Prévia do material em texto
1 UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL ÁREA DO CONHECIMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA CURSO DE FARMACIA QUIMICA FARMACEUTICA MEDICINAL ANTIMICROBIANOS Org. Francie Bueno O rg. Fran cie B u en o 2 ANTIMICROBIANOS Quimioterápico X antibiótico = origem do fármaco Sintobióticos; Fitoncida ou fitobiótico – vegetais superiores... Bacteriostático – inibe a multiplicação bacteriana mas não destrói a bactéria; Bactericidas exercem atividade letal e irreversível. São preferidos quando: • paciente está com mecanismos de defesa comprometidos: pacientes com SIDA, usuários de imunossupressores, • infecção é avascular: endocardite infecciosa e graves infecções. O rg. Fran cie B u en o 3 Curva de crescimento = regime posológico. CIM e CMB Quanto mais baixas forem a CIM e CBM mais potente é o fármaco. O valor clínico de um fármaco depende da relação entre CIM e CBM, a sua concentração no local da infecção e as concentrações plasmáticas a partir das quais ocorrem efeitos adversos. Os b-lactâmicos precisam ser administrados a cada 4-6 horas para manter concentrações plasmáticas acima da CIM durante a maior parte possível do intervalo entre as doses O rg. Fran cie B u en o 4 ANTIBIÓTICOS Paul Vuillemin em 1889 – contrário à vida Waksmann década de 40 – substância produzida por MO e que tem capacidade de inibir o crescimento e até destruir outros MO. Benedict e Langliske em 1947 – composto químico derivado de organismo vivo ou produzido por este que é capaz em baixas concentrações de inibir processos vitais de MO. Por esta definição as fontes produtoras são seres vivos em geral plantas superiores e até animais (incluindo mamíferos). Baron em 1950 determinou as características de um antibiótico: a) metabolismo de seres vivos ou substância sintética produzida como análogo estrutural de antibiótico natural; b) antagoniza o crescimento e desenvolvimento de pelo menos um tipo de MO; c) eficaz em baixas concentrações. O rg. Fran cie B u en o 5 Classificação: Biossíntese derivados de aa – bacitracina, cloranfenicol, penicilinas,cefalosporinas... derivados de carboidratos – estreptomicina, gentamicina, neomicina... derivados de acetato e propionato – griceofulvinas, tetraciclinas... diversos – rifamicinas, vancomicinas.... Classificação: Espectro de atividade Amplo espectro : algumas penicilinas (ampicilina), alguns aminoglicosídeos... Atividade contra Gram-positivos: eritromicina, maioria das penicilinas (benzilpenicilina) Atividade contra Gram-negativos-: polimixina B, sulfomixina... Atividade contra micobactérias : estreptomicina, rifampicina... Atividade contra fungos: azalomicina, griseofulvina, candicidina... Antiamebianos : paromomicina, fumagilina... Antineoplásicos : bleomicina, estreptonigrina... Classificação: Critério farmacocinético Absorção, via de excreção (renal ou biliar), distribuição, metabolismo (maior ou menor taxa de inativação metabólica) O rg. Fran cie B u en o 6 Classificação: Estrutura química beta-lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas) , tetraciclinas, anfenicóis, aminoglicosídeos.... Mecanismos de ação de agentes antimicrobianos Interferência na síntese de parede bacteriana Ação sobre a membrana plasmática da célula bacteriana Interferência na síntese e duplicação do DNA Interferência na síntese protéica, interferência na síntese do ácido fólico O rg. Fran cie B u en o 7 Resistência a antimicrobianos Natural ou intrínseca – impermeabilidade da parede bacteriana Adquirida – cepas resistentes que emergem de populações originalmente sensíveis. O rg. Fran cie B u en o 2. SULFAS Antimicrobianos bacteristáticos sintéticos. A sulfanilamida foi sintetizada em 1908 a partir de corantes como o azul de metileno historicamente utilizado contra MO. Em 1935 o bacteriologista alemão Gerhard Domagk – avaliou o efeito de várias substâncias em cepas de estreptococos e tratou sua filha de uma infecção virulenta usando o corante azo prontosil. O primeiro pró-fármaco sintetizado prontosil rumbrum (crisoidina) – enzima redutora in vivo libera o fármaco. 8 O rg. Fran cie B u en o 9 Mecanismo de ação Sulfas possuem estrutura similar ao PABA e acredita-se que competem com este pelo mesmo sítio ativo Inibidores competitivos da síntese de ácido fólico; são bacteriostáticos (impedem a replicação de bactérias) por impedir a síntese de ácido fólico e conseqüente de DNA. O rg. Fran cie B u en o 10 As bactérias não conseguem produzir suficiente THF – usado como coenzima na produção de purinas necessárias para síntese de DNA e subseqüente reprodução celular. Os humanos não são capazes de sintetizar ácido fólico e o obtém da dieta,sendo assim os inibidores de diidropteroato não deviam ter efeito sobre humanos, mas em função da diversidade química podem produzir efeitos indesejáveis por se ligarem a sítios ativos. São utilizadas geralmente via oral, sendo metabolizadas no fígado e excretadas pelo rim. O rg. Fran cie B u en o 11 O rg. Fran cie B u en o 12 O rg. Fran cie B u en o 13 O rg. Fran cie B u en o 14 Formas de apresentação – comprimidos, suspensão oral, injetáveis Reações adversas as sulfas • Locais – tromboflebite no local da injeção; • GI – náuseas, diarréia, cólicas. Raramente hepatopatia medicamentosa • Cutâneas – erupções urticariformes, mais freqüentes em pacientes com SIDA. • Hematológicas – raramente trombocitopenia, neutropenia e alterações megaloblásticas • Outras reações – febre, hipercalemia em pacientes com SIDA, cristalúria em pacientes desidratados. Cuidados – não utilizar em pacientes gestantes ou em fase de amamentação e em crianças com menos de 02 anos. O rg. Fran cie B u en o 15 Associações SDZ + pirimetamina -= tratamento da toxoplasmose Sulfadoxina + pirimetamina = tratamento malária (cepas cloroquina resist.) SMZ + TMP = Indicada no tratamento de • Infecções gonocócicas • otite média • Infecções urinárias não complicadas; O rg. Fran cie B u en o 16 Interações Medicamentosas Intensifica efeitos de anticoagulantes orais, fenitoina e metotrexato Uso concomitante com indometacina aumenta níveis plasmáticos de SMZ Uso de SMZ-TMP pode diminuir eficácia de antidepressivos Tricíclicos Uso de sulfonamidas pode potencializar efeito de hipoglicemiantes orais Incompatível com anestésicos locais O rg. Fran cie B u en o 17 3. Beta-lactâmicos Este grupo é formado por: penicilinas, cefalosporinas, cefamicinas, ácido clavulâmico, carbapenens, nocardicinas e monobactâmicos. O rg. Fran cie B u en o 18 Penicilinas Núcleo formador o 6-APA (ácido penicilâmico) – quando se add a estrutura novos grupamentos químicos – novas estruturas dotadas de propriedades físico-químicas, farmacológicas e terapêuticas diferenciadas. O rg. Fran cie B u en o 19 Características gerais das estruturas de penicilinas • estrutura beta lactâmica • carboxila livre • um ou mais grupos amino na cadeia lateral. Características físico-químicas e REA Pós cristalinos brancos a levemente amarelados, de natureza dextro. Devido ao grupamento carboxílico - ácidos relativamente fortes com valores de pKa em torno de 2,65. As que possuem grupamentos básicos na cadeia lateral são ditas anfóteras- caso da ampicilina pKa 7,4. As penicilinas são empregadas na forma de sais de sódio e potássio - hidrossolúveis. O rg. Fran cie B u en o 20 Penicilinas são bastante reativas - tensão da ligação amídica do CICLO beta – lactâmico (ataques N e E). Inativadas por hidrólise especialmente na presença de sais de metais pesados, ácidos, bases, ação catalítica de enzimas: acilases (amidases) e beta- lactamases. A beta-lactamase que rompe o anel das penicilinas é a EC3.5.2.6 = penicilina amido-b-lactama-hidrolase. O rg. Fran cie B u en o 21 Mecanismo de ação A penicilina inibe irreversivelmente a transpeptidase – ligações cruzadas entre os filamentos de peptídeoglicano. O rg. Fran cie B u en o Forma ligação covalente com o resíduo de serina = complexopenicilinoil-enzima que não sofre desacilação (impedindo a última fase da síntese de parede celular bacteriana). 22 Forma ligação covalente com o resíduo de serina = complexo penicilinoil-enzima que não sofre desacilação (impedindo a última fase da síntese de parede celular bacteriana). O rg. Fran cie B u en o 23 Resistência As bactérias adquirem resistência ás penicilinas por: • inativação enzimática por b-lactamases; • redução da permeabilidade da parede celular bacteriana – porinas (proteína que permite rápida difusão de substâncias polares). As penicilinas penicilinases resistentes não atravessam estes canais. • alterações conformacionais das proteínas – bloqueando atividade antibiótica. O rg. Fran cie B u en o 24 benzilpenicilina ou penicilina G = reação entre ácido penicilâmico e ácido fenilacético Penicilinas de uso parenteral – principalmente ativas contra G+ e com alta ligação proteica Exemplos de penicilinas O rg. Fran cie B u en o 25 • benzilpenicilina–benzatina - efeito prolongado evitando doses freqüentes; Com esta forma de liberação prolongada se obtém níveis sanguíneos do fármaco em até 30 dias após sua administração. Benzetacil® • benzilpenicilina procaína – obtida por reação de sais com bases orgânicas (solubilidade e depósito). Libera lentamente o fármaco = nível sérico terapêutico mais prolongado. = vantagem para combate de bactérias penicilino-resistentes. Despacilina.® O rg. Fran cie B u en o 26 O rg. Fran cie B u en o 27 O rg. Fran cie B u en o 28 O rg. Fran cie B u en o 29 • Outros b-lactâmicos / REA – Associações O rg. Fran cie B u en o 30 O rg. Fran cie B u en o 31 Características e REA O núcleo das cefalosporinas é representado pelo ácido 7- aminocefalosporânico com anel beta-lactâmico unido a ciclo diidratiazínico. Cefalosporinas Provém de um fungo o Cephalosporium acremonium que produz antibiótico com características de serem b−lactamase resistentes e de amplo espectro O rg. Fran cie B u en o 32 Naturais - baixo poder antimicrobiano, mas com a introdução de grupamentos nas posições 7 e 3 da cadeia lateral = produtos com potência e características especiais. Cefalosporinas são solúveis em água, estáveis a mudanças de pH e temperatura. Resistência a b-lactamases – cefama; Posição 3 - atividade antibacteriana e propriedades farmacocinéticas, aumento de ½ vida. Introdução de grupamento em 7 = aumentam atividade antibacteriana especialmente contra enterobacterias, mais estabilidade a beta lactamases. Grupamentos metoxila aumentam atividade contra anaeróbios. O rg. Fran cie B u en o 33 O rg. Fran cie B u en o 34 O rg. Fran cie B u en o 35 O rg. Fran cie B u en o TETRACICLINAS Antimicrobianos bacteriostáticos contra G+, Mycoplasma, Rikettsias, Amebíase aguda e P. falciparum. Mecanismo de ação - Interferem na sub-unidade 30S do ribossoma. A DNA polimerase promove transcrição errônea do código genético e não se formam as proteínas desejadas. O primeiro antimicrobiano da classe foi descoberto por dois grupos de pesquisadores em solos perto de Caracas (Streptomyces venezuelae) e em Illinois (clortetracilina). 36 O rg. Fran cie B u en o Química Possuem quatro anéis - núcleo básico octahidronaftaleno, grupamentos cetônicos e amídico. Coloração amarela em função das ligas duplas e ligantes. As tetraciclinas são pouco solúveis a não ser como sais ou pró- fármacos. A semi-sintese leva a produtos mais solúveis. A doxiciclina tem propriedades físico- químicas diferentes das demais – mais segura. 37 O rg. Fran cie B u en o Propriedades físico-químicas * Grande nº de OH - ioniza em meio ácido e atacadas pelo meio (problema de absorção via oral); * Pouco solúveis no pH fisiológico; * Hidroxila fenólica confere caráter ácido; * O conjunto cromóforo (C10, C11, C12) confere coloração amarela; * Formam sais básicos estáveis e sais ácidos pouco estáveis (OH fenólica); 38 O rg. Fran cie B u en o * Em meio ácido OH da posição 6 capta H+ e há formação de H3O+ e sal e produto inativo (anidrotetraciclina); * Sem OH em 6 - mais estável e potente (doxiciclina) * Sensíveis à luz e a temperatura, há degradação mesmo de produto sólido (coloração marrom); 39 O rg. Fran cie B u en o * Inativação por leite (Ca2+) exceção doxiciclina; pode ser administrada junto a refeições; * Contra indicada a crianças abaixo de 8 anos em fase de formação dos dentes, pois complexam-se com o cálcio amarelando os dentes; * Associação com fosfato melhora atividade, cálcio tem mais afinidade pelo fosfato do que pela tetraciclina e portanto há diminuição da complexação Ca2+ - tetraciclina. 40 O rg. Fran cie B u en o REA * grupo farmacofórico - sanciclina (toda molécula menos R5, R6 e R7); * arranjo linear dos 4 aneis é essencial a atividade; * configuração dos centros quirais C4, C4a e C12a é essencial; a configuração em C5a e C6 pode ser alterada; •sistemas fenildicetona e tricarbonilmetano são essenciais para atividade, •o aumento ou diminuição dos cromóforos reduz ou elimina a atividade; 41 O rg. Fran cie B u en o * grupo dimetil amino é essencial para atividade; qualquer mudança de configuração diminui muito atividade; 42 O rg. Fran cie B u en o REA * no grupamento amida um dos H pode ser substituído; * a região hidrofóbica (C5 a C9) pode ser alterada desde que não haja interferência no descrito anteriormente; * retirada de OH em C6 origina compostos mais estáveis e ativos; * C6 substituido por S - tiotetraciclina mais ativa; 43 O rg. Fran cie B u en o 44 O rg. Fran cie B u en o ANFENICÓIS Bacteriostáticos de amplo espectro, naturais. A estrutura relativamente simples propiciou sua obtenção por síntese. USOS - febre tifóide, otite externa; bacteremias e meningites provocadas por G- MECANISMO DE AÇÃO Ação na fase de transcrição na sub-unidade 50S do ribossoma, inibindo a peptidiltransferase. •1º exemplo de antibacteriano natural halogenado • 1º exemplo de produto natural nitrado 45 O rg. Fran cie B u en o ANFENICÓIS Bacteriostáticos de amplo espectro, naturais. A estrutura relativamente simples propiciou sua obtenção por síntese. Ésteres (pró-farmaco) * solúveis - uso parenteral e oftálmico (grupos OH alcoólicos, hemisuccinato de sódio, cloreto de glicina...) * insolúveis - uso oral, sem gosto em suspensões pediátricas (cinamato, estearato, palmitato); * adição molecular com tetraciclina - succinato de cloranfenicol + tetraciclina; 46 O rg. Fran cie B u en o 47 O rg. Fran cie B u en o 48 O rg. Fran cie B u en o REA * Grupo NO2 - tóxico, usar este fármaco quando o MO for especifico; * Atividade determinada pela atividade óptica. * adição de F aumenta atividade; * substituinte metilsulfonila CH3 - SO2 - menos tóxico (tianfenicol); 49 O rg. Fran cie B u en o UNICAMP, 2009 50 O rg. Fran cie B u en o Análogos do cloranfenicol obtidos por substituição bioisostérica 51 O rg. Fran cie B u en o Provável mecanismo molecular de ação. 52 O rg. Fran cie B u en o Antimicrobianos semelhantes a penicilina G benzatina - contra G +. * 1952 -nas Filipinas foi descoberta a eritromicina (S. erythreus) * Outros macrolideos - oleandromicina, lincomicina, clindamicina, rifamicina B (S. mediterranei), rifampicina. 1.1 Mecanismo de ação Exercem atividade por ligar-se a sub unidade ribossomal 50s impedindo a síntese de polipeptideos bacterianos. 1. MACROLÍDEOS 53 O rg. Fran cie B u en o Características químicas - Estrutura complexa • anel lactona com 12-17 átomos de carbono. Éster cíclico. Para uso humano em geral anel de 14 átomos obtidos por Streptomyces, com mais átomos, obtidos de vegetais mas possuem muita toxicidade; • grupamento cetônico; • um ou dois aminoaçucares ligados diretamente ao anel lactônico ou entre si; • pKa = 8 • um açúcar neutro • um grupo dimetilaminico (aminoaçucar); eritromicina aminoaçúcar açúcarmacrolactona • instável em pH ácido (abaixo de 4) - uso oral com revestimento; • meio alcalino também é desfavorável pois há rompimento das ligações osidicas e lactona; • derivados tornam o fármaco mais solúvel e com sabor menos amargo quando administrado via oral. 54 O rg. Fran cie B u en o 55 O rg. Fran cie B u en o ERITROMICINA * Obtida do Streptomyces erythreus em 1952; pó cristalino branco ou ligeiramente amarelado extremam. amargo pouco sol. em água. Espectro de atividade - G+ e cocos G-; Staphylococcus resistentes as penicilinas; Adm.- VO, IV, IM. Grupo cetônico em posição 9 forma acetal com a OH do C12 ; Instável em pH ácido, não atravessa a barreira hematoencefálica devido as OH; eliminação hepato/biliar. Indicações - substituição a penicilina G, coqueluche, difteria; O OH N CH 3 CH 3 CH 3 O O CH 3 O CH 3 O O CH 3 OH OCH 3 CH 3 O CH 3 CH 3 OH CH 3 CH 3 OH OH CH 3 9 6 12 1 H+ H+ O OH N CH 3 CH 3 CH 3 O O CH 3 OH CH 3 O O CH 3 OH OCH 3 CH 3 O CH 3 CH 3 OH CH 3 CH 3 O OH CH 3 eritromicina ativa O OH N CH 3 CH 3 CH 3 O O CH 3 CH 3 O O CH 3 OH OCH 3 CH 3 O CH 3 CH 3 OH CH 3 CH 3 O O CH 3 - H20 FORMA DE ACETAL Inativa! MACROLÍDEOS: instabilidade em meio ácido 56 O rg. Fran cie B u en o 57 O rg. Fran cie B u en o Variação na solubilidade de macrolídeos para adequação ao tipo de administração estearato de eritromicina etilsuccinato de eritromicina estolato de eritromicina lactobionato de eritromicina 58 O rg. Fran cie B u en o azitromicina AZITROMICINA * Estrutura difere da eritromicina - presença de um átomo de nitrogênio no anel lactônico, contribui para ampliação do espectro da azitromicina * Antibiótico de largo espectro: bactérias Gram-positivas, bactérias Gram- negativas, micoplasma,clamídias e algumas espiroquetas 59 O rg. Fran cie B u en o CLARITROMICINA * Derivado macrolídio - difere da eritromicina pela metilação do grupo hidroxila na posição 6 do anel macrolídio * Antibiótico de largo espectro: bactérias Gram-positivas, algumas bactérias Gram negativas, micoplasma e algumas micobactérias 60 O rg. Fran cie B u en o 61 O rg. Fran cie B u en o 62 O rg. Fran cie B u en o telitromicina diritromicina NOVOS MACROLÍDEOS RESISTENTES A ÁCIDO 63 O rg. Fran cie B u en o ANSAMICINAS Do Grego - ansa = ponte, anel macrocíclico sem açúcares ligados. Mecanismo de ação * Inibem a RNA polimerase DNA-dependente; a ligação a polimerases bloqueia o inicio da transcrição e não se formam proteínas. Cromóforo benzoico/naftalenico ligado a cadeia policetona que termina no cromóforo por ligação amida 64 O rg. Fran cie B u en o Tuberculostático ativo por via oral, obtido por semi- sintese a partir da rifamicina B (produzida por Streptomyces mediterranei). REA * hidroxilas são importantes * ligas duplas conjugadas nas posições 17-18 e 19-20; * rigidez confere conformação que mantém a atividade do anel; * possui anel piperazinico; 65 O rg. Fran cie B u en o rifamicina 66 O rg. Fran cie B u en o AMINOGLICOSÍDEOS São fármacos que podem também se chamados de AMINOCICLITOIS. Quase todos os fármacos desta classe são obtidos de Streptomyces, apenas a gentamicina é obtida de Micromonosporae. Mecanismo de ação - são inibidores bactericidas da síntese de proteínas. Apesar de serem relativamente tóxicos quando comparados com outras classes de antimicrobianos, são utilizados primariamente no tratamento de infecções causadas por bactérias G- aeróbicas. A eliminação dos microrganismos depende da concentração - quanto maior a concentração maior a taxa de destruição. Os aminoglicosídeos possuem mecanismo de ação multifatorial e dose-dependente. Liga-se à subunidade 30s do ribossoma - leitura errônea do código genético induzindo formação de proteínas inadequadas, com sua conseqüente lise. 67 O rg. Fran cie B u en o Contém dois ou mais aminoaçúcares ligados a um anel aminociclitol (ou hexose) por ligações glicosídicas. Esta hexose pode ser a estreptidina (encontrada na estreptomicina) ou a 2- desoxiestreptamina (presente em todos outros aminoglicosídeos). CICLITOL - ciclohexano que possui no mínimo 3 OH ligadas em posição equatorial. Grupamentos aminicos em C1 ou C3. 68 O rg. Fran cie B u en o As famílias se diferenciam pelos aminoaçúcares ligados ao aminociclitol: * neomicina, neomicina B, paramomicina - 3 aminoaçúcares ligados a 2-desoxiestreptamina central; * canamicina e gentamicina - apenas 2 aminoaçúcares; * estreptomicina - estreptidina. São policátions cuja polaridade é a responsável pelas propriedades farmacocinéticas. Não são adequadamente absorvidos após administração oral e sofrem exceção rápida pelo rim. A ocorrência de mutações que afetam as proteínas no ribossomo bacteriano podem conferir acentuada resistência a sua ação. 69 O rg. Fran cie B u en o Efeitos adversos Limitação ao uso - nefrotoxicidade e ototoxicidade (afeta função auditiva e vestibular do oitavo nervo craniano). * ototoxidade - é em grande parte irreversível e resulta de destruição progressiva das células sensoriais vestibulares ou cocleares. * nefrotoxicidade - cerca de 8- 26% em tratamento com aminoglicossideos por vários dias desenvolvem comprometimento renal leve, que quase sempre é reversível. A toxicidade ocorre por acúmulo e retenção de fármaco nas células tubulares proximais; 70 O rg. Fran cie B u en o * bloqueio neuromuscular - ocorre em humanos após instilação intrapleural ou intraperitoneal de altas doses, embora possa ocorrer após administração IV, IM ou oral; ordem decrescente de bloqueio: neomicina, amicacina, gentamicina e tobramicina. ESTREPTOMICINA Usada atualmente no tratamento de infecções incomuns e geralmente em combinação com outros antimicrobianos. * endocardite bacteriana - usada em associação com a penicilina, produzem efeito bactericida sinérgico in vitro e em modelos animais; 71 O rg. Fran cie B u en o 72 O rg. Fran cie B u en o TOBRAMICINA Pode ser administrada por via IM ou IV. Também disponível em pomadas e soluções oftálmicas. Atividade contra P. aeruginosa no tratamento da osteomielite da pneumonia causadas por espécies de pseudomonas. Deve ser utilizada juntamente com b-lactâmico. É ineficaz contra micobactérias. 73 O rg. Fran cie B u en o AMICACINA Maior espectro de atividade do grupo em virtude de sua resistência as enzimas inativadoras de aminoglicosídeos, desempenha papel importante no uso hospitalar onde prevalecem microrganismos resistentes a gentamicina e tobramicina. Agente preferido para tratar infecções hospitalares graves por bacilos G- Não é ativa contra a maioria das bactérias G+ anaeróbicas. Eficaz contra M. tuberculosis (99 % das cepas são inibidas por 4 μg/mL) e utilizada no tratamento da infecção disseminada por micobactérias atípicas em pacientes com SIDA. Estabilidade entre pH 4 e 7. Melhor ação em pH 8 - alcalinizar urina para tratamento de infecções urinárias; 74 O rg. Fran cie B u en o NH 2 O OH O NH 2 O OH O O NH 2 OH OH NH2 OHOH OH HCANAMICINA NH 2 O OH O NH 2 O OH O O NH 2 OH OH N H OHOH OH O NH 2 OH HAMICACINA Ac Ac Ad Ad Ac Ad Ad RESISTÊNCIA BACTERIANA AOS AMINOGLICOSÍDEOS Aminoglicosídeo fosfotransferase Aminoglicosídeo acetiltransferase Aminoglicosídeo adeniltransferase Enzimas inativadoras 75 O rg. Fran cie B u en o Aminoglicosídeos e b-lactâmicos: associação x incompatibilidade b-lactâmico estrutura geral gentamicina (aminoglicosídeo) +O O NH 2 O NH 2 O OH NH 2 CH 3 NH 2 OHOH CH 3 NH CH 3 N O N H O R COOH O O NH 2 O NH O OH NH 2 CH 3 NH 2 OHOH CH 3 NH CH 3 O N H N R O COOH complexo aminoglicosídeo - b-lactâmico inativo Vantagem: o b-lactâmico fragiliza a parede bacteriana, aumentando a permeação do aminoglicosídeo. Desvantagem: incompatibilidade química, nãoadministrar concomitantemente pela mesma via 76 O rg. Fran cie B u en o QUINOLONAS - HISTÓRICO Ácido nalidíxico: protótipo da série Primeiramente obtido como subproduto da síntese de cloroquina (anos 1950-60) cloroquina (antimalárico) ácido nalidíxico 77 O rg. Fran cie B u en o QUINOLONAS – pertencem ao grupo dos antimicrobianos sintéticos 78 O rg. Fran cie B u en o ácido oxolínico ácido nalidíxico rosoxacino cinoxacino QUINOLONAS DE PRIMEIRA GERAÇÃO 79 O rg. Fran cie B u en o enoxacino norfloxacino ofloxacino pefloxacino ciprofloxacino QUINOLONAS DE SEGUNDA GERAÇÃO (FLUORQUINOLONAS) O eutômero é comercializado isoladamente (configuração S) 80 lomefloxacino tosufloxacino fluxacino temafloxacino QUINOLONAS DE TERCEIRA GERAÇÃO 81 O rg. Fran cie B u en o QUINOLONAS DE QUARTA GERAÇÃO grepafloxacino esparfloxacino trovafloxacino 82 O rg. Fran cie B u en o 83 O rg. Fran cie B u en o * Década de 80 foram descobertos os derivados fluorados e piperazínicos - ampliaram de forma acentuada a potência e o espectro antibacteriano * Entre 1986 e 1992 foram lançadas as quinolonas de segunda geração - não possuem atividade contra cocos Gram- positivos (incluindo Streptococcus pneumoniae) e contra anaeróbios. * A partir de 1997 foram lançadas as fluoroquinolonas de terceira e quarta geração - amplo espectro de ação - atividade contra G+, anaeróbios, G- e patógenos atípicos 84 O rg. Fran cie B u en o N N O OH O CH 3 CH 3 N O OH O F N NH MODIFICAÇÃO MOLECULAR E OBTENÇÃO DE ANÁLOGOS ácido nalidíxico ciprofloxacino 85 O rg. Fran cie B u en o Mecanismo de ação Quinolonas são únicos antimicrobianos que inibem a atividade enzimática de dois tipos de topoisomerases bacterianas topoisomerases II (DNA girase) e IV - são enzimas que mantém o DNA em estado adequado de enrolamento, tanto em regiões cromossômicas que estão se multiplicando como naquelas que não estão em replicação. As quinolonas impedem a ação das enzimas e com isto a replicação do DNA bacteriano o que leva a morte da bactéria. As quinolonas inibem a topoisomerase humana somente em concentrações muito mais elevadas (seletividade) A seletividade é encontrada em 78 de 90 derivados testados !!! 86 O rg. Fran cie B u en o A ação das quinolonas sobre diferentes topoisomerases implicam em diferenças no espectro de atividade desta classe de fármacos, além do surgimento de diferentes tipos de resistência bacteriana. OBS.: Ação principal sobre topoisomerase IV de G+ e topisomerase II de G-. As mutações nos genes que codificam estas enzimas são importantes para o surgimento de cepas resistentes. 87 O rg. Fran cie B u en o Y 8 5 N 1 X 2 3 4 O OH O R1 7 6 R7 R6 R8 R5 RELAÇÕES ESTRUTURA-ATIVIDADE EM QUINOLONAS anel pirimidônico com grupo carboxílico, a-insaturado, em C-3 é essencial interação com DNA bacteriano interação com enzima alvo 88 O rg. Fran cie B u en o RELAÇÕES ESTRUTURA-ATIVIDADE EM QUINOLONAS 89 O rg. Fran cie B u en o RELAÇÕES ESTRUTURA-ATIVIDADE EM QUINOLONAS 90 O rg. Fran cie B u en o RELAÇÕES ESTRUTURA-ATIVIDADE EM QUINOLONAS Y 8 5 N 1 X 2 3 4 O OH O R1 7 6 R7 R6 R8 R5 REGIÃO QUELATOGÊNICA problemas de interação com metais ANTIÁCIDOS INORGÂNICOS SUPLEMENTOS MINERAIS 91 O rg. Fran cie B u en o RELAÇÕES ESTRUTURA-ATIVIDADE EM QUINOLONAS Y 8 5 N 1 X 2 3 4 O OH O R1 7 6 R7 R6 R8 R5 A INSERÇÃO DE ÁTOMO DE F AUMENTA A ATIVIDADE: incremento na lipofilia, maior permeação de membranas e maior inibição da enzima alvo 92 O rg. Fran cie B u en o RELAÇÕES ESTRUTURA-ATIVIDADE EM QUINOLONAS Y 8 5 N 1 X 2 3 4 O OH O R1 7 6 R7 R6 R8 R5 Grupo piperazino amplia espectro para espécies Gram-negativas, mas aumenta afinidade por receptores do GABA N N H H A presença de grupo metil ou etil num nitrogênio pipe- razínico ou em N-1 reduz efeitos ao nível do SNC. 93 O rg. Fran cie B u en o METABOLISMO DAS QUINOLONAS ELIMINAÇÃO PRINCIPALMENTE NA FORMA INATIVA DE GLICURONÍDEO N O O O F N N H H O OH O HO HO OH O O ciprofloxacino O OH O HO HO OH OPP ciprofloxacino metabólito 94 O rg. Fran cie B u en o Toxicidade e interações • desconforto do sistema gastrintestinal - náuseas, vômitos, dispepsias e diarréia; • reações alérgicas - urticária, febre, fotosensibilidade, eritema; • raramente distúrbios do SNC - insônia, cefaléia, tremores, vertigem, confusões, alucinações e convulsões (principalmente quando usadas em altas doses por idosos e indivíduos com problemas neurológicos; • alterações clinicas - pode ocorrer leucopenia, eosinofilia, trombocitopenia, hematuria e aumento de transaminases. Há correção destas alterações com a suspensão do fármaco. • ciprofloxacino inibe o metabolismo da cafeína e da teofilina, aumentando seus níveis e toxicidade. Inibe o GABA e pode levar a convulsões especialmente em uso concomitante com AINES. 95 O rg. Fran cie B u en o