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Matéria: Pedagogia Empresarial Assunto: Temas 1 ao 6 Curso de Pedagogia Licenciatura – 6º Período Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 2 de 72 A pedagogia empresarial surge como área de atuação na década de 1980 como consequência das transformações que ocorriam no mundo do trabalho e que afetaram empresas e estabeleceram novas necessidades na formação dos recursos humanos. Desde sua origem, está profundamente vinculada ao processo educacional relacionado à formação continuada dos funcionários das empresas com vistas a favorecer o estabelecimento de práticas educacionais continuadas e autônomas. O tema central desta aula é o conceito de Pedagogia Empresarial, sua gênese e forma de atuação. Você verá como a atuação do pedagogo passa a ser necessária no âmbito das empresas em face das transformações operadas no processo produtivo, requerendo um perfil novo de trabalhador, cuja formação acaba sendo feita pela própria organização. Nesse sentido, o pedagogo, em função das características de sua formação, passa a ser incorporado como coordenador desse processo. Inicialmente, a atuação desse profissional ficou concentrada nos setores destinados à capacitação de mão de obra, contudo as novas demandas impõem uma forma de abordagem diferente na qual a empresa deve ser também uma empresa que aprende. Como você terá a oportunidade de ver nesta aula, o processo de conhecimento passa a ser vital para as empresas se manterem considerando o acirramento da competitividade, e nesse sentido o capital humano fará grande diferença. É nesse contexto que o papel do pedagogo ganha espaço e importância na empresa, havendo, contudo, necessidade de formação adequada para esse tipo de atuação. Nesta aula também discutiremos as reformulações no curso de Pedagogia com vistas à adequação a novas demandas, as quais podem representar efetivas possibilidades de atuação em espaços não escolares para esses profissionais. Conforme Ferreira (2013, p. 55) explica: “A Pedagogia chega à empresa por meio da orientação profissional, que é a consequência das mudanças tecnológicas implementadas nas últimas décadas do século XIX [...].”. As modificações que ocorreram no âmbito dos processos de trabalho abrem campo para a atuação do pedagogo na empresa uma vez que se coloca a necessidade de um Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 3 de 72 novo perfil de trabalhador em conformidade com as mudanças aceleradas que ocorriam no mundo produtivo, e para isso havia necessidade de formação para atender a essa demanda. Como você pode constatar, a criação de novas práticas profissionais está estreitamente relacionada à própria reorganização produtiva que impõe mudanças, renovação ou transformação. Embora ainda de maneira incipiente, o pedagogo passa a ter espaço de atuação na empresa especialmente no momento em que o processo produtivo incorpora as novas tecnologias, exigindo um trabalhador com maiores habilidades não apenas para aprender a lidar com essas tecnologias, mas com capacidade de adaptação a todas as transformações que decorrem dessa incorporação, tais como: agilidade na resolução de problemas, autonomia, aprendizagem constante, dentre outras. Se por um lado as indústrias incorporavam rapidamente novas tecnologias, e com isso implementavam o processo produtivo, por outro lado não contavam com trabalhadores qualificados para essa realidade. Você pode estar se perguntando: Mas e a escolarização regular? Como a escolarização regular não oferecia a formação adequada para atender às necessidades do desenvolvimento industrial, as empresas buscaram outros meios para formar mão de obra qualificada e muitas assumiram essa formação, cabendo ao pedagogo coordenar esse processo. Por isso, quando do início da atuação do pedagogo na empresa, sua prática esteve muito voltada para a área de treinamento. Isso não quer dizer que o pedagogo tenha deixado de atuar nessa área, mas sim que há uma ampliação de suas funções no sentido de compreender a empresa como uma unidade na qual todos os setores se relacionam visando à qualificação humana. Pode-se afirmar que novas demandas começam a surgir, exigindo desse profissional uma formação mais adequada em conformidade com uma concepção de desenvolvimento das pessoas com base na aquisição do conhecimento. Você deve ter referências sobre como as empresas se modificaram nos últimos anos por meio de informações externas ou mesmo de experiências pessoais. Pense em como o papel dos funcionários tem adquirido importância nesse aspecto e a relevância do pedagogo como coordenador desse processo. Vejamos como se dá a ação do pedagogo na empresa. A Pedagogia empresarial representa o atendimento a uma necessidade das empresas tendo o objetivo de atuar na área de Desenvolvimento de Recursos Humanos, especificamente em treinamento de pessoal, responsável pela preparação/formação de mão de obra para o atendimento das necessidades de uma organização (RIBEIRO, 2010). Nesse sentido, o almejado é o aperfeiçoamento dos colaboradores em todos os seus níveis de atuação, visando atender a proposta de qualificação dos recursos humanos das organizações, ultrapassando a visão instrumental do treinamento. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 4 de 72 Ribeiro (2010, p. 11) explica que: “A Pedagogia Empresarial existe [...] para dar suporte tanto em relação à estruturação das mudanças quanto em relação à ampliação e à aquisição de conhecimento no espaço organizacional”. Em função da acirrada competitividade, as empresas buscam garantir algumas condições para sua manutenção no mercado, por isso investem nos processos de construção do conhecimento pelo trabalhador. O conhecimento é considerado como capital e isso exige constante atualização, então cabe ao pedagogo que atua na empresa a compreensão de que trabalha com projetos que envolvem o desenvolvimento humano, sendo assim, os trabalhadores serão partícipes ativos desse processo. Você sabia que o trabalho do pedagogo pode abranger diferentes espaços, tais como hospitais, ONGs, empresas, museus, projetos sociais ou qualquer outro no qual sejam prováveis a aplicação de conhecimentos pedagógicos? Isso ocorre porque a educação se encontra em contextos para além da escola, em que o papel do pedagogo e seus conhecimentos tornam-se necessários. O que você pensa da educação ser um fenômeno que ocorre além dos muros escolares? Lembre-se de que a escola cumpre uma função importante na sociedade, porém a educação escolar é uma característica da sociedade burguesa e a educação numa concepção mais genérica (ou socioantropológica) pode ocorrer em diferentes lugares e de diferentes modos. Você pode observar que a atuação do pedagogo na empresa também tem vínculos com um processo educativo, ainda que diferente do realizado pela escola. A atuação do pedagogo na empresa está vinculada à concepção da educação como um fenômeno que ultrapassa os espaços escolares e que pode ocorrer de maneira assistemática. Nesse sentido, a educação que acontece na escola, por se estruturar de maneira organizada e visando ao alcance de objetivos acadêmicos, é considerada como regular e sistemática. Já a educação que ocorre em outros espaços – familiar, comunitário, religioso, de trabalho –, por não seguir uma estrutura intencional e sistemática, ocorrendo muitas vezes de maneira espontânea, é considerada assistemática. Alguns autores ampliam esse entendimento, acrescentando também a educação nãoformal. • Em princípio podemos caracterizar a educação formal como aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos previamente demarcados; • a educação não formal é aquela que se aprende “no mundo da vida”, via os processos de compartilhamento de experiências, principalmente em espaços e ações coletivos cotidianos; e Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 5 de 72 • a educação informal como aquela que na qual os indivíduos aprendem durante o seu processo de socialização gerada nas relações e relacionamentos intra e extrafamiliares [...]. (GOHN, 2010, p. 16). Observe que ao relacionar Empresa e Pedagogia é importante compreender que, embora se trate de um espaço não escolar, as práticas empreendidas na empresa propiciam a realização de um processo educacional, conforme as explicações feitas por Gohn (2010). Assim, a empresa não representa um espaço educativo no sentido formal do termo, mas num outro sentido, uma vez que pelas práticas produzidas pode favorecer o desenvolvimento dos seres humanos levando a mudanças de comportamento no desempenho profissional e também pessoal. A Pedagogia contribui com a empresa uma vez que, por meio das competências e habilidades desenvolvidas nos treinamentos e processos de formação, favorece a difusão do conhecimento, o que influencia as adaptações necessárias aos processos de trabalho. Você percebe que um programa de formação continuada pode efetivamente contribuir para o desenvolvimento dos funcionários de uma empresa? Você observa nisso um processo educativo? Mas de onde vem essa nova concepção sobre o trabalho educativo do pedagogo fora do espaço escolar? Vamos conhecer pouco mais sobre isso. A proposta de formação do pedagogo para o trabalho educacional fora dos espaços escolares formais é recente, porém prevista na Resolução CNE/CP nº 1, de maio de 2006. Conforme o artigo 5º da Resolução (BRASIL, 2006), o egresso do curso de Pedagogia deverá estar apto a: IV - trabalhar, em espaços escolares e não escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo; Isso amplia a atuação do pedagogo requerendo conhecimentos mais adequados para esse tipo de intervenção. Aquino e Saraiva (2011) identificaram por meio de estudos bibliográficos as possibilidades de atuação do pedagogo em espaços diversos nos quais estão presentes a educação formal e não formal. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 6 de 72 Espaços de Formação e Atuação do Pedagogo Ações Desenvolvidas Objetivos Escola Participação na organização e gestão da escola, por meio de atividades que englobam a seleção e organização dos conteúdos, das formas de estimulação e motivação, do espaço físico e ambiental, dos instrumentos de avaliação da aprendizagem, reduzindo as dificuldades de aprendizagem. Favorecer a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos em seu aspecto social e cognitivo. Coordenar, implantar e implementar, no estabelecimento de ensino, as diretrizes definidas no Projeto Político Pedagógico e no Regimento Escolar; Auxiliar o corpo docente, gerenciar e supervisionar o sistema de ensino favorecendo a melhoria da aprendizagem dentro da escola de forma integral. Instituição Hospitalar Através de uma triagem sobre a situação do paciente, o pedagogo, por meio de ações e intervenções, busca desenvolver atividades lúdicas e recreativas que ajudem a criança hospitalizada a construir um percurso cognitivo, emocional e social para manter uma ligação com a vida familiar e a realidade no hospital. - Favorecer o processo de socialização da criança; - Dar continuidade aos estudos daquelas que se encontram afastadas da escola; - Oferecer atendimento emocional e humanístico para a criança e para o familiar que a acompanha, a fim de ajudá-los no processo de adaptação ao ambiente hospitalar e motivá- los no processo de recuperação do paciente. Empresas - Planejar, desenvolver e administrar atividades relacionadas à educação na empresa; - Elaborar e desenvolver projetos; - Coordenar a atualização em serviço dos profissionais da empresa; - Planejar e ajudar no desempenho profissional dos funcionários da empresa. Preparar os profissionais que atuam na empresa e qualificá- los para lidar com várias demandas, com incertezas, com várias culturas ao mesmo tempo, motivando-os a crescer e a produzir mais dentro da própria empresa. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 7 de 72 Meios de Comunicação Assessorar na difusão cultural e na comunicação de massa. Elaborar estratégias, atividades e instrumentos que permitam o aprendizado através dos meios de comunicação. Sindicatos Atuar fazendo o planejamento, a coordenação e a execução de projetos de educação formal de qualificação e requalificação. Qualificar e requalificar o trabalho, as habilidades e as competências dos seus associados no mercado de trabalho. Turismo Desenvolver atividades educativas que visem ao conhecimento de uma localidade, acompanhada de sua história e cultura. Contribuir para o aprendizado sobre o multiculturalismo, valorizando as diversidades culturais e favorecendo a construção de uma consciência de preservação ecológica. Museus Desenvolver atividades educativas dentro desse espaço, juntamente com uma equipe interdisciplinar. Proporcionar aos visitantes a compreensão da importância da memória cultural e da sua relação com a atualidade. Analise o quadro e observe que as possibilidades de atuação do pedagogo ampliam- se em face do largo espectro de instituições nas quais ele pode desempenhar suas funções. É nessa perspectiva que a Pedagogia não se limita aos espaços escolares e nem à docência, devendo ser compreendida como um campo científico cujo objeto de estudo é a educação ou a prática educativa. Nesse sentido, Libâneo e Pimenta (2006) defendem um currículo para o curso de Pedagogia voltado para a pesquisa, seja como prática acadêmica ou como atitude. Os saberes pedagógicos contam com a contribuição das ciências da educação em face das características das práticas educativas. A integração de conhecimentos pela inter-relação entre saberes decorre não apenas da pluralidade que caracteriza o fenômeno educativo, mas também de uma tendência irrefreável das ciências no mundo contemporâneo na busca da integração entre os saberes, sem perder de vista a especificidade disciplinar. (LIBÂNEO; PIMENTA, 2006, p. 37). O pedagogo, nessa perspectiva, é visto como um cientista educacional, que, conforme explica Franco (2006, p. 109), é “[...] um especialista na compreensão, pesquisa e orientação da práxis educativa, que ocorre nas mais diversas instâncias sociais”. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 8 de 72 A autora acrescenta que o fazer pedagógico é investigativo, porque esse é o meio para refletir sobre as práticas empreendidas que, por sua vez, irão produzir teorias científicas. De que maneira você pensa que o pedagogo pode contribuir para a reflexão sobre as questões pedagógicas mesmo fora de espaços educacionais formais, como é o caso da escola? No Brasil, os cursos de Pedagogia foram organizados a partir de 1930, e desde o início houve dificuldades em sua categorizaçãoenquanto licenciatura ou bacharelado. Somente em 1969 o curso de Pedagogia passa a ter a categorização de licenciatura, ainda que se mantivesse a polarização em relação a esse tema. A partir daí as disciplinas fixadas para a formação do licenciado passam a integrar o curso de Pedagogia e este assume a função de formação de professores para o ensino normal e a de especialista para a função de orientação, supervisão e direção nas escolas. (SILVA, [s.d.]). A partir da década de 1970 começam as discussões e reflexões em torno da formação do educador e mais agudas se tornam as relações entre licenciatura e bacharelado. Há aqueles que defendem a manutenção do formato inicial do curso com acréscimos das demandas pedagógicas emergentes, assim como há aqueles que defendem a separação entre bacharelado e licenciatura, ambas as posições implicam em controvérsias em relação à forma de estruturação do curso e os perigos que a fragmentação e a dicotomização – qual seja o generalista ou o especialista – podem provocar no processo de formação. A questão da identidade do pedagogo se manteve como um problema não resolvido, e isso ficou manifesto na LDB 9.394/1996, que previa a formação de profissionais para a educação básica em Institutos Superiores de Educação, e não apenas nas Universidades. Isso colocava em questionamento a necessidade dos cursos de Pedagogia, porém houve uma grande pressão em relação aos Institutos Superiores de Educação. Por fim, houve a definição de que caberia às Universidades a formação de professores. A “Proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Formação dos Profissionais da Educação”, feita pela ANFOPE1 no IX Encontro Nacional, realizado no ano de 1998, define que a formação do professor deve ser realizada pela Universidade, acrescentando ainda que a fragmentação existente entre as licenciaturas deveria ser superada, incluindo também aquela formação existente entre os pedagogos. 1 ANFOPE – Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação. É uma entidade de caráter político-acadêmico, originária do movimento de educadores na década de 1970. Para conhecer mais sobre a entidade, acesse: www.anfope.com.br. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 9 de 72 Essa proposta, com algumas alterações, foi aprovada somente em 2006 por meio das Diretrizes Curriculares Nacionais, que ainda estabeleceram a docência como identidade do pedagogo, havendo extinção das habilitações. Conforme definido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Pedagogia: Art. 4º O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. Parágrafo único. As atividades docentes também compreendem participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino, englobando: I - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação; II - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas não escolares; III - produção e difusão do conhecimento Científico-tecnológico do campo educacional, em contextos escolares e não escolares. (BRASIL, 2006). Diante das reflexões feitas, você constata que mesmo na prática educativa denominada não escolar existe uma intenção que manifesta o seu caráter pedagógico, por meio da organização das atividades em torno de uma proposta visando transmitir conhecimentos que irão subsidiar os seus interlocutores. A educação, o ato de educar não é, portanto, possível somente ao docente ou à escola. O objeto de estudo da pedagogia é a educação, uma prática humana e social cujo produto é a mudança dos seres humanos em seus diversos estados: físico, intelectual, cultural. Há claramente um processo de formação humana, mediado pela educação e que se dá por meio das relações sociais. Assim, pode-se definir o pedagogo como: O profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação humana previamente definidos em sua contextualização histórica. (LIBÂNEO, 2006, p. 70). Nesse sentido, o exercício pedagógico se desdobra em várias modalidades de atuação do pedagogo, inclusive no âmbito empresarial. Evidentemente, a atuação do pedagogo dentro da empresa será distinta daquela em uma escola, haja vista que os objetivos das instituições não se confundem, contudo o caráter educativo mantém a essência do seu papel. Nessa perspectiva, você pode visualizar que a atuação do pedagogo na empresa será essencialmente educativa. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 10 de 72 O propósito do pedagogo na empresa será identificar, por meio de dados científicos, as situações-problema a partir das quais, com base no conhecimento, poderá atuar visando à melhoria do desempenho das pessoas. Abrantes (2012) afirma que a proposta da Pedagogia Empresarial é ajudar os trabalhadores das empresas a construir práticas que efetivem o processo de “aprender a aprender” via educação continuada, uma vez que a própria realidade objetiva impõe uma predisposição para a mudança considerando as transformações aceleradas que marcam a atual sociedade. As propostas de formação continuada visam qualificar e valorizar as pessoas e, ao mesmo tempo, garantir o processo produtivo; e a pedagogia contribuirá com os recursos necessários para uma intervenção racional sem perder de vista o desenvolvimento do ser humano. Como você pode observar, isso também amplia as responsabilidades do pedagogo na empresa, pois não há mais limitação aos cursos de capacitação de funcionários ou formações pontuais que não consideram a inter- relação existente entre as práticas estabelecidas no ambiente de trabalho. Holtz (2006, p. 15) relaciona algumas das responsabilidades do Pedagogo Empresarial: 1. Conhecer e encontrar as soluções práticas para as questões que envolvem a otimização da produtividade das pessoas humanas – o objetivo de toda Empresa. 2. Conhecer e trabalhar na direção dos objetivos particulares e sociais da Empresa onde trabalha. 3. Conduzir, com atividades práticas, as pessoas que trabalham na Empresa – dirigentes e funcionários – na direção dos objetivos humanos, bem como os definidos pela Empresa. 4. Promover as condições e atividades práticas necessárias – treinamentos, eventos, reuniões, festas, feiras, exposições, excursões etc. – ao desenvolvimento integral das pessoas, influenciando-as positivamente (processo educativo), com o objetivo de otimizar a produtividade pessoal. 5. Aconselhar, de preferência por escrito, sobre as condutas mais eficazes das chefas para com os funcionários e destes para com as chefas, a fim de favorecer o desenvolvimento da produtividade empresarial. 6. Conduzir o relacionamento humano na Empresa, através de ações pedagógicas, que garantam a manutenção do ambiente positivo e agradável, estimulador da produtividade. A educação está no cerne da prática pedagógica e, no caso da formação que ocorre nas empresas, esse processo será organizado e sistematizado com vistas a atender as Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6......................................Página 11 de 72 necessidades da formação de mão de obra e em conformidade com os seus objetivos, não seguindo uma estrutura curricular, mas havendo também um conjunto de conhecimentos e práticas necessárias a serem desenvolvidas. Observe que há construção do conhecimento, há sistematização de processos e organização das atividades. O pedagogo será o coordenador dos meios de desenvolvimento das competências dos indivíduos que compõem a equipe de trabalho da empresa, realizará suas tarefas em equipe, minimizando a distância entre o desempenho que eles apresentam na atualidade e o almejado. Nesse contexto, faz-se necessário descrever as funções desenvolvidas pelo pedagogo em uma empresa: As funções que o Pedagogo exerce nas empresas podem ser resumidas em garantir que os colaboradores estejam preparados para qualquer demanda que possa surgir, ou seja, que apoiados por uma aprendizagem contínua possam detectar e superar obstáculos, identificar e aproveitar oportunidades, trazendo vantagens ao negócio. (CLARO; TORRES, 2012, p. 11). Mais um aspecto precisa ser considerado: como você pensa que devem ser as propostas de formação, considerando que os trabalhadores das empresas são adultos e muitos deles com experiências diversas, tanto do ponto de vista pessoal como profissional? Autores como Abrantes (2012) defendem o conceito de andragogia, e não pedagogia, para o trabalho realizado pelo pedagogo empresarial. O autor defende a andragogia por ser a ciência que estuda o processo de instrução do adulto no qual a aprendizagem é centrada no aprendiz. Assim, as atividades propostas envolvem ações do cotidiano que irão ajudar esse adulto a enfrentar problemas objetivos, por isso ele se torna agente de sua aprendizagem, construindo saberes que contribuem para sua autonomia. Um dos primeiros autores a tratar do termo foi Knowles, em 1980 (KNOWLES apud NOFFIS; RODRIGUES, 2011, p. 286), contrastando-o inicialmente com a pedagogia, porém posteriormente reconsiderou sua concepção, passando a defender a andragogia como modelo de aprendizagem. Nesse sentido, destaca-se a metodologia utilizada, que favorece a participação ativa do aprendiz, e o professor, que é um facilitador, tendo como principal característica o diálogo e a colaboração para que o aprendiz se sinta confiante, o que gera uma predisposição para a aprendizagem. Observe que há destaque para a metodologia a ser utilizada quando se considera o adulto como o aprendiz, porém isso deve ser objeto de estudos da pedagogia, conforme já exposto. Deve existir diferença nas metodologias aplicadas para a formação de adultos e de crianças? Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 12 de 72 As questões em torno da identidade do pedagogo ainda permanecem, porém é preciso compreendê-las como parte de um processo que ocorre em conexão com as transformações do contexto social, exigindo de forma cada vez mais urgente a articulação entre a Universidade e as demandas sociais. Apesar de muitas críticas terem sido feitas à formação do pedagogo para a atuação em empresas sob a alegação de que tender-se-á aos interesses empresariais, o fato é que não se pode mais negligenciar essa necessidade. Pinto (2006, p. 194) contribui com essas reflexões esclarecendo que: [...] a discussão não deve ser sobre o “local” de trabalho do pedagogo, mas sim sobre o “direcionamento” da atuação do pedagogo. Ele pode trabalhar em uma empresa, na área de Recursos humanos, contribuindo para humanizar a relações de trabalho em seu interior, assim como pode trabalhar em uma escola que forma o “empregado- patrão” para atender os interesses patronais. Nesse sentido, reforça-se o papel da pedagogia como campo científico que requer uma contínua articulação entre teoria e prática, com vistas à reconstrução da realidade educativa. Andragogia: O termo vem do grego e significa ensinar adultos ou forma de ensinar adultos. É entendida como a ciência que busca compreender a forma como o adulto aprende. A andragogia busca compreender o adulto em suas necessidades, por isso o estudante participa das etapas do processo de ensino e aprendizagem, a metodologia é voltada para a participação ativa dos alunos e uma forma de organização do trabalho didático visando atender às necessidades dos educandos. Competências: Termo de origem latina que significa aptidão ou capacidade para resolver determinada situação ou problema. A competência se manifesta em situações nas quais o indivíduo mobiliza os conhecimentos necessários para resolver um problema, por isso há necessidade de um conjunto representativo de saberes que envolve também procedimentos, métodos, atitudes e valores, os quais, se mobilizados adequadamente, permitem as respostas mais apropriadas à situação em questão. Mão de obra: Trabalhador ou conjunto de trabalhadores de uma empresa ou trabalho manual empregado numa produção. A mão de obra pode ser realizada de forma direta, na qual o trabalho é empregado diretamente na produção de um bem, ou indireta, quando não há ação direta sobre o bem-produzido. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 13 de 72 Práxis educativa: A palavra práxis vem do grego e significa ação, prática e é um termo utilizado por muitos campos do conhecimento. Numa concepção marxista, a práxis é compreendida como atividade por meio da qual o homem transforma a sociedade e a si mesmo através de seu trabalho e da transformação da natureza, sendo que a prática é uma das suas dimensões vinculada ao atendimento às necessidades imediatas. Nesse sentido, o simples fato de agir não se configura numa práxis, uma vez que para isso necessita-se de uma atividade transformadora que requer, portanto, um processo reflexivo. Sem teoria não há práxis, porém a teoria em si também não representa uma práxis. Teoria e prática precisam estar articuladas numa relação indissociável. A práxis educativa deve ser compreendida como a ação educacional orientada por objetivos transformadores e que tenham presente as práticas reflexivas sustentadas pela teoria. Recursos humanos: Refere-se à totalidade de empregados e colaboradores que compõem uma organização; também pode referir-se ao conjunto de práticas voltadas para as atividades relativas ao setor de recursos humanos ou área de atuação de uma empresa que trata do recrutamento, da seleção, do treinamento, desenvolvimento e avaliação dos funcionários. O trabalho do pedagogo na empresa requer o domínio de conhecimentos que o possibilite compreender como ela funciona, para dessa forma poder participar de maneira mais efetiva, com a proposição de medidas que ajudem a melhorar o seu desempenho. Um aspecto central diz respeito ao entendimento sobre a realidade organizacional, para a proposição de novas abordagens ou reformulação das existentes na empresa, a fim de modernizar os instrumentos de gestão disponíveis para a empresa. Bem como avaliar os impactos dessas mudanças nos processos de negócios e gestão de pessoas. Você pensa na necessidade de se conhecer como uma empresa funciona e de que maneira a gestão é organizada, para melhor compreender como deve ser a atuação do pedagogo nesse espaço. A complexidade do trabalho do pedagogo na empresa decorre da natureza do que deve realizar, uma vez que para atender as necessidades da formação dos profissionais que nela atuam e gerar mudanças culturais, requer-se dele além dos conhecimentos pedagógicos, o conhecimento sobre as organizações. Com certeza Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6......................................Página 14 de 72 você tem alguma ideia do que seja atuar em uma empresa, mas como podemos conceituá-la? Inicialmente, cabe conceituar o que é uma organização. Pode-se compreendê-la como um grupamento de pessoas com objetivos comuns, agindo de maneira interativa e estruturalmente organizada, se constituindo em um sistema social. Ela coordena um número significativo de ações humanas que mobiliza recursos e pessoas. Cada organização, mesmo aquelas que realizam tarefas semelhantes são diferentes entre si, podendo-se dizer que não existem duas que sejam iguais. Esse espaço se caracteriza pela existência de um planejamento, da clareza em relação aos seus objetivos, além de uma estrutura hierarquizada de poder com uma divisão do trabalho. Uma organização compreende: [...]uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Além de pessoas, as organizações utilizam outros recursos, como máquinas e equipamentos, dinheiro, tempo, espaço e conhecimentos (MAXIMIANO apud LIMA; 2009, p. 76). As organizações podem ser de três tipos: governamentais, empresariais e do terceiro setor. As governamentais têm como objetivo a prestação de serviços para a comunidade e são mantidas pela arrecadação de impostos, taxas e contribuições. As empresariais têm como finalidade o lucro na produção e/ou comercialização de bens e serviços, sendo criadas com recursos próprios dos seus proprietários e também com recursos de terceiros. As organizações do terceiro setor não tem fins lucrativos, mas sim filantrópicos. As empresas são organizações que funcionam como um sistema sociocultural que, por sua vez, fazem parte de um sistema global, cujo objetivo é produzir coisas ou realizar serviços. Lima (2009, p.79) explica que uma empresa é um sistema social complexo pois: [...]envolve pessoas e suas heterogeneidades culturais, comportamentais, educacionais, étnicas que também se fazem representar por um conjunto de habilidades próprias, capazes de transformações no espaço empresarial, com objetivos de satisfação de necessidades coletivas e individuais. Um dos aspectos centrais de uma empresa é que sua contribuição social é decorrente de sua função lucrativa, embora ela não possa ser definida apenas por essa característica, uma vez que pode se tornar fator restritivo da sua atividade. Você já pensou desde quando a atividade empresarial é presente na sociedade? A ação de transformar a natureza para atender suas necessidades acompanha os seres Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 15 de 72 humanos há tempos, contudo atividade empresarial aparece na história a partir do momento no qual as pessoas necessitam do trabalho ou dos produtos fabricados por outrem para suprir suas necessidades. As empresas modernas, como entidades formais e juridicamente estabelecidas, são produtos do capitalismo. Com o desenvolvimento do modelo burguês de produção, locais específicos para a fabricação de mercadorias são construídos. Nesses locais há uma divisão de tarefas que, com a evolução do processo produtivo, vai se tornando mais especializada, requerendo uma hierarquização para garantir que haja racionalidade e produtividade com vistas a sua eficiência. O fenômeno que provocou o surgimento da empresa e da moderna administração foi a Revolução Industrial. Seu início ocorreu na Inglaterra, com a introdução de máquinas no processo produtivo, o que leva a aceleração da industrialização. A principal referência a esse momento foi a invenção da máquina a vapor e sua utilização no processo produtivo, o que ocasionou um verdadeiro surto de industrialização tanto na Europa, quanto nos Estados Unidos. Na medida em que a produção de mercadorias tornava-se mais eficientes e com o aumento do consumo, gerou-se a necessidade de maior competência, e assim é que as máquinas são incorporadas ao processo produtivo acelerando-o e trazendo consequências na forma de organização do trabalho. Esse crescimento, inicialmente desorganizado, necessitava de conhecimentos, uma vez que a improvisação torna-se incompatível com os objetivos econômicos dessa atividade. A administração surge como ciência no início do século XX e seus princípios foram estabelecidos por Frederick W. Taylor. Você deve estar se perguntando: mas como a administração poderia ser vista como ciência naquele momento da história? Quando da constituição das ciências modernas, a partir do século XVI, existia um objetivo prático no sentido de romper com a concepção predominante à época, baseada em preceitos religiosos. O conhecimento científico representava a possibilidade de colocar o homem no centro da sociedade, saindo de uma concepção teocêntrica para outra antropocêntrica. Essa concepção, mais adequada à nova forma de organização social que se constituía, provoca profundas mudanças, uma vez que a razão e o pensamento crítico tornam-se marcas da forma de interpretar os fenômenos. O modelo racional, desenvolvido nos séculos seguintes, tinha como referência a forma de conhecer e interpretar definidos pelas ciências da natureza e estendeu-se às ciências emergentes, principalmente, a partir do século XIX. Os campos do conhecimento que se delineavam buscavam, nessas referências, os critérios de validade e cientificidade, uma vez que a ciência torna-se o parâmetro principal a ser seguido. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 16 de 72 Mas o que acontece com a Administração? Quando houve a expansão das indústrias ocorreu um crescimento desordenado de empresas, cujas práticas estavam baseadas nas experiências do tipo tentativa/erro/acerto, não havendo uma sistematização das práticas e tampouco organização dos processos, pois tudo era muito improvisado. Isso impactava na produtividade e eficiência das empresas, que nem sempre se preparavam adequadamente para enfrentar a competitividade, cada vez mais crescente. Nesse sentido, ficava evidente a necessidade de conhecimentos que permitissem às empresas garantirem sua produtividade e seus lucros de maneira cada vez mais competente. Assim é que são dadas as condições para a constituição da Administração Científica. Frederick W. Taylor (1856-1915) foi um engenheiro, que sistematizou os princípios da administração Científica fundamentando-os, principalmente, no conceito de racionalização, planejamento, padronização, especialização, controle e remuneração. Taylor acreditava que era preciso desenvolver uma ciência para cada etapa do processo produtivo em substituição a práticas rotineiras e, também, para elaboração de técnicas mais adequadas para a finalidade do que se pretendia. Ele defendia a análise sistemática do trabalho realizado por cada operário, a fim de buscar a forma mais eficaz de realizá-lo, além de selecioná-los a partir de critérios Científicos. Ele nomeou a organização Científica do trabalho de Organização Racional do Trabalho (ORT). Outro importante empreendedor foi Henry Ford, que em 1913 seguiu os mesmos princípios de Taylor. Henry Ford (1863-1947) aplicou a tecnologia da linha de montagem no processo de fabricação de automóveis. A estratégia utilizada por Ford foi incorporar ampla mecanização, linha de montagem, esteira rolante e crescente divisão do trabalho. O objetivo de Ford era reduzir os custos, melhorar a qualidade do produto e aumentar a produtividade. No trecho abaixo, extraído da obra de Wood Jr. (1992), descreve-se a noção de fordismo na produção: O conceito-chave da produção em massa não é a ideia de linha contínua, como muitos pensam, mas a completa e consistente intercambialidade de partes, e a simplicidade de montagem. Antes da introdução da linha contínua,Ford já tinha reduzido o ciclo de tarefa de 514 para 2 minutos; a linha contínua diminuiu este número à metade. (WOOD JR, 1992, p.9). Um aspecto importante em relação ao método de Ford, a partir da teoria Taylorista, foi a alienação dos trabalhadores em relação a completude da atividade produtiva, uma vez que estes eram separados do processo de organização da produção e a eles Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 17 de 72 caberia responder por apenas uma etapa, para a qual não havia necessidade de grande qualificação. O trabalhador é visto como uma máquina, um elemento de uma grande engrenagem, não necessitando pensar sobre o que fazia, apenas deveria executar. Na mesma época na Europa, Henry Fayol (1841-1925) sistematiza a Teoria Clássica da Administração, enfatizando, principalmente, as tarefas de organização nas atividades da empresa. Ela ressalta a adoção dos princípios administrativos, principalmente pelos escalões mais altos da empresa. Para ele o sucesso de uma empresa depende dos seus dirigentes, por isso precisam ter conhecimentos em administração e não somente conhecimentos técnicos. Nesse sentido, alguns princípios são definidos pelo teórico: unidade de comando, cadeia de comando, separação de poderes, centralização, ordem, disciplina, planejamento, dentre outros. Matos e Pires (2006, p. 509) explicam: A Teoria Clássica de Fayol complementou o trabalho de Taylor, substituindo a abordagem analítica e concreta de Taylor por uma abordagem sintética, global e universal. Propôs a racionalização da estrutura administrativa e a empresa passa a ser percebida como uma síntese dos diversos órgãos que compõe a sua estrutura. A preocupação maior de Fayol é para com a direção da empresa dando ênfase às funções e operações no interior da mesma. Estabeleceu os princípios da boa administração, sendo dele a clássica visão das funções do administrador: organizar, planejar, coordenar, comandar e controlar. O enfoque principal de Fayol era a administração em geral, apregoando que uma organização deveria ser guiada pela busca de atingir seus objetivos. Como você pode observar, a organização das empresas implica na organização das formas de administrá-las. As teorias administrativas fazem parte do processo de compreender o funcionamento das empresas, uma vez que elas representam formas de conceber o trabalho na empresa à luz de uma concepção. Além da teoria clássica e da teoria Científica, outras abordagens se destacam como, por exemplo, os estudos sobre a burocracia realizados por Max Weber (1864-1920). A organização do tipo burocrática é predeterminada em todos os níveis, na qual é formulado um sistema de regras e funções a serem desempenhadas pelos membros da empresa. Como as regras estão definidas, caberá aos indivíduos apenas segui-las, não sendo possível dúvidas em relação ao comportamento mais adequado. O estudo weberiano sobre a burocracia prevê que as regras são fundamentais para a funcionalidade da Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 18 de 72 empresa. Porém, um dos problemas está no excesso de formalismo, que leva a um estado de conformismo dos funcionários com relação às regras e isso acaba afetando a sua criatividade e autonomia. A burocracia tem algumas características, tais como: a regulamentação, formalidade, especialização das funções, respeito à hierarquia, competência técnica, previsibilidade, meritocracia e impessoalidade. Com enfoque sociológico e orientando-se pelas ideias de Taylor, Weber procurou estudar a organização como parte de um contexto social, influenciado pelas mudanças sociais, econômicas e religiosas da época, a fim de identificar características comuns que permitissem a tipologização. (MIGOTT; GRZYBOVSKI; SILVA, 2001, p.4). Para Weber a burocracia só pode ser compreendida dentro de um determinado contexto histórico e social no qual manifesta sua materialidade, pois se assim não for, perde o sentido. Assim para o autor, a burocracia moderna se caracteriza por um tipo de racionalidade característica do modelo de produção capitalista. A vantagem da organização burocrática estaria em seus atributos técnicos uma vez que, em condições nas quais o mecanismo burocrático se encontra desenvolvido haverá a padronização por meio da ordenação jurídica e administrativa. Weber explica que em face às características do modelo de produção capitalista, a burocracia favorece a manutenção da estrutura social por meio da valorização à racionalidade se constituindo num instrumento de poder e dominação. Existem posições favoráveis e contra a teoria da burocracia weberiana. As favoráveis defendem que essa forma de administrar imprime um caráter impessoal, favorecendo a alocação de pessoas em conformidade com suas responsabilidades e competências, além da manutenção de rotinas, que possibilitam racionalizar os processos e redução de atritos. As posições contrárias afirmam que ao incorporarem rigidamente as rotinas, as pessoas acabam se conformando e tendo dificuldades com mudanças, tornam-se frustradas e evasivas, dificultando o processo de relacionamento. Num cenário onde as teorias de Taylor e Fayol enfatizavam sistemas de trabalho racionais e eficientes e a teoria da burocracia de Weber reforçava comportamentos rígidos e processos inflexíveis, começa a se delinear uma abordagem diferente, que enfocava a preocupação com as pessoas e os grupos sociais. Essa abordagem de orientação humanística foi denominada de Teoria das Relações Humanas, que surge pela necessidade de democratizar os conceitos administrativos, pelos estudos efetuados pela psicologia e sociologia e sua aplicação às organizações e pelos resultados da experiência de Hawthorne, coordenado por Elton Mayo. Na realidade, a experiência foi uma pesquisa desenvolvida entre 1927 e 1932 numa fábrica de Western Eletric Company, sediada em Chicago, cujo objetivo era verificar a relação Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 19 de 72 entre luminosidade no ambiente de trabalho e a eficiência dos operários, medida pela produtividade. Em decorrência dos resultados obtidos ao longo da investigação, a pesquisa incorpora outros aspectos tais como a fadiga, acidentes de trabalho, rotatividade de pessoal, relação entre condições físicas e produtividade. Durante a realização da pesquisa muitos resultados eram prejudicados por variáveis de natureza psicológica e os investigadores buscavam eliminá-las, o que prolonga a pesquisa até 1932. Embora a crise de 1929 tenha levado a finalização do estudo, foi possível obter algumas conclusões, tais como: o comportamento individual é influenciado pelo grupo, o nível de produção é determinado pela integração dos operários, os indivíduos são influenciados pelo conteúdo e natureza do trabalho que realizam, os elementos emocionais devem ser considerados no conjunto da organização. Você pode observar que, a Teoria das Relações Humanas muda o enfoque da administração da empresa para um aspecto fundamental, até então negligenciado, que eram as necessidades e motivações dos profissionais, das pessoas. Mas vejamos como essa abordagem influenciou as empresas. Essa abordagem influenciou a administração das empresas, uma vez que reforça a importância do elemento motivacional para o bom desempenho das pessoas e a eficiência no trabalho. As necessidades humanas são satisfeitas nos grupos sociais e a motivação decorre dessas necessidades, influenciando o comportamento dos indivíduos e dos grupos. Essa abordagemcoloca em destaque outros conceitos para as empresas, tais como: motivação, liderança, comunicação, grupos e inter-relações. Outra teoria importante no conjunto das teorias das organizações foi o Estruturalismo. O método estruturalista propõe o estudo dos objetos a partir da construção de modelos mentais que permitam identificar as relações entre os seus elementos que, por sua vez, são identificados por meio do arranjo objetivo dos seus componentes. Você pode se perguntar: mas como identificar uma estrutura? É importante esclarecer que a estrutura é uma abstração apreendida apenas pelo observador do fenômeno e responsável por construir o modelo para explicá-lo, em função dos elementos que o constituem e que são por ele identificados. Na administração, o estruturalismo aconteceu devido a organização de diferentes tipos de empresas, que representavam diferentes tipos de estruturas e que, por isso, precisavam também de uma análise diferenciada. Muitas empresas cresciam, adquiriam maior complexidade impondo novos métodos de análise e, assim como na Teoria das Relações Humanas, a psicologia teve importante colaboração, além da sociologia e antropologia. A perspectiva estruturalista propõe o abandono do exame particular dos objetos a que se consagra. Estuda as estruturas subjacentes ao organizar e ao administrar, formadas pelos elementos que os caracterizam enquanto traços inerentes ao espírito Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 20 de 72 humano. Desconsidera as organizações e as formas de administrar, tomadas como manifestações de outras coisas – como segmento social, agente econômico, ator político, etc. – que não elas mesmas. Seu propósito é a constituição de modelos arquetípicos de todas as organizações e de todas as formas de organizar. (THIRY- CHERQUES; 2006, p.138). Numa perspectiva estruturalista, as organizações se caracterizam por: ter uma divisão de trabalho, apresentarem as relações de poder; definir as atribuições de responsabilidades; ter a possibilidade da substituição das pessoas nas funções. Nesse sentido, a empresa é uma unidade social na qual interagem diversos grupos sociais, entre os quais pode haver tensões. Os teóricos estruturalistas admitem que as tensões são invitáveis, pois nem sempre haverá acordo de interesses entre administradores e trabalhadores. Daí a crítica à ideia de que uma empresa pode ser comparável a uma família feliz. Pode-se afirmar que essa teoria ampliou a perspectiva de interpretar as organizações empresariais, uma vez que inclui diversos elementos – formais e informais - em seu processo de análise, tais como as relações internas e externas da empresa, a atuação dos grupos dentro da empresa, os impactos das recompensas, dentre outros. A Teoria Comportamental representa uma nova abordagem na empresa, uma vez que propõe o abandono das posições prescritivas e a adoção de abordagens explicativas, enfatizando as pessoas no contexto organizacional. Como você pode observar, essa teoria remete ao comportamento do indivíduo no trabalho, uma vez que com o objetivo de explicar o comportamento organizacional, ela se fundamenta no comportamento individual e, nesse aspecto, a motivação desempenha importante papel. Nessa abordagem, a ênfase é na compreensão das necessidades humanas e no comportamento, buscando utilizar a motivação para melhorar a qualidade do trabalho e das relações dentro das empresas. (CHIAVENATTO, 2003). Muitos princípios são parecidos com a Teoria das Relações Humanas, pois ela advém de um grupo de teóricos que passaram a discordar, principalmente, que a satisfação do trabalhador seria responsável por sua eficiência. A base da teoria é o Behaviorismo que, no âmbito da empresa, defende a necessidade de conhecer inicialmente as necessidades humanas para que se tenha condições de compreender o comportamento e a motivação. Somente dessa forma, seria possível utilizar a motivação como um instrumento de melhoria da qualidade do trabalho. Um dos principais teóricos a tratar da motivação foi Maslow2. Ele afirmava que as necessidades humanas estão organizadas em níveis hierárquicos em cuja base se encontram as necessidades fisiológicas do ser humano e no topo as necessidades de auto realização. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 21 de 72 Essa forma de organização ficou conhecida como a pirâmide de Maslow contendo as principais necessidades dos seres humanos: • Necessidades Fisiológicas: nível mais baixo das necessidades humanas. A alimentação (fome e sede), o sono e repouso (cansaço), o abrigo (frio ou calor), o desejo sexual. • Necessidades de Segurança: busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga e o perigo. • Necessidades Sociais: necessidade de associação, de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor. 2Abraham Harold Maslow, psicólogo americano que se tornou famoso pela construção da teoria a respeito da hierarquia das necessidades humanas. Nasceu em 1908 e morreu em 1970 deixando vasta obra na área da psicologia. • Necessidade de Estima: auto-apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de respeito, de status, prestígio e consideração, adequação, confiança perante o mundo, independência e autonomia. • Necessidade de Auto-realização: são consideradas as mais elevadas, uma vez que envolve o desejo de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de auto desenvolver-se continuamente. Essa caracterização é encontrada em VAROLLO(2011) a partir da análise da teoria de Maslow. O autor acrescenta que, na concepção de Maslow, a busca da satisfação das necessidades mais altas da escala, só ocorrerão na medida em que os localizados na base estiverem realizados. Você acha que a motivação é um ingrediente importante para a qualidade do trabalho? Essa teoria lançou as bases para a constituição da Teoria do Desenvolvimento Organizacional, cujas origens estão vinculadas a alguns aspectos: necessidade de promover uma mudança com maior flexibilização organizacional – uma vez que as mudanças não dependem apenas de treinamentos, mas de uma proposta de mudança em toda a organização –, o aspecto motivacional deve ser considerado, a partir de estudos sobre comportamentos grupais, visando melhorar essas relações e o fato de o mundo se transformar mais rápido, incluindo novos conceitos de homem, de poder, do papel das inovações sobre as empresas. Chiavenatto (2003, p.380) explica que Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 22 de 72 “[...] foco principal do DO está em mudar as pessoas, a natureza e a qualidade de suas relações de trabalho. Sua ênfase está na mudança da cultura da organização. Em princípio, o DO é uma mudança organizacional planejada”. O autor acrescenta que as características do DO são: • focalização na organização como um todo; • orientação sistêmica; • agente de mudança; • solução de problemas; • aprendizagem experiencial; • processo de grupos e desenvolvimento de equipes; • retroação; • orientação contingencial; • desenvolvimento de equipes; • enfoque interativo. (CHIAVENATTO, 2003). O enfoque principal da Teoria do Desenvolvimento Organizacional está na aplicação de técnicas comportamentais para aumentar a eficácia da empresa, auxiliando as pessoas a enfrentarem as mudanças, melhorarem as relações e desenvolverem a capacidade de resolução de problemas. Você observa que essas teorias dão valor à compreensão do papel do indivíduo nasorganizações. A Teoria Contingencial é decorrente da Teoria Sistêmica e busca analisar a influência dos fatores externos sobre a empresa, principalmente o mercado e as mudanças tecnológicas. Essa abordagem deixa claro que administrar não pode ser considerado como uma ciência exata. Os fenômenos que ocorrem em uma empresa dependem de outros fatores mais abrangentes e nem sempre podem ser mudados, por isso à elas cabe compreendê-los e monitorá-los. É importante esclarecer que não se trata de uma troca entre a empresa e o ambiente externo – como estabelece a teoria sistêmica – mas da análise da influência desses fatores sobre o desempenho e o comportamento da empresa, compreendendo por ambiente externo como os elementos que mesmo fora da organização são considerados relevantes para a realização de suas operações. “A teoria da contingência procura focalizar o comportamento organizacional observável e o ambiente externo, uma vez que o comportamento organizacional é uma função de suas consequências contingentes”. (CHIAVENATTO, 1979, p.29). Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 23 de 72 A abordagem Sóciotécnica tem seu modelo de análise baseado na otimização dos sistemas técnicos e nos sistemas sociais no âmbito empresarial. Sua influência é a Teoria Geral dos Sistemas em que as organizações devem ser vistas como sistemas abertos que mantém intercâmbio com o ambiente, adaptando-se para terem condições de sobrevivência e garantir a ordem no sistema. A análise da Escola Sócio-Técnica do ponto de vista do ser humano, é tão ou mais importante quanto a do ponto de vista organizacional. A adoção da perspectiva sócio-técnica tende, relativamente à adoção dos princípios da burocracia taylorista- fordista, a provocar um maior desenvolvimento e integração, psicológica e social, dos indivíduos. Tende ainda a orientar a produção e o consumo segundo as necessidades e valores dos indivíduos. Ao mesmo tempo em que privilegia uma qualificação não fundamentada em saber formal ou na automação, essa perspectiva leva à participação e a uma autonomia responsável, baseada em conhecimento técnico e relacionamento humano. (BIAZZI JR, 1994, p.37). O sistemismo é a crença segundo a qual todo sistema complexo pode ser compreendido a partir das propriedades de suas partes. O pensamento sistêmico é contextual, de tal modo que para se compreender alguma coisa é preciso conectá-la a um contexto maior. A teoria foi desenvolvida por Ludwig Von Bertalanffy, no início do século XX e sua perspectiva era a de que ela pudesse ser aplicada a fenômenos semelhantes, ainda que inseridos em áreas específicas do conhecimento. É uma teoria geral cujos princípios seriam válidos para diferentes áreas Científicas. Dentro da teoria, o conceito de sistema é de fundamental importância e pode ser compreendido como um grupamento que possui certo grau de organização, composto por um conjunto de elementos que estão em constante interação e cujo objetivo principal é transformar os insumos obtidos do ambiente em produtos, a fim de serem devolvidos para esse ambiente. Um aspecto importante nessa abordagem é que mesmo não havendo condições de compreender toda a realidade, se houver a compreensão entre os fenômenos e sua essência, poder-se-á intervir na realidade. A definição é abrangente a ponto de identificar como sistema uma máquina, um ser humano, ou uma organização, o que nos conduz imediatamente a um mundo de sistemas, ou, segundo a afirmação de Bertalanffy, à conclusão de que os sistemas estão em toda parte.(PIZZA JUNIOR, 1986, p.77). Nessa abordagem as características individuais são consideradas como aspectos relevantes, as crenças, valores e a forma como dos sujeitos se relacionam, além de afirmar que as suas necessidades e expectativas influenciam suas motivações, bem como a forma de trabalho e o conteúdo da tarefa que desempenham. Esses sujeitos constituem o subsistema social que juntamente com o subsistema técnico se Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 24 de 72 relacionam e precisam ser otimizados de maneira conjunta para que se alcance os objetivos da empresa, mas também o desenvolvimento dos sujeitos. O que se observou, especialmente a partir da década de 1980, foi a difusão de modelos que visem a superação daqueles baseados na matriz taylorista/fordista, principalmente considerando a maior participação dos funcionários nos processos de decisão. Contudo a contradição ainda permanece, uma vez que a base disso é a relação capital/trabalho e os conflitos disso decorrente. Ribeiro (2010) é uma das teóricas que analisa as Teorias das Organizações e destaca a importância do paradigma interpretativo, que define como o mais adequado. Vejamos melhor quais os pressupostos desse paradigma. A abordagem interpretativa compreende as organizações como um espaço, um ambiente, que embora tenha processos e sistemas, depende das pessoas que buscam dar sentido à sua vida e as tarefas que desempenham. Não se trata, portanto, de mera questão instrumental a que envolve o fazer dos indivíduos, mas de uma questão sociológica e psicológica. Esse paradigma defende a importância de compreender as organizações a partir da percepção de todos os indivíduos como atores que fazem parte, direta ou indiretamente dessa organização. A autora Ribeiro (2010) faz a análise do paradigma interpretativo em oposição ao paradigma interpretativo, que adota uma forma de abordagem objetivista. Ela explica que esse paradigma “[...] tende a assumir que a realidade social é composta de fatos e relacionamentos que podem ser identificados, estudados e, principalmente, medidos por meio das abordagens próprias das ciências naturais.” (RIBEIRO, 2010, p. 91). Esse tipo de abordagem, quando aplicado às ciências sociais tende a buscar formas de análise que não considera os aspectos subjetivos ou as características de imponderabilidade dos fenômenos, especialmente quando se trata de seres humanos. As empresas são compostas de máquinas, equipamentos e processos técnicos, mas fundamentalmente de pessoas e, ainda que haja uma busca por diminuir a ação humana em muitas etapas desses processos, já está comprovado que não há como fazê-lo. São os seres humanos que criam, intervém, modificam, transformam e tornam os processos muito mais construtivos e criativos. Portanto, uma análise que não considere essas variáveis ou que busque quantificá-las, não conseguirá contribuir com a análise das empresas de modo a buscar melhores maneiras para o seu desenvolvimento. Um aspecto destacado pela autora é em relação a análise das organizações substantivas, que são aquelas constituídas por sujeitos que se reúnem em torno de ideais, cujas práticas estão pautadas em princípios organizacionais independentes Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 25 de 72 de funções burocratizadas. A partir de pesquisa, realizada na Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia, foram identificados os principais aspectos relacionados às organizações substantivas: Principais itens Caracterização Princípios norteadores Valorização tanto da individualidade quanto da ação coletiva, revelando a busca de equilíbrio entre ser humano e organização. Aceitação do conflito e busca da negociação. Relacionamento entre os membros da organização Há uma intencionalidade coletiva para que o trabalho seja uma atividade prazerosa, havendo participação efetiva de cada um na organização. Reflexão sobre a organização A avaliaçãovisa o planejamento de ações a longo prazo, mas que considerem as políticas do cotidiano. Hierarquia A hierarquia está presente, porém há relativa neutralização desse aspecto em função da valorização das relações interpessoais. Critérios para escolha/aceitação dos membros da organização Há uma preocupação em articular os valores pessoais e os coletivos com disponibilidade para a realização das tarefas. Veiculação de informações e processo decisório As informações são veiculadas livremente com a prática da divisão de tarefas. Autoavaliação Com a valorização dos aspectos subjetivos. Aferição do rendimento individual A perspectiva de rendimento individual é vista de forma diferenciada não sendo realizada de forma sistemática. Satisfação do usuário Há uma preocupação com o resgate da condição humana, com respeito à individualidade e afetividade. As teorias devem servir de referência para que o pedagogo em sua atuação possa, frente às instabilidades, ter as habilidades conceituais necessárias e se constituir num agente de mudanças e de inovações. Atualmente, a questão do conhecimento tem estado no cerne das preocupações das empresas levando-as a defender o capital intelectual como um importante patrimônio. Disso decorre a importância da aprendizagem organizacional e o papel que o pedagogo pode desempenhar nesse processo. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 26 de 72 Alienação: Significa alheio, sem compreensão dos acontecimentos sociais. É a incapacidade de o indivíduo pensar por si mesmo, a partir das suas próprias análises e reflexões. Karl Marx utilizou esse termo para explicar como no processo de trabalho na sociedade capitalista, o produto do trabalho não é reconhecido pelo trabalhador, tornando-se algo estranho. No processo de alienação o ser humano deixa de ter o domínio de si mesmo e falta-lhe a consciência para analisar a realidade que o cerca. Revolução Industrial: Foi o processo de desenvolvimento do modo de produção capitalista, que substituiu a força humana pelas máquinas, e que afetou profundamente a sociedade. A qualidade das relações de trabalho se transformou uma vez que, se antes os artesãos elaboravam os produtos manufaturados dominando as etapas do processo de trabalho, com a introdução das máquinas automatizadas houve a especialização das tarefas e, assim, eles passaram a dominar apenas uma parte do processo. Com isso, o trabalhador não tinha mais o controle do que produzia e passa a receber um salário para realizar uma função dentro do processo produtivo, que nunca corresponderá ao valor do que produziu. Estrutura: É um conjunto no qual as partes que o formam se relacionam de forma dinâmica. Embora dentro da estrutura existam os fenômenos individuais, estes se relacionam de tal forma que os seus elementos dependem uns dos outros. A relação entre eles é fundamental para se compreender a estrutura. É importante distinguir estrutura de sistema, pois esse é um modelo dinâmico composto por elementos de entrada, alimentação, saída. “Mas no contexto do estruturalismo, estrutura tem uma definição precisa: a estrutura é um modelo explanatório abstrato, que descreve propriedades relacionais entre elementos”. (RUNCIMAN apud THIRY-CHERQUES, 2006, p.142). Motivação: É compreendido como aquilo que impulsiona a ação de um indivíduo, dando impulso a um comportamento específico. Também pode ser interpretada como o conjunto de fatores que determinam a conduta do indivíduo. A ação pode ser provocada por uma determinação externa ou interna. Os fatores motivacionais influenciam diretamente o comportamento dos indivíduos e, também, o seu desempenho sendo o conjunto fatores quem determina a conduta do indivíduo. Paradigma Interpretativo: No âmbito das ciências sociais compreende as teorias que consideram a necessidade da análise dos fenômenos para além de sua aparência objetiva e constatável a partir da quantificação ou verificação rigorosa. Nessa abordagem a subjetividade se constitui num aspecto fundamental e necessário na análise dos fenômenos e a forma como os sujeitos compreendem e interpretam as coisas é parte fundamental uma vez que a realidade é compreendida como o compartilhamento de significados fundamentais. Andrade e Tanaka (2001, p. 60) Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 27 de 72 explicam que: O paradigma interpretativo, subjetivista, orienta-se pela tentativa de compreender o mundo tal como ele é percebido e vivido; compreender a natureza fundamental do mundo social, ao nível da experiência subjetiva. Procura explicações no terreno da consciência individual e da subjetividade, na perspectiva dos participantes e não na dos observadores da ação. Tem como representantes maiores Dilthey, Weber, Husserls, Schutz, Heidegger, Witengenstein e Gadamer. O conhecimento tem sido assinalado como um dos grandes fatores de desenvolvimento econômico, de tal modo que muitos autores afirmam que ele é elemento substancial para as mudanças no mundo contemporâneo. Disso se depreende que o conhecimento é o diferenciador na atividade produtiva, sobrepondo até as matérias primas. Muito tem se falado e escrito sobre a sociedade do conhecimento, mas como você a compreende? De que forma esse conhecimento é disseminado? Pode-se dizer que as empresas produzem conhecimento? Vejamos inicialmente o que seja a sociedade do conhecimento. A sociedade do conhecimento pode ser compreendida como aquela que reconhece no conhecimento fator de desenvolvimento e fator estratégico de riqueza. Muitos autores afirmam que a sociedade industrial facultou alguns elementos para estruturar a sociedade do conhecimento, porém existem diferenças entre elas. Por exemplo, no que diz respeito ao desenvolvimento econômico na sociedade industrial, o fator determinante é o acúmulo de capital e na sociedade do conhecimento, embora esse fator seja importante, o aspecto diferenciador é o conhecimento científico e tecnológico. O conhecimento, nada mais é do que um processo próprio do ser humano de aprender e vir a conhecer algo que lhe era estranho, ou seja, é um processo de apreensão do mundo que o rodeia. Pode-se, então, em função de se viver em uma sociedade capitalista, admitir que existem dois tipos de conhecimentos produzidos pela sociedade: - os conhecimentos científicos (produzidos, hipoteticamente, para atender as necessidades da sociedade); e Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 28 de 72 - os conhecimentos técnicos ou tecnológicos (produzidos para atender as necessidades exclusivas da indústria e dos modos de produção). Portanto, pode-se presumir que ambos os conhecimentos produzidos – os científicos e os tecnológicos, são de grande importância social, econômica e cultural. (SHIGUNOV NETO; TEIXEIRA, 2006, p.224). A informação e os meios para sua difusão estão no cerne da sociedade do conhecimento, a internet favorece um novo modelo de comunicação de forma, no qual quanto maior a interconexão de computadores, maior potencial de construção coletiva do conhecimento e de produção de uma inteligência coletiva. O impacto disso sobre a sociedade e as empresas é algo antes nunca visto, pois a transitoriedade torna-se marca presente, o que interfere na maneira de as pessoas se relacionarem e construírem suas expectativas em relação ao futuro, assim como exige das empresas a agilidade necessária para a adaptação e as respostas frente às novas demandas que são construídas. A flexibilização dotrabalho, o desemprego, o aumento do tempo livre, a degradação ambiental proveniente do uso desordenado dos recursos naturais, a globalização, todos esses processos impõe a necessidade de se refletir sobre as formas de produção da vida material, com vistas a buscar alternativas humanizadoras, que representam conhecimentos que permitam novas formas de interpretação e solução. O conhecimento pode ser compreendido, no âmbito das empresas, como capital intelectual ativo, daí a importância de saber geri-lo, disseminá-lo e transformá-lo. Nesse sentido, é necessário aos gestores a criação de formas que permitam a construção de um ambiente favorável à produção e compartilhamento do conhecimento. Informação e conhecimento se constituem em recursos fundamentais para o sucesso das empresas, podendo ser gerenciados com vistas a favorecer as decisões e consecução dos seus objetivos. Vale destacar que as informações (que podem ser entendidas como “dados”) são pré-requisitos para a construção de conhecimentos, mas ser bem-informado não significa que se tenha conhecimentos ou que se saiba construir ou aplicar conhecimentos. A transformação de uma informação em conhecimento ocorre na medida em que ela ganha significado em função das respostas que oferece e ao contexto no qual ocorre. Acessar informações não significa que se construiu conhecimento, uma vez que o conhecimento deve oferecer respostas aos problemas e se serve de um conjunto de informações, para então ligá-las dando lhes sentido. Com isso, você pode observar que o fato de acessarmos informações, mesmo no contexto da empresa, não quer dizer que estamos acessando ou produzindo Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 29 de 72 conhecimentos. O conhecimento só é construído na medida em que pode ser aplicado ou responde a situações ou desafios, dentro de um determinado contexto. Autores afirmam que existem dois tipos de conhecimento organizacional: o tácito e o explícito. • o formato tácito, conhecimento subjetivo; habilidades inerentes a uma pessoa; sistema de ideias, percepção e experiência; difícil de ser formalizado, transferido ou explicado a outra pessoa; • o formato explícito, conhecimento relativamente fácil de transferir e reutilizar; formalizado em textos, gráficos, tabelas, figuras, desenhos, esquemas, diagramas, etc., facilmente organizados em bases de dados e em publicações em geral, tanto em papel quanto em formato eletrônico. (SILVA,2004, p.145). O conhecimento explícito pode ser mais facilmente aproveitado no interior das empresas. A grande dificuldade está na transformação do conhecimento tácito em explícito, principalmente em torná-lo aproveitável para o desenvolvimento empresarial. Um dos grandes desafios da gestão do conhecimento nas empresas é, justamente, aproveitar esses dois tipos de conhecimentos. Porém converter o conhecimento tácito em proveito para a empresa ainda representa um desafio maior. Shigunov Neto e Teixeira (2006, p.228) explicam que: O conhecimento tácito dos indivíduos é formado intencionalmente ou contingencialmente. Intencionalmente, através de educação formal, cursos, leituras e interesse próprio do indivíduo em adquirir determinados tipos de conhecimento. Contingencialmente, pela sua participação em trabalhos, determinados pela empresa, em que ele é designado pelo reconhecimento de seu conhecimento ou pela disponibilidade de sua capacidade manifestada pelo cargo que ocupa no momento em que a empresa necessita dele. Trabalhar com a construção do conhecimento será possível somente num ambiente no qual haja a conexão e conversão entre os tipos. Para a criação desse ambiente, uma das melhores formas é oportunizar a troca de experiências que pode ser feita de maneira espontânea ou dirigida - por exemplo em encontros realizados na empresa. Os talentos individuais devem ser valorizados e criadas situações em que ocorra o compartilhamento de conhecimento e de experiências. Outro aspecto bastante importante é a capacidade de aprendizagem tanto pelos funcionários, individualmente, quanto pela empresa como grupo social. Silva (2004) destaca que uma organização de aprendizagem é aquela na qual os indivíduos têm a capacidade de criar, adquirir e disseminar conhecimentos e propiciar a mudança de comportamentos. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 30 de 72 Há que se destacar que a organização deve ter clareza em relação ao tipo de conhecimento necessário para o atendimento aos seus objetivos, as necessidades dos clientes e, nesse sentido, é importante os conceitos de visão estratégica e competências essenciais. Por visão estratégica se compreende aquilo que a organização pretende alcançar e que representa sua aspiração de futuro. A competência essencial – ou core competence – de uma empresa representa os conhecimentos implícitos e que significam sua vantagem competitiva, são suas competências distintivas, que lhe conferem uma vantagem em relação às concorrentes. A gestão do conhecimento na empresa deve estar assentada num conjunto de diretrizes, relacionadas e articuladas aos processos de negócios que considere as condições para a construção, apropriação, transformação e utilização do conhecimento. Leonard (apud SILVA, 2002) destaca quatro atividades relacionadas que considera como chaves para o desenvolvimento do conhecimento organizacional: Compartilhamento da tarefa de solução de problemas. As habilidades individuais precisam ser contrabalanceadas num processo de confrontação construtiva num ambiente em que não existam barreiras, que favoreçam metodologias e estilos cognitivos diferentes, sendo fundamental alguém com habilidade para conduzir esse processo. Implementação e integração da solução em desenvolvimento no ambiente em que será utilizado. Destaca o tipo de envolvimento do cliente no desenvolvimento de um projeto, que pode ser desde nenhum envolvimento até a responsabilidade total, cabendo aos projetistas apenas a execução. São possibilidades diferentes de intercâmbio de conhecimentos. Clima que tolere e mesmo encoraje a experimentação e a visualização de soluções por intermédio da criação de protótipos. A avaliação contínua permitirá avaliar os resultados de um projeto, registrando os conhecimentos adquiridos. Falhas e erros devem ser analisados como possibilidades de aprendizagem. Importar e absorver conhecimentos tecnológicos e de mercado. É a atividade mais extensa e que requer a criação de mecanismos de acesso a fontes de conhecimentos tecnológicos e de mercado, que vão desde as empresas, universidades, fornecedores, clientes, consultores e órgãos governamentais de pesquisa. Quadro 1 – Atividades que favorecem a construção do conhecimento organizacional Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 31 de 72 A gestão do conhecimento remete à questão do papel dos indivíduos nas empresas, suas capacidades e competências individuais e do seu papel estratégico. Investir em conhecimento significa estabelecer uma política dentro da empresa para favorecer e estimular esse processo, uma vez que estabelece um ciclo virtuoso de construção contínua de novos conhecimentos, que viabiliza um melhor entrosamento entre as pessoas, além de garantir e manter vantagens competitivas. Quando se trata de construção e compartilhamento do conhecimento, o pedagogo empresarial poderá significar uma liderança e coordenação de propostas que levem em conta a forma mais adequada para favoreceressa conduta. Inicialmente, é importante levantar as fontes de conhecimentos, necessidades e demandas do grupo de indivíduos, em seguida é preciso estabelecer um fluxo entre aqueles que dominam o conhecimento e aquele que é o destinatário do conhecimento a ser compartilhado. Após isso, o que ocorre é a incorporação do conhecimento, que não é feita de maneira mecânica, uma vez que os indivíduos ao entrarem em contato com o objeto do conhecimento, o fazem com os recursos cognitivos que dispõe e isso favorece a transformação criativa do conhecimento. Você constata, por meio desse entendimento, não apenas a necessidade de que o coordenador desse processo tenha conhecimentos sobre o que é o desenvolvimento cognitivo e a construção das redes de aprendizagem, como também fica evidenciado o significado dos indivíduos para as empresas. Assim, se os processos técnicos são fundamentais, os processos sociais e interacionais são determinantes. Desse ponto de vista, você acha que os recursos das tecnologias da comunicação e informação podem se constituir em diferenciais? O uso das redes internet e intranet representam importantes aplicações da tecnologia da informação na gestão do conhecimento e facilitam no encaminhamento de soluções de problemas. A aplicação das tecnologias da comunicação e informação deve estar vinculada aos objetivos da empresa, sendo meios facilitadores para o desenvolvimento e transmissão do conhecimento. As tecnologias da informação estiveram no início de sua utilização pelas empresas, muito vinculadas ao processamento de dados com vistas a oferecer suporte para as decisões gerenciais. Mais recentemente, sua aplicação é ampliada, uma vez que passa a ser suporte para a construção e difusão do conhecimento, por meio de sistemas os mais diferenciados, tais como inteligência artificial, cruzamento de dados para gerar informações e representação do conhecimento para favorecer a tomada de decisões. Efetivamente, a utilização das tecnologias da informação representa hoje, para as empresas, um diferencial na gestão do conhecimento. Um exemplo disso são os recursos multimídia que facilitam a interatividade em sua utilização de maneira individual ou coletiva. Por seu intermédio, é possível acessar o conhecimento Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 32 de 72 acumulado pelo conjunto da empresa, facilita a criação de grupos de discussão e serve até como ferramenta de treinamento virtual. As estratégias empresariais para promover a construção do conhecimento visam também melhor gerir o capital intelectual. Vejamos como isso acontece. As transformações econômicas ocorridas nos últimos anos, ao tempo em que oportunizou a abertura de novos mercados, também gerou uma grande quantidade de concorrentes. Isso impôs um desafio para as empresas para se manterem de maneira competitiva no mercado. A capacidade de responder aos desafios se torna um dos valores importantes e isso está assentado na capacidade da empresa construir formas criativas de atender às demandas da própria imprevisibilidade dos mercados. Esse tipo de resposta vem do conhecimento, da inovação, da criatividade e inventividade das pessoas que compõe a empresa. Considerando que o conhecimento vem se tornando a riqueza mais valiosa das empresas, as análises fundamentadas, apenas nos sistemas contábeis, têm se mostrado insuficientes, uma vez que revelam apenas os custos sem demonstrar o valor que está na habilidade humana e na sua capacidade de aprendizagem. Vaz et al (2015, p.76) sistematiza em um quadro várias definições de capital intelectual, nas quais identifica-se como aspectos comuns: o conceito de capital intelectual se refere ao conhecimento existente em uma organização, ativo intangível da empresa, capacidade de criação, recursos oriundos do conhecimento, mas que não aparecem nas planilhas financeiras da empresa, conjunto de valores, habilidade de inovação da qual depende o futuro e capacidade de manutenção de uma empresa. Dessas considerações se depreende que o capital intelectual proporciona o desenvolvimento da organização, uma vez que os ativos responsáveis por gerar valor não são apenas os tecnológicos e materiais, mas também os intangíveis baseados no conhecimento. A maior parte dos teóricos da área da gestão do capital intelectual identifica como seus elementos: o capital humano, o capital relacional – ou capital de clientes e o capital estrutural. O capital humano compreende os conhecimentos, as habilidades os saberes dos indivíduos que atuam em uma organização; o capital estrutural compreende a infraestrutura existente na organização e apoia o capital humano; o capital relacional se refere ao relacionamento estabelecido com pessoas e outras organizações para as quais se vende serviços e produtos, sendo um tipo de relação diferente daquela estabelecida com os funcionários da empresa. O incentivo ao capital intelectual tem sido a tônica de muitas empresas que buscam por inovações de produtos e processos. Vale destacar que ele envolve três aspectos bem distinguidos por Almeida e Hajj (1997 apud WERNKE; LEMBECK; BORNIA, 2003, p.18): o primeiro é que esse capital excede o valor dos ativos demonstrados nos Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 33 de 72 balanços das empresas, o segundo é que os resultados financeiros decorrem do capital intelectual e o terceiro é que ele é a fonte de renovação e de inovações. Os autores acrescentam que: O crescimento do capital humano – por meio da contratação, treinamento e educação – é uma “mala vazia” se não puder ser explorado. Isto requer uma estrutura de ativo intelectual, tal como um sistema de informação, conhecimento de canais de mercado, relacionamento com clientes, e um foco gerencial para tornar o know-how individual uma propriedade do grupo. (ALMEIDA; HAJJ, 1997 apud WERNKE; LEMBECK; BORNIA, 2003, p.18, grifo nosso). Um dos grandes desafios das empresas é a mensuração do capital intelectual, ou na medida em que é intangível, cabe às empresas encontrarem meios para demonstrar sua representatividade à prova de qualquer contestação. O ideal é que a gestão contábil das empresas tenha registrado todos os recursos que representam a sua riqueza e o pedagogo empresarial pode ser o mediador desse processo, na medida em que estiver na coordenação das políticas de formação e aproveitamento dos recursos humanos. Vale destacar que essa é uma questão controversa uma vez que muitos compreendem o capital humano como pertencente ao próprio indivíduo, que é utilizado pela empresa. Porém ele pode ser estimulado e incentivado por meio de formações e treinamentos proporcionados pela empresa e que representam formas de investimentos. Algumas considerações acerca do conceito de capital humano são fundamentais para que você melhor compreenda como ele surge e se desenvolve. Esse conceito ganha destaque, principalmente, a partir dos estudos de Theodoro Schultz (1973) que ao analisar as relações entre capital e trabalho, verifica a inadequação dos preceitos existentes à época para explicar os acréscimos que ocorriam na produção. Para o autor, os investimentos feitos pelos indivíduos em sua própria formação influenciavam grandemente o crescimento econômico, de maneira que o processo de formação resultante de um investimento em educação se constituía em capital humano. Ele afirma que a instrução torna-se um investimento, uma vez que resulta em aumento da produtividade à semelhança de qualquer outro investimento feito na produção. Schultz define o capital humano como o montante de investimentos que o indivíduo – ou a empresa e até mesmo a nação – faz a partir da expectativade obter retornos adicionais futuramente. Nesse sentido, a solução para os problemas da desigualdade oriundos do modelo capitalista seria a educação. A tese é a de que os países que tivessem maiores investimentos em educação teriam maiores chances de alcançarem o desenvolvimento. E os indivíduos poderiam como resultado desse investimento terem melhores salários e, por conseguinte, melhores condições de vida. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 34 de 72 Na visão de Schultz, investindo em educação, os indivíduos ampliam o seu raio de escolhas, pois à medida que o mercado de trabalho se torna cada vez mais restritivo e concorrencial, os indivíduos mais bem preparados e instruídos terão um leque maior de escolhas profissionais. O processo de aquisição de educação é um insumo importante tanto para o indivíduo quanto para o setor produtivo. Para o indivíduo, porque eleva os rendimentos pessoais; para o setor produtivo, porque gera eficiência e aumenta a produtividade. (SANTOS, 2008, p.21). Em que pese a importância da educação para o desenvolvimento de uma nação, autores como Gaudêncio Frigotto (2009) esclarecem que no Brasil a concentração de renda não pode ser explicada somente pela formação e capacitação individual, uma vez que o desemprego ainda persiste. Portanto sem crescimento econômico sustentado, com vistas a criação de novos postos de trabalho, a formação e qualificação não têm condições de melhorar as condições de vida. Contudo, as empresas na atualidade valorizam cada vez mais os funcionários com maior formação, uma vez que influenciam positivamente no desenvolvimento da empresa pela capacidade de oferecer respostas com agilidade e competência. A experiência ainda desempenha um papel importante na capacidade de oferecer soluções de maneira eficiente e, quando aliadas a uma rica formação inicial e continuada, possibilita também uma postura eficaz frente aos desafios. As empresas investem cada vez mais na formação dos funcionários, por meio de programas que visem atender os seus objetivos e necessidades. Conforme explica Ribeiro (2010), um dos desafios é a proposição de estratégias de formação que melhor contribuam para a qualificação dos profissionais com vistas a atingir habilidades mais amplas, superando os métodos tradicionais centrados apenas na transmissão de conhecimentos. Considerando que a formação nos aspectos técnicos e específicos são fundamentais para garantir o bom desempenho de cada setor, o equilíbrio está na constituição de uma cultura da aprendizagem voltada para experiências significativas, nas quais os diferentes métodos possuem validade didática a depender do contexto no qual são utilizados e conforme os objetivos a serem alcançados. Essa formação requer a presença do profissional que possa contribuir com conhecimentos sobre aprendizagem principalmente de adultos, ou seja, conhecimentos sobre a cognição. Ribeiro (2010, p.24) explica que: O pedagogo que atua na empresa precisa ter sensibilidade suficiente para perceber quais estratégias podem ser usadas e em que circunstâncias para que não desperdice tempo demais aplicando numerosos métodos e, com isso, percam-se de vista os propósitos tanto da formação quanto da própria empresa. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 35 de 72 Os métodos precisam estar assentados em concepções de aprendizagem que considerem a importância do desenvolvimento das habilidades de solução de tarefas complexas, desenvolvimento da capacidade de aprender colaborativamente e com autonomia. O trabalho na empresa requer do pedagogo uma postura diferente em relação ao processo de ensino e aprendizagem. A autonomia e a independência são metas a serem alcançadas, porém o processo é planejado pelo pedagogo, que buscará as formas mais convenientes para favorecer a aquisição dessas competências pelos funcionários. Embora isso aconteça é importante frisar que o enfoque da aprendizagem pela experiência exige do pedagogo uma postura mais flexível frente aos métodos, o que não significa espontaneísmo, nem falta de objetividade. Nesse sentido, cabe privilegiar aprendizagens em equipe, o que favorece a troca de experiências e o compartilhamento de saberes, além de possibilitar a construção do conhecimento por meio de técnicas, que favoreçam a reflexão e análise de situações práticas. Essas práticas refletem uma concepção da organização, no que se refere ao processo de formação dos funcionários, com base na valorização do conhecimento e seu reconhecimento como fator decisivo para a garantia de crescimento da empresa. A empresa transforma o aprender em parte integrante das suas políticas numa “pedagogização das ações organizacionais”, conforme explicações de Ribeiro (2010). A autora acrescenta que isso se constituirá em ações tais como: [...]estimular e desenvolver cada vez mais a capacidade de auto-organização e desenvolvimento de seus empregados, motivar, admitir e coordenar todos os seus setores; ultrapassar a ideia de que pode apenas ‘confiar’ no trabalho, independentemente de ações de formação e aperfeiçoamento. (RIBEIRO, 2010, p.32). Nessa perspectiva, não cabe mais um instrutor, mas sim um assessor para assuntos de processo de formação e desenvolvimento organizacional, que pensará numa perspectiva mais ampla em relação à empresa e aos seus objetivos. Em face às considerações sobre o trabalho do pedagogo na empresa, cabe analisar o perfil mais adequado para esse profissional. Três características se destacam: o trabalho em equipe, a direção de grupos e capacidade de análise coletiva de situações complexas. O quadro a seguir sintetiza essas características: Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 36 de 72 Competências Descrição Trabalhar em equipe Compreensão da cooperação como valor profissional e o desenvolvimento da regulação como elementos articuladores do grupo, com vistas a favorecer o equilíbrio do grupo por meio de oportunidades de expressão para todos os membros da equipe. Dirigir um grupo de trabalho, conduzir reuniões Significa ir além da capacidade de construir, seguir uma pauta e dar oportunidade de fala para todos os participantes. Deve dar capacidade de liderança com a facilitação da participação. Para isso é requerido o conhecimento sobre o comportamento humano e conhecimentos técnicos sobre a condução de reuniões. Enfrentar e analisar em conjunto situações complexas, práticas e problemas profissionais. A clareza sobre os reais desafios dos conflitos que surgem é uma das formas para se lidar de maneira objetiva com os problemas dos funcionários em relação à empresa, visando a estabilidade, serenidade e bem-estar das pessoas que a compõem. Quadro 2 – Competências essenciais ao pedagogo empresarial Para o desenvolvimento de situações favoráveis à construção do conhecimento nas empresas, em virtude da importância que isso tem adquirido, ao pedagogo cabe um papel importante no qual ele se identifique como um mediador importante no processo de formação humana e construção das bases para uma empresa que aprende e, nesse sentido, tem a capacidade de se renovar. Uma empresa criativa é aquela que aceita as mudanças, incorpora novas ideias, compreende o papel educativo do erro. Nesse sentido ao pedagogo caberá uma tarefa de peso não apenas como coordenador de muitas etapas desse processo, mas como partícipe construtivo. Você pode constatar que é impositiva a necessidade de uma nova concepção de gestão,de formação e de construção do conhecimento. Ao se tratar da importância do conhecimento para as organizações, há que se destacar a importância da empresa tornar-se uma organização que aprende. O aprendizado, portanto, é parte constituinte do modo de ser e de se organizar as práticas empreendidas pela empresa. Riche e Monte Alto (2001, p. 37) explicam que as organizações que aprendem são: [...] formadas por pessoas que expandem, continuamente, a sua capacidade de criar os resultados que desejam, onde se estimulam padrões de comportamento novos e abrangentes, a aspiração coletiva ganha liberdade, e as pessoas exercitam-se, continuamente, em aprender juntas. Essas organizações só podem ser construídas Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 37 de 72 quando entendermos que o mundo não é feito de forças separadas e que, no mundo de hoje, a capacidade de aprender contínua e rapidamente é a única vantagem competitiva sustentável. A equipe que aprende de maneira compartilhada logo compreende que somente alinhando os processos e desenvolvendo a capacidade de agir coletivamente é que se pode criar resultados que seus membros realmente desejam alcançar. Isso exige esforço, disciplina e autorreflexão constante, mas antes de tudo, representa uma concepção de gestão da empresa que se situa no mundo cada vez mais complexo e que compreende que as pessoas são a sua maior riqueza. Flexibilização do trabalho: Por flexibilidade se compreende aquilo que é maleável. Quando se aplica à situação produtiva representa as mudanças que se operam nas empresas a partir da incorporação das novas tecnologias da comunicação e informação. Vincula-se dentre outros aspectos contextuais, a mudanças na estrutura das organizações, a introdução de novas técnicas gerenciais, adoção das novas tecnologias denominadas de tecnologias “flexíveis” mais adequadas a uma nova concepção de trabalho, em que o envolvimento dos trabalhadores se constitui como elemento necessário. É exigido um novo perfil de trabalhador que seja mais adaptado às mudanças rápidas, que busque de forma autônoma para responder aos problemas que podem ocorrer no processo produtivo. Isso impacta na forma de organização do trabalho, uma vez que supõe novas competências para o trabalhador que precisar ser mais ágil para realização de qualquer tarefa. Isso decorre da opção por padrões mais flexíveis de produção em conformidade com as necessidades da reorganização do capital assentadas na lógica de acumulação. O desenvolvimento das tecnologias implementa o processo produtivo, impõe uma nova lógica na organização do trabalho, exige a qualificação do trabalhador, estabelece a flexibilização nos contratos de trabalho e enfraquece o poder sindical. Os padrões flexíveis do trabalho ampliam as práticas tais como a subcontratação ou terceirização. Visão estratégica: Significa estabelecer um plano visando o futuro almejado, estabelecendo ações no presente para o seu alcance. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 38 de 72 Por visão pode-se compreender como a antecipação do que se pretende alcançar dentro de um determinado período de tempo. A estratégia significa criar as condições para que se alcance o que se pretende, com as decisões mais adequadas em face às condições objetivas e o que se estabeleceu como metas. Core competence: São as competências diferenciais de uma empresa que lhe dão vantagens competitivas se constituindo em fatores chave ou recursos internos estratégicos para a sua diferenciação e vantagem frente aos concorrentes. Esse conceito foi criado em 1990 e envolve a aprendizagem coletiva visando a coordenação e articulação das diversas habilidades com um profundo envolvimento do trabalhador com a empresa e adequada utilização dos recursos tecnológicos. Tecnologias da informação: Conjunto das atividades e soluções nas quais se utiliza os recursos das tecnologias computacionais para obtenção, armazenamento, gerenciamento e utilização da informação. Constituem os procedimentos, métodos e ferramentas necessárias para o processamento da informação. Essas tecnologias agilizam a transmissão e comunicação das informações que podem ter o formato de textos, imagens, vídeos e sons. Inovações: Construção de estratégias diferentes das habituais para atingir objetivos. Não se aplica somente a invenção de novos produtos, mas de novos conceitos e metodologias. A construção de uma cultura de inovação tem sido uma das alternativas propostas para as empresas enfrentarem as intempéries do mercado e precisa ter algumas condições para se desenvolver, tais como ausência de obstáculos internos que impeçam novas ideias ou procedimentos. Inovar não é fazer o velho de um jeito novo, mas fazer algo efetivamente diferente do que se costumar fazer. Intangível: Pode-se afirmar que representa tudo o que não pode ser tocado ou percebido. Tudo o que é tangível pode ser objetivamente constatado, por exemplo os bens físicos e materiais de uma empresa. Já os intangíveis não possuem substância física, contudo têm valor econômico. Do ponto de vista contábil os “ativos intangíveis” são aqueles que não têm existência física, é um ativo não monetário identificável e sem substância física, porém devem gerar benefícios econômicos futuros e representam uma aplicação de capital indispensáveis para que a empresa possa atingir seus objetivos. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 39 de 72 Na atualidade as empresas têm sido impulsionadas a abdicarem de estruturas muito rígidas e centralizadas para outros modelos mais flexíveis, nos quais a valorização do indivíduo e do conhecimento por ele produzido é visto como estratégia organizacional. As posturas autoritárias e individualistas, estão sendo substituídas por outras nas quais o fator humano é considerado como a condição central para o sucesso da empresa. Isso implica numa dinâmica organizacional diferenciada, com processos que atendam a esses objetivos, levando em consideração a complexidade interna e externa à empresa. A dinâmica da empresa ocorre dentro de uma estrutura determinada, delineada para atender as suas finalidades, sendo uma ferramenta de controle do seu funcionamento por meio da definição de cargos e hierarquias, planejamento das atividades e construção das relações interpessoais. Muitas são as definições encontradas nos estudos relacionados à área da administração de empresas sobre estrutura organizacional. Um dos autores bastante referenciados pelos seus estudos que envolvem esse tema é Mintzberg1 (1995), que explica a estrutura como o resultado da soma da divisão do trabalho, com a maneira como a coordenação entre as tarefas é realizada. Ele destaca o papel de mecanismos, tais como: a coordenação, o controle e a comunicação. São diversas as teorias que tratam das estruturas organizacionais, não havendo uma única que dê conta de incorporar todas as empresas, uma vez que cada organização buscará a estrutura que melhor permita organizar as atividades em função dos objetivos a serem alcançados. 1 Henry Mintzberg – Autor de vários livros, é canadense formado em engenharia e especialista em estratégia. Os principais temas abordados em suas obras são: a elaboração de estratégias; as formas como os gestores distribuem o tempo e como funcionam os seus processos mentais. Estuda também como são desenhadas as organizações para se adaptarem às suas necessidades. Tornou-se muito conhecido pela frase: "A estratégia nãose planeja, constrói-se”. As estruturas organizacionais, tais como se manifestam na atualidade são frutos de um processo histórico de desenvolvimento, cuja evolução se constituiu em três modelos: o tradicional, o moderno e o contemporâneo. • Os modelos tradicionais em geral são muito burocráticos, enfatizam a praticidade e a mecanização das tarefas. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 40 de 72 • O modelo de estruturas modernas, em geral, surge em função de situações de grande enfrentamento vivenciadas pelas empresas, que a levaram a modificar seus processos em face às instabilidades. Disso resulta grande poder de adaptabilidade da empresa. • Os modelos de estrutura contemporânea nascem com o advento das tecnologias da comunicação e informação, que impõem uma nova forma de organização do trabalho, em que a flexibilização se constitui como aspecto central. (COSTA; SOUZA; FELL, 2012). Cada um desses modelos de estrutura abriga outros subtipos, em função da natureza da empresa, do contexto interno e externo, bem como outros fatores, que nem sempre estão sob o controle da gestão. A estrutura organizacional tem impacto sobre as atitudes e comportamentos dos funcionários e, também, tem relação com o clima organizacional. Você reconhece viver num determinado contexto cultural, porém também acha que a empresa manifesta alguma forma de cultura? Seria possível afirmar que existe uma cultura específica no interior das organizações? Vamos tratar melhor desse assunto para compreender sua importância no trabalho do pedagogo empresarial. Pelo fato de haver nascido num determinado contexto cultural, você adquiriu características que lhe fazem pertencer a um grupo. Isso é fundamental para a manutenção dos grupos humanos e isso garante sua sobrevivência. Disso se depreende que para conhecer um indivíduo é importante conhecer o grupo cultural ao qual pertença e a sociedade na qual se move. Assim também é com as empresas. Para que você possa compreender as características de uma empresa, precisa compreender melhor o contexto cultural no qual está inserida, uma vez que isso influencia fortemente nas suas características. Compreender as características das organizações é uma das condições para compreender o seu funcionamento, as configurações que vai adquirindo e assim estabelecer formas mais adequadas de intervenções em face às necessidades que se apresentam. A cultura é inerente às sociedades e representa as normas que regulam o comportamento dos seus membros. Pelo estilo de vida gregário, os seres humanos desenvolvem maneiras de socialização com regras, direitos, obrigações, valores compartilhados, hábitos, comportamentos que são transmitidos de uma geração para outra. Definir cultura é tarefa complexa, uma vez que no âmbito das ciências ela pode assumir diferentes conotações. Uma importante influência no entendimento de cultura foi desenvolvida por Franz Boas2, sendo considerado o fundador da corrente Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 41 de 72 culturalista de antropologia ou relativismo cultural, sobretudo por ter concluído, após analisar algumas sociedades primitivas, que as diferenças entre os grupos humanos era definida pelo estágio do desenvolvimento cultural alcançado dentro do contexto interno da sociedade em questão, daí a afirmação de que não existe uma cultura única e universal, mas culturas conforme os diferentes grupos foram construindo-as. 2 Antropólogo nascido na Alemanha e naturalizado norte americano, também doutor em física, iniciou seus escritos na área a partir do material obtido junto aos esquimós, cujo resultado foi a obra “Os esquimós Centrais”, publicada em 1888. Revolucionou a forma de abordagem dos estudos na antropologia, especialmente num momento em que a cultura era compreendida numa perspectiva evolucionista e a história cultural de um povo era considerado como resultado do seu estado de desenvolvimento. Boas desvincula o fenômeno cultural do determinismo ambiental e biológico, contribuindo para o entendimento de cultura como uma totalidade que não pode ser compreendida por meio de leis, conforme prevê o método nas ciências naturais. Chauí (2012, p.28) explica que o entendimento de cultura é ampliado em meados do século XX: A partir de então, o termo cultura passa a ter uma abrangência que não possuía antes, sendo agora entendido como produção e criação da linguagem, da religião, da sexualidade, dos instrumentos e das formas do trabalho, dos modos da habitação, do vestuário e da culinária, das expressões de lazer, da música, da dança, dos sistemas de relações sociais – particularmente os sistemas de parentesco ou a estrutura da família – das relações de poder, da guerra e da paz, da noção de vida e morte. Muitos pesquisadores afirmam que a cultura de cada país influencia a cultura de suas organizações e o comportamento organizacional. Ribeiro (2010) explica que as raízes híbridas da sociedade brasileira marcam a maneira como as organizações se estruturam e influenciam em várias características organizacionais. É importante reconhecer a diversidade cultural presente na sociedade brasileira para compreender as características dessa sociedade. Embora a influência de diferentes culturas seja um dos traços fundamentais da sociedade brasileira, isso não torna o país culturalmente confuso e desorganizado. A participação de diferentes culturas deu características muito próprias para a sociedade brasileira, sendo que algumas delas ganham destaque e influenciam em diferentes aspectos, inclusive na forma como as organizações se estruturam. Oliveira e Silva (2000) destacam as principais características da cultura brasileira: o personalismo, o protecionismo, a aversão à incerteza, o formalismo, o “jeitinho”, a receptividade ao estrangeiro e a orientação para o curto prazo. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 42 de 72 Você deve estar perguntando: mas em que medida a cultura nacional influencia a cultura organizacional e qual é a importância disso para as empresas? Quando se pensa em estratégias mais adequadas para se atender as necessidades de uma empresa é preciso conhecer o tipo de cultura organizacional presente nessa empresa e reconhecer que essa construção não se dá ao acaso e nem por imposição, mas é fruto de um conjunto de relações e conexões que ocorrem entre a empresa e o contexto no qual está inserida. O senso comum nos mostra que – por exemplo – a cultura japonesa é bem diferente da brasileira, isso também se aplica a cultura alemã e poderíamos citar algumas outras. Isso não significa que uma seja melhor que a outra, significa que são diferentes. É importante esse reconhecimento, já que, por vezes, pode-se propor estratégias que podem ser boas em determinados contextos, porém em outros podem não dar tão bom resultado em função das características culturais daquele grupo social. Imagine que você visitou um determinado país e vivenciou práticas gerenciais que considerou muito boas, porém para implementá-las na empresa em que trabalha irá requerer pressupostos e valores muitas vezes incompatíveis com as características na cultura nacional. Neste caso não basta tentar importar modelos, mas verificar se há compatibilidade com a cultura local e organizacional. Nas organizações a cultura pode ser compreendida como um conjunto de valores e comportamentos que guiam seus membros, porém não decorre de uma herança biológica, mas é aprendida e transmitida pelos demaismembros da empresa. Portanto, nas organizações a cultura também é construída ao longo de um período de tempo e de alguma forma reflete a identidade de uma organização. Chiavenatto (2004) afirma que para se conhecer uma organização o primeiro passo é conhecer sua cultura. A cultura organizacional reflete a maneira como as pessoas atuam e se relacionam nas empresas. Sendo assim, os hábitos que tenham funcionado bem serão considerados válidos e ensinados para as gerações futuras como sendo a maneira correta, podendo, assim, essa cultura durar por décadas, séculos ou por toda sua existência. A CO busca melhorar as relações de trabalho, qualidade de vida dos trabalhadores e a produtividade. (CAMPOS; RÉDUA; ALVARELI, 2011, p.24). Nas organizações podem, também, existir as denominadas subculturas que denotam a inexistência de uma cultura corporativa homogênea. Essas subculturas podem ser compreendidas como grupos que, no interior das organizações, não compartilham dos mesmos valores e visões, causando um impacto no funcionamento da empresa. O ideal é que a empresa consiga alcançar um grau de integração que favoreça a identidade de referenciais entre os funcionários. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 43 de 72 É importante a existência de uma cultura organizacional forte o bastante, para que os funcionários se sintam parte desse processo e partícipes do sucesso da empresa. É possível aos líderes e gestores a implementação da cultura organizacional da empresa, facilitando o direcionamento dos trabalhos e foco do agir coletivo. Quando essa cultura não está suficientemente difundida e compartilhada, haverá conflito entre os objetivos e metas afetando os resultados aguardados. Nesse sentido, fica clara a importância de se conhecer a cultura de uma organização, a fim de reorientar lhe a direção, caso seja necessário, para que a empresa alinhe valores, comportamentos, atitudes e visões. Schein (apud LUCIUS; FERNANDO; FELIX, 2013) explica que a cultura organizacional se manifesta em três níveis: artefatos, valores compartilhados e pressuposições básicas. • Os artefatos dizem respeito a parte mais visível da cultura de uma organização e, no seu conjunto, eles revelam a configuração da cultura. Eles incluem não somente os produtos e serviços, mas também o comportamento dos funcionários da organização. • Os valores compartilhados dizem respeito a outro nível da cultura organizacional e representam as crenças e os valores aceitos pelos membros da organização. • Os pressupostos básicos representam aquilo que não é visível numa cultura organizacional, tais como: crenças inconscientes e sentimentos predominantes entre os membros da organização. Russo et al (2012) explica que o conceito de cultura organizacional foi sendo desenvolvido historicamente e os autores destacam três períodos principais: década de sessenta, de oitenta e de noventa. Na década de 1960, o conceito de cultura era comparado ao movimento de desenvolvimento organizacional e os pressupostos baseados numa concepção humanística. Na década de 1980, por influência de estudos, principalmente de empresas japonesas, o conceito foi bastante discutido e o entendimento do papel da cultura organizacional foi ampliado com vistas a se tornar uma estratégia gerencial competitiva para as empresas. No terceiro período, que corresponde à década de 1990, a cultura organizacional passou a ser compreendida como um ativo intangível da empresa e a liderança da organização ganha destaque. Em face à própria natureza intangível da cultura organizacional, um dos grandes desafios científicos foi o de buscar meios para identificá-la, isso levou a criação de diversos instrumentos científicos para facilitar a caracterização da cultura organizacional. Um dos autores que obtiveram destaque em relação ao tema foi Charles Handy3, que organizou uma tipologia cultural que demonstra o caráter organizacional. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 44 de 72 (3) Considerado um Filósofo da gestão esse irlandês, nascido em 1932 e radicado na Inglaterra, afirma que o futuro das organizações será regido por informação, inteligência e ideias. São os denominados três Is. O teórico teve grande influência no ensino de administração na Grã-Bretanha e em programas de MBA. O autor enfatiza que embora existam variações de comportamentos nas empresas, numa organização existem determinados padrões passíveis de serem identificados. Nesse sentido, e apoiado nos estudos de outros autores, o teórico estabeleceu a relação entre as tipologias e a mitologia, reforçando que não há uma tipologia melhor ou pior que a outra, mas sim que uma pode ser mais adequada que outra, em função das necessidades e características da empresa. O quadro a seguir sintetiza as tipologias de Handy: Cultura de Grupo Também denominada cultura do clube ou cultura do poder. Nesse tipo de cultura o poder central é que influencia pessoas e acontecimentos. A organização apresenta poucos procedimentos e regras, e como o poder é exercido por meio da confiança e afinidade, muito do que se faz está baseado em vivências realizadas. No geral, organiza-se por função ou linha de produção. A referência mitológica é o deus Zeus, que representa o poder patriarcal. Cultura da função Também denominada de cultura dos papeis. Nesse tipo de cultura as regras são bem claras e as funções e especialidades são centrais. O ambiente é muito seguro por ser previsível e altamente disciplinado. Os funcionários fazem parte da máquina e buscam apresentar um comportamento semelhante, não havendo espaço para personalismo. A referência mitológica é o deus Apolo, que representa a força, o sustentáculo e a segurança. Cultura da tarefa Nesse tipo de cultura o foco da organização é a realização das tarefas com eficácia. O objetivo da organização é a resolução dos problemas de maneira bem-sucedida, por isso o desempenho é avaliado em termos de resultados alcançados. Nesse tipo de cultura, não se estimula a obediência cega, mas o debate visando o alcance de resultados eficientes. A referência mitológica é a deusa Atena, cuja missão é solucionar problemas. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 45 de 72 Cultura existencial Também denominada cultura de pessoa. Nesse tipo de cultura o indivíduo é reconhecido em sua potencialidade e por isso não está sujeito à organização, a liberdade é incentivada como meio de alcançar a criatividade e o talento. Não existe uma chefia, mas uma coordenação. A referência mitológica é o deus Dionísio, que representa a liberdade e a ideologia existencial. Quadro 1 – Culturas organizacionais de Handy Além do modelo proposto por Handy, importa destacar que outros autores também organizaram modelos culturais tais como: o modelo de Deal e Kennedy, o modelo de Harrison, o modelo de Hampden-Turner, o modelo de Denison, o modelo de Quinn e, mais recentemente, o modelo Renaud Sainsaulieu. É importante conhecer esses modelos a fim de buscar elementos para melhor compreender as características da cultura organizacional da empresa e, com isso, identificar aspectos que necessitam ser modificados a fim de melhorar o seu desempenho. Ao trabalhar em uma empresa, com certeza você consegue identificar algumas práticas que caracterizam o seu funcionamento. Em algumas situações as práticas instituídas podem não ser favoráveis necessitando modificações. Mas como provocar a mudança da cultura organizacional?Muitas mudanças ocorrem nas organizações de maneira independente da vontade dos seus componentes, uma vez que sendo um sistema aberto sofre influência das mudanças externas à empresa. As mudanças de caráter tecnológico e econômico, que ocorrem no contexto social, influenciam as empresas, mas essas também influenciam o meio onde estão situadas. Isso impõe uma visão nova de cultura mais aberta às mudanças. Nesse sentido, a única certeza é a de que a mudança é uma constante e isso define que as empresas que pretendam manter-se atuantes, precisam estar em contínua formação e reflexão sobre suas ações. Toda organização depende, em certa parte, do ambiente, mas a forma como a empresa responde às pressões externas depende de suas estratégias internas, o que implica no seu grau de autonomia. Rosa (1992) explica que: Os instrumentos culturais ou as formas comportamentais só mudam por força de dois mecanismos básicos: • a inovação/invenção, que consiste no aparecimento de novas ideias ou instrumentos, ou num novo entrosamento dos elementos existentes, que vêm condicionar o agir humano; Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 46 de 72 • a difusão/aculturação consiste na aceitação de formas comportamentais ou instrumentais trazidas de outra cultura (ROSA apud NASCIMENTO, 2009, p. 51). A mudança pode ser planejada ou não, embora isso não seja consenso entre os teóricos. Uma organização pode mover-se no sentido da mudança e estabelecer uma cultura de mudança, como também pode sofrer as influências externas que impõe mudanças, por exemplo, em situações de profunda crise social. Por meio dos estudos e análises da cultura instituída, é possível rever o conhecimento construído havendo necessidade de articular o comportamento organizacional a outras áreas de atuação humana, o que implica numa visão integrada do indivíduo. Para que a mudança ocorra é necessário muito investimento em formação, com vistas a um processo de conscientização. Quando a empresa a coloca numa perspectiva de plano estratégico, criará ou favorecerá os meios para que todos os funcionários estejam participando do processo com a compreensão do que se pretende alcançar. É importante destacar que um processo de mudança na cultura organizacional não é algo simples e nem rápido, uma vez que implica em predisposição interna e motivação do indivíduo, não sendo um condicionamento, mas um processo reflexivo que demanda esforço e predisposição. Muitos teóricos afirmam que a mudança da cultura organizacional não só é possível, como pode ser conduzida dentro de uma proposta metodologicamente estruturada. A gestão desse processo precisa ser prevista e, mesmo com o envolvimento de toda a empresa, haverá a necessidade de ter uma equipe responsável. Caberá a essa equipe realizar o diagnóstico organizacional com vistas a identificar as dificuldades ou as situações problema que representam empecilhos e necessitam ser modificadas. Cabe salientar que a participação do funcionário pode garantir maior envolvimento e compreensão da dimensão, do que isso significa para o seu trabalho e para a organização. A participação é parte de uma política maior da empresa, contudo, pode ser a garantia de maior receptividade ao que venha a ser proposto. Após o levantamento das informações, organização e sistematização dos resultados, a equipe gerencial irá identificar onde ocorrerá a mudança. Lopes, Stadler e Kovaleski (2003) explicam que quando a mudança se refere à cultura organizacional, a tendência é que o processo seja mais demorado e doloroso, pois envolve modificações que tiram os indivíduos da sua área de conforto. Portanto é natural que se sintam inseguros e que prefiram apegar-se ao conhecido. Daí a importância da equipe que lidera esse processo, deixando bastante claro onde se pretende chegar e os ganhos obtidos com a nova situação, o que leva a minimizar as resistências. Os autores ainda destacam que mudanças impostas tendem a fracassar, por isso é importante que haja envolvimento e confiança na equipe que Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 47 de 72 lidera a mudança e, ainda, esclarecem que durante o processo alguns comportamentos se manifestam de maneira mais frequente: • Recusa a mudança: pode ser identificada pela apatia e/ou indiferença ao que está acontecendo. Para saírem dessa fase é importante que as pessoas recebam mais informações a respeito do processo e qual a melhor maneira de se adaptarem à situação. Demanda tempo para reflexão. • Resistência à mudança: as pessoas podem demonstrar raiva, incômodo ou isolamento. Ao líder da mudança cabe ouvi-las, acolher seus sentimentos. É um processo que demanda convencimento e tempo. • Experimentação: evidenciada pelo sentimento de frustração, falta de foco, muito trabalho. Deve-se estabelecer metas de curto prazo, concentrar-se em prioridades e estabelecer o acompanhamento das ações. • Comprometimento: notado pela satisfação, linha de ação bem definida e trabalho em equipe. O líder deve procurar a manutenção dessa fase estabelecendo metas de longo prazo e incentivar o trabalho em equipe. (LOPES; STADLER; KOVALESKI, 2003, p.56) Há que se destacar a necessidade do aprendizado como prática constante, o que requer da organização o estabelecimento de diretrizes visando favorecer uma política de formação contínua. Um novo paradigma cultural para a organização deve ser concebido como uma estratégia da empresa sendo, por isso, importante que a visão empresarial seja renovada em articulação com as políticas, objetivos e diretrizes. Nesse sentido, três sistemas fundamentais compõe a empresa: o técnico, o político e o cultural, sendo que as políticas de pessoal ganham destaque dentre as estratégias empresariais. Gregário: Condição de viver junto, tendência que os indivíduos da mesma espécie têm, de viverem juntos. O instinto gregário se refere à condição que leva as pessoas a se sentirem impulsionadas a viverem em grupos, seguindo uma liderança. Ele se manifesta de diferentes maneiras como, por exemplo, nos costumes que favorecem a aceitação de uns pelos outros, sendo uma importante característica o fato de as pessoas terem necessidade de se verem parecidas umas com as outras. Híbridas: No sentido figurado significa formas compostas por vários elementos. Essa palavra é utilizada em diferentes circunstâncias, por exemplo: o animal resultante do cruzamento de espécies diferentes, aquilo que possui elementos diferentes em sua composição, o que é composto por diversas línguas, aquilo que Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 48 de 72 utiliza diversas fontes de energia no seu funcionamento. Portanto, o entendimento de híbrido está relacionado à diferentes elementos que compõe alguma coisa que, em função disso, não pode ser considerado puro. Senso comum: Pode ser compreendido como uma informação produzida sem a utilização de meios científicos ou sem a aplicação da lógica dedutiva. É um tipo de informação que visa explicar os fenômenos e as coisas por meio de explicações superficiais baseadas na transmissão de geração para geração sem aprofundamento. O senso comum utiliza de argumentos prudentes e válidos, baseado na vivência cotidiana e experiências de vida. O senso comum é composto de informações úteis , tais como crenças falsas e sem base que as justifique. É um conhecimento assistemático, impreciso, acrítico e para o qual não se utiliza qualquer método para obtenção das explicações. Mitologia: É o estudo dosmitos cuja compreensão só pode ser alcançada se realizada a partir do contexto da cultura na qual foram criados. Filosoficamente, a mitologia buscava dar uma compreensão sobre o mundo e formas para enfrentar os problemas relacionados às questões existenciais constituindo, assim, figuras e forças misteriosas que seriam os responsáveis pela defesa contra perigos, fossem reais ou imaginários. O conceito de mitologia é posterior ao surgimento da Filosofa, uma vez que na antiguidade grega já se utilizava da mitologia como forma para explicação dos fenômenos. As narrativas eram compostas por elementos sobrenaturais e que transcendiam ao mundo visível no qual interagiam homens, natureza e deuses. Não havia uma preocupação em saber se realmente os deuses existiram e nem os motivos que os levaram a agir dessa ou daquela forma e havendo a aceitação inquestionável ao narrado. Paradigma: Modelo, teoria ou princípio originado por meio de pesquisas realizadas em um campo científico utilizado como referência para outros estudos. Esse modelo de interpretação deve ser reconhecido pela comunidade científica uma vez que, por meio deles, os cientistas irão buscar respostas para os problemas colocados pelas ciências. Portanto, o paradigma sustenta uma concepção de mundo e de ciência de uma determinada época. Personalismo: Forma pela qual o indivíduo se coloca como elemento fundamental. Doutrina que considera o ser humano como central em oposição ao individualismo ou coletivismo. Destaca o valor da pessoa e o ser humano como peculiar em suas características, o que nem sempre favorece a convivência, porém o outro também é percebido como pessoa e isso leva a buscar a proximidade e a alteridade. No âmbito da Filosofa destaca-se Emmanuel Mounier, filósofo Francês que defendia a Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 49 de 72 importância da pessoa e dos direitos humanos e a necessidade de as pessoas buscarem se humanizar e humanizar o mundo. As pessoas representam a maior riqueza de uma organização, por isso a atenção aos indivíduos (que podem ser subentendidos como sujeitos ou, ainda, atores) é condição para o sucesso de uma empresa. Para pesquisadores como Jacques Ardoino (1998), os conceitos de indivíduo, sujeito ou atores têm o mesmo sentido ou significado. A diferença no uso do conceito deriva do contexto teórico-metodológico adotado. Desta forma, concluímos que o indivíduo pode ser pensado como um sujeito ou ator das ações dentro das organizações, sejam elas privadas ou públicas. Embora a atenção ao sujeito não esteja presente em todas as empresas, os estudos demonstram que aquelas preocupadas com o indivíduo oportunizam a construção e difusão do conhecimento, além do maior envolvimento do funcionário em relação ao estabelecimento de um compromisso com a empresa. O indivíduo é, portanto, parte essencial da dinâmica organizacional. Quando ingressa em uma organização, o indivíduo se depara com um contexto preexistente, porém também traz suas próprias concepções e valores que compartilhará com os demais componentes desse espaço. Quando você inicia suas atividades numa empresa, não espera conhecer o seu funcionamento para daí desenvolver seus valores, crenças e atitudes, uma vez que isso faz parte do seu próprio processo de crescimento individual. Efetivamente, você compartilha esses valores quando se relaciona com outras pessoas e isso pode ocorrer em qualquer situação, inclusive no trabalho. Por meio do comportamento as pessoas se diferenciam umas das outras. Ribeiro (2008) explica que isso pode ser mais facilmente captado ao se compreender três aspectos: a percepção, a cognição e a motivação. • A percepção implica em conhecer os objetos por meio dos sentidos, requerendo proximidade tanto de tempo, quanto de espaço. É um processo por meio do qual o indivíduo organiza e interpreta os estímulos captados do meio por intermédio dos órgãos e seus sentidos. A Psicologia da Gestalt tem como um dos seus focos principais o estudo da percepção e, nessa teoria, a forma como os elementos unitários são apresentados e sua relação com o todo são de Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 50 de 72 suma importância, de tal modo que o todo não é a soma das partes e a percepção que as pessoas têm do todo não é a simples adição das partes que o compõem. Com relação à percepção que uma pessoa tem de outra, denomina- se percepção social, ela permite interpretar o comportamento de outra pessoa a partir do que se capta. Para que a percepção social ocorra faz-se necessário que inicialmente o comportamento de uma pessoa atinja outra e, em seguida, são “acionados” os esquemas sociais tais como preconceitos, estereótipos, valores, dentre outros. Isso explica os motivos pelos quais você pode ter um impacto bastante distinto de outra pessoa frente à mesma informação. • A cognição diz respeito ao processo de aquisição de conhecimentos tanto do mundo, quanto da própria pessoa sobre si mesma. Uma das áreas que muito contribui com o trabalho do pedagogo nas organizações é a psicologia cognitiva, que objetiva estudar como as pessoas aprendem, percebem e pensam sobre os eventos aos quais são submetidos. • A motivação é o conjunto de elementos determinantes para que uma pessoa se comporte de uma maneira ou de outra. Ela é uma força intrínseca que impulsiona uma pessoa à ação, determinando a sua conduta, tendo relação com o comportamento do sujeito. O comportamento das pessoas é formado pelas relações que elas estabelecem com o ambiente, para o qual fatores psicológicos e sociais são determinantes. A empresa representa um grupo que influencia no comportamento da pessoa e, também, é por ela determinado numa relação dialética. As relações vivenciadas no universo organizacional geram normas de comportamento coletivas, mas também viabilizam meios para a construção de uma identidade no trabalho, explicitada por Sainsanlieu (apud MACHADO, 2003) como a maneira de o indivíduo idealizar um sentido para si em face à multiplicidade de papéis sociais e fazê-lo ser reconhecido pelos parceiros de trabalho. O tipo de relações que são estabelecidas no ambiente de trabalho e, também, a interferência dos níveis de poder e as relações sociais exercem grande influência na construção da identidade. Nesse sentido, nesse ambiente tanto a identidade pessoal, como a identidade social são construídas e estão vinculadas aos interesses em constante articulação nas organizações. A identidade organizacional compreende o processo por meio do qual o indivíduo vai construindo uma visão da empresa a partir do que a distingue e do que é duradouro, percebido por todos como uma característica que a identifica no tempo ou que a empresa mantém apesar do tempo. Nesse sentido, a cultura organizacional cumpre um papel fundamental, uma vez que a identidade organizacional é considerada como o resultado da reflexão das pessoas sobre a dinâmica dessa cultura. Vale esclarecer que identidade não é a mesma coisa que imagem, uma vez que a imagem que a empresa tem é algo externo, embora uma tenha relação com a outra. No que se refere à identidade individual, vale reforçar que ela é forjada na ação Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 51 de 72 e interação das pessoas e, nesse sentido, as relações sociais e o trabalho são aspectos centrais para a representação individual e o conceito de si mesmo. Para favorecer esse processo, a organização precisa buscar meios para a construção de um ambientefavorável, no qual as pessoas possam manifestar de maneira autônoma suas impressões e opiniões na realização das tarefas. Você poderia pensar que um ambiente favorável à autonomia dos sujeitos pode ser interpretado como falta de direcionamento ou de disciplina na organização, porém não se trata disso, mas de uma forma diferenciada de pensar e operacionalizar o processo de gestão de pessoas. Atualmente essa área tem sofrido profundas modificações, uma vez que há o reconhecimento da importância que as pessoas têm para as organizações. Elas representam o diferencial para a empresa, uma vez que se constituem como aspecto básico da vantagem competitiva em face à instabilidade do mercado. Isso explica os motivos que têm levado as empresas a investirem nas pessoas, prioritariamente visando tornar os recursos humanos uma estratégia para manter a competitividade. Chiavenatto (1999) explica que, até pouco tempo, a relação entre as pessoas e as organizações era considerada como conflitante, pois a visão predominante era a de que os objetivos das empresas – muito focadas no lucro – eram incompatíveis com os objetivos das pessoas, que buscavam por melhores salários, conforto no trabalho, desenvolvimento e progresso pessoal. As análises e estudos científicos demonstraram que quando a organização pretende atingir os seus objetivos, também precisa canalizar seus esforços para que as pessoas, que fazem parte do seu contexto, atinjam os seus objetivos pessoais. Nesse sentido, não haveria um lado ganhando mais que o outro, mas ambos obtendo resultados e alcançando o desenvolvimento do sistema produtivo. Frente a isso, o que podemos concluir? Se por um lado as organizações dependem das pessoas para atingir seus objetivos, as pessoas também dependem das organizações para alcançar seus objetivos pessoais, os quais em grande quantidade não seriam alcançáveis apenas por meio do esforço pessoal. Isso requer negociação, participação e sinergia de esforços. A gestão de pessoas é uma das áreas mais sensíveis dentro das organizações, uma vez que depende de fatores tais como cultura organizacional, a estrutura dessa organização, as características internas e externas, motivações, dentre outras variáveis. É também uma das mais importantes áreas, pois dela depende garantir algumas das condições necessárias para o melhor funcionamento da empresa, considerando o desenvolvimento das pessoas que ali atuam. Chiavenatto (1999) defende três aspectos como fundamentais para garantir a gestão de pessoas numa perspectiva contemporânea: Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 52 de 72 • as pessoas devem ser vistas como seres humanos (isso é um paradoxo, pois no mundo contemporâneo os sujeitos são vítimas de processos de desumanização); • elas também devem ser vistas como ativadores inteligentes dos recursos organizacionais; e • vistas como parceiras da organização. Esses aspectos estão mais bem descritos no quadro a seguir. Aspecto Descrição As pessoas como seres humanos As pessoas são diferentes entre si e suas capacidades, destrezas e conhecimentos representam uma importante colaboração para com a empresa. Por isso não podem ser vistas como meros recursos, ferramentas, máquinas, mas como seres humanos. As pessoas como ativadores inteligentes de recursos organizacionais Elas impulsionam, dinamizam e dotam as empresas de inteligência e capacidade de renovação. As pessoas como parceiras da organização Elas investem na organização por meio do esforço, responsabilidade, comprometimento com vistas a obterem um resultado, um retorno. Qualquer investimento só se justifica quando traz um retorno razoável. Por isso, é importante que sejam parceiras ativas e não indivíduos passivos. Quadro 5.1 – Aspectos fundamentais para a Gestão de Pessoas Pense um pouco: frente a esses aspectos, qual é a função da gestão de pessoas nas empresas? Considerando a estrutura organizacional, podemos afirmar que a Gestão de Pessoas tem a finalidade de atender as funções administrativas: planejar, organizar, dirigir e coordenar o trabalho das pessoas. A Administração de Recursos Humanos está diretamente relacionada às práticas necessárias para a administração de pessoas. Esse processo se constitui de algumas atividades: agregar pessoas, que significa incluir novas pessoas na empresa por meio do recrutamento e seleção; aplicar as pessoas, o que implica em análise e descrição dos cargos e a integração dessas pessoas às tarefas designadas; recompensar as pessoas, que significa manter as pessoas motivadas e incentivá-las a alcançar seus objetivos; desenvolver as pessoas, o que visa capacitar e incentivar o desenvolvimento profissional; manter as pessoas, o que significa criar e manter as situações favoráveis do ponto de vista ambiental e psicológico, para o desenvolvimento das atividades das pessoas; e o monitoramento das pessoas, o que objetiva acompanhar, controlar as atividades e avaliar os resultados obtidos. (CHIAVENATTO, 1999). Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 53 de 72 Ao gestor cabe observar, negociar, interagir com as pessoas que estão sob sua liderança, e a Administração de Recursos humanos irá assessorar os gestores, bem como prover as condições que favoreçam o entrosamento entre os objetivos da empresa e o envolvimento das pessoas. Há que se reforçar que a Administração de Recursos Humanos deverá criar instrumentos que viabilizem o desenvolvimento das pessoas nas organizações, por meio de programas de treinamento, processos de comunicação, sistemas de remuneração, avaliação de desempenho, dentre outros. Lembre-se de que caberá ao gestor a mediação entre a empresa e as pessoas que ele lidera, daí a importância de se compreender um pouco mais sobre o papel do gestor. A gestão dos diferentes setores de uma organização é exercida por pessoas que agregam um conjunto de habilidades técnicas, reconhecidas como específicas, dentro de um campo de conhecimento onde se destacam também habilidades humanas, necessárias para lidar com outras pessoas. Sobre a gestão, Ribeiro (2008, p. 118) faz a seguinte reflexão: A tarefa dos gestores é particularmente delicada. Consiste em assegurar um bom desempenho, segundo os diferentes critérios utilizados pelas pessoas e pelos grupos que apoiam a organização de maneira contínua, propondo processos de aí se satisfazerem e velando pelo ajustamento contínuo das ações. No desempenho de suas funções um gestor tem muitos desafios, uma vez que o processo de gestão compreende três aspectos centrais: • relações interpessoais, • funções informacionais; e • tomada de decisão (MITZBERG apud RIBEIRO, 2008). Não há como garantir a eficácia em todos os aspectos eliminando a incerteza, pois, além dos conhecimentos técnicos, ainda há que se considerar a experiência que garante maior segurança em relação ao enfrentamento dos desafios cotidianos. As relações interpessoais são influenciadas tanto pela estrutura organizacional, como pelas emoções que se fazem presentes em todas as relações sociais, de trabalho, sejam elas positivas ou não. Essas relações influenciam na produtividade e qualidade de vida no trabalho. A convivência entre as pessoas, base para a constituição das relações, é um desafio, uma vez que elas dependem da reação de uma pessoa a outra, da forma como se comunicam, aproximam-se, desenvolvem o afeto e interagem. Uma convivência saudável depende de muitos fatores individuais e organizacionais, assim, algumas situações podem ser impactantes para o estabelecimento de relações saudáveis. A vivência de experiências de situações que desconsideram a ética ea Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 54 de 72 valorização humana influencia, negativamente, nos relacionamentos. Outro aspecto que deve ser considerado é que os conflitos existem e existirão, independente da vontade dos gestores da empresa, porém isso faz parte da condição humana, e podem ser transformados, se houver diálogo, em meios auxiliares para o desenvolvimento da organização. A motivação também é uma condição que interfere no relacionamento interpessoal. Por isso a importância de se compreender o comportamento das pessoas que trabalham numa empresa em relação às diversas situações cotidianas que envolvem o trabalho, uma vez que nem todos conseguem realizar suas funções da mesma maneira e com o mesmo entusiasmo. Buscar melhorar o convívio com as pessoas representa um dos pilares da qualidade de vida no trabalho e, para isso, é preciso assumir a disposição para compreender suas próprias características e as características do outro, com vistas a identificar os limites e possibilidades dessa convivência, uma vez que no ambiente de trabalho muito dificilmente teremos a decisão sobre com quem trabalhar. Não há como garantir que iremos trabalhar somente com as pessoas com as quais nos afinamos. Portanto, estar aberto para o novo e reconhecer de que forma os relacionamentos nos ajudam a sermos pessoas melhores é condição essencial. Com isso, tanto as pessoas, quanto as organizações terão a ganhar. No que se refere ao gestor, a função interpessoal está diretamente relacionada à sua posição na hierarquia da empresa e, também, às relações que estabelece dentro e fora dela. Essa posição, dependendo do grau de hierarquia da organização, pode ser bastante delicada para o gestor, que deveria se manter longe das relações de poder, a fim de desenvolver uma atitude mais equilibrada no momento em que tiver que lidar com os atores sociais dentro da empresa, seja ela pública ou privada. O papel do gestor está muito vinculado ao informacional, uma vez que ele está situado no cerne de um conjunto de informações, e a maneira como ele favorece esse fluxo irá refletir no trabalho. A forma como cada um age frente às situações não depende somente de regras e técnicas, uma vez que valores, convicções, personalidade exercem poderosa influência, especialmente quando se trata de tomada de decisão. De forma racional, a tomada de decisão deve fazer parte de um processo de resolução de problemas em que o gestor precisa ter clareza em relação aos objetivos a serem atingidos, bem como o que deve ser considerado como prioridade. Cada gestor tem um estilo para tomada de decisões, sendo que Abravanel (apud RIBEIRO, 2008, p. 123) distingue quatro tipos: • homem racional, • homem irracional, • homem administrativo, e • homem criador. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 55 de 72 O homem racional é aquele capaz de definir e avaliar precisamente qualquer coisa. O irracional é primeiramente influenciado por suas motivações subconscientes. O homem administrativo procura compromissos rápidos e, finalmente, o homem criador sabe dominar as restrições transformando-as em ocasiões de expansão pessoal. As modernas organizações muitas vezes optam por tomadas de decisões coletivas, o que favorece a análise das situações-problema sobre diferentes ângulos, descentralizando o processo e promovendo uma prática educativa, na medida em que favorece a todos o entendimento de normas, riscos e compromissos que isso envolve. Uma qualidade requerida para quem exerce a função de gestor é a liderança, mas você pode afirmar que isso é uma qualidade presente em todos os gestores? O que caracteriza um líder, como identificar uma liderança? Em seguida trataremos desse assunto. É muito comum se confundir liderança como traço de personalidade, algo inato em alguns indivíduos, contudo os estudos atuais demonstram que é uma característica que pode ser desenvolvida e aperfeiçoada. Não é tarefa fácil definir liderança. Ribeiro (2008) afirma que a liderança é a capacidade de uma pessoa influenciar outras pessoas de maneira que juntos alcancem propósitos grupais. A influência decorre de um relacionamento efetivo entre o líder e as pessoas. Um aspecto central no conceito de líder está no papel da influência ou capacidade de persuadir e motivar um grupo de pessoas para a realização de determinado objetivo. A mesma autora identifica os cinco tipos de conhecimento que um líder precisa apresentar: “[...]autoconhecimento, conhecimento do trabalho, conhecimento da organização, conhecimento do negócio e conhecimento do mundo”. (RIBEIRO, 2008, p. 20). O pedagogo empresarial representa uma forma de liderança e deve buscar aprimorá- la, além de criar meios para desenvolver essas características nas pessoas que atuam na empresa. Autores tais como Ribeiro (2008), Chiavenatto (1999), Stone e Freeman (1999) afirmam que quando a empresa investe na formação de líderes tem maiores chances de aumentar sua eficiência e produtividade. Os líderes não nascem prontos, embora algumas pessoas sejam mais dotadas de aptidão para o comando do que outras, e o desafio das organizações é desenvolver e aprimorar o potencial de liderança das pessoas. Isso envolve criação de sistemas, visão de futuro, escolha da melhor direção, abertura a novas ideias, compartilhamento do poder (SCHETTE, 2005). Para identificar os futuros líderes, a organização precisa ter as condições e estrutura para atrair, reter ou desenvolver profissionais em seu quadro de pessoas. Essa formação deve ser compreendida como um processo que envolverá etapas e organização de meios para favorecer a Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 56 de 72 aprendizagem das qualidades exigidas para um líder. As concepções contemporâneas sobre a formação de líderes rompem com uma visão tradicional, baseada numa postura individualista, sem a exata compreensão do papel do líder nos processos de mudança. Essa concepção contemporânea aponta na direção de uma postura na qual o líder é responsável pela participação num projeto de desenvolvimento da organização e das pessoas. Nesse sentido, serão responsáveis por um processo de aprendizado no qual participarão do aperfeiçoamento dos modelos mentais, da construção de objetivos e da orientação em relação à análise das situações complexas. As propostas de formação irão variar em conformidade com as concepções teóricas, a cultura organizacional, os objetivos, os propósitos e as necessidades das empresas. Ribeiro (2008, p. 33) destaca as características que um líder deve apresentar: 1. consciente: “avança sem desejar fama, recua sem temer descrédito” [...]; 2. cuidadoso: (prestar atenção a todos os detalhes da estratégia, evitando erros, improvisos e deslizes); 3. honesto e justo: para manter a ordem na sua organização (precisa ser identificado como a fonte do equilíbrio e da harmonia dentro da organização, tanto pelos subordinados quanto pelos colaboradores); 4. econômico: (sem que se deixe levar por atitudes temperamentais, emprega os recursos sem desperdício, compreendendo o seu real valor); 5. perceptivo: (aprimora suas habilidades perceptuais e as utiliza juntamente com a informação para prever, planejar e avaliar sua estratégia); 6. preparado: faz muitos cálculos antes do combate (o planejamento prévio diminui as possibilidades de erro. Esse preparo anterior ratifica a dinamicidade e a flexibilidade do planejamento); 7. sabe exatamente “onde pisa”: (é necessário que setenha a noção exata da situação em que se encontra o estrategista e a familiaridade com o contexto em que está inserido para melhor conhecer os desafios que enfrenta); 8. é resguardado, mas rápido: [...] (ter equilíbrio para somente usar todos os seus recursos no momento adequado). Algumas dessas características são reflexo da racionalidade na sociedade capitalista. Um programa de formação de liderança será uma das propostas de desenvolvimento da gestão de pessoas, com vistas à constituição de equipes de alto desempenho. Nesse sentido, é estratégico que a empresa materialize o desenvolvimento de recursos humanos numa política que integrará o processo de desenvolvimento da própria organização. Planejar e implantar essa política não é algo simples, uma vez Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 57 de 72 que ela estará articulando e aprimorando programas que atendam tanto aos interesses da empresa, quanto aos de melhoria dos seres humanos que nela atuam. A política de recursos humanos está estreitamente relacionada a uma filosofa de recursos humanos, daí a importância de que seja “[...] coerente com uma visão de mundo, onde as organizações são chamadas a assumir uma postura mais humanizadora, reconhece em cada funcionário o seu potencial e encontra mecanismos para desenvolvê-lo” (RIBEIRO, 2010, p. 56). Nesse sentido é fundamental o aproveitamento dos recursos humanos, medida possível se adotarmos estratégias de relacionamento com os funcionários, visando acompanhar o seu comportamento no contexto de trabalho em alguns aspectos: interesse, responsabilidade, iniciativa, criatividade, dentre outros. Para que isso adquira validade é preciso pautar-se em observação e avaliação com instrumentos objetivos, que permitam uma análise racional sobre as práticas verificadas. Isso auxilia inclusive na manutenção dos melhores funcionários e substituição daqueles que, após reiteradas interferências, mantêm distorções que se mostram inadequadas para os padrões da empresa. Essa avaliação será parte das atribuições do pedagogo empresarial, que o levará a levantar os dados sobre o desempenho dos funcionários, bem como irá propor os meios para interferir naquilo que é considerado problemático, por meio de programas em consonância com a filosofa de recursos humanos da empresa. O desenvolvimento das pessoas depende de alguns fatores, tais como: • incentivo à liderança, • definição de papéis, • capacidade de resolução de problemas, • normas explícitas, • estímulo à cooperação interpessoal, • comunicação. A comunicação se constitui num recurso primordial para o alcance dos objetivos institucionais e pessoais, por isso o pedagogo empresarial precisa estar atento à forma como isso acontece, visando a garantia do equilíbrio das relações interpessoais que ocorrem no contexto da organização. Ela envolve duas ou mais pessoas para o intercâmbio de informações, que precisam ser transmitidas e compreendidas dentro da empresa. Um aspecto que interfere negativamente nesse processo é o ruído, que pode ser definido como fatores externos que deturpam e alteram a mensagem. Assim, quanto mais clara, simples e Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 58 de 72 objetiva for a maneira de se transmitir uma mensagem, melhores as condições de ser compreendida com a menor possibilidade de equívocos. Abrantes (2012) explica que a retroalimentação – ou feedback – é a resposta ou retorno à informação recebida de maneira que, quanto mais rápida for essa resposta, melhor e mais eficaz terá sido a comunicação. Nas empresas o processo de comunicação ocorre de duas formas: a formal e a informal. • A formal ocorre dentro de uma hierarquia, do posto mais alto para a base e transmitida a partir de avisos ou informes, circulares e comunicados. • As informais ocorrem de maneira coloquial, aberta e de forma menos convencional, que embora não seja de todo ruim, não é a mais adequada, quando se deseja transmitir informações necessárias ao trabalho, daí a importância da comunicação formal. As abordagens tradicionais sobre comunicação empresarial dão especial destaque ao objetivo de influenciar comportamentos, modificar opiniões, anunciar eventos, eliminar conflitos, porém os novos paradigmas colocam a importância tanto da comunicação, quanto da informação como instrumentos da gestão para criar e desenvolver uma cultura organizacional, na qual as pessoas se sintam participantes do processo organizacional. O pedagogo empresarial é integrante de um processo de comunicação organizacional compreendido como algo que está presente em todas as ações e funções da empresa e que se constitui como ferramenta fundante para a construção da identidade organizacional. Cardoso (2006, p. 1132) explica que: Cada vez mais, torna-se claro como os processos de comunicação contribuem para desenvolver formas de interrelação mais participativas e, portanto, mais comprometidas, dando maior flexibilidade às organizações como base de sua permanente transformação e facilitando sua interação social de modo responsável para conjugar seus interesses com as condições culturais, econômicas e políticas nas quais se movem. Nesse sentido, a comunicação envolverá um processo de permuta de mensagens de maneira consciente entre os interlocutores, configurando-se como elemento determinante para a sociabilidade. Daí a importância do estabelecimento de estratégias comunicacionais nas quais os envolvidos percebam-se como parte importante desse processo, sendo a comunicação uma forma de mediação e convivência. A comunicação não servirá para oprimir e controlar e, ainda que Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 59 de 72 privilegie uma dimensão tecnológica, será para favorecer a transmissão da informação, sempre levando em conta a ética e os valores humanos. Diante das incertezas e desafios impostos às organizações na atualidade, as funções da Administração de Recursos Humanos também passam por transformações, uma vez que, na atualidade, aos profissionais dessa área cabem funções operacionais e também estratégicas. Chiavenatto (1999) explica que dois eixos – os processos e as pessoas – definem quatro papéis principais para a administração de RH: administração de estratégias de RH, administração da infraestrutura da empresa, administração da contribuição dos funcionários, administração da transformação e da mudança. O quadro a seguir sintetiza a visão do autor sobre esses papéis: Papel de RH Resultado Característica principal Atividade Administração de estratégias de Recursos Humanos. Execução da estratégia. Parceiro estratégico para alcançar os objetivos organizacionais. Ajuste das estratégias de RH às estratégias empresariais: diagnóstico empresarial para detectar forças e fraquezas da organização. Administração da Infraestrutura da Empresa. Construção de uma infraestrutura eficiente. Especialista administrativo para reduzir custos e aumentar valor. Reengenharia dos processos da organização: serviços em comum para a melhoria contínua. Administração da Contribuição dos Funcionários. Aumento do envolvimento e capacidade dos funcionários. Defensor dos funcionários para treinar e incentivar as pessoas. Ouvir e responder aos funcionários: prover recursos aos funcionários para incentivar contribuições. Administração da Transformação e da Mudança. Criação de uma organização renovada. Agente de mudançae inovação para melhorar a capacidade de mudar. Gerir a transformação e a mudança: assegurar a capacidade para a mudança, identificação e solução de problemas. Fonte: Chiavenatto (1999, p. 39) Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 60 de 72 Com isso se tem claro que a nova visão sobre a gestão de pessoas requer um novo tipo de compromisso das organizações, em que se crie condições para uma administração participativa e baseada em equipes. Destaca-se o capital humano e intelectual e, nesse sentido, o pedagogo empresarial desempenha um papel importante como participante de novas práticas na Administração de RH, com vistas a um processo de mudança de postura de toda a organização. Indivíduo: Termo que vem do latim “individum”, cujo significado é aquilo que não pode ser dividido. Cada ser, seja ele animal ou vegetal, inserido dentro de uma organização relativa a uma espécie, é identificado como indivíduo. Portanto, o termo não se aplica somente aos seres humanos. Na sociologia há referência à pessoa social, que é o indivíduo humano socializado. Na Filosofa o indivíduo é definido em relação às exigências advindas dos diferentes campos de análise, na política é a pessoa, na biologia o organismo, porém há que se destacar alguns teóricos que se dedicaram a estudar mais profundamente essa categoria, dentre eles Kierkegaard. Este autor compreende o indivíduo só se constituindo num processo de singularidade e individuação e que nunca está completo e acabado. Psicologia da Gestalt: Gestalt é uma palavra alemã sem uma tradução exata, mas que pode ser interpretada como o todo, a forma, a estrutura. A Psicologia da Gestalt explica que o todo é muito mais que a soma das partes, portanto, somente por meio da compreensão da totalidade é que o cérebro pode perceber uma imagem ou conceito. O todo é diferente das partes e assim não se pode compreender um objeto pelas suas partes isoladas, mas em relação umas com as outras, valorizando-se também o contexto. Nesse sentido, a percepção irá depender de fatores objetivos e subjetivos. Psicologia cognitiva: Área que se refere aos processos por meio dos quais uma informação obtida, a partir da relação do indivíduo com o meio, é transformada, elaborada, armazenada, recuperada e utilizada. A psicologia cognitiva objetiva estudar as relações entre o comportamento e os aspectos a ele relacionados, tais como processos cognitivos de perceber, aprender, lembrar e pensar sobre as diferentes situações vividas pelo indivíduo. Seu objeto de estudos é a percepção, o pensamento e a memória. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 61 de 72 Dialética: Pode ter três sentidos: a arte do diálogo com o objetivo de atingir a verdade; o entendimento de que a vida decorre de um movimento contraditório a partir da luta de contrários e, também, como um método de análise da realidade por meio da compreensão das contradições nela presente, chamado de materialismo histórico- dialético. Konder (s.d., p. 7) explica dialética como “[...] o modo de pensarmos as contradições da realidade, o modo de compreendermos a realidade como essencialmente contraditória e em permanente transformação”. Individualista: Advém de individualismo, que exprime a posição do indivíduo frente à sociedade numa perspectiva de limitação do poder do Estado frente ao indivíduo. Valorização exacerbada do indivíduo característica da sociedade capitalista e, para muitas correntes filosóficas, se constitui na forma predominante da vida ocidental, o que provoca resultados nem sempre éticos, com a fragmentação dos valores e do limite daquilo que seja tolerável especialmente em relação à diferença. Feedback: Processo por meio do qual uma informação tem uma resposta, um retorno, podendo também ter o sentido de alimentação, devolutiva. Isso acontece por meio das informações recebidas, visando o ajuste de algum desempenho. Portanto, requer uma avaliação crítica para a qual faz-se necessária a obtenção de dados, uma vez que não pode ser baseada somente em impressões e sentimentos, mas em dados objetivos. O objetivo principal do feedback é fornecer devolutivas para as pessoas melhorarem seu desempenho, permitindo que reposicionem suas ações. O treinamento é uma forma de realização da atividade educativa, voltada para uma ação específica em conformidade com os objetivos da empresa. Ele está dirigido para a eficiência das pessoas nas organizações, é um processo que precisa ser pensado dentro de um curto período de tempo, decorrente de um planejamento bem elaborado para o alcance dos objetivos de forma eficaz. O treinamento é uma das formas de levar ao desenvolvimento das pessoas nas organizações, embora tenham significados distintos. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 62 de 72 O treinamento se constitui numa prática educativa, na qual as pessoas adquirem conhecimentos com o objetivo de aumentar ou melhorar a produtividade. O desenvolvimento é algo mais abrangente, que envolve um processo da empresa na qual o treinamento se constitui como parte integrante. O desenvolvimento ocorre em etapas visando preparar o funcionário para a etapa seguinte, potencializando sua aprendizagem e a sua capacidade produtiva. Ribeiro (2012, p. 65) explica que “[...] a educação é um processo amplo que permite ao indivíduo desenvolver-se como um todo e em todas as dimensões”. A autora acrescenta que o treinamento é uma prática educativa, constituindo-se - treinamento e educação - em processos complementares, cujo objetivo é a mudança de atitudes mais amplas, quais sejam, aquelas que ultrapassam os limites do ambiente de trabalho. Mesmo que você não estabeleça uma relação direta, pode afirmar que os processos formativos no ambiente de trabalho são educativos e ajudam no desenvolvimento das pessoas. A educação não é privilégio dos espaços escolares, uma vez que os processos educativos são compreendidos como o desenvolvimento das capacidades e compreensão do mundo, podem ocorrer e ocorrem em diferentes contextos e de diferentes maneiras, inclusive no ambiente de trabalho. Você já pensou que por meio do treinamento as pessoas podem mudar de comportamento e atitude, tornando o relacionamento e o clima na organização mais satisfatório e motivador? Embora nem sempre sejam objetivo do treinamento ações destinadas à mudança de comportamento, ele se torna consequência das reflexões oportunizadas num treinamento. Qualquer empresa que busque excelência deve ter um programa de treinamento estruturado e, nesse sentido, o pedagogo empresarial desempenha um importante papel. Sua participação pode se dar em todas ou em algumas etapas, uma vez que isso decorrerá de um planejamento baseado nas necessidades da empresa, cujos passos devem prever os assuntos e conteúdo que devem ser abordados, tendo sempre a preocupação em organizar programas focados no desenvolvimento pleno das pessoas. Há que se reconhecer que o treinamento voltado para a mudança de comportamento é uma das modalidades mais procuradas, contudo a formação técnica, que visa transmitir informações sobre o trabalho e a organização, também deve ser prevista. Ribeiro (2010, p. 67) identifica algumas vantagens do treinamento: • Aumento da produtividade em menor espaço de tempo. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6......................................Página 63 de 72 • Funciona como forma de diagnóstico permanente das necessidades de formação/treinamento. • Permite um acompanhamento mais preciso dos desempenhos individuais e grupais. • Oferece feedback permanente. • Aprimora aspectos relacionais e motivacionais. • Oferece oportunidade de valorização do aprendiz. • Contribui para a diminuição dos desperdícios, quer na utilização dos equipamentos, quer na utilização do tempo. • Permite identificar as potencialidades e os talentos. O desenvolvimento é parte necessária de um programa de formação de pessoas na empresa, que deverá estar fundamentada numa filosofa de formação, treinamento e desenvolvimento, numa perspectiva ética e de respeito ao ser humano. Embora os programas de treinamento devam ser aplicados com práticas constantes e contínuas nas empresas, eles decorrem do levantamento das necessidades, cujo diagnóstico pode ser feito a partir de diferentes tipos de análises: organizacional, das tarefas que são realizadas no trabalho, do perfil das pessoas. A evolução do pensamento sobre o desenvolvimento de recursos humanos apresenta duas fases de maior destaque: uma denominada de Autoritário- tecnocrática e outra Democrático-humanista. A fase autoritária caracterizou-se pelo poder e direção centralizados sem a possibilidade de participação individual ou grupal, sua ênfase foi entre as décadas de 1920 e 1950, embora ainda exista na atualidade. As pessoas eram concebidas como os demais fatores da produção. Na fase seguinte, a participação das pessoas na empresa ganha destaque, com maior envolvimento nos projetos nos quais elas estão ligadas. Pulcineli (2002) explica que ao longo do século XX o treinamento nas organizações evoluiu de maneira separada dos programas de desenvolvimento, em função das concepções tradicionais, que não identificavam as relações entre ambos. Se o treinamento estava voltado para o aperfeiçoamento das capacidades, o desenvolvimento voltava-se para o aperfeiçoamento da personalidade. Com a evolução e mudança de concepção, as áreas de treinamento e desenvolvimento ganham novo enfoque, que passa a buscar aproveitar os potenciais e capacitação das pessoas de maneira articulada com a filosofia e objetivos da empresa. No Brasil o desenvolvimento de Recursos Humanos acompanhou o desenvolvimento das empresas e, com a abertura do mercado brasileiro às empresas Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 64 de 72 estrangeiras, surge uma nova concepção de trabalho, requerendo uma reorganização das empresas brasileiras, o que as leva a buscar o aperfeiçoamento das pessoas, enfocando, principalmente, a produtividade, mobilizando os profissionais para o seu desenvolvimento e das pessoas com as quais atua. Atualmente o treinamento é concebido em estreita ligação com o processo educativo, no qual ocorre a transformação da pessoa. O treinamento com a função de educação é um mecanismo fundamental à sobrevivência da espécie, assim, o termo passou a designar o processo de preparar as pessoas para executar tarefas exigidas no desempenho de uma função. A ideia fundamenta-se no princípio da divisão do trabalho proposto por Taylor e Ford, na medida em que o homem é considerado como uma peça da engrenagem produtiva. Neste sentido, o treinamento assume o papel de aliado à estratégia da empresa no alcance de seus macros objetivos. (PULCINELI, 2002, p. 41). Você sabe que permanecemos aprendendo durante toda a vida e a empresa, o trabalho, é um espaço e uma forma de permanecer aprendendo. Esse aprendizado ocorre de maneira informal pela convivência com outras pessoas e formal por meio de processos estruturados para esse fim. Efetivamente, o aprendizado acompanha a pessoa por toda a vida e, nesse sentido, um dos aspectos a serem pensados num programa de treinamento são as estratégias para que as pessoas se mantenham aprendendo e buscando avançar em seu conhecimento com autonomia. Em geral, as propostas de treinamento nas empresas têm origem a partir do levantamento de suas necessidades, se constituindo num diagnóstico do qual se organizará as demais etapas do planejamento. No planejamento é preciso prever a implementação e a avaliação, que se constituem na efetivação do planejado e na avaliação dos resultados. Vale lembrar que essa avaliação deve ser contínua e não se limitar somente ao momento da formação, mas também ao acompanhamento na execução das atividades, com meios e instrumentos que permitam averiguar a efetivação do aprendido. O planejamento dos treinamentos da empresa precisa da participação de todos os setores para que se possa ministrar o conhecimento apropriado aos seus objetivos. Isso se constitui numa das condições para que a empresa alcance suas metas e implica o estabelecimento de políticas efetivas de treinamento, com base num programa de desenvolvimento de pessoas, eliminando o treinamento mal elaborado e conduzido. Um dos fundamentos desse processo está na educação das pessoas para se sentirem cada vez mais capazes de assumirem responsabilidades e de se tornarem líderes. O treinamento de funcionários é algo estratégico para as empresas, daí a importância da área de Recursos Humanos, que, para atender às demandas atuais impostas às organizações, precisa possuir uma estrutura diferenciada, na qual as Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 65 de 72 pessoas são colocadas como prioridade. Nesse sentido, os processos formativos preveem processos continuados de aprendizagem como desafio às pessoas para se superarem e buscarem a educação permanente. Chiavenato (2010) afirma que o treinamento nas organizações deve ser visto como uma atividade contínua, ainda que as pessoas apresentem ótimo desempenho, havendo necessidade de se estabelecer meios para identificar as competências a serem aprimoradas ou incentivadas. O autor acrescenta que para se programar o treinamento, seis aspectos devem ser considerados: para que treinar, quando treinar, onde treinar, por quem treinar, em que treinar, como treinar e quem deve ser treinado. Djalma (apud DE MARCHI; SOUZA; CARVALHO, 2013, p. 34) classifica os seguintes métodos de treinamento: Treinamento no próprio trabalho, tem como objetivo demonstrar e transferir conhecimentos e habilidades no contexto do trabalho; Treinamento conceitual baseia-se na identificação, estruturação e transmissão de conhecimentos, e Treinamento por meio de jogos e simulações consiste em um importante recurso a serviço da aprendizagem. Os autores que tratam do tema indicam diferentes técnicas em conformidade com os objetivos a serem desenvolvidos: leituras, instruções programadas, workshops, seminários, coaching, e-learning, dentre outros. O coaching é uma estratégia de desenvolvimento pessoal e profissional, cuja meta principal é auxiliar a pessoa a definir seus objetivos no âmbito pessoal e profissional por meio do entendimento e aprimoramento de suas competências. Para que isso seja possível, um profissional – o coach – irá auxiliar o indivíduo que busca sua orientação – o coachee – a alcançar seu potencial máximo, incentivá-lo na busca dos melhores resultados e identificar seus limites e possibilidades. Compõe um conjunto de técnicas com vistas a definir os objetivos do coachee para que alcance seus objetivos. Os objetivos e metas levam em conta os aspectos pessoais e profissionais, assim o coach utiliza as atividades do coachee como situações de aprendizagem para melhorar seu desempenho e autoconfiança. Existem diferentes tipos de coaching, mas as técnicas e processos aplicados são os mesmos, porém adequados às necessidades dos indivíduos, o que indica focos diferentes,havendo possibilidade de se associar vários em conformidade com os objetivos. (LANGE; KARAWEJCZYK, 2014). No coaching a aprendizagem é compreendida como um processo contínuo, de forma que as pessoas possam refletir sobre suas práticas e construir novas aprendizagens, onde o coach será o profissional que irá questionar os posicionamentos e atitudes apresentadas pelo coachee, auxiliando-o a analisar suas práticas e escolhas com Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 66 de 72 vistas a definir prioridades, ações e metas viáveis dentro de um determinado período de tempo. O coach desempenha um papel importante de facilitar o aprendizado, apoiando o coachee para que alcance os resultados e objetivos propostos. O e-learning vem contribuir com o processo de formação em função das facilidades que proporciona em termos de eficiência, baixo custo e agilidade. Atualmente as plataformas são muito mais interativas, facilitando a navegação, o acesso à informação e a criação de meios para sanar dúvidas e construir conhecimento. Várias ferramentas disponíveis nesses ambientes facilitam a autonomia do aprendiz, tais como chats, videoconferências, fóruns, dentre outras. O treinamento pode ser realizado em horários alternativos, não requerendo deslocamento das pessoas para outros espaços diferentes de onde já atuam, conforme a sua disponibilidade e condições individuais. Para a implantação de um programa de treinamento utilizando e-learning é fundamental uma análise entre o custo disso e os benefícios que efetivamente trará. Além disso, caberá aos gestores o acompanhamento e a avaliação da metodologia de ensino utilizada. Aqui se destaca o papel do pedagogo empresarial, que irá subsidiar a empresa nas melhores escolhas, tanto do ponto de vista da plataforma a ser utilizada, como também o design da formação, os recursos e metodologias utilizados e a combinação de recursos presenciais e à distância em função da articulação necessária entre teoria e prática. O pedagogo é o profissional que possui as bases educacionais, tanto em relação à teoria, como em relação a metodologias necessárias para consolidar um processo de formação e desenvolvimento em conformidade com os objetivos da empresa. O pedagogo empresarial deve propor práticas que irão promover o acesso ao conhecimento, facilitando, ensinando e acompanhando com vistas a identificar falhas, que devem ser sanadas, além de incentivar a participação e a motivação das pessoas. Ribeiro (2010) considera relevante destacar alguns pontos num programa de treinamento: Itens Descrição Sólido conhecimento sobre planejamento. Visão precisa sobre o que pretende dentro de um espaço de tempo previamente demarcado, objetivos bem demarcados, formulações precisas do que se pretende alcançar em termos de resultados. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 67 de 72 Desenvolvimento de habilidades de comunicação, leitura e audição. Adequação do canal de veiculação da mensagem às condições e necessidades da empresa. Ênfase na clareza e objetividade na transmissão da informação. Observar o que se deseja comunicar, quem será atingido e os meios mais adequados para a veiculação. Cuidados no planejamento de uma reunião. Avaliar a necessidade da reunião, clareza sobre a pauta, definição de espaço físico e equipamentos, domínio do assunto e respeito aos horários. Desenvolver a criatividade. Sem criatividade os programas podem cair na rotina prejudicial aos programas de treinamento. O outro lado, o excesso de criatividade, também pode se transformar num espetáculo que não favorece o alcance dos objetivos. Organização dos programas de treinamento em conformidade com a política de RH da empresa. Sem levar em conta as políticas da empresa o treinamento pode levar a propostas pouco eficientes. A escolha dos instrutores e convidados deve atender esse critério, sob pena de se desmotivar o grupo. Quadro 1 – Pontos importantes num programa de treinamento O exercício do treinamento e desenvolvimento se constitui numa prática pedagógica, sendo importante que o profissional envolvido tenha o conhecimento educacional para viabilizar as melhores propostas, com bases teóricas e metodológicas em sintonia com os objetivos da empresa. Caberá a ele viabilizar ações práticas que promovam o acesso às informações, estimulem experimentos, fomentem o intercâmbio de saberes e criem mecanismos para que grupos estratégicos se formem com vistas a um processo contínuo de aprendizado. Com relação a isso, vale destacar que é preciso implementar um ambiente em que o desenvolvimento seja prática cotidiana, e isso demanda o aperfeiçoamento da reflexão sobre o que se faz e como se faz. Auxiliar com estratégias visando cultivar a capacidade de aprender é uma das atribuições do pedagogo empresarial, uma vez que a melhoria do desempenho individual, que reflete no desenvolvimento organizacional, implica mais em ”[...] mudança de postura e de atitudes do que em domínio técnico” e “[...] o ensino/aprendizagem de habilidades isoladas ou com finalidades puramente instrumentais reduz a eficácia dos resultados” (RIBEIRO, 2008, p. 156-157). Dessa forma, compreender como ocorre o processo de aprendizagem é essencial para que a formação efetivamente atinja a finalidade de transformação e desenvolvimento da pessoa. É assim que fica clara a necessidade de compreender o Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 68 de 72 que está sendo proposto em termos de treinamento para além de suas características técnicas, mas também - e talvez mais importante - pelas suas possibilidades de ampliação das capacidades cognitivas. Você apreende aqui a dimensão do trabalho do pedagogo empresarial, que será o profissional com os conhecimentos necessários para elucidar como isso acontece, com vistas a buscar os melhores e mais viáveis meios para que isso ocorra. Diante das considerações expostas, você pode imaginar que exista alguma desvantagem no processo de treinamento? As empresas reconhecem a importância das pessoas para determinar o seu sucesso ou fracasso, por isso buscam meios e desenvolvem programas de treinamento para garantir o aumento do potencial das pessoas, garantir a manutenção dos talentos, assim como garantir novas pessoas que agreguem valor à organização. Um aspecto, que é bastante limitador no investimento em treinamento nas empresas, se refere ao receio à perda de investimento, uma vez que não há como garantir que as pessoas permaneçam na empresa. Ao deixar a empresa, muitas pessoas podem deixar uma lacuna difícil de ser preenchida, porém os riscos serão minimizados por meio de um programa no qual se tenha como objetivo ampliar a formação para o maior número de pessoas. Outra situação que é vista como desvantajosa em relação ao treinamento se refere ao baixo aproveitamento e aprendizado por parte de algumas pessoas, aspecto que pode ser revertido com o levantamento das necessidades e definição precisa do grupo a ser treinado, diminuindo os riscos de se investir em treinamentos que não atendam às necessidades e expectativas das pessoas a serem treinadas. O sucesso de um programa de treinamento depende de muitas variáveis, sendo que uma das mais importantes é a pessoa que está sendo formada efetivamente se envolver com o que está aprendendo e buscar colocar isso em prática. Nesse sentido se destaca o papel do pedagogo empresarial, que estará atento às pessoas, criando mecanismos para acompanharseu desenvolvimento. Imagine que você é parte de uma equipe que, responsável pelo treinamento numa empresa, precisa pensar em como avaliar o resultado prático dessa atividade. Com certeza, precisaria ter um plano, uma proposta que avalie objetivamente, tanto do ponto de vista imediato, como dentro de um período de tempo em conformidade com os objetivos do treinamento. Avaliar também implica uma concepção que irá se traduzir em práticas. Sua finalidade é atribuir valor e indicar objetivos que não foram atingidos, para que se viabilizem meios mais adequados para alcançá-los. Com isso se poderá alterar modelos, estratégias, meios e alocar recursos em função do que se pretende alcançar Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 69 de 72 e dos resultados obtidos. Nesse sentido, uma avaliação adequada possibilita a análise da eficácia dos esforços realizados pelas pessoas, agindo na percepção que têm sobre seu próprio desempenho. Vale destacar que a avaliação do treinamento está atrelada à avaliação do desempenho, que por sua vez precisa estar vinculada a uma avaliação das políticas propostas pela organização, na medida em que isso representa uma relação sistêmica, na qual cada elemento tem relação com o outro, se influenciando. Com relação à maneira de se avaliar para se obter resultados significativos, Cavalcanti (1990, p. 25) afirma que: “A metodologia de avaliação que parece mais promissora face à natureza mais orgânica das tarefas de certos subsistemas funcionais é qualitativa, respaldada na intersubjetividade, em boa parte dos casos”. O autor acrescenta que as certezas serão sempre relativas, uma vez que as metodologias e concepções também estão sujeitas a mudanças e influência de muitas variáveis. Uma referência em modelos de avaliação de treinamento é o de Kirkpatrick (apud SALCEDO; CÁLCENA; LUGOBONI, 2014), cujo foco de mediação se concentra em quatro níveis: reação, aprendizagem, comportamento e resultados. • a reação objetiva identifica as reações dos participantes para o programa de treinamento; • a aprendizagem demonstra o que foi aprendido pelos participantes do programa; • o comportamento – como o nome indica - visa demonstrar se os participantes apresentam mudanças de comportamento; • os resultados visam demonstrar se o programa contribuiu com o desenvolvimento das pessoas e da empresa. Para o pedagogo empresarial cabe buscar modelos avaliativos que sejam condizentes com as necessidades da empresa, sendo, nesse sentido, um processo formador e transformador que deve levar em conta as pessoas em seus processos de desenvolvimento. Diagnóstico: Originário do latim diagnosis, que significa discernir a partir de determinados elementos. Em se tratando de uma empresa, o diagnóstico é o instrumento utilizado para levantar todos os aspectos, tais como: estoques, processos produtivos, ações de marketing, dentre outros. Seu objetivo é levantar as dificuldades e oportunidades da empresa com vistas à correção de erros e manutenção do equilíbrio e crescimento. É visto como um retrato Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 70 de 72 da situação da empresa e, por decorrência, do seu sistema de gestão. Ele permite uma visão integrada e organizada da empresa e mais agilidade na resolução dos problemas identificados. O diagnóstico empresarial é um processo de verificação que visa analisar a empresa como um todo, identificar desvios de desempenho, analisar condições internas e externas, diagnosticando procedimentos inadequados ou que podem ser delineados em conformidade com as necessidades da organização. (NEWMAN; WARREN, 1980). Workshops: Palavra advinda da língua inglesa que significa oficina. É um tipo de trabalho em grupo que visa a troca de ideias, demonstração de técnicas ou desenvolvimento de habilidades. Esse tipo de trabalho difere de uma palestra, uma vez que envolve atividades práticas nas quais os participantes interagem e não permanecem apenas ouvindo. Para ser considerado um workshop é preciso que as dinâmicas envolvam os participantes, sendo realizado num único dia com objetivos claramente voltados para a aprendizagem. E-learning: Modelo de educação que utiliza o ambiente virtual de aprendizagem e recursos didáticos, a partir de suportes tecnológicos de informação, cuja utilização pode ser feita de maneira isolada ou combinada, veiculados pela internet. Esse tipo de educação, realizada à distância, precisa dispor de estratégias diferenciadas para viabilizar o processo de ensino considerando as características, necessidades e disponibilidade dos alunos, daí a utilização da internet para diminuir distâncias e custos. Para as empresas o e-learning pode se constituir numa excelente solução para alguns tipos de treinamento, uma vez que ele possibilita a otimização de processos e recursos. Design: O termo pode ser aplicado a situações que remetem à produção artística, produção de artefatos e objetos, representação gráfica, como também o termo pode ser aplicado a uma situação relacionada a uma forma de planejamento, a partir do arranjo de partes que compõem um todo. Seria até mais que o planejamento, mas o resultado do planejado. Significa pesquisar e trabalhar para executar um plano concebido, que compreende um processo com planejamento, execução e implantação de uma proposta, de um projeto. A palavra de origem inglesa tem o significado de desenho, esquema, projeto. O termo também pode ser utilizado para definir um tipo de estratégia empresarial, como explicam Menezes e Paschoarelli (2009, p. 96): “Uma das formas de obter aumento de competitividade é por meio do desenvolvimento constante de novos produtos em um processo denominado design estratégico, que consiste em unir um plano de desenvolvimento de projetos à estratégia da empresa.” Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 71 de 72 Intersubjetividade: Maneira ou capacidade dos seres humanos se relacionarem uns com os outros, conforme o termo é utilizado em diferentes abordagens filosóficas, psicológicas e psicanalíticas. Na filosofia, uma importante referência no tema é Martin Buber, cuja preocupação foi a de analisar a relação Eu-Tu num processo de diálogo no qual a intersubjetividade, a relação entre os sujeitos, é fato antropológico fundamental. Martins (2010) explica que no pensamento de Buber as relações vão além de uma ontologia da relação, na qual o homem é um ser dialógico. A relação é o evento primordial do homem e isso se concretiza pela palavra, que possui uma função de fundamentar a existência humana e mediar a relação inter-humana. Se interessou pelo tema? Então veja estes meus outros materiais: Pedagogia empresarial - 15 Exercícios dos temas 1 ao 3 Pedagogia Empresarial - Questões de prova BASTOS, Maria Clotilde Pires. Pedagogia Empresarial: A pedagogia empresarial: concepções e princípios. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2016. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Pedagogia Empresarial – Temas 1 ao 6...................................... Página 72 de 72 BASTOS, Maria Clotilde Pires. Pedagogia Empresarial: As teorias das organizações. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2016. BASTOS, Maria Clotilde Pires. Pedagogia Empresarial: Administração do Conhecimento e Desenvolvimento do Capital Intelectual nas Empresas. Caderno de Atividades. Valinhos: AnhangueraEducacional, 2016. BASTOS, Maria Clotilde Pires. Pedagogia Empresarial: A Dinâmica Organizacional e o Papel das Influências Culturais. Caderno de Atividades. Anhanguera Publicações: Valinhos, 2016. BASTOS, Maria Clotilde Pires. Pedagogia Empresarial: A Área de Seres Humanos e o Desenvolvimento de Recursos Humanos. Caderno de Atividades. Anhanguera Publicações: Valinhos, 2016. BASTOS, Maria Clotilde Pires. Pedagogia Empresarial. O Papel do Pedagogo na Atividade de Treinamento. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2016.