 
Facebook, a comunicação se dá entre destinatários escolhidos pelo emissor da mensagem. Trata-se 
de troca de informação privada que não está acessível a qualquer pessoa. Desse modo, como em tais 
situações o conteúdo pornográfico não foi disponibilizado em um ambiente de livre acesso, não se 
faz presente a competência da Justiça Federal. STJ. 3ª Seção. CC 150.564-MG, Rel. Min. Reynaldo 
Soares da Fonseca, julgado em 26/4/2017 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
97 
 
 Veja a recente decisão sobre o tema: 
 
Compete à Justiça Federal julgar os crimes dos arts. 241, 241-A e 241-B do ECA, se 
a conduta de disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo criança 
ou adolescente tiver sido praticada pela internet e for acessível 
transnacionalmente 
Redação anterior da tese do Tema 393: Compete à Justiça Federal processar e julgar 
os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material pornográfico 
envolvendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e 241-B da Lei nº 8.069/1990) 
quando praticados por meio da rede mundial de computadores. STF. Plenário. RE 
628624/MG, Rel. orig. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, 
julgado em 28 e 29/10/2015 (Repercussão Geral – Tema 393) (Info 805). Redação 
atual, modificada em embargos de declaração: Compete à Justiça Federal 
processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material 
pornográfico, acessível transnacionalmente, envolvendo criança ou adolescente, 
quando praticados por meio da rede mundial de computadores (arts. 241, 241-A 
e 241-B da Lei nº 8.069/1990). STF. Plenário. RE 628624 ED, Rel. Edson Fachin, 
julgado em 18/08/2020 (Repercussão Geral – Tema 393) (Info 990 – clipping). 
 
Com base no mesmo raciocínio, a 3ª Seção do STJ decidiu, em 13.05.2020, que o crime de racismo 
contra o povo judeu, praticado através rede social de grande alcance (Fracebook), deve ser julgado pela 
Justiça Federal (C.C. 163.420). 
Isso porque, considerando que as mensagens de cunho discriminatório veiculadas em rede social são 
perfeitamente acessíveis no exterior, tem-se configurada a potencial transnacionalidade do crime, ainda que 
o conteúdo não tenha sido efetivamente visualizado fora do território nacional. 
 
 
Compete à Justiça Federal conceder medida protetiva em favor de mulher 
ameaçada por ex-namorado que mora nos EUA e faz as ameaças por meio do 
Facebook 
Compete à Justiça Federal apreciar o pedido de medida protetiva de urgência 
decorrente de crime de ameaça contra a mulher cometido por meio de rede social 
de grande alcance, quando iniciado no estrangeiro e o seu resultado ocorrer no 
Brasil. STJ. 3ª Seção.CC 150712-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 
10/10/2018 (Info 636). 
 
 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/96f0a190986ed55124c246fd4c7e412f?categoria=12&subcategoria=127
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/96f0a190986ed55124c246fd4c7e412f?categoria=12&subcategoria=127
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/96f0a190986ed55124c246fd4c7e412f?categoria=12&subcategoria=127
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/96f0a190986ed55124c246fd4c7e412f?categoria=12&subcategoria=127
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f169b1a771215329737c91f70b5bf05c?categoria=12&subcategoria=127&assunto=292
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f169b1a771215329737c91f70b5bf05c?categoria=12&subcategoria=127&assunto=292
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f169b1a771215329737c91f70b5bf05c?categoria=12&subcategoria=127&assunto=292
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
98 
 
4.2.1 As causas relativas a Direitos Humanos a que se Refere o § 5º deste artigo 
 
● É chamado de IDC – incidente de descolamento de competência 
● Fenômeno da federalização dos crimes contra direitos humanos. 
O crime, em regra, é da Justiça Estadual, mas a competência é deslocada para a Justiça Federal 
● Objetivo: evitar uma possível responsabilização no plano internacional diante do risco concreto de 
sanção internacional. 
● Legitimidade: PGR (Procurador Geral da República) 
● Competência para deferir o pedido: STJ. 
 
Requisitos: 
1. Crime com grave violação a Direitos Humanos – com dimensão metaindividual. 
2. Negligência do Estado-membro em promover a persecução penal 
3. Risco concreto de imposição de sanção internacional pelo descumprimento dos compromissos 
assumidos. 
 
4.3 Crimes contra a Organização do Trabalho; 
 
● Crimes com dimensão meta individual – com multiplicidade de vítimas. 
● Tem que haver violação aos direitos dos trabalhadores coletivamente considerados. 
 
Obs.: crime de redução a condição análoga de escravo (art. 149, CP): STJ + STJ - Competência da Justiça 
Federal. 
 
Tese com repercussão geral – Inf. 809, STF (2015): Compete à justiça federal 
processar e julgar o crime de redução à condição análoga à de escravo (art. 149 do 
CP). O tipo previsto no art. 149 do CP caracteriza-se como crime contra a 
organização do trabalho e, portanto, atrai a competência da justiça federal (art. 
109, VI, da CF/88). 
 
 
Obs.: De quem é a competência para julgar o crime de omissão de anotação de vínculo empregatício na CTPS 
(art. 297, § 4º, do CP)? 
 
STJ: Justiça FEDERAL. O sujeito passivo primário do crime omissivo do art. 297, § 4.º, do Diploma Penal, é o 
Estado, e, eventualmente, de forma secundária, o particular, terceiro prejudicado, com a omissão das 
informações, referentes ao vínculo empregatício e a seus consectários da CTPS. Cuida-se, portanto de delito 
que ofende de forma direta os interesses da União, atraindo a competência da Justiça Federal, nos termos do 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
99 
 
art. 109, IV, da CF/88. 
 
Nesse sentido: STJ. 3ª Seção. CC 145567/PR, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado 
em 27/04/2016. * 1ª Turma do STF: Justiça ESTADUAL. Nesse sentido: 1ª Turma. 
Ag.Reg. na Pet 5084, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/11/2015. 
 
4.4 Crimes Contra o Sistema Financeiro e a Ordem Econômico-Financeira 
 
CF Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, 
contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; 
Para que esse crime seja da competência federal, a lei deve assim dizer. Se a lei 
não dispuser, não há o que falar nesses crimes na JF. Leis: 
 
Primeiro ponto que se deve ter atenção é que, os crimes praticados contra o Sistema Financeiro e 
Ordem Econômico Financeira somente serão de competência da Justiça Federal se houver previsão legal! 
Portanto: 
▪ Regra: Justiça Estadual 
▪ Exceção: Justiça Federal – nos casos previstos em LEI. 
 
1) Lei 8.176/91 – Adulteração de Combustíveis: 
● A lei silencia, então é da Justiça Estadual. Pouco importa o fato de a ANP fazer a fiscalização. 
 
2) Lei 9.613/98 – Lavagem de Capitais: 
● Em regra, é da Justiça Estadual. 
● Exceções: 
a. Quando o crime for praticado em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, 
suas autarquias ou EP. 
b. Quandoa infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal. 
 
Lei n. 9.613/98 - art. 2º: “O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: 
III – são da competência da Justiça Federal: 
a) Quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, 
ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades 
autárquicas ou empresas públicas; 
b) Quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal”. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
100 
 
4.5 Crimes Cometidos a Bordo de Navios e Aeronaves 
 
CF Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência 
da Justiça Militar; 
 
Devemos estudar em conjunto com o CP. Vide art. 5º. 
 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de 
direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional 
as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do 
governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as 
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, 
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves 
ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em 
pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas 
em porto ou mar territorial do Brasil. 
 
● “Navio”: embarcação de grande porte. Para que o crime seja de competência da Justiça Federal, é 
necessário que o navio seja uma “embarcação de grande porte”. Assim, se o delito for cometido a bordo 
de um pequeno barco, lancha, veleiro etc., a competência será da Justiça Estadual. 
 
ATENÇÃO: Navio em situação de deslocamento internacional ou em situação de potencial deslocamento: 
 
Para que o crime cometido a bordo de navio seja de competência da Justiça Federal, é necessário 
que o navio esteja em deslocamento internacional ou em situação de potencial deslocamento (ex: está 
parado provisoriamente no porto, mas já seguirá rumo a outro país). 
Se o navio estiver atracado e não se encontrar em potencial situação de deslocamento, a 
competência será da Justiça Estadual. 
 
 Pergunta-se: O que é situação de potencial deslocamento? Trata-se de conceito que deverá ser 
avaliado no caso concreto. 
 
· Ex1: se o navio (um transatlântico) se encontrava parado no porto para reabastecimento e, após 
este ser concluído, quando estava preparado para sair, ocorreu um delito em seu interior, pode-
se entender que ele está em situação de potencial deslocamento internacional, sendo este 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
101 
 
delito de competência da Justiça Federal. 
 
· Ex2: se o navio estiver no estaleiro, para conserto, sem previsão de nova viagem, não se pode 
dizer que está em potencial deslocamento, sendo de competência da Justiça Estadual o 
julgamento de eventual delito ali cometido. 
 
Conclusão: A embarcação deve estar apta, portanto, a realizar viagens internacionais. 
 
● “Aeronave voando ou parada”: a competência será da Justiça Federal mesmo que o crime seja 
cometido a bordo de uma aeronave pousada e mesmo que se trate de aeronave de pequeno porte!!! 
Assim, não é necessário que a aeronave esteja em movimento para a competência ser da Justiça 
Federal. 
 
Portanto, cuidado para não confundir!!! 
AERONAVE pousada – competência da JC Federal 
NAVIO ancorado – competência da JC ESTADUAL, SALVO se estiver em situação de potencial deslocamento 
 
ATENÇÃO! Balão não se confunde com Aeronave! Assim, crimes cometidos a bordo de BALÃO, serão de 
competência da Justiça Estadual! 
 
Compete à Justiça Estadual o julgamento de crimes ocorridos a bordo de balões de 
ar quente tripulados. Os balões de ar quente tripulados não se enquadram no 
conceito de “aeronave” (art. 106 da Lei nº 7.565/86), razão pela qual não se aplica 
a competência da Justiça Federal prevista no art. 109, IX, da CF/88). STJ. 3ª Seção. 
CC 143.400-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/04/2019 (Info 648). 
 
4.6 Crimes Relativos a disputa Sobre Direitos Indígenas 
 
CF Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
XI - a disputa sobre direitos indígenas 
 
Em regra, crime praticado por e contra índio será julgado e processado pela Justiça Estadual. 
A competência será da Justiça Federal quando os direitos indígenas forem violados. 
 
Súmula: 140/STJ - Compete a justiça comum estadual processar e julgar crime em 
que o indígena figure como autor ou vítima. 
JÁ CAIU EM PROVA: 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
102 
 
 
CESPE - 2018 - PC-MA - Investigador de Polícia (adaptada) 
Conforme a legislação penal e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, compete à justiça: 
comum estadual processar e julgar crime em que indígena figure como autor ou vítima. (correto) 
 
Veja a jurisprudência recente sobre o tema: 
 
Indígenas agredidos por produtores rurais em disputa por terras pertencentes à 
comunidade indígena: competência da Justiça Federal. Os indígenas abordaram 
produtores rurais que estavam trabalhando nas terras pertencentes à comunidade 
indígena, pedindo a paralisação das atividades. Os produtores rurais reagiram 
agredindo os indígenas com socos e chutes. A competência para julgar o fato é da 
Justiça Federal. Isso porque a motivação dos delitos gira em torno de disputa por 
terras indígenas, situação na qual a jurisprudência entende que há interesse de 
toda a comunidade indígena, a justificar o deslocamento da competência para a 
Justiça Federal (art. 109, XI, CF/88). Não se aplica a Súmula 140 do STJ quando o 
crime envolve interesses coletivos da comunidade indígena. Um dos produtores 
rurais agressores era cunhado de um indígena, circunstância que foi considerada 
irrelevante pelo STJ para a definição da competência da Justiça Federal tendo em 
vista que a desavença entre eles não estava ligada a seu convívio familiar. STJ. 3ª 
Seção. CC 156.502/RR, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 
22/02/2018. 
 
 
Crime de Estelionato eletrônico 
 
O estelionato, previsto no art. 171, do CP, é um crime por meio do qual o agente, utilizando um meio 
fraudulento, engana a vítima, fazendo com que ela entregue espontaneamente uma vantagem, causando 
prejuízo à vítima. 
 Algumas vezes pode acontecer de a vantagem ilícita ocorrer em um local e o prejuízo em outro. 
Tais situações poderão gerar algumas dúvidas relacionadas com a competência territorial para processar e 
julgar esse crime. A Lei nº 14.155/2021 inseriu o § 4º ao art. 70 do CPP tratando sobre o tema. 
 A alteração é muito bem-vinda porque anteriormente havia uma imensa insegurança jurídica diante 
da existência de regras distintas para situações muito parecidas, além da uma intensa oscilação 
jurisprudencial. Veja o § 4º do art. 70 que foi inserido no CPP pela Lei nº 14.155/2021: 
 
Art. 70. (...) § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, 
 
 
 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2018-pc-ma-investigador-de-policia
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/de01d76e793fec3fba32f4401a45fb20?categoria=12&subcategoria=127&assunto=292
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/de01d76e793fec3fba32f4401a45fb20?categoria=12&subcategoria=127&assunto=292
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA07/20 
103 
 
mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do 
sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a 
competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de 
pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
 
 Vamos analisar três casos envolvendo estelionato para identificarmos as mudanças operadas pela 
novidade legislativa. 
 
Estelionato praticado por meio de cheque falso (art. 171, caput, do CP) 
 
 Imagine a seguinte situação hipotética: João, domiciliado no Rio de Janeiro (RJ), achou um cheque 
em branco. Ele foi, então, até Juiz de Fora (MG) e lá comprou inúmeras roupas de marca em uma loja da 
cidade. As mercadorias foram pagas com o cheque que ele encontrou, tendo João falsificado a assinatura. 
Trata-se do crime de estelionato, na figura do caput do art. 171 do CP. 
 De quem será a competência territorial para julgar o delito? Do juízo da comarca de Juiz de Fora 
(MG), local da obtenção da vantagem indevida. Existe até uma súmula tratando sobre o tema: 
 
Súmula 48-STJ: Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem 
ilícita processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de 
cheque. 
 
 Aplica-se aqui o § 4º do art. 70 do CPP? NÃO. Se você ler o § 4º, verá que ele não trata da hipótese 
de estelionato praticado por meio de cheque falso. Logo, esse dispositivo não incide no presente caso. A 
regra a ser aplicada, portanto, é a do caput do art. 70: 
 
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar 
a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato 
de execução. 
 
 O estelionato se consumou no momento em que João comprou as mercadorias da loja, pagando com 
o cheque falsificado. Nesse instante houve a obtenção da vantagem ilícita e o dano patrimonial à loja. Logo, 
nesta primeira hipótese, nenhuma mudança operada pela Lei nº 14.155/2021. Vale ressaltar que a Súmula 
48 do STJ manteve-se válida com a novidade legislativa. 
 
Estelionato praticado por meio de cheque sem fundo (art. 171, § 2º, VI) 
 
 Imagine a seguinte situação hipotética: Pedro, domiciliado no Rio de Janeiro (RJ), foi passar o fim de 
semana em Juiz de Fora (MG). Aproveitando que estava ali, ele foi até uma loja da cidade e comprou inúmeras 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
104 
 
roupas de marca, que totalizaram R$ 4 mil. As mercadorias foram pagas com um cheque de titularidade de 
Pedro. Vale ressaltar, no entanto, que Pedro sabia que em sua bancária havia apenas R$ 200,00, ou seja, que 
não havia fundos suficientes disponíveis. Ele agiu assim porque supôs que não teriam como responsabilizá-
lo já que não morava ali. 
 
 Qual foi o crime cometido por Pedro? Estelionato, no entanto, na figura equiparada do art. 171, § 
2º, VI, do CP: 
Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, 
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer 
outro meio fraudulento: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos 
de réis. 
 
Fraude no pagamento por meio de cheque 
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe 
frustra o pagamento. 
 
 O cheque emitido por Pedro estava vinculado a uma agência bancária que se situa no Rio de Janeiro 
(RJ). Tendo isso em consideração, indaga-se: de quem será a competência territorial para julgar o delito? 
 Aqui houve uma grande alteração promovida pela Lei nº 14.155/2021: 
 
● Antes da Lei: a competência para julgar seria do juízo do Rio de Janeiro (RJ), local onde se situa a 
agência bancária que recusou o pagamento. Na teoria, o “dinheiro” que iria pagar a loja sairia da 
agência bancária na qual Pedro tinha conta, ou seja, no Rio de Janeiro. Quando a loja foi tentar sacar 
o cheque, lá em Juiz de Fora (MG), na teoria, a agência bancária localizada no RJ recusou o pagamento 
porque informou que ali não havia saldo suficiente. Nessas situações, a jurisprudência afirmava que 
a competência territorial era do local onde se situava a agência que recusou o pagamento: 
 
Súmula 244-STJ: Compete ao foro do local da RECUSA processar e julgar o crime de 
estelionato mediante cheque sem provisão de FUNDOS. 
 
Súmula 521-STF: O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de 
estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de 
FUNDOS, é o do local onde se deu a RECUSA do pagamento pelo sacado. 
 
● Depois da Lei: a competência passou a ser do local do domicílio da vítima, ou seja, do juízo de Juiz 
de Fora (MG). É o que prevê o novo § 4º do art. 70: 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
105 
 
Art. 70. § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do (...) Código Penal, quando 
praticados (...) mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos 
em poder do sacado (...) a competência será definida pelo local do domicílio da 
vítima (...) 
 
💣 Isso significa que a Súmula 244 do STJ e a Súmula 521 do STF estão superadas!!! 
 
 O que é o cheque com pagamento frustrado mencionado no § 4º do art. 70 do CPP? 
 Ocorre quando o agente que emitiu o cheque tinha fundos disponíveis, no entanto, depois de emitir 
o cheque, ele saca o dinheiro que tinha no banco ou, então, simplesmente emite uma contraordem à 
instituição financeira afirmando que não é para ela pagar aquele cheque. 
 Em nosso exemplo, imagine que, depois de emitir a cártula em favor da loja, Pedro entra em contato 
com a instituição financeira e susta o cheque. No que tange à competência, a regra é a mesma do cheque 
sem fundos. 
 
1) Estelionato mediante depósito ou transferência de valores 
 
 Imagine a seguinte situação hipotética: Carlos, morador de Goiânia (GO), viu um anúncio na internet 
que oferecia empréstimo “rápido e fácil”. Ele entrou em contato com a pessoa, que se identificou como 
Henrique. Carlos combinou de receber um empréstimo de R$ 70 mil, no entanto, para isso, ele precisaria 
depositar uma parcela de R$ 1 mil a título de “custas” para a conta bancária de Henrique, vinculada a uma 
agência bancária localizada em São Paulo (SP). Carlos efetuou o depósito e, então, percebeu que se tratava 
de uma fraude porque nunca recebeu o dinheiro do suposto empréstimo. 
 
 Com a Lei nº 14.155/2021 a competência passou a ser do local do domicílio da vítima, ou seja, em 
nosso exemplo, do juízo de Goiânia (GO). É o que prevê o novo § 4º do art. 70: 
 
Art. 70. § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do (...) Código Penal, quando 
praticados mediante depósito (...) ou mediante transferência de valores, a 
competência será definida pelo local do domicílio da vítima (...) 
 
 E se houver mais de uma vítima, com domicílios em locais diferentes? 
 Utilizando novamente o terceiro exemplo acima mencionado. Suponhamos que Henrique aplicou o 
mesmo “golpe” do empréstimo não apenas em Carlos, mas também em Luísa (domiciliada em Curitiba/PR), 
em Ricardo (Rio Branco/AC), em Vitor (Fortaleza/CE) e em outras inúmeras vítimas. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
106 
 
De quem será a competência para julgar todas essas condutas? A competência será definida por prevenção, 
ou seja, será competente para julgar todos as condutas o juízo do domicílio da vítima que tiver praticado o 
primeiro ato do processo ou medida relativa a este, nos termos do art. 83 do CPP: 
 
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois 
ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles 
tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a 
este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúnciaou da queixa (arts. 
70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c). 
 
 É o que preconiza a parte final do § 4º do art. 70: 
Art. 70. (...)§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, 
mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do 
sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a 
competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de 
pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
 
 Esse novo § 4º do art. 70 do CPP aplica-se aos processos penais que estavam em curso quando entrou 
em vigor a Lei nº 14.155/2021? O juízo que estava processando o crime deverá remeter o feito para 
o juízo do domicílio da vítima? 
 
 R.: NÃO. Vigora aqui o princípio da “perpetuatio jurisdictionis” (perpetuação da jurisdição), previsto 
no art. 43 do CPC/2015 e que pode ser aplicado ao processo penal por força do art. 3º do CPP. 
Segundo esse princípio, uma vez iniciado o processo penal perante determinado juízo, nele deve prosseguir 
até seu julgamento. Assim, depois que o processo se iniciou perante um juízo, as modificações que ocorrerem 
serão consideradas, em regra, irrelevantes para fins de competência. 
 
 Exceções ao princípio da perpetuatio jurisdictionis: Existem duas mudanças que irão influenciar na 
competência, ou seja, duas situações em que o juízo que começou a ação penal deixará de ser competente 
para continuar o processo por força de fatos supervenientes. Veja: 
a. Supressão do órgão judiciário: a lei (ou a CF) extingue o órgão judiciário (juízo) que era competente 
para aquele processo. Ex: a EC 45/2004 extinguiu os Tribunais de Alçada e todos os recursos ali 
existentes foram redistribuídos. 
b. Alteração da competência absoluta: pode acontecer de determinadas modificações do estado de 
fato ou de direito alterarem as regras de competência absoluta para julgar aquele crime. 
 Ex1: imaginemos que viesse uma EC retirando da Justiça Federal a competência para julgar delitos 
contra servidores públicos federais no exercício de suas funções; 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
107 
 
 Ex2: o crime doloso contra a vida praticado por militar contra civil, ainda que cometido em serviço, 
deixou de ser considerado crime militar e passou a ser crime comum por força da Lei nº 9.299/96, que alterou 
o art. 9º, parágrafo único, do CPM (atual § 1º, por força da Lei nº 13.491/2017). 
 
 Obs.: A regra e as exceções estão previstas no art. 43 do CPC/2015 que, como vimos, aplica-se ao 
processo penal em virtude do art. 3º do CPP: 
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da 
petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito 
ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem 
a competência absoluta. 
 
Crime praticado por pessoa jurídica 
 Há que se considerar como local da infração a sede fiscal da pessoa jurídica responsável pela 
inserção, na Declaração de Importação, de seu nome como importadora ostensiva, sabedora de que o real 
importador é outro 
 
A empresa ostensiva, ou seja a importadora aparente, que não indica o verdadeiro 
importador das mercadorias pratica o delito tipificado no art. 299 do Código Penal 
(falsidade ideológica). Ademais, considera-se como local da infração a sede fiscal 
da pessoa jurídica responsável pela inserção, na Declaração de Importação, de seu 
nome como importadora ostensiva, sabedora de que o real importador é outro. 
STJ. 3ª Seção. AgRg no CC 175.542/PR, Rel. Joel Ilan Paciornik, julgado em 
24/02/2021 
 
Crime de Contrabando ou Descaminho 
 
A competência territorial para os crimes de descaminho (art. 334 do CP) e do contrabando (art. 334-
A do CP), tecnicamente, deveria ser do local da aduana, ao não efetuar o pagamento. Contudo, o 
entendimento dos Tribunais Superiores é que a competência será definida pelo local de apreensão dos bens. 
 
Súmula 151/STJ - A competência para o processo e julgamento por crime de 
contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da 
apreensão dos bens. 
 
Crime de Tráfico de Drogas por Meio de Remessa do Exterior pela Via Postal: 
 
A competência territorial será do local em que a droga foi apreendida. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
108 
 
Súmula 528/STJ: Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida 
do exterior pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional. 
 
OBS: Amigo concurseiro policial, seguem importantes julgados sobre a temática, buscando aprofundar o 
conhecimento, tendo em vista sua prova discursiva. Atenção redobrada nos grifos! 
 
Em se tratando de cumprimento das condições impostas em acordo de não 
persecução penal, a competência para a sua execução é do Juízo que o homologou, 
o qual poderá deprecar a fiscalização do cumprimento do ajuste e a prática de atos 
processuais para o atual domicílio do apenado. 
Caso concreto: João cometeu um crime federal, em São Paulo. Ele celebrou acordo 
de não persecução penal com o Ministério Público Federal em São Paulo. O acordo 
foi homologado pelo juízo da 1ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de São 
Paulo. Ocorre que João, atualmente, mora em Cuiabá (MT). A competência para 
executar o acordo de não persecução penal é do juízo federal de São Paulo, 
podendo, contudo, deprecar a fiscalização do cumprimento para o juízo federal de 
Cuiabá. 
STJ. 3ª Seção. CC 192158-MT, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/11/2022. 
 
Fonte: Dizer o direito. 
 
Compete ao STF julgar a apelação criminal interposta contra sentença de 1ª 
instância caso mais da metade dos membros do Tribunal de Justiça estejam 
impedidos ou sejam interessados (art. 102, I, “n”, da CF/88). STF. 2ª Turma. AO 
2093/RN, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/9/2019 (Info 950). 
 
A CF/88 não previu foro por prerrogativa de função aos Vereadores e aos Vice-
prefeitos. 
O foro por prerrogativa de função foi previsto apenas para os prefeitos (art. 29, X, 
da CF/88). Diante disso, é inconstitucional norma de Constituição Estadual que 
crie foro por prerrogativa de função para Vereadores ou Vice-Prefeitos. A CF/88, 
apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades 
federais, estaduais e municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados 
possam, livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de função. STF. 
Plenário. ADI 558/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/04/2021. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
109 
 
Nota explicativa, acerca do julgado a seguir: o Deputado cometeu crime durante o 
exercício do cargo e relacionado a sua função, o processo iniciou e se manteve em curso 
no STF. No curso do processo no STF, houve a reeleição para mandato subsequente, 
mas não para o cargo de Deputado, mas sim, para o cargo de Senador. O STF, então, 
decidiu que, neste caso (Deputado Federal com reeleição para Senador, sem intervalo 
entre os mandatos), o processo continuaria em sua competência originária. 
 
Admite-se a excepcional e exclusiva prorrogação da competência criminal 
originária do Supremo Tribunal Federal, quando o parlamentar, sem solução de 
continuidade, encontrar-se investido, em novo mandato federal, mas em casa 
legislativa diversa daquela que originalmente deu causa à fixação da competência 
originária, nos termos do art. 102, I, “b”, da Constituição Federal. 
STF. Plenário. Pet 9189, Rel. Min. ROSA WEBER, Relator(a)p/ Acórdão: Edson 
Fachin, julgado em 12/05/2021. 
 
Senador que pratica corrupção passiva que não está relacionada com seu cargo e 
que não ofende bens, serviços ou interesse da União, deverá ser julgado em 1ª 
instância pela Justiça comum estadual. O crime de corrupção passiva praticado por 
Senador da República, se não estiver relacionado com as suas funções, deve ser 
julgado em 1ª instância (e não pelo STF). Não há foro por prerrogativa de função 
neste caso. O fato de o agente ocupar cargo público não gera, por si só, a 
competência da Justiça Federal de 1ª instância. Esta é definida pela prática delitiva. 
Assim, se o crime não foi praticado em detrimento de bens, serviços ou interesse 
da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas (inciso IV do art. 
109 da CF/88) e não estava presente nenhuma outra hipótese do art. 109, a 
competência para julgar o delito será da Justiça comum estadual. STF. 1ª Turma. 
Inq 4624 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/10/2019 (Info 955). 
 
STF é competente para julgar crime eleitoral praticado por Deputado Federal 
durante a sua campanha à reeleição caso ele tenha sido reeleito. Pedro, Deputado 
Federal, recebeu doação ilegal de uma empresa com o objetivo de financiar a sua 
campanha para reeleição. Esta doação não foi contabilizada na prestação de 
contas, configurando o chamado “caixa 2” (art. 350 do Código Eleitoral). Pedro foi 
reeleito para um novo mandato de 2019 até 2022. 
 
O STF será competente para julgar este crime eleitoral? 
 SIM. O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos 
durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. 
 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c77bfda61a0204d445185053e6a9a8fe?categoria=12&subcategoria=127&ano=2019
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c77bfda61a0204d445185053e6a9a8fe?categoria=12&subcategoria=127&ano=2019
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c77bfda61a0204d445185053e6a9a8fe?categoria=12&subcategoria=127&ano=2019
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
110 
 
O STF entende que o recebimento de doação ilegal destinado à campanha de 
reeleição ao cargo de Deputado Federal é um crime relacionado com o mandato 
parlamentar. Logo, a competência é do STF. 
Além disso, mostra-se desimportante a circunstância de este delito ter sido 
praticado durante o mandato anterior, bastando que a atual diplomação decorra 
de sucessiva e ininterrupta reeleição. 
STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13 e 
14/3/2019 (Info 933). 
 
Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Deputado 
Federal não se relacionam ao exercício do mandato, a competência para julgá-los 
não é do STF, mas sim do juízo de 1ª instância. Isso porque o foro por prerrogativa 
de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e 
relacionados às funções desempenhadas (STF AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto 
Barroso, julgado em 03/05/2018). 
 
 
Restrição ao foro por prerrogativa de função / Marco para o fim do foro: término 
da instrução. 
Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado 
como Deputado Federal, não se justifica a competência do STF, devendo ele ser 
julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de parlamentar federal. Além 
disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se 
o delito não apresentar relação direta com as funções exercidas, também não 
haverá foro privilegiado. 
Foi fixada, portanto, a seguinte tese: 
O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante 
o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. 
Marco para o fim do foro: término da instrução 
Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação 
para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar 
ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro 
cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo. 
STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 
(Info 900). 
 
A apropriação indébita se consuma no ato da inversão da propriedade do bem. Se 
a inversão da propriedade ocorreu com a transferência dos recursos da conta 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
111 
 
bancária da empresa vítima, com sede em Brasília/DF, efetuada pelo Diretor da 
entidade, tem-se que a competência para apurar este delito é do juiz de direito de 
1ª instância do TJDFT. 
STF. 1ª Turma. Inq 4619 AgR-segundo/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/2/2019 
(Info 931). 
Fonte: Dizer o direito. 
 
STJ - Jurisprudência em Teses : 
 
1) Compete ao Superior Tribunal de Justiça o julgamento de revisão criminal 
quando a questão objeto do pedido revisional tiver sido examinada 
anteriormente por esta Corte. 
 
2) A mera previsão do crime em tratado ou convenção internacional não atrai a 
competência da Justiça Federal, com base no art. 109, inciso V, da CF/88, sendo 
imprescindível que a conduta tenha ao menos potencialidade para ultrapassar os 
limites territoriais. 
 
3) O fato de o delito ser praticado pela internet não atrai, automaticamente, a 
competência da Justiça Federal, sendo necessário demonstrar a 
internacionalidade da conduta ou de seus resultados. 
 
4) Não há conflito de competência entre Tribunal de Justiça e Turma Recursal de 
Juizado Especial Criminal de um mesmo Estado, já que a Turma Recursal não 
possui qualidade de Tribunal e a este é subordinada administrativamente. 
 
5) É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por 
prevenção, que deve ser alegada em momento oportuno, sob pena de preclusão. 
 
6) A competência é determinada pelo lugar em que se consumou a infração (art. 
70 do CPP), sendo possível a sua modificação na hipótese em que outro local seja 
o melhor para a formação da verdade real. 
 
7) Compete ao Tribunal Regional Federal ou ao Tribunal de Justiça decidir os 
conflitos de competência entre juizado especial e juízo comum da mesma seção 
judiciária ou do mesmo Estado. 
 
 
 
 
 
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
112 
 
8) Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes 
conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, 
II, a, do Código de Processo Penal. (Súmula n. 122/STJ) 
 
9) Inexistindo conexão probatória, não é da Justiça Federal a competência para 
processar e julgar crimes de competência da Justiça Estadual, ainda que os delitos 
tenham sido descobertos em um mesmo contexto fático. 
 
10) No concurso de infrações de menor potencial ofensivo, afasta-se a 
competência dos Juizados Especiais quando a soma das penas ultrapassar dois 
anos. 
 
11) Compete à Justiça Federal processar e julgar crimes relativos ao desvio de 
verbas públicas repassadas pela União aos municípios e sujeitas à prestação de 
contas perante órgão federal. 
 
12) Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba 
transferida e incorporada ao patrimônio municipal. (Súmula n. 209/STJ) 
 
13) As atribuições da Polícia Federal não se confundem com as regras de 
competência constitucionalmente estabelecidas para a Justiça Federal (arts. 108, 
109 e 144, §1°, da CF/88), sendo possível que uma investigação conduzida pela 
Polícia Federal seja processada perante a Justiça estadual.14) Compete a Justiça comum estadual processar e julgar crime em que o índio 
figure como autor ou vítima, desde que não haja ofensa a direitos e a cultura 
indígenas, o que atrai a competência da Justiça Federal. 
 
15) Compete a Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra 
funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função. 
(Súmula n. 147/STJ) 
 
16) Há conflito de competência, e não de atribuição, sempre que a autoridade 
judiciária se pronuncia a respeito da controvérsia, acolhendo expressamente as 
manifestações do Ministério Público. 
 
17) Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas 
impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando 
 
 
 
 
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
113 
 
recolhidos a estabelecimentos sujeitos a Administração Estadual. (Súmula n. 
192/STJ) 
 
18) A mudança de domicílio pelo condenado que cumpre pena restritiva de 
direitos ou que seja beneficiário de livramento condicional não tem o condão de 
modificar a competência da execução penal, que permanece com o juízo da 
condenação, sendo deprecada ao juízo onde fixa nova residência somente a 
supervisão e o acompanhamento do cumprimento da medida imposta. 
 
19) A ofensa indireta, genérica ou reflexa praticada em detrimento de bens, 
serviços ou interesse da União, de suas entidades autárquicas ou empresas 
públicas federais não atrai a competência da Justiça Federal (art. 109, IV, da 
CF/88). 
 
 
COLACIONAMOS AS MAIS IMPORTANTES SÚMULAS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES 
ACERCA DO TEMA: 
 
Súmula 208, STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal 
por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal. 
 
Súmula 209, STJ: Compete à justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio 
de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal. 
 
Súmula 122, STJ: compete à justiça federal o processo e julgamento unificado dos 
crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 
78, II, “a”, do Código de Processo Penal. 
 
Súmula 528, STJ: Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida 
do exterior pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional. 
 
Súmula 47, STJ: compete à Justiça Militar processar e julgar crime cometido por 
militar contra civil, com emprego de arma de fogo pertencente à corporação, 
mesmo não estando em serviço. 
 
Súmula 90, STJ: compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial 
militar pela prática do crime militar, e à Comum pela prática de crime comum 
simultâneo àquele. 
 
 
 
 
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
114 
 
 
Súmula 451, STF: A competência especial por prorrogativa de função não se 
estende ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional. 
 
Súmula 704, STF: não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido 
processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro 
por prerrogativa de função de um dos denunciados. 
 
Súmula Vinculante 45, STF: A competência constitucional do Tribunal de Júri 
prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente em 
Constituição estadual. 
 
Súmula 702, STF: a competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos 
restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum estadual; nos demais 
casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau. 
 
Súmula 555, STF: É competente o Tribunal de Justiça para julgar conflito de 
jurisdição entre juiz de direito do estado e a justiça militar local. 
 
Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de 
documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado 
o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor. 
 
Súmula 42-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas 
cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu 
detrimento. 
 
Súmula 200-STJ: O juízo federal competente para processar e julgar acusado de 
crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou. 
 
Súmula 721-STF: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre 
o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição 
estadual. 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
 
- Manual de Processo Penal, Renato Brasileiro, 8ª edição, 2020. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
115 
 
- Curso de Processo Penal e Execução Penal, Nestor Távora e Rosmar R. Alencar, 16ª edição, 
2021; 
- Sinopse Juspodivm, Processo Penal, Parte Geral, Leonardo B. M. Alves – 8ª edição; 
- Direito Processual Penal - Aury Lopes Jr- 17ª edição – 2020; 
- Direito Processual Penal Esquematizado – Alexandre C. A. Reis e Victor E. R. Gonçalves – 10ª 
edição – 2021; 
- Processo Penal – Norberto Avena – 12ª edição – 2020; 
- Dizer o Direito; 
- Processo Penal Brasileiro – Alexis Couto de Brito – 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
116 
 
QUESTÕES PROPOSTAS 
 
1 - 2022 - VUNESP - PC-SP - VUNESP - 2022 - PC-SP - Delegado de Polícia 
Nos termos do Código de Processo Penal, a competência será firmada pela 
 
A-continência, entre outras hipóteses, se, no mesmo caso, duas ou mais infrações tiverem sido umas 
praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a 
qualquer delas. 
B-conexão, entre outras hipóteses, quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias 
elementares influir na prova de outra infração. 
C-continência, entre outras hipóteses, quando a prova de uma infração, cometida por dolo eventual ou por 
qualquer de suas circunstâncias elementares, influir na prova de outra infração. 
D-conexão, entre outras hipóteses, quando três ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração. 
E-conexão, entre outras hipóteses, quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração. 
 
2 - 2022 - VUNESP - PC-SP - VUNESP - 2022 - PC-SP - Delegado de Polícia 
Nos termos do Código de Processo Penal, é correto afirmar que a competência será, 
 
A-na hipótese, entre outros, do crime de estelionato, quando praticados mediante emissão de cheques sem 
suficiente provisão de fundos em poder do sacado, definida pelo local do domicílio da vítima. 
B-na hipótese de infração continuada, praticada em território de duas ou mais jurisdições, firmada pelo lugar 
do último ato de execução. 
C-em regra, determinada pelo lugar da infração ou do domicílio ou residência do réu, ou, no caso de tentativa, 
pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. 
D-em regra, determinada pelo domicílio ou residência do réu, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for 
praticado o último ato de execução. 
E-na hipótese de infração permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, firmada pelo 
lugar do último ato de execução. 
 
3 - 2022 - FGV - PC-AM - FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia - Edital nº 01 
Luiz, vereador na cidade de Natal/RN, incorreu na prática do Art. 1º, incisos I, II e IV, c/c. os artigos 11 e 12, 
incisoI, todos da Lei nº 8.137/90, consubstanciada em fraude tributária consistente na redução de ICMS 
devido ao Estado do Amazonas, praticado no âmbito de filial da sucursal da Refinaria de Petróleo de 
Manguinhos, situada em Comarca de Careiro da Várzea/AM. 
Quando do comportamento delitivo do Luiz, havia pedido de recuperação judicial da Refinaria de Petróleo 
de Manguinhos processado na Comarca de Careiro da Várzea/AM. Posteriormente o TJAM, em sede de 
exceção de incompetência, acolheu o pedido defensivo e determinou que o processamento da recuperação 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
117 
 
judicial da Refinaria de Petróleo de Manguinhos passasse para a competência da Comarca do Rio de 
Janeiro/RJ, em razão deste ser o local da sede do principal estabelecimento comercial da referida empresa. 
 
A competência para o processo e o julgamento do crime tributário será 
 
A-da Vara Única da Comarca de Careiro da Várzea/AM. 
B-do Tribunal de Justiça do Amazonas. 
C-de uma das Varas Criminais da Comarca do Rio de Janeiro/RJ. 
D-do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. 
E-do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte. 
 
4 - 2022 - CESPE / CEBRASPE - PC-RJ - CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RJ - Delegado de Polícia 
Passando-se por funcionária de certa instituição financeira, Helena usou um aplicativo de mensagens para 
fazer contato com a idosa Abigail, informando-lhe falsamente que o cartão bancário desta fora clonado e 
pediu que a idosa fornecesse seus dados qualificativos e senha do cartão para cancelamento. Abigail, 
confiando na suposta funcionária, repassou os dados. Em seguida, Helena disse para Abigail cortar seu cartão 
ao meio e entregar ambas as partes a outra funcionária, que iria até sua casa para buscá-las. A própria Helena, 
então, usando camiseta da instituição financeira e um crachá falso, foi até a casa de Abigail, em Niterói, e 
pegou as duas partes do cartão. Como o chip se encontrava preservado, Helena o utilizou para a confecção 
de um novo cartão, com o qual transferiu dinheiro da conta de Abigail, sediada em uma agência de São 
Gonçalo, para conta diversa, com agência em Rio Bonito. Além disso, Helena fez compras em uma loja virtual, 
tendo recebido as mercadorias adquiridas em sua casa, em Maricá. 
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção que indica o local em que se consumaram os crimes 
patrimoniais decorrentes da transferência bancária e da aquisição de mercadorias, respectivamente. 
 
A-São Gonçalo e Niterói 
B-Rio Bonito e São Gonçalo 
C-São Gonçalo e Maricá 
D-Ambos em Niterói 
E-Rio Bonito e Maricá 
 
5 - 2021 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2021 - PC-MG - Delegado de Polícia Substituto 
Num crime de estelionato praticado em Belo Horizonte contra uma agência bancária do Banco do Brasil S.A, 
no qual o agente obteve vantagem financeira, é CORRETO afirmar que a competência para a ação penal é da 
 
A-Justiça Estadual ou da Justiça Federal, a depender da regra de prevenção. 
B-Justiça Estadual ou da Justiça Federal, o que será definido a partir da autoridade policial responsável pela 
condução do inquérito, respectivamente, Polícia Civil ou Polícia Federal. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
118 
 
C-Justiça Estadual. 
D-Justiça Federal. 
 
6 - 2021 - FAPEC - PC-MS - FAPEC - 2021 - PC-MS - Delegado de Polícia 
Considerando as duas situações descritas abaixo, assinale a alternativa correta. 
1ª situação: Tício, que estava na cidade de Douradina – MS, efetuou uma ligação para a vítima, Isadora, que 
naquele momento se encontrava em sua residência, na cidade de Terenos – MS. Na ligação, passando-se 
falsamente por um sequestrador, Tício afirmou ter sequestrado Vicente, filho de Isadora, e exigiu que ela lhe 
transferisse a quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) como preço de resgate, do contrário Vicente iria 
morrer. Temendo pela vida de seu filho, Isadora deslocouse até Campo Grande – MS e transferiu o valor 
exigido para a conta bancária de Mévio, comparsa de Tício, que mantinha uma conta na agência bancária de 
Itaporã – MS. 
2ª situação: Caio, estelionatário contumaz, anunciou na internet a venda de um aparelho de telefone celular. 
Seduzido pelo preço anunciado, Jaime realizou a compra do telefone e transferiu o valor indicado no anúncio 
para a conta bancária fornecida por Caio. Entretanto, tudo não passava de um “golpe”, e Jaime nunca 
recebeu o produto. Apurou-se que no momento do anúncio Caio se encontrava na cidade de Laguna Carapã 
– MS; Jaime, que reside na cidade de Fátima do Sul – MS, encontrava-se em Dourados – MS quando fez a 
compra pela internet; e a conta bancária para a qual Jaime transferiu o valor pertencia a uma agência situada 
na cidade de Caarapó – MS. 
Os juízos competentes para julgar as ações penais, são, respectivamente, 
 
A-a vara criminal da comarca de Douradina – MS (1ª situação) e a vara criminal da comarca de Caarapó – MS 
(2ª situação). 
B-a vara criminal da comarca de Campo Grande – MS (1ª situação) e a vara criminal da comarca de Dourados 
– MS (2ª situação). 
C-a vara criminal da comarca de Terenos – MS (1ª situação) e a vara criminal da comarca de Fátima do Sul – 
MS (2ª situação). 
D-a vara criminal da comarca de Itaporã – MS (1ª situação) e a vara criminal da comarca de Laguna Carapã – 
MS (2ª situação). 
E-a vara criminal da comarca de Terenos – MS (1ª situação) e a vara criminal da comarca de Dourados – MS 
(2ª situação). 
 
7 - 2021 – NC UFPR – PC-PR – Delegado de Polícia 
Versa a Súmula 704 do STF que não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo 
legal a atração do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. Nesse 
contexto, quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração, a competência será 
determinada pelo(a): 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
119 
 
a) distinção. 
b) prevenção. 
c) domicílio da vítima. 
d) conjugação de autores. 
e) continência. 
 
8 - 2021 - FGV - PC-RN - FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto 
Lucas foi preso em flagrante na cidade de Parnamirim após intensa perseguição policial. De acordo com o 
que consta do procedimento, Lucas praticou um crime de extorsão qualificada (pena: reclusão, de 6 a 12 
anos, e multa) em Natal e, depois, utilizando-se dos mesmos instrumentos do crime, enquanto fugia dos 
agentes da lei em perseguição, realizou mais dois crimes de furto simples (pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e 
multa)e um de dano qualificado (pena: detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa)em Parnamirim, onde veio a 
ser preso. Considerando apenas a situação narrada, será competente para julgamento o juízo criminal de: 
 
A-Natal em relação a todos os crimes, em razão da conexão e pelo fato de a pena da extorsão ser mais alta; 
B-Parnamirim em relação a todos os delitos, pois, diante da conexão, prevalece o local da prisão em flagrante; 
C-Natal em relação ao crime de roubo e Parnamirim em relação aos demais delitos, pois não há conexão na 
situação narrada; 
D-Parnamirim em relação a todos os delitos, pois, diante da conexão, prevalece o local da prática do maior 
número de infrações penais; 
E-Natal em relação ao crime de roubo e Parnamirim em relação aos demais delitos, pois, apesar da conexão, 
deve ocorrer separação pela diferença territorial dos fatos. 
 
9 – 2018 – CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia 
Acerca da disciplina constitucional da segurança pública, do Poder Judiciário, do MP e das atribuições da PF, 
julgue o seguinte item. 
 
Compete à justiça estadual o julgamento de crimes relativos à difusão ou aquisição, em determinado estado 
da Federação, de material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes por meio da redemundial de 
computadores. 
 
Certo ( ) / Errado ( ) 
 
10 – 2018 – CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia 
Em cada item seguinte , é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada de 
acordo com o entendimento dos tribunais superiores acerca das atribuições da PF na persecução criminal e 
da competência para o processamento e o julgamento de ação penal. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
120 
 
Uma investigação iniciada no âmbito da polícia judiciária de determinado estado da Federação buscava 
apurar crime de tortura praticado no interior de uma penitenciária estadual, com violação a direitos 
humanos. O crime ganhou repercussão internacional e, em razão disso, o IP foi encaminhado à apuração da 
PF. Nessa situação, a competência para processar e julgar o crime será deslocada para a justiça federal, já 
que, de regra, a atuação da PF produz tal efeito processual. 
 
Certo ( ) / Errado ( ) 
 
11 – 2018 – CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia 
Em cada item seguinte , é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada de 
acordo com o entendimento dos tribunais superiores acerca das atribuições da PF na persecução criminal e 
da competência para o processamento e o julgamento de ação penal. 
O prefeito de determinado município desviou, em proveito próprio, verba federal transferida e incorporada 
ao patrimônio municipal. Instaurado o competente IP, os autos foram relatados e encaminhados, pela 
autoridade policial, à justiça estadual. Nessa situação, agiu corretamente a autoridade policial ao encaminhar 
os autos à justiça comum estadual, a quem compete o processamento e o julgamento de casos como o 
relatado. 
 
Certo ( ) / Errado ( ) 
 
12 – 2018 – CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia 
Em cada item seguinte , é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada de 
acordo com o entendimento dos tribunais superiores acerca das atribuições da PF na persecução criminal e 
da competência para o processamento e o julgamento de ação penal. 
 
Em fiscalização aeroportuária, apreendeu-se grande quantidade de produtos oriundos de país estrangeiro, 
cuja comercialização é proibida no território nacional. Apurou-se que a entrada, no Brasil, dos produtos 
contrabandeados ocorreu em local diverso do de sua apreensão. Nessa situação, a competência para o 
processamento e o julgamento da ação, definida territorialmente, será a do local de entrada dos produtos 
ilegais no país. 
 
Certo ( ) / Errado ( ) 
 
13 – 2018 – UEG - PC-GO - Delegado de Polícia 
Sobre o tratamento dado à competência pelo Código de Processo Penal, tem-se o seguinte: 
 
a) O juiz pode reconhecer, de ofício, incompetência relativa. 
b) No caso de ação penal pública condicionada à representação, o ofendido pode preferir o foro de domicílio 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
121 
 
ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. 
c) O concurso formal de crimes não configura hipótese de continência. 
d) A legislação processual adota a teoria da ubiquidade para determinação do juízo competente pelo lugar 
da infração. 
e) A competência será determinada pela conexão quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma 
infração. 
 
14 – 2018 – UEG - PC-GO - Delegado de Polícia 
Dispensa-se a reserva de jurisdição: 
 
a) para a decretação da prescrição. 
b) para prisão temporária do investigado. 
c) para declarar a cassação da fiança prestada. 
d) para a realização de reprodução simulada dos fatos. 
e) para requisição, a empresas concessionárias de telecomunicações, de disponibilização de meios técnicos 
adequados que permitam a localização dos suspeitos de delito em curso. 
 
15 – 2018 – UEG - PC-GO - Delegado de Polícia 
Sobre a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, verifica-se o seguinte: 
 
a) O crime de extorsão consuma-se com a obtenção da vantagem indevida. 
b) Compete à justiça comum federal processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vítima. 
c) Admite-se a extinção da punibilidade pela prescrição virtual ou em perspectiva. 
d) A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da 
qualificação do respectivo órgão expedidor. 
e) Havendo conexão entre um crime federal e um crime estadual, prevalece a competência da justiça federal. 
 
16 – 2018 – FUNDATEC - PC-RS - Delegado de Polícia 
Acerca do entendimento jurisprudencial dos Tribunais Superiores, assinale a alternativa correta. 
 
a) A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da 
qualificação do órgão expedidor, não importando a entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento 
público. 
b) Compete à Justiça Comum Federal processar e julgar crime de estelionato praticado mediante falsificação 
das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, independente de lesão à autarquia federal. 
c) Só é lícito o uso de algemas em caso de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria 
ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de 
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade a prisão ou do ato 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
122 
 
processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
d) É subsidiária a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, mediante 
representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do 
exercício de suas funções. 
e) Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material 
pornográfico envolvendo criança ou adolescente (Arts. 241, 241-A e 241-B do ECA), quando praticados por 
meio da rede mundial de computadores. 
 
17 – 2017 – CESPE - PJC-MT - Delegado de Polícia 
No estado de Mato Grosso, Pedro cometeu crime contra a economia popular; Lucas cometeu crime de 
caráter transnacional contra animal silvestre ameaçado de extinção; e Raí, um agricultor, cometeu crime 
comum contra índio, no interior de reserva indígena, motivado por disputa sobre direitos indígenas. 
Nessa situação hipotética, a justiça comum estadual será competente para processar e julgar 
 
a) somente Pedro e Raí. 
b) somente Lucas e Raí. 
c) Pedro, Lucas e Raí. 
d) somente Pedro. 
e) somente Pedro e Lucas. 
 
18 – 2017 – CESPE - PJC-MT - Delegado de Polícia 
A polícia civil instaurou e concluiu o inquérito policial relativo a roubo havido em uma agência franqueada 
dos Correios. Encaminhados os autos à justiça estadual, o órgão do MP ofereceu denúncia contra os autores, 
a qual foi recebida pelo juízo competente. 
Nessa situação hipotética, conforme o posicionamento dos tribunais superiores acerca dos aspectos 
processuais que definem a competência para processar e julgar delitos, 
 
a) por ser o sujeito passivo do delito uma empresa pública federal franqueada, a competência para o processo 
e o julgamento do crime será da justiça federal. 
b) por se tratar de uma agência franqueada de uma empresa pública, a competência para o processo e o 
julgamento do crime será da justiça estadual. 
c) a competência para o processo e o julgamento do crime será concorrente, tornando-se prevento o juízo 
que receber a peça inaugural. 
d) o critério balizador para determinar a competência do juízo será exclusivamente territorial. 
e) a polícia civil e o MP estadual não têm competência para a persecução pré-processual e processual do 
delito, respectivamente. 
 
19 – 2017 – FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia- 
 
 
 
 
PREPARAÇÃOEXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
123 
 
Sobre competência no direito processual penal, afirma-se que 
 
a) a investigação de tráfico internacional de drogas pode ser iniciada pela autoridade policial estadual, em 
virtude das leis de cooperação entre as polícias. 
b) o incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal, previsto na atual Constituição Federal 
nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, poderá ser suscitado pelo Procurador-Geral da 
República, atendidos os requisitos legais, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do 
inquérito policial. 
c) ocorre conexão intersubjetiva por simultaneidade quando duas ou mais infrações são praticadas ao mesmo 
tempo, por várias, pessoas, umas contra as outras, devendo a investigação e o processo seguir 
conjuntamente. 
d) conforme entendimento do STJ, compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o 
indígena figure como autor ou vítima, desde que haja pertinência com direitos indígenas e seja comunicado 
o fato à FUNAI. 
e) tomando conhecimento de que o crime não é de competência da justiça estadual, o Delegado de Polícia 
estadual deve encaminhar os autos de investigação à autoridade policial competente, a qual deverá repetir 
todos os atos praticados, sob pena de nulidade do processo judicial. 
 
20 – 2017 – CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia 
Cláudio, maior e capaz, residente e domiciliado em Goiânia – GO, praticou determinado crime, para o qual é 
prevista ação penal privada, em Anápolis – GO. A vítima do crime, Artur, maior e capaz, é residente e 
domiciliada em Mineiros – GO. 
Nessa situação hipotética, considerando-se o disposto no Código de Processo Penal, o foro competente para 
processar e julgar eventual ação privada proposta por Artur contra Cláudio será 
 
a) Anápolis – GO ou Goiânia – GO. 
b) Goiânia – GO ou Mineiros – GO. 
c) Goiânia – GO, exclusivamente. 
d) Anápolis – GO, exclusivamente. 
e) Mineiros – GO, exclusivamente. 
 
21 – 2016 – CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia 
Conforme a legislação em vigor e o posicionamento doutrinário prevalente, assinale a opção correta com 
relação à competência e às questões e processos incidentes. 
 
a) Todas as infrações penais, incluindo-se as contravenções que atingirem o patrimônio da União, suas 
autarquias e empresas públicas, serão da competência da justiça federal. 
b) O processo incidente surge acessoriamente no processo principal, cujo mérito se confunde com o mérito 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
124 
 
da causa principal, devendo, assim, tal processo — o incidente — ser resolvido concomitantemente ao exame 
do mérito da ação penal, sob pena de decisões conflitantes. 
c) A restituição de coisas apreendidas no bojo do inquérito policial ainda não concluído poderá ser ordenada 
pela autoridade policial, quando cabível, desde que seja evidente o direito do reclamante. 
d) Havendo fundada dúvida sobre a sanidade mental do indiciado, o delegado de polícia poderá determinar 
de ofício a realização do competente exame, com o objetivo de aferir a sua imputabilidade. 
e) Tratando-se de foro privativo por prerrogativa de função cuja competência para o conhecimento da causa 
é atribuída à jurisdição colegiada, esta será determinada pelo lugar da infração. 
 
22 – 2015 – FUNIVERSA - PC-DF - Delegado de Polícia 
No que se refere à competência e a seus corolários, assinale a alternativa correta. 
 
a) Considere-se que César, Mauro e Lúcio tenham sequestrado Júlia com a finalidade de extorquir a família 
da vítima. Restringiram a liberdade de Júlia em Brasília-DF e a transportaram, posteriormente, a fim de 
assegurar o sucesso da empreitada criminosa, para Belo Horizonte-MG. Nesse local, após terem recebido a 
quantia exigida no sequestro e liberado a vítima, tendo consumado o crime, foram presos preventivamente. 
Nessa situação, é competente para processar e julgar o crime o juízo criminal de Belo Horizonte-MG, visto 
que, segundo o CPP, aos crimes permanentes aplica-se a teoria do resultado. 
b) Para fins de fixação de regras de competência, não há, no CPP, diversamente do que ocorre no processo 
civil, distinção entre conexão e continência. 
c) Considere-se que o promotor que oficia perante determinada vara de juizado especial criminal entenda 
que Alberto tenha praticado crime de tráfico ilícito de entorpecentes, e não mero uso de substância 
entorpecente, e que o promotor que oficia perante determinada vara de entorpecentes penais tenha se 
recusado a oferecer a denúncia dado o seu entendimento de que o delito seria de uso de substância 
entorpecente, e não de tráfico. Nessa situação, identifica-se conflito negativo de competência, que deverá 
ser dirimido pelo juiz da vara de entorpecentes. 
d) Suponha-se que Reginaldo, com intenção de matar, tenha desferido três facadas em Rosber, tendo sido a 
primeira delas em Águas Lindas-GO e a última em Taguatinga-DF. Suponha-se, ainda, que Reginaldo não 
tenha conseguido atingir o seu intento por razões alheias a sua vontade, tendo sido impedido de consumar 
o crime pela ação de autoridade policial que o tenha prendido em flagrante e dado imediato socorro à vítima. 
Nessa situação, consoante a teoria da atividade adotada no CPP, é competente para processar e julgar o 
crime a vara criminal de Águas Lindas-GO. 
e) Considere-se que Ricardo tenha enviado, por uma agência dos correios localizada no Gama-DF, uma carta-
bomba dirigida a um senador da República, que se encontrava na Argentina. Considere-se, ainda, que se 
tenha, posteriormente, comprovado que a ação criminosa, ocorrida por razões pessoais, tenha provocado a 
morte da vítima. Nessa situação, a vara do júri do Gama-DF é competente para processar e julgar o feito. 
 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
125 
 
Respostas2 
 
 
 
2 1: B 2: A 3: A 4: C 5: C 5: C 7: E 8: A 9:E 10: E 11:C 12:E 13:A 14:D 15:E 16:E 17:D 18:B 19:B 20:A 21:C 22:E 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
126 
 
META 3 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL: ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
 
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA 
⦁ Art. 18 e 19, CF/88 
⦁ Art. 20 a 33, CF/88 
⦁ Art. 34 a 36, CF/88 
⦁ Art. 60, §1º, CF/88 
 
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER! 
 
⦁ Art. 18, §3º e 4º, CF/88 (alta incidência em provas objetivas) 
⦁ Art. 21 a 24, CF/88 (leitura obrigatória! Cai em todas as provas!!!) 
⦁ Art. 25, §2º e 3º, CF/88 
⦁ Art. 27, caput, CF/88 
⦁ Art, 29, VIII, IX e XIV, CF/88 
⦁ Art. 30, I e II, CF/88 
⦁ Art. 34 a 36 (alta incidência em provas objetivas) 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 Ao tratar da organização do Estado, estamos falando de uma espécie do gênero divisão 
dos Poderes Políticos, que se divide em: Divisão territorial ou vertical dos poderes políticos, que 
está ligada à organização do Estado, à forma federativa de Estado, que será estudada neste 
capítulo. Divisão funcional ou horizontal dos poderes políticos, que está correlacionada à 
organização dos Poderes, como os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, que será vista adiante. 
 Vamos relembrar conceitos já vistos e que também são tratados na organização estatal. 
 
1.1 Aspectos Gerais 
 
Elementos constitutivos do Estado: 
 
I - POVO: Elemento humano, cujo conceito abrange tanto aqueles que se acham no território como for a 
deste, nos estrangeiros, mas presos a um determinado sistema de poder ou ordenamento normativo, pelo 
vínculo de cidadania. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
127 
 
 Obs.: O conceito de “população” engloba todas as pessoas presentes em um território em dado 
momento, incluindo estrangeiros e apátridas, independentementede qualquer laço de vinculação entre o 
indivíduo e a ordem jurídica estatal. 
 
II - TERRITÓRIO: Base geofísica de exercício do Poder Político e limite jurídico de atuação do Estado. É o 
espaço onde a soberania é exercida. 
 
Território brasileiro: 
● Terra firme, incluindo o subsolo, limitada pelas fronteiras externas; 
● Espaço aéreo 
● Mar territorial 
● Plataforma continental. 
 
Obs.: espaços que não fazem parte do território brasileiro, mas que estão compreendidos em sua 
soberania de forma mitigada: 
● Zona contígua: espaço em que o Brasil tem exclusividade para a exploração econômica e poder de 
fiscalização, mas no qual há liberdade de navegação; 
● Zona econômica exclusiva: espaço em que há exclusividade somente em relação à exploração 
econômica. 
 
III - GOVERNO SOBERANO: Conjunto de órgãos estatais realizadores das funções por intermédio das quais o 
Estado alcança seus fins. 
 
2. DIVISÃO ESPACIAL DE PODER 
 
⋅ Forma de Governo: República ou Monarquia; 
⋅ Forma de Estado: Estado Unitário ou Federação; 
⋅ Sistema de Governo: Presidencialismo ou parlamentarismo. 
 
FOGO – na República 
SIGO – Presidente 
 
 
2.1. Formas de governo 
 
O conceito de forma de governo refere-se à maneira como se dá a instituição do poder na sociedade, 
e como se dá a relação entre governantes e governados. Caso a instituição do poder se dê por meio de 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
128 
 
eleições, por um período certo de tempo, e o governante represente o povo, bem como tenha o dever de 
prestar contas de seus atos, teremos a forma de governo republicana (res publica, coisa do povo). 
Portanto, são as seguintes as características básicas da república: a) eletividade, seja ela direta ou 
indireta; b) temporalidade no exercício do poder; c) representatividade popular; d) responsabilidade do 
governante (dever de prestar contas). Se a forma de governo for marcada pela hereditariedade, vitaliciedade 
e ausência de representação popular, teremos a monarquia. 
Na monarquia, a instituição do poder não se dá por meio de eleições (e sim pela hereditariedade), o 
mandato é vitalício (e não temporário) e o monarca não representa o povo (e sim a linhagem de alguma 
família), tampouco responde perante o povo pelos atos de governo (não há o dever de prestar contas). 
As principais características da monarquia são: a) hereditariedade; b) vitaliciedade; c) inexistência de 
representação popular; d) irresponsabilidade do governante. 
O Brasil não nasceu república. A primeira forma de governo adotada no País foi a monarquia, com a 
chegada da família real portuguesa. Somente com a Constituição de 1891 implantou-se a forma republicana 
de governo. 
 
2.1.2. Sistemas de governo 
 
O conceito de sistema de governo está ligado ao modo como se relacionam os Poderes Legislativo e 
Executivo no exercício das funções governamentais. Se há uma maior independência entre esses Poderes, 
temos o presidencialismo. Se há maior colaboração, uma corresponsabilidade entre esses Poderes na 
condução das funções governamentais, estaremos diante do sistema parlamentarista. 
 
O presidencialismo é um sistema de governo que tem as seguintes características: 
a) o Presidente da República exerce o Poder Executivo em toda a sua inteireza, acumulando as 
funções de Chefe de Estado (quando representa o Estado frente a outros Estados soberanos), Chefe de 
Governo (quando cuida da política interna) e Chefe da Administração Pública (quando exerce a chefia 
superior da Administração Pública). Entre nós, por exemplo, a chefia do Executivo é monocrática, 
concentrada na figura do Presidente da República, porquanto os Ministros são meros auxiliares, de livre 
nomeação e exoneração; 
 b) o Presidente da República cumpre mandato autônomo, por tempo certo, não dependendo do 
Legislativo, nem para sua investidura, nem para sua permanência no poder; 
c) o órgão do Legislativo (Congresso, Assembleia, Câmara) não é propriamente Parlamento, sendo 
seus membros eleitos por período fixo de mandato; 
d) o órgão do Legislativo não está sujeito à dissolução, porque os seus membros são eleitos para um 
período certo de mandato; 
e) as relações entre os Poderes são mais rígidas, vigorando o princípio da divisão de Poderes, que são 
independentes e autônomos entre si (embora não mais com a clássica rigidez; modernamente fala-se em 
harmonia); 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
129 
 
f) a responsabilidade pela execução dos planos de governo, mesmo quando aprovados por lei, cabe 
exclusivamente ao Executivo (significa que, bem ou mal executados tais planos, ou mesmo não executados, 
o Chefe do Executivo tem assegurado o direito à permanência no poder até o término do mandato); 
g) é sistema típico das repúblicas. 
 
No sistema parlamentarista, a relação entre os Poderes Executivo e Legislativo é bem diferente. Em 
vez de independência, fala-se em colaboração entre os Poderes Executivo e Legislativo no exercício do poder, 
isto é, a manutenção do poder no âmbito de um depende da vontade do outro. 
Em suma, temos o seguinte: 
a) o Chefe do Executivo, que exerce a chefia de Estado, escolhe o Primeiro Ministro, para que exerça 
a chefia de Governo; 
b) uma vez escolhido, o Primeiro Ministro elabora um plano de governo e o submete à apreciação 
do Parlamento; 
c) a partir de então, o Primeiro Ministro . somente permanecerá no poder enquanto o seu plano de 
governo obtiver apoio do Parlamento; 
d) por outro lado, o governo poderá, em certas circunstâncias, dissolver o Parlamento, convocando 
novas eleições, como forma de renovar a composição parlamentar e, em consequência, aumentar o apoio 
ao seu plano de governo. 
Assim, o parlamentarismo é um sistema de governo que tem as seguintes características: 
a) o Poder Executivo se divide em duas frentes distintas: chefia de Estado (exercida pelo Monarca 
ou Presidente da República) e chefia de Governo (exercida pelo Primeiro Ministro); por isso, ao contrário do 
presidencialismo, em que o Executivo é ·monocrático, no parlamentarismo, diz-se que sua chefia é dual; 
b) o Primeiro Ministro é indicado pelo Presidente da República (feita a indicação, cabe a ele elaborar 
um plano de governo e submetê-lo à aprovação do Legislativo, a fim de obter apoio da maioria; aprovado o 
plano de governo, aprovada estará sua indicação; constata-se, dessarte, que o Legislativo assume 
responsabilidade de governo, vinculando-se politicamente perante o povo); 
c) o Legislativo (Parlamento) assume função político-governamental mais ampla, uma vez que 
compreende o próprio Governo, na figura do Primeiro Ministro; 
d) o Governo é responsável ante o Parlamento, dependendo de seu apoio e confiança para manter-
se (assim, se o Parlamento, a qualquer tempo, retirar a confiança no Governo, ele cai, exonera-se, para dar 
lugar à constituição de um novo Governo); 
e) o Parlamento é responsável perante o povo (forma-se, então, a seguinte cadeia: há 
responsabilidade política do Governo para com o Parlamento e deste para com os eleitores; se o Governo 
perde a confiança no Parlamento, poderá dissolvê-lo e convocar novas eleições para a formação de um novo 
Parlamento); 
f) classicamente é sistema típico das monarquias, embora atualmente seja muito adotado nas 
repúblicas da Europa. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
130 
 
2.2 Formas De Estado 
 
Os principais modos de distribuição do poder político são o Estado Unitário e o Estado Composto. 
 
2.2.1 Estado Unitário 
 
a) Conceito: 
 Tem como característica a centralização política e o monismo de poder. Ou seja: é aquele em que 
não há uma distribuição do Poder Político. 
 Segundo Marcelo Novelino, no Estado Unitário “existe apenas um centrode poder político 
responsável pela produção de normas jurídicas a serem observadas indistintamente por todo o 
território. Como consequência dessa unidade na produção normativa, verifica-se, a priori, a 
existência de um único órgão legislativo situado no Poder central.” (NOVELINO, 2017, p. 546). 
 Pergunta-se: Atualmente, considerando a complexidade das relações sociais atuais, existe algum 
estado unitário sem nenhum tipo de descentralização, sem nenhum tipo de distribuição do poder político no 
território? 
 R.: Salvo nos Estados muito pequenos, vemos que, nos atuais estados unitários 
complexos/compostos, é possível observar um tipo de descentralização, até porque, se não tivesse, não 
seriam reproduzidos socialmente: é possível observar a descentralização administrativa. Temos, como 
exemplo, Portugal e França, que são estados unitários, mas possuem a descentralização administrativa, na 
qual são criados braços da administração com personalidade jurídica própria para resolver determinados 
problemas. 
 
b) Espécies de Estado Unitário: Existem 3 espécies de Estado Unitário: 
● Estado Unitário Puro: Absoluta centralização do exercício do Poder, tendo em conta o território do 
Estado. 
● Estado Unitário Descentralizado Administrativamente: Concentra a tomada de decisões políticas no 
Governo Nacional, mas descentraliza a execução das decisões tomadas. Criam-se pessoas para, em nome 
do Governo Nacional (longa manus), executar e administrar as decisões políticas. 
● Estado Unitário Descentralizado Administrativa e Politicamente: No momento de execução das decisões 
já tomadas pelo Governo Central, as “pessoas” passam a ter certa autonomia política para decidir no 
caso concreto o melhor procedimento. 
 
2.2.2 Estado Composto 
 
a) Conceito 
 Forma mais complexa de Estado, que surge a partir da reunião de duas ou mais entidades políticas 
em um mesmo território. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
131 
 
 
b) Espécies de estado composto: 
● União Pessoal: forma monárquica de governo e convergência na linha dinástica de dois ou mais Estados 
em uma só pessoa. O que une os Estados é a ligação física com o soberano. Exemplo: União entre Portugal 
e Brasil em 1826, na pessoa de Dom Pedro IV (Dom Pedro I no Brasil). 
● União Real: também é uma forma monárquica de governo com convergência na linha dinástica de dois 
ou mais Estados em uma só pessoa. No entanto, nesse caso os vínculos entre os Estados são mais 
intensos e definitivos. Por esse motivo, existe apenas uma pessoa jurídica de direito público 
internacional, na qual cada Estado preserva sua autonomia administrativa. Exemplo: Reino Unido de 
Portugal, Brasil e Algarves (1815 a 1822). 
● Confederação: associação de Estados nacionais soberanos, firmada por intermédio de um tratado 
internacional, com vistas a estipular tarefas e objetivos comuns, como a garantia da segurança interna e 
a defesa do território. Nessa união, todos os Estados mantêm a soberania, de modo que há direito de 
secessão (possibilidade de rompimento do vínculo). Os Estados são unidos, em regra, por Tratado 
Internacional. 
● Federação: O Estado Federal é aquele em que existe uma distribuição do Poder Político, na qual temos 1 
(um) ente dotado de soberania e outros entes dotados de autonomia. Note que a diferença é que, no 
estado federal, os entes são dotados de autonomia e, na confederação eles são dotados de soberania. 
Exemplos de Estados Federais: Brasil, EUA, Canadá, etc. Os Estados são unidos por uma Constituição. 
 
3. FEDERAÇÃO 
 
É a atual forma adotada pelo Brasil. Esta forma de Estado se caracteriza pela coexistência de um 
poder soberano e diversas forças políticas autônomas, unidas por uma Constituição. Nesta hipótese, 
diferentemente da confederação, só existe um poder soberano, sendo os demais entes detentores de 
autonomia. 
O ente soberano possui poder supremo na ordem interna e independente na ordem externa, 
podendo firmar relações e acordos com quem entender. Já o poder autônomo é o poder concedido aos 
demais entes para elaborarem normas de auto-organização, autolegislação, possibilitando o 
estabelecimento de auto-governo para autoadministração, sempre pautados pelos limites impostos pelo 
poder soberano. 
 
CAIU RECENTEMENTE EM PROVA: 
IBFC - 2022 - PC-BA – Escrivão de polícia civil 
Acerca da Organização do Estado, assinale a alternativa que apresenta correta e 
respectivamente o Sistema de Governo e a Forma de Estado no Brasil. 
A-República e Federação 
B-Presidencialismo e Federação 
 
 
 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-aocp-2019-pc-es-investigador
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
132 
 
C-Parlamentarismo e Monarquia 
D-Presidencialismo e República 
E-República e Estado Unitário 
R.: letra B 
 
 
3.1 Espécies De Federalismo 
 
3.1.1 Federalismo Dualista, Ou Cooperativo, Ou De Integração 
 
No tocante à relação entre os entes autônomos, estes podem ser dualistas, cooperativos ou de 
integração. No federalismo dual (ou dualista, clássico), as entidades autônomas são distintas, estanques, não 
se comunicam. Já no federalismo cooperativo, os entes atuam de forma coordenada, exercendo, inclusive, 
atribuições em conjunto. No federalismo de integração, por sua vez, há predominância da União em relação 
às demais unidades, aproximando-se do Estado unitário. 
 
3.1.2 Federalismo Simétrico E Assimétrico 
 
Nesta análise, são perquiridas diversas questões, como a cultura, língua, desenvolvimento das 
entidades autônomas. Desta feita, no federalismo simétrico, há uniformidade de cultura, língua e 
desenvolvimento entre as entidades autônomas, como ocorre nos Estados Unidos da América. 
No federalismo assimétrico, ao revés, ocorre diversidade de cultura, língua ou desenvolvimento, 
como ocorre no Canadá (onde há diversidade de língua e cultura) e na Suíça (onde há diversidade de etnia). 
 
3.1.3 Federalismo De Equilíbrio 
 
Traduz-se na necessidade de que no federalismo mantenha-se o delicado equilíbrio entre as 
entidades federativas. Isso pode ser alcançado pelo estabelecimento de regiões de desenvolvimento (entre 
os estados) e de regiões metropolitanas (entre os municípios), concessão de benefícios, além de 
redistribuição de rendas. 
 
3.1.4 Federalismo Orgânico 
 
Nesta espécie, as unidades federadas se formam à simples imagem e semelhança do todo-poderoso 
poder central. Nesta hipótese, o poder central limita por demais os poderes autônomos, sendo quase um 
regresso ao unitarismo. 
É o que ocorre quando, v.g., a Constituição disciplina tão pormenorizadamente as atribuições dos 
órgãos autônomos, o que deixa pouca margem para o exercício livre do poder político. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
133 
 
 
3.2 Características Da Federação 
 
Em que pese a possibilidade de cada Estado federado ter características próprias, há alguns traços 
que todas as federações devem possuir, sob pena de ofender a forma federativa de Estado (art. 60, § 4.º, I, 
da CR): 
A) Descentralização política – Os entes federados devem possuir margem de discricionariedade 
política; 
B) Existência de uma constituição rígida – Possibilita a estabilidade aos entes federados; 
C) Existência de um órgão guardião da Constituição – No Brasil é o STF, pela previsão expressa do 
art. 102, caput, da CRFB; 
D) Soberania do Estado federal – Além de entes autônomos, a federação é dotada de um órgão 
munido de 
um poder maior, denominado “soberania”; 
E) Auto-organização dos Estados-membros – Os Estados possuem liberdade para estabelecer regras 
de condutas próprias para sua realidade mediante Constituições próprias (art. 25), sempre nos 
parâmetros impostos pelo poder soberano; 
F) Inexistênciado direito à secessão – Em razão do princípio da indissolubilidade do vínculo 
federativo (art. 1.º da CF), um ente autônomo não pode se separar da federação. Caso haja tentativa 
de independência, caberá intervenção federal no Estado rebelde (art. 34, I), com suspensão 
temporária de sua autonomia; 
G) Existência de um órgão representativo dos Estados-membros em âmbito federal – No Brasil é 
função do Senado Federal; 
H) Repartição de receita tributária – Assegura a estabilidade entre os entes federados (arts. 157 ao 
159). 
 
3.3 Classificação Do Federalismo 
 
O federalismo pode ser classificado no tocante a sua formação e ao seu tipo. 
 
3.3.1 Quanto À Formação 
 
3.3.2.1 Federalismo Por Movimento Centrípeto (Agregação). 
 
Parte de entes independentes e soberanos que se unem para criar um Estado federal único, 
cedendo 
a soberania para um único ente e mantendo o poder autônomo. Além da Alemanha e Suíça, os Estados 
Unidos se caracterizam por ter criado o federalismo por meio de movimento centrípeto. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
134 
 
Para explicar melhor essa forma de Estado, é bom discorrer em poucas linhas sobre a criação do 
federalismo nos EUA: após a independência de treze colônias britânicas, estas resolveram se unir sob a forma 
de Confederação, em 1781, firmando o tratado conhecido como Artigos de Confederação, dando origem aos 
Estados Unidos Reunidos em Congresso, órgão pelo qual as antigas treze colônias (agora como Estados 
participantes de uma Confederação) tomavam decisões a respeito de interesses comuns. 
Com o amadurecimento da relação entre os Estados independentes confederados, os representantes 
dos Estados participantes reuniram-se na Convenção de Filadélfia, em 1787, com a ausência apenas do 
representante de Rhode Island. Naquela reunião, ficou estabelecido que seria adotada a forma federativa de 
Estado. Dessa forma, Estados independentes confederados resolveram ceder sua soberania para um ente 
que reuniria todos os Estados participantes, e estes seriam detentores somente de poder autônomo. 
 
3.3.2.2 Federalismo Por Movimento Centrífugo (Segregação Ou Desagregação) 
 
Ocorre quando um Estado unitário abre mão de parcela do poder, delegando poder autônomo para 
órgãos regionais. No Brasil, por exemplo, o Marechal Floriano Vieira Peixoto instituiu, pelo Decreto 01, de 
15.11.1889, além da República, o federalismo. Por meio deste documento foi concedido poder autônomo 
para os Estados, desagregando o poder que estava enraizado nas mãos da União. 
 
3.3.2 Quanto Ao Tipo 
 
Federalismo clássico (em dois níveis) 
Quando o federalismo é formado por uma ordem soberana e duas ordens autônomas. Ex.: Canadá e 
EUA. 
 
Federalismo sui generis (em quatro níveis, multifacetado ou de 3.º grau) 
Este federalismo é formado por uma ordem soberana e quatro ordens políticas autônomas, como 
o Brasil (art. 18). 
 
3.4 Vedações Constitucionais Aos Entes Autônomos 
 
 O art. 19 veda expressamente que a União, Estados, Distrito Federal e Municípios: 
 
I - Estabeleçam cultos religiosos ou igrejas, subvencione-os, embarace-lhes o 
funcionamento ou mantenha com eles, ou seus representantes, relações de 
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse 
público. Este fato se dá em razão do princípio do laicismo (art. 5.º, VI ao VIII), na 
medida em que neste País não há religião oficial. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
135 
 
II - Recusem fé aos documentos públicos. Assim, não pode um Estado exigir 
documentos expedidos exclusivamente por seus órgãos, devendo aceitar 
documentos públicos expedidos por todos os entes da federação. 
III - Criem distinções entre brasileiros ou preferências entre si. Esta previsão decorre 
do princípio da igualdade. 
 
 
CAIU RECENTEMENTE EM PROVA: 
IBFC - 2022 - PC-BA – Escrivão de polícia civil 
 No que se refere à organização político-administrativa brasileira, analise as afirmativas abaixo. 
 
I. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios recusar fé aos documentos 
públicos. II. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende 
a União, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, todos autônomos. III. É 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios criar distinções entre 
brasileiros ou preferências entre si. 
 
Estão corretas as afirmativas: 
A-I, II e III 
B-I e II apenas 
C-II e III apenas 
D-I e III apenas 
E-I apenas 
R.: letra D 
 
OBS: Amigos concurseiros policiais, muita atenção para as diferenças entre fundamentos, objetivos 
fundamentais e princípios que regem o Brasil nas relações internacionais. Relembremos! 
 
3.4.1 República Federativa Do Brasil 
 
A República Federativa do Brasil é ente soberano e possui natureza jurídica de pessoa jurídica de 
direito público EXTERNO. Possui a língua portuguesa como idioma oficial (art. 13, caput), o que se deu em 
razão da colonização; porém, a Constituição permite às comunidades indígenas a utilização de suas línguas 
maternas e processo próprio de aprendizagem (art. 210, § 2.º) e ainda protege a língua indígena (art. 231). 
Os SÍMBOLOS da República Federativa do Brasil são: a bandeira, o hino, as armas e selo nacionais. 
 
 
 
 
 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-aocp-2019-pc-es-investigador
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
136 
 
 
MEMORIZANDO: 
 
BAHIAS: BAndeira, HIno, Armas e Selo 
 
 
Ademais, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios (art. 13, §§ 1.º 
e 2.º). 
O título “Dos Princípios Fundamentais” da Constituição Federal está dividido em fundamentos, 
objetivos e princípios de regência das relações internacionais. 
Os FUNDAMENTOS do Brasil são (art. 1.º): soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, 
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e pluralismo político. 
 
MEMORIZANDO: 
SOCIDIVAPLU - SOberania, CIdadania, DIgnidade da 
pessoa humana, VAlores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa e o PLUralismo político. 
 
Já os OBJETIVOS são (art. 3.º): construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantir o 
desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação. 
 
MEMORIZANDO: 
CON GARRA ERRA POUCO - CONstruir, GARantir, 
ERRAdicar e Promover 
 
Os princípios de regência das relações internacionais, por sua vez, são: independência nacional, 
prevalência dos direitos humanos, autodeterminação dos povos, não intervenção, igualdade entre os 
Estados, defesa da paz, solução pacífica dos conflitos, repúdio ao terrorismo e ao racismo, cooperação 
entre os povos para o progresso da humanidade e concessão de asilo político. 
 
MEMORIZANDO: 
INPREAUTO NÃO, IGUALDADE DE SORECOCO: 
 
 INdependência nacional; PREvalência dos direitos 
humanos; AUTOdeterminação dos povos; NÃO 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
137 
 
intervenção; IGUALDADE entre os Estados; DEfesa da 
paz; SOlução pacífica dos conflitos; REpúdio ao 
terrorismo e ao racismo; COoperação entre os povos 
para o progresso da humanidade; e COncessão de asilo 
político. 
 
 
3.4.2 A União 
 
A União é entidade federativa autônoma em relação aos estados-membros e municípios. É pessoa 
jurídica de direito público interno, com competências administrativas e legislativas enumeradas no texto 
constitucional. 
 Cabe à União, também, exercer .as prerrogativas da soberania do Estadobrasileiro, quando 
representa a República Federativa do Brasil nas relações internacionais. Trata-se de atribuição exclusiva da 
União, pois os demais entes integrantes da Federação não dispõem de competência para representar o 
Estado federal brasileiro frente a outros Estados soberanos. Porém, a União não se confunde com o Estado 
federal. 
A União, pessoa jurídica de direito público interno, é uma das entidades que integram a República 
Federativa. A República Federativa é o todo, o Estado federal brasileiro, pessoa jurídica de direito público 
internacional, integrada pela União, estados, Distrito Federal e municípios. 
Ocorre que é por intermédio da União que a República Federativa do Brasil se apresenta nas suas 
relações internacionais, vale dizer, é a União que representa o nosso Estado federal perante outros Estados 
soberanos. Mas, frise-se, a União somente representa o Estado federal nos atos de Direito Internacional. 
Quem efetivamente pratica atos de Direito Internacional é a República Federativa do Brasil, juridicamente 
representada por um órgão ·da União, que é o Presidente da República. 
O Estado federal - a República Federativa do Brasil - é que é a pessoa jurídica de direito público 
internacional. A União, pessoa jurídica de direito público interno, é somente uma das entidades que formam 
esse todo, o Estado federal, e que, por determinação ·constitucional (CF, art. 21, I), tem a competência 
exclusiva para representá-lo nas suas relações internacionais. 
Desse modo, a União ora atua em nome próprio, internamente, na sua relação com os demais entes 
federados, ora atua em nome de toda a Federação, quando representa a República Federativa do Brasil 
perante outros Estados soberanos. 
 Os bens pertencentes à União estão enumerados no art. 20 da Constituição Federal, nestes termos: 
 
Art. 20. São bens da União: 
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
138 
 
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e 
construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, 
definidas em lei; 
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou 
que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se 
estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos 
marginais e as praias fluviais; 
 IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias 
marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a 
sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade 
ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; 
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; 
VI - o mar territorial; 
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; 
VIII - os potenciais de energia hidráulica; 
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; 
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; 
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. 
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, 
de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos 
minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona 
econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019) 
 
3.4.3 Estados-Membros 
 
Os estados-membros são os entes típicos do estado Federal, são eles que dão a estrutura conceitual 
da forma de Estado federado, como uma união de estados autônomos. 
 A autonomia dos estados-membros caracteriza-se pela sua capacidade de auto-organização e 
autolegislação, de autogoverno e de autoadministração (CF, arts. 18, 25 a 28). 
 
3.4.4 Auto-Organização E Autolegislação 
 
A capacidade de auto-organização e autolegislação está expressa no caput do art. 25 da Constituição 
da República, que dispõe que os estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, 
observados os princípios da Constituição Federal. 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc102.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc102.htm#art1
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
139 
 
Os estados se auto-organizam mediante a elaboração de suas Constituições, resultado da atuação 
do poder constituinte derivado decorrente (exercido pelas respectivas assembleias legislativas). 
Também autolegislam, vale dizer, editam leis próprias, fruto da atuação do legislador ordinário 
estadual (as respectivas assembleias legislativas). 
No exercício da capacidade de auto-organização e de autolegislação os estados devem obediência 
aos princípios estabelecidos na Constituição Federal. 
Esses princípios são tradicionalmente denominados princípios constitucionais sensíveis, extensíveis 
e estabelecidos. 
Os princípios constitucionais sensíveis da ordem federativa são aqueles cuja observância é 
obrigatória, sob pena de intervenção federal. Estão enumerados no art. 34, VII, da Constituição Federal: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta; 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a 
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos 
de saúde. 
A ofensa a esses princípios sensíveis poderá provocar a representação interventiva do Procurador-
Geral da República perante o Supremo Tribunal Federal, visando à declaração de inconstitucionalidade, e 
decretação da intervenção federal, caso não tenha eficácia a simples suspensão da execução do ato 
impugnado, nos termos do art. 36, III, e § 3.º, da Constituição Federal. 
Os princípios constitucionais extensíveis consistem nas regras de organização que a Constituição 
estendeu aos estados-membros, ao Distrito Federal e aos municípios. São, portanto, de observância 
obrigatória no exercício do poder de auto-organização do estado (CF, arts. l.º, I ao IV; 3.0 , I ao IV; 6.º a 11; 
93, I a XI; 95, I, II e III). 
Os princípios constitucionais estabelecidos são aqueles que, dispersos ao longo do texto 
constitucional, limitam a autonomia organizatória do estado, estabelecendo preceitos centrais de 
observância obrigatória. Alguns geram limitações expressas vedatórias (CF, arts. 19, 150, 152), outros 
limitações expressas mandatórias (CF, arts. 37 a 41, 125), outros limitações implícitas (CF, arts. 21, 22, 30) e 
outros, ainda, limitações decorrentes do sistema constitucional adotado, que são limitações que defluem 
naturalmente, como consequência lógica, dos princípios constitucionais adotados pela Constituição Federal 
de 1988, a exemplo do princípio federativo, dos princípios do Estado democrático de direito, dos princípios 
da ordem econômica e social etc. 
 
3.4.5 Autogoverno 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
140 
 
A capacidade de autogoverno está assentada nos arts. 27, 28 e 125 da Constituição Federal, que 
outorgam competência aos estados-membros para organizar os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário 
locais. 
Em relação ao autogoverno, a própria Constituição Federal estabelece importantes regras que 
incidirão sobre o governo estadual, dentre as quais destacamos as apresentadas a seguir. 
O Poder Legislativo estadual é unicameral, formado pela assembleia legislativa,composta de 
deputados estaduais eleitos pelo sistema proporcional, para mandatos de quatro anos, aplicando-se lhes as 
regras da Constituição Federal sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de 
mandato, licença, impedimentos e incorporação às forças armadas (CF, art. 27, § 1 º). 
O número de deputados estaduais, no geral, corresponderá ao triplo da representação do estado 
na Câmara dos Deputados, fixada em lei complementar, na forma do art. 41, § 1. º, da Constituição Federal 
(Regra: n.º de deputados estaduais = 3 x n.º de deputados federais). 
Porém, se atingido o número de 36 (trinta e seis) deputados estaduais, serão acrescidos tantos 
deputados quantos forem os deputados federais acima de doze (Exceção: n.º de deputados estaduais= 36 
+ n.º de deputados federais - 12). 
Assim, por exemplo, o Estado de São Paulo tem 70 (setenta) deputados federais, portanto, encaixa-
se na exceção prevista no art. 27 (n.º de deputados estaduais = 36 + n.º de deputados federais - 12). Logo, o 
número de deputados estaduais do Estado de São Paulo é 94 (36 + 70 - 12 94 deputados estaduais). 
É obrigatória a existência de iniciativa popular de lei no processo legislativo estadual, devendo a lei 
dispor a respeito do seu exercício pelos cidadãos (CF, art. 27, § 4º). 
 A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-
se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo 
turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 
06 (seis) de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, as regras constitucionais sobre eleições 
para Presidente da República (CF, art. 28, com redação dada pela emenda constitucional n° 111 de 2021) 
Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na Administração Pública Direta 
ou Indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público, hipótese em que será afastado do seu cargo, 
emprego ou função, mantendo-se a contagem do tempo de serviço para todos os efeitos legais, exceto para 
promoção por merecimento (CF, art. 28, § 1º) 
O subsídio dos deputados estaduais é fixado por lei de iniciativa da assembleia legislativa, na razão 
de, no máximo, 75% (setenta e cinco por cento) daquele estabelecido, em espécie, para os deputados 
federais. Note-se que o subsídio não é mais fixado por resolução da assembleia legislativa, mas sim por lei, 
a partir de projeto apresentado pela assembleia legislativa, que, portanto, se sujeita ao poder de veto do 
Governador (CF, art. 27, § 2º). 
O subsídio do Governador, do Vice-Governador e dos secretários de estado é fixado por lei de 
iniciativa da assembleia legislativa (CF, art. 28, § 2.º). Os subsídios dos deputados estaduais serão o limite 
remuneratório (teto) no âmbito do Poder Legislativo estadual (CF, art. 37, XI). O subsídio mensal do 
Governador do estado será o limite remuneratório (teto) para todo o Poder Executivo estadual, exceto para 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
141 
 
os procuradores e defensores públicos, cujo teto salarial será 90,25% do subsídio de Ministro do Supremo 
Tribunal Federal (CF, art. 37, XI). 
Não obstante os limites remuneratórios aludidos nos dois parágrafos precedentes, é facultado "aos 
Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei 
Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, 
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do 
Supremo Tribunal Federal" (CF, art. 37, § 12). 
 Esse teto único, caso adotado, não se aplicará aos subsídios dos deputados estaduais e distritais, 
nem dos vereadores, pois eles possuem limites próprios previstos em outros dispositivos da Constituição 
(art. 27, § 2.º; art. 29, incisos V1 e VII; art. 32, § 3.) Compete às assembleias legislativas dispor sobre seu 
regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos (CF, 
art. 27, § 3.º). Ao dispor sobre a composição de suas Mesas, poderão as assembleias legislativas permitir a 
recondução do deputado estadual para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente, pois, 
segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a vedação à recondução para o mesmo cargo da 
Mesa na eleição imediatamente subsequente, prevista no art. 57, § 4, da Constituição Federal, não é de 
observância obrigatória para os estados, Distrito Federal e municípios. 
Os estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos na Constituição Federal, 
cabendo à Constituição do estado definir a competência dos tribunais, e ao Tribunal de Justiça a iniciativa da 
lei de organização judiciária (CF, art. 125, caput e § l. º). No âmbito desse poder para organizar sua própria 
Justiça, poderão os estados instituir o controle de constitucionalidade abstrato, para a fiscalização de leis 
ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição estadual, vedada a atribuição da 
legitimação para agir a um único órgão (CF, art. 125, § 2º). 
A lei estadual poderá, ainda, criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar 
estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo 
grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos estados em que o efetivo militar 
seja superior a vinte mil integrantes (CF, art. 125, § 3.º). 
 
3.4.6 Autoadministração 
 
A capacidade de autoadministração decorre das normas que distribuem as competências entre 
União, estados, Distrito Federal e municípios, especialmente do art. 25, § 1.º, segundo o qual são reservadas 
aos estados as competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição. Assim, os estados-membros se 
autoadministram no exercício de suas competências administrativas, legislativas e tributárias definidas 
constitucionalmente. 
Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações 
urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a 
organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum (CF, art. 25, § 3.º). 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
142 
 
São três, portanto, os requisitos constitucionais para a atuação dos estados nas três hipóteses 
(criação de regiões metropolitanas, de aglomerações urbanas e de microrregiões): 
a) lei complementar estadual; 
b) tratar-se de um conjunto de municípios limítrofes; 
c) ter por fim a organização, planejamento e execução de funções públicas de interesse comum. 
 
As regiões metropolitanas são conjuntos de municípios limítrofes, com certa continuidade urbana, 
que se reúnem em torno de um município-polo. 
As aglomerações urbanas são áreas urbanas de municípios limítrofes, sem um polo, ou mesmo uma 
sede. Caracterizam-se pela grande densidade demográfica e continuidade urbana. 
As microrregiões são também municípios limítrofes, que apresentam características homogêneas e 
problemas em comum, mas que não se encontram ligados por certa continuidade urbana. 
Cabe ressaltar que a criação de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões é 
competência exclusiva do estado-membro, não havendo nenhuma ingerência dos municípios envolvidos 
nessa matéria. Essa competência dos estados-membros não deve ser confundida com a competência 
outorgada aos municípios para criar, organizar e suprimir distritos, desde que observada a legislação estadual 
(CF, art. 30, IV). 
Os Estados-membros possuem natureza de pessoa jurídica de direito público interno. O art. 18, § 3.º, 
estabelece regras para fusão,cisão e desmembramento dos Estados. 
Dessa forma, apesar de ser vedada a secessão (ato de se desligar da federação, diminuindo o 
tamanho territorial do País), é possível criar novos Estados ou que um Estado já existente se divida, se una 
a outro e assim por diante. 
a) Fusão – ocorre quando dois ou mais Estados se unem, formando um novo Estado. Com isso, os 
Estados originários deixam de existir. A fusão é o ato de “incorporar-se entre si”; 
b) Cisão – nesta hipótese, um Estado subdivide-se, fazendo com que o Estado originário 
desapareça. Assim, surgem dois ou mais novos Estados; 
c) Desmembramento – acontece quando um ou mais Estados cedem parte de seu território. Com 
a cessão do território, podem acontecer dois fenômenos distintos: 
c.1) desmembramento formação – quando a parte desmembrada cria novo ente, o que mais 
recentemente ocorreu com Mato Grosso do Sul e Tocantins. Esses Estados só foram criados graças 
ao desmembramento realizado em relação às áreas de Mato Grosso e Goiás, respectivamente; 
c.2) desmembramento anexação – a parte desmembrada anexa-se a outro Estado. Não se confunde 
com a cisão, pois na anexação o Estado primitivo continua existindo. 
 
Para possibilitar a fusão, cisão e desmembramento, o art. 18, § 3.º, c/c o art. 48, VI, estabelece uma 
série de requisitos: 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
143 
 
I – plebiscito com a população diretamente interessada. A consulta popular prévia 
é requisito essencial e prejudicial para a próxima fase, ou seja, a rejeição por 
qualquer dos entes envolvidos inviabiliza o prosseguimento. O STF entendeu que a 
expressão “população diretamente interessada” constante do § 3.º do art. 18 da 
CF deve ser a população tanto da área desmembrada do Estado-membro como a 
da área remanescente. 
II – propositura do projeto de lei complementar. Este projeto de lei ocorrerá caso 
o plebiscito seja favorável, e será proposto por qualquer das casas do Congresso 
Nacional (art. 4.º, § 1.º, da Lei 9.709/1998). 
III – audiência das assembleias legislativas. A casa que receber primeiramente o 
projeto de lei complementar referido deverá realizar audiência das respectivas 
assembleias legislativas envolvidas (art. 48, VI, da CF e art. 4.º, § 2.º, da Lei 
9.709/1998). No entanto, o parecer das Assembleias Legislativas não é vinculativo, 
podendo prosseguir o projeto de lei complementar mesmo contra a vontade do 
legislativo estadual. 
IV – aprovação pelo Congresso Nacional. Após a audiência não vinculativa das 
assembleias legislativas envolvidas, cabe ao Legislativo federal deliberar sobre o 
projeto de lei complementar. Importante notar que a consulta plebiscitária vincula 
a propositura do projeto de lei complementar, não sua aprovação. Dessa forma, 
tanto o Legislativo pode rejeitar como o Presidente da República pode vetar o 
projeto de lei complementar. 
 
 
 
JÁ CAIU EM PROVA: 
INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador 
De acordo com a Constituição Federal, assinale a alternativa correta acerca da Organização 
Político-Administrativa do Estado. 
A) Os Territórios Federais integram a União e sua criação, transformação em Estado ou 
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei ordinária. 
B) Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem 
a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população 
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. 
C) A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios far-se-ão por lei 
federal, dentro do período determinado por Lei Ordinária. 
D) Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem 
a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação das 
 
 
 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-aocp-2019-pc-es-investigador
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
144 
 
Assembleias Legislativas dos Estados diretamente interessados e do Congresso Nacional, por lei 
ordinária. 
E) São considerados como bens dos Estados da Federação os recursos minerais, inclusive os do 
subsolo. 
R.: letra B. Art. 18, §3º, CF. 
 
 
Na Jurisprudência do STF: 
 
É inconstitucional norma que prevê a concentração excessiva do poder decisório nas mãos 
de só um dos entes públicos integrantes de região metropolitana. Nesse mesmo contexto, é 
inadmissível que a gestão e a percepção dos frutos da empreitada metropolitana comum, 
incluídos os valores referentes a eventual concessão à iniciativa privada, aproveitem a 
apenas um dos entes federados. Com base nesse entendimento, o STF declarou 
inconstitucionais normas que concentravam no Estado de Alagoas o poder decisório nas 
instâncias deliberativas e executivas da Região Metropolitana de Maceió, resultando na 
violação da autonomia dos municípios envolvidos. 
O STF, no entanto, modulou os efeitos da decisão para que passe a valer em 24 meses, 
período em que o legislativo estadual deverá reapreciar o desenho institucional da região 
metropolitana. 
STF. Plenário. ADI 6573/AL. Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 13/5/2022. 
 
 
 
 
3.5 Vedações Ao Poder Constituinte Decorrente 
 
A Constituição Federal de 1988, ao atribuir aos estados a capacidade de auto-organização e 
autolegislação, de autogoverno, e de autoadministração (arts. 18, 25 a 28), impõe limitações a esses poderes 
e determina que sejam respeitados os princípios nela estabelecidos. Conforme visto, alguns desses princípios 
podem ser descobertos com facilidade, como os denominados princípios sensíveis, que são taxativamente 
enumerados no art. 34, VII, da Lei Maior. Mas, além desses, temos os princípios constitucionais extensíveis e 
os princípios constitucionais estabelecidos, que, espalhados pelo texto constitucional, limitam, explícita ou 
implicitamente, a autonomia organizatória dos estados. 
Os estados-membros, na sua capacidade de auto-organização, deverão observar todos esses 
princípios previstos na Constituição Federal - sensíveis, estabelecidos e extensíveis, sob pena de absoluta 
inconstitucionalidade da regra da Constituição estadual que contrarie algum deles. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
145 
 
Entretanto, a Constituição Federal nem sempre é expressa no tocante à competência dos entes 
federados, surgindo, em ·consequência, dúvidas sobre a competência dos estados para dispor acerca de 
certas matérias. 
Apresentamos, a seguir, algumas matérias que não poderão ser disciplinadas na Constituição do 
estado. 
 
A Constituição do estado não pode: 
 
A) condicionar a nomeação, a exoneração e a destituição dos secretários de estado à 
prévia aprovação da assembleia legislativa. 
 
Os secretários de estado são os auxiliares do Governador de Estado, assim como os ministros de 
estado são os auxiliares do Presidente da República. A nomeação, exoneração e destituição de ministros de 
estado são matérias de competência privativa do Presidente da República (CF, art. 84, 1), sem nenhuma 
participação do Congresso Nacional. Esse modelo deverá ser seguido no âmbito estadual. 
Caso a Constituição do estado pretenda condicionar a nomeação, exoneração e destituição de 
secretários de estado à prévia aprovação da Assembleia Legislativa, haverá indevida ingerência do Poder 
Legislativo na esfera de competência do Executivo, em ofensa ao princípio. da separação de Poderes. Essa 
mesma vedação aplica-se à Lei Orgânica do Distrito Federal e dos municípios, no tocante à nomeação, 
exoneração e destituição dos respectivos auxiliares do Chefe do Executivo local. 
 
B) fixar em quatro quintos dos membros da assembleia legislativa o quórum para aprovaçãode 
emendas Constituição do estado. Ao estabelecer o processo legislativo de modificação da 
Constituição estadual, os estados-membros deverão observar as regras previstas na Constituição 
Federal para sua reforma (CF, art. 60). 
 
As diferentes regras do art. 60 da Constituição Federal são, no que couber, de observância 
obrigatória 
pelos estados-membros, dentre elas: votação em dois turnos e quorum de três quintos para deliberação (§ 
2.º); não sujeição a veto do Chefe do Executivo e promulgação direta da emenda pelo Poder Legislativo (§ 
3.º); irrepetibilidade, na mesma sessão legislativa, da matéria rejeitada ou havida por prejudicada (§ 5.º). 
Portanto, não poderá a Constituição do estado estabelecer quorum para modificação do seu texto 
distinto daquele estabelecido pelo legislador constituinte para a reforma da Constituição Federal, que é de 
três quintos (CF, art. 60, § 2.º). Não poderá o Estado adotar quorum mais rígido (quatro quintos, por 
exemplo), nem menos rígido (maioria absoluta, por exemplo). 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
146 
 
C) tratar de matérias de iniciativa privativa do Chefe do Executivo, a partir de proposta de emenda 
apresentada por parlamentar. A Constituição Federal estabelece certas matérias cuja iniciativa de lei 
é privativa do Presidente da República (art. 61, § 1). 
 
Em relação a essas matérias, portanto, só o Presidente da República poderá desencadear o processo 
legislativo, isto é, apresentar projeto de lei perante o Poder Legislativo. 
Por força do princípio federativo, o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que essa 
iniciativa privativa do Presidente da República é de observância obrigatória pelos estados, Distrito Federal 
e municípios, adequando-se a iniciativa, conforme o caso, ao Governador ou ao Prefeito. 
 
D) subordinar a nomeação do Procurador-Geral da Justiça do estado à prévia aprovação do seu 
nome pela assembleia legislativa. · O Procurador-Geral de Justiça é o Chefe do Ministério Público 
dos estados e do Distrito Federal e territórios, assim como o Procurador-Geral da República é o Chefe 
do Ministério Público da União. 
 
Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é inconstitucional norma da Constituição de 
estado que condicione a nomeação do Procurador-Geral de Justiça à prévia aprovação da assembleia 
legislativa, visto que a Constituição Federal estabelece regra específica sobre o assunto, distinta daquela 
estabelecida para a nomeação do Procurador-Geral da República. 
 
E) outorgar ao Governador do estado imunidade à prisão em flagrante, à prisão preventiva e à 
prisão temporária, tampouco pode estabelecer a irresponsabilidade, na vigência do mandato, 
pelos atos estranhos ao exercício de suas funções. 
 
Essas imunidades foram expressamente conferidas pela Constituição Federal ao Presidente da 
República (CF, art. 86, §§ 3º e 4º). Porém, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, são elas 
exclusivas do Presidente da República, não podendo ser estendidas aos Governadores de Estado. 
 
F) condicionar a eficácia de convênio celebrado pelo Poder Executivo à prévia aprovação do Poder 
Legislativo. 
 
A celebração de convênios administrativos é matéria da competência do Chefe do Executivo 
responsável pelo exercício da direção superior da Administração Pública (CF, art. 84, II). 
 
G) estabelecer prazo para que os detentores de iniciativa privativa (reservada ou exclusiva) 
apresentem projeto de lei ao Poder Legislativo. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
147 
 
H) outorgar competência para que a assembleia legislativa julgue as próprias contas e as dos 
administradores dos Poderes Executivo e Judiciário. 
 
I) adotar outros sistemas eleitorais distintos daqueles previstos na Constituição Federal. 
 
A Constituição Federal prevê dois sistemas eleitorais: o majoritário (para eleição dos Chefes do 
Executivo e senadores da República) e o proporcional (para eleição dos deputados federais, deputados 
estaduais e vereadores). Esses sistemas eleitorais são de observância obrigatória pelos estados -membros, 
por força do disposto no art. 27, § 1 º, da Constituição Federal, não podendo os entes federados adotar um 
sistema eleitoral distinto (o distrital misto, por exemplo) para a eleição dos deputados estaduais. 
 
J) estabelecer os casos em que as disponibilidades de caixa dos estados poderão ser depositadas 
em instituições financeiras não oficiais. 
 
A lei poderá prever casos em que as disponibilidades de caixa dos estados, do Distrito Federal e dos 
municípios poderão ser depositadas ern instituições financeiras não oficiais. É importante, porém, enfatizar 
que o Supremo Tribunal Federal decidiu que essa lei deve ser uma lei ordinária federal, isto é, uma lei editada 
pelo Congresso Nacional, não pelo próprio ente federado (estado, DF ou município). 
 
L) definir os crimes de responsabilidade do Governador, tampouco cominar as respectivas penas. 
 
No modelo de repartição de competências legislativas estabelecido pela Constituição Federal, 
compete privativamente à União legislar sobre direito penal (art. 22, I). Segundo entendimento do Supremo 
Tribunal Federal, tal competência para legislar sobre direito penal, privativa da União, alcança a definição 
dos crimes de responsabilidade de autoridades públicas. Essa orientação encontra-se consolidada na 
Súmula Vinculante 46 da Corte Máxima, nestes termos: A definição dos crimes de responsabilidade e o 
estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa 
da União. 
 
NA JURISPRUDÊNCIA: 
A Constituição Estadual não pode trazer hipóteses de intervenção estadual 
diferentes daquelas que são elencadas no art. 35 da Constituição Federal. As 
hipóteses de intervenção estadual previstas no art. 35 da CF/88 são taxativas. 
STF. Plenário. ADI 6616/AC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 26/4/2021 
 
 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
148 
 
3.6 Bens Do Estado-Membro 
 
O art. 26 prevê que se incluem entre os bens dos Estados: as águas superficiais ou subterrâneas, 
fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da 
União; as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio 
da União, Municípios ou terceiros; as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; as terras devolutas 
não compreendidas entre as da União. 
 
 
3.7 Distrito Federal 
 
O Distrito Federal é uma pessoa jurídica de direito público interno, sendo um ente federativo 
autônomo que compõe o federalismo brasileiro, cujas competências se exercem na circunscrição de seu 
respectivo território. Contudo, é preciso fazer uma advertência, o Distrito Federal não se confunde com 
Brasília. 
O DF é um ente federado, enquanto Brasília é uma cidade (não um Município). Ocorre, entretanto, 
que Brasília se situa geograficamente no território do DF. Assim, Brasília é a capital federal (art. 18, §1º, da 
CF/88), sendo uma cidade-centro, a cidade das cidades (civitas civitatum), contudo não é uma cidade em 
termos formais, pois não é sede de qualquer Município, hospedando, entretanto, a sede do governo federal. 
Já o Distrito Federal, como dissemos, é ente federativo (art. 18, caput). 
Nesses moldes, Brasília e as “cidades satélites” que estão situadas no território geográfico do Distrito 
Federal são administradas pelo DF, já que nenhuma delas é município, pois o DF não pode ser dividido em 
municípios. Assim, nem Brasília, nem nenhuma dessas “cidades satélites” que estão no território do DF 
possuem prefeitos e vereadores, submetendo-se ao Poder Executivo (Governador) e Legislativo (CâmaraLegislativa) do Distrito Federal. 
 
3.7.1 Autonomia Do Distrito Federal 
 
A autonomia do Distrito Federal desenvolve-se, em sua tríplice capacidade, da seguinte maneira: 
 A auto-organização do Distrito Federal, dá-se, nos termos do art. 32, da CF/88, segundo o qual, 
vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo 
de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios 
estabelecidos na Constituição. Já o autogoverno do Distrito Federal dá-se por seus poderes legislativo 
(Câmara Legislativa Distrital), executivo (exercido pelo Governador Distrital), sendo, contudo, seu Poder 
Judiciário organizado e mantido pela União, não sendo órgão distrital, mas sim órgão federal (há aqui uma 
mitigação da autonomia do DF). 
 Além do Poder Judiciário, por força da Constituição, compete à União, ainda, organizar e manter o 
Ministério Público, as polícias civil e militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal. Por sua vez, a 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
149 
 
autoadministração do Distrito Federal se desenvolve pela Administração distrital, no exercício de suas 
competências legislativas (produção normativa), administrativas (governamentais) e tributárias 
(arrecadatórias), tendo por finalidade pôr em prática sua auto-organização e seu autogoverno. 
 
3.7.2 Competências Do Distrito Federal 
 
As competências do Distrito Federal, encontram-se enunciadas na Constituição, podendo ser assim 
divididas: 
● Competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios (art. 32, §1º); 
● Competências comuns administrativas atribuídas ao Distrito Federal e aos demais entes federados 
(art. 23); 
● Competências legislativas concorrentemente atribuídas à União, aos Estados e ao Distrito Federal 
(art. 24). 
 
3.8 Municípios 
 
São entes federativos dotados de autonomia, e possuem a capacidade de organização, legislação, 
governo e administração. Sendo seu Poder Legislativo – unicameral (Câmara dos Vereadores) e não 
possuindo Poder Judiciário. 
 
Principais características: 
 
a) Lei orgânica: 
 Enquanto os Estados- Membros podem editar Constituição Estadual, os Municípios são regidos por 
lei orgânica, a qual não pode contrariar a Constituição Federal e a Estadual. 
 Ressalta-se, ainda, que não há manifestação do Poder Constituinte Derivado Decorrente na edição 
da lei orgânica, por se tratar de um poder de 3º grau. 
 
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o 
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara 
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta 
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos. 
 
b) Criação, incorporação, fusão e desmembramento dos Municípios: 
 O art. 18, § 4º da CF/88 estabelece quatro requisitos para que os Municípios sejam criados, 
incorporados, fundidos ou desmembrados: 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
150 
 
Art. 18. §4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, 
far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar 
Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos 
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, 
apresentados e publicados na forma da lei. 
 
JÁ CAIU EM PROVA: 
CESPE - 2018 - PC-MA - Investigador de Polícia 
Acerca da organização político-administrativa do Estado, julgue os itens a seguir. 
I O desmembramento de um município será determinado por lei municipal, dentro do período 
determinado por lei complementar federal, e dependerá de consulta prévia, mediante 
plebiscito, às populações dos municípios envolvidos, inexistindo a necessidade de divulgação 
prévia de estudos de viabilidade municipal na imprensa oficial.(Errada.) 
II Os estados podem incorporar-se entre si, mediante a aprovação da população diretamente 
interessada, por meio de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. (Certa) 
III É permitida somente à União a criação de distinções entre brasileiros. (Errada) 
R.: Item I – O desmembramento dar-se-á por lei estadual. Item III – Art. 19, III, CF. 
 
INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia 
No Brasil, o(s) único(s) ente(s) federativo(s) que NÃO possui/em competência judiciária é/são: 
Alternativas 
A) a União. 
B) os Estados. 
C) o Poder Legislativo. 
D) os Municípios. 
E) o Distrito Federal. 
R.: letra D. 
 
(1) Lei Complementar Federal: o Congresso Nacional deverá editar uma Lei Complementar 
estabelecendo o procedimento e o período no qual os Municípios poderão ser criados, incorporados, 
fundidos ou desmembrados; 
(2) Estudos de Viabilidade Municipal: serão realizados Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados 
e publicados na forma da lei; 
(3) Plebiscito: a população dos Municípios envolvidos deverá ser consultada previamente por meio de 
um plebiscito; 
 
 
 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2018-pc-ma-investigador-de-policia
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-aocp-2019-pc-es-escrivao-de-policia
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
151 
 
☞ Obs.: Pesquisas de opinião, abaixo-assinados e declarações de organizações comunitárias, 
favoráveis à criação, à incorporação ou ao desmembramento de Município, não são capazes 
de suprir o rigor e a legitimidade do plebiscito exigido pelo § 4º 
 
Para que sejam alterados os limites territoriais de um Município é necessária a 
realização de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios 
envolvidos, nos termos do art. 18, § 4º da CF/88. STF. Plenário. ADI 2921/RJ, rel. 
orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 9/8/2017 (Info 
872). 
 
(4) Lei estadual: uma vez realizado o estudo de viabilidade municipal e tendo a população aprovado a 
formação do novo Município, será editada uma lei estadual criando, incorporando, fundindo ou 
desmembrando os Municípios. 
 
 A Lei Complementar Federal exigida pelo § 4º do art. 18 ainda não foi editada. Atualmente, todos 
os Municípios que forem formados serão inconstitucionais, porque inexiste a LC exigida pelo § 4º do art. 18, 
primeiro requisito para a criação, incorporação, fusão ou desmembramento de Municípios. Os dois Projetos 
de Lei Complementar que regulamentariam o § 4º do art. 18 da CF/88, autorizando a criação, a fusão e o 
desmembramento de Municípios foram vetados pela Presidente da República em 2013 e 2014. Dessa forma, 
por enquanto, todos os novos Municípios que forem formados serão inconstitucionais. 
 
Para a criação de novos Municípios, o art. 18, § 4º, da CF/88 exige a edição de uma 
Lei Complementar Federal estabelecendo o procedimento e o período no qual os 
Municípios poderão ser criados, incorporados, fundidos ou desmembrados. Como 
atualmente não existe essa LC, as leis estaduais que forem editadas criando novos 
Municípios serão inconstitucionais por violarem a exigência do § 4º do art. 18. STF. 
Plenário. ADI 4992/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/9/2014 (Info 758). 
 
 
A EC nº 57/08 não convalidou desmembramento municipal realizado sem consulta 
plebiscitária e, nesse contexto, não retirou o vício de ilegitimidade ativa existente 
nas execuções fiscais que haviam sido propostas por município ao qual fora 
acrescida, sem tal consulta, área de outro para a cobrança do IPTU quanto a imóveis 
nela localizados. 
STF. Plenário. RE 614384/SE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 29/4/2022 
(Repercussão Geral). 
 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIACIVIL 
 
SEMANA 07/20 
152 
 
3.8.1 Bens Públicos Dos Municípios 
 
Não existe normatização sobre os bens públicos de titularidade dos Municípios no âmbito da 
Constituição Federal de 1988. Assim, é conferida maior flexibilidade às variadas leis orgânicas municipais 
para disciplinar essa matéria. Importante ressaltar que o fato de os bens públicos de titularidade dos 
Municípios não estarem enumerados na Constituição Federal não significa que esses bens inexistam. Pelo 
contrário, sendo exemplos de bens municipais os logradouros públicos (praças, ruas, jardins, etc.), os imóveis 
que compõem seu patrimônio e a dívida ativa municipal. 
 
3.8.2 Competência Dos Municípios 
 
O art. 24, caput não menciona expressamente os Municípios como detentor de competência 
legislativa concorrente. No entanto, apesar de não estarem arrolados no caput do art. 24, o art. 30, II prevê 
a competência legislativa suplementar dos Municípios. 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas 
rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes 
nos prazos fixados em lei; 
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; 
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os 
serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem 
caráter essencial; 
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas 
de educação infantil e de ensino fundamental; 
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços 
de atendimento à saúde da população; 
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante 
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a 
legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. 
 
Os municípios não podem complementar qualquer legislação federal. Não podendo complementar 
a legislação federal sobre direito penal, civil, empresarial, eleitoral, energia, etc. 
 As matérias de competência privativa da União, somente esta legisla. O máximo que a União pode 
fazer é delegar para os Estados e para o DF. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
153 
 
 Na prova tem que ficar atento sobre o que os Municípios podem suplementar de forma 
complementar nos termos do art. 30, II. Segundo o dispositivo, cabe aos Municípios suplementar a legislação 
federal e estadual NO QUE COUBER. 
 
Requisitos: 
A) Precisa haver interesse local 
B) Precisa ser uma matéria das competências comuns administrativas (art. 23), uma vez que, se 
o Município também administra, significa que ele também pode legislar. 
C) Se for matéria do art. 24, o Município não pode legislar se não houver interesse local. Ex.: 
inc. IV e XI. 
 
 Por mais que o município tenha competência suplementar complementar e atue em matéria de 
competência concorrente do art. 24, não pode legislar sobre determinados assuntos. No caso dos incisos IV 
e XI, por exemplo, sequer existe Poder Judiciário Municipal, de modo que não faz sentido o Município legislar 
sobre. 
No entanto, em relação às outras matérias, como saúde, educação, cultura, patrimônio histórico 
cultura, meio ambiente, combate à poluição, etc., o Município PODE e deve atuar, suplementando a 
legislação federal e estadual no que coube. 
 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
IV - Custas dos serviços forenses; 
XI - procedimentos em matéria processual; 
 
SÚMULA VINCULANTE Nº. 38 - É competente o Município para fixar o horário de funcionamento 
de estabelecimento comercial. 
 
ATENÇÃO: 
 O §4º do art. 31 VEDA a criação de Tribunal de Conta do Município (órgão municipal que atua na 
fiscalização de um único município). No entanto, é possível a criação de Tribunal de Contas DOS 
MUNICÍPIOS (órgão estadual que atua na fiscalização de todos os municípios, auxiliando as Câmaras 
Municipais). 
 
NA JURISPRUDÊNCIA DOS TRIBUNAIS SUPERIORES: 
 
Inf. 988, STF - 2020 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
154 
 
Usurpa a competência dos Municípios a exigência feita pela Constituição Estadual 
de que os serviços de saneamento e abastecimento de água sejam realizados por 
pessoa jurídica de direito público ou sociedade de economia mista 
É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que preveja que os serviços 
públicos de saneamento e de abastecimento de água serão prestados por pessoas 
jurídicas de direito público ou por sociedade de economia mista sob controle 
acionário e administrativo, do Poder Público Estadual ou Municipal. Compete aos 
Municípios a titularidade dos serviços públicos de saneamento básico. Assim, a eles 
cabe escolher a forma da prestação desses serviços, se diretamente ou por 
delegação à iniciativa privada mediante prévia licitação. Isso é garantido pelo art. 
30, I e IV, da CF/88. Além disso, essa previsão da Constituição Estadual também 
viola o art. 175 da Constituição Federal, que atribui ao poder público a escolha da 
prestação de serviços públicos de forma direta ou sob regime de concessão ou 
permissão mediante prévia licitação. STF. Plenário. ADI 4454, Rel. Cármen Lúcia, 
julgado em 05/08/2020 (Info 988 – clipping). 
 
Inf. 954, STF – 2019 
Em regra, a competência para dar nome a logradouros públicos é do Prefeito, por 
meio de decreto; contudo, a lei orgânica poderá prever essa competência também 
para a Câmara Municipal, por meio de lei, desde que não exclua a do Prefeito. A Lei 
Orgânica do Município de Sorocaba/SP previu que cabe à Câmara Municipal legislar 
sobre “denominação de próprios, vias e logradouros públicos” (art. 33, XII). O STF 
afirmou que se deve realizar uma interpretação conforme a Constituição Federal 
para o fim de reconhecer que existe, no caso, uma coabitação normativa entre os 
Poderes Executivo (decreto) e Legislativo (lei formal) para o exercício da 
competência destinada à denominação de próprios, vias e logradouros públicos e 
suas alterações, cada qual no âmbito de suas atribuições. Assim, tanto o chefe do 
Poder Executivo (mediante decreto) como também a Câmara Municipal (por meio 
de lei) podem estabelecer os nomes das vias e logradouros públicos. STF. Plenário. 
RE 1151237/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 3/10/2019 (Info 954). 
 
Inf. 947, STF - 2019 
É inconstitucional lei municipal que preveja que o Poder Executivo poderá conceder 
autorização para que sejam explorados serviços de radiodifusão no Município 
É formalmente inconstitucional lei municipal que autoriza o Poder Executivo 
Municipal a conceder a exploração do Serviço de Radiodifusão Comunitária no 
âmbito do território do Município. O art. 21, XII, “a”, da CF/88 estabelece que a 
competência para conceder autorização para tais serviços é da União. Além disso, 
 
 
 
 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/38faae069a1371784081ea9ad9b279d0?categoria=1&subcategoria=4&assunto=29
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/38faae069a1371784081ea9ad9b279d0?categoria=1&subcategoria=4&assunto=29
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/38faae069a1371784081ea9ad9b279d0?categoria=1&subcategoria=4&assunto=29
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/126c2da128e5b044dc53405c25b4d8de?categoria=1&subcategoria=4&assunto=29
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/126c2da128e5b044dc53405c25b4d8de?categoria=1&subcategoria=4&assunto=29
PREPARAÇÃO EXTENSIVAAGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
155 
 
o art. 22, IV da CF/88 confere à União a competência privativa para legislar sobre o 
tema “radiodifusão”. STF. Plenário. ADPF 235/TO, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 
14/8/2019 (Info 947). 
 
Info 942, STF – 2019 
É CONSTITUCIONAL lei municipal que estabelece que os supermercados ficam 
obrigados a colocar à disposição dos consumidores pessoal suficiente nos caixas, 
de forma que a espera na fila não seja superior a 15 minutos 
 
Info 939, STF – 2019 
São inconstitucionais leis municipais que proíbam o serviço de transporte de 
passageiros mediante aplicativo 
A proibição ou restrição da atividade de transporte privado individual por motorista 
cadastrado em aplicativo é inconstitucional, por violação aos princípios da livre 
iniciativa e da livre concorrência. STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux; RE 
1054110/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 8 e 9/5/2019 (repercussão 
geral) (Info 939) 
 
Info 939, STF – 2019 
Os Municípios, ao editarem as leis locais regulamentando o transporte de 
passageiros mediante aplicativo, deverão observar as regras impostas pela Lei 
federal nº 13.640/2018 
No exercício de sua competência para regulamentação e fiscalização do transporte 
privado individual de passageiros, os municípios e o Distrito Federal não podem 
contrariar os parâmetros fixados pelo legislador federal. Isso porque compete à 
União legislar sobre “trânsito e transporte”, nos termos do art. 22, XI, da CF/88. 
STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux; RE 1054110/SP, Rel. Min. Roberto 
Barroso, julgados em 8 e 9/5/2019 (repercussão geral) (Info 939). 
 
Info 917, STF – 2018 
Os Municípios detêm competência para legislar sobre assuntos de interesse local, 
ainda que, de modo reflexo, tratem de direito comercial ou do consumidor 
É constitucional lei municipal que proíbe a conferência de mercadorias realizada na 
saída de estabelecimentos comerciais localizados na cidade. A Lei prevê que, após 
o cliente efetuar o pagamento nas caixas registradoras da empresa instaladas, não 
é possível nova conferência na saída. Os Municípios detêm competência para 
legislar sobre assuntos de interesse local (art. 30, I, da CF/88), ainda que, de modo 
 
 
 
 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1e0f65eb20acbfb27ee05ddc000b50ec?categoria=1&subcategoria=4&assunto=29
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1e0f65eb20acbfb27ee05ddc000b50ec?categoria=1&subcategoria=4&assunto=29
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1e0f65eb20acbfb27ee05ddc000b50ec?categoria=1&subcategoria=4&assunto=29
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/51f15efdd170e6043fa02a74882f0470?categoria=1&subcategoria=4&assunto=29
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/51f15efdd170e6043fa02a74882f0470?categoria=1&subcategoria=4&assunto=29
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ab49ef78e2877bfd2c2bfa738e459bf0?categoria=1&subcategoria=4&assunto=27
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ab49ef78e2877bfd2c2bfa738e459bf0?categoria=1&subcategoria=4&assunto=27
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ab49ef78e2877bfd2c2bfa738e459bf0?categoria=1&subcategoria=4&assunto=27
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b075703bbe07a50ddcccfaac424bb6d9?categoria=1&subcategoria=4&assunto=29
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b075703bbe07a50ddcccfaac424bb6d9?categoria=1&subcategoria=4&assunto=29
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
156 
 
reflexo, tratem de direito comercial ou do consumidor. STF. 2ª Turma. RE 1052719 
AgR/PB, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 25/9/2018 (Info 917). 
 
Info 870, STF – 2017 
Compete aos Municípios legislar sobre meio ambiente em assuntos de interesse 
local 
O Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da 
poluição (competência concorrente – art. 24), quando se tratar de interesse local. 
Ex: é constitucional lei municipal, regulamentada por decreto, que preveja a 
aplicação de multas para os proprietários de veículos automotores que emitem 
fumaça acima de padrões considerados aceitáveis. (Plenário. RE 194704/MG, 2017) 
 
4. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA 
 
4.1 Conceito 
 
 A repartição de competências é o processo de distribuição constitucional de poderes entre as 
entidades federadas. É através da distribuição de competências que se opera a descentralização política que 
assegura a autonomia dos entes federativos. 
 É a ideia nuclear da noção de Estado Federal. 
 
4.2 Critérios Que Norteiam A Distribuição De Competências Na CF 
 
● 1º critério – Principio da predominância do interesse. 
● 2º critério – Teoria dos Poderes Implícitos. 
● 3º critério – Princípio da Subsidiariedade. 
 
1º critério – PRINCÍPIO DA PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE. 
A distribuição de competências pelo Poder Constituinte Originário (PCO) foi orientada com base no 
critério da preponderância de interesses. 
● Matérias de interesse primordialmente nacional- conferidas à União 
● Matérias de interesse preponderantemente regional - conferidas aos Estados-membros. 
● Matérias de interesse preponderantemente local - conferidas aos Municípios. 
 
2º critério – TEORIA DOS PODERES IMPLÍCITOS. 
Trata-se de criação jurisprudencial do STF, pautada na jurisprudência norte americana. 
 
 
 
 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0af787945872196b42c9f73ead2565c8?categoria=1&subcategoria=4&assunto=29
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0af787945872196b42c9f73ead2565c8?categoria=1&subcategoria=4&assunto=29
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
157 
 
 Quando a Constituição Federal confere a determinado ente um poder expresso, implicitamente deu 
àquele os poderes necessários à realização daquele fim. Se a CF/88 deu a determinado ente uma 
competência fim, também deu a competência meio, sem a qual a fim não seria possível alcançar. 
 
3º critério – PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE. 
 O Princípio da Subsidiariedade orienta que a competência, em princípio, deve ser dada ao ente 
menor, só transferindo a competência ao ente maior quando o menor não tiver capacidade de exercê-la. 
Assim, o ente menor recebe prioritariamente as competências e o ente maior, subsidiariamente, 
fortalecendo a esfera de competência do ente menor. Ex.: Lei do SUS prevê uma prioridade das competências 
para os municípios. 
 
4.3 Modelos Da Repartição De Competências 
 
● Modelo Clássico: compete à União exercer os poderes enumerados e aos Estados os poderes não 
especificados, em um campo residual. 
Inspiração: Constituição norte-americana de 1787. 
● Modelo Moderno: exige ação dirigente e unificada do Estado, em especial para enfrentar crises e 
guerra. 
● Modelo Horizontal: NÃO se verifica concorrência entre os entes federativos. Cada qual exerce sua 
atribuição nos limites fixados pela CF e sem relação de subordinação, nem mesmo hierárquica. 
● Modelo Vertical: A matéria é partilhada entre os entes federativos, havendo certa relação de 
subordinação quanto à atuação deles. Logo, usualmente a União fica com normas gerais e princípios, 
enquanto os Estados, completando-as, legislam para atender as suas peculiaridades locais. 
☞ Esse modelo seria denominado CONDOMÍNIO LEGISLATIVO, segundo Paulo Branco. 
☞ No Brasil, é possível citar a competência concorrente entre União, Estados e DF. 
 
OBS: Os Municípios, apesar de NÃO estarem elencados entre os entes federativos com competência 
concorrente, poderão suplementar a legislação federal e estadual no que couber, bem como nos casos de 
interesse local. 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE,INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
158 
 
5. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONSTITUCIONAL 
 
5.1 Classificação das competências brasileiras: 
 
 Legislativa Competência para que entidades federadas elaborem 
suas próprias leis e disponham de seu próprio direito 
Material (não- legislativa ou de 
execução) 
Competência para dispor de assunto político-
administrativo 
Exclusiva Atribuída a uma entidade federada com exclusão de 
todas as demais, SEM possibilidade de delegação 
Privativa Atribuída a uma entidade federada com exclusão de 
todas as demais COM possibilidade de delegação 
Remanescente (não-enumerada 
ou residual) 
Conferida aos Estados-Membros como sobre após a 
enumeração das competências das demais entidades 
Comum (cumulativa ou paralela) Atribuída a mais de um ente federado com atuação em 
pé de igualdade 
Concorrente Atribuída a mais de um ente federado com atuação em 
níveis distintos 
Suplementar Conferida a determinado ente para complementar as 
normas gerais dispostas por outro ou para suprir a 
ausência de normas gerais. 
 
JÁ CAIU EM PROVA: 
VUNESP - 2018 - PC-BA - Escrivão de Polícia 
A respeito da organização do Estado brasileiro, assinale a alternativa correta. 
Alternativas 
A) Como consequência do princípio federativo, União, Estados, Distrito-Federal e Municípios 
gozam de soberania. 
B) Na definição das competências constitucionais, à União e aos Estados foram delegadas 
competências taxativas, ficando reservadas aos Municípios competências residuais. 
C) A União pode delegar aos Municípios competências para legislar sobre questões específicas. 
D) A competência privativa é atribuída a uma entidade federada com exclusão de todas as 
demais, com possibilidade de delegação. 
E) O Território Federal, caso criado, possuirá status de ente federado, podendo possuir 
representação no Congresso Nacional. 
R.: letra D. Art. 22, CF. 
 
 
 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-pc-ba-escrivao-de-policia
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
159 
 
 
5.2 Requisitos Para A Delegação Da Competência Legislativa Privativa Da União 
 
a) Formal: Necessidade de lei complementar; 
b) Material: Delegação apenas de questões específicas, não sendo admitidas delegações genéricas; 
c) Implícito: A delegação somente pode ser dada à totalidade dos Estados-membros e ao Distrito 
Federal. Isso decorre do art. 19, III, da CF, que proíbe que os entes federativos instituam preferências 
entre si. 
 
* ATENÇÃO - A competência suplementar costuma ser dividida por alguns doutrinadores em duas espécies: 
a) Complementar: Quando depende da prévia existência de lei federal a ser especificada; 
b) Supletiva: Quando surge em virtude da inércia da União para editar normas gerais. 
 
MODELO DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS DELINEADO NA CF/88: 
 O atual sistema de repartição de competências da CF/88 é MISTO/COMPLEXO – adquirimos uma 
parte dos EUA e uma parte da Alemanha, coexistindo a repartição horizontal (com competências 
enumeradas e remanescentes), com a repartição vertical (competências comuns e concorrentes). Logo, a 
CF/88 implementou o modelo moderno, com repartição horizontal e vertical de competências entre os entes 
federativos 
 
 Ensina Dirley da Cunha Jr: 
 
“CF brasileira adotou um sistema complexo que busca realizar o equilíbrio 
federativo, por meio de uma repartição de competências que se fundamenta na 
técnica da enumeração dos poderes da união, com poderes remanescentes para os 
Estados (art. 25, §1º) e poderes definidos indicativamente para os Municípios (art. 
30), mas combina com essa reserva de campos específicos, possibilidades de 
delegação (art. 22, § ú), áreas comuns em que se preveem atuações paralelas da 
União, Estados, DF e Municípios (art. 23) e setores concorrentes entre União e 
Estados, em que a competência ´para estabelecer normas gerais cabe à União 
enquanto se defere aos Estados e até aos Municípios a competência suplementar.” 
 
 REPARTIÇÃO HORIZONTAL 
(Cada um com a sua competência) 
REPARTIÇÃO VERTICAL 
UNIÃO 
Arts. 21 (exclusivas) e 22 (privativas) 
Competências enumeradas 
UNIÃO, ESTADOS MUNICIPIOS E DF 
art. 23 
Competências comuns 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
160 
 
 
ESTADOS 
art. 25, §2º 
Competências remanescentes 
 
UNIÃO, ESTADOS E DF 
art. 24 
Competências concorrentes 
MUNICIPIOS – 
art. 30, I e III a IX 
Competências enumeradas 
 
 
DISTRITO FEDERAL 
art. 32, §1º 
 
 
* Atenção: Sugerimos ler exaustivamente os artigos referentes à competência para memorização dos 
principais dispositivos. Utilizem a legislação DD com atenção redobrada nos grifos e destaques. 
 
5.3 Competência Exclusiva Da União (Art. 21, Cf/88) – Competência Material 
 
Art. 21. Compete à União: 
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações 
internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
III - assegurar a defesa nacional; 
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras 
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; 
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; 
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; 
VII - emitir moeda; 
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza 
financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de 
seguros e de previdência privada; 
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e 
de desenvolvimento econômico e social; 
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os 
serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização 
dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; 
 XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
161 
 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; 
 b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos 
cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais 
hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária; 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e 
fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; 
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal 
e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo 
de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira 
ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; 
(Emenda Constitucional nº 104, de 2019) 
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e 
cartografia de âmbito nacional; 
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de 
programas de rádio e televisão; 
XVII - conceder anistia; 
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, 
especialmente as secas e as inundações; 
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir 
critérios de outorga de direitos de seu uso; 
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, 
saneamento básico e transportesurbanos; 
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; 
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; 
 XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer 
monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, 
a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos 
os seguintes princípios e condições: 
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins 
pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; 
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de 
radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; 
 c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e 
utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc104.htm#art1
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
162 
 
 d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; 
 XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; 
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de 
garimpagem, em forma associativa. 
XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais, 
nos termos da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022) 
 
5.4 Competência Privativa Da União Para Legislar: 
 
Art. 22. Compete privativamente à União LEGISLAR sobre: 
 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho; 
DICA DE MEMORIZAÇÃO: CAPACETE PM 
II - desapropriação; 
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
V - serviço postal; 
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; 
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; 
VIII - comércio exterior e interestadual; 
IX - diretrizes da política nacional de transportes; 
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; 
XI - trânsito e transporte; 
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; 
XIV - populações indígenas; 
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; 
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de 
profissões; 
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos 
Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização 
administrativa destes; 
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; 
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; 
XX - sistemas de consórcios e sorteios; 
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação 
e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares; 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc115.htm#art2
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
163 
 
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais; 
XXIII - seguridade social; 
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; 
XXV - registros públicos; 
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as 
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as 
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, 
III; 
 XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e 
mobilização nacional; 
XXIX - propaganda comercial. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre 
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
 
MEMORIZANDO: 
(PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DA UNIÃO 
AO LEGISLAR) 
 
Obs: A ideia é: a música despacito é a campeã de 
audiência. Regendo o comércio! 
 
DESPACITO REGI COMERCIO: Desapropriação, 
Eleitoral, Serviço postal, Penal, Aguas, Civil, Indígenas, 
Transito e transporte, Organização judiciária, MP do DF 
e territórios, e defensoria do DF e territórios, REGIstros 
Públicos e Propaganda COMERCial. 
 
 
JÁ CAIU EM PROVA: 
INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador 
De acordo com a Constituição Federal, compete PRIVATIVAMENTE à União legislar sobre 
A) direito tributário. 
B) caça e pesca. 
C) previdência social. 
D) desapropriação. 
E) proteção à infância e à juventude. 
 
 
 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-aocp-2019-pc-es-investigador
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
164 
 
R.: letra D. Art. 22, II, CF. 
 
VUNESP - 2018 - PC-BA - Investigador de Polícia 
Imagine que a Câmara Municipal da Cidade X aprovou projeto de lei dispondo sobre interesses 
das comunidades indígenas localizadas em seu território. Nesse caso, partindo das regras 
constitucionais sobre a repartição de competências, é correto afirmar que a lei é 
A) inconstitucional sob o prisma formal, já que se trata de competência legislativa concorrente 
entre União, Estados e Distrito Federal a regulamentação de qualquer matéria relativa às 
populações indígenas. 
B) inconstitucional sob o prisma formal, já que se trata de competência legislativa privativa da 
União tratar sobre as populações indígenas. 
C) inconstitucional sob o prisma formal, já que a matéria é de competência exclusiva dos Estados 
membros e Distrito Federal. 
D) constitucional, uma vez que, por se tratar de nítido interesse local, a competência é privativa 
dos Municípios. 
E) constitucional, já que se trata de interesse local e regional, de modo que compete aos Estados 
membros, Distrito Federal e Municípios, de forma comum, legislar sobre a questão. 
R.: letra B. Art. 22, XIV, CF. Observe que compete privativamente à União legislar sobre 
populações indígenas, havendo, assim, vício de forma (inconstitucionalidade formal). Este 
assunto será melhor explicado em Controle de Constitucionalidade, o qual veremos mais a 
frente. 
 
5.5 Competência Comum Da União, Estados, Distrito Federal E Municípios: 
 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios: 
I - Zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e 
conservar o patrimônio público; 
II - Cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas 
portadoras de deficiência; 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e 
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV - Impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de 
outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; 
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, 
à pesquisa e à inovação; 
VI - Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
 
 
 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-pc-ba-investigador-de-policia
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
AGENTE, INVESTIGADOR E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL 
 
SEMANA 07/20 
165 
 
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; 
IX - Promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições 
habitacionais e de saneamento básico; 
X - Combater as causas da pobreza

Mais conteúdos dessa disciplina