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An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII Enxert� � retalh�: ● Introdução: - O retalho tem nutrição própria. Transferência de um segmento de tecido para reconstrução de uma nova área com vasos sanguíneos. - Enxerto precisa da vascularização local. Transferência de um segmento da derme de uma determinada região (área doadora) para outra (área receptora) sem conexão vascular. ● Classificação de enxerto: - Procedência: - Autólogo (enxerto da própria pessoa para cobrir a área) - Isogônico - Homólogo - Alogênico - Heterólogo (pele de outra espécie) - Espessura - Parcial: - Fino - epiderme +⅓ da derme. (Contração primária menor e secundária maior). - Médio- epiderme + ⅔ da derme. - Grosso epiderme + ¾ da derme. - Tiramos de qualquer região do corpo. - Couro cabeludo é uma boa escolha pois, cabelo tem alta taxa mitótica além de que o cabelo cobre a cicatriz. - Total: epiderme e derme total. - É muito restritivo, usamos para áreas nobres e pequenas queimaduras. - Regiões: punho, inguinal, atrás da orelha, região da olheira. - Dimensão: - Laminados. (+ estético e + adequado). - Estampilha. - Malha. Transforma lâmina em malha, usado para áreas maiores, no entanto, sua qualidade estética não é tão boa. Evitamos em áreas de dobra devido a diminuição da amplitude de movimento). ● Classificação do retalho: - Localização: - Local- compartilha um dos lados do defeito. - Regional- está próximo mas não mantém continuidade imediata com a falha. 1 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII - Distante- não está perto da falha, mantém pedículo vascular, cirurgia em mais de 1 tempo cirúrgico. - Retalho livre- transferência de tecido por microcirurgia. - Procedência: - Ao acaso- plexo subdérmico. - Axiais- vaso sanguíneo predominante. - Fluxo intervertido - Os ao acaso e axiais podem ser: mono pediculados, bipediculados e multipediculados. - Transferência: - Avanço. - Transposição. - Rotação. - Interpolação. - Livre (microcirúrgico). - Composição: - Cutâneo. - Fascículo Cutâneo. - Musculocutâneo. - Osteocutaneo. - Osteomusculocutâneo. - Omentário. ● Fisiologia: - Integração dos enxertos: 1. Embebição plasmática: - Passa nutrientes sem formar vaso. - Duração de +48h. - Enxerto advertido por camada de fibra. 2. Inoculação: - Anastomose entre vasos. - Início da circulação linfática. 3. Revascularização: - 5 dia de início de circulação sanguínea viciante, mesmo estando em fase de formação 21 dia enxerto é considerado íntegro. - Inervação do enxerto: - Início mais rápido no parcial que no total. 2 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII - 1 sensação é a dolorosa. - Destruição de inervação perivascular —> pode ter dor e inchaço em grandes queimados. - Retração: - Parcial: menor retração primária e maior secundária. - No parcial tem mais fibra elástica, logo, diminui mais primariamente. Em uma pele mais grossa, tem miofibroblastos que fazem a contração, mas não agem com toda força (retração secundária menor), caso de total. - Total: maior restrição primária e menor secundária. - Mais fina —> mais rápida a inervação volta. Volta primeiro a dolorosa. - Fatores que interferem: - Inexperiência. - HAS. (Maior risco de pico pressóricos —> vaso sangra —> hematoma —> perde enxerto). - Quimioterápicos. (Altera cicatrização). - Desnutrição grave. (Não tem proteína para gerar cicatrização). - AINES. - Neo malignos em atividade. - DM. (Opsonina menos bactéria —> aumenta risco de infecções). - Anticoagulantes. ● Cuidados da área doadora: - Fecha a área e abre no 3-5 dia. - Pele total: fechar por sutura primária. - Pele parcial: reepetelização a partir de fâneros. - Método aberto: pouco usado- crostas espessas que se desprendem com reepitelização. Paciente sente dor, por isso a fechada é maior utilizada. - Método fechado: morim ou rainon + chumaços de gaze + atadura. Abrir no 5 dia do PO. ● Complicações: - PRECOCES: - Perda total ou parcial do enxerto. - Hematomas. - Serosas. - Infecção. - Mobilidade do enxerto sobre o leito receptor. - Leito receptor mal vascularizado. - Erros técnicos. - Armazenamento inadequado do enxerto. - TARDIAS: 3 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII - Discromias. - Retração secundária (proliferação de miofibroblastos - 10 dia até 6 mês). - Depressão da área enxertada. ● Anatomia: - O sistema vascular cutâneo é composto de 5 plexos principais. - SubEpidérmico, dérmico, subdérmico, subcutâneo e fascial. - Principal causa de perda de um retalho é problemas na drenagem. - Não fazer curativo compressivo pois atrapalhará a drenagem. - Avaliar sinais clínicos para ver se há isquemia. - Causas de perda de retalho: isquemia, infecção, compromisso do pedículo pelo curativo, angulação, tensão e hematoma. - Retalho pode ter perda parcial ou total. ● Autonomização do retalho: - Diminuição do fluxo sanguíneo —> isquemia — neovascularização —> aumento do fluxo sanguíneo —> vitalidade. Feriment� parte� mole�: ● Cuidados: - Gerais e locais. - Depende da gravidade do traumatismo, podendo ser simples ou complexos. ● Fechados ou contusões: - Equimose. - Hematoma. - Necrose imediata. - Necrose tardia. - Coleções linfáticas. ● Abertas ou feridas: - Escoriações. - Puntiformes. - Incisas. - Contusas. - Lácero-contusas - Lacerantes. - Escalpes. - Desluvamentos. - Penetrantes. - Transfixantes. - Arrancamentos. 4 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII ● Clínica diagnóstico: - Anamnese. - Inspeção. - Palpação. - Relação estado geral/ ferida. - Exames complementares. ● Elementos importantes a pesquisar: - Elemento causador. - Agente causador. - Septicidade do ambiente. - Perda de consciência. - Exame neurológico (visão, olfação, sensibilidade, motricidade). - Agentes principais: acidentes de trânsito, agressões físicas, acidentes esportivos (principalmente fratura de face). ● Tratamento: - Simples curativos. - Complexas cirurgias. ● Combater: - Hemorragias: - Soluções cristalóides. - Soluções colóides - Dor. - Inflamação e infecção: - Antibióticos. - Corticóide. - Anti-inflamatório. - Vit C. - Profilaxia antitetânica. ● Tratamento local: - Depende da: profundidade, extensão, localização, tipo de ferimento. - Hemostasia. - Anestesia (local, regional ou geral). - Limpeza e exploração da área lesada. - Debridamento da ferida. - Manuseio da área - Uso de instrumental especializado. - Confecção de novos bordos. - Confecção de retalhos. 5 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII - Suturas adequadas. - Uso de fitas adesivas. - Curativos especializados. ● Importância da atuação do plástico: - Cirurgias complementares para melhorar o resultado obtido na urgência. - Observar o comprometimento psicológico do paciente no PO. - Manter a funcionalidade de preferência preservando a anatomia e possível estética. Queimad�: ● Introdução: - Lesão dos tecidos orgânicos, com destruição do revestimento epitelial a partir de uma fonte térmica. - Causada por: calor, eletricidade, irradiação, frio, congelamento e substâncias químicas. - “São lesões coagulativas envolvendo diversas camadas do corpo, causadas pelos vários tipos de agentes agressores”. - Influências catastróficas: - Sofrimento. - Incapacidade. - Prejuízo financeiro. ● Epidemiologia: - 1.000.000 de acidentes/ano. - Aproximadamente 100.000 pacientes são internados. - 2.500 óbitos (causa direta ou indireta). - 2/3 acidentes: domésticos e evitáveis. - Todas as idades - Crianças: escaldadura. - Adolescentes: líquidos combustíveis. - Adultos: trabalho. 6 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII ● Classificação: - Primeiro grau – eritema. - Segundo grau – bolhas, flictenas. - Terceiro grau – necrose. —> Primeiro grau: - Atinge apenas a epiderme. - Produz hiperemia e são dolorosas. - Cicatrização – 3 a 6 dias (manutenção de todos os anexos epidérmicos). - Ausência de seqüelas. - Sem alterações hemodinâmicas ou clínicas. - NÃO ENTRAM NO CÁLCULO DA REPOSIÇÃO HIDROELETROLÍTICA. —> Segundo grau:- Epiderme + derme. - Não compromete folículos pilosos e glândulas sebáceas. - PRESENÇA DE FLICTENAS. 7 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII - Superficiais e profundas. - Sensibilidade à exposição. - Cicatrização: 10 a 20 dias. —> Segundo grau superficial: - Aspecto rosado. - Preserva anexos cutâneos. - Muito dolorosa. - Repitelização entre 10 a 14 dias. —> Segundo grau profundo: - Aspecto esbranquiçado. - Lesa mais anexos cutâneos. - Menos dolorosa que as superficiais. - Reepitelização entre 25 a 35 dias. - Cicatrizes inestéticas / queloidianas.. 8 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII —> Terceiro grau: - Atravessam toda extensão da pele. - Acometem tecidos profundos (SC, músculos, ossos). - Não são dolorosas Não reepitelizam. - Aspecto marmóreo, endurecido, vasos trombosados no fundo. - Grandes seqüelas. ● Extensão da área queimada: - Tabela de Lund e Browder. - Regra dos nove (Wallace). - Palma da mão. 9 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII ● Extensão da gravidade: —> Leve: - Não levam a repercussão hemodinâmica. - Tratamento ambulatorial. - 1o Grau: qualquer extensão. - 2o Grau: < 10% SCQ. - 3o Grau: < 2% SCQ. —> Moderadas: 10 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII - Acompanhamento diário. - 2 Grau: 10 – 20% SCQ. - 3o Grau: 3 – 5% SCQ. —> Graves: - Internação em centro especializado. - Repercussão hemodinâmica - 2o Grau: >20% SCQ. - 3o Grau: >5% SCQ. ● Tratamento: - Atendimento inicial - ATLS (Advanced Trauma Life Suport) – ABLS (Burn) - Redução da morbi-mortalidade associada à evolução da queimadura. —> Atendimento inicial: - A- Vias aéreas com proteção da coluna cervical. - B- Respiração e ventilação. - C- Circulação com controle da hemorragia. - D- Incapacidade, estado neurológico. - E- Exposição, controle do ambiente: despir completamente o doente, mas prevenindo a hipotermia. - F- Reposição de Fluido. —> A: - A - lesões por inalação,trauma ou obstrução. - Atenção para queimados em ambiente fechados!!! - Exame físico: queimadura de vibrissas nasais,tosse com escarro carbonáceo e broncoespasmo. - Suspeita de intoxicação por CO: oxigênio a 100%. —> B: - B – frequência e profundidade da respiração. - Auscultar tórax. - Oxigênio 100% se mais de 20%scq. - Queimaduras de 3o grau em tórax. —> C, D e E: - C -2000ml em adultos e 20ml\Kg crianças. - D - escala de Glasgow Presença de TCE e hipóxia. - E- remover roupas. - Lençol embebido em água. - Cabeceira elevada. 11 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII ● Acesso venoso: - Veia periférica – MMSS, longe das queimaduras. - Acesso central: - 1. grandes queimados com áreas de punção atingidas pela queimadura. - 2. dificuldade de acesso periférico. - 3. necessidade de maior tempo de terapia endovenosa. - Coletar exames laboratoriais. ● Analgesia: - Analgésicos de ação central Opióides:morfina,tramadol,fentanil... - Componente emocional da dor e na analgesia. - EC:sedação,depressão respiratória e miocárdica, bradicardia, retenção urinária, dependência química… - Adulto: - Dipirona 500mg-1g EV - Morfina 1ml (10mg) diluído em 9 ml de SF0,9%, considerando que cada 1ml= 1mg, adm 0.5 a 1ml para cada 10kg de peso. - Criança: - Dipirona 15 a 25mg por kg EV. - Morfina 10mg diluído em 9ml de SF0,9%, adm 0,5 a 1mg para cada kg de peso. ● Resfriamento da lesão: - Lavar a região queimada com água corrente 20-30 min. - Usar compressas de água fria. - Efeito analgésico e interrupção na progressão das lesões. - Atenção para hipotermia. ● Cateter vesical: - > 20 % SCQ. - Queimadura em períneo. - Transporte 12 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII - Avaliação da reposição volêmica - 30-50 ml ou 0,5a1ml/kg/h–adultos. - 1ml/kg/h crianças - Q. Elétricas – 1 a 1,5 ml/kg/h. ● Imunização antitetânica: - Comprovadamente imunizado - não há necessidade da dose de reforço. - Dúvida sobre a imunização prévia (inexistente, incompleta ou última dose há mais de 5 anos ) – 250 UI IM de gamaglobulina hiperimune. ● Antibioticoterapia sistêmica: - Não está indicado na fase inicial. - Atenção: - Sinais clínicos. - Manifestações locais da ferida. ● Outras medidas: - Tubo nasogástrico. - Broncoscopia. - Profilaxia da úlcera de Curling: - Ranitidina. - Omeprazol. ● Internar: - Grandes queimados. - Médios queimados de baixa condição socioeconômica. - Idosos ou crianças < 2 anos. - Queimaduras de face e pescoço. - Queimaduras incapacitantes. - Queimaduras graves do períneo. - Lesões por inalação. - Queimadura elétrica. ● Não internar: - Médios queimados com condições de seguir tratamento ambulatorial. - Pequenos queimados. ● Importante: - Dor – inversamente proporcional à profundidade da queimadura. - Medicações – EV ( exceto toxóide tetânico): - Grande queimado: - >25% SCQ – adulto. - >15% SCQ – crianças. 13 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII - Face e pescoço – sempre graves. ● Limpeza de área queimada: - Água e sabão. - Clorexidine. - Desbridamento. - Tricotomia. ● Antibioticoterapia tópica: - Sulfadiazina de Prata 1% + Nitrato de Cério 0,4% (1 escolha ). - Imunomodulador ( LPC ). - gram + e gram – - Ação regenerativa - (LPC – polímero lipídico-protéico – altamente imunossupressor). - Placas de prata nanocristalina - Maior oferta de prata. - Diminui trocas de curativos: - Gastos. - Paciente. ● Escarotomia: - Queimaduras circulares. - Tórax: dispnéia, restrição da expansão. - Membros: pulso periférico, cianose, tempo de enchimento capilar. ● Tratamento: - Gravidade e prognóstico dependem de: - Extensão - Profundidade. - Localização. - Agente causal. - Idade do paciente. - Comorbidades. 14 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII Úlcer� d� pressã�: ● Terminologia: - Úlcera de decúbito. - Ferida do leito - Áreas de proeminências ósseas. - Úlcera de pressão. ● Epidemiologia: - Acamados. - Idosos. - UTI. - Internados. - Terminais - Casas de repouso. - Fraturas. - Crianças. - Lesão na medula espinhal. ● Distribuição local: - Sacral. - Isquiático. - Calcâneo. - Occipital. - Até 100.000 dólares por paciente. - 11 BILHÕES de dólares (2016) 1.200 dólares/dia. ● Causas: - Pressão. 15 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII - Atrito. - Cisalhamento. - Umidade. - Desnutrição. - Lesão neurológica. ● Classificação NPUAP: - I- Pele intacta com vermelhidão irreversível local. - II- Perda da espessura parcial da derme ou bolha local. - III- Perda de espessura total da derme com exposição da gordura. - IV- Perda de espessura total da derme com exposição de osso, músculo ou tendão. - V- Não estadiável. Obs: SABER CLASSIFICAR, CAI NA PROVA. ● Tratamento clínico: 16 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII - Av. risco (braden). - Cuidados com a pele. - Incontinência. - Espasticidade. - Alívio da pressão. - Infecção. - Ferida. - Nutrição. ● Tratamento cirúrgico: - Desbridamento. - Retalhos miocutaneos. - Retalhos fasciocutâneos Anestésic� loca�: ● Conceito: - Medicamentos que atuam bloqueando a condução do impulso e condução nervosa de forma IRREVERSÍVEL, causando alívio da dor ou evitando a mesma. ● Característica do anestésico ideal: - 1.Bloqueio reversível do nervo. - 2.Irritação mínima para os tecidos. - 3.Boa difusibilidade através dos tecidos. - 4.Baixa toxicidade sistêmica. - 5.Eficácia. - 6.Início de ação rápido. - 7.Duração do efeito adequada. 17 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII ● Ésteres: - Tetracaína. - Cocaína. - Procaína. - Benzocaína. ● Amidas: - Lidocaína. - Ropivacaína. - Bupivacaína. ● Anestésico local: ● Farmacodinâmica: - Bloqueio do canal de sódio. ● Interferem: - Tamanho molecular. - Solubilidade lipídica. - Tipo de fibra bloqueada. - pH do meio. - Concentração do anestésico. - Vasoconstritores. ● Lidocaína: - S/ VC =4,5 mg/kg —> MÁXIMA —> c/ VC 7mg/kg. - Dose máxima: 300 mg. - Lidocaína (2%) = 1ml—20mg. 18 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII ● Principais bloqueios: Queimadura� especiai�: ● Queimaduraelétrica: - Conceito: a eletricidade flui através dos tecidos e gera calor, o que danifica os tecidos. A resistência dos tecidos aumenta gradualmente partindo dos nervos para os vasos, músculos, pele, tendões, ossos e gordura. - Gravidade: coração, rim, mãos/ punhos (compartimento flexor). - CPK ALTA quando lesa músculo (mioglobinúria também é comum). - Características: - O grau de dano tecidual é mais extenso do que pode ser percebido na análise indica devido a necrose progressiva e contínua no tecido. - Os danos dos tecidos são tridimensionais com a corrente, produzindo extensa necrose em diferentes níveis- desde pele até ossos. - O local e a extensão da necrose podem ser claramente identificados com cintilografia- T99/ CM-MDP. - As feridas de contato geralmente estão presentes nos pontos de entrada e saída da corrente elétrica. 19 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII - Como as mãos e pés são pontos de entrada e saída da corrente elétrica mais frequentes, as lesões são mais graves nos pulsos e tornozelos. - Alta voltagem (maior ou igual 1000V). - Baixa voltagem menos que 1000V. - Flash Burn: não existe fluxo de corrente pelo corpo. - Queimaduras por raio. - Epidemiologia: - Maioria relacionados ao trabalho. - Maior parte em homens trabalhadores. - 5-7% dos casos de queimaduras. - 6% das fatalidades ocupacionais. - Taxa de morte: 0-21% com lesão de alta voltagem. - Principal causa de morte é por sepse. - Flash Burn: a explosão elétrica irradia calor que provoca queimaduras. NÃO existe fluxo de corrente. - Em lesões de alta voltagem, a vítima geralmente não permanece agarrada ao condutor. Muitas vezes são jogadas para longe do circuito elétrico, o que leva a lesões traumáticas. - Manejo: - Monitorização por no mínimo 24h. - ECG para todos (arritmias/ FA- alteração no segmento ST). - Reposição volêmica. - Controle da diurese. - O manejo inicial dessas feridas evolui para um manejo de desbridamento primário precoce, descompressão adequada, incluindo fasciotomia. - Na 2 semana os fenômenos tromboembólicos e danos vasculares ficam menos reduzidos e os tecidos se tornam mais saudáveis, suportando maiores manipulações para retalhos. - A mionecrose com mioglobinúria grave, como resultado de uma destruição maciça da musculatura, pode levar a um IRA. Estes pacientes devem ser tratados com manitol, HCO3 e RL para uma diurese osmótica alcalina, evitando a precipitação do pigmento nos túbulos renais. - Como a extensão da lesão não pode ser quantificada como a queimadura cutânea, a reposição volêmica deve ser ajustada de acordo com o débito urinário. - Reposição volêmica no adulto (100ml/dia). - IRA pré e renal: rabdomiólise- observar com da urina. - Tratamento semelhante a um grande queimado por calor. - Fasciotomia: liberação do túnel do carpo, importante liberação dos tecidos nas primeiras horas; observar pulso e perfusão. 20 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII ● Queimadura química: - 3% de todas as queimaduras. - 30% das mortes por queimaduras. - 60% relacionadas ao trabalho- maior morbidade ocupacional. - Produtos químicos mais envolvidos- álcalis. - Ácido sulfúrico é o agente mais comum. - Morbidade significativa por apresentar alta porcentagem de queimaduras de espessura total. - Permanência hospitalar alta- predispondo infecções secundárias. - Fisiopatologia: - Nas lesões químicas, as alterações de pH levam a hidrólise, que danifica continuamente as proteínas. - Os agentes químicos geralmente causam reações químicas diretas, e não pela produção de calor. - Os agentes químicos podem agir sistemicamente conforme são absorvidos e distribuídos por todo corpo, provocando toxicidade metabólica e falência de múltiplos órgãos. - Podem ser classificados em 6 categorias com base em seu mecanismo de ação: - Ag oxidantes. - Ácido crômico. - Hipoclorito de sódio. - Ag redutores. - Ácido clorídrico. - Ag corrosivos. - Fenol. - Fósforo branco. - Ag dessecantes. - Ácido sulfúrico. - Ag vesicantes. - Gás mostarda. - Venosos protoplasmáticos. - Ácido fórmico. - Ácido fluorídrico. - Tratamentos: - Abordagem inicial: - Uso de EPI para equipe. - Remover roupas e outros itens em contato com a pele. - Se pó, retirar o excesso com escova. - Lavar com água corrente- 30 min a 2h. - NÃO usar agente neutralizante. 21 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII → Ácido crômico: - Na circulação de liga a Hb e é captado pelo parênquima hepático, renal, pulmonar, ósseo e esplênico nas primeiras 24h- insuficiência hepato renal. - Na pele a coagulação de proteínas- bolhas e ulcerações. - Ingestão: gastroenterites graves, vertigem, cãibras, colapso vascular periférico e coma. - TT específico: transfusão sanguínea, diálise nas primeiras 24h, excisão imediata na pele na área de contato. → Hipoclorito de sódio: - A solução alcalina provoca coagulação de proteínas. - A gravidade depende da concentração da solução e tempo de exposição. - Sintomas: vômitos, dispnéia, rouquidão, edema de vasos, confusão, colapso cardiovascular, cianose, coma, peritonite e mediastinite. → Ácido clorídrico: - Protoniza as proteínas da pele em sais de cloreto. Sua ação é progressiva, provocando úlceras superficiais. → Fenol: - Hidrocarboneto aromático- propriedades antissépticas, é usado no peeling. - Contato com a pele: eritema, inchaço e dor. - Pode levar à hipopigmentação. - Após a absorção se liga a proteínas plasmáticas - albumina sérica. - Sintomas: bradicardia seguido de taquicardia e hipotensão. Depressão do SNC até insuficiência respiratória. Desmielinização de nervos periféricos, IRA por danos diretos. - TT específico: limpeza rápida com solução de polietilenoglicol (PEG). 22 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII → Fósforo branco: - Utilizado na fabricação de inseticidas, fertilizantes, fogos de artifício e armas incendiárias. - Extremamente solúvel em lípidos e penetra facilmente na derme, provoca oxidação do tecido adjacente e desnaturação de proteínas liberando calor (lesão química e térmica). - Difícil de ser removido- queimaduras superficiais e profundas, dolorosas e odor de alho. - TT específico: banho com água fria. → Ácido sulfúrico: - Possui elevada afinidade por água e reação altamente exotérmica. - Contato doloroso, provoca ulcerações profundas. - TT específico: excisão precoce da escara. → Gás mostarda: - Agentes alquilantes que provocam dano ao DNA, tornando tóxico para células em proliferação. - Sintomas: queimação ocular, ardor na garganta, sensação de asfixia, eritema cutâneo após 4h de exposição e bolhas de 12-48h. A maior exposição produz necrose coagulativa da pele. Pode ocorrer pancitopenia 4-5 dias após a exposição pós supressão da medula óssea. - TT específico: envenenamento sistêmico- suporte. → Ácido fórmico: - Dano por formação de ésteres ao contato com proteínas celulares, ou com inibidores metabólicos ao se ligarem com íons inorgânicos. - Usado como agente descalcificante e tingimento têxtil. - São citotóxicos, especialmente para os eritrócitos. - Queimadura de tonalidade esverdeada- bolhas e edema. - Na pele, acidose metabólica. - Sistêmico- hemólise intravascular, hemoglobinúria, IRA, complicações pulmonares até SARA. - TT específico: correção da acidose metabólica com bicarbonato de sódio. Ácido fólico para acelerar a decomposição do ácido fórmico. → Veneno protoplasmático - ácido fluorídrico: - Usado na decapagem de vidro, removedores de ferrugem, produtos de limpeza pesados. - Dupla lesão: desidratação celular e corrosão do tecido devido aos íons de hidrogênio livres, provocando lesões graves e letais. - Os ânions fluoreto ligam-se aos cátions bivalentes (cálcio e magnésio) e formam sais insolúveis, provocando hipocalcemia e hipomagnesemia. Esses ânions alteram as ATPases da membrana celular, levando a enorme saída de potássio. - Clinicamente, lesão de tecido esbranquiçado com eritema circulante, dor intensa, bolhas, necrose acinzentada, ulceração profundaaté osteólise após 6-24h,arritmias. 23 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�)- LII - TT específico: limpeza com glutamato de cálcio, indução de alcalose metabólica que aumentará a excreção renal de íons fluoreto e hemodiálise. 24
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