Prévia do material em texto
• Verifique se seu caderno está completo, sem repetição de questões ou falhas. Caso contrário, notifique imediatamente o Fiscal da Sala, para que sejam tomadas as devidas providências; • Confira seus dados pessoais, especialmente nome, número de inscrição e documento de identidade e leia atentamente as instruções para preencher o cartão-resposta; • Use somente caneta esferográfica, fabricada em material transparente, com tinta preta ou azul; • Assine seu nome apenas no(s) espaço(s) reservado(s); • Confira sua cor e tipo do caderno de questões. Caso tenha recebido caderno de cor ou tipo diferente do impresso em seu cartão-resposta, o fiscal deve ser obrigatoriamente informado para o devido registro na Ata da Sala; • Reserve tempo suficiente para o preenchimento do seu material. O preenchimento é de sua res- ponsabilidade e não será permitida a troca do cartão-resposta ou folha de texto definitivo em caso de erro; • Para fins de avaliação, serão levadas em consi- deração apenas as marcações realizadas no car- tão-resposta e na folha de texto definitivo; • Os candidatos serão submetidos ao sistema de detecção de metais quando do ingresso e da saída de sanitários durante a realização das provas. • Boa sorte! FOLHA DE ROSTO ORIENTATIVA PARA PROVA OBJETIVA LEIA AS ORIENTAÇÕES COM CALMA E ATENÇÃO! INSTRUÇÕES GERAIS ● Atenção ao tempo de duração da prova, que já inclui o preenchimento da folha de respostas. ● Cada uma das questões da prova objetiva está vinculada ao comando que imediatamente a antecede e contém orientação necessária para resposta. Para cada questão, existe apenas UMA resposta válida e de acordo com o gabarito. ● Faltando uma hora para o término do simulado, você receberá um e-mail para preencher o cartão-resposta, a fim de avaliar sua posição no ranking. Basta clicar no botão vermelho de PREENCHER GABARITO, que estará no e-mail, ou acessar a página de download da prova. Você deve fazer o cadastro em nossa plataforma para participar do ranking. Não se preocupe: o cadastro é grátis e muito simples de ser realizado. – Se a sua prova for estilo Certo ou Errado (CESPE/CEBRASPE): marque o campo designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo designado com o código E, caso julgue o item ERRADO. Se optar por não responder a uma determinada questão, marque o campo “EM BRANCO”. Lembrando que, neste estilo de banca, uma resposta errada anula uma resposta certa. Obs.: Se não houver sinalização quanto à prova ser estilo Cespe/Cebraspe, apesar de ser no estilo CERTO e ERRADO, você não terá questões anuladas no cartão-resposta em caso de respostas erradas. – Se a sua prova for estilo Múltipla Escolha: marque o campo designado com a letra da alternativa escolhida (A, B, C, D ou E). É preciso responder a todas as questões, pois o sistema não permite o envio do cartão com respostas em branco. ● Uma hora após o encerramento do prazo para preencher o cartão-resposta, você receberá um e-mail com o gabarito para conferir seus acertos e erros. Caso você seja aluno da Assinatura Ilimitada, você receberá, com o gabarito, a prova completa comentada – uma vantagem exclusiva para assinantes, com acesso apenas pelo e-mail e pelo ambiente do aluno. ● Não serão realizadas correções individuais das provas discursivas. Em caso de solicitação de recurso para alguma questão, envie para o e-mail: treinodificil_jogofacil@grancursosonline.com.br. Nossa ouvidoria terá até dois dias úteis para responder à solicitação. Desejamos uma excelente prova! GRAN CURSOS ONLINE DIRETORIA DE PRODUÇÃO EDUCACIONAL PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIVERSOS FICHA TÉCNICA DO MATERIAL GRANCURSOSONLINE.COM.BR CÓDIGO: 1212023220 TIPO DE MATERIAL: Simulado Preparatório NUMERAÇÃO: 2º Simulado NOME DO ÓRGÃO: Ordem dos Advogados do Brasil OAB MODELO/BANCA: FGV EDITAL: Pós-Edital ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: 01/2023 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital Ética Profissional Maria Christina 1 João, recém-aprovado no Exame de Ordem, celebrou contrato verbal de consultoria jurídica com um cliente. Questionado sobre as regras jurídicas, assinale a op- ção correta. (A) O contrato de consultoria deverá ser necessariamen- te celebrado por escrito. (B) O contrato de consultoria poderá ser celebrado por escrito ou verbalmente. (C) O contrato de consultoria deve ser celebrado junta- mente com a outorga de mandato. (D) O contrato de consultoria deve ser celebrado junta- mente com a outorga de mandato e deverá estipular por escrito o valor dos honorários advocatícios. 2 Maria, recém aprovada no Exame de Ordem, requereu sua inscrição nos quadros da OAB e em algumas comis- sões dentro de sua seccional. Sobre as comissões, é cor- reto afirmar que: (A) são comissões obrigatórias as de estágio e exame de ordem, finanças e orçamentos e direitos humanos. (B) são comissões obrigatórias as de estágio e exame de ordem, direito constitucional e processo civil. (C) são comissões obrigatórias as de estágio e exame de ordem, prerrogativas dos advogados e direito humanos. (D) são comissões obrigatórias as de estágio e exame de ordem, prerrogativas dos advogados e processo civil. 3 João ingressou na faculdade de direito e atingiu o pe- ríodo de estágio obrigatório. Sobre o tema, assinale a opção correta. (A) João, como estagiário, caso cometa uma infração dis- ciplinar, poderá ser censurado, suspenso, excluído e multado. (B) João, como estagiário, caso cometa uma infração dis- ciplinar, poderá ser censurado, suspenso ou excluído. (C) João, como estagiário, caso cometa uma infração dis- ciplinar, poderá ser censurado ou suspenso. (D) João, como estagiário, caso cometa uma infração dis- ciplinar, somente poderá ser censurado. 4 Sobre o direito à sustentação oral do advogado, assinale a opção correta. (A) O advogado poderá realizar a sustentação oral dos recursos de apelação, agravo de instrumento, recur- so ordinário, recurso especial e extraordinário, em- bargos de divergência. (B) O advogado poderá realizar a sustentação oral dos recursos de apelação, agravo de instrumento e agra- vo interno, recurso ordinário, recurso especial e ex- traordinário, embargos de divergência. (C) O advogado poderá realizar a sustentação oral da ação rescisória, mandado de segurança, habeas cor- pus, habeas data, mandado de injunção e ações de competência originária. (D) O advogado poderá realizar a sustentação oral da ação rescisória, mandado de segurança, habeas cor- pus e ações de competência originária. 5 Sobre os direitos dos advogados, assinale a alternati- va correta. (A) A medida judicial cautelar que importe na violação do escritório ou do local de trabalho do advogado será determinada em hipótese excepcional, desde que exista certeza da prática de crime. (B) A medida cautelar para apreensão de bens no escri- tório do advogado será permitida se fundada exclusi- vamente em elementos produzidos em declarações do colaborador mesmo que sem confirmação por outros meios de prova. (C) O ingresso no escritório do advogado deve ser acom- panhado por membro da OAB que terá direito a ser respeitado pelos agentes responsáveis pelo cumpri- mento do mandado de busca e apreensão, sob pena de abuso de autoridade. (D) A autoridade responsável por ingressar no escritório do advogado deverá informar, com antecedência mí- nima de 48 horas, à seccional da OAB a data, o horá- rio e o local em que serão analisados os documentos e os equipamentos apreendidos, garantido o direito de acompanhamento, em todos os atos, pelo repre- sentante da OAB e pelo profissional investigado. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 6 Sobre as penalidades aplicadas aos advogados, assinale a opção correta. (A) Os advogados serão excluídos por apropriação inde- vida de valores devidos ao cliente do advogado. (B) Os advogados podem ser excluídos da OAB por cola- boraçãopremiada realizada contra o seu cliente. (C) Os advogados serão excluídos da OAB por retenção abusiva dos autos. (D) Os advogados serão excluídos da OAB por patrocínio infiel realizado contra o seu cliente. 7 (Anulado) Sobre as normas de relação com o cliente, as- sinale a opção correta segundo as regras do Código de Ética e Disciplina da AOB. (A) O advogado deve informar o cliente, de modo claro e inequívoco, quanto a eventuais riscos da sua pre- tensão, e das consequências que poderão advir da demanda, devendo, igualmente, denunciar, desde logo, a quem lhe solicite parecer ou patrocínio, qual- quer circunstância que possa influir na resolução de submetê-lo à consulta ou confiar-lhe a causa. (B) As relações entre advogado e cliente baseiam-se na confiança recíproca. Sentindo o advogado que essa confiança lhe falta, deve renunciar a causa de imediato. (C) O advogado, no exercício do mandato, atua como patrono da parte, cumprindo-lhe, por isso, imprimir à causa orientação que lhe pareça mais adequada, subordinando-se às intenções contrárias do cliente. (D) A conclusão ou desistência da causa, tenha havido, ou não, extinção do mandato, obriga o advogado a devolver ao cliente bens, valores e documentos que lhe hajam sido confiados e ainda estejam em seu poder, bem como a prestar-lhe contas, pormenoriza- damente, sem prejuízo de esclarecimentos comple- mentares que se mostrem pertinentes e necessários, inclusive, com relação a parcela dos honorários paga pelos serviços até então prestados não se inclui en- tre os valores a ser devolvidos. 8 Sobre as normas de relação com o cliente, assinale a opção correta segundo as regras do Código de Ética e Disciplina da OAB. (A) O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimen- to deste, em nenhuma circunstância. (B) O advogado não deve deixar ao abandono ou ao de- samparo as causas sob seu patrocínio, sendo reco- mendável que, em face de dificuldades insuperáveis ou inércia do cliente quanto a providências que lhe tenham sido solicitadas, renuncie ao mandato. (C) A renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do motivo que a determinou, fazendo cessar a res- ponsabilidade profissional pelo acompanhamento da causa, uma vez decorrido o prazo de 15 dias. (D) A revogação do mandato judicial por vontade do cliente o desobriga do pagamento das verbas hono- rárias contratadas, assim como não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente em face do serviço efetivamente prestado. Filosofia do Direito Odair José 9 Aristóteles, em sua obra “Ética a Nicômacos”, apresenta duas acepções de justiça, (1) distributiva e (2) corretiva, sendo a justiça corretiva subdividida em comutativa e reparativa. Assinale a alternativa, nos termos da obra citada, que faz correta referência à justiça reparativa. (A) É a necessária medida de restituição das condições anteriores em que se encontravam as partes antes que se fizesse entre elas uma desigualdade invo- luntária. (B) É a necessária equivalência entre os produtos quan- do das relações de troca, a fim de nos contratos em que envolvam a troca de mercadorias, haja reciproci- dade entre os valores atribuídos às mercadorias per- mutadas. (C) Caracteriza-se pela relação entre particulares e entre iguais, cuja origem voluntária das relações implica a necessária correção quando do não cumprimento da obrigação por uma das partes. (D) Refere-se à distribuição equitativa e proporcional dos bens disponíveis ao governo, que realiza a distri- buição aos seus súditos conforme o merecimento de cada um, por isso alguns poderão receber quinhão maior do outros. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 10 “Existem duas espécies de interpretação que devem ser distinguidas claramente uma da outa: a interpretação do Direito pelo órgão que o aplica, e a interpretação do Di- reito que não é realizada por um órgão jurídico, mas por uma pessoa privada e, especialmente, pela ciência jurí- dica”. (KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2020, p. 388). Acerca das duas espécies de interpretação do direito a que se refere Hans Kelsen, assinale a alternativa correta. (A) A interpretação realizada pelo órgão aplicador do di- reito é autêntica e não pode fazer outra coisa senão estabelecer as possíveis significações de uma norma jurídica. (B) A interpretação autêntica é uma tarefa criadora da norma, por isso essa atividade é realizada exclusiva- mente pelo legislador democrático. (C) A interpretação feita pelo órgão aplicador do Direito é sempre autêntica, ela cria o Direito. (D) O ato de vontade exarado pelo órgão aplicador do direito não é um ato cognoscitivo, porque este órgão realiza tão somente uma operação técnica e não um ato de conhecimento. Direito Constitucional Ana Paula Blazute 11 Mais de cem mulheres foram torturadas e assassinadas no Estado Y por um grupo de criminosos armados. Al- guns meses após o fato, restou demonstrada a incapa- cidade das autoridades locais em oferecer respostas aos acontecimentos, não restando dúvidas da grave violação aos direitos humanos, sendo evidente o descumprimen- to das obrigações internacionais assumidas pela Repú- blica Federativa do Brasil. Assinale a alternativa correta de acordo com o caso em análise: (A) Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Supremo Tribunal Federal, em qualquer fase do in- quérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (B) Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, apenas na fase processual, após a denúncia, incidente de deslo- camento de competência para a Justiça Federal. (C) Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Advogado-Geral da União, com a finalidade de as- segurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, em qualquer fase do inquérito ou processo, após a denúncia, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (D) Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do in- quérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 12 Roberta, Rogério, Alice e Patrícia estudam para concur- sos de carreiras jurídicas. Certo dia, resolveram estudar juntos direito constitucional, e escolheram como tema Poder Legislativo. Cada um escolheu um artigo da Cons- tituição para ler, e um deles alterou, na sua leitura, o que estava escrito na Constituição de 1988. Consideran- do que dentre os quatro, três leram “ipsis litteris” e um modificou a redação do que está escrito na Constituição, assinale a alternativa correta. (A) Quem modificou o que está escrito na Constituição foi Roberta, pois afirmou que compete privativamen- te à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado. (B) Quem modificou o que está escrito na Constituição foi Rogério, pois afirmou ser da competência exclu- siva do Congresso Nacional autorizaro Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias. (C) Quem modificou o que está escrito na Constituição foi Alice, pois afirmou ser da competência do Senado Federal sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. (D) Quem modificou o que está escrito na Constituição foi Patrícia, pois afirmou ser da competência da Câ- mara dos Deputados proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. 13 O Presidente da República editou a Medida provisória XXX em 2019, um dos temas disciplinados era a compe- tência para demarcação das terras indígenas. O art. 21 da MP XXX, transferia da FUNAI para o Ministério da Agri- cultura a competência para demarcação das terras indí- genas. Essa MP foi parcialmente aprovada pelo Congres- so Nacional e se tornou a Lei n. 1.234, publicada no dia 18/06/2019. Ocorre que o Congresso Nacional rejeitou a transferência da competência da FUNAI para o Ministério da Agricultura para a demarcação das terras indígenas, portanto esse dispositivo (art. 21 da MP XXX) não virou lei. Após a publicação da Lei n. 1.234, o Presidente da República editou uma nova medida provisória, ainda em 2019, trazendo novamente um dispositivo transferindo para o Ministério da Agricultura a competência para a demarcação das terras indígenas. Alguns partidos políti- cos ajuizaram ADI no STF afirmando que esse dispositivo da MP que transfere a competência seria inconstitucio- nal. De acordo com o caso concreto, marque a alterna- tiva correta. (A) Os partidos políticos têm razão em ajuizar a ADI, pois é vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que te- nha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (B) Os partidos políticos têm razão em ajuizar a ADI, pois a matéria constante de medida provisória rejeitada somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional, o que não ocorreu no caso. (C) Os partidos políticos não têm razão em ajuizar a ADI, pois é permitida a reedição, na mesma sessão legisla- tiva, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (D) Os partidos políticos não podem propor a ação direta de inconstitucionalidade, pois não são legitimados. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 14 Paula, brasileira naturalizada, 28 anos, quer se candi- datar ao cargo de prefeita do Município A. Por sua vez, José, brasileiro nato, 30 anos, pretende se candidatar ao cargo de Presidente da República. Já Felipe, brasileiro naturalizado, 30 anos, quer se candidatar ao cargo de deputado federal. Considerando o caso em análise, marque a alternati- va correta. (A) Paula pode se candidatar ao cargo de prefeita, tendo em vista que atendeu as condições de idade mínima para o cargo, não sendo este privativo de brasilei- ro nato. (B) José pode se candidatar ao cargo de Presidente da República por ser privativo de brasileiro nato, e por atender as condições de idade mínima para o cargo. (C) Felipe não poderia se candidatar ao cargo de deputa- do federal, pois embora tenha atendido às condições de idade mínima para o cargo, este é privativo de brasileiro nato. (D) Paula, José e Felipe atenderam as condições de idade mínima para os cargos. 15 Em matéria de organização político-administrativa dos entes federativos, compete privativamente à União le- gislar sobre: (A) florestas, caça, pesca, fauna, conservação da nature- za, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição. (B) custas dos serviços forenses. (C) direito tributário, financeiro, penitenciário, econômi- co e urbanístico. (D) águas, energia, informática, telecomunicações e ra- diodifusão. 16 Maria, João, Pedro e Marcos estavam discutindo sobre o processo legislativo. Maria afirmou aos seus colegas que “a proposta de emenda à constituição é discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros”. João afirmou que “não será objeto de deliberação a propos- ta de emenda tendente a abolir o voto direto, secreto, universal, obrigatório e periódico. Por sua vez, Pedro afirmou que a “emenda à Constituição será promulgada pelo Presidente da República”, e por fim Marcos afirmou que “a Constituição poderá ser emendada mediante proposta de mais de 1/3 das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros”. Considerando o caso concreto, marque a alternati- va correta. (A) Maria e Pedro estão corretos em suas afirmações. (B) João e Marcos estão corretos em suas afirmações. (C) Apenas Pedro está correto em sua afirmação. (D) Apenas Maria está correta em sua afirmação. 17 A Constituição da República Federativa do Brasil dedicou uma seção específica à saúde, tendo estabelecido, em seu art.196, que “é direito de todos e dever do Estado”. Considerando a funcionalidade da Constituição e a natu- reza das normas constitucionais afetas a essa temática, assinale a afirmativa incorreta. (A) As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito públi- co ou convênio, tendo preferência as entidades filan- trópicas e as sem fins lucrativos. (B) É permitida a participação direta ou indireta de em- presas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. (C) A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e trata- mento, bem como a coleta, processamento e trans- fusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. (D) É vedada a destinação de recursos públicos para au- xílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital Direitos Humanos Alice Rocha 18 Arquimedes é um trabalhador transexual do setor de construção civil e decidiu voltar a estudar para buscar melhores oportunidades de trabalho. Todavia, mesmo após concluir seus estudos e assumir novas responsa- bilidades, não obteve nenhum aumento salarial ou pro- moção de cargo dentro da empresa. Ao questionar seu superior, ele afirmou que Arquimedes deveria exercer as atividades de cargo superior recebendo o salário equiva- lente ao cargo inferior por ser um trabalhador transexual e por não terem vagas para o novo posto. Com base no Pacto Internacional de Direitos Econômi- cos, Sociais e Culturais (PIDESC), Arquimedes deve argu- mentar que: (A) seu salário deve ser equitativo e com remuneração igual por trabalho de igual valor, sem qualquer discri- minação. (B) seu salário deve ser equiparado ao oferecido a ou- tros trabalhadores transexuais. (C) seu salário deve ser aumentado em função de repre- sentar categoria vulnerável. (D) seu salário deve ser o equivalente ao de outros fun- cionários que exercem a mesma atividade em em- presas concorrentes. 19 John nasceu nos Estados Unidos, mas, nos últimos anos, fixou residência no Brasil por sofrer perseguições polí- ticas que começaram durante o período que dirigiu o Conselho Estudantil em importante faculdade america- na. Todavia, John está sendo acusado de matar sua com- panheira de agremiação estudantil e por isso procura você como advogado a fim de tomar a melhor decisão para seu caso. Com base na Declaração Universal de Direitos Humanos, você deve orientar John a: (A) pedir asilo ao Brasil, por ser vítima de perseguiçãoem seu Estado de origem. (B) não pedir asilo ao Brasil, por estar sendo perseguido por crime de direito comum. (C) não pedir asilo ao Brasil, tendo em vista a ausência de tratado entre os dois países. (D) pedir asilo ao Brasil, que deve conceder independen- temente do motivo da perseguição do indivíduo. Direito Internacional Alice Rocha 20 Antônio e Clara são dois espanhóis de férias no Brasil e que decidiram aqui se casar antes de retornar à Es- panha. Sem saber como proceder, eles contratam você como advogado para levantar toda a documentação ne- cessária para a realização do ato. Para prestar esse serviço e com base na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, você deve informar que: (A) o casal deve buscar os mesmos documentos exigidos pela legislação espanhola de sua nacionalidade. (B) o casal deve observar as leis brasileiras quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da cele- bração do casamento. (C) o casal não poderá se casar no Brasil sem fixar domi- cílio no mesmo país da celebração do casamento. (D) o casal poderá se casar no Brasil desde que cumpra as formalidades do país de nacionalidade dos nuben- tes, juntamente com as formalidades exigidas pela lei brasileira. 21 Juan, venezuelano, chegou ao Brasil em 2018 e nunca mais retornou à Venezuela devido às crises institucionais que o país atravessava. Juan casou-se com uma chilena que conheceu quando entrou com seu pedido de auto- rização de residência. O pedido de Juan está pendente desde 2020, mas ele precisa voltar urgentemente para a Venezuela tendo em vista o falecimento de seu irmão mais velho. Juan tem receio que não possa retornar ao Brasil e contrata você como advogado especialista em migração. Com base na Lei n. 13.445/2017 (Lei da Migração), você deve orientar Juan a: (A) não deixar o Brasil sob pena de perder a demanda de autorização de residência. (B) sair e retornar, desde que sua esposa chilena seja re- sidente no Brasil. (C) sair e reingressar em território nacional mesmo en- quanto pendente seu pedido de autorização de re- sidência. (D) só deixar o Brasil se conseguir um visto temporário que facilite seu retorno. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital Direito Tributário Maria Christina 22 Diante da ausência da legislação tributária, esta deverá ser integrada na seguinte ordem: (A) analogia, princípios de direito tributário, princípios de direito público e equidade. (B) analogia, princípios de direito público, princípios de direito tributário e equidade. (C) equidade, princípios de direito tributário, princípios de direito público e analogia. (D) princípios de direito tributário, princípios de direito público, analogia e equidade. 23 Sobre interpretação e integração da legislação tributá- ria, assinale a opção correta. (A) Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcan- ce de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. (B) A lei tributária pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Muni- cípios, para definir ou limitar competências tributárias. (C) Interpreta-se literalmente a legislação tributária que dis- ponha sobre suspensão, exclusão e extinção do crédito. (D) A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorá- vel ao acusado sempre que disser respeito à autoria, imputabilidade ou punibilidade. 24 Sobre a obrigação tributária e o fato gerador, assinale a alternativa correta. (A) A obrigação principal surge com a ocorrência do fato ge- rador, tem por objeto o pagamento apenas dos tributos e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. (B) A obrigação acessória decorre da lei e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no in- teresse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. (C) A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finali- dade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. (D) Os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam- -se perfeitos e acabados sendo suspensiva a condi- ção, desde o momento da prática do ato ou da cele- bração do negócio. 25 O contribuinte declarou e não pagou a COFINS, tributo lançado por homologação. Posteriormente, verificou o inadimplemento e, antes do início do procedimento do Fisco, efetuou o pagamento do tributo e dos juros e re- quereu a exclusão da multa em decorrência do benefí- cio da denúncia espontânea. Diante dos fatos, assinale a opção correta. (A) O contribuinte terá direito ao benefício por ter efe- tuado o pagamento antes do início de procedimento pelo Fisco. (B) O contribuinte nunca terá direito ao benefício nos tributos lançados por homologação. (C) O contribuinte não terá direito ao benefício por ter efetuado o pagamento após a declaração. (D) O contribuinte não terá direito, pois o benefício so- mente retira a obrigatoriedade com relação aos juros. 26 Sobre as regras de lançamento, assinale a alternati- va correta. (A) Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento; as- sim entendido, o processo administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível. (B) Quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência da constituição do crédito. (C) O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigen- te, salvo se posteriormente modificada ou revogada. (D) O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de impugna- ção do sujeito passivo, recurso de ofício ou iniciativa de ofício da autoridade administrativa. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital Direito Administrativo Gustavo Brígido 27 João, servidor público do Estado do Ceará, teve seu pe- dido de aposentadoria suspenso durante o período em que responde a processo administrativo disciplinar, mes- mo sem haver qualquer previsão na respectiva legisla- ção estadual, mas com base no disposto na legislação estatutária federal. João procurou você, na qualidade de advogado(a), para orientá-lo acerca dos seus direitos. Neste caso, segundo entendimento jurisprudencial re- cente, deve-se afirmar corretamente que: (A) foi correta a suspensão, pois a lacuna em Lei Esta- dual acerca da possibilidade de suspender processo de concessão de aposentadoria enquanto tramita processo administrativo disciplinar deve ser suprida com a aplicação subsidiária da legislação estatutária federal. (B) não foi correta a suspensão, pois a lacuna em Lei Es- tadual acerca da possibilidade de suspender proces- so de concessão de aposentadoria enquanto tramita processo administrativo disciplinar não deve ser su- prida com a aplicação subsidiária da legislação esta- tutária federal. (C) não foi correta a suspensão, pois compete apenas à União legislar privativamente sobre o tema da apo- sentadoria, não se aplicando, no entanto, tal previ- são à legislação estadual. (D) não foi correta a suspensão, pois a aposentadoria é exemplo de ato administrativo composto, o qual não admite suspensão em razão de processo administra- tivo disciplinar. 28 Eugênio, servidor público do Município de Aracati, está no gozo de licença para tratamento da saúde por perío- do superior a dois meses. No mesmo ano,ao requerer o gozo das férias anuais remuneradas, teve seu pedido negado, nos termos da legislação municipal vigente, sob o fundamento de que o servidor público que solicite li- cença para tratamento de saúde por período superior a dois meses perde o direito a férias. João procurou você, na qualidade de advogado(a), para orientá-lo acerca dos seus direitos. Neste caso, segundo entendimento juris- prudencial recente, deve-se afirmar corretamente que: (A) no exercício da autonomia legislativa municipal, pode o município, ao disciplinar o regime jurídico de seus servi- dores, restringir o direito de férias a servidor em licença saúde de maneira a inviabilizar o gozo de férias anuais. (B) no exercício da autonomia legislativa municipal, não pode o município, ao disciplinar o regime jurídico de seus servidores, restringir o direito de férias a servi- dor em licença saúde de maneira a inviabilizar o gozo de férias anuais previsto no texto constitucional. (C) a legislação municipal pode tratar desta forma o tema, na medida em que se trata de assunto de inte- resse local. (D) é competência legislativa concorrente tratar do tema das férias, de modo que é constitucional a legislação municipal sobre o tema. 29 Maria Christina foi contratada pelo Município de Forta- leza para exercer cargo em comissão regido pela CLT. Em face de controvérsia envolvendo o pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, Maria Christi- na o procura para, na qualidade de advogado(a), orien- tar acerca do foro competente para tratar do tema. Sua orientação deve ser no sentido de que (A) compete à Justiça Comum o julgamento de contro- vérsia envolvendo direitos de servidor contratado para exercer cargo em comissão regido pela CLT. (B) compete à Justiça do Trabalho o julgamento de con- trovérsia envolvendo direitos de servidor contratado para exercer cargo em comissão regido pela CLT. (C) compete à Justiça do Trabalho, por tratar de tema re- lacionado ao FGTS. (D) compete à Justiça do Trabalho, pois qualquer relação com vínculo celetista só pode ter como foro a justiça especializada trabalhista. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 30 João e José são, respectivamente, servidores públicos do Estado do Ceará e do Governo Federal. Os dois são responsáveis por cuidar de pessoas com deficiência, que são seus dependentes, com Transtorno do Espectro Au- tista. José, por ser servidor público federal, já tem direito à jornada reduzida, porém não há previsão qualquer na respectiva legislação estadual. João procurou você, na qualidade de advogado(a), para orientá-lo acerca dos seus direitos. Neste caso, segundo entendimento juris- prudencial recente, deve-se afirmar corretamente que: (A) apenas José terá direito a jornada reduzida, pois a lacuna na legislação estadual não pode ser suprida pelos termos expostos na legislação federal. (B) é inconstitucional a legislação federal que trata do tema, de modo que não foi correta a redução da jor- nada de trabalho para o servidor público José. (C) aos servidores públicos estaduais e municipais é apli- cado, para todos os efeitos, o disposto na legislação federal, de modo que os dois terão direito à jornada reduzida. (D) nenhum deles faz jus a jornada reduzida de trabalho, ne medida em que só se aplicaria se eles mesmos fossem pessoas com deficiência. 31 João estava em seu carro, com sua família, na fila de pe- dágio, para aproveitar o feriado de Carnaval no litoral do Estado de São Paulo, quando teve a infelicidade de ser vítima do crime de roubo com emprego de arma de fogo. Sabendo que a rodovia era administrada por em- presa concessionária de serviço público, João procurou você, na qualidade de advogado(a), para orientá-lo acer- ca dos seus direitos. Neste caso, segundo entendimento jurisprudencial, deve-se afirmar corretamente que: (A) a concessionária de rodovia não tem responsabilida- de civil diante do crime de roubo com emprego de arma de fogo cometido na fila de pedágio, por au- sência de nexo causal. (B) a concessionária de rodovia tem responsabilidade ci- vil diante do crime de roubo com emprego de arma de fogo cometido na fila de pedágio, pois se pode identificar o nexo causal. (C) a concessionária de rodovia tem responsabilidade civil subjetiva, posto que se faz necessária a com- provação de culpa ou de dolo na conduta da conces- sionária. (D) a concessionária de rodovia tem responsabilidade civil objetiva, posto que não se faz necessária a com- provação de culpa ou de dolo na conduta da conces- sionária. 32 João teve propriedade rural desapropriada pela União e procurou você para, na qualidade de advogado(a), orien- tá-lo acerca da possibilidade de incluir a área de seringal diretamente afetada pela desapropriação, porque devi- damente comprovado nos autos os lucros cessantes a ela correspondentes. Neste caso, segundo entendimen- to jurisprudencial, deve-se afirmar corretamente que (A) Há violação aos limites das matérias que podem ser discutidas em ação de desapropriação direta quando se admite o debate – e até mesmo indenização – de área diferente da verdadeiramente expropriada, ain- da que vizinha. (B) Não há violação aos limites das matérias que podem ser discutidas em ação de desapropriação direta quando se admite o debate – e até mesmo indeni- zação – de área diferente da verdadeiramente expro- priada, ainda que vizinha. (C) Não há violação aos limites das matérias que podem ser discutidas em ação de desapropriação direta, pois não há vinculação ao parâmetro originalmente contemplado. (D) Não há violação aos limites das matérias que podem ser discutidas em ação de desapropriação direta, na medida em que se configura forma de intervenção restritiva na propriedade privada. Direito Ambiental Nilton Coutinho 33 A prefeitura do município BETA informou que, segundo estabelece a Lei Federal n. 12.305/2010, há a necessida- de de se estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana. Preocupado com o tema, Antônio consulta um advoga- do especialista na área, o qual lhe informa que: (A) os consumidores deverão entrar em contato com co- merciantes ou distribuidores para que estes venham retirar os resíduos sólidos sujeitos à logística reversa. (B) os comerciantes e distribuidores deverão efetuar a devolução aos fabricantes ou aos importadores dos produtos e embalagens sujeitos à logística reversa. (C) os comerciantes e distribuidores darão destinação ambientalmente adequada aos produtos e às emba- lagens reunidos ou devolvidos. (D) com exceção dos consumidores, todos os participan- tes dos sistemas de logística reversa manterão atua- lizadas e disponíveis ao órgão federal competente e a outras autoridades informações completas sobre a realização das ações sob sua responsabilidade. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 34 Pedro comprou uma fazenda no interior do Estado do Amazonas. Preocupado em não violar a legislação flo- restal, consulta um advogado especialista na área, o qual lhe informa que: (A) todo imóvel rural nesta região deve manter área com 20% de cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente. (B) o Cadastro Ambiental Rural – CAR é um registro pú- blico eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e pos- ses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econô- mico e combate ao desmatamento. (C) a inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita, obrigatoriamente, no órgão ambiental municipal ou estadual. (D) no parcelamento de imóveis rurais, a área de Reser- va Legal não poderá ser agrupada em regime de con- domínio entre os adquirentes.Direito Civil Roberta Queiroz 35 Maria Barrigudinha Seleida vivia uma união estável com Dalberty Malaquias. A união do casal durou 8 anos, até que, um dia, Dalberty amanheceu morto, por causas naturais, ao lado de sua amada. Os filhos de Dalberty sempre detestaram Maria e, agora, com a morte do pai, não a reconhecem como a companheira do falecido, jus- tamente para não partilharem a herança com ela. Com isso, os filhos realizaram o inventário dos bens deixados pelo falecimento do pai, excluindo Maria. Considerando o caso narrado, marque alternativa correta. (A) Não há possibilidade de reconhecimento de união estável post mortem. (B) Maria poderá ajuizar ação de reconhecimento de união estável post mortem cumulada com petição de herança. (C) Maria deverá obrigatoriamente, primeiro, reconhe- cer a união estável e, após o trânsito em julgado da demanda, reclamar a herança do morto. (D) Maria poderá reclamar a herança do falecido compa- nheiro no prazo decadencial de 10 anos. 36 Raquel tomou emprestado o valor de R$ 50.000,00 junto ao GRANBANK. O banco, por sua vez, exigiu de Raquel duas garantias – penhor de um relógio da marca rolex e um fiador, no qual Eugênio topou garantir o pagamento para a amiga. No contrato bancário, havia cláusula de vi- gência por um ano, mas com cláusula de prorrogação au- tomática de fiança no caso de prorrogação do contrato. Raquel, por sua vez, não conseguiu adimplir o contrato na data estipulada, o que ocasionou a prorrogação deste por mais 01 ano, sem a participação de Eugênio. Consi- derando o caso narrado, marque alternativa correta. (A) É ilícita a cláusula que prevê prorrogação da fiança no contrato. (B) Em nenhuma hipótese a fiança poderá se estender para além do prazo do contrato principal. (C) Embora o contrato possa ser prorrogado, a fiança não poderá ser prorrogada. (D) É válida a cláusula de prorrogação automática de fiança na renovação do contrato principal. 37 Jonas e Carlos viviam uma união estável que durou 12 anos. No entanto, Jonas, um belo dia, disse para Carlos: “Não pense que lhe quero mal, apenas não te quero mais”. Carlos, então, ajuizou ação de dissolução de união estável contra Jonas, cumulada com pedido de alimen- tos para si. Após tramitação do processo, o juiz proferiu sentença declarando ter havido a união estável e conde- nando Jonas ao pagamento de alimentos compensató- rios pelo prazo de 10 meses. Após dois meses, Jonas não mais adimpliu o pagamento dos alimentos. Consideran- do o caso narrado, marque alternativa correta. (A) Será possível a prisão do devedor de alimentos, pelo prazo de 60 dias. (B) Somente será possível a prisão do devedor de alimen- tos em caso de ajuizamento de ação de execução. (C) No caso vertente, não será cabível a prisão do deve- dor de alimentos. (D) Agiu errado o magistrado, pois não é possível conde- nar ex-companheiro ao pagamento de alimentos. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 38 Denis, com 72 anos, sempre foi apaixonado por Marilda, de 71 anos. Os dois são velhos conhecidos e sempre gos- taram um do outro, mas, pelos infortúnios da vida, con- seguiram viver juntos somente agora. Desde o reencon- tro, que já faz 1 ano, moram e vivem juntos. Pretendem, inclusive, adotar alguns animais abandonados. Conside- rando o caso vertente, marque alternativa correta. (A) A união estável de quem já alcançou 70 anos deve ser regida pelo regime da separação obrigatória de bens. (B) O regime da separação obrigatória de bens não deve ser aplicado caso os dois conviventes possuam 70 anos. (C) O regime de bens a ser aplicado no caso de Denis e Marilda é a comunhão parcial de bens. (D) A união estável de quem possui mais de 70 anos é inválida. 39 Delinda e Marfeio foram casados sob o efeito patrimo- nial do regime da comunhão parcial de bens. O casal re- sidia em um sobrado na cidade do Rio de Janeiro, local da casa da família. Delinda não quis mais o relaciona- mento e decidiu sair de casa. Após três meses da separa- ção de fato, Delinda ajuizou ação de divórcio cumulada com partilha de bens. Marfeio, citado, apresentou defe- sa alegando que não tem bens a partilhar com Delinda, pois a casa teria sido alienada para Godofredo que, por sua vez, promoveu ação de despejo contra Marfeio, sob o argumento do não pagamento dos aluguéis. Delinda, chocada, demonstra nos autos que o imóvel sempre foi residência do casal e do filho em comum; que existe pa- rentesco e subordinação entre Godofredo e o ex-marido e que não há qualquer comprovação de transferência bancária para a aquisição da casa. Considerando o caso narrado, marque a alternativa correta. (A) O juiz poderá, de ofício, conhecer do vício do negócio entre Marfeio e Godofredo. (B) Trata-se de caso de simulação, que gera a anulabili- dade do negócio jurídico. (C) A ação declaratória de nulidade poderá ser promovi- da no prazo decadencial de 4 anos. (D) Trata-se de caso de anulação por meio do dolo pro- movido por Marfeio. 40 Waldisney dos Santos e Nyuiórquisson dos Santos são irmãos biológicos e, desde crianças, foram criados jun- to com Maiami da Silva. Maiami fora criada pelos pais, recentemente falecidos, de Waldisney e Nyuiórquisson. Com isso, os três cresceram juntos, como se fossem três irmãos. Waldisney e Nyuiórquisson sempre apresenta- vam Maiami como sendo irmã e sempre trataram os fi- lhos dela como sobrinhos. Contudo, Maiami faleceu, em comoriência, com seus filhos em um acidente de carro. Considerando que Waldisney e Nyuiórquisson desejam ser reconhecidos como herdeiros de Maiami, marque alternativa correta. (A) Podem os irmãos Waldisney e Nyuiórquisson reque- rerem reconhecimento de vínculo parental socioafe- tivo post mortem contra o espólio de Maiami pedin- do para que fosse declarado o vínculo socioafetivo fraternal entre eles e a falecida. (B) Podem os irmãos, independentemente de demanda judicial, habilitarem-se como legítimos herdeiros de Maiami. (C) Não há amparo legal para o pleito de Waldisney e Nyuiórquisson. (D) Somente poderia haver direito aos irmãos Waldisney e Nyuiórquisson se houvesse, por parte de Maiami, o reconhecimento da paternidade ou maternidade post mortem. 41 Antônio Manso Pacífico de Oliveira Sossegado reside, há 20 anos, em um apartamento alugado no Bairro de São José, em Recife. Para realizar o sonho da casa pró- pria, passou a vida economizando dinheiro e conseguiu comprar um lote em Nossa Senhora do Ó, município de Pernambuco, e, ali, iniciou a construção de uma casa simples para morar com a família. No entanto, Antônio devia ao GRANBANK por um mútuo que havia realizado para pagar tratamento dentário. Tal empréstimo estava sendo executado pelo banco. O juiz da execução, a pedi- do do banco, ordenou a penhora do terreno onde estava sendo edificada a casa. Antônio, desesperado, precisa alegar alguma defesa a seu favor. Marque a alternativa que corresponda a uma defesa adequada. (A) Poderá alegar impenhorabilidade do imóvel, com fundamento no fato de que não está edificado. (B) Poderá alegar que o imóvel é considerado bem de família. (C) Não há defesa a ser apresentada por Antônio, posto que não reside no imóvel. (D) Antônio somente poderá desfazer a penhora caso efetue o pagamento integral da dívida. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital ECA Patrícia Dreyer 42 Júnior, adolescente com 17 anos, foi apreendido em fla- grante ao praticar ato infracional análogo a latrocínio, na cidade de Catolé do Rocha, Paraíba. Transcorrido o processo para apuração do ato infracional, o juízo da- quela localidade entendeu que a medida cabível seria a medida socioeducativa de internação a ser cumprida em cidade próxima, já que em Catolé do Rocha não há uni- dade de internação para menores infratores. A família de Júnior, indignada com a decisão judicial, procura você como advogado(a), para responder a vários questiona- mentos, ao que você responde acertadamenteque: (A) quando Júnior completar 18 anos, terá de ser libe- rado, pois as medidas socioeducativas somente são aplicadas até que o indivíduo alcance a maioridade. (B) a intimação da sentença que aplicar medida de inter- nação será feita ao adolescente ou ao seu defensor. (C) se Júnior ficar internado provisoriamente, o prazo máximo e improrrogável para a conclusão do proce- dimento será de quarenta e cinco dias corridos. (D) o adolescente apreendido em flagrante de ato infra- cional será, desde logo, encaminhado ao Juízo da In- fância e Juventude. 43 Pedro, policial, vem investigando há meses crimes con- tra a dignidade sexual de crianças e adolescentes. Para isso, percebeu que será necessário se infiltrar na inter- net para descobrir e destruir uma organização criminosa que pratica tais ilícitos. Sobre a infiltração de agentes, assinale a alternativa correta. (A) As informações da operação de infiltração serão encami- nhadas diretamente ao Ministério Público e ao Delegado responsável pela operação, que zelará por seu sigilo. (B) A infiltração não poderá exceder o prazo de 90 (no- venta) dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não exceda a 365 (trezentos e ses- senta e cinco) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade judicial. (C) A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar os crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes será precedida de autori- zação judicial devidamente circunstanciada e funda- mentada, que estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público. (D) Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos prati- cados durante a operação deverão ser registrados, grava- dos, armazenados e encaminhados ao Ministério Público que, por sua vez, encaminhará todos os documentos ao juiz, juntamente com relatório circunstanciado. 44 Lorena fez uma compra de passagens com "pontos" pela internet de Brasília para Amstersdã para desfrutar de suas férias no verão europeu. Todavia, em razão de seu intenso ritmo de trabalho, terá de adiar a viagem por uns meses. Diante disso, tentou fazer o cancelamento da viagem diretamente pela internet e foi surpreendida com a notícia de que teria de comparecer a uma loja físi- ca para pedir o cancelamento e o reembolso dos pontos ou a remarcação da viagem. Diante do fato, Lorena fica indignada e procura você como advogado(a) que, acer- tadamente, responde que: (A) a empresa aérea que disponibilizar a opção de resga- te de passagens aéreas com "pontos" pela internet não é obrigada a assegurar que o cancelamento ou reembolso dessas seja solicitado pelo mesmo meio, mas por pelo menos um dos canais de atendimento. (B) Se Lorena não aparecer na ida, mas quiser somente voltar pelo pacote de ida e volta contratado, é lícita a prática comercial consistente no cancelamento uni- lateral e automático de um dos trechos da passagem aérea, sob a justificativa de não ter o passageiro se apresentado para embarque no voo antecedente. (C) A empresa aérea que disponibilizar a opção de resga- te de passagens aéreas com "pontos" pela internet é obrigada a assegurar que o cancelamento ou reem- bolso dessas seja solicitado pelo mesmo meio. (D) Se Lorena resolver viajar e a companhia aérea, além de atrasar desarrazoadamente, deixar de atender aos apelos desta, furtando-se a fornecer tanto infor- mações claras acerca do prosseguimento da viagem (em especial, relativamente ao novo horário de em- barque e ao motivo do atraso) quanto alimentação e hospedagem (obrigando-o a pernoitar no próprio aeroporto), tem-se por configurado dano moral in- denizável que exige demonstração de prejuízo por parte da consumidora. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital CDC Patrícia Dreyer 45 Nestor, professor de Direito Civil, resolve contratar um pacote de viagens na Agência Viaje Feliz, na cidade onde mora, Varginha-MG, para conhecer o Rio Grande do Sul e, especialmente, o Vale dos Vinhedos. Nestor embarca, então, para Porto Alegre e, ao chegar ao aeroporto, é surpreendido com a notícia de que não há transfer con- tratado para ir de Porto Alegre ao Vale dos Vinhedos, não há hotel reservado, nem passagem de volta para sua cidade. Nestor tem, então, que arcar com todos os custos da viagem para não perder o passeio com sua fa- mília. Ao retornar, Nestor ajuíza ação de reparação civil contra a Agência, mas descobre que houve o encerra- mento das atividades dela, vez que a empresa praticou vários golpes contra os consumidores. Nestor, então, tem a ideia de promover o incidente de desconsidera- ção da personalidade jurídica para alcançar o patrimô- nio dos sócios e administradores da empresa. Descobre que os sócios não têm patrimônio a ser alcançado, mas o administrador não sócio tem patrimônio considerável, capaz de indenizá-lo. O juiz, todavia, indefere o pedido de desconsideração da personalidade jurídica formula- do por Nestor que pretendia alcançar o patrimônio do administrador não sócio. A decisão judicial está: (A) incorreta, porque há provas do abuso da personali- dade jurídica. (B) incorreta, porque a desconsideração também será efetivada quando do encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. (C) incorreta, pois o CDC diz que o mero obstáculo à in- denização do consumidor permite a desconsidera- ção da personalidade jurídica. (D) correta, pois para fins de aplicação da Teoria Menor da desconsideração da personalidade jurídica, o CDC não dá margem para admitir a responsabilização pessoal de quem não integra o quadro societário da empresa (administrador não sócio). Direito Empresarial Renato Borelli 46 Miss Robs (nome artístico de Roberta) é uma famosa ar- tista em sua cidade, Caruaru/PE, e possui grandes habili- dades com instrumentos musicais. Pensando em compartilhar seu dom com outras pessoas, resolveu dar aulas particulares. O sucesso foi tamanho que alugou um estúdio, comprou diversos instrumentos e equipamentos, contratou professores para lecionarem com ela, passando o estúdio, assim, a ser chamado Nú- cleo Caruaruense de Música Miss Robs. Com base em tais informações e nas disposições do Có- digo Civil, é correto afirmar que: (A) Roberta não é empresária, porque exerce atividade intelectual, de natureza artística. (B) a atividade pode ser considerada como empresa, mas Roberta somente será empresária quando hou- ver seu registro perante o Registro Público de Empre- sas Mercantis de Caruaru/PE. (C) Roberta é empresária, independentemente da sua falta de inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis. (D) Roberta precisa registrar o Núcleo Caruaruense de Música Miss Robs para que ela se torne uma empresa. 47 Gustavo Brito e Nilton do Couto, sócios da Brito e Do Couto Ltda., sofreram um acidente de carro em que Bri- to saiu gravemente ferido. Após várias intervenções mé- dicas, Gustavo Brito encontra-se em coma, com grande probabilidade de morte ou danos cerebrais irreversíveis. À luz do Código Civil e em especial da legislação aplicável ao caso, é correto afirmar que: (A) caso Gustavo Brito se torne incapaz permanente- mente de exprimir sua vontade, a empresa será dis- solvida. (B) se Gustavo Brito vier a óbito, Nilton do Couto pode continuar com o nome do amigo na firma social da empresa. (C) a sociedade limitada Brito e Do Couto Ltda. não pode ser constituída por uma pessoa. (D) A quota de Brito não será liquidada em razão de sua morte, caso o contrato dispuser diferente. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 48 A famosa advogada e socialite Rachel Buena Vista en- controu sua casa dos sonhos, no famoso bairro Lago Sul, em Brasília. Como já havia ingressado na sociedade Buena Vista e Queiroz Advogados, acabou empreendendo grande par- te de seu patrimônio. Rachel, para comprar a sonhada casa, precisou realizar um contrato de alienação fiduciá-ria com a instituição financeira Brígido Bank. Sobre esse contrato, é correto afirmar que: (A) Rachel Buena Vista somente poderá utilizar a casa quando o contrato de alienação estiver completa- mente quitado. (B) Na alienação fiduciária, a coisa (móvel ou imóvel) constitui-se na própria garantia do pagamento. (C) Para a constituição de propriedade fiduciária da casa, é necessário o registro do contrato, celebrado por meio de instrumento público, no Cartório de Tí- tulos e Documentos. (D) Após a quitação da dívida e encargos, o banco deverá fornecer o termo de quitação a Rachel Buena Vista, em até 6 (seis) meses, sob pena de multa equivalen- te a 10% o valor do contrato por mês de atraso. 49 Eugênio, microempresário individual, atuante na área de produtos naturais e alimentícios, emitiu nota pro- missória no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) com vencimento em 07/01/2023, que foi endossada por Pa- trícia, em 19/01/2023. Em razão da falta de pagamento, Rubens procedeu no dia seguinte ao vencimento do pro- testo do título. Nesse caso, levando-se em consideração as disposições relativas ao título de crédito em espécie, é correto afirmar que: (A) somente Eugênio poderá ser responsável pelo paga- mento da nota promissória, posto que ele é o seu emitente. (B) eventual ação cambial do portador contra Patrícia deve ser ajuizada no prazo de 03 (três) anos conta- dos da data do protesto. (C) Patrícia tem 6 (seis) meses para ingressar com ação regressiva contra Eugênio, contados da data do pa- gamento. (D) todas as ações contra o aceitante relativas a letras prescrevem em cinco anos a contar do seu ven- cimento. 50 Maria Christina, advogada e contadora experiente, atuou como administradora judicial em ação falimentar de renomada rede de varejo e, depois de muito traba- lho e dedicação, possui direito legal a sua remuneração. Carlos Silva possui um crédito trabalhista de 4 (quatro) salários mínimos, de natureza estritamente salarial, ven- cidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da fa- lência. Felipe Dalê tem direito à restituição em dinheiro de um bem seu que estava em poder do devedor na data da decretação da falência e foi vendido. Com relação à situação desses credores, e levando-se em conside- ração as disposições da Lei n. 11.101/2005, é correto dizer que: (A) Carlos Silva terá precedência na ordem de pagamen- to, enquanto Felipe Dalê se enquadrará na situação de credor quirografário; e Maria Christina somente receberá ao final do pagamento de todos. (B) todos se encontram na condição de créditos extra- concursais e serão pagos com precedência; e entre eles a ordem de pagamento será: Carlos Silva, Felipe Dalê e Maria Christina. (C) Maria Christina será a primeira a receber, seguida de Carlos Silva e, ao final, Felipe Dalê. Contudo, pri- meiramente, deverão ser pagos os tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência. (D) todos possuem créditos com privilégios especiais e deverão ser pagos com precedência aos demais cre- dores, mas sem haver preferência entre eles. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital Direito Processual Civil Raquel Bueno 51 Ana Luíza, após vinte anos casada com Edvaldo, resolve se divorciar após as festas de Natal, uma vez que, duran- te a ceia em família, depois de ter ingerido grande quan- tidade de bebida alcoólica, o marido se descontrolou e a agrediu, acusando-a de traição com um dos cunhados, afirmação esta que restou não comprovada. Ressalte-se que o casal não possui filhos e que Edvaldo, arrependi- do, não concorda com o divórcio. Ana Luíza mudou-se do domicílio conjugal (Piracanjuba-GO) para Rio Verde- -GO, tendo o marido permanecido no imóvel do casal. A partir destes fatos, assinale a opção correta. (A) Ana Luíza poderá promover o divórcio em cartório, mediante escritura pública, desde que esteja acom- panhada por advogado ou defensor público. (B) O foro competente para o divórcio judicial é Rio Verde-GO. (C) O foro competente para o divórcio judicial é Piracan- juba-GO. (D) Caso Ana Luíza tivesse permanecido no domicílio conjugal, com o consequente afastamento do mari- do, seria devido aluguel proporcional do imóvel do casal para este último. 52 Sarah, empresária de sucesso do ramo estético, teve um mal súbito, e ao ser atendida na emergência de um hospital particular, o médico recomendou imediata in- tervenção cirúrgica, negada indevidamente pelo plano de saúde. Inconformada, entrou em contato com sua advogada Helena, requerendo que fosse tomada algu- ma providência judicial rápida, a fim de resguardar sua vida. Helena então requereu uma tutela provisória de urgência antecipada antecedente, tendo o juiz compe- tente condicionado a concessão da tutela provisória à prestação de caução. A partir deste cenário, assinale a opção correta. (A) Pelo Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição, o juiz não poderia condicionar a concessão da tutela jurisdicional provisória de urgência à prestação de caução. (B) A tutela jurisdicional provisória de urgência requeri- da exige apenas dois requisitos: probabilidade do di- reito invocado e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. (C) Nesta situação, caso o juiz entendesse não se tratar de hipótese de tutela provisória de urgência anteci- pada antecedente, seria concedido à autora o prazo de 15 dias para a emenda da petição inicial. (D) Uma vez concedida a tutela provisória de urgência antecipada antecedente, a autora terá o prazo de 15 dias ou mais para o aditamento de sua petição inicial, nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 53 Madalena, ao receber R$ 200.000,00 (duzentos mil re- ais) de herança, adquiriu os eventuais direitos e obriga- ções sobre um lote situado em Cabo Frio-RJ, de Olavo, que os adquiriu de Pedro, que os adquiriu de Lúcio, que os adquiriu de Eliomar. Todavia, Madalena é demandada por Sofia, verdadeira titular de tais direitos. Desespera- da, procura o Núcleo de Prática Jurídica da Faculdade de Direito local para fazer sua defesa, bem como resguardar seus direitos em relação à Olavo, de quem adquiriu os tais direitos sobre o lote, a título oneroso. A partir deste cenário, assinale a resposta correta. (A) Madalena terá 30 dias para contestar, podendo ale- gar em preliminar sua ilegitimidade passiva. (B) Madalena terá 30 dias para contestar, podendo pro- mover a denunciação da lide em relação à Olavo, no corpo da contestação. (C) Madalena terá 15 dias para contestar, podendo pro- mover a denunciação da lide em relação à Olavo, no corpo da contestação. (D) Madalena terá 30 dias para contestar, podendo pro- mover a denunciação da lide em relação à Eliomar, no corpo da contestação. 54 Cosme ajuizou uma ação de cobrança em face de Edgar. Após o devido processo legal, recebeu uma sentença totalmente favorável. Todavia, inconformado, Edgar re- solveu recorrer, tendo o recurso sido admitido no duplo efeito. Entretanto, Cosme sabe da existência de um úni- co imóvel penhorável do devedor, razão pela qual quer garantir o êxito da futura etapa de cumprimento de sen- tença, por meio de uma posição privilegiada de credor. Neste contexto, assinale a opção correta. (A) Cosme poderá requerer o cumprimento provisório da sentença. (B) Cosme pode promover a hipoteca judiciária, desde que haja prévia autorização judicial. (C) Cosme poderá pedir uma certidão premonitória, averbando-a no Cartório de Imóveis competente. (D) Cosme pode promover a hipoteca judiciária, me- diante simples apresentação da cópia da sentença perante o Cartório de Imóveis competente, indepen- dentemente de prévia autorização judicial, com a consequente comunicação ao juízo da causa. 55 Georgiana, residente e domiciliada em Brasília-DF, ajui- zou uma ação indenizatória em face do Canadá, perante a 1ª Vara Federal da seção judiciária do Distrito Fede- ral. Apóso devido processo legal, seus pedidos foram julgados integralmente improcedentes. Inconformada, a autora procura sua advogada Pâmela, a fim de tomar uma providência processual apta a modificar o resultado negativo. Considerando a realidade narrada, o caminho processual indicado é: (A) Apelação a ser interposta perante o Tribunal Regio- nal Federal da 1ª Região, no prazo de 15 dias. (B) Apelação a ser interposta perante o juízo a quo, no prazo de 15 dias. (C) Recurso ordinário constitucional, a ser interposto pe- rante o juízo a quo, no prazo de 15 dias. (D) Recurso ordinário constitucional, a ser interposto perante o Superior Tribunal de Justiça, no prazo de 15 dias. 56 Lívia foi citada em uma execução de título executivo ex- trajudicial promovida por Dora. Considerando que não foi efetuado o pagamento da dívida de R$ 100.000,00 no prazo legal, tendo escoado o prazo para apresentação de embargos à execução, foi requerida pela exequente a penhora on-line, que, todavia, restou infrutífera. Poste- riormente, foi obtida a penhora de um veículo de titulari- dade da devedora, quitado, e avaliado em R$ 80.000,00. A partir destas informações, marque a assertiva correta. (A) Será dada preferência à adjudicação do bem em favor de Dora, respeitando-se o valor da avaliação, e consequente prosseguimento da execução pelo valor remanescente. (B) O referido bem penhorado não poderá ser adjudica- do pelo cônjuge, companheiro, ascendentes ou des- cendentes da executada. (C) Caso o bem não seja adjudicado pela exequente, Lívia terá direito de requerer o parcelamento do débito. (D) Será dada preferência à alienação judicial por inicia- tiva particular ao invés da adjudicação. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 57 Marta promoveu uma ação em face de Elaine. Após de- cisão final favorável à autora, diante da demora na sua publicação, Marta perguntou a seu advogado Leandro se este não poderia agilizar a ciência do advogado da parte contrária, a fim de que o prazo recursal já se iniciasse, no intuito de obter o trânsito em julgado de forma mais rápida, caso não houvesse interposição de recurso, com a consequente instauração da fase executiva. A partir destas informações, assinale a opção certa segundo o CPC vigente: (A) O advogado Leandro pode intimar o advogado de Elaine por meio de mensagem via WhatsApp. (B) O advogado Leandro pode intimar o advogado de Elaine pelo correio, com aviso de recebimen- to, instruindo o ofício de intimação com a cópia da sentença. (C) No caso apresentado, a intimação só poderá ocorrer judicialmente. (D) Caso a intimação seja enviada pelo advogado Lean- dro ao advogado de Elaine, via correio, ao endereço mencionado no processo, tal intimação não será vá- lida se não recebida pessoalmente pelo causídico de Elaine, em virtude de mudança temporária de ende- reço não informada nos autos. Direito Penal Michelle Tonon 58 Tatiana foi condenada em janeiro de 2022 pela prática do crime de estelionato. Na dosimetria, o juiz, na pri- meira fase, exasperou a pena-base, ao argumento de que Tatiana tinha plena consciência da ilicitude de sua conduta. Além disso, considerou ações penais em curso e inquéritos policiais como conduta social negativa. Na segunda fase, não considerou a atenuante da confissão espontânea, sob o fundamento de que Tatiana admitiu apenas parcialmente os fatos narrados na denúncia. In- conformada e desejando recorrer da sentença, Tatiana procura você, advogado(a). Considerando a jurisprudência e o entendimento sumu- lado do STJ sobre a dosimetria da pena, assinale a alter- nativa correta. (A) A afirmação de que Tatiana possuía plena consci- ência da ilicitude de sua conduta não é idônea para exasperação da pena-base, pois constitui elemento ínsito ao delito. (B) Inquéritos policiais e ações penais em curso podem ser considerados para exasperar a pena-base. (C) A dosimetria da pena está correta, em consonância com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, não havendo argumento para um recurso de apelação. (D) Somente a confissão espontânea e completa, sobre todos os fatos articulados na denúncia, autoriza a in- cidência da atenuante genérica, na segunda fase da dosimetria. 59 Maurício, 33 anos, subtraiu cerca de 3 mil reais em di- nheiro de seu pai, Lucas, 64 anos, para adquirir uma moto seminova e trabalhar como entregador. Considerando as disposições legais pertinentes, con- sultado por Lucas acerca da responsabilidade penal de Maurício, você deverá explicar que: (A) Maurício praticou conduta atípica, pois é herdeiro de Lucas. (B) Maurício é isento de pena, visto que praticou crime de furto em prejuízo de seu ascendente. (C) Maurício praticou crime impossível, pois em prejuízo de seu pai. (D) Maurício não é isento de pena. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 60 Felipe, jovem de 24 anos, foi a um show na cidade de São Paulo no dia 18 de dezembro de 2022. Durante a apresentação da banda, Felipe percebeu que João esta- va distraído, dançando e cantando e, aproveitando-se da circunstância, subtraiu o telefone celular que estava no bolso traseiro da calça de João. O aparelho custou a João cerca de 7 mil reais. No dia seguinte ao show, João foi até a delegacia e comunicou o fato. Passados três dias do ocorrido, em 21 de dezembro de 2022, Felipe foi con- vencido por sua namorada, Bruna, a devolver o celular, o que de fato foi feito, na mesma delegacia onde João registrara a ocorrência. Apesar disso, em 10 de janeiro de 2023, o Ministério Pú- blico denunciou Felipe como incurso nas penas do art. 155, § 4º, II, do CP (furto qualificado pela destreza). Considerando apenas os fatos narrados, na orienta- ção jurídica a Felipe, você, advogado/a, deverá es- clarecer que: (A) houve arrependimento eficaz, considerando que Fe- lipe impediu a produção do resultado. (B) houve desistência voluntária, visto que Felipe de- sistiu voluntariamente de seguir com a execução do furto. (C) houve arrependimento posterior, fazendo Felipe jus à causa de diminuição de pena. (D) a conduta de Felipe é atípica, considerando o princí- pio da insignificância e a devolução do celular a João. 61 Carlos e Diana terminaram, em agosto de 2022, um rela- cionamento amoroso de cerca de três anos. Entretanto, Diana não se conforma e, diariamente, espera Carlos na saída do trabalho, seguindo-o até em casa. Diana tam- bém faz ligações telefônicas várias vezes ao dia e manda mensagens por aplicativos de conversas instantâneas e redes sociais. Tais comportamentos já se prolongam por um mês. Preocupado com a situação, Carlos procura você, advogado/a, para aconselhamento jurídico. Nessa situação, você deverá explicar a Carlos que: (A) Diana pode ser penalmente responsabilizada pela contravenção penal de perturbação da tranquilidade. (B) Diana pode ser penalmente responsabilizada pelo crime de perseguição, devendo Carlos comparecer à delegacia de polícia e representar pela apuração cri- minal dos fatos. (C) A conduta de Diana é atípica, representando mero dissabor a Carlos, que poderá pleitear uma indeniza- ção na esfera cível. (D) A conduta de Diana caracteriza o crime de violência psicológica, tipificado no Código Penal. 62 Cleverson, completamente embriagado após passar a tarde assistindo jogo de futebol em um bar, foi ao ce- mitério da cidade e se dirigiu à sepultura de Fábio, um antigo desafeto. Com um pedaço de madeira que encon- trou, desferiu vários golpes contra a sepultura, quebran- do quadros, vasos e vidros que ali haviam sido colocados pelos familiares de Fábio, em sua homenagem. Com o barulho dos objetos quebrados, seguranças acionaram a polícia, que prendeu Cleverson em flagrante. Conside- rando o caso narrado, assinale a alternativa correta. (A) A embriaguez completa de Cleverson caracteriza-se como excludente de culpabilidade. (B) A conduta de Cleverson tipifica-se como crime de violação de sepultura, já que o respeitoaos mortos é bem jurídico tutelado pelo Código Penal. (C) Tendo em vista que Cleverson estava completamente embriagado e que não tinha intenção de profanar a sepultura, configura-se apenas crime de dano ao pa- trimônio. (D) A conduta de Cleverson é atípica, gerando apenas indenização na esfera cível aos herdeiros de Fábio, pelos danos morais e materiais. 63 Euclides, 45 anos, primário, porém com ação penal em curso pela suposta prática do crime de furto, foi preso em flagrante com 15 gramas de cocaína, divididos em cinco pequenas embalagens, e uma balança de precisão, além de R$ 550,00 (quinhentos e cinquenta reais), em notas trocadas. Considerando a situação hipotética, assi- nale a opção correta com base na legislação e no enten- dimento do Superior Tribunal de Justiça. (A) A pequena quantidade de substância entorpecente apreendida permite a aplicação do princípio da in- significância ao crime de tráfico de drogas, por ser delito de perigo abstrato. (B) Considerando a existência de uma ação penal em curso, Euclides não poderá ser beneficiado pela cau- sa de diminuição de pena do tráfico privilegiado. (C) Euclides praticou o crime de associação para o trá- fico de drogas, considerando as condições de acon- dicionamento da substância, em diferentes porções, a apreensão de balança de precisão e de quantia de dinheiro trocado em espécie. (D) Euclides poderá ser beneficiado pela incidência da causa de diminuição de pena do tráfico privilegiado, pois, segundo entendimento mais atual da jurispru- dência, ações penais em curso não podem obstar a benesse. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital Direito Processual Penal Lorena Ocampos 64 Jônatas, morador do Rio de Janeiro, recebeu uma men- sagem pelo celular que oferecia a ele um empréstimo. Imediatamente, diante das dificuldades financeiras, Jô- natas entrou em contato para contratar um empréstimo no valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) e, para tanto, depositou, a título de “custas”, um valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em uma conta corren- te vinculada a uma agência bancária localizada em São Paulo. A conta pertencia a Bruno, morador do Goiânia. Somente depois da transferência percebeu se tratar de uma fraude e nunca recebeu os R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). Jônatas, quando percebeu ser víti- ma de um golpe, estava com a sua família a trabalho na cidade de Brasília e decidiu registrar a ocorrência nesta cidade. A competência para instruir e julgar o delito aci- ma narrado será (A) de Brasília. (B) de São Paulo. (C) de Goiânia. (D) do Rio de Janeiro. 65 Analise a seguinte situação hipotética: Gustavo cumpre pena há dois anos em Belo Horizonte/MG por condena- ção definitiva por crime de roubo. Na comarca de Unaí/ MG foi oferecida e recebida denúncia contra Gustavo pela prática de crime de latrocínio consumado na cidade de Unaí/MG, na data de 12/4/2022. O juiz determinou a citação de Gustavo, mas o acusado não foi localizado nos endereços oferecidos pelo Ministério Público na de- núncia. Não havia informação nos autos de que Gusta- vo cumpria pena na cidade de Belo horizonte/MG. Foi determinada, então, a citação por edital de Gustavo. A respeito do caso acima, é correto afirmar que: (A) a citação por edital é nula, devendo Gustavo ser cita- do de forma pessoal. (B) encontrando-se preso o réu, a sua requisição ao pre- sídio de Belo Horizonte/MG supre a citação. (C) a citação é válida porque cabe à defesa do réu in- formar ao juízo sobre a sua localização, o que não foi feito. (D) a citação é válida, em razão de encontrar-se preso em outra cidade. 66 O procedimento comum é dividido em comum ordiná- rio, sumário e sumaríssimo, nos termos do art. 394 do Código de Processo Penal. Suponha que Breno foi de- nunciado pelo delito de roubo simples, que possui pena máxima em abstrato de 10 anos, e que, após o ofereci- mento e recebimento da denúncia, o réu tenha sido ci- tado e a defesa tenha apresentado resposta à acusação requerendo a absolvição sumária de Breno por diversos motivos. De acordo com o art. 397 do Código de Pro- cesso Penal, aponte qual motivo abaixo pode conduzir à absolvição sumária de Breno. (A) Não existir prova de que o réu concorreu para o roubo. (B) Existência manifesta da semi-imputabilidade do agente. (C) Existência manifesta de inimputabilidade do agente. (D) Existência manifesta de causa de legítima defesa. 67 Analise a seguinte situação hipotética: João é juiz de direito no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, tendo tomado posse no dia 4/5/2016. Em 19/3/2022, o magis- trado, no exercício de suas funções, compareceu ao 2º ofício de notas da cidade do Rio de Janeiro para realizar diligência de correção extrajudicial. No local, foi recebi- do pelo funcionário Ricardo. Durante a realização da di- ligência, os dois vieram a se desentender e João desferiu diversos socos e chutes em Ricardo que veio a cair e ba- ter com a cabeça na quina da bancada do cartório. Dias depois, em razão das lesões sofridas, sobretudo da bati- da na cabeça, Ricardo veio a falecer. Recebidos os autos do inquérito policial pelo Ministério Público, foi ofereci- da denúncia pelo crime de homicídio com dolo eventual em relação ao resultado morte. Aponte em qual órgão a denúncia foi oferecida. (A) Superior Tribunal de Justiça. (B) Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. (C) Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. (D) Vara Criminal do Rio de Janeiro. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 68 Analise a seguinte situação hipotética: Consta dos autos que Marcos foi denunciado pela suposta prática de cri- me de estupro de vulnerável de sua filha. O acusado foi denunciado, o juiz recebeu a denúncia, foi determina- da a citação do réu e a defesa. Em resposta à acusação, arrolou a esposa de Marcos como testemunha para ser ouvida em audiência de instrução e julgamento. Consta dos autos que a esposa de Marcos foi a única que soube do caso, não havendo demais testemunhas para serem ouvidas ou demais provas para serem colhidas. Sobre o tema prova testemunhal no processo penal, é correto afirmar que nesse caso a esposa de Marcos: (A) é proibida de depor em razão da função, ministério, ofício ou profissão, somente sendo autorizada sua oitiva se assim quiser e houver autorização do de- nunciado, nos termos do art. 207 do Código de Pro- cesso Penal. (B) deverá ser ouvida na condição de informante, nos ter- mos dos arts. 206 e 208 do Código de Processo Penal. (C) será ouvida diretamente pelo juiz que formulará as perguntas primeiro à testemunha. Somente ao final as partes poderão complementar com perguntas que tiverem interesse. (D) será ouvida no último momento da audiência de ins- trução e julgamento, após a colheita do depoimen- to da vítima e após a realização do interrogatório do réu. 69 A prisão temporária está prevista na Lei n. 7.960/1989 e é aquela que visa assegurar uma eficaz investigação po- licial, quando se tratar de apuração de infração penal de natureza grave. A respeito do tema, considere a seguinte situação: Pedro é investigado por crime de cárcere priva- do de sua esposa, Júlia, e foi preso temporariamente na data de hoje. Sobre o tema, assinale a afirmativa correta. (A) A prisão temporária pode ter sido decretada de ofí- cio pelo juiz, independentemente de requerimento do Ministério Público ou de representação da autori- dade policial. (B) Se o crime investigado no inquérito policial for he- diondo ou equiparado a hediondo, o prazo da prisão temporária será fixado em, no máximo, quinze dias, prorrogáveis uma vez por igual período. (C) Decorrido o prazo da prisão temporária de Pedro, a autoridade responsável deverá pôr imediatamente Pedro em liberdade, salvo se já tiver sido comunica- da da prorrogação da prisão temporária ou da decre- tação da prisão preventiva. (D) Pedro poderá permanecer junto aos presos preventi- vos e aos condenados definitivos. Direito doTrabalho Rogério Dias 70 Silvana Silva trabalhou para a empresa Zetta Ltda., pres- tando serviços de auxiliar de serviços gerais, no Ministé- rio da Justiça, de 2019 a 2021. Quando de sua dispensa, a empregada nada recebeu. Ajuizada ação trabalhista, em 2022, em face de seu ex-empregador e da União, atribuiu-se à causa o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). Nessa situação, (A) a União terá responsabilidade solidária, caso eviden- ciada sua conduta culposa no tocante à fiscalização do contrato. (B) a União não terá responsabilidade pelo inadimple- mento das obrigações trabalhistas. (C) a União não precisa constar do título executivo judi- cial para responder pelas obrigações trabalhistas. (D) a União terá responsabilidade subsidiária, caso evi- denciada sua conduta culposa no tocante à fiscaliza- ção do contrato. 71 Juliano foi eleito diretor suplente de sociedade coopera- tiva no ano de 2021, para exercer seu mandato no ano de 2022. Em setembro de 2022, Juliano foi dispensado sem justa causa e procura o seu escritório para saber acerca de sua estabilidade. Nessa situação, (A) Juliano tem o mesmo período de estabilidade do di- rigente sindical. (B) a dispensa está correta. (C) Juliano deve ser reintegrado. (D) tanto o diretor titular quanto o suplente não têm es- tabilidade. 72 Após o auge da pandemia, a empresa ZRT Ltda. e o sin- dicato dos empregados celebraram Acordo Coletivo de Trabalho para reduzir a jornada de trabalho e o salário dos empregados da empresa, pelo período de 4 me- ses. Com isso, (A) durante o período de vigência do referido instrumen- to coletivo, os empregados não podem sofrer despe- dida imotivada. (B) trata-se de acordo inválido, já que não se permite a redução dos salários dos empregados. (C) após a reforma trabalhista, o acordo coletivo não po- deria estabelecer esta regra. (D) o acordo somente teria validade se fosse homologa- do pela justiça do trabalho. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 73 Na remuneração de Cosme, além da quantia fixa esti- pulada e paga diretamente pelo empregador, estão: as comissões, as gratificações legais e as gorjetas. Cosme constatou que as gorjetas recebidas, apesar de integra- rem a remuneração, não serviram de base de cálculo para suas horas extras. Então, procurou o seu escritório para sanar a dúvida. Diante disso, (A) a empresa agiu de forma errada ao não repercutir as gorjetas nas horas extras. (B) a gorjeta tem natureza salarial e deve repercutir no pagamento das horas extras. (C) a empresa agiu corretamente ao não repercutir as gorjetas nas horas extras. (D) as gorjetas somente não repercutem no pagamento do aviso prévio. 74 A empresa BBW Ltda. e o seu empregado Adilson cele- braram contrato de trabalho intermitente. Estabeleceu- -se que Adilson trabalharia por três meses. Findo esse período, o empregado entrou em período de inativida- de, recebendo apenas a remuneração do mês anterior. Nessa situação, (A) agiu corretamente o empregador, já que não há ex- tinção do contrato de trabalho. (B) o empregado deveria receber, além da remuneração do mês anterior, férias proporcionais acrescidas do terço constitucional, décimo terceiro salário proporcional, re- pouso semanal remunerado e os adicionais legais. (C) agiu erroneamente o empregador, pois o contrato deveria ter sido extinto. (D) o empregado somente teria direito a receber a re- muneração do mês anterior, do repouso semanal re- munerado e dos adicionais legais. 75 Thiago foi contratado para prestar seus serviços em re- gime de teletrabalho, por jornada. Nos dois últimos me- ses, o empregado fez diversas horas extras e não rece- beu por elas. Inconformado, procurou o departamento de pessoal, o qual o informou que as pessoas que tra- balham em regime de teletrabalho não têm direito ao pagamento de horas extras eventualmente realizadas. Nessa hipótese, (A) a informação está errada, pois Thiago tem direito às horas extras. (B) a informação está correta. (C) a informação está errada, pois quem trabalha em regime de teletrabalho, por tarefa, tem direito às horas extras. (D) a informação está errada, pois quem trabalha em re- gime de teletrabalho, por tarefa ou produção, tem direito às horas extras. Direito Processual do Trabalho Aryanna Linhares 76 Alcmena foi dispensada sem justa causa por Palácio de Hera Jardinagem Ltda. Ao receber as verbas rescisórias, Alcmena verificou que nelas não estavam os valores cor- respondentes à equiparação salarial com Galintia, sua amiga e colega de trabalho. Necessitando de uma orien- tação jurídica, Alcmena procura você, como advogado(a). Com sua assessoria, inicia um acordo extrajudicial com a ex-empregadora. O acordo é reduzido a termo e, nele, o valor e a identificação da parcela são especificados. Am- bas as partes e seus respectivos advogados assinam o termo e o levam para ser homologado junto à Justiça do Trabalho. Contudo, a juíza do caso se nega a homologá-lo por entender que é um ato lesivo à trabalhadora e acaba proferindo sua decisão nesse sentido. Com base no ex- posto e de acordo com a norma legal, indique, caso exista, a medida processual adequada para pleitear a reforma da decisão proferida. (A) Recurso Ordinário. (B) Mandado de Segurança. (C) Resta às partes formular um novo pedido de homologação idêntico ao primeiro e dirigi-lo a outra Vara. (D) Como se trata de uma decisão interlocutória, não há medida cabível para pleitear sua reforma. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 77 Odisseu foi intimado pelo juiz Agamemnon a apresen- tar os cálculos de liquidação na reclamatória trabalhis- ta que propôs em face de Marcenaria Cavalos de Tróia, sua ex-empregadora, e que já se encontra em fase de execução. Odisseu assim o fez. Em seguida, o juiz Aga- memnon determinou que o cálculo fosse conferido pela contadoria da Vara do Trabalho em que a ação trami- ta. Após precisa verificação, o calculista asseverou que os cálculos estavam corretos e em conformidade com a coisa julgada. Agamemnon, então, homologou a conta e determinou ao executado o depósito voluntário da quantia, sob pena de execução forçada. Com base nos fatos narrados e observando as normas legais vigentes, assinale a afirmativa correta. (A) Considerando que as contas foram verificadas e foi impressa a celeridade devida ao processo trabalhis- ta, observando a duração razoável do mesmo, o juiz Agamemnon agiu corretamente. (B) O juiz Agamemnon não agiu corretamente, pois só poderia homologar o cálculo após conceder vista ao executado pelo prazo de 8 dias. (C) O juiz Agamemnon não agiu corretamente, pois de- veria conceder vista dos cálculos ao executado e ao INSS pelo prazo de 5 dias úteis. (D) O juiz Agamemnon agiu corretamente, pois tem li- berdade para criar a forma que melhor atenda aos anseios da justiça, tendo em vista que a lei não fixa uma dinâmica específica para a liquidação. 78 Mondego Pescados e Pesqueiros Danglars são empresas que pertencem ao grupo econômico Monte Cristo Indústrias Pesqueiras. Uma ação é movida contra as duas empresas e uma terceira, a Bertuccio Bistrô, que, alegadamente, foi to- madora dos serviços durante parte do contrato. Para a defe- sa, cada empresa contratou seu próprio advogado. Havendo a interposição de recurso de revista, (A)o prazo será de 10 dias. (B) o prazo será definido pelo juiz que poderá deferir a dilação para não prejudicar a ampla defesa. (C) o prazo será contado normalmente. (D) o prazo será em dobro, uma vez que há litisconsórcio passivo com procuradores diferentes. 79 A empresa Dantès Mineração Ltda. figura como reclama- da na ação trabalhista proposta por Gaspard Caderous- se. Dantès Mineração contratou o escritório de advoca- cia em que você trabalha para assisti-la na audiência. Diante da importância do cliente, você, advogado-chefe responsável pela área trabalhista do escritório, optou por não delegar a missão e a assumiu pessoalmente. Aempresa forneceu-lhe a cópia da defesa e dos documen- tos e afirmou que tudo havia sido juntado aos autos do processo eletrônico. Aberta a audiência, estranhamen- te, o juiz De Villefort, ao consultar os autos eletrônicos do processo, explicou que a defesa não estava nele e que apenas os documentos se faziam presentes. Diante dis- so, o juiz De Villefort, com semblante pouco amigável, facultou-lhe a opção de apresentar defesa. Nos exatos termos previstos na CLT, o que se deverá fazer é (A) requerer o adiamento da audiência para entrega posterior da defesa. (B) entregar na mesma hora a cópia escrita que está em suas mãos. (C) requerer imediatamente a digitalização da defesa que está em suas mãos para que seja juntada ao processo. (D) aduzir defesa oral em 20 minutos. 80 D’Artagnan ajuizou reclamação trabalhista em dezembro de 2022 em face de Richelieu Espadas e Mosquetes Ltda. Seus pedidos foram julgados totalmente procedentes. D’Artagnan contratou, como advogado particular, seu amigo Aramis, antigo companheiro de labutas e aventu- ras que havia há pouco se graduado em Direito e, tendo obtido êxito no exame da OAB, já se encontrava regular- mente inscrito nos quadros da Ordem em outubro de 2022. No que tange à verba honorária, de acordo com a CLT, assinale a afirmativa correta. (A) Haverá condenação em honorários de 5%, no mínimo, e 15 %, no máximo, em favor do advogado. (B) Considerando que D’Artagnan não está assistido pelo sindicato de classe, não haverá condenação em honorários advocatícios. (C) Somente haveria condenação em honorários de até 20%, se a assistência do advogado de D’Artagnan ti- vesse sido gratuita. (D) Haverá condenação em honorários de 10%, no mínimo, e 20%, no máximo, em favor do advogado. GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 B A D D C B X B A C 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 D C A A D D B A B B 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 C A A C C D A B A C 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 A A B B B D C A A A 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 B C C C D C D B C B 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 B D B D C A B A D C 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 B B D D A D B B C D 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 B A C B A A B C D A 2º SIMULADO OAB 1ª FASE DO EXAME 37º #VEM SER GRAN Com a Assinatura Ilimitada 8.0, suas chances serão ainda maiores. Faça agora a sua assinatura, tenha acesso à melhor plataforma para sua aprovação na OAB, passe no concurso dos seus sonhos e garanta seu futuro. Se você quer mesmo ter um bom desempenho no Exame de Ordem, você tem de estar bem preparado (a). Para isso, conte com a melhor equipe de professores do Gran Jurídico. FACILITE SEUS ESTUDOS: rotas de aprovação, mapas mentais, resumos e exercícios irão te guiar por um caminho mais simples e rápido. 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ASSINATURA ILIMITADA CONCURSOS, OAB E RESIDÊNCIAS https://www.grancursosonline.com.br/oab/#utm_source=Landing_Page&utm_medium=Simulados&utm_campaign=anuncio_simulado_oab 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital Ética Profissional Maria Christina 1 João, recém-aprovado no Exame de Ordem, celebrou contrato verbal de consultoria jurídica com um cliente. Questionado sobre as regras jurídicas, assinale a op- ção correta. (A) O contrato de consultoria deverá ser necessariamen- te celebrado por escrito. (B) O contrato de consultoria poderá ser celebrado por escrito ou verbalmente. (C) O contrato de consultoria deve ser celebrado junta- mente com a outorga de mandato. (D) O contrato de consultoria deve ser celebrado junta- mente com a outorga de mandato e deverá estipular por escrito o valor dos honorários advocatícios. Letra b. (A) Errada. Pode ser celebrado por escrito ou verbalmente. (B) Certa. Art. 5°, § 4º, do EOAB. As atividades de con- sultoria e assessoria jurídicas podem ser exercidas de modo verbal ou por escrito, a critério do advogado e do cliente, e independem de outorga de mandato ou de for- malização por contrato de honorários. (C) Errada. Independe de procuração ou formalização por meio de contrato de honorários. (D) Errada. A consultoria pode ser feita com ou sem pro- curação e por contrato verbal ou por escrito. 2 Maria, recém aprovada no Exame de Ordem, requereu sua inscrição nos quadros da OAB e em algumas comis- sões dentro de sua seccional. Sobre as comissões, é cor- reto afirmar que: (A) são comissões obrigatórias as de estágio e exame de ordem, finanças e orçamentos e direitos humanos. (B) são comissões obrigatórias as de estágio e exame de ordem, direito constitucional e processo civil. (C) são comissões obrigatórias as de estágio e exame de ordem, prerrogativas dos advogados e direito humanos. (D) são comissões obrigatórias as de estágio e exame de ordem, prerrogativas dos advogados e processo civil. Letra a. (A) Certa. As únicas comissões obrigatórias são a está- gio e exame de ordem; finanças e orçamentos; e direi- tos humanos. (B) Errada. Direito constitucional e processo civil não são obrigatórias. (C) Errada. A comissão de prerrogativas não é obrigatória. (D) Errada. Prerrogativas e processo civil não são obrigatórias. 3 João ingressou na faculdade de direito e atingiu o pe- ríodo de estágio obrigatório. Sobre o tema, assinale a opção correta. (A) João, como estagiário, caso cometa uma infração dis- ciplinar, poderá ser censurado, suspenso, excluído e multado. (B) João, como estagiário, caso cometa uma infração dis- ciplinar, poderá ser censurado, suspenso ou excluído. (C) João, como estagiário, caso cometa uma infração dis- ciplinar, poderá ser censurado ou suspenso. (D) João, como estagiário, caso cometa uma infração dis- ciplinar, somente poderá ser censurado. Letra d. (A) Errada. O estagiário somente poderá ser censurado. (B) Errada. O estagiário somente poderá ser censurado. (C) Errada. O estagiário somente poderá ser censurado. (D) Certa. A única penalidade que o estagiário po- derá suportar é a penalidade de censura. (Art. 34, XXIX, do EOAB). 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 4 Sobre o direito à sustentação oral do advogado, assinale a opção correta. (A) O advogado poderá realizar a sustentação oral dos recursos de apelação, agravo de instrumento, recur- so ordinário, recurso especial e extraordinário, em- bargos de divergência. (B) O advogado poderá realizar a sustentação oral dos recursos de apelação, agravo de instrumento e agra- vo interno, recurso ordinário, recurso especial e ex- traordinário, embargos de divergência. (C) O advogado poderá realizar a sustentação oral da ação rescisória, mandado de segurança, habeas cor- pus, habeas data, mandado de injunção e ações de competência originária. (D) O advogado poderá realizar a sustentação oral da ação rescisória, mandado de segurança, habeas cor- pus e ações de competência originária. Letra d. (A) Errada. Agravo de Instrumento não é possível. (B) Errada. Agravo de Instrumento e agravo interno não são possíveis. (C) Errada. Habeas data e mandando de injunção não são possíveis. (D) Certa. O advogado somente poderá fazer sustenta- ção oral dos recursos e ações previstos no art. 7°, § 2°-B, do EOAB, quais sejam: apelação, recurso ordinário, re- curso especial e extraordinário, embargos de divergên- cia, ação rescisória, mandado de segurança, habeascor- pus e ações de competência originária. 5 Sobre os direitos dos advogados, assinale a alternati- va correta. (A) A medida judicial cautelar que importe na violação do escritório ou do local de trabalho do advogado será determinada em hipótese excepcional, desde que exista certeza da prática de crime. (B) A medida cautelar para apreensão de bens no escri- tório do advogado será permitida se fundada exclusi- vamente em elementos produzidos em declarações do colaborador mesmo que sem confirmação por outros meios de prova. (C) O ingresso no escritório do advogado deve ser acom- panhado por membro da OAB que terá direito a ser respeitado pelos agentes responsáveis pelo cumpri- mento do mandado de busca e apreensão, sob pena de abuso de autoridade. (D) A autoridade responsável por ingressar no escritório do advogado deverá informar, com antecedência mí- nima de 48 horas, à seccional da OAB a data, o horá- rio e o local em que serão analisados os documentos e os equipamentos apreendidos, garantido o direito de acompanhamento, em todos os atos, pelo repre- sentante da OAB e pelo profissional investigado. Letra c. (A) Errada. Mero indício. Art. 7°, § 6º-A, do EOAB. A medida judicial cautelar que importe na violação do escritório ou do local de trabalho do advogado será determinada em hipótese excepcional, desde que exista fundamento em indí- cio, pelo órgão acusatório. (B) Errada. Art. 7°, § 6º-B, do EOAB. É vedada a determinação da medida cautelar prevista no § 6º-A deste artigo se fundada exclusivamente em elementos produzidos em declarações do colaborador sem confirmação por outros meios de prova. (C) Certa. Art. 7°, § 6º-C, do EOAB. O representante da OAB referido no § 6º deste artigo tem o direito a ser res- peitado pelos agentes responsáveis pelo cumpri- mento do mandado de busca e apreensão, sob pena de abuso de autoridade, e o dever de zelar pelo fiel cumprimento do objeto da investigação, bem como de impedir que documentos, mídias e objetos não relacionados à investigação, especialmente de outros processos do mesmo cliente ou de outros clientes que não sejam pertinentes à persecução penal, sejam analisados, fotografados, filmados, retirados ou apre- endidos do escritório de advocacia. (D) Errada. Art. 7°, § 6º-G, do EOAB. A autoridade responsável informará, com antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas, à seccional da OAB a data, o horário e o local em que serão analisados os documentos e os equipamentos apreendidos, garantido o direito de acompanhamento, em todos os atos, pelo repre- sentante da OAB e pelo profissional investigado para assegurar o disposto no § 6º-C deste artigo. (Promul- gação partes vetadas) (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022) 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 6 Sobre as penalidades aplicadas aos advogados, assinale a opção correta. (A) Os advogados serão excluídos por apropriação inde- vida de valores devidos ao cliente do advogado. (B) Os advogados podem ser excluídos da OAB por cola- boração premiada realizada contra o seu cliente. (C) Os advogados serão excluídos da OAB por retenção abusiva dos autos. (D) Os advogados serão excluídos da OAB por patrocínio infiel realizado contra o seu cliente. Letra b. (A) Errada. O advogado, no caso de apropriação indevi- da, será suspenso por prazo indeterminado do exercício da advocacia. (B) Certa. Art. 7°, § 6º-I, do EOAB. É vedado ao advogado efetu- ar colaboração premiada contra quem seja ou tenha sido seu cliente, e a inobservância disso importará em processo disciplinar, que poderá culminar com a aplicação do disposto no inciso III do caput do art. 35 desta Lei, sem prejuízo das penas previstas no art. 154 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) (C) Errada. Serão suspensos do exercício da profissão. (D) Errada. Serão suspensos do exercício da profissão. 7 Sobre as normas de relação com o cliente, assinale a opção correta segundo as regras do Código de Ética e Disciplina da AOB. (A) O advogado deve informar o cliente, de modo claro e inequívoco, quanto a eventuais riscos da sua pre- tensão, e das consequências que poderão advir da demanda, devendo, igualmente, denunciar, desde logo, a quem lhe solicite parecer ou patrocínio, qual- quer circunstância que possa influir na resolução de submetê-lo à consulta ou confiar-lhe a causa. (B) As relações entre advogado e cliente baseiam-se na confiança recíproca. Sentindo o advogado que essa confiança lhe falta, deve renunciar a causa de imediato. (C) O advogado, no exercício do mandato, atua como patrono da parte, cumprindo-lhe, por isso, imprimir à causa orientação que lhe pareça mais adequada, subordinando-se às intenções contrárias do cliente. (D) A conclusão ou desistência da causa, tenha havido, ou não, extinção do mandato, obriga o advogado a devolver ao cliente bens, valores e documentos que lhe hajam sido confiados e ainda estejam em seu poder, bem como a prestar-lhe contas, pormenoriza- damente, sem prejuízo de esclarecimentos comple- mentares que se mostrem pertinentes e necessários, inclusive, com relação a parcela dos honorários paga pelos serviços até então prestados não se inclui en- tre os valores a ser devolvidos. Anulado. 8 Sobre as normas de relação com o cliente, assinale a opção correta segundo as regras do Código de Ética e Disciplina da OAB. (A) O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimen- to deste, em nenhuma circunstância. (B) O advogado não deve deixar ao abandono ou ao de- samparo as causas sob seu patrocínio, sendo reco- mendável que, em face de dificuldades insuperáveis ou inércia do cliente quanto a providências que lhe tenham sido solicitadas, renuncie ao mandato. (C) A renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do motivo que a determinou, fazendo cessar a res- ponsabilidade profissional pelo acompanhamento da causa, uma vez decorrido o prazo de 15 dias. (D) A revogação do mandato judicial por vontade do cliente o desobriga do pagamento das verbas honorárias con- tratadas, assim como não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada proporcional- mente em face do serviço efetivamente prestado. Letra b. (A) Errada. Art. 14 do CED. O advogado não deve aceitar procura- ção de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo plenamente justificável ou para adoção de medidas judiciais urgen- tes e inadiáveis. (B) Certa. Art. 15 do CED. O advogado não deve deixar ao aban- dono ou ao desamparo as causas sob seu patrocínio, sendo recomendável que, em face de dificuldades insuperáveis ou inércia do cliente quanto a provi- dências que lhe tenham sido solicitadas, renuncie ao mandato. (C) Errada. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital Art. 16 do CED. A renúncia ao patrocínio deve ser fei- ta sem menção do motivo que a determinou, fazendo cessar a responsabilidade profissional pelo acompa- nhamento da causa, uma vez decorrido o prazo pre- visto em lei (EAOAB, art. 5º, § 3º). (D) Errada. Art. 17 do CED. A revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, assim como não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de sucum- bência, calculada proporcionalmente em face do ser- viço efetivamente prestado. Filosofia do Direito Odair José 9 Aristóteles, em sua obra “Ética a Nicômacos”, apresenta duas acepções de justiça, (1) distributiva e (2) corretiva, sendo a justiça corretiva subdividida em comutativa e reparativa. Assinale a alternativa, nos termos da obra citada, que faz correta referência à justiça reparativa. (A) É a necessária medida de restituição das condições anteriores em que se encontravam as partes antes que se fizesse entre elas uma desigualdadeinvo- luntária. (B) É a necessária equivalência entre os produtos quan- do das relações de troca, a fim de nos contratos em que envolvam a troca de mercadorias, haja reciproci- dade entre os valores atribuídos às mercadorias per- mutadas. (C) Caracteriza-se pela relação entre particulares e entre iguais, cuja origem voluntária das relações implica a necessária correção quando do não cumprimento da obrigação por uma das partes. (D) Refere-se à distribuição equitativa e proporcional dos bens disponíveis ao governo, que realiza a distri- buição aos seus súditos conforme o merecimento de cada um, por isso alguns poderão receber quinhão maior do outros. Letra a. (A) Certa. A justiça corretiva reparativa se caracteriza por relações que originariamente se deram involuntaria- mente, como um acidente de trânsito. Nestes termos, a justiça implica em reparação dos danos causados. (B) Errada. A alternativa se refere, na verdade, a uma modalidade de justiça por reciprocidade, caracterizada pela necessária equivalência entre produtos quando da realização de trocas. (C) Errada. O erro da alternativa está em “voluntária”, porque a justiça reparativa tem, como característica central, relações que se originaram involuntariamente. Além disso, quando se fala em “obrigações”, pressupõe- -se algum acordo prévio, o que implicaria em relações voluntárias na sua origem, o que não é o caso desse tipo de justiça. (D) Errada. A alternativa faz referência a outra acepção de justiça, a distributiva. 10 “Existem duas espécies de interpretação que devem ser distinguidas claramente uma da outa: a interpretação do Direito pelo órgão que o aplica, e a interpretação do Di- reito que não é realizada por um órgão jurídico, mas por uma pessoa privada e, especialmente, pela ciência jurí- dica”. (KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2020, p. 388). Acerca das duas espécies de interpretação do direito a que se refere Hans Kelsen, assinale a alternativa correta. (A) A interpretação realizada pelo órgão aplicador do di- reito é autêntica e não pode fazer outra coisa senão estabelecer as possíveis significações de uma norma jurídica. (B) A interpretação autêntica é uma tarefa criadora da norma, por isso essa atividade é realizada exclusiva- mente pelo legislador democrático. (C) A interpretação feita pelo órgão aplicador do Direito é sempre autêntica, ela cria o Direito. (D) O ato de vontade exarado pelo órgão aplicador do direito não é um ato cognoscitivo, porque este órgão realiza tão somente uma operação técnica e não um ato de conhecimento. Letra c. (A) Errada. A interpretação feita pelo órgão aplicador do direito é, de fato, autêntica nos termos kelsenianos, mas o erro da alternativa está em afirmar que essa interpre- tação apenas estabelece significações de uma norma. Na verdade, a interpretação autêntica é vinculativa da conduta, por isso a alternativa está errada. (B) Errada. O erro da alternativa está em dizer que a interpretação autêntica é realizada pelo legislador. Na verdade, quem realiza essa interpretação é o órgão apli- cador da norma. (C) Certa. Hans Kelsen afirma que a interpretação au- têntica é criadora do direito tanto para os casos em que assume caráter geral, quanto para os casos concretos, ainda que para um caso individual. (D) Errada. A interpretação cognoscitiva é típica da ciên- cia do direito, mas o órgão aplicador do direito também realiza uma operação cognoscitiva quando analisa os vá- rios significados possíveis da norma, momento em que pode, inclusive, optar pela interpretação produzida pela ciência do direito. Ademais, nenhum ato de interpreta- ção é meramente uma operação técnica. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital Direito Constitucional Ana Paula Blazute 11 Mais de cem mulheres foram torturadas e assassinadas no Estado Y por um grupo de criminosos armados. Al- guns meses após o fato, restou demonstrada a incapa- cidade das autoridades locais em oferecer respostas aos acontecimentos, não restando dúvidas da grave violação aos direitos humanos, sendo evidente o descumprimen- to das obrigações internacionais assumidas pela Repú- blica Federativa do Brasil. Assinale a alternativa correta de acordo com o caso em análise: (A) Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Supremo Tribunal Federal, em qualquer fase do in- quérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (B) Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, apenas na fase processual, após a denúncia, incidente de deslo- camento de competência para a Justiça Federal. (C) Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Advogado-Geral da União, com a finalidade de as- segurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, em qualquer fase do inquérito ou processo, após a denúncia, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (D) Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do in- quérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. Letra d. Art. 109, § 5º, CRFB. Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obriga- ções decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 12 Roberta, Rogério, Alice e Patrícia estudam para concur- sos de carreiras jurídicas. Certo dia, resolveram estudar juntos direito constitucional, e escolheram como tema Poder Legislativo. Cada um escolheu um artigo da Cons- tituição para ler, e um deles alterou, na sua leitura, o que estava escrito na Constituição de 1988. Consideran- do que dentre os quatro, três leram “ipsis litteris” e um modificou a redação do que está escrito na Constituição, assinale a alternativa correta. (A) Quem modificou o que está escrito na Constituição foi Roberta, pois afirmou que compete privativamen- te à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado. (B) Quem modificou o que está escrito na Constituição foi Rogério, pois afirmou ser da competência exclu- siva do Congresso Nacional autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias. (C) Quem modificou o que está escrito na Constituição foi Alice, pois afirmou ser da competência do Senado Federal sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. (D) Quem modificou o que está escrito na Constituição foi Patrícia, pois afirmou ser da competência da Câ- mara dos Deputados proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresenta- das ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. Letra c. (A) Errada. Não houve modificação do que estava escri- to,visto que, de acordo com o art. 51, CF: Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos De- putados: I – autorizar, por dois terços de seus membros, a ins- tauração de processo contra o Presidente e o Vice- -Presidente da República e os Ministros de Estado. (B) Errada. Não houve modificação do que estava escri- to, visto que, de acordo com o art. 49: Art. 49. Compete ao Congresso Nacional: III – autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da Re- pública a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias. (C) Certa. Quem modificou o que está escrito na Cons- tituição foi Alice, pois afirmou ser da competência do Senado Federal sustar os atos normativos do Poder Exe- cutivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Na verdade, a compe- tência é do Congresso Nacional, segundo o artigo 49, V, da CRFB. (D) Errada. Não houve modificação do que estava escri- to, de acordo com o art. 51, II: Art. 51. Compete a Câmara dos Deputados: II – proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. 13 O Presidente da República editou a Medida provisória XXX em 2019, um dos temas disciplinados era a com- petência para demarcação das terras indígenas. O art. 21 da MP XXX, transferia da FUNAI para o Ministério da Agricultura a competência para demarcação das terras indígenas. Essa MP foi parcialmente aprovada pelo Con- gresso Nacional e se tornou a Lei n. 1.234, publicada no dia 18/06/2019. Ocorre que o Congresso Nacional re- jeitou a transferência da competência da FUNAI para o Ministério da Agricultura para a demarcação das terras indígenas, portanto esse dispositivo (art. 21 da MP XXX) não virou lei. Após a publicação da Lei n. 1.234, o Pre- sidente da República editou uma nova medida provisó- ria, ainda em 2019, trazendo novamente um dispositivo transferindo para o Ministério da Agricultura a compe- tência para a demarcação das terras indígenas. Alguns partidos políticos ajuizaram ADI no STF afirmando que esse dispositivo da MP que transfere a competência seria inconstitucional. De acordo com o caso concreto, marque a alternativa correta. (A) Os partidos políticos têm razão em ajuizar a ADI, pois é vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (B) Os partidos políticos têm razão em ajuizar a ADI, pois a matéria constante de medida provisória rejeitada somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional, o que não ocorreu no caso. (C) Os partidos políticos não têm razão em ajuizar a ADI, pois é permitida a reedição, na mesma sessão legis- lativa, de medida provisória que tenha sido rejeita- da ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (D) Os partidos políticos não podem propor a ação direta de inconstitucionalidade, pois não são legitimados. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital Letra a. Art. 62, § 10º É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejei- tada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. Além disso, os partidos políticos são legitimados para propor as ações do controle concentrado em conformi- dade com o art. 103, CF. STF. Plenário. ADI 6062 MC-Ref/DF, ADI 6172 MC-Ref/DF, ADI 6173 MC-Ref/DF, ADI 6174 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ro- berto Barroso, julgados em 1º/8/2019 (Info 946) 14 Paula, brasileira naturalizada, 28 anos, quer se candi- datar ao cargo de prefeita do Município A. Por sua vez, José, brasileiro nato, 30 anos, pretende se candidatar ao cargo de Presidente da República. Já Felipe, brasileiro naturalizado, 30 anos, quer se candidatar ao cargo de deputado federal. Considerando o caso em análise, marque a alternati- va correta. (A) Paula pode se candidatar ao cargo de prefeita, tendo em vista que atendeu as condições de idade mínima para o cargo, não sendo este privativo de brasilei- ro nato. (B) José pode se candidatar ao cargo de Presidente da República por ser privativo de brasileiro nato, e por atender as condições de idade mínima para o cargo. (C) Felipe não poderia se candidatar ao cargo de deputa- do federal, pois embora tenha atendido às condições de idade mínima para o cargo, este é privativo de brasileiro nato. (D) Paula, José e Felipe atenderam as condições de idade mínima para os cargos. Letra a. (A) Certa. Paula possui 28 anos, logo pode se candidatar ao cargo de prefeito, segundo o artigo 14, § 3º, “c”, CF. Além disso, o cargo de prefeito não é privativo de brasi- leiro nato, pois não se encontra no rol do art. 12, § 3º, CF. (B) Errada. José não pode se candidatar ao cargo de Pre- sidente da República, visto não possuir a idade mínima exigida para o cargo: 35 anos. (C) Errada. O cargo de deputado federal não é privati- vo de brasileiro nato, pois não se encontra no art. 12, § 3º, da CF. (D) Errada. Conforme comentários feitos acima. 15 Em matéria de organização político-administrativa dos entes federativos, compete privativamente à União le- gislar sobre: (A) florestas, caça, pesca, fauna, conservação da nature- za, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição. (B) custas dos serviços forenses. (C) direito tributário, financeiro, penitenciário, econômi- co e urbanístico. (D) águas, energia, informática, telecomunicações e ra- diodifusão. Letra d. Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: IV – águas, energia, informática, telecomunicações e ra- diodifusão; 16 Maria, João, Pedro e Marcos estavam discutindo sobre o processo legislativo. Maria afirmou aos seus colegas que “a proposta de emenda à constituição é discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros”. João afirmou que “não será objeto de deliberação a propos- ta de emenda tendente a abolir o voto direto, secreto, universal, obrigatório e periódico. Por sua vez, Pedro afirmou que a “emenda à Constituição será promulgada pelo Presidente da República”, e por fim Marcos afirmou que “a Constituição poderá ser emendada mediante proposta de mais de 1/3 das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros”. Considerando o caso concreto, marque a alternati- va correta. (A) Maria e Pedro estão corretos em suas afirmações. (B) João e Marcos estão corretos em suas afirmações. (C) Apenas Pedro está correto em sua afirmação. (D) Apenas Maria está correta em sua afirmação. Letra d. Sobre a afirmação de Maria: nos termos do art. 60, § 2º, da CF/1988: § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, consideran- do-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. Sobre a afirmação de João: nos termos do art. 60, § 4º, da CF/1988: § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I – a forma federativa de Estado; 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital II – o voto direto, secreto, universal e periódico; III – a separação dos Poderes; IV – os direitos e garantias individuais. Sobre a afirmação de Pedro: nos termos do art. 60, § 3º, da CF/1988: § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Fede- ral, com o respectivo número de ordem. Sobre a afirmação de Marcos: nos termos do art. 60 da CF/1988: Art. 60. A Constituição poderá ser emendada median- te proposta: I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II – do Presidente da República; III – de mais da metade das Assembleias Legislativas dasunidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. Portanto, apenas Maria está correta em sua afirmação. 17 A Constituição da República Federativa do Brasil dedicou uma seção específica à saúde, tendo estabelecido, em seu art.196, que “é direito de todos e dever do Estado”. Considerando a funcionalidade da Constituição e a natu- reza das normas constitucionais afetas a essa temática, assinale a afirmativa incorreta. (A) As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito públi- co ou convênio, tendo preferência as entidades filan- trópicas e as sem fins lucrativos. (B) É permitida a participação direta ou indireta de em- presas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. (C) A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e trata- mento, bem como a coleta, processamento e trans- fusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. (D) É vedada a destinação de recursos públicos para au- xílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. Letra b. Art. 199, § 3º É vedada a participação direta ou indire- ta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. Direitos Humanos Alice Rocha 18 Arquimedes é um trabalhador transexual do setor de construção civil e decidiu voltar a estudar para buscar melhores oportunidades de trabalho. Todavia, mesmo após concluir seus estudos e assumir novas responsa- bilidades, não obteve nenhum aumento salarial ou pro- moção de cargo dentro da empresa. Ao questionar seu superior, ele afirmou que Arquimedes deveria exercer as atividades de cargo superior recebendo o salário equiva- lente ao cargo inferior por ser um trabalhador transexual e por não terem vagas para o novo posto. Com base no Pacto Internacional de Direitos Econômi- cos, Sociais e Culturais (PIDESC), Arquimedes deve argu- mentar que: (A) seu salário deve ser equitativo e com remuneração igual por trabalho de igual valor, sem qualquer discri- minação. (B) seu salário deve ser equiparado ao oferecido a ou- tros trabalhadores transexuais. (C) seu salário deve ser aumentado em função de repre- sentar categoria vulnerável. (D) seu salário deve ser o equivalente ao de outros fun- cionários que exercem a mesma atividade em em- presas concorrentes. Letra a. O PIDESC estabelece, em seu artigo 7, que a remunera- ção aos trabalhadores deve proporcionar i) um salário equitativo e uma remuneração igual por um trabalho de igual valor, sem qualquer distinção; em particular, as mulheres deverão ter a garantia de condições de traba- lho não inferiores às dos homens e perceber a mesma remuneração que eles por trabalho igual. Além disso, a alínea “c” estabelece que seja assegurada “igual opor- tunidade para todos de serem promovidos, em seu tra- balho, à categoria superior que lhes corresponda, sem outras considerações que as de tempo de trabalho e ca- pacidade”. Sendo assim, Arquimedes deve simplesmen- te exigir a mesma remuneração pelo mesmo trabalho, sem considerar sua condição de transexual como fator de favorecimento em relação aos pisos remuneratórios. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 19 John nasceu nos Estados Unidos, mas, nos últimos anos, fixou residência no Brasil por sofrer perseguições polí- ticas que começaram durante o período que dirigiu o Conselho Estudantil em importante faculdade america- na. Todavia, John está sendo acusado de matar sua com- panheira de agremiação estudantil e por isso procura você como advogado a fim de tomar a melhor decisão para seu caso. Com base na Declaração Universal de Direitos Humanos, você deve orientar John a: (A) pedir asilo ao Brasil, por ser vítima de perseguição em seu Estado de origem. (B) não pedir asilo ao Brasil, por estar sendo perseguido por crime de direito comum. (C) não pedir asilo ao Brasil, tendo em vista a ausência de tratado entre os dois países. (D) pedir asilo ao Brasil, que deve conceder independen- temente do motivo da perseguição do indivíduo. Letra b. De acordo com o artigo 14 da Declaração Universal de Direitos Humanos: 1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direi- to de procurar e de gozar asilo em outros países. 2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perse- guição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princí- pios das Nações Unidas. Sendo assim, como John cometeu um crime de direito comum, ele não teria direito à asilo no Brasil de acordo com a DUDH. Direito Internacional Alice Rocha 20 Antônio e Clara são dois espanhóis de férias no Brasil e que decidiram aqui se casar antes de retornar à Es- panha. Sem saber como proceder, eles contratam você como advogado para levantar toda a documentação ne- cessária para a realização do ato. Para prestar esse serviço e com base na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, você deve informar que: (A) o casal deve buscar os mesmos documentos exigidos pela legislação espanhola de sua nacionalidade. (B) o casal deve observar as leis brasileiras quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da cele- bração do casamento. (C) o casal não poderá se casar no Brasil sem fixar domi- cílio no mesmo país da celebração do casamento. (D) o casal poderá se casar no Brasil desde que cumpra as formalidades do país de nacionalidade dos nuben- tes, juntamente com as formalidades exigidas pela lei brasileira. Letra b. De acordo com o artigo 7, § 1º, “realizando-se o casa- mento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebra- ção”. Sendo assim, para o casamento no Brasil, o casal deve observar as leis brasileiras, assim como impedi- mentos dirimentes e demais formalidades. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 21 Juan, venezuelano, chegou ao Brasil em 2018 e nunca mais retornou à Venezuela devido às crises institucionais que o país atravessava. Juan casou-se com uma chilena que conheceu quando entrou com seu pedido de auto- rização de residência. O pedido de Juan está pendente desde 2020, mas ele precisa voltar urgentemente para a Venezuela tendo em vista o falecimento de seu irmão mais velho. Juan tem receio que não possa retornar ao Brasil e contrata você como advogado especialista em migração. Com base na Lei n. 13.445/2017 (Lei da Migração), você deve orientar Juan a: (A) não deixar o Brasil sob pena de perder a demanda de autorização de residência. (B) sair e retornar, desde que sua esposa chilena seja re- sidente no Brasil. (C) sair e reingressar em território nacional mesmo en- quanto pendente seu pedido de autorização de re- sidência. (D) só deixar o Brasil se conseguir um visto temporário que facilite seu retorno. Letra c. Dentre os direitos previstos para o migrante, está o “di- reito de sair, de permanecer e de reingressar em terri- tório nacional, mesmo enquanto pendente pedido de autorização de residência, de prorrogação de estada ou de transformação de visto em autorização de residên- cia” (art. 4º, XV). Sendo assim, ele poderia ir e retornar independentemente da pendência de sua demanda no Brasil. Direito Tributário Maria Christina 22 Diante da ausência da legislação tributária, esta deverá ser integrada na seguinte ordem: (A) analogia, princípios de direito tributário, princípios de direito público e equidade. (B) analogia, princípios de direito público, princípios de direito tributário e equidade. (C) equidade, princípios de direito tributário, princípios de direito público e analogia. (D) princípios de direito tributário, princípios de direito público, analogia e equidade. Letra a. (A) Certa. Art. 108 do CTN:analogia, princípios de direi- to tributário, princípios de direito público e equidade. (B) Errada. Art. 108 do CTN. (C) Errada. Art. 108 do CTN. (D) Errada. Art. 108 do CTN. 23 Sobre interpretação e integração da legislação tributá- ria, assinale a opção correta. (A) Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcan- ce de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. (B) A lei tributária pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Muni- cípios, para definir ou limitar competências tributárias. (C) Interpreta-se literalmente a legislação tributária que dis- ponha sobre suspensão, exclusão e extinção do crédito. (D) A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorá- vel ao acusado sempre que disser respeito à autoria, imputabilidade ou punibilidade. Letra a. (A) Certa. Art. 109 do CTN. Os princípios gerais de direito priva- do utilizam-se para pesquisa da definição, do conte- údo e do alcance de seus institutos, conceitos e for- mas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. (B) Errada. Art. 110 do CTN. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, con- ceitos e formas de direito privado, utilizados, expres- sa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou li- mitar competências tributárias. (C) Errada. Art. 111 do CTN. Interpreta-se literalmente a legisla- ção tributária que disponha sobre: I – suspensão ou exclusão do crédito tributário; II – outorga de isenção; III – dispensa do cumprimento de obrigações tributá- rias acessórias. (D) Errada. Art. 112 do CTN. A lei tributária que define infra- ções, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dú- vida, quanto: III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 24 Sobre a obrigação tributária e o fato gerador, assinale a alternativa correta. (A) A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento apenas dos tri- butos e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. (B) A obrigação acessória decorre da lei e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no in- teresse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. (C) A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finali- dade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. (D) Os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam- -se perfeitos e acabados sendo suspensiva a condi- ção, desde o momento da prática do ato ou da cele- bração do negócio. Letra c. (A) Errada. Art. 113, § 1º, do CTN. A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e ex- tingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. (B) Errada. Art. 113, § 2º, do CTN. A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as presta- ções, positivas ou negativas, nela previstas no inte- resse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. (C) Certa. Art. 116, CTN (...) Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos cons- titutivos da obrigação tributária, observados os pro- cedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. (D) Errada. Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou ne- gócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: I – sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento; II – sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. 25 O contribuinte declarou e não pagou a COFINS, tributo lançado por homologação. Posteriormente, verificou o inadimplemento e, antes do início do procedimento do Fisco, efetuou o pagamento do tributo e dos juros e re- quereu a exclusão da multa em decorrência do benefí- cio da denúncia espontânea. Diante dos fatos, assinale a opção correta. (A) O contribuinte terá direito ao benefício por ter efe- tuado o pagamento antes do início de procedimento pelo Fisco. (B) O contribuinte nunca terá direito ao benefício nos tributos lançados por homologação. (C) O contribuinte não terá direito ao benefício por ter efetuado o pagamento após a declaração. (D) O contribuinte não terá direito, pois o benefício so- mente retira a obrigatoriedade com relação aos juros. Letra c. (A) Errada. Não terá direito por já existir declaração. (B) Errada. Pode haver denúncia espontânea nos tribu- tos lançados por homologação se não houver início de procedimento. (C) Certa. Súmula 360 do STJ – Só há denúncia espontâ- nea se não houver início de nenhum procedimento. (D) Errada. A denúncia espontânea, se feita, antes de qualquer procedimento, retira somente o pagamen- to da multa. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 26 Sobre as regras de lançamento, assinale a alternati- va correta. (A) Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento; as- sim entendido, o processo administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível. (B) Quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência da constituição do crédito. (C) O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigen- te, salvo se posteriormente modificada ou revogada. (D) O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de impugna- ção do sujeito passivo, recurso de ofício ou iniciativa de ofício da autoridade administrativa. Letra d. (A) Errada. Art. 142 do CTN. Compete privativamente à autorida- de administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento admi- nistrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo de- vido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, pro- por a aplicação da penalidade cabível. (B) Errada. Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estran- geira, no lançamento far-se-á sua conversão em mo- eda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. (C) Errada. Art. 144 do CTN. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente mo- dificada ou revogada. (D) Certa. Art. 145 do CTN. Direito Administrativo Gustavo Brígido 27 João, servidor público do Estado do Ceará, teve seu pe- dido de aposentadoria suspenso durante o período em que responde a processo administrativo disciplinar, mes- mo sem haver qualquer previsão na respectiva legisla- ção estadual, mas com base no disposto na legislação estatutária federal. João procurou você, na qualidade de advogado(a), para orientá-lo acerca dos seus direitos. Neste caso, segundo entendimento jurisprudencial re- cente, deve-se afirmar corretamenteque: (A) foi correta a suspensão, pois a lacuna em Lei Esta- dual acerca da possibilidade de suspender processo de concessão de aposentadoria enquanto tramita processo administrativo disciplinar deve ser suprida com a aplicação subsidiária da legislação estatutária federal. (B) não foi correta a suspensão, pois a lacuna em Lei Es- tadual acerca da possibilidade de suspender proces- so de concessão de aposentadoria enquanto tramita processo administrativo disciplinar não deve ser su- prida com a aplicação subsidiária da legislação esta- tutária federal. (C) não foi correta a suspensão, pois compete apenas à União legislar privativamente sobre o tema da apo- sentadoria, não se aplicando, no entanto, tal previ- são à legislação estadual. (D) não foi correta a suspensão, pois a aposentadoria é exemplo de ato administrativo composto, o qual não admite suspensão em razão de processo administra- tivo disciplinar. Letra a. De acordo com entendimento jurisprudencial do STJ, ex- posto no Informativo 748, de 12 de setembro de 2022, a lacuna em Lei Complementar Estadual acerca da pos- sibilidade de suspender processo de concessão de apo- sentadoria enquanto tramita processo administrativo disciplinar deve ser suprida com a aplicação subsidiária da Lei n. 8.112/1990. A princípio, reconhece-se a incidência da Lei n. 8.112/1990, como regra geral, de forma subsidiária aos Estatutos de Servidores Públicos Civis Estaduais nas la- cunas desses quando não há norma específica conflitan- te. Nesse sentido: 4. Nos termos do artigo 142, § 3º, da Lei n. 8.112/1990, a prescrição da pretensão disciplinar administrativa é interrompida quando ocorre a instauração do proce- dimento disciplinar. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 5. Ademais, conforme precedentes do STJ, é possível aplicar, de forma analógica, a Lei Federal n. 8.112/90 em face da falta de regulamentação específica sobre determinada questão na legislação própria do ente federativo. 6. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1576667/SP, Rel. Ministro Mauro Campbell Mar- ques, Segunda Turma, julgado em 15/03/2016, DJe 17/03/2016). A partir dessa premissa jurisprudencial, a Segunda Turma do STJ, em recente caso, reconheceu a possibilidade de de- terminar a suspensão do processo de concessão de apo- sentadoria de servidor público local durante o período em que esse responde processo administrativo disciplinar. 28 Eugênio, servidor público do Município de Aracati, está no gozo de licença para tratamento da saúde por perío- do superior a dois meses. No mesmo ano, ao requerer o gozo das férias anuais remuneradas, teve seu pedido negado, nos termos da legislação municipal vigente, sob o fundamento de que o servidor público que solicite li- cença para tratamento de saúde por período superior a dois meses perde o direito a férias. João procurou você, na qualidade de advogado(a), para orientá-lo acerca dos seus direitos. Neste caso, segundo entendimento juris- prudencial recente, deve-se afirmar corretamente que: (A) no exercício da autonomia legislativa municipal, pode o município, ao disciplinar o regime jurídico de seus servi- dores, restringir o direito de férias a servidor em licença saúde de maneira a inviabilizar o gozo de férias anuais. (B) no exercício da autonomia legislativa municipal, não pode o município, ao disciplinar o regime jurídico de seus servidores, restringir o direito de férias a servi- dor em licença saúde de maneira a inviabilizar o gozo de férias anuais previsto no texto constitucional. (C) a legislação municipal pode tratar desta forma o tema, na medida em que se trata de assunto de inte- resse local. (D) é competência legislativa concorrente tratar do tema das férias, de modo que é constitucional a legislação municipal sobre o tema. Letra b. Lei municipal não pode restringir direito de férias de ser- vidores após licença saúde. 14.12.2022. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a autono- mia legislativa dos municípios, ao disciplinar o regime jurídico de seus servidores, não pode restringir o direito de férias em razão de licença saúde, de forma a inviabili- zar as férias anuais. A decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 593448, com repercus- são geral (Tema 221), na sessão virtual de 2/12. Tese. A tese de repercussão geral fixada no julgamento foi a seguinte: No exercício da autonomia legislativa municipal, não pode o município, ao disciplinar o regime jurídico de seus servidores, restringir o direito de férias a servi- dor em licença saúde de maneira a inviabilizar o gozo de férias anuais previsto no art. 7º, XVII da Constitui- ção Federal de 1988. 29 Maria Christina foi contratada pelo Município de Forta- leza para exercer cargo em comissão regido pela CLT. Em face de controvérsia envolvendo o pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, Maria Christi- na o procura para, na qualidade de advogado(a), orien- tar acerca do foro competente para tratar do tema. Sua orientação deve ser no sentido de que (A) compete à Justiça Comum o julgamento de contro- vérsia envolvendo direitos de servidor contratado para exercer cargo em comissão regido pela CLT. (B) compete à Justiça do Trabalho o julgamento de con- trovérsia envolvendo direitos de servidor contratado para exercer cargo em comissão regido pela CLT. (C) compete à Justiça do Trabalho, por tratar de tema re- lacionado ao FGTS. (D) compete à Justiça do Trabalho, pois qualquer relação com vínculo celetista só pode ter como foro a justiça especializada trabalhista. Letra a. Nos termos do Informativo 760, de 12 de dezembro de 2022, compete à Justiça Comum o julgamento de con- trovérsia envolvendo direitos de servidor contratado para exercer cargo em comissão regido pela CLT. Informativo n. 760. 12 de dezembro de 2022. PRIMEI- RA SEÇÃO. Processo. EDcl no AgInt no CC 184.065- SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Se- ção, por unanimidade, julgado em 25/10/2022, DJe 4/11/2022. Ramo do Direito. DIREITO ADMINISTRATI- VO, DIREITO DO TRABALHO, DIREITO PROCESSUAL CI- VIL. Tema: Servidor ocupante de cargo em comissão. Reclamação Trabalhista. Regime celetista. Competên- cia da Justiça Comum. DESTAQUE: Compete à Justiça Comum o julgamento de controvérsia envolvendo direitos de servidor contratado para exercer cargo em comissão regido pela CLT. Quanto à competência para julgamento de controvérsia envolvendo direitos de servidor contratado para exercer cargo em comis- são, o Supremo Tribunal Federal, provocado por meio de reclamação, entende que a competência continua com a Justiça Comum mesmo se o servidor ocupante de cargo em comissão for regido pela CLT. https://processo.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28EAINTCC.clas.+ou+%22EDcl+no+AgInt+no+CC%22.clap.%29+e+%40num%3D%22184065%22%29+ou+%28%28EAINTCC+ou+%22EDcl+no+AgInt+no+CC%22%29+adj+%22184065%22%29.suce. https://processo.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28EAINTCC.clas.+ou+%22EDcl+no+AgInt+no+CC%22.clap.%29+e+%40num%3D%22184065%22%29+ou+%28%28EAINTCC+ou+%22EDcl+no+AgInt+no+CC%22%29+adj+%22184065%22%29.suce. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 30 João e José são, respectivamente, servidores públicos do Estado do Ceará e do Governo Federal. Os dois são responsáveis por cuidar de pessoas com deficiência, que são seus dependentes, com Transtorno do Espectro Au- tista. José, por ser servidor público federal, já tem direito à jornada reduzida, porém não há previsão qualquer na respectiva legislação estadual. João procurou você, na qualidade de advogado(a), para orientá-lo acerca dos seus direitos. Neste caso, segundo entendimento juris- prudencial recente, deve-se afirmar corretamente que: (A) apenas José terá direito a jornada reduzida, pois a lacuna na legislação estadual não pode ser suprida pelos termos expostos na legislação federal. (B) é inconstitucional a legislação federal que trata dotema, de modo que não foi correta a redução da jor- nada de trabalho para o servidor público José. (C) aos servidores públicos estaduais e municipais é apli- cado, para todos os efeitos, o disposto na legislação federal, de modo que os dois terão direito à jornada reduzida. (D) nenhum deles faz jus a jornada reduzida de trabalho, ne medida em que só se aplicaria se eles mesmos fossem pessoas com deficiência. Letra c. Servidor estadual e municipal responsável por pes- soa com deficiência tem direito a jornada reduzida. 22.12.2022. Servidores estaduais e municipais que sejam responsá- veis por pessoas com deficiência têm direito a jornada reduzida. A determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) estende a eles o que já é garantido a servidores federais. A decisão foi tomada no julgamento do Recur- so Extraordinário (RE) 1237867, com repercussão geral reconhecida (Tema 1.097). Segundo o ministro, é plenamente legítima a aplicação da lei federal aos servidores de estados e municípios, diante do princípio da igualdade substancial, previsto na Constituição Federal e na Convenção Internacional sobre o Direito das Pessoas com Deficiência. Para Lewando- wski, a falta de legislação infraconstitucional não pode justificar o descumprimento de garantias constitucio- nais, sobretudo quando envolvem o princípio da digni- dade humana, o direito à saúde, o melhor interesse das crianças e as regras e diretrizes previstas na Convenção Internacional sobre Direito das Pessoas com Deficiência. Tese. A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte: “Aos servidores públicos estaduais e municipais é aplica- do, para todos os efeitos, o art. 98, § 2° e § 3°, da Lei n. 8.112 /1990”. 31 João estava em seu carro, com sua família, na fila de pe- dágio, para aproveitar o feriado de Carnaval no litoral do Estado de São Paulo, quando teve a infelicidade de ser vítima do crime de roubo com emprego de arma de fogo. Sabendo que a rodovia era administrada por em- presa concessionária de serviço público, João procurou você, na qualidade de advogado(a), para orientá-lo acer- ca dos seus direitos. Neste caso, segundo entendimento jurisprudencial, deve-se afirmar corretamente que: (A) a concessionária de rodovia não tem responsabilida- de civil diante do crime de roubo com emprego de arma de fogo cometido na fila de pedágio, por au- sência de nexo causal. (B) a concessionária de rodovia tem responsabilidade ci- vil diante do crime de roubo com emprego de arma de fogo cometido na fila de pedágio, pois se pode identificar o nexo causal. (C) a concessionária de rodovia tem responsabilidade civil subjetiva, posto que se faz necessária a com- provação de culpa ou de dolo na conduta da conces- sionária. (D) a concessionária de rodovia tem responsabilidade civil objetiva, posto que não se faz necessária a com- provação de culpa ou de dolo na conduta da conces- sionária. Letra a. Concessionária de rodovia não tem responsabilidade ci- vil por assalto cometido em fila de pedágio. 25.10.2022. A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade, reafirmou que a concessionária de ro- dovia não tem responsabilidade civil diante do crime de roubo com emprego de arma de fogo cometido na fila de pedágio. Segundo o colegiado, o crime deve ser tratado como for- tuito externo (fato de terceiro), o qual rompe o nexo de causalidade e, por consequência, afasta a responsabili- dade civil objetiva da concessionária que administra a rodovia, nos termos do artigo 14, parágrafo 3º, inciso II, do Código de Defesa do Consumidor (CDC). "A causa do evento danoso – roubo com emprego de arma de fogo contra os autores – não apresenta qual- quer conexão com a atividade desempenhada pela re- corrente, estando fora dos riscos assumidos na conces- são da rodovia, que diz respeito apenas à manutenção e à administração da estrada, sobretudo porque a segu- rança pública é dever do Estado", concluiu o ministro ao dar provimento ao recurso da concessionária e afastar a condenação contra ela e a Fazenda Pública. Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públi- cos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm#art14 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm#art14 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 32 João teve propriedade rural desapropriada pela União e procurou você para, na qualidade de advogado(a), orien- tá-lo acerca da possibilidade de incluir a área de seringal diretamente afetada pela desapropriação, porque devi- damente comprovado nos autos os lucros cessantes a ela correspondentes. Neste caso, segundo entendimen- to jurisprudencial, deve-se afirmar corretamente que (A) Há violação aos limites das matérias que podem ser discutidas em ação de desapropriação direta quando se admite o debate – e até mesmo indenização – de área diferente da verdadeiramente expropriada, ain- da que vizinha. (B) Não há violação aos limites das matérias que podem ser discutidas em ação de desapropriação direta quando se admite o debate – e até mesmo indeni- zação – de área diferente da verdadeiramente expro- priada, ainda que vizinha. (C) Não há violação aos limites das matérias que podem ser discutidas em ação de desapropriação direta, pois não há vinculação ao parâmetro originalmente contemplado. (D) Não há violação aos limites das matérias que podem ser discutidas em ação de desapropriação direta, na medida em que se configura forma de intervenção restritiva na propriedade privada. Letra a. Há violação aos limites das matérias que podem ser discu- tidas em ação de desapropriação direta quando se admite o debate – e até mesmo indenização – de área diferente da verdadeiramente expropriada, ainda que vizinha. Informativo n. 738. 30 de maio de 2022. PRIMEIRA TURMA. Processo. REsp 1.577.047-MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em 10/05/2022, DJe 25/05/2022. Ramo do Direito. DIREITO ADMINISTRATIVO, DIREITO PROCES- SUAL CIVIL. Tema: Desapropriação. Extensão. Área contígua. Impossibilidade. Atualização monetária. Pa- râmetro. Último laudo judicial. Juros compensatórios. Incidência sobre o imóvel efetivamente expropriado. Cabimento. DESTAQUE: Há violação aos limites das matérias que podem ser discutidas em ação de desa- propriação direta quando se admite o debate - e até mesmo indenização - de área diferente da verdadei- ramente expropriada, ainda que vizinha. Ao se admitir a discussão - e até mesmo indenização - de área diferente da que é objeto de desapropria- ção, ainda que vizinha, houve violação à norma do art. 20 do Decreto n. 3.365/1941, a qual reserva às ações próprias as discussões que vão além do imóvel expropriado. Por fim, os juros compensatórios devam incidir sobre a terra nua (imóvel efetivamente expropriado), pela perda da posse. Primeiro, porque há previsão expres- sa nesse sentido (art. 15-A do Decreto n. 3.365/1941). Segundo, porque uma vez suprimida a indenização pela área do seringal (adjacente), não cabe mais qual- quer discussão sobre a incidência ou não dos juros compensatórios em relação à área efetivamente ex- propriada, pois jamais conflitaria com "lucro cessan- te", o qual foi reservado, no caso, à área excluída. Direito Ambiental Nilton Coutinho 33 A prefeitura do município BETA informou que, segundo estabelece a Lei Federal n. 12.305/2010, há a necessida- de de se estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana. Preocupado com o tema, Antônio consulta um advoga- do especialista na área, o qual lhe informa que: (A) os consumidores deverão entrar em contato com co- merciantes ou distribuidores para que estes venham retiraros resíduos sólidos sujeitos à logística reversa. (B) os comerciantes e distribuidores deverão efetuar a devolução aos fabricantes ou aos importadores dos produtos e embalagens sujeitos à logística reversa. (C) os comerciantes e distribuidores darão destinação ambientalmente adequada aos produtos e às emba- lagens reunidos ou devolvidos. (D) com exceção dos consumidores, todos os participan- tes dos sistemas de logística reversa manterão atua- lizadas e disponíveis ao órgão federal competente e a outras autoridades informações completas sobre a realização das ações sob sua responsabilidade. Letra b. (A) Errada. Os consumidores deverão efetuar a devo- lução após o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos e das embalagens, conforme estabelece o art. 33, § 4º. (B) Certa. Os comerciantes e distribuidores deverão efe- tuar a devolução aos fabricantes ou aos importadores dos produtos e embalagens, nos termos do art. 33, § 5º. (C) Errada. Os fabricantes e os importadores darão desti- nação ambientalmente adequada aos produtos e às em- balagens reunidos ou devolvidos (e não os comerciantes e distribuidores). (D) Errada. As informações deverão estar disponíveis para o órgão municipal (e não para o órgão federal). Vide art. 33, § 8º. https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27201600037852%27.REG. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 34 Pedro comprou uma fazenda no interior do Estado do Amazonas. Preocupado em não violar a legislação flo- restal, consulta um advogado especialista na área, o qual lhe informa que: (A) todo imóvel rural nesta região deve manter área com 20% de cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente. (B) o Cadastro Ambiental Rural – CAR é um registro pú- blico eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e pos- ses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econô- mico e combate ao desmatamento. (C) a inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita, obrigatoriamente, no órgão ambiental municipal ou estadual. (D) no parcelamento de imóveis rurais, a área de Reser- va Legal não poderá ser agrupada em regime de con- domínio entre os adquirentes. Letra b. (A) Errada. Como o imóvel rural fica na Amzônia legal, o percentual pode ser de 30%, 35% ou 80%, a depender do bioma existente. (B) Certa. Nos termos do art. 29, o qual preconiza: Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural – CAR, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente – SINIMA, registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, com- pondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. (C) Errada. Uma vez que a lei estabelece que tal inscrição deverá ser feita preferencialmente no órgão ambiental municipal ou estadual (e não exclusivamente). (D) Errada. A lei permite que, no parcelamento de imó- veis rurais, a área de Reserva Legal seja agrupada em re- gime de condomínio entre os adquirentes. Vide art. 16, parágrafo único. Direito Civil Roberta Queiroz 35 Maria Barrigudinha Seleida vivia uma união estável com Dalberty Malaquias. A união do casal durou 8 anos, até que, um dia, Dalberty amanheceu morto, por causas naturais, ao lado de sua amada. Os filhos de Dalberty sempre detestaram Maria e, agora, com a morte do pai, não a reconhecem como a companheira do falecido, jus- tamente para não partilharem a herança com ela. Com isso, os filhos realizaram o inventário dos bens deixados pelo falecimento do pai, excluindo Maria. Considerando o caso narrado, marque alternativa correta. (A) Não há possibilidade de reconhecimento de união estável post mortem. (B) Maria poderá ajuizar ação de reconhecimento de união estável post mortem cumulada com petição de herança. (C) Maria deverá obrigatoriamente, primeiro, reconhe- cer a união estável e, após o trânsito em julgado da demanda, reclamar a herança do morto. (D) Maria poderá reclamar a herança do falecido compa- nheiro no prazo decadencial de 10 anos. Letra b. • Art. 1.824. O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua. • O prazo prescricional para propor ação de petição de herança conta-se da abertura da sucessão. STJ. 2ª Seção. EAREsp 1.260.418/MG, Rel. Min. Antonio Carlos Ferrei- ra, julgado em 26/10/2022 (Info 757). • Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 36 Raquel tomou emprestado o valor de R$ 50.000,00 junto ao GRANBANK. O banco, por sua vez, exigiu de Raquel duas garantias – penhor de um relógio da marca rolex e um fiador, no qual Eugênio topou garantir o pagamento para a amiga. No contrato bancário, havia cláusula de vi- gência por um ano, mas com cláusula de prorrogação au- tomática de fiança no caso de prorrogação do contrato. Raquel, por sua vez, não conseguiu adimplir o contrato na data estipulada, o que ocasionou a prorrogação deste por mais 01 ano, sem a participação de Eugênio. Consi- derando o caso narrado, marque alternativa correta. (A) É ilícita a cláusula que prevê prorrogação da fiança no contrato. (B) Em nenhuma hipótese a fiança poderá se estender para além do prazo do contrato principal. (C) Embora o contrato possa ser prorrogado, a fiança não poderá ser prorrogada. (D) É válida a cláusula de prorrogação automática de fiança na renovação do contrato principal. Letra d. • Súmula 656-STJ: É válida a cláusula de prorrogação automática de fiança na renovação do contrato princi- pal. A exoneração do fiador depende da notificação pre- vista no art. 835 do Código Civil. (STJ. 2ª Seção. Aprovada em 09/11/2022). • Súmula 214-STJ: O fiador na locação não respon- de por obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu. • A simples e clara previsão de que em caso de prorro- gação do contrato principal há a prorrogação automática da fiança não implica violação ao art. 51 do Código de Defesa do Consumidor, cabendo, apenas, ser reconhe- cido o direito do fiador de, no período de prorrogação contratual, promover a notificação resilitória, nos mol- des do disposto no art. 835 do Código Civil. (STJ. 4ª Tur- ma. AgInt no REsp 1.973.462/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 26/4/2022). 37 Jonas e Carlos viviam uma união estável que durou 12 anos. No entanto, Jonas, um belo dia, disse para Carlos: “Não pense que lhe quero mal, apenas não te quero mais”. Carlos, então, ajuizou ação de dissolução de união estável contra Jonas, cumulada com pedido de alimen- tos para si. Após tramitação do processo, o juiz proferiu sentença declarando ter havido a união estável e conde- nando Jonas ao pagamento de alimentos compensató- rios pelo prazo de 10 meses. Após dois meses, Jonas não mais adimpliu o pagamento dos alimentos. Consideran- do o caso narrado, marque alternativa correta. (A) Será possível a prisão do devedor de alimentos, pelo prazo de 60 dias. (B) Somente será possível a prisão do devedor de alimen- tos em caso de ajuizamento de ação de execução. (C) No caso vertente, não será cabível a prisão do deve- dor de alimentos. (D) Agiu errado o magistrado, pois não é possível conde- nar ex-companheiro ao pagamento de alimentos. Letra c. O inadimplemento de alimentos compensatórios, desti- nados à manutenção do padrão de vida de ex-cônjuge em razão da ruptura da sociedade conjugal, não justi- fica a execução pelo rito da prisão, dada a natureza in- denizatória e não propriamentealimentar. (STJ. 4ª Tur- ma. HC 744.673/SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 13/09/2022 (Info 757)). 38 Denis, com 72 anos, sempre foi apaixonado por Marilda, de 71 anos. Os dois são velhos conhecidos e sempre gos- taram um do outro, mas, pelos infortúnios da vida, con- seguiram viver juntos somente agora. Desde o reencon- tro, que já faz 1 ano, moram e vivem juntos. Pretendem, inclusive, adotar alguns animais abandonados. Conside- rando o caso vertente, marque alternativa correta. (A) A união estável de quem já alcançou 70 anos deve ser regida pelo regime da separação obrigatória de bens. (B) O regime da separação obrigatória de bens não deve ser aplicado caso os dois conviventes possuam 70 anos. (C) O regime de bens a ser aplicado no caso de Denis e Marilda é a comunhão parcial de bens. (D) A união estável de quem possui mais de 70 anos é inválida. Letra a. Súmula 655-STJ: Aplica-se à união estável contraída por septuagenário o regime da separação obrigatória de bens, comunicando-se os adquiridos na constância, quando comprovado o esforço comum. (STJ. 2ª Seção. Aprovada em 09/11/2022). 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 39 Delinda e Marfeio foram casados sob o efeito patrimo- nial do regime da comunhão parcial de bens. O casal re- sidia em um sobrado na cidade do Rio de Janeiro, local da casa da família. Delinda não quis mais o relaciona- mento e decidiu sair de casa. Após três meses da separa- ção de fato, Delinda ajuizou ação de divórcio cumulada com partilha de bens. Marfeio, citado, apresentou defe- sa alegando que não tem bens a partilhar com Delinda, pois a casa teria sido alienada para Godofredo que, por sua vez, promoveu ação de despejo contra Marfeio, sob o argumento do não pagamento dos aluguéis. Delinda, chocada, demonstra nos autos que o imóvel sempre foi residência do casal e do filho em comum; que existe pa- rentesco e subordinação entre Godofredo e o ex-marido e que não há qualquer comprovação de transferência bancária para a aquisição da casa. Considerando o caso narrado, marque a alternativa correta. (A) O juiz poderá, de ofício, conhecer do vício do negócio entre Marfeio e Godofredo. (B) Trata-se de caso de simulação, que gera a anulabili- dade do negócio jurídico. (C) A ação declaratória de nulidade poderá ser promovi- da no prazo decadencial de 4 anos. (D) Trata-se de caso de anulação por meio do dolo pro- movido por Marfeio. Letra a. • “O negócio jurídico simulado é produto de uma rela- ção jurídica que não tem conteúdo – inexiste (simulação absoluta), ou que tem conteúdo diverso do que aparen- ta (simulação relativa) sempre se constituindo em ma- nifestação de vontades em divergência intencional com as vontades internas”. (Instituições de Direito Civil, vol. I – Tomo II, São Paulo: ed. RT, 2015, p. 298) • O reconhecimento de simulação na compra e venda de imóvel em detrimento da partilha de bens do casal gera nulidade do negócio e garante o direito à meação a ex-cônjuge. (STJ. 3ª Turma. REsp 1.969.648-DF, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 18/10/2022 (Info 754)). • Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substân- cia e na forma. • Art. 168, parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio ju- rídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. 40 Waldisney dos Santos e Nyuiórquisson dos Santos são irmãos biológicos e, desde crianças, foram criados jun- to com Maiami da Silva. Maiami fora criada pelos pais, recentemente falecidos, de Waldisney e Nyuiórquisson. Com isso, os três cresceram juntos, como se fossem três irmãos. Waldisney e Nyuiórquisson sempre apresenta- vam Maiami como sendo irmã e sempre trataram os fi- lhos dela como sobrinhos. Contudo, Maiami faleceu, em comoriência, com seus filhos em um acidente de carro. Considerando que Waldisney e Nyuiórquisson desejam ser reconhecidos como herdeiros de Maiami, marque alternativa correta. (A) Podem os irmãos Waldisney e Nyuiórquisson reque- rerem reconhecimento de vínculo parental socioafe- tivo post mortem contra o espólio de Maiami pedin- do para que fosse declarado o vínculo socioafetivo fraternal entre eles e a falecida. (B) Podem os irmãos, independentemente de demanda judicial, habilitarem-se como legítimos herdeiros de Maiami. (C) Não há amparo legal para o pleito de Waldisney e Nyuiórquisson. (D) Somente poderia haver direito aos irmãos Waldisney e Nyuiórquisson se houvesse, por parte de Maiami, o reconhecimento da paternidade ou maternidade post mortem. Letra a. • É possível o reconhecimento da paternidade socio- afetiva post mortem, ou seja, mesmo após a morte do suposto pai socioafetivo. (STJ. 3ª Turma. REsp 1.500.999- RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/4/2016 (Info 581)). • Inexiste qualquer vedação legal ao reconhecimento da fraternidade/irmandade socioafetiva, ainda que post mortem, pois a declaração da existência de relação de parentesco de segundo grau na linha colateral é ad- missível no ordenamento jurídico pátrio, merecen- do a apreciação do Poder Judiciário. (STJ. 4ª Turma. Resp 1.674.372-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 04/10/2022 (Info 753)). 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 41 Antônio Manso Pacífico de Oliveira Sossegado reside, há 20 anos, em um apartamento alugado no Bairro de São José, em Recife. Para realizar o sonho da casa pró- pria, passou a vida economizando dinheiro e conseguiu comprar um lote em Nossa Senhora do Ó, município de Pernambuco, e, ali, iniciou a construção de uma casa simples para morar com a família. No entanto, Antônio devia ao GRANBANK por um mútuo que havia realizado para pagar tratamento dentário. Tal empréstimo estava sendo executado pelo banco. O juiz da execução, a pedi- do do banco, ordenou a penhora do terreno onde estava sendo edificada a casa. Antônio, desesperado, precisa alegar alguma defesa a seu favor. Marque a alternativa que corresponda a uma defesa adequada. (A) Poderá alegar impenhorabilidade do imóvel, com fundamento no fato de que não está edificado. (B) Poderá alegar que o imóvel é considerado bem de família. (C) Não há defesa a ser apresentada por Antônio, posto que não reside no imóvel. (D) Antônio somente poderá desfazer a penhora caso efetue o pagamento integral da dívida. Letra b. O terreno cuja unidade habitacional está em fase de construção, para fins de residência, está protegido pela impenhorabilidade por dívidas, por se conside- rar antecipadamente bem de família. (STJ. 4ª Turma. REsp 1.960.026-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 11/10/2022 (Info 753)). ECA Patrícia Dreyer 42 Júnior, adolescente com 17 anos, foi apreendido em fla- grante ao praticar ato infracional análogo a latrocínio, na cidade de Catolé do Rocha, Paraíba. Transcorrido o processo para apuração do ato infracional, o juízo da- quela localidade entendeu que a medida cabível seria a medida socioeducativa de internação a ser cumprida em cidade próxima, já que em Catolé do Rocha não há uni- dade de internação para menores infratores. A família de Júnior, indignada com a decisão judicial, procura você como advogado(a), para responder a vários questiona- mentos, ao que você responde acertadamente que: (A) quando Júnior completar 18 anos, terá de ser libe- rado, pois as medidas socioeducativas somente são aplicadas até que o indivíduo alcance a maioridade. (B) a intimação da sentença que aplicar medida de inter- nação será feita ao adolescente ou ao seu defensor. (C) se Júnior ficar internado provisoriamente, o prazo máximo e improrrogável para a conclusão do proce- dimento será de quarenta e cinco dias corridos. (D) o adolescente apreendido em flagrante de ato infra- cional será, desde logo, encaminhado ao Juízo da In- fância e Juventude. Letra c. (A) Súmula 605, STJ – A superveniência damaioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos. (B) Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medi- da de internação ou regime de semiliberdade será feita: I – ao adolescente e ao seu defensor; II – quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. § 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do defensor. § 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescen- te, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença. (C) Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adolescente in- ternado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias. Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei apli- cam-se subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação processual pertinente. § 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus procedimentos são contados em dias corridos, ex- cluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Mi- nistério Público. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017) (D) Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à autori- dade policial competente. Parágrafo único. Havendo repartição policial especializa- da para atendimento de adolescente e em se tratando de ato infracional praticado em coautoria com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada, que, após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 43 Pedro, policial, vem investigando há meses crimes con- tra a dignidade sexual de crianças e adolescentes. Para isso, percebeu que será necessário se infiltrar na inter- net para descobrir e destruir uma organização criminosa que pratica tais ilícitos. Sobre a infiltração de agentes, assinale a alternativa correta. (A) As informações da operação de infiltração serão en- caminhadas diretamente ao Ministério Público e ao Delegado responsável pela operação, que zelará por seu sigilo. (B) A infiltração não poderá exceder o prazo de 90 (no- venta) dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não exceda a 365 (trezentos e ses- senta e cinco) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade judicial. (C) A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar os crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes será precedida de autori- zação judicial devidamente circunstanciada e funda- mentada, que estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público. (D) Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação deverão ser registra- dos, gravados, armazenados e encaminhados ao Mi- nistério Público que, por sua vez, encaminhará todos os documentos ao juiz, juntamente com relatório cir- cunstanciado. Letra c. (A) Errada. Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017) Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministé- rio Público e ao delegado de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das in- vestigações. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017) (B) Errada. Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na in- ternet com o fim de investigar os crimes previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do De- creto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às seguintes regras: (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017) I – será precedida de autorização judicial devidamen- te circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de prova, ou- vido o Ministério Público; (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017) II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representação de delegado de polícia e conterá a demonstração de sua necessidade, o alcan- ce das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas; (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017) III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade judicial. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017) (C) Certa. Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na in- ternet com o fim de investigar os crimes previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do De- creto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às seguintes regras: (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017) I – será precedida de autorização judicial devidamen- te circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de prova, ou- vido o Ministério Público; (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017) II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representação de delegado de polícia e conterá a demonstração de sua necessidade, o alcan- ce das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas; (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017) III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade judicial. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017) (D) Errada. Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação deverão ser registrados, gravados, armazenados e encaminha- dos ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório circunstanciado. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017) Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados cita- dos no caput deste artigo serão reunidos em autos apartados e apensados ao processo criminal junta- mente com o inquérito policial, assegurando-se a pre- servação da identidade do agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos adolescentes envolvi- dos. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017) 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 44 Lorena fez uma compra de passagens com "pontos" pela internet de Brasília para Amstersdã para desfrutar de suas férias no verão europeu. Todavia, em razão de seu intenso ritmo de trabalho, terá de adiar a viagem por uns meses. Diante disso, tentou fazer o cancelamento da viagem diretamente pela internet e foi surpreendida com a notícia de que teria de comparecer a uma loja físi- ca para pedir o cancelamento e o reembolso dos pontos ou a remarcação da viagem. Diante do fato, Lorena fica indignada e procura você como advogado(a) que, acer- tadamente, responde que: (A) a empresa aérea que disponibilizar a opção de resga- te de passagens aéreas com "pontos" pela internet não é obrigada a assegurar que o cancelamento ou reembolso dessas seja solicitado pelo mesmo meio, mas por pelo menos um dos canais de atendimento. (B) Se Lorena não aparecer na ida, mas quiser somente voltar pelo pacote de ida e volta contratado, é lícita a prática comercial consistente no cancelamento uni- lateral e automático de um dos trechos da passagem aérea, sob a justificativa de não ter o passageiro se apresentado para embarque no voo antecedente. (C) A empresa aérea que disponibilizara opção de resga- te de passagens aéreas com "pontos" pela internet é obrigada a assegurar que o cancelamento ou reem- bolso dessas seja solicitado pelo mesmo meio. (D) Se Lorena resolver viajar e a companhia aérea, além de atrasar desarrazoadamente, deixar de atender aos apelos desta, furtando-se a fornecer tanto infor- mações claras acerca do prosseguimento da viagem (em especial, relativamente ao novo horário de em- barque e ao motivo do atraso) quanto alimentação e hospedagem (obrigando-o a pernoitar no próprio aeroporto), tem-se por configurado dano moral in- denizável que exige demonstração de prejuízo por parte da consumidora. Letra c. (A/C) Informativo n. 745. 22 de agosto de 2022. QUARTA TURMA. Processo. REsp 1.966.032-DF, Rel. Min. Luis Fe- lipe Salomão, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 16/08/2022. DESTAQUE. (B) Informativo n. 618. 23 de fevereiro de 2018. QUARTA TURMA. Processo. REsp 1.595.731-RO, Rel. Min. Luis Fe- lipe Salomão, por unanimidade, julgado em 14/11/2017, DJe 01/02/2018. DESTAQUE: É abusiva a prática comer- cial consistente no cancelamento unilateral e automá- tico de um dos trechos da passagem aérea, sob a jus- tificativa de não ter o passageiro se apresentado para embarque no voo antecedente. (D) Informativo n. 550. 19 de novembro de 2014. TER- CEIRA TURMA. DIREITO DO CONSUMIDOR. HIPÓTESE DE DANO MORAL IN RE IPSA PROVOCADO POR COMPA- NHIA AÉREA. No caso em que companhia aérea, além de atrasar desarrazoadamente o voo de passageiro, dei- xe de atender aos apelos deste, furtando-se a fornecer tanto informações claras acerca do prosseguimento da viagem (em especial, relativamente ao novo horário de embarque e ao motivo do atraso) quanto alimentação e hospedagem (obrigando-o a pernoitar no próprio aero- porto), tem-se por configurado dano moral indenizável in re ipsa, independentemente da causa originária do atraso do voo. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital CDC Patrícia Dreyer 45 Nestor, professor de Direito Civil, resolve contratar um pacote de viagens na Agência Viaje Feliz, na cidade onde mora, Varginha-MG, para conhecer o Rio Grande do Sul e, especialmente, o Vale dos Vinhedos. Nestor embarca, então, para Porto Alegre e, ao chegar ao aeroporto, é surpreendido com a notícia de que não há transfer con- tratado para ir de Porto Alegre ao Vale dos Vinhedos, não há hotel reservado, nem passagem de volta para sua cidade. Nestor tem, então, que arcar com todos os custos da viagem para não perder o passeio com sua fa- mília. Ao retornar, Nestor ajuíza ação de reparação civil contra a Agência, mas descobre que houve o encerra- mento das atividades dela, vez que a empresa praticou vários golpes contra os consumidores. Nestor, então, tem a ideia de promover o incidente de desconsidera- ção da personalidade jurídica para alcançar o patrimô- nio dos sócios e administradores da empresa. Descobre que os sócios não têm patrimônio a ser alcançado, mas o administrador não sócio tem patrimônio considerável, capaz de indenizá-lo. O juiz, todavia, indefere o pedido de desconsideração da personalidade jurídica formula- do por Nestor que pretendia alcançar o patrimônio do administrador não sócio. A decisão judicial está: (A) incorreta, porque há provas do abuso da personali- dade jurídica. (B) incorreta, porque a desconsideração também será efetivada quando do encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. (C) incorreta, pois o CDC diz que o mero obstáculo à in- denização do consumidor permite a desconsidera- ção da personalidade jurídica. (D) correta, pois para fins de aplicação da Teoria Menor da desconsideração da personalidade jurídica, o CDC não dá margem para admitir a responsabilização pessoal de quem não integra o quadro societário da empresa (administrador não sócio). Letra d. Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do con- sumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, in- fração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efe- tivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provo- cados por má administração. § 1° (Vetado). § 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente res- ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. § 3° As sociedades consorciadas são solidariamente res- ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. § 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa. § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídi- ca sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. Informativo n. 754. 24 de outubro de 2022. REsp 1.860.333-DF, Rel. Min. Marco Buzzi, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 11/10/2022. DESTAQUE: Para fins de aplicação da Teoria Menor da desconsideração da personalidade jurídica, o § 5º do art. 28 do CDC não dá margem para admitir a responsabilização pessoal de quem não integra o quadro societário da empresa (ad- ministrador não sócio). 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital Direito Empresarial Renato Borelli 46 Miss Robs (nome artístico de Roberta) é uma famosa ar- tista em sua cidade, Caruaru/PE, e possui grandes habili- dades com instrumentos musicais. Pensando em compartilhar seu dom com outras pessoas, resolveu dar aulas particulares. O sucesso foi tamanho que alugou um estúdio, comprou diversos instrumentos e equipamentos, contratou professores para lecionarem com ela, passando o estúdio, assim, a ser chamado Nú- cleo Caruaruense de Música Miss Robs. Com base em tais informações e nas disposições do Có- digo Civil, é correto afirmar que: (A) Roberta não é empresária, porque exerce atividade intelectual, de natureza artística. (B) a atividade pode ser considerada como empresa, mas Roberta somente será empresária quando hou- ver seu registro perante o Registro Público de Empre- sas Mercantis de Caruaru/PE. (C) Roberta é empresária, independentemente da sua falta de inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis. (D) Roberta precisa registrar o Núcleo Caruaruense de Música Miss Robs para que ela se torne uma empresa. Letra c. Para ser considerado empresário, é preciso cumprir os requisitos do art. 966; portanto, Roberta é empresária. Ademais, embora exerça profissão intelectual, de nature- za artística, este exercício se tornou elemento constitutivo de empresa. Com relação à atividade ser considerada empresa, não é necessário o registro para se tornar empresa, pois este ca- racteriza a regularidade dela (art. 967). Este registro deve ser feito antes do início de sua atividade. Conforme o Código Civil: Art. 966. Considera-se empresário quem exerce pro- fissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxilia- res ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. 47 Gustavo Brito e Nilton do Couto, sócios da Brito e Do Couto Ltda., sofreram um acidente de carro em que Bri- to saiu gravemente ferido. Após várias intervenções mé- dicas, Gustavo Brito encontra-se em coma, com grande probabilidade de morte ou danos cerebrais irreversíveis. À luz do Código Civil e em especial da legislação aplicável ao caso, é correto afirmar que: (A) caso Gustavo Brito se torne incapaz permanente- mente de exprimir sua vontade, a empresa será dis- solvida. (B) se Gustavo Brito vier a óbito, Nilton do Couto pode continuar com o nome do amigo na firma social daempresa. (C) a sociedade limitada Brito e Do Couto Ltda. não pode ser constituída por uma pessoa. (D) A quota de Brito não será liquidada em razão de sua morte, caso o contrato dispuser diferente. Letra d. (A) Errada. Conforme o Código Civil: Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representan- te ou devidamente assistido, continuar a empresa an- tes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. (B) Errada. Segundo o Código Civil: “Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social.” (C) Errada. A Lei n. 13.874/2019 incluiu a possibilidade de uma Sociedade Limitada possuir um único sócio. Com base no art. 1.052 do Código Civil: “§ 1º A sociedade limi- tada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas.” (D) Certa. A regra é de que as quotas do sócio que vier a falecer sejam liquidadas, contudo o Código Civil apre- senta três exceções, e a previsão contratual é uma delas. Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo: I – se o contrato dispuser diferentemente; II – se os sócios remanescentes optarem pela dissolu- ção da sociedade; III – se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 48 A famosa advogada e socialite Rachel Buena Vista en- controu sua casa dos sonhos, no famoso bairro Lago Sul, em Brasília. Como já havia ingressado na sociedade Buena Vista e Queiroz Advogados, acabou empreendendo grande par- te de seu patrimônio. Rachel, para comprar a sonhada casa, precisou realizar um contrato de alienação fiduciá- ria com a instituição financeira Brígido Bank. Sobre esse contrato, é correto afirmar que: (A) Rachel Buena Vista somente poderá utilizar a casa quando o contrato de alienação estiver completa- mente quitado. (B) Na alienação fiduciária, a coisa (móvel ou imóvel) constitui-se na própria garantia do pagamento. (C) Para a constituição de propriedade fiduciária da casa, é necessário o registro do contrato, celebrado por meio de instrumento público, no Cartório de Tí- tulos e Documentos. (D) Após a quitação da dívida e encargos, o banco deverá fornecer o termo de quitação a Rachel Buena Vista, em até 6 (seis) meses, sob pena de multa equivalen- te a 10% o valor do contrato por mês de atraso. Letra b. (A) Errada. A posse direta do imóvel será de Rachel Bue- na Vista, enquanto a instituição financeira possui a pos- se indireta; e assim permanecerá enquanto o devedor fiduciante estiver em dia com o pagamento. (B) Certa. Segundo a Lei n. 9.514/1997: Art. 22. A alienação fiduciária regulada por esta Lei é o negócio jurídico pelo qual o devedor, ou fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a transferência ao credor, ou fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa imóvel.” E ainda, no Código Civil, em seu artigo 1.361 estabelece que “considera-se fiduciária a pro- priedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor. (C) Errada. O Código Civil, em seu artigo 1.361, parágrafo 1º, versa que o contrato pode ser celebrado por instru- mento público ou particular e registrado no Cartório de Títulos e Documentos; no entanto, isto se refere à alie- nação de bens móveis. Art. 1.361, § 1º Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumen- to público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do de- vedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a ano- tação no certificado de registro. Tratando-se de bens imóveis, seguirá os termos da Lei n. 9.514/1997: “Art. 23. Constitui-se a propriedade fiduci- ária de coisa imóvel mediante registro, no competente Registro de Imóveis, do contrato que lhe serve de título”. (D) Errada. De acordo com a Lei n. 9.514/1997: Art. 25. Com o pagamento da dívida e seus encargos, resolve-se, nos termos deste artigo, a propriedade fi- duciária do imóvel. § 1º No prazo de trinta dias, a contar da data de liqui- dação da dívida, o fiduciário fornecerá o respectivo termo de quitação ao fiduciante, sob pena de multa em favor deste, equivalente a meio por cento ao mês, ou fração, sobre o valor do contrato. 49 Eugênio, microempresário individual, atuante na área de produtos naturais e alimentícios, emitiu nota pro- missória no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) com vencimento em 07/01/2023, que foi endossada por Pa- trícia, em 19/01/2023. Em razão da falta de pagamento, Rubens procedeu no dia seguinte ao vencimento do pro- testo do título. Nesse caso, levando-se em consideração as disposições relativas ao título de crédito em espécie, é correto afirmar que: (A) somente Eugênio poderá ser responsável pelo paga- mento da nota promissória, posto que ele é o seu emitente. (B) eventual ação cambial do portador contra Patrícia deve ser ajuizada no prazo de 03 (três) anos conta- dos da data do protesto. (C) Patrícia tem 6 (seis) meses para ingressar com ação regressiva contra Eugênio, contados da data do pa- gamento. (D) todas as ações contra o aceitante relativas a letras prescrevem em cinco anos a contar do seu ven- cimento. Letra c. A prescrição do título é a perda do direito do interessado para ajuizar uma ação para lhe garantir o que de direito. Sobre a prescrição das ações envolvendo notas promis- sórias, a Lei Uniforme de Genebra estabelece: Art. 70. Todas as ações contra o aceitante relativas a letras prescrevem em 3 (três) anos a contar do seu vencimento. As ações do portador contra os endossantes e con- tra o sacador prescrevem num ano, a contar da data do protesto feito em tempo útil, ou da data do venci- mento, se trata de letra que contenha cláusula "sem despesas". As ações dos endossantes uns contra os outros e con- tra o sacador prescrevem em 6 (seis) meses a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que ele próprio foi acionado. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 50 Maria Christina, advogada e contadora experiente, atuou como administradora judicial em ação falimentar de renomada rede de varejo e, depois de muito traba- lho e dedicação, possui direito legal a sua remuneração. Carlos Silva possui um crédito trabalhista de 4 (quatro) salários mínimos, de natureza estritamente salarial, ven- cidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da fa- lência. Felipe Dalê tem direito à restituição em dinheiro de um bem seu que estava em poder do devedor na data da decretação da falência e foi vendido. Com relação à situação desses credores, e levando-se em conside- ração as disposições da Lei n. 11.101/2005, é correto dizer que: (A) Carlos Silva terá precedência na ordem de pagamen- to, enquanto Felipe Dalê se enquadrará na situação de credor quirografário; e Maria Christina somente receberá ao final do pagamento de todos. (B) todos se encontram na condição de créditos extra- concursais e serão pagos com precedência; e entre eles a ordem de pagamento será: Carlos Silva, Felipe Dalê e Maria Christina. (C) Maria Christina será a primeira a receber, seguida de Carlos Silva e, ao final, Felipe Dalê. Contudo, pri- meiramente, deverão ser pagos os tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência. (D) todos possuem créditos com privilégios especiais e deverão ser pagos com precedência aos demais cre- dores, mas sem haver preferência entre eles. Letra b. O art. 84 da Lei n. 11.101/2005 foi alterado pela Lei n. 14.112/2020, passando a ter a seguinte redação: Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os menciona- dos no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, aqueles relativos: I – (revogado); I-A – às quantias referidas nos arts. 150 e 151 des- ta Lei; I-B – ao valor efetivamente entregue ao devedor em recuperação judicial pelo financiador,em conformi- dade com o disposto na Seção IV-A do Capítulo III desta Lei; I-C – aos créditos em dinheiro objeto de restituição, conforme previsto no art. 86 desta Lei; I-D – às remunerações devidas ao administrador ju- dicial e aos seus auxiliares, aos reembolsos devidos a membros do Comitê de Credores, e aos créditos derivados da legislação trabalhista ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência; I-E – às obrigações resultantes de atos jurídicos vá- lidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência; II – às quantias fornecidas à massa falida pelos credores; III – às despesas com arrecadação, administração, re- alização do ativo, distribuição do seu produto e custas do processo de falência; IV – às custas judiciais relativas às ações e às execu- ções em que a massa falida tenha sido vencida; V – aos tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem es- tabelecida no art. 83 desta Lei. § 1º As despesas referidas no inciso I-A do caput des- te artigo serão pagas pelo administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa. § 2º O disposto neste artigo não afasta a hipótese pre- vista no art. 122 desta Lei. Portanto, conforme o caput do artigo, são os créditos de todos se enquadram como extraconcursais e o pa- gamento será na ordem: Carlos Silva (inciso I-A), Felipe Dalê (inciso I-C) e Maria Christina (inciso I-D). O art. 151 trata: Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estrita- mente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) sa- lários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital Direito Processual Civil Raquel Bueno 51 Ana Luíza, após vinte anos casada com Edvaldo, resolve se divorciar após as festas de Natal, uma vez que, duran- te a ceia em família, depois de ter ingerido grande quan- tidade de bebida alcoólica, o marido se descontrolou e a agrediu, acusando-a de traição com um dos cunhados, afirmação esta que restou não comprovada. Ressalte-se que o casal não possui filhos e que Edvaldo, arrependi- do, não concorda com o divórcio. Ana Luíza mudou-se do domicílio conjugal (Piracanjuba-GO) para Rio Verde- -GO, tendo o marido permanecido no imóvel do casal. A partir destes fatos, assinale a opção correta. (A) Ana Luíza poderá promover o divórcio em cartório, mediante escritura pública, desde que esteja acom- panhada por advogado ou defensor público. (B) O foro competente para o divórcio judicial é Rio Verde-GO. (C) O foro competente para o divórcio judicial é Piracan- juba-GO. (D) Caso Ana Luíza tivesse permanecido no domicílio conjugal, com o consequente afastamento do mari- do, seria devido aluguel proporcional do imóvel do casal para este último. Letra b. CPC, art. 53. É competente o foro: I – para a ação de divórcio, separação, anulação de casa- mento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja fi- lho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei n. 11.340, de 7 de agos- to de 2006 (Lei Maria da Penha); (Incluída pela Lei n. 13.894, de 2019) Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731. STJ – RECURSO ESPECIAL. CÍVEL. IMÓVEL EM CONDOMÍ- NIO. POSSE DIRETA E EXCLUSIVA EXERCIDA POR UM DOS CONDÔMINOS. PRIVAÇÃO DE USO E GOZO DO BEM POR COPROPRIETÁRIO EM VIRTUDE DE MEDIDA PROTETIVA CONTRA ELE DECRETADA. ARBITRAMENTO DE ALUGUEL PELO USO EXCLUSIVO DA COISA PELA VÍTIMA DE VIO- LÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR. DESCABIMENTO. DES- PROPORCIONALIDADE CONSTATADA E INEXISTÊNCIA DE ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. RECURSO ESPECIAL CO- NHECIDO E DESPROVIDO. 1. O propósito recursal consiste em definir a possibilidade de arbitramento de aluguel, pelo uso exclusivo e gratui- to de imóvel comum indiviso por um dos condôminos, em favor de coproprietário que foi privado do uso e gozo do bem devido à decretação judicial de medida prote- tiva em ação penal proveniente de suposta prática de crime de violência doméstica e familiar contra a mulher. 2. A jurisprudência desta Corte Superior, alicerçada no art. 1.319 do Código Civil de 2002 (equivalente ao art. 627 do revogado Código Civil de 1916), assenta que a utiliza- ção ou a fruição da coisa comum indivisa com exclusivi- dade por um dos coproprietários, impedindo o exercício de quaisquer dos atributos da propriedade pelos demais consortes, enseja o pagamento de indenização àqueles que foram privados do regular domínio sobre o bem, tal como o percebimento de aluguéis. Precedentes. 3. Contudo, impor à vítima de violência doméstica e fami- liar obrigação pecuniária consistente em locativo pelo uso exclusivo e integral do bem comum, na dicção do art. 1.319 do CC/2002, constituiria proteção insuficien- te aos direitos constitucionais da dignidade humana e da igualdade, além de ir contra um dos objetivos fun- damentais do Estado brasileiro de promoção do bem de todos sem preconceito de sexo, sobretudo porque ser- viria de desestímulo a que a mulher buscasse o amparo do Estado para rechaçar a violência contra ela praticada, como assegura a Constituição Federal em seu art. 226, § 8º, a revelar a desproporcionalidade da pretensão inde- nizatória em tal caso. 4. Ao ensejo, registre-se que a interpretação conforme a constituição de lei ou ato normativo, atribuindo ou ex- cluindo determinado sentido entre as interpretações possíveis em alguns casos, não viola a cláusula de reser- va de plenário, consoante já assentado pelo Supremo Tribunal Federal no RE n. 572.497 AgR/RS, Rel. Min. Eros Grau, DJ 11/11/2008, e no RE n. 460.971, Rel. Min. Se- púlveda Pertence, DJ 30/3/2007 (ambos reproduzindo o entendimento delineado no RE n. 184.093/SP, Rel. Mo- reira Alves, publicado em 29/4/1997). 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 5. Outrossim, a imposição judicial de uma medida prote- tiva de urgência – que procure cessar a prática de vio- lência doméstica e familiar contra a mulher e implique o afastamento do agressor do seu lar – constitui motivo legítimo a que se limite o domínio deste sobre o imóvel utilizado como moradia conjuntamente com a vítima, não se evidenciando, assim, eventual enriquecimento sem causa, que legitimasse o arbitramento de aluguel como forma de indenização pela privação do direito de propriedade do agressor. 6. Portanto, afigura-se descabido o arbitramento de alu- guel, com base no disposto no art. 1.319 do CC/2002, em desfavor da coproprietária vítima de violência do- méstica, que, em razão de medida protetiva de urgência decretada judicialmente, detém o uso e gozo exclusivo do imóvel de cotitularidade do agressor, seja pela des- proporcionalidade constatada em cotejo com o art. 226, § 8º, da CF/1988, seja pela ausência de enriquecimento sem causa (art. 884 do CC/2002). Na hipótese, o Tribunal de origem decidiu em consonância com a referida tese, inexistindo, assim, reparo a ser realizado no acórdão recorrido. 7. Recurso especial conhecido e desprovido. (REsp n. 1.966.556/SP, relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, julgado em 8/2/2022, DJe de 17/2/2022.) 52 Sarah, empresária de sucesso do ramo estético, teve um mal súbito, e ao ser atendida na emergência de um hospital particular, o médico recomendou imediata in- tervenção cirúrgica, negada indevidamente pelo plano de saúde. Inconformada, entrou em contato com sua advogadaHelena, requerendo que fosse tomada algu- ma providência judicial rápida, a fim de resguardar sua vida. Helena então requereu uma tutela provisória de urgência antecipada antecedente, tendo o juiz compe- tente condicionado a concessão da tutela provisória à prestação de caução. A partir deste cenário, assinale a opção correta. (A) Pelo Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição, o juiz não poderia condicionar a concessão da tutela jurisdicional provisória de urgência à prestação de caução. (B) A tutela jurisdicional provisória de urgência requeri- da exige apenas dois requisitos: probabilidade do di- reito invocado e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. (C) Nesta situação, caso o juiz entendesse não se tratar de hipótese de tutela provisória de urgência anteci- pada antecedente, seria concedido à autora o prazo de 15 dias para a emenda da petição inicial. (D) Uma vez concedida a tutela provisória de urgência antecipada antecedente, a autora terá o prazo de 15 dias ou mais para o aditamento de sua petição inicial, nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. Letra d. CPC, art. 300. A tutela de urgência será concedida quan- do houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idô- nea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. § 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminar- mente ou após justificação prévia. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilida- de dos efeitos da decisão. (requisito negativo da tutela provisória de urgência antecipada). Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporâ- nea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar- -se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. § 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o ca- put deste artigo: I – o autor deverá aditar a petição inicial, com a com- plementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; (...) § 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º des- te artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. (...) § 6º Caso entenda que não há elementos para a conces- são de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determi- nará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 53 Madalena, ao receber R$ 200.000,00 (duzentos mil re- ais) de herança, adquiriu os eventuais direitos e obriga- ções sobre um lote situado em Cabo Frio-RJ, de Olavo, que os adquiriu de Pedro, que os adquiriu de Lúcio, que os adquiriu de Eliomar. Todavia, Madalena é demandada por Sofia, verdadeira titular de tais direitos. Desespera- da, procura o Núcleo de Prática Jurídica da Faculdade de Direito local para fazer sua defesa, bem como resguardar seus direitos em relação à Olavo, de quem adquiriu os tais direitos sobre o lote, a título oneroso. A partir deste cenário, assinale a resposta correta. (A) Madalena terá 30 dias para contestar, podendo ale- gar em preliminar sua ilegitimidade passiva. (B) Madalena terá 30 dias para contestar, podendo pro- mover a denunciação da lide em relação à Olavo, no corpo da contestação. (C) Madalena terá 15 dias para contestar, podendo pro- mover a denunciação da lide em relação à Olavo, no corpo da contestação. (D) Madalena terá 30 dias para contestar, podendo pro- mover a denunciação da lide em relação à Eliomar, no corpo da contestação. Letra b. CPC, art. 125. É admissível a denunciação da lide, pro- movida por qualquer das partes: I – ao alienante imediato, no processo relativo à coi- sa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; (não pode Madalena promover a denuncia- ção da lide em face de Eliomar, porque não se admite a denunciação da lide per saltum.) Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em do- bro para todas as suas manifestações processuais. (...) § 3º O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de Direito reconheci- das na forma da lei e às entidades que prestam assis- tência jurídica gratuita em razão de convênios firma- dos com a Defensoria Pública. Neste caso há a incidência de prazo em dobro. (Prazo normal para contestar 15 dias) 54 Cosme ajuizou uma ação de cobrança em face de Edgar. Após o devido processo legal, recebeu uma sentença totalmente favorável. Todavia, inconformado, Edgar re- solveu recorrer, tendo o recurso sido admitido no duplo efeito. Entretanto, Cosme sabe da existência de um úni- co imóvel penhorável do devedor, razão pela qual quer garantir o êxito da futura etapa de cumprimento de sen- tença, por meio de uma posição privilegiada de credor. Neste contexto, assinale a opção correta. (A) Cosme poderá requerer o cumprimento provisório da sentença. (B) Cosme pode promover a hipoteca judiciária, desde que haja prévia autorização judicial. (C) Cosme poderá pedir uma certidão premonitória, averbando-a no Cartório de Imóveis competente. (D) Cosme pode promover a hipoteca judiciária, me- diante simples apresentação da cópia da sentença perante o Cartório de Imóveis competente, indepen- dentemente de prévia autorização judicial, com a consequente comunicação ao juízo da causa. Letra d. CPC, art. 495. A decisão que condenar o réu ao paga- mento de prestação consistente em dinheiro e a que de- terminar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária. § 1º A decisão produz a hipoteca judiciária: I – embora a condenação seja genérica; II – ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor; III – mesmo que impugnada por recurso dotado de efei- to suspensivo. § 2º A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de demons- tração de urgência. § 3º No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realiza- ção da hipoteca, a parte informá-la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato. § 4º A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implica- rá, para o credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro. § 5º Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executa- do nos próprios autos. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 55 Georgiana, residente e domiciliada em Brasília-DF, ajui- zou uma ação indenizatória em face do Canadá, perante a 1ª Vara Federal da seção judiciária do Distrito Fede- ral. Após o devido processo legal, seus pedidos foram julgados integralmente improcedentes. Inconformada, a autora procura sua advogada Pâmela, a fim de tomar uma providência processual apta a modificar o resultado negativo. Considerando a realidade narrada, o caminho processual indicado é: (A) Apelação a ser interposta perante o Tribunal Regio- nal Federal da 1ª Região,no prazo de 15 dias. (B) Apelação a ser interposta perante o juízo a quo, no prazo de 15 dias. (C) Recurso ordinário constitucional, a ser interposto pe- rante o juízo a quo, no prazo de 15 dias. (D) Recurso ordinário constitucional, a ser interposto perante o Superior Tribunal de Justiça, no prazo de 15 dias. Letra c. CPC, art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: (...) I – pelo Superior Tribunal de Justiça: (...) b) os processos em que forem partes, de um lado, Esta- do estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. A questão traz uma hipótese de causa internacional. Nes- te caso, contra a sentença do juiz federal cabe recurso ordinário constitucional para o STJ. Todavia, sua interpo- sição é feita no juízo a quo, semelhante a uma apelação. 56 Lívia foi citada em uma execução de título executivo ex- trajudicial promovida por Dora. Considerando que não foi efetuado o pagamento da dívida de R$ 100.000,00 no prazo legal, tendo escoado o prazo para apresentação de embargos à execução, foi requerida pela exequente a penhora on-line, que, todavia, restou infrutífera. Poste- riormente, foi obtida a penhora de um veículo de titulari- dade da devedora, quitado, e avaliado em R$ 80.000,00. A partir destas informações, marque a assertiva correta. (A) Será dada preferência à adjudicação do bem em favor de Dora, respeitando-se o valor da avaliação, e consequente prosseguimento da execução pelo valor remanescente. (B) O referido bem penhorado não poderá ser adjudica- do pelo cônjuge, companheiro, ascendentes ou des- cendentes da executada. (C) Caso o bem não seja adjudicado pela exequente, Lívia terá direito de requerer o parcelamento do débito. (D) Será dada preferência à alienação judicial por inicia- tiva particular ao invés da adjudicação. Letra a. CPC, art. 825. A expropriação consiste em: I – adjudicação; II – alienação; III – apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens. Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer que lhe sejam adjudi- cados os bens penhorados. § 4º Se o valor do crédito for: (...) II – superior ao dos bens, a execução prosseguirá pelo saldo remanescente. § 5º Idêntico direito pode ser exercido por aqueles indi- cados no art. 889, incisos II a VIII, pelos credores concor- rentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo côn- juge, pelo companheiro, pelos descendentes ou pelos ascendentes do executado. Art. 881. A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a adjudicação ou a alienação por iniciativa particular. Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o cré- dito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá reque- rer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetá- ria e de juros de um por cento ao mês. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 57 Marta promoveu uma ação em face de Elaine. Após de- cisão final favorável à autora, diante da demora na sua publicação, Marta perguntou a seu advogado Leandro se este não poderia agilizar a ciência do advogado da parte contrária, a fim de que o prazo recursal já se iniciasse, no intuito de obter o trânsito em julgado de forma mais rápida, caso não houvesse interposição de recurso, com a consequente instauração da fase executiva. A partir destas informações, assinale a opção certa segundo o CPC vigente: (A) O advogado Leandro pode intimar o advogado de Elaine por meio de mensagem via WhatsApp. (B) O advogado Leandro pode intimar o advogado de Elaine pelo correio, com aviso de recebimen- to, instruindo o ofício de intimação com a cópia da sentença. (C) No caso apresentado, a intimação só poderá ocorrer judicialmente. (D) Caso a intimação seja enviada pelo advogado Lean- dro ao advogado de Elaine, via correio, ao endereço mencionado no processo, tal intimação não será vá- lida se não recebida pessoalmente pelo causídico de Elaine, em virtude de mudança temporária de ende- reço não informada nos autos. Letra b. CPC, art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo. § 1º É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do avi- so de recebimento. § 2º O ofício de intimação deverá ser instruído com có- pia do despacho, da decisão ou da sentença. Art. 274. Não dispondo a lei de outro modo, as intima- ções serão feitas às partes, aos seus representantes le- gais, aos advogados e aos demais sujeitos do processo pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de secretaria. Parágrafo único. Presumem-se válidas as intimações di- rigidas ao endereço constante dos autos, ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modifica- ção temporária ou definitiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da junta- da aos autos do comprovante de entrega da correspon- dência no primitivo endereço. Direito Penal Michelle Tonon 58 Tatiana foi condenada em janeiro de 2022 pela prática do crime de estelionato. Na dosimetria, o juiz, na pri- meira fase, exasperou a pena-base, ao argumento de que Tatiana tinha plena consciência da ilicitude de sua conduta. Além disso, considerou ações penais em curso e inquéritos policiais como conduta social negativa. Na segunda fase, não considerou a atenuante da confissão espontânea, sob o fundamento de que Tatiana admitiu apenas parcialmente os fatos narrados na denúncia. In- conformada e desejando recorrer da sentença, Tatiana procura você, advogado(a). Considerando a jurisprudência e o entendimento sumu- lado do STJ sobre a dosimetria da pena, assinale a alter- nativa correta. (A) A afirmação de que Tatiana possuía plena consci- ência da ilicitude de sua conduta não é idônea para exasperação da pena-base, pois constitui elemento ínsito ao delito. (B) Inquéritos policiais e ações penais em curso podem ser considerados para exasperar a pena-base. (C) A dosimetria da pena está correta, em consonância com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, não havendo argumento para um recurso de apelação. (D) Somente a confissão espontânea e completa, sobre todos os fatos articulados na denúncia, autoriza a in- cidência da atenuante genérica, na segunda fase da dosimetria. Letra a. A dosimetria não está correta. A afirmação de que Tatia- na possuía plena consciência da ilicitude de sua conduta não é idônea para exasperação da pena-base, pois cons- titui elemento ínsito à culpabilidade, terceiro substrato do conceito analítico de crime. Ademais, é vedada a uti- lização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base, segundo dispõe a Súmula 444 do STJ. Quanto à atenuante da confissão, o réu terá di- reito à diminuição da pena sempre que houver admitido a autoria do crime perante a autoridade, como prevê o artigo 65, inciso III, "d", do Código Penal, indepen- dentemente de a confissão ser usada pelo juiz como um dos fundamentos da condenação, e mesmo que seja ela parcial, qualificada, extrajudicial ou retratada, nos ter- mos da jurisprudência atual do STJ. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm#art65 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 59 Maurício, 33 anos, subtraiu cerca de 3 mil reais em di- nheiro de seu pai, Lucas, 64 anos, para adquirir uma moto seminova e trabalhar como entregador. Considerando as disposições legais pertinentes, con- sultado por Lucas acerca da responsabilidade penal de Maurício, você deverá explicar que: (A) Maurício praticou conduta atípica, pois é herdeiro de Lucas. (B) Maurício é isento de pena, visto que praticou crime de furto em prejuízo de seu ascendente.(C) Maurício praticou crime impossível, pois em prejuízo de seu pai. (D) Maurício não é isento de pena. Letra d. As escusas absolutórias previstas para os crimes contra o patrimônio praticados sem violência ou grave ameaça à pessoa, previstas no art. 181 do Código Penal, não são aplicáveis caso a vítima seja pessoa com idade igual ou superior a 60 anos, nos termos do art. 183, III, do CP. Trata-se de especial proteção à pessoa idosa. 60 Felipe, jovem de 24 anos, foi a um show na cidade de São Paulo no dia 18 de dezembro de 2022. Durante a apresentação da banda, Felipe percebeu que João esta- va distraído, dançando e cantando e, aproveitando-se da circunstância, subtraiu o telefone celular que estava no bolso traseiro da calça de João. O aparelho custou a João cerca de 7 mil reais. No dia seguinte ao show, João foi até a delegacia e comunicou o fato. Passados três dias do ocorrido, em 21 de dezembro de 2022, Felipe foi con- vencido por sua namorada, Bruna, a devolver o celular, o que de fato foi feito, na mesma delegacia onde João registrara a ocorrência. Apesar disso, em 10 de janeiro de 2023, o Ministério Pú- blico denunciou Felipe como incurso nas penas do art. 155, § 4º, II, do CP (furto qualificado pela destreza). Considerando apenas os fatos narrados, na orienta- ção jurídica a Felipe, você, advogado/a, deverá es- clarecer que: (A) houve arrependimento eficaz, considerando que Fe- lipe impediu a produção do resultado. (B) houve desistência voluntária, visto que Felipe de- sistiu voluntariamente de seguir com a execução do furto. (C) houve arrependimento posterior, fazendo Felipe jus à causa de diminuição de pena. (D) a conduta de Felipe é atípica, considerando o princí- pio da insignificância e a devolução do celular a João. Letra c. A hipótese é de arrependimento posterior, conforme art. 16 do Código Penal: Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou gra- ve ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Trata-se de causa de diminuição de pena, com incidên- cia na terceira fase da dosimetria. O crime de furto se consumou, pois houve a efetiva inversão da posse do bem. Não se cogita de aplicação do princípio da insigni- ficância, vez que se trata de furto qualificado e diante do expressivo valor da coisa subtraída. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 61 Carlos e Diana terminaram, em agosto de 2022, um rela- cionamento amoroso de cerca de três anos. Entretanto, Diana não se conforma e, diariamente, espera Carlos na saída do trabalho, seguindo-o até em casa. Diana tam- bém faz ligações telefônicas várias vezes ao dia e manda mensagens por aplicativos de conversas instantâneas e redes sociais. Tais comportamentos já se prolongam por um mês. Preocupado com a situação, Carlos procura você, advogado/a, para aconselhamento jurídico. Nessa situação, você deverá explicar a Carlos que: (A) Diana pode ser penalmente responsabilizada pela contravenção penal de perturbação da tranquilidade. (B) Diana pode ser penalmente responsabilizada pelo crime de perseguição, devendo Carlos comparecer à delegacia de polícia e representar pela apuração cri- minal dos fatos. (C) A conduta de Diana é atípica, representando mero dissabor a Carlos, que poderá pleitear uma indeniza- ção na esfera cível. (D) A conduta de Diana caracteriza o crime de violência psicológica, tipificado no Código Penal. Letra b. Diana praticou o crime descrito no art. 147-A do Código Penal, a perseguição ou stalking: Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomo- ção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturban- do sua esfera de liberdade ou privacidade. Segundo o § 3º do art. 147-A, somente se procede me- diante representação, isto é, trata-se de crime de ação penal pública condicionada. A contravenção penal de perturbação da tranquilidade (art. 65 do Decreto-Lei n. 3.688/1941) foi expressamente revogada pela Lei n. 14.132/2021, que criou o tipo penal do art. 147-A. Não se cogita do crime de violência psicológica, previsto no art. 147-B, pois este só pode ser praticado contra a ví- tima mulher. 62 Cleverson, completamente embriagado após passar a tarde assistindo jogo de futebol em um bar, foi ao ce- mitério da cidade e se dirigiu à sepultura de Fábio, um antigo desafeto. Com um pedaço de madeira que encon- trou, desferiu vários golpes contra a sepultura, quebran- do quadros, vasos e vidros que ali haviam sido colocados pelos familiares de Fábio, em sua homenagem. Com o barulho dos objetos quebrados, seguranças acionaram a polícia, que prendeu Cleverson em flagrante. Conside- rando o caso narrado, assinale a alternativa correta. (A) A embriaguez completa de Cleverson caracteriza-se como excludente de culpabilidade. (B) A conduta de Cleverson tipifica-se como crime de violação de sepultura, já que o respeito aos mortos é bem jurídico tutelado pelo Código Penal. (C) Tendo em vista que Cleverson estava completamente embriagado e que não tinha intenção de profanar a sepultura, configura-se apenas crime de dano ao pa- trimônio. (D) A conduta de Cleverson é atípica, gerando apenas indenização na esfera cível aos herdeiros de Fábio, pelos danos morais e materiais. Letra b. Cleverson praticou o delito previsto no art. 210 do Có- digo Penal, a violação de sepultura: “Art. 210. Violar ou profanar sepultura ou urna funerária: Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.” O bem jurídico tutelado é o respeito aos mortos. A embriaguez de Cleverson, por ser culposa, ainda que completa, não afasta a responsabilização penal, confor- me a teoria da ação livre na causa (actio libera in causa), adotada pelo art. 28, II, do Código Penal: Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal: II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 63 Euclides, 45 anos, primário, porém com ação penal em curso pela suposta prática do crime de furto, foi preso em flagrante com 15 gramas de cocaína, divididos em cinco pequenas embalagens, e uma balança de precisão, além de R$ 550,00 (quinhentos e cinquenta reais), em notas trocadas. Considerando a situação hipotética, assi- nale a opção correta com base na legislação e no enten- dimento do Superior Tribunal de Justiça. (A) A pequena quantidade de substância entorpecente apreendida permite a aplicação do princípio da in- significância ao crime de tráfico de drogas, por ser delito de perigo abstrato. (B) Considerando a existência de uma ação penal em curso, Euclides não poderá ser beneficiado pela cau- sa de diminuição de pena do tráfico privilegiado. (C) Euclides praticou o crime de associação para o trá- fico de drogas, considerando as condições de acon- dicionamento da substância, em diferentes porções, a apreensão de balança de precisão e de quantia de dinheiro trocado em espécie. (D) Euclides poderá ser beneficiado pela incidência da causa de diminuição de pena do tráfico privilegiado, pois, segundo entendimento mais atual da jurispru- dência, ações penais em curso não podem obstar a benesse. Letra d. A conduta praticada por Euclides corresponde ao tráfi- co de drogas consumado, previsto no art. 33 da Lei n. 11.343/2006. O tipo penal em comento é misto alterna- tivo, de conteúdo múltiplo ou variado, e Euclides incidiu na modalidade “trazer consigo”. Não é necessário, para a consumação do crime, que o agente obtenha algum proveito econômico, embora a quantia expressiva de dinheiro em espécie, em notas trocadas, seja um indi- cativo da mercancia ilícita. A aplicação da minorante prevista no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006, exige a presença concomitante de quatro requisitos, a saber: “primariedade, bons antecedentes, a não dedicaçãoa atividades criminosas e não integrar organização crimi- nosa”. Segundo entendimento recentemente adotado pelo STJ, no Tema Repetitivo 1139, “é vedada a utilização de inquéritos e/ou ações penais em curso para impedir a aplicação do art. 33, § 4.º, da Lei n. 11.343/2006.” O crime previsto no art. 35 da Lei de Drogas, a associa- ção para o tráfico, pressupõe a associação de duas ou mais pessoas, o que não se caracterizou. Não se cogita da aplicação do princípio da insignificância ao tráfico de drogas, conforme entendimento jurisprudencial. Direito Processual Penal Lorena Ocampos 64 Jônatas, morador do Rio de Janeiro, recebeu uma men- sagem pelo celular que oferecia a ele um empréstimo. Imediatamente, diante das dificuldades financeiras, Jô- natas entrou em contato para contratar um empréstimo no valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) e, para tanto, depositou, a título de “custas”, um valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em uma conta corren- te vinculada a uma agência bancária localizada em São Paulo. A conta pertencia a Bruno, morador do Goiânia. Somente depois da transferência percebeu se tratar de uma fraude e nunca recebeu os R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). Jônatas, quando percebeu ser víti- ma de um golpe, estava com a sua família a trabalho na cidade de Brasília e decidiu registrar a ocorrência nesta cidade. A competência para instruir e julgar o delito aci- ma narrado será (A) de Brasília. (B) de São Paulo. (C) de Goiânia. (D) do Rio de Janeiro. Letra d. A competência será definida pelo local de domicílio da vítima. A Lei n. 14.155/2021 inseriu no CPP o seguinte dispositivo: Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fun- dos em poder do sacado ou com o pagamento frus- trado ou mediante transferência de valores, a compe- tência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 65 Analise a seguinte situação hipotética: Gustavo cumpre pena há dois anos em Belo Horizonte/MG por condena- ção definitiva por crime de roubo. Na comarca de Unaí/ MG foi oferecida e recebida denúncia contra Gustavo pela prática de crime de latrocínio consumado na cidade de Unaí/MG, na data de 12/4/2022. O juiz determinou a citação de Gustavo, mas o acusado não foi localizado nos endereços oferecidos pelo Ministério Público na de- núncia. Não havia informação nos autos de que Gusta- vo cumpria pena na cidade de Belo horizonte/MG. Foi determinada, então, a citação por edital de Gustavo. A respeito do caso acima, é correto afirmar que: (A) a citação por edital é nula, devendo Gustavo ser cita- do de forma pessoal. (B) encontrando-se preso o réu, a sua requisição ao pre- sídio de Belo Horizonte/MG supre a citação. (C) a citação é válida porque cabe à defesa do réu in- formar ao juízo sobre a sua localização, o que não foi feito. (D) a citação é válida, em razão de encontrar-se preso em outra cidade. Letra a. (A) Certa. Súmula 351, STF: “É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz exerce a sua jurisdição”. (B) Errada. O réu preso deve ser citado pessoalmente, e não apenas requisitado conforme diz a questão, vide artigo 360 do CPP. (C) Errada. A citação é inválida, conforme explicação na letra A. (D) Errada. A citação é inválida, conforme explicação na letra A. 66 O procedimento comum é dividido em comum ordiná- rio, sumário e sumaríssimo, nos termos do art. 394 do Código de Processo Penal. Suponha que Breno foi de- nunciado pelo delito de roubo simples, que possui pena máxima em abstrato de 10 anos, e que, após o ofereci- mento e recebimento da denúncia, o réu tenha sido ci- tado e a defesa tenha apresentado resposta à acusação requerendo a absolvição sumária de Breno por diversos motivos. De acordo com o art. 397 do Código de Pro- cesso Penal, aponte qual motivo abaixo pode conduzir à absolvição sumária de Breno. (A) Não existir prova de que o réu concorreu para o roubo. (B) Existência manifesta da semi-imputabilidade do agente. (C) Existência manifesta de inimputabilidade do agente. (D) Existência manifesta de causa de legítima defesa. Letra d. De acordo com Renato Brasileiro, a absolvição sumária do art. 397, do CPP, seria como um verdadeiro julgamen- to antecipado da lide e permite que, no limiar do pro- cesso, e antes mesmo de iniciada a instrução probatória em juízo, seja o acusado absolvido sumariamente, desde que presente uma das hipóteses ali elencadas. (Manual de Processo Penal, 2020, p. 1423). Confirma as causas que podem levar à absolvição sumá- ria, conforme art. 397 do CPP: Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá ab- solver sumariamente o acusado quando verificar: I – a existência manifesta de causa excludente da ili- citude do fato; II – a existência manifesta de causa excludente da cul- pabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou IV – extinta a punibilidade do agente. Assim, a existência manifesta de causa de legítima de- fesa (causa excludente de ilicitude) pode conduzir à absolvição sumária de Breno (letra D). 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 67 Analise a seguinte situação hipotética: João é juiz de direito no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, tendo tomado posse no dia 4/5/2016. Em 19/3/2022, o magis- trado, no exercício de suas funções, compareceu ao 2º ofício de notas da cidade do Rio de Janeiro para realizar diligência de correção extrajudicial. No local, foi recebi- do pelo funcionário Ricardo. Durante a realização da di- ligência, os dois vieram a se desentender e João desferiu diversos socos e chutes em Ricardo que veio a cair e ba- ter com a cabeça na quina da bancada do cartório. Dias depois, em razão das lesões sofridas, sobretudo da bati- da na cabeça, Ricardo veio a falecer. Recebidos os autos do inquérito policial pelo Ministério Público, foi ofereci- da denúncia pelo crime de homicídio com dolo eventual em relação ao resultado morte. Aponte em qual órgão a denúncia foi oferecida. (A) Superior Tribunal de Justiça. (B) Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. (C) Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. (D) Vara Criminal do Rio de Janeiro. Letra b. Conforme art. 96, III, da Constituição Federal/88, com- pete privativamente aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes co- muns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. Em virtude de João, magistrado, ser vinculado ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, e ter praticado o fato no exer- cício e em razão de suas funções, este será o competente para julgá-lo. 68 Analise a seguinte situação hipotética: Consta dos autos que Marcos foi denunciado pela suposta prática de cri- me de estupro de vulnerável de sua filha. O acusado foi denunciado, o juiz recebeu a denúncia, foi determina- da a citação do réu e a defesa. Em resposta à acusação, arrolou a esposa de Marcos como testemunha para ser ouvida em audiência de instrução e julgamento. Consta dos autos que a esposa de Marcos foi a única que soube do caso, não havendo demais testemunhas para serem ouvidas ou demais provas para serem colhidas. Sobre o tema prova testemunhal no processo penal, é correto afirmar que nesse caso a esposa de Marcos: (A) é proibida de depor em razão da função, ministério, ofício ou profissão, somente sendo autorizada sua oitiva se assim quisere houver autorização do de- nunciado, nos termos do art. 207 do Código de Pro- cesso Penal. (B) deverá ser ouvida na condição de informante, nos ter- mos dos arts. 206 e 208 do Código de Processo Penal. (C) será ouvida diretamente pelo juiz que formulará as perguntas primeiro à testemunha. Somente ao final as partes poderão complementar com perguntas que tiverem interesse. (D) será ouvida no último momento da audiência de ins- trução e julgamento, após a colheita do depoimen- to da vítima e após a realização do interrogatório do réu. Letra b. (A) Errada. As pessoas proibidas de depor estão previs- tas do art. 207 do CPP. Não é o caso da esposa. Nessa hipótese, aplica-se o art. 206 do CPP. (B) Certa. Atenção aos arts. 206 e 208. Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obri- gação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em li- nha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alu- de o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206. (C) Errada. As perguntas são formuladas primeiro pelas partes e diretamente por elas. Apenas depois o juiz po- derá complementá-las. Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas par- tes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição. (D) Errada. A ordem de inquirição está no art. 400 do CPP. O interrogatório é sempre o último ato. Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimen- tos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. § 1º As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. § 2º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 69 A prisão temporária está prevista na Lei n. 7.960/1989 e é aquela que visa assegurar uma eficaz investigação po- licial, quando se tratar de apuração de infração penal de natureza grave. A respeito do tema, considere a seguinte situação: Pedro é investigado por crime de cárcere priva- do de sua esposa, Júlia, e foi preso temporariamente na data de hoje. Sobre o tema, assinale a afirmativa correta. (A) A prisão temporária pode ter sido decretada de ofí- cio pelo juiz, independentemente de requerimento do Ministério Público ou de representação da autori- dade policial. (B) Se o crime investigado no inquérito policial for he- diondo ou equiparado a hediondo, o prazo da prisão temporária será fixado em, no máximo, quinze dias, prorrogáveis uma vez por igual período. (C) Decorrido o prazo da prisão temporária de Pedro, a autoridade responsável deverá pôr imediatamente Pedro em liberdade, salvo se já tiver sido comunica- da da prorrogação da prisão temporária ou da decre- tação da prisão preventiva. (D) Pedro poderá permanecer junto aos presos preventi- vos e aos condenados definitivos. Letra c. (A) Errada. Nenhuma das duas espécies de prisão provi- sória pode ser decretada de ofício. Vide art. 311 do Có- digo de Processo Penal e art. 2º da Lei n. 7.960/1989. (B) Errada. Nos crimes comuns, o prazo da prisão tem- porária é de cinco dias, prorrogáveis por igual período. No caso de crimes hediondos ou equiparados, o prazo é de 30 dias. Lei n. 8.072/1990: Art. 2º. (...) § 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes pre- vistos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. (C) Certa. Lei n. 7.960/1989: Art. 2º. (...) § 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia deverá, inde- pendentemente de nova ordem da autoridade judi- cial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da prisão preventiva. (D) Errada. Lei n. 7.960/1989: “Art. 3º. Os presos tem- porários deverão permanecer, obrigatoriamente, sepa- rados dos demais detentos”. Direito do Trabalho Rogério Dias 70 Silvana Silva trabalhou para a empresa Zetta Ltda., pres- tando serviços de auxiliar de serviços gerais, no Ministé- rio da Justiça, de 2019 a 2021. Quando de sua dispensa, a empregada nada recebeu. Ajuizada ação trabalhista, em 2022, em face de seu ex-empregador e da União, atribuiu-se à causa o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). Nessa situação, (A) a União terá responsabilidade solidária, caso eviden- ciada sua conduta culposa no tocante à fiscalização do contrato. (B) a União não terá responsabilidade pelo inadimple- mento das obrigações trabalhistas. (C) a União não precisa constar do título executivo judi- cial para responder pelas obrigações trabalhistas. (D) a União terá responsabilidade subsidiária, caso evi- denciada sua conduta culposa no tocante à fiscaliza- ção do contrato. Letra d. De acordo com a Súmula 331 do TST, a administração pú- blica somente responderá subsidiariamente caso fique comprovada sua conduta culposa no tocante à fiscaliza- ção do contrato. Para que haja essa responsabilização, é necessário que a administração pública seja parte e conste também do título executivo judicial. 71 Juliano foi eleito diretor suplente de sociedade coopera- tiva no ano de 2021, para exercer seu mandato no ano de 2022. Em setembro de 2022, Juliano foi dispensado sem justa causa e procura o seu escritório para saber acerca de sua estabilidade. Nessa situação, (A) Juliano tem o mesmo período de estabilidade do di- rigente sindical. (B) a dispensa está correta. (C) Juliano deve ser reintegrado. (D) tanto o diretor titular quanto o suplente não têm es- tabilidade. Letra b. O diretor eleito de sociedade cooperativa tem o mesmo período de estabilidade do dirigente sindical, conforme prevê a OJ n. 253, da SDI-1, do TST. Saliente-se que a re- ferida OJ estabelece que o suplente não goza da mesma garantia. Com isso, não há erro na dispensa de Juliano. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 72 Após o auge da pandemia, a empresa ZRT Ltda. e o sin- dicato dos empregados celebraram Acordo Coletivo de Trabalho para reduzir a jornada de trabalho e o salário dos empregados da empresa, pelo período de 4 me- ses. Com isso, (A) durante o período de vigência do referido instrumen- to coletivo, os empregados não podem sofrer despe- dida imotivada. (B) trata-se de acordo inválido, já que não se permite a redução dos salários dos empregados. (C) após a reforma trabalhista, o acordo coletivo não po- deria estabelecer esta regra. (D) o acordo somente teria validade se fosse homologa- do pela justiça do trabalho. Letra a. Consoante disposto no artigo 611-A, § 3º, da CLT, o Acor- do Coletivo de Trabalho deve prever a proteção dos em- pregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. 73 Na remuneração de Cosme, além da quantia fixa esti- pulada e paga diretamente pelo empregador, estão: as comissões, as gratificações legais e as gorjetas. Cosme constatou que as gorjetas recebidas, apesar de integra- rem a remuneração, não serviram de base de cálculo para suas horas extras. Então, procurou o seu escritório para sanar a dúvida.Diante disso, (A) a empresa agiu de forma errada ao não repercutir as gorjetas nas horas extras. (B) a gorjeta tem natureza salarial e deve repercutir no pagamento das horas extras. (C) a empresa agiu corretamente ao não repercutir as gorjetas nas horas extras. (D) as gorjetas somente não repercutem no pagamento do aviso prévio. Letra c. De acordo com a Súmula 354 do TST, as gorjetas inte- gram a remuneração, mas elas não servem de base de cálculo para o pagamento de: aviso prévio, horas extras, adicional noturno e repouso semanal remunerado. 74 A empresa BBW Ltda. e o seu empregado Adilson cele- braram contrato de trabalho intermitente. Estabeleceu- -se que Adilson trabalharia por três meses. Findo esse período, o empregado entrou em período de inativida- de, recebendo apenas a remuneração do mês anterior. Nessa situação, (A) agiu corretamente o empregador, já que não há ex- tinção do contrato de trabalho. (B) o empregado deveria receber, além da remuneração do mês anterior, férias proporcionais acrescidas do terço constitucional, décimo terceiro salário propor- cional, repouso semanal remunerado e os adicionais legais. (C) agiu erroneamente o empregador, pois o contrato deveria ter sido extinto. (D) o empregado somente teria direito a receber a re- muneração do mês anterior, do repouso semanal re- munerado e dos adicionais legais. Letra b. O contrato de trabalho intermite se caracteriza pela al- ternância em período trabalho e período inativo. Após cada período trabalhado, o empregado tem direito a re- ceber: remuneração, férias proporcionais acrescidas do terço constitucional, décimo terceiro salário proporcio- nal, repouso semanal remunerado e os adicionais legais, conforme prevê o § 6º, do artigo 452-A, da CLT. 75 Thiago foi contratado para prestar seus serviços em re- gime de teletrabalho, por jornada. Nos dois últimos me- ses, o empregado fez diversas horas extras e não rece- beu por elas. Inconformado, procurou o departamento de pessoal, o qual o informou que as pessoas que tra- balham em regime de teletrabalho não têm direito ao pagamento de horas extras eventualmente realizadas. Nessa hipótese, (A) a informação está errada, pois Thiago tem direito às horas extras. (B) a informação está correta. (C) a informação está errada, pois quem trabalha em regime de teletrabalho, por tarefa, tem direito às horas extras. (D) a informação está errada, pois quem trabalha em re- gime de teletrabalho, por tarefa ou produção, tem direito às horas extras. Letra a. O empregado, no regime de teletrabalho, pode ser con- tratado por jornada, por produção ou por tarefa. Quan- do contratado por produção ou por tarefa, o empregado não tem direito às horas extras, segundo dispõe o artigo 62, III, da CLT. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital Direito Processual do Trabalho Aryanna Linhares 76 Alcmena foi dispensada sem justa causa por Palácio de Hera Jardinagem Ltda. Ao receber as verbas rescisórias, Alcmena verificou que nelas não estavam os valores cor- respondentes à equiparação salarial com Galintia, sua amiga e colega de trabalho. Necessitando de uma orien- tação jurídica, Alcmena procura você, como advogado(a). Com sua assessoria, inicia um acordo extrajudicial com a ex-empregadora. O acordo é reduzido a termo e, nele, o valor e a identificação da parcela são especificados. Am- bas as partes e seus respectivos advogados assinam o termo e o levam para ser homologado junto à Justiça do Trabalho. Contudo, a juíza do caso se nega a homologá-lo por entender que é um ato lesivo à trabalhadora e acaba proferindo sua decisão nesse sentido. Com base no ex- posto e de acordo com a norma legal, indique, caso exista, a medida processual adequada para pleitear a reforma da decisão proferida. (A) Recurso Ordinário. (B) Mandado de Segurança. (C) Resta às partes formular um novo pedido de homologação idêntico ao primeiro e dirigi-lo a outra Vara. (D) Como se trata de uma decisão interlocutória, não há medida cabível para pleitear sua reforma. Letra a. O pedido de homologação de acordo extrajudicial termi- na com uma sentença. Quando o acordo não é homolo- gado, trata-se de uma sentença que extingue o processo sem resolução do mérito. Em face dessa decisão, é cabí- vel o recurso ordinário, nos termos do art. 895, I, da CLT. 77 Odisseu foi intimado pelo juiz Agamemnon a apresen- tar os cálculos de liquidação na reclamatória trabalhis- ta que propôs em face de Marcenaria Cavalos de Tróia, sua ex-empregadora, e que já se encontra em fase de execução. Odisseu assim o fez. Em seguida, o juiz Aga- memnon determinou que o cálculo fosse conferido pela contadoria da Vara do Trabalho em que a ação trami- ta. Após precisa verificação, o calculista asseverou que os cálculos estavam corretos e em conformidade com a coisa julgada. Agamemnon, então, homologou a conta e determinou ao executado o depósito voluntário da quantia, sob pena de execução forçada. Com base nos fatos narrados e observando as normas legais vigentes, assinale a afirmativa correta. (A) Considerando que as contas foram verificadas e foi impressa a celeridade devida ao processo trabalhis- ta, observando a duração razoável do mesmo, o juiz Agamemnon agiu corretamente. (B) O juiz Agamemnon não agiu corretamente, pois só poderia homologar o cálculo após conceder vista ao executado pelo prazo de 8 dias. (C) O juiz Agamemnon não agiu corretamente, pois de- veria conceder vista dos cálculos ao executado e ao INSS pelo prazo de 5 dias úteis. (D) O juiz Agamemnon agiu corretamente, pois tem li- berdade para criar a forma que melhor atenda aos anseios da justiça, tendo em vista que a lei não fixa uma dinâmica específica para a liquidação. Letra b. Nos termos do art. 879 da CLT, elaborada a conta e tor- nada líquida, o juiz deverá permitir a manifestação das duas partes, no prazo comum de 8 dias úteis. 2º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 37º – Cod. 1212023220 Pós-Edital 78 Mondego Pescados e Pesqueiros Danglars são empresas que pertencem ao grupo econômico Monte Cristo Indústrias Pesqueiras. Uma ação é movida contra as duas empresas e uma terceira, a Bertuccio Bistrô, que, alegadamente, foi to- madora dos serviços durante parte do contrato. Para a defe- sa, cada empresa contratou seu próprio advogado. Havendo a interposição de recurso de revista, (A)o prazo será de 10 dias. (B) o prazo será definido pelo juiz que poderá deferir a dilação para não prejudicar a ampla defesa. (C) o prazo será contado normalmente. (D) o prazo será em dobro, uma vez que há litisconsórcio passivo com procuradores diferentes. Letra c. Nos termos da OJ 310 da SDI-1 do TST, litisconsortes com procuradores diferentes não têm prazo em dobro no processo do trabalho, logo o prazo recursal será contado normalmente. 79 A empresa Dantès Mineração Ltda. figura como reclama- da na ação trabalhista proposta por Gaspard Caderous- se. Dantès Mineração contratou o escritório de advoca- cia em que você trabalha para assisti-la na audiência. Diante da importância do cliente, você, advogado-chefe responsável pela área trabalhista do escritório, optou por não delegar a missão e a assumiu pessoalmente. A empresa forneceu-lhe a cópia da defesa e dos documen- tos e afirmou que tudo havia sido juntado aos autos do processo eletrônico. Aberta a audiência, estranhamen- te, o juiz De Villefort, ao consultar os autos eletrônicos do processo, explicou que a defesa não estava nele e que apenas os documentos se faziam presentes. Diante dis- so, o juiz De Villefort, com semblante pouco amigável, facultou-lhe a opção de apresentar defesa. Nos exatos termos previstos na CLT, o que se deverá fazer é (A) requerer o adiamento da audiência para entrega posterior da defesa. (B) entregar na mesma hora a cópia escrita que está em suas mãos. (C) requerer imediatamente a digitalização da defesa que está em suas mãos para que seja juntada ao processo. (D) aduzir defesa oral em 20 minutos.Letra d. Nos termos do art. 847 da CLT, o reclamado poderá aduzir sua defesa de forma oral, em audiência, em 20 minutos. 80 D’Artagnan ajuizou reclamação trabalhista em dezembro de 2022 em face de Richelieu Espadas e Mosquetes Ltda. Seus pedidos foram julgados totalmente procedentes. D’Artagnan contratou, como advogado particular, seu amigo Aramis, antigo companheiro de labutas e aventu- ras que havia há pouco se graduado em Direito e, tendo obtido êxito no exame da OAB, já se encontrava regular- mente inscrito nos quadros da Ordem em outubro de 2022. No que tange à verba honorária, de acordo com a CLT, assinale a afirmativa correta. (A) Haverá condenação em honorários de 5%, no mínimo, e 15 %, no máximo, em favor do advogado. (B) Considerando que D’Artagnan não está assistido pelo sindicato de classe, não haverá condenação em honorários advocatícios. (C) Somente haveria condenação em honorários de até 20%, se a assistência do advogado de D’Artagnan ti- vesse sido gratuita. (D) Haverá condenação em honorários de 10%, no mínimo, e 20%, no máximo, em favor do advogado. Letra a. Nos termos do art. 791-A da CLT, os honorários advoca- tícios sucumbenciais são sempre devidos ao advogado (ainda que particular) pela parte sucumbente, entre o mínimo de 5% e o máximo de 15%.