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QUEIMADURAS

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Queimaduras 
Lesões térmicas são uma das principais causas de 
morbidade e mortalidade. 
Sempre manter alto índice de suspeita quanto a presença 
de comprometimento da via aérea após inalação de 
fumaça e o consequente edema causado pela queimadura 
– pode causar insuficiência respiratória, e nesse caso é 
quase impossível a intubação e traqueostomia. 
As consequências das queimaduras estão ligadas à 
extensão da resposta inflamatória da lesão. Quanto maior 
e mais profunda a queimadura, pior a inflamação. 
EPIDEMIOLOGIA 
▪ Pessoas de baixa renda 
▪ Alta mortalidade 
FATORES DE RISCO: 
▪ Alcoolismo 
▪ Senilidade 
▪ Transtornos psiquiátricos 
▪ Doenças neurológicas (ex: epilepsia) 
CRIANÇAS 
▪ Acidentes domésticos – puxar o cabo da panela do 
fogão 
▪ < 5 anos de idade 
▪ Escaldos e queimaduras por contato 
▪ Escaldos 2/3 das queimaduras em crianças e 75% 
em < 5 anos 
OBS: queimadura por escaldo – queimadura por água 
aquecida 
Queimadura por contato – encostar em superfície quente 
MECÂNICOS DA LESÃO TÉRMICA 
▪ O calor altera a estrutura molecular do tecido e a 
desnaturação de proteínas é um efeito comum de 
todos os tipos de queimaduras. 
▪ A extensão dos danos depende da temperatura do 
agente, da concentração de calor e da duração do 
contato. 
PRINCIPAIS FORMAS DE LESÕES TÉRMICAS 
QUEIMADURAS DE FLASH E CHAMA 
Chama – do fogo de forma direta (ex: churrasqueira) 
Flash – resultado do aquecimento do ar em volta (ex: 
explosão) 
▪ Causa mais frequente de internação em adultos 
queimados. 
▪ Queimaduras por chama são frequentemente 
associadas a queimaduras inalatórias > observar 
via aérea 
▪ Chamas são responsáveis por queimaduras mais 
profundas que flash. 
ESCALDADURAS 
▪ Causas mais comum de queimaduras pediátricas 
▪ Frequentes também em idosos e pacientes 
dependentes em geral (pacientes neurológicos, 
pacientes com pé diabético que perde 
sensibilidade) 
▪ A profundidade da queimadura depende do 
tempo de exposição e temperatura do líquido – 
ex: água ferve a 100ºC) 
▪ Óleos geralmente causam queimaduras mais 
profundas que água 
OBS: deve-se perguntar qual o líquido causador da 
escaldadura; se foi água, perguntar se tinha sal – soluto 
aumenta a temperatura de fervura 
QUEIMADURAS DE CONTATO 
▪ Contato com objeto ou superfície aquecida 
▪ Idosos com perda de consciência, epiléticos, 
etilistas, pessoas com vício em drogas 
PICHE 
▪ Derivados do petróleo 
▪ Ponto de ebulição elevado 
▪ O piche gruda na pele 
▪ Queimaduras profundas 
▪ A remoção do piche não é essencial 
ELÉTRICA 
▪ classificadas em: Alta (>=1000 V) ou baixa (<1000 
V) voltagem 
▪ Flash burn 
▪ Raio 
▪ Geralmente associadas ao trabalho 
▪ Vítimas podem ser ejetadas e sofrer outros 
traumatismos (TCE, trauma torácico, abdominal) 
▪ 1/3 Disfunção cardíaca: fibrilação atrial ou 
arritmias supraventriculares 
▪ A função elétrica do coração deve ser avaliada por 
um eletrocardiograma inicial e monitoramento 
contínuo do ritmo cardíaco durante as primeiras 
24h após a lesão 
Pontos de entrada e de saída da voltagem elétrica. 
▪ Geralmente, os pontos de entrada são nas mãos e 
o de saída, nos tornozelos; 
• Como as mãos e os pés são os 
pontos de entrada e saída mais 
frequentes, o pulso e o tornozelo 
são os pontos mais próximos da 
resistência elétrica 
 
A eletricidade flui através dos tecidos, e gera calor, o que 
os danifica. 
A resistência dos tecidos aumenta gradualmente partindo 
dos nervos > para os vasos > músculos > pele > tendões > 
ossos > gordura. 
Ou seja, as vezes o paciente chega sem nenhum sinal de 
visível de queimadura, uma vez que a pele é uma das 
últimas a queimar. 
Tecidos mais profundos queimam mais pois tem maior 
resistência a passagem da corrente. 
QUANTO MAIOR A RESISTÊNCIA DO TECIDO, 
MAIOR É A GERAÇÃO DO CALOR. 
Os ossos são mais resistentes ao fluxo de eletricidade, 
produzindo a maior quantidade de calor com a mesma 
corrente, em conformidade com o efeito Joule. 
OBS: síndrome compartimental é comum – após a 
queimadura, os tecidos edemaciam e isso compromete 
também a irrigação e inervação – diminuição da drenagem 
venosa e da irrigação das extremidades – causando a 
síndrome e posteriormente, necrose. 
 
 
 
 
▪ O grau de dano aos tecidos é mais extenso do que 
pode ser percebido na análise inicial. 
Exame: Cintilografia Óssea 99T Cm-MDP – avalia a 
extensão da queimadura elétrica 
VIA DE REGRA: paciente com queimadura elétrica – 
considerar que ele tem uma queimadura mais profunda do 
que você consegue ver 
GELADURAS / FROSTBITE 
▪ Cristais de água que congelam e viram cristais de 
gelo > se formam dentro ou entre as células dos 
tecidos, congelando-os e causando sua morte. 
▪ Regiões adjacentes não congeladas apresentam 
risco > vasoconstrição e trombose local podem 
causar dano isquêmico. 
▪ Em virtude da reperfusão durante o 
reaquecimento, citocinas inflamatórias são 
liberadas (p. ex., tromboxanos, prostaglandinas), 
exacerbando a lesão tecidual. 
▪ A profundidade da perda de tecido depende da 
duração e da profundidade do congelamento. 
▪ Reaquecimento em grandes recipientes com água 
circulante a 40,5° C; sendo 15 a 30 minutos o 
suficiente. 
QUEIMADURAS QUÍMICAS 
▪ 3% das queimaduras 
▪ 30% de todas as mortes por queimadura 
▪ Causam alterações do pH do tecido. Essas 
alterações levam à hidrólise, que danifica 
continuamente as proteínas 
▪ Agentes químicos: lesão por reação química 
direta, e não pela produção de calor. 
▪ Ação sistêmica por absorção e distribuição por 
todo o corpo, provocando toxicidade metabólica 
e falência múltipla de órgãos. 
PRINCIPAIS AGENTES QUÍMICOS 
▪ Ácido crômico 
▪ Hipoclorito de sódio (água sanitária) – coagulação 
das proteínas 
▪ Ácido clorídrico – desnaturação das proteínas 
▪ Fenol (peeling) 
▪ Fósforo branco 
▪ Ácido sulfúrico – mais comum 
▪ Gás mostarda – provoca danos ao DNA 
▪ Ácido fórmico 
▪ Ácido fluorídrico 
Esses compostos são comuns em empresas – 
principalmente no que envolve produção de baterias. 
QUEIMADURAS NÃO ACIDENTAIS 
 
ATENÇÃO: queimaduras que preservam áreas de dobras 
e em formato de rosquinha no bumbum. 
 
▪ Queimaduras em transição linear 
▪ 1/10 das queimaduras pediátricas 
▪ 1/3 das crianças abusadas acabam morrendo 
▪ História suspeita 
▪ Crianças < 3 anos, idosos e dependente 
Atenção para pacientes queimados dependentes. 
 
PERDA DAS BARREIRAS DE PROTEÇÃO DA PELE 
BARREIRAS 
▪ Epitélio > derme 
▪ Estrato córneo 
▪ Estrato granuloso – com lipídeos 
▪ Estrato espinhoso 
▪ Defesa imunológica (Langerhans e mo) 
Na queimadura, perde-se as barreiras, tornando o 
indivíduo sensível à: 
▪ Infecção 
▪ Perda de calor 
▪ Perda de água 
▪ Mudanças em funções interativas-chave: 
sensibilidade (toque) e aparência 
CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS - 
PROFUNDIDADE 
EPIDÉRMICA: 1º GRAU 
▪ Acomete apenas a epiderme 
▪ Não acomete a camada basal – permite que a 
basal de replique para repor a pele, portanto não 
deixa cicatrizes 
 Reepiteliza em 7 dias 
 Não deixa cicatriz 
▪ Cor: rosada 
▪ Eritema, dor e ausência de bolhas. 
 
SUPERFICIAL DE ESPESSURA PARCIAL: 2º GRAU 
SUPERFICIAL 
▪ Epiderme e derme papilar 
▪ Perda da camada basal – 
evolui com cicatriz 
▪ A cicatriz depende da 
profundidade e qualidade 
do acometimento 
▪ Cicatriza em torno de 14 
dias 
▪ Cor: vermelha 
▪ Edemas e bolhas, úmidas e 
hipersensíveis, dor 
 
PROFUNDA DE ESPESSURA PARCIAL: 2º GRAU 
PROFUNDO 
▪ Epiderme derme papilar e reticular 
▪ Cicatrização mais exuberante – em 3 – 9 semanas 
▪ Indicação de cirurgia para tratamento: enxerto de 
pele 
▪ Cor: Vermelho, rosa ou vermelho pálido 
▪ Na derme profunda tem os nociceptores > 
acometimento, de forma que o paciente tenha 
menos dor 
▪ Mais secas, menos dolorosas, com bolhas 
ESPESSURA TOTAL / 3º GRAU 
▪ Acomete toda a pele + 
tecido subcutâneo(até 
estruturas mais 
profundas como 
músculos e ossos) 
▪ Cirurgia – escarotomia 
▪ Cor: esbranquiçado ou 
carbonizado 
ZONAS DE QUEIMADURA 
▪ Zona de coagulação – local mais central, com 
desnaturação proteica ➞ necrose 
▪ Zona de estase – sem desnaturação proteica, mas 
com diminuição da perfusão 
▪ Zona de hiperemia – aumento do aporte 
sanguíneo; área dolorosa 
 Alterações da microcirculação 
 Liberação de toxinas e radicais livres 
 Citocinas e mediadores inflamatório 
 
 
 
 
RESPOSTA SISTÊMICA 
Em queimaduras muito grandes, ocorrem efeitos 
sistêmicos: 
▪ Efeito sistêmico > 30% queimadura da superfície 
corporal 
 Perturbações graves cardiovasculares 
→ A perfusão tecidual é 
insuficiente para manter a 
nutrição, oxigenação e 
drenagem dos tecidos. 
→ Hematócrito aumentado 
→ Aumento da resistência 
vascular pulmonar e sistêmica 
periférica 
 
 
Avaliação do paciente 
queimado 
→ ABCDEF 
O F diz respeito à ressuscitação volêmica. 
 
Salvar a vida do paciente queimado inclui interromper o 
processo de queimadura, garantir que a via aérea e 
ventilação estejam adequadas e estabelecer acesso 
intravenoso. 
INTERROMPER O PROCESSO DA QUEIMADURA 
▪ Remover completamente a roupa do doente para 
interromper o processo de queimadura; no 
entanto, roupa aderida à pele não deve ser 
arrancada. 
▪ Tecidos sintéticos podem inflamar e queimar em 
altas temperaturas e derretem formando 
resíduos aquecidos que continuam a queimar no 
paciente. 
CUIDADO com a hipotermia. 
Escove qualquer pó químico seco na ferida > enxague 
abundantemente com solução salina morna ou lavagem 
em banho quente > cubra o doente com lençol quente, 
limpo e seco para prevenir a hipotermia. 
PROVIDENCIAR CONTROLE DE VIA AÉREA 
A via aérea por ficar obstruída por lesão direta (ex: lesão 
por inalação) ou pelo edema maciço resultando da lesão 
causada pela queimadura. 
▪ Edema normalmente leva certo tempo para 
aparecer > sinais de obstrução iniciais podem ser 
sutis, até que o paciente piore. 
INDICAÇÕES PARA INTUBAÇÃO PRECOCE: 
▪ Sinais de obstrução de via aérea (rouquidão, 
estridor, uso de musculatura respiratória 
acessória, retração esternal) 
▪ Extensão da queimadura (SCQ >40%) 
▪ Queimaduras faciais extensas e profundas 
▪ Queimaduras circunferenciais do pescoço – 
podem levar a edema dos tecidos ao redor da via 
aérea 
▪ Queimaduras no interior da boca 
▪ Edema significativo ou risco para edema de 
orofaringe 
▪ Dificuldade para deglutir 
▪ Sinais de comprometimento respiratório: 
incapacidade de eliminar secreções brônquicas, 
fadiga respiratória, ventilação ou oxigenação 
deficientes 
▪ Diminuição do nível de consciência onde os 
reflexos de proteção das vias aéreas são 
prejudicados 
▪ Necessidade de transferência do doente grande 
queimado com comprometimento de vias aéreas 
sem pessoal qualificado para intuba-lo durante o 
transporte. 
Além disso: história de queimadura com confinamento em 
um ambiente fechado ou sinais de lesão de vias aéreas > 
IOT 
ASSEGURAR VENTILAÇÃO ADEQUADA 
Lesão direta da via aérea inferior é rara e geralmente 
causada por inalação de vapor superaquecido ou gases 
inflamáveis. 
▪ O B (breathing) é preocupante pois: hipóxia, 
intoxicação por CO e lesão por inalação de 
fumaça. 
Hipóxia – pode ser causada por lesão inalatória, ventilação 
inadequada por queimaduras de tórax ou lesões 
traumáticas torácicas – administrar oxigênio suplementar 
com ou sem intubação. 
Sempre considere a possível exposição ao monóxido de 
carbono (CO) em doentes queimados em ambiente 
fechados. 
▪ Intoxicação por CO é diagnosticado pela história 
da exposição e medida direta da 
carboxihemoglobina (HbCO). 
▪ Pedir gasometria arterial 
Sinais comuns de intoxicação por CO: 
▪ Cefaleia e náusea 
▪ Confusão 
▪ Coma 
▪ Morte (>60% níveis de HbCO) 
Lesão inalatória – partículas de fumaça se instalam nos 
bronquíolos distais, causando dano e morte celular da 
mucosa 
Critérios para diagnóstico da lesão por inalação de 
fumaça: 
1. Exposição a um agente combustível 
2. Sinais de exposição à fumaça na via aérea inferior, 
abaixo das cordas vocais, visualizados pela 
broncoscopia. 
TRATAMENTO DA CIRCULAÇÃO E CHOQUE 
CAUSADO PELA QUEIMADURA 
Princípios de reanimação utilizados em choques. 
Administração de solução cristalóide isotônica – 
ringerlactato 
Após estabelecer permeabilidade de via aérea e identificar 
e tratar lesões que implicam em risco iminente de vida, 
deve providenciar acessos venosos com cateter calibrosos 
(mínimo #16G) em veia periférica. 
Reanimação volêmica: 2 mL de ringer lactato X peso (kg) x 
%SCQ para queimaduras de 2º e 3º graus. 
Essa fórmula de reanimação é uma estimativa inicial – após 
essa quantidade volêmica inicial de reposição, deve ter 
ajuste baseado no débito urinário do paciente, aonde = 
0,5mL/kg/h em adultos. 
Reanimação a menos – resulta em hipoperfusão e lesão 
orgânica 
Reanimação a mais – aumento do edema e complicações 
como: progressão da profundidade da queimadura ou 
síndrome compartimental abdominal e de extremidades. 
AVALIAÇÃO DO DOENTE: SUPERFÍCIE 
CORPÓREA QUEIMADA 
A história das circunstâncias em que a lesão ocorreu é 
essencial para o tratamento adequado. 
CLASSIFICAÇÃO LUND AND BROWNER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REGRA DOS NOVE 
Mais utilizada. 
 
→ cabeça toda – 9% 
→ cabeça só anterior ou só posterior – 4,5 
→ palma das mãos – 1% 
 
TRATAMENTO 
▪ HIDRATAÇÃO E ANALGESIA (geralmente 
morfina) 
▪ Profilaxia do Tétano 
▪ Prevenção de TVP 
▪ Tratamento da mioglobinúria – mioglobina que 
causa insuficiência renal aguda 
▪ Nutrição hipercalórica e hiperproteica 
OBS: o antibiótico não é obrigatório logo de início, a 
menos que o paciente esteja com infecção 
MIOGLOBINÚNIA: destruição da musculatura podendo 
levar à insuficiência renal aguda. 
▪ Urina de coloração rosa 
escuro. 
▪ Tratamento: Manitol IV, 
Bicarbonato IV e Ringer 
lactato para obtenção de 
diurese osmótica alcalina 
▪ Redução da precipitação do 
pigmento ao nível dos túbulos 
renais 
HIDRATAÇÃO – CÁLCULO 
2 fórmulas: 
FÓRMULA DE PARKLAND: hidratação com ringer lactato 
SEMPRE 
VOLUME TOTAL = 4ML X PESO (KG) X % SCQ 
▪ Exemplo: paciente 80kg, com SCQ de 10% - 
3200 mL 
▪ Metade nas 1ª 8 horas 
▪ Metade nas 16 horas seguintes 
ATLS E AMERICAN BURN ASSOCIATION (FÓRMULA 
DE BROOKE MODIFICADA): 2ML X PESO (KG) X % SCQ 
▪ Metade nas 1ª 8 horas 
▪ Metade nas 16 horas seguintes 
Para avaliar se a quantidade de líquido dada é o suficiente 
para aquele paciente, avalia-se a diurese: 
OBJETIVO: diurese entre 0,5 e 1mL/Kg/h ou diurese entre 
30-50ml/h 
TRATAMENTO DE INFECÇÕES 
▪ Febre é o principal sinal de infecção; secreções ou 
piora da evolução da ferida 
CONDUTA: antibióticos de amplo espectro; urocultura; RX 
de TX; hemocultura (mín. 3) – quando uma das culturas 
estiverem positivas, guiar a antibioticoterapia 
CURATIVOS 
Como faze-los? 
▪ CURATIVO OCLUSIVO EM QUATRO 
CAMADAS – independente da profundidade da 
queimadura 
▪ Contato direto com a ferida; colocar, em ordem: 
1. Atadura de morim ou de tecido sintético 
(rayon) contendo o princípio ativo 
(sulfadiazina de prata a 1%) 
2. gaze absorvente/gaze de queimado 
3. algodão hidrofílico 
4. atadura de crepe 
POMADAS 
 Sulfadiazina de Prata: mais comum. 
Possui atividade antimicrobiana (8-10 h) 
e os curativos devem ser trocados duas 
vezes ao dia. A sulfadiazina de prata 
produz uma leucopenia transitória em 
alguns pacientes quando é usada em 
grandes áreas abertas – usado nas 
primeiras 48h 
 Acetato de Mafenida: possui ação 
bacteriostática. Frequentemente 
utilizado em orelha, auxilia contra a 
infecção da cartilagem. A absorção 
sistêmica do acetato de mafenida, 
quando é aplicado em grandes 
queimaduras, produz uma acidose 
metabólica pela inibiçãoda anidrase 
carbônica. O efeito geralmente é 
observado após 3-5 dias. A utilização do 
composto em feridas abertas também 
produz dor na aplicação inicial. 
 Nitrato de Prata: como uma solução a 
0,5%, é aplicado como um curativo 
úmido. Possui excelentes propriedades 
antibacterianas, mas provoca a 
descoloração da pele e de todas as 
roupas próximas e lençóis. 
Hiponatremia. 
 Outros: colagenase, dersani, óleo de 
girassol, etc. 
CIRURGIA 
▪ Escarotomias 
▪ Fasciotomias 
▪ Desbridamentos 
▪ Enxertos 
▪ Retalhos 
Síndrome compartimental 
▪ Escarotomia – a queimadura promove o 
colabamento dos vasos e impede drenagem dos 
vasos e membros; nesse procedimento é feito a 
liberação da constrição, restaurando a circulação 
distal. Ou seja – é feito para preservar a circulação 
periférica. 
▪ O intuito é o mesmo da fasciotomia – a escara é 
uma coisa dura, então as estruturas que estão 
atrás dela, sofrem constrição. Essa constrição (a 
falta de expansibilidade) faz com que os vasos se 
ocluam pela pressão externa, e são impedidos de 
nutrir e drenar as superfícies. A escarotomia é 
feita para diminuir a pressão e permitir a perfusão 
dos tecidos. 
 
DIFERENÇA ENTRE FASCIOTOMIA E ESCAROTOMIA 
▪ Na escarotomia, a queimadura é externa e 
promova a escara na pele. 
▪ Na fasciotomia, as queimaduras são internas (ex: 
queimadura elétrica); a fáscia não é expansível, e 
quando junta com um edema causado pela 
queimadura, pode causar oclusão e compressão 
dos vasos > diminui irrigação de extremidades 
DESBRIDAMENTOS 
Ação mecânica da retirada de tecidos desvitalizados. 
 
 
ENXERTOS 
 
Tira a pele da uma região doadora e cobre a área da ferida. 
Provoca uma queimadura de 2º grau na área doadora. 
RETALHOS 
 
Enxertos: Pode-se cobrir a ferida com enxertos (remove-se 
a pele de uma área doadora sadia) que recebe o aporte 
sanguíneo da área colocada. 
Retalhos: Conjuntos de tecidos que são usados para cobrir 
uma área adjacente ou à distância, possuindo um pedículo 
vascular (original). 
ACOMPANHAMENTO A LONGO PRAZO 
As cicatrizes podem ser cicatrizes patológicas. 
 
▪ Malhas compressivas 
▪ Hidratação da pele e cicatrizes 
▪ Fisioterapia e Terapia Ocupacional 
▪ Psicologia 
▪ Tratamento de sequelas 
QUEIMADURAS DE VIAS AÉREAS E 
INTOXICAÇÕES 
SINAIS DE LESÃO INALATÓRIA 
 
 
Ocorre edema da árvore respiratória > insuficiência 
respiratória 
Portanto, paciente com sinais de queimadura inalatória 
deve ser intubado antes da insuficiência respiratória, 
porque depois que fizer edema, será impossível intubar. 
 
Uma vez intubado, solicita-se broncoscopia > para fazer 
lavagem da arvore respiratória pois os produtos 
carbonados podem causar pneumonite. 
INTOXICAÇÃO POR MONÓXIDO DE CARBONO 
(CO) 
▪ Gás incolor e inodoro, resultante da combustão 
incompleta de hidrocarbonetos. 
▪ Fontes de CO: incêndio na residência, automóveis 
vedados, aquecedores a gás, aquecedores de 
água quente, fornos, fogões à lenha ou carvão e 
aquecedores à querosene. 
▪ A inalação de fumaça de cigarro resulta em CO no 
sangue, mas não em quantidade suficiente para 
produzir intoxicação perceptível. 
▪ Geralmente o paciente chega estável e após 
algumas horas começa a apresentar tonturas, 
náuseas etc. 
 
A hemoglobina tem alta afinidade com o CO. E o pouco de 
hb que resta livre, não consegue liberar O2 para os tecidos. 
▪ Deslocamento do oxigênio da hemoglobina 
(hemoglobina tem maior afinidade pelo CO que o 
oxigênio). 
▪ Deslocando a curva de dissociação oxigênio-
hemoglobina para a esquerda (diminuindo a 
liberação de oxigênio da hemoglobina para os 
tecidos) 
▪ Inibindo a respiração pelas mitocôndrias 
▪ Efeitos tóxicos diretamente ao tecido cerebral são 
possíveis 
Sintomas agudos: cefaleia, náuseas, angina, fraqueza, 
dispnéia, perda da consciência, convulsões e coma. 
▪ Sintomas neuropsiquiátricos podem se 
desenvolver semanas mais tarde. 
▪ Diagnóstico: níveis de carboxi-hemoglobina. 
OBS: a oximetria de pulso e gasometria arterial não 
indicam a intoxicação por monóxido de carbono, mas 
acidose metabólica pode indicar a suspeita. 
TRATAMENTO DA INTOXICAÇÃO POR CO. 
▪ A meia-vida de eliminação do monóxido de 
carbono (CO) é de cerca de 4,5 h com inalação de 
ar ambiente, 1,5 h com 100% de oxigênio e 20 
minutos com 3 atmosferas (pressão) de oxigênio 
(como na câmara hiperbárica). 
INTOXICAÇÃO POR GÁS CIANETO / CIANÍDRICO 
Em 27 de Janeiro de 2013, na Boate Kiss em Santa Maria, 
RS, houve um incêndio que provocou a morte de 245 
pessoas e feriu 680. O cianeto pode ser liberado durante a 
combustão de produtos contendo carbono e nitrogênio. 
Esses produtos incluem lã, seda, poliuretano, 
poliacrilonitrilos, resinas. 
▪ O cianeto liga-se avidamente ao íon férrico (Fe3 +) 
da citocromo oxidase a3,levando a um 
metabolismo anaeróbio. Deste modo, há 
formação de ácido lático e acidose metabólica. 
▪ Ocorre hipóxia funcional ou histotóxica e acúmulo 
de radicais livres. 
▪ O cianeto também induz a morte celular por 
apoptose no SNC, e inibe a formação do 
neurotransmissor inibitório ácido yaminobutírico 
(Gaba), diminuindo os seus níveis e aumentando 
o risco de convulsões. 
▪ Embora o cianeto tenha uma afinidade primária 
com o ferro férrico (Fe3 +), uma pequena 
quantidade de cianeto pode-se ligar ao ferro (Fe2 
+) ferroso da hemoglobina, formando 
cianohemoglobina, que é incapaz de transportar 
oxigênio, exacerbando ainda mais a hipóxia 
tecidual. 
 
ANTÍDOTOS 
▪ Hidroxocobalamina - uma porção de cobalto se 
liga avidamente ao cianeto intracelular (com 
maior afinidade que a citocromo oxidase) 
formando cianocobalamina. 
▪ Cyanokits ou Cyanide Antidote Kit. O kit 
tradicional inclui nitrito de amila e nitrito de sódio 
para induzir metemoglobinemia e tiossulfato de 
sódio para atuar como um doador de enxofre. O 
tratamento com nitrito de amila ou nitrito de 
sódio é contraindicado em casos de toxicidade 
concomitante por monóxido de carbono. 
▪ Edetato de dicobalto 
▪ Dimetilaminofenol (4-DMAP)

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