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RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS CURSO: Farmácia DISCIPLINA: NOME DO ALUNO: R.A: POLO: DATA: 2 INTRODUÇÃO: O termo Farmacognosia foi primeiramente empregado entre 1811 e 1815 e, etmologicamente, significa o conhecimento (gnose) dos fármacos ou venenos (pharmacon). Atualmente, é considerado como o estudo de matérias-primas e substâncias de origem biológica, ou seja, obtidas a partir de vegetais, animais ou por fermentação a partir de microorganismos, com finalidade terapêutica. É uma ciência aplicada, de caráter, necessariamente, multidisciplinar. Se nos restringirmos aqui, de forma arbitrária, ao estudo de drogas e substâncias de origem vegetal, a Farmacognosia envolve o estudo da identificação de drogas vegetais por caracteres morfológicos e anatômicos, o estudo de sua origem e formas de produção, controle da sua qualidade, composição química, elucidação estrutural e conhecimento das propriedades físico- químicas das substâncias ativas, bem como o estudo de suas propriedades farmacológicas e toxicológicas (BRUNETON, 1993). A Farmacognosia foi, e permanece sendo, indubitavelmente, uma disciplina fundamental para o desenvolvimento de fármacos, sendo obrigatória nos currículos dos Cursos de Farmácia do País. Os programas, em geral, focalizam os aspectos de identificação botânica, análise fitoquímica, controle de qualidade e ação farmacológica de drogas vegetais e substâncias ativas já clássicas, como glicosídeos cardioativos, por exemplo. Porém, nos últimos anos, novos paradigmas, como as necessidades de saúde pública mundial, do mercado farmacêutico, de novas tecnologias e modificações no modo de pensar os recursos naturais por parte das sociedades, vêm suscitando a necessidade de transformações no ensino de Farmacognosia. Assim, foram incorporadas aos tópicos existentes, questões relativas à biodiversidade, proteção da propriedade intelectual, estudos de biossíntese, agronômicos e biotecnológicos. Além disso, estudos farmacológicos, pré-clínicos e clínicos, têm gerado um grande número de dados sobre a eficácia e segurança de plantas de emprego tradicional, conduzindo a uma revisão de seu uso. Estima-se que o comércio mundial de produtos fitoterápicos movimenta cifras de U$ 22 bilhões de dólares (YUNES et al., 2001). Este quadro tem sido denominado "a revolução dos medicamentos fitoterápicos" e deve também criar novas possibilidades no ensino de Farmacognosia (KINGHORN, 2001). 3 Os fitoterápicos são produtos de venda livre e, desta forma, estão diretamente ligados à automedicação e à orientação farmacêutica. No entanto, de uma forma geral, o que se observa é que o profissional farmacêutico não está, ainda, suficientemente preparado para a orientação farmacêutica direcionada ao uso racional de fitoterápicos. Vários trabalhos demonstram que a qualidade da informação fornecida ao paciente na farmácia é baixa e que a principal fonte utilizada pelos profissionais é a literatura promocional, como folhetos e compêndios de laboratórios fabricantes (DIAS, 1997; RATES e SANTOS, 1997; ZUCULOTTO et al., 1999). Nesse contexto, consideramos essencial uma discussão, visando a abordagem do uso racional de fitoterápicos, na disciplina de farmacognosia, obviamente, sem prejuízo dos demais enfoques, que permanecem fundamentais. Na área farmacêutica, as plantas e os extrativos vegetais foram e continuam sendo de grande relevância, tendo em vista a utilização das substâncias ativas como protótipos para o desenvolvimento de fármacos e como fonte de matérias-primas farmacêuticas, tanto para a obtenção de fármacos (que são as substâncias ativas isoladas), como para a obtenção de adjuvantes (produtos utilizados na formulação de medicamentos) ou, ainda, de medicamentos elaborados exclusivamente à base de extratos vegetais: os medicamentos fitoterápicos (SCHENKEL et al., 2004). No segmento industrial, é nítido o ressurgimento do interesse em produtos naturais como fonte de modelos para fármacos (O'NEIL e LEWIS, 1993; KINGSTON, 1996; SHU, 1998, HARVEY, 2000) e como matéria-prima para desenvolvimento de fitoterápicos (SCHENKEL et al., 2004). Nos EUA, ocorreu uma expansão marcante desse mercado. Por exemplo, para produtos contendo kava-kava, entre 1997 e 1998, foi registrada uma expansão de 461% e para o hipérico, 190% (BLUMENTHAL et al., 2000). Dados recentes mostram aumentos na venda de valeriana (+70,5%) e chá-verde (+39,4%), entre 1999 e 2000 (BLUMENTHAL, 2001). Além disso, têm sido desenvolvidos estudos de farmacoeconomia com matérias-primas vegetais, mostrando seu impacto na economia de certos países (DE SMET et al., 2000). 4 Resultados e Discussão Nas aulas práticas de Farmacognosia ministradas em laboratório podemos estudar e analisar com clareza e riqueza de detalhes as ações e métodos, baseando se nisso determinamos os resultados e conclusões a seguir: Aula 1 – Roteiro 1 (Observação e Análise Macroscópica dos Órgãos Vegetais). OBJETIVO: Observar os diferentes órgãos vegetais (raiz, caule, folha, flor, fruto e semente) aprendendo suas diferenças. Procedimento: Para a realização desse experimento, seguimos rigorosamente as etapas conforme descritos no roteiro de aulas práticas. Figura 1 - Fonte Própria Diante das observações em vários órgãos vegetais (raízes, caules, folhas, flores, frutos e sementes) de forma direta (tátil, visual, olfativa) explicamos suas diferenças e as diferenças entre eles e outras plantas. As raízes são órgãos responsáveis pela fixação e absorção de água e sais minerais, podendo também acumular substâncias de reserva. Podem ser normais (ao longo do eixo principal) e aleatórios (mais ramificados), terrestres, aquáticos ou aéreos, dependendo do ambiente em que se encontram. É composto por capuz, área lisa, área pilífera e área suberosa. O caule é um órgão que conecta a raiz com outras partes da planta e é responsável por sustentar as folhas, além de armazenar material (batatas, cactos...) para a propagação da planta (brotos). Síntese de substâncias, resistência às agressões (temperaturas, queimadas). As folhas são os apêndices estratificados do caule e geralmente são clorofilas responsáveis pelo processo de fotossíntese. Eles geralmente consistem em pecíolo, pecíolo da folha e base da folha. O perfil foliar, formato da base, tipo de pontas e bordas foliares, tipo de retenção, cor e consistência são parâmetros que precisam ser analisados na 5 determinação de uma espécie vegetal. O olfato e o paladar também são importantes para a identificação. As flores são os órgãos reprodutivos da maioria das plantas, no caso as fanerógamas. Ela é composta por pedúnculo floral, receptáculo floral, cálice (conjunto de sépalas), corola (conjunto de pétalas), gineceu (pistilo) e androceu (estame). As flores podem ser simples ou em conjunto (inflorescências). Aula 1 – Roteiro 2 (Análise Microscópica de Plantas Medicinais e/ou Drogas Vegetais). OBJETIVO: Aprender os tipos de cortes histológicos, montagem de lâminas e observação ao microscópio. Procedimento: Para a realização desse experimento, seguimos rigorosamente as etapas conforme descritos no roteiro de aulas práticas. Figura 2 - Fonte Própria As seções de tecido são a principal ferramenta para estudar a anatomia vegetal e as características histológicas. Além de todos os equipamentos de laboratório, são necessários lâminas, isopor e material vegetal para visualização: microscópio de luz, placas de Petri, lâminas de vidro e lamínulas, hipoclorito e corantes (Astra Blue, Lugol, etc.). O procedimento visa tornar a incisão da estrutura selecionadao mais fina e transparente possível para que todos os tecidos que a compõem possam ser visualizados. Os principais cortes são: Os principais cortes são: transversal, paradérmico e longitudinal. Aula 1 – Roteiro 3 (Análise Microscópica de Plantas Medicinais e/ou Drogas Vegetais). OBJETIVO: Reconhecer tecidos vegetais e aprender técnicas de coloração. Procedimento: Para a realização desse experimento, seguimos rigorosamente as etapas conforme descritos no roteiro de aulas práticas. 6 Figura 3 - Fonte Própria Nesse procedimento, descolorindo o tecido usando hipoclorito que estava emergido no corante azul de Astra,. O uso e escolha de corantes nesta técnica é muito importante, pois eles podem corar diferentes regiões da célula, bem como diferentes populações de células para posterior identificação ao microscópio. Os tecidos vegetais podem ser definidos, de maneira simplificada, como associação de células que formam unidades estruturais e funcionais. São denominados de tecidos simples quando formados por apenas um tipo de célula, e de complexos, quando formados por dois ou mais tipos celulares. Aula 2 – Roteiro 1 (Análise Microscópica de Plantas Medicinais e/ou Drogas Vegetais). OBJETIVO: Reconhecer tecidos permanente simples. Procedimento: Para a realização desse experimento, seguimos rigorosamente as etapas conforme descritos no roteiro de aulas práticas. Os tecidos permanentes são formados pelas células diferenciadas, que se tornam especializadas para desempenhar funções específicas como proteção, suporte, armazenamento e condução. Os tecidos permanentes sempre se diferenciam das células meristemáticas, durante o processo de crescimento. Tecidos permanentes simples são descritos como homogêneos, uma vez que as células constituintes são idênticas na sua estrutura. Parênquima É o tecido principal no corpo da planta, ocorrendo em quase todas as regiões. É particularmente abundante na raiz e no caule. É o menos especializado entre os tecidos permanentes. As células dos tecidos são chamadas células do parênquima. Essas células são geralmente esféricas ou ovais. Às vezes, as células podem ser alongadas. Muito raramente, as células tornam-se de forma irregular. Geralmente são dispostos com espaços intercelulares proeminentes. Em certas regiões, como a epiderme, as células 7 ficam dispostas de forma compacta e, portanto, os espaços intercelulares estão ausentes. Figura 4 - Fonte Própria Colênquima É um tipo de tecido permanente simples, que é principalmente destinado a fornecer suporte mecânico ao sistema de tiro de uma planta. O Colênquima está completamente ausente na raiz. Esclerênquima É um tipo de tecido permanente simples, principalmente para fornecer suporte mecânico e proteção para diferentes partes do corpo da planta. Assim, o esclerênquima ocorre em todas as partes do corpo da planta, incluindo a fruta e a semente. Tecidos permanentes complexos Estes tecidos são caracterizados pela presença de células dissimilares. Portanto, eles são descritos como heterogêneos na composição celular deles. Xilema É um tecido permanente complexo, especializado para a condução de água e substâncias minerais no corpo da planta. O xilema é um tecido heterogêneo formado por quatro tipos diferentes de elementos celulares. Floema O floema é um tecido permanente complexo, especializado para a condução de alimentos e outras substâncias orgânicas. O floema também é um tecido heterogêneo. Figura 5 - Fonte Própria 8 Observamos e identificamos os tecidos permanentes simples ao microscópio, na foto acima podemos observar o gorro e os tricomas glandulares, que contém óleos essenciais. Aula 2 – Roteiro 2 (Análise Microscópica de Plantas Medicinais e/ou Drogas Vegetais). OBJETIVO: Reconhecer tecidos permanentes complexos. Procedimento: Para a realização desse experimento, seguimos rigorosamente as etapas conforme descritos no roteiro de aulas práticas. Observamos e identificamos tecidos permanentes complexos através de um microscópio. Na imagem abaixo, analisando o corte transversal, podemos observar os complexos tecidos permanentes: floema e xilema que compõem o sistema de condução da planta, ou seja, transportam a seiva bruta e processada para todos os órgãos da planta. As folhas que estão sendo estudadas são ervas sagradas. O que ficou vermelho são as nervuras paralelas (safranina), que contêm lignina, que dá sustentação mecânica às folhas. O que ficou na azul era celulose. Figura 6 - Fonte Própria O corpo vegetal é constituído de unidades morfologicamente reconhecíveis, as células; cada célula apresenta sua própria parede e está ligada a outra por meio de uma substância intercelular cimentante. Dentro dessas massas celulares, certos grupos de células divergem de outros, estrutural ou funcionalmente ou ainda de ambas as maneiras. Estes agrupamentos são denominados tecidos. As variações estruturais dos tecidos baseiam-se nas diferenças das células componentes e na maneira de como elas se interligam. Alguns tecidos possuem estrutura simples, pois são constituídos de apenas um tipo de célula; outros contêm mais de um tipo, podendo apresentar maior ou 9 menor complexidade. (ESAU, 1974) Aula 2 - Roteiro 3 (Análise Microscópica de Plantas Medicinais e/ou Drogas Vegetais) OBJETIVO: Reconhecer inclusões vegetais (orgânicas e inorgânicas). Inclusões celulares são substâncias resultantes de atividades químicas de protoplasma; especialmente aquelas que possuem formas definidas. Costumam ser divididas em dois grandes grupos de acordo com a sua natureza química orgânica ou inorgânica. Inclusões orgânicas, grãos de amido; grãos de aleurona; inulina; gotículas de óleo (fixo e essencial), amilo (amido) polímero de condensação da glicose (fotossíntese) = polissacarídios: amilose (cadeia linear, 20%) + amilopectina (cadeia ramifica da, 80%); pós finos de coloração brancacenta de grânulos de tamanhos, formas e estratificações variáveis amido, frutos e sementes; fécula, órgãos subterrâneos. Procedimento: Para a realização desse experimento, seguimos rigorosamente as etapas conforme descritos no roteiro de aulas práticas. Figura 7 - Fonte Própria Na figura acima, podemos observar drusas, oxalato de cálcio e amido de trigo, respectivamente. Veja a seção transversal de uma folha de maracujá. Aula 3 - Roteiro 1 (Análise de Droga Vegetal) OBJETIVO: Verificar a pureza de Droga Vegetal. SENE, folha Sennae folium A droga vegetal consiste de folíolos secos de Senna alexandrina Mill. (syn. Cassia acutifolia Delile, Cassia angustifolia Vahl, Cassia senna L.) contendo, no mínimo, 2,5% de derivados hidroxiantracênicos expressos em senosídeo B, e 0,6% de senosídeo B (C42H38O20; 862,74) e 0,5% de senosídeo A (C42H38O20; 862,74). 10 Procedimento: Para a realização desse experimento, seguimos rigorosamente as etapas conforme descritos no roteiro de aulas práticas. Com auxílio da balança analítica pesamos 10g da droga vegetal embalada sene (Senna Alexandrina), espalhou sobre um papel branco, e realizamos a técnica de separação em 4 partes. Figura 8 - Fonte Própria Notamos a presença de objetos estranhos (cabelos, insetos, estrutura não especificada) Essa analise é feita principalmente para verificar se as plantas medicinais estão em condições adequadas de consumo. É feita através de análise da droga vegetal que pode estar integra, fragmentada ou em pó. Todo esse foi separado com auxilio de uma pinça, partes orgânicas e medicinais estranhas não utilizadas para fins terapêuticos e pesamos. Matéria orgânica Peso Folhas 3.5g Caule 1.2g Folhas carbonizadas/danificadas 0.3g Pecíolo 0,08g Peso após quarteamento 5,08g 11 Calcúlos: Folhas Caule 5,08 – 100% 3,5 – x 3,5x 100 = 350 350 = 68,89 % de folhas 5,08 5,08 – 100% 1,2 – x 1.2 x 100 = 120 120 = 23,62 % de caule 5,08 Folhas carbonizadas/danificadas Pecíolo 5,08 – 100% 0,3 – x 0,3 x 100 = 30 30 = 5,9 % de folhas danif/carboni. 5,08 5,08 – 100% 0,08 – x 0,08 x 100 = 8 8 = 1,57 % de pecíolo 5,08 A: Descrição Macroscopica: Folíolos inteiros, com lâmina assimétrica, lanceolada ou ovalado- lanceolada, de ápice agudo, obtuso, raro retuso ou retuso-mucronado e base desigual, aguda a obtusa, margem levemente revoluta. Folíolos cartáceos, quebradiços, de coloração amarelo-pálido a verde-grisáceo claro e verde-oliva pálido, com face abaxial mais clara, de 0,6 a 5,0 cm de comprimento e 0,2 a 1,5 cm de largura; lâmina pilosa em ambas as faces; tricomas tectores cônicos, geniculados, em maior quantidade na face abaxial, especialmente na nervura principal; venação camptódroma-broquidódroma, com nervuras de maior ordem chegando até a margem e nervura principal proeminente na face abaxial. Peciólulo grosso e curto, normalmente curvo para a face abaxial, com até 0,1 cm de comprimento e até 0,1 cm de largura; face adaxial cilíndrica ou côncava, com duas costelas laterais, face abaxial convexa; tricomas iguais aos da lâmina, antrorsos. B. Descrição microscópica Folíolo isobilateral, anfiestomático, com estômatos paracíticos, às vezes anisocíticos ou anomocíticos, medindo de 20 a 35 µm de comprimento. Em vista frontal, a epiderme apresenta células poligonais de paredes anticlinais espessas e retas, cobertas por cutícula lisa. Os tricomas tectores são unicelulares, cônicos, 12 geniculados, com cutícula verrucosa, com 100 a 350 µm de comprimento. As células epidérmicas se distribuem em roseta em torno da base dos tricomas. Em secção transversal, a cutícula é espessa e a epiderme uniestratificada, com células de diferentes formas e de paredes periclinais espessas, com idioblastos contendo monocristais prismáticos. Algumas células epidérmicas contém mucilagem, sendo que essas células são originadas por outras que se dividiram tangencialmente em duas, a célula interna é que contém a mucilagem. O parênquima paliçádico é formado por uma camada de células em ambas as faces. Neste parênquima são observados grãos de amido; o parênquima esponjoso contêm drusas de oxalato de cálcio. No bordo da lâmina ocorre colênquima subepidérmico uniestratificado ou parênquima paliçádico seguidos por idioblastos contendo monocristais prismáticos isolados, além de pequenos feixes vasculares colaterais com grande quantidade de fibras nos polos. O feixe vascular principal é acompanhado externamente por fibras e por idioblastos cristalíferos contendo monocristais prismáticos. Gotas lipídicas, em pequena quantidade, ocorrem em todos os tecidos. O peciólulo, em vista frontal, apresenta cutícula lisa e raros estômatos. Em secção transversal, a cutícula é espessa, a epiderme é uniestratificada, seguida de colênquima anelar, parênquima cortical com idioblastos contendo drusas; endoderme com grande quantidade de grãos de amido; sistema vascular formado por dois pequenos feixes colaterais na região das costelas e geralmente um único feixe colateral bem desenvolvido na região central, envolto por bainha fechada de fibras, ou vários feixes distribuídos em forma de anel aberto para a face adaxial, todos envoltos por bainha de fibras, a qual apresenta externamente células contendo monocristais prismáticos. Gotas lipídicas ocorrem em todos os tecidos. Matéria estranha (5.4.1.3). No máximo, 2,0%, correspondente às raques foliares. Considerando os dados contidos na Farmacopéia Brasileira, o número classificado de coisas estranhas encontradas em sene apesar de fazer parte da própria planta, é muito superior ao recomendado. Aula 3 - Roteiro 2 (Cromatografia em Camada Delgada de Óleos Essenciais) OBJETIVO: Separação e identificação das principais substâncias presentes em óleos essenciais. Pesamos 1g de droga vegetal, trituramos em almofariz de vidro e 13 adicionamos etanol 96º, para formação de uma pequena solução extrativa. Utilizamos uma placa de vidro com Sílica gel G como absorvente. A cerca de 1,0 cm de distância de uma das bordas (ponto de partida), aplicamos a amostra (solução extrativa) com óleo essencial, e uma amostra de óleo essencial puro diluída previamente em álcool etílico, com o auxílio de capilares fizemos 2 toques no total. Deixamos espaço de cerca 1 cm entre uma amostra e outra e interrompemos a camada de sílica com uma régua e a ponta de uma lapiseira (ponto de chegada). Figura 9 - Fonte Própria Colocamos a placa cromatográfica na cuba de vidro saturada com a fase móvel e esperamos correr. Quando atingiu o ponto de chegada, retiramos a placa e deixamos secar ao ar. Revelamos o cromatograma com revelador sulfovanílico (revelador + estufa 105 ºC por 5 minutos). Medimos a distância percorrida pelas manchas. Calculamos o Rf de cada amostra: P – Rf = 6,5 = 0,792 8,2 A – Rf = 7,0 = 0,853 8,2 Figura 10 - Fonte Própria Os resultados foram inconclusivos, não apresentando os componentes presentes nos óleos essenciais em função da fase móvel ao decorrer da placa cromatográfica, podendo ser por padrão contaminado. o Rf de amostra ficou 0,853 muito acima do valor padrão. 14 Porém, por questões de acessibilidade e a pouca quantidade de amostras obtidas, esse método não pôde ser utilizado para esse experimento. Aula 3 - Roteiro 3 (Preparo de Tinturas). OBJETIVO: obtenção de tinturas a partir de drogas vegetais pelo método de maceração. Procedimento: Para a realização desse experimento, seguimos rigorosamente as etapas conforme descritos no roteiro de aulas práticas. Pesamos 10g de camomila para 50 ml de tintura (1:5) e adicionamos o líquido extrator aos poucos (glicerina 50%) agitamos por cerca de 10 minutos, etiquetamos o frasco erlenmeyer e deixamos na cabine, abrigado da luz até a próxima aula. Figura 11 - Fonte Própria A filtração é obtida através do algodão para uma proveta de 50 ml, adicionamos o volume com um pouco mais de líquido extrator, acondicionamos em vidro âmbar e etiquetamos devidamente (tintura de arnica glicerinada). Figura 12 - Fonte Própria 15 CONCLUSÃO: As tinturas são produções etílicas ou hidroetílicas obtidas pela extração de medicamentos fitoterápicos ou pela dissolução de extratos herbáceos moles ou secos (por exemplo, usados para fazer tinturas por extração direta) em etanol na concentração desejada. Os corantes podem ser personalizados de acordo com suas necessidades, requisitos de conteúdo de solvente. Uma decocção não tóxica, comestível, colorida 1:5 (mais comum). Usamos glicerina porque a tintura que obtivemos em nossa aula é para fins cosméticos. Aula 4 - Roteiro 1 (: Preparo de Extrato). OBJETIVOS: obtenção de extrato fluido a partir de drogas vegetais pelo método da percolação. Procedimento: Para a realização desse experimento, seguimos rigorosamente as etapas conforme descritos no roteiro de aulas práticas. Pesamos 10g de barbatimão para 10 ml de extrato (1:1) e adicionamos o líquido extrator aos poucos (álcool 70%) deixamos em repouso. Preparamos o funil de separação (como um percolador) da seguinte maneira: uma camada de algodão e a droga previamente umedecida. Sobre a droga umedecida, colocamos papel de filtro e bolinhas de gude. Adicionamos o líquido extrator, aos poucos, com a torneira do “percolador” aberta. Quando caiu a 1ª gota do percolado, fechamos a torneira do aparelho (funil de separação) e adicionamos o restante do solvente de modo que ficou uns 2 cm acima do pó. Deixamos em repouso até a próxima aula, colocandoum béquer embaixo da torneira do percolador. Figura 13 - Fonte Própria Com a torneira aberta deixamos escoar os primeiros 8,5 mL do percolado numa proveta. Reservamos a proveta com o percolado e colocamos um béquer sob o percolador para escoar o restante do percolado. Adicionamos mais líquido extrator no aparelho e recolhemos o percolado até que saiu mais claro (esgotamento). Evaporamos a 2ª parte do percolado em chapa aquecedora até obter os 1,5 mL restantes misturamos as duas partes do 16 percolado e acondicionamos em frasco âmbar devidamente etiquetado (extrato de barbatimão alcoólico) Figura 14 - Fonte Própria CONCLUSÃO: Extrato é a preparação de consistência líquida, sólida ou intermediária, obtida a partir dos Insumos Farmacêuticos Ativos Vegetais, ou Ifav. O material utilizado na preparação de extratos pode sofrer tratamentos preliminares, tais como estabilização, moagem ou desengorduramento. A diferença em relação à concentração entre tintura e extrato é que muda a proporção, 1:5 para tintura e 1:1 para extrato, e, segundo a literatura, a percolação é um dos métodos de extração mais utilizados, devido à facilidade técnica, ao custo efetivamente baixo e o menor risco de reações químicas entre soluto e solvente, realizado a temperatura ambiente. Aula 4 - Roteiro 2 (Hidrólise de Amido). OBJETIVO: Verificar a hidrólise do amido Teste com lugol é uma técnica utilizada para identificar a atividade das enzimas na hidrolise do amido. O lugol é uma solução de iodo com iodeto de potássio. O iodo reage com a molécula do amido e resulta em uma coloração azul ao interagir com a cadeia de amilose, que tem estrutura helicoidal. O complexo azul-escuro é formado pela oclusão (aprisionamento) do iodo nas cadeias de amilose. A celulose apesar de ser polissacarídeo, a sua molécula não permite que o encaixe com iodo (amilose + iodo: aprisionamento interior hélice formado pela amilose estrutural). 17 A celulose constitui cadeias longas, retas e não ramificadas, formando ligações H com as cadeias adjacentes e são insolúveis em água. Procedimento: Para a realização desse experimento, seguimos rigorosamente as etapas conforme descritos no roteiro de aulas práticas. Figura 15 - Fonte Própria CONCLUSÃO: Com o aumento da temperatura o amido foi perdendo a coloração, pois é composto por moléculas de glicose, em uma mistura de polissacarídeos estruturalmente diferentes, tendo amilose (ligações α 1-4), que é um polímero linear (helicoidal), e amilopectina (ligações α 1-4 e α 1-6), um polímero altamente ramificado. Quando aquecidos em água, os grãos de amido incham, quebrando a estrutura cristalina e formando um gel, que se torna mais sensível à ação da α- amilase. Quando resfriado, o amido muda sua estrutura tridimensional para formar amido resistente e inalterado em todo o intestino delgado. Aula 4 - Roteiro 3 (Identificação Química de Taninos) OBJETIVO: Identificar a presença de taninos em drogas de origem vegetal. Procedimento: Para a realização desse experimento, seguimos rigorosamente as etapas conforme descritos no roteiro de aulas práticas. Pesamos 1 g de barbatimão em um béquer. Adicionar 30 mL de água destilada e fervemos por 1 minuto. Filtramos por algodão para um béquer, deixando o resíduo no béquer inicial. Colocamos 2 mL do filtrado em 6 tubos de ensaio e executamos as reações de identificação: 18 Figura 16 - Fonte Própria CONCLUSÃO: Os taninos protegem as plantas porque os grupos hidroxila em sua estrutura se ligam a proteínas como amilase e células das mucosas superficiais para formar complexos insolúveis (precipitados). A atividade antibacteriana dos taninos também pode estar relacionada à sua capacidade de co-precipitar com metais, que inibem as vias metabólicas dos microrganismos, uma vez que os metais são cofatores enzimáticos. As propriedades dos taninos dependem do tipo e dosagem utilizados. Taninos condensados: Pegamos 3 mL da solução de tanino (filtrado) e colocamos em béquer, juntamente com um pedaço de palito. Fervemos até secagem da solução de tanino (sem queimar). Pingamos uma gota de HCl conc. sobre o palito e verificamos a formação de coloração vermelha indicativa de taninos condensados Figura 17 - Fonte Própria COCLUSÃO: Os taninos condensados têm a sua formação a partir de moléculas de 19 flavonoides, os chamados flavan-3-ol e flavan-3,4-diol. São especificados de proantocianidinas porque, quando sofrem hidrólise com ácido com temperatura elevada, produzem moléculas de antocianidinas (cianidina ou delfinidina) com cor avermelhada. 20 Referências Bibliográficas BLUMENTHAL, M.; GOLDBERG, A.; BRINCKMANN, J. Herbal medicine - Expanded Comission E monographs. Austin: American Botanical Council, 2000. BRUNETON, J. Pharmacognosie, phytochimie, plantes médicinales. 2.ed. Paris: Lavosier, 1993. DE SMET, P.A.G.M.; BONSEL, G.; VAN DER KUY, A.; HEKSTER, Y.A.; PRONK, M.H.; BRORENS, M.J.A.; LOCKFEER, J.H.M.; NUIJTEN, M.J.C. Introduction to the pharmacoeconomics of herbal medicines. Pharmacoeconomics, v.18, n.1, p.1-7, 2000. DIAS, T. Produtos fitoterápicos à luz da legislação vigente e confiabilidade de suas indicações terapêuticas. Porto Alegre: UFRGS, Faculdade de Farmácia, 1997.Trabalho de conclusão. ESAU, Katherine. Anatomia das plantas com sementes. Editora Blucher, 1974. HARVEY, A. 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